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XXII Seminario Latinoamericano de Escuelas de Trabajo Social

Propuestas de participación
Eje temático/Sub eje 2. Categorías críticas de la formación e
investigación para el Trabajo
Social/Servicio Social Contemporáneo
Modalidad a. Ponencias
Autoría Edson Marques Oliveira
Título Serviço Social e a Revolução do
Design: centralidade no ser humano e
nos serviços.
Institución de pertinência Universidade Estadual do Oeste do
Paraná, Campus de Toledo-PR
Dirección de correo electrónico coacholiveira@hotmail.com
País Brasil

Resumo: O Serviço Social é uma profissão que historicamente acompanha a


dinâmica das mudanças sociais onde está inserido. No século XXI o contexto é
marcado por demandas e temas complexos, tais como: sustentabilidade, informação,
conhecimento, crescimento da importância do setor de serviços, centralidade nas
pessoas e nos aspectos subjetivos e simbólicos, neurais, da neurociência das
emoções, da cultura e do consumo, desigualdade, crise dos projetos utópicos e
paradigmas, felicidade como novo elemento das políticas sociais, entre outros.
Considerando essas novas demandas, face aos velhos problemas no campo do
enfrentamento das expressões da questão social, o Serviço Social se vê obrigado a
buscar novos diálogos e estratégias tanto na formação como nas ações de
intervenção. Esses desafios também são sentidos por outras disciplinas, como o
Design e suas derivações, Design Social, Design Sustentável e de Serviços na busca
da superação do mero consumo estético. Buscamos refletir sobre as possíveis
convergências e conexões entre ambas na busca pela inovação social na perspectiva
da justiça, equidade, direitos humanos, dignidade e sustentabilidade para a
construção de outra sociedade e respeito a outras sociabilidades possíveis e
necessárias. Defendemos aqui uma resignificação no olhar para a formação e prática
centrada no ser humano e suas reais necessidades, bem como o dialogo com o design
de serviços para o bem-estar e sustentabilidade humana através de um Serviço Social
critico, criativo e propositivo.

Palavras-chave: Design, Design Social, Design de Serviços, Serviço Social,


Metodologia de Intervenção.

INTRODUÇÃO

Com o presente trabalho e considerando a proposta do evento, temos como objetivo de


defender a ideia e entendimento que o Serviço Social na atualidade ( considerando a realidade
Brasileira que temos vivido) enfrenta vários desafios, a começar pela formação, que em si e
sua conexão e relação com as demandas sociais, que são dinâmicas, profundas, complexas
e paradoxais. Devido a essa constatação acreditamos que seja necessária uma compreensão
mais ampla dos processsos formativos como da sua articulação com os processos
interventivos, o que na nossa avaliação, se perdeu ao longo do processo dito como de
conceituação, centrando mais em aspectos ideológicos, militantes e políticos partidários e
menos instrumentais, profissionalizante e científico. Partimos da compreensão e da
necessidade de exercitar uma relação dialógica e uma ecologia de saberes (Santos, 2004)
com outras abordagens e disciplinas do conhecimento humano buscando ampliar as
categorias de análise tanto de leitura como de intervenção na realidade complexa do século
XXI. E esse dialogo, tão necessário é mais frutífero quando ocorre com áreas e saberes que
tem como propósito similar ao Serviço Social, ler e entender criticamente a realidade e o
contexto em que estamos inseridos, para saber propor e intervir criativamente. Entre esses
diálogos possíveis e necessários, aqui queremos defender e salientar com a disciplina do
Design de forma geral, mas em específico duas vertentes ou áreas especificas emergentes,
o Design Social e Design de Serviços que vem crescendo no campo das políticas públicas,
denominado de Design de Serviço Públicos. Esse dialogo, como procuramos mostrar, traz ao
Serviço Social uma renovada e resignificada visão quanto ao seu objeto, que hoje (no Brasil
pela corrente hegemônica de matriz marxista) é considerado como sendo as expressões da
questão social, sendo que essa visão macro está gradativamente sendo superada por uma
compreensão mais messo e micro, a exemplo do que está ocorrendo no campo de Design e
de outras áreas, onde a existe uma maior centralidade nas pessoas, no ser humano, sem
contudo, perder de vista a totalidade de suas conexões, interações e desejos coletivos,
envolvendo novos conceitos que estão permeando os processos de construção de
conhecimento e estratégias inovadoras de ação, tais como: empreendedorismo social,
sustentabilidade humana, neurociência das emoções, biologia do amor, autorganização, entre
outros.

Nesse sentido, ao aprofundar os estudos sobre o conceito e evolução do Design, surpreende


a constatação de que existem muitas similitudes, entre o Serviço Social e o Design de forma
geral e principalmente em seu atual momento onde sai do campo restrito da indústria e do
comercio, e vai aprofundado sua influência no campo social e principalmente de uma lógica
sustentável, onde valores como justiça e adequação não aos ditames do mercado e da cultura
do hiperconsumo (Lipovetsky, 2007) ou interesses meramente políticos mas na busca por
uma centralidade nas reais necessidades e direitos dos seres humanos, com vistas a criar
“[...] pontes entre ideias e sua viabilização, a fim de desenvolver empreendimentos inovadores
com ética o que é considerado na atualidade como sendo uma revolução do Design. (Magico,
2016, p.17). Considerando essa constatação e projeção partimos da hipótese de que é
possível estabelecer algumas conexões e vislumbrar possíveis convergências no ensino e
aprendizado mútuos entre Serviço Social e Design de forma geral e do Design Social e de
Design Serviços Públicos de forma específica. Nesse sentido, objetivamos refletir sobre as
possíveis conexões entre Serviço Social e Design principalmente no setor de Design Social e
de Serviços Públicos e como essas categorias podem dinamizar o processo de ensino,
aprendizado e inovação na intervenção profissional e na produção do conhecimento
resgatando assim uma relação mais congruente entre formação, intervenção, produção de
conhecimento e instrumentalidade do Serviço Social.

Cabe ainda salientamos que a presente reflexão se faz necessário decorrente ao


crescimento do envolvimento de outras disciplinas e profissionais no campo social, e
a necessária ecologia de saberes para melhor posicionar o Serviço Social como
profissão e disciplina cientifica no contexto do século XXI, de forma a garantir o avanço
crítico, mas ampliar a formação e a intervenção criativa e propositiva, tão necessária
para o enfrentamento das novas demandas. Trata-se portanto de uma pesquisa
bibliográfica teórica critica, comparativa, qualitativa e exploratória. Apresentamos num
primeiro momento um pequeno resgate do Serviço Social como profissão e como
ciência e ressaltando como em grande medida a centralidade no ser humano já fez
parte de nossa história. Segundo apresentamos os elementos fundamentais da
origem e atual estado da arte do Design, principalmente em seus desdobramentos no
campo da sustentabilidade e principalmente do conceito de design social. Fechamos
essa reflexão destacando os pontos de fazem conexão do Design e o Serviço Social
e como esses elementos podem ser articulados para uma formação inovadora no
Serviço Social que articula o ensino com a intervenção, geração de conhecimento com
co-criação de estratégias de intervenção respeitando direitos e potencializado o
empedramento e emancipação e desenvolvimento humano. Fazemos algumas
considerações finais para fechar a nossa proposta, ressaltando assim a importância
da aproximação do Serviço Social com o Design e principalmente com o Design Social
para inovação na formação e intervenção profissional, principal reflexão que aqui foi
proposto.

SERVIÇO SOCIAL: DA CARIDADE À PROFISSIONALIZAÇÃO E CIENTIFICIDADE.

Em 2016 foi comemorado no Brasil os 80 anos da existência do Serviço Social. Nesse ano
(2017) também se comemoraria (ou pelo menos deveria ser) os 100 anos do clássico
Diagnóstico Social de Mary Ellen Richmond,(RICHMOND,1917) a primeira grande obra que
traz a proposta de fundar uma nova ciência e uma nova profissão, o Serviço Social, que até
então era considerado uma atividade de ajuda e caridade. Um estudo recente (OLIVEIRA,
2017) faz um levantamento sobre a importância do pensamento de Mary Richmond na
atualidade, e surpreendeu ao constatar que em vários países da Europa e mesmo aqui da
América Latina, existe um repensar sobre as bases do Serviço como faz Aranda (2003), que
lança luzes renovadas sobre aspectos que até então, pelo menos no Brasil, eram
desconhecidos. Por exemplo, sobre a da critica em que a abordagem richmoniana seria
puramente funcionalista e demasiadamente psicossocial, mas que na verdade, e segundo
esse autor, a fonte principal de Richmond foi o interacionismo simbólico. Tendo como principal
autor pragmático e teórico interacionista o filósofo e psicólogo social George H. Mead, onde
Richmond em seu segundo livro de maior importância “ O que é o Serviço Social de Casos”,
(Richomond,1922) a mesma faz menção explicita da admiração e reconhecimento da
influência desse autor e de suas ideias.

Qual a importância desse fato histórico¿ O primeiro seria entender que, mesmo depois de 100
anos, essa abordagem, bem ao contrario de ser reiterativa, ou individualista no sentido de
fragmentar a compreensão e intervenção junto a situação apresentada pelos sujeitos, a
mesma entende que a realidade social não se impõe aos indivíduos ou grupos, ou seja, não
há um determinismo histórico ou fatalismo socialmente determinado, sendo que as relações
são permanentemente modeladas e reconstruídas pelos atores ao longo e no interior de
processos de interação. Segundo, que essa visão e perspectiva, formulada a mais de 100
anos por Richomond é atual e recorrente no campo dos estudos que requerem maior
compreensão sobre os laços socais, cooperação e solidariedade, como no caso da economia
social e solidária (Nicolletti,2011) e movimentos sociais (Gohn,2008) e mostrando com isso, a
vitalidade das ideias de Richmond e a possibilidade de novas aplicações (Dugué, 2009 e
Chopart, 2000, Barriga Muñoz, Martínez Alonso,2011)

Mas um dos grandes legados de Richmond, e que tem ressonância até os dias atuais, é a
perspectiva de considerar que a atuação do assistente social sendo semelhante ao trabalho
de um artífice, no caso, um artífice das relações sociais, como ela mesma afirma:

O escritor que aspira a ser um artista em sua profissão, e o trabalhador social


animado por uma ambição semelhante, têm pelo menos isto em comum:
trabalham sobre materiais que são a cadeia e a trama da vida quotidiana.
Um é artífice da palavra, o outro é o das relações sociais (Richmond, 1922,
paud.cit Silva, 2004)

Tal metáfora, dada por Richmond a 100 anos atrás, não seria melhor e mais adequada para
a presente reflexão. Pois vivemos tempos líquidos com problemas sólidos e complexos que
precisam ser enfrentados com inteligência, leveza, sabedoria e destreza para propor ações
que transformem as vidas e a sociedade que vivemos o que precisa de inovação, humanidade
e sobre tudo com criatividade, pois como nos ensina Bobbio:

Tão difícil que palavras usadíssimas como "socialismo","comunismo", "reino


da liberdade", "extinção do Estado" e similares tornaram-se cada vez mais
vagas, evanescentes e de baixa credibilidade [...] Mas admitamos que a
necessidade de acreditar não deve nunca fazer esquecer a necessidade
de raciocinar, assim como a vontade de crer não deve nunca abafar a
vontade de entender. Por isso mesmo não tem nenhum sentido dizer, como
faz o revolucionário repetindo o mote de Marx, que é necessário
transformar o mundo, se não se diz, repito, quais os resultados que se
pretende alcançar e quais os meios a utilizar para isso. (BOBBIO, 1998,
p. 108) [grifo nosso]

Assim, espero contribuir como essa reflexão e aproximação ao Design, que considerando a
realidade Brasileira, seria uma forma atualizada de reafirmar o que á 100 anos atrás Richmond
entendia ser o papel do assistente social, que sai de uma ação de caridade, para uma
profissão e ciência social aplicada com uma perspectiva de ser um artífice das relações
sociais, onde a centralidade era a pessoa humano e seu atendimento cotidiano, sem perder
de vistas as ações em busca de reformas e políticas mais abrangentes, e hoje, no século XXI
o assistente social pode ser considerado, (como procuramos mostrar ao longo desse artigo)
um Designer do Bem-Estar, da qualidade de vida e por que não, da felicidade do ser humano
expressos nos direitos, sustentabilidade e dignidade humana principalmente a partir da
projeção e gestão de serviços sociais para sua qualidade de vida e atendimento não de
arranjos políticos, ideológicos, ou interesses institucionais, mas sobretudo atendimento as
reais necessidades de realização das pessoas na perspectiva de construção de um mundo
melhor e diferente do que estamos vivendo, nisso o Serviço Social pode ser visto como uma
ciência da gestão de design de serviços sociais para a sustentabilidade humana. Creio que
esse papel é de suma importância para o Serviço Social como disciplina e do assistente social
como profissional. Nesse sentido a importância de revisitarmos as nossas origens e nossos
fundamentos históricos, e recuperar a essência da centralidade do Serviço Social, a saber a
realização plena do ser humano.

DESIGN: DE UMA ATIVIDADE PARA O MERCADO À UMA AÇÃO CENTRANDA NO SER


HUMANO, INOVAÇÃO SOCIAL E SUSTENTABILIDADE.

Primeiramente é preciso minimamente entender o significado do Design como disciplina e


depois, sua trajetória como área especifica de conhecimento e os seus atuais
desdobramentos no campo social e principalmente nas possibilidades de interconexão com o
Serviço Social como mostra Magolin e Magolin (2004). Muito similar à história do Serviço
Social, o Design surge como uma atividade derivada do processo histórico e evolução do
sistema de produção capitalista (Cardoso, 2016) voltado para o aprimoramento do desenho
industrial e com centralidade na forma adequado dos produtos para consumo, recebendo forte
influência teórica e filosófica do funcionalismo, um dos projetos de formação e disseminação
desse modelo foi a famosa escola alemã Bauhaus, fundada em 1919 pelo arquiteto Walter
Gropius, na cidade de Weimar na Alemanha, e teve por mérito histórico e revolucionário,
unificar as disciplinas como arquitetura, escultura, pintura e desenho industrial, recuperando
em grande medida a divisão criado pelo sistema capitalista de produção entre arte e ciência.
E mesmo sendo interrompida várias vezes, por conta dos efeitos da II Guerra Mundial, o
legado dessa escola é sentido até os tempos atuais. E o que isso tem a ver com o Serviço
Social e o enfrentamento das expressões da questão social, mote e quase um mantra do
Serviço Social¿ Pelo menos no Brasileiro.

Para melhor compreensão desse processo e sua conexão é preciso iniciar o entendimento
pelo sentido da palavra Design. Design, é derivado em seu uso corrente devido a forte
influência do italiano, que significa disegno que na renascença dava o sentido de rascunho,
desenho de um trabalho e em geral traduzia a ideia de raiz, de início de um trabalho, ou ainda
a ação de projetar, planejar. Constata-se que desde o século XVI o entendimento de Design
passa a ter maior centralidade na ideia de plano, projeto voltado para o objetivo das artes
aplicadas, tendo maior expressão na língua inglesa, como um verbo dando sentido de
simular, projetar, esquematizar, configurar, proceder. O que é reforçado pela origem
etimológica da palavra advinda do Latim na palavra signo, que significa desenho. Um conceito
valido na atualidade para ampliar a compreensão do que seja Design, é o conceito do
Conselho Mundial de Sociedades de Design Industrial - ICSID, que desde 2002, dissemina a
seguinte compreensão contemporânea de Design.

“(...) uma atividade criativa, cujo objetivo é estabelecer qualidades múltiplas


a objetos, processos, serviços e seus sistemas em todo ciclo de vida.
Todavia, design é o fator central de humanização inovativa de tecnologias
e o fator crucial da substituição cultural e econômica. (...) Design procura
descobrir e investigar relações estruturais, organizacionais, funcionais,
expressivas e econômicas, com o intuito de aumentar a sustentabilidade
global e proteção ambiental (ética global); prover benefícios e liberdade a
toda comunidade humana, individual e coletiva, usuários finais, produtores e
protagonistas de mercado (ética social); apoiar a diversidade cultural apesar
do processo de globalização mundial (ética cultural); e fornecer produtos,
serviços e sistemas, com aquelas formas que são expressivas (semiótica) e
coerentes com sua complexidade (estética)” (ICSID, 2002). [grifo nosso]

Como se pode notar, o Design tem várias aplicações, em várias áreas da vida humana, é
comum vermos expressões como Design de interiores, Design de Modo, Design Gráfico,
Design Arquitetônico, entre outras. Mas atualmente o Design apresenta outros
desdobramentos, como o Design Social e de Serviços, que vendo sendo influenciado por uma
perceptiva que critica de não só anteder a lógica de mercado, mas ir além. Essa influência
vem principalmente do pensamento de Victor Papanek, publicitário que em 1971 lança o livro
“ Design for the Real World” ( design para o mundo real, que segundo Cardoso (2016,p18)

“Esse livro tinha por intenção conclamar os designers a sair do ar


condicionado de seus escritórios envidraçados e olhar à sua volta, projetando
soluções para o mundo real, que se desintegra em fome e miséria, conflitos
raciais e protestos políticos, guerras civis e lutas de independência, guerras
quentes e Guerra Fria (...)”

Na atualidade esse novo paradigma e desdobramento do Design vem afetando grande parte
de novos seguimentos. Em especial a proposta do Design Social e o Design para Inovação
Social e Sustentabilidade, como preconizado, por Manzini (2008), e para a área de serviços
como propõe Stickdorn e Schneider ( 2014) . Nesse sentido, hoje o entendimento de Design
é que o mesmo deve propiciar uma conexão interna entre arte e técnica, e uma atitude
industrial, engenhosa e habilidosa, mas também integrativa de valores da vida, da
sustentabilidade e do bem-estar, valorizando mais o atendimento as reais necessidades dos
seres humanos (centrado no ser humano), do que criando ilusões estéticas só para o estimulo
do consumo e de coisas que não tratam efetivamente de necessidades humanas reais, mas
de um consumo superficial sem sentido e significado.

Logo, o Design atual, propõe conectar a lógica da arte e ciência de forma a tornar possível
uma nova forma de cultura, de mentalidade, tanto na produção, no consumo como das
relações sociais com um horizonte na busca do bem-estar, do bem comum, da justiça e da
sustentabilidade, pela via da pluralidade, interdisiciplinariedade, com o foco no ser humano e
principalmente, na visão de co-criação e participação de todos para a projeção de soluções
inovadoras e que de fato gerem mudanças e transformações no mundo real e no viver
cotidiano das pessoas. E isso tem sido feito a partir de uma proposta metodológica chamada
de Design Thinking que passamos a apresentar em suas linhas mais gerais.

DESIGN THINKING COMO MÉTODO E MODELO DE APLICAÇÃO.

O Design Thinking (DT) surge de uma proposta de uma empresa privada, a IDEO, empresa
norte-americana de Design, criada e desenvolvida por Tim Brown, que afirma que o DT tem
uma especificidade, a saber:

“O Design Thinking começa com habilidades que os designers têm


aprendido ao longo de várias décadas na busca por estabelecer a
correspondência entre as necessidades humanas com os recursos
técnicos disponíveis considerando as restrições práticas dos negócios.
Ao integrar o desejável do pondo de vista humano ao tecnológico e
economicamente viável, os designers têm conseguido criar os produtos
(processos, serviços e estratégias) que usufruímos hoje.” (Brown, 2010) [grifo
nosso]

Em grande medida esse método procura alterar o modo de pensar a busca por soluções e
enfrentamento de problemas, substituído o trabalho individual, restrito a gabinetes e
escritórios e ampliando o lócus de pesquisa e elaboração de projetos, já não mais individual
e deslocado do mundo real, mas centrado nas reais necessidades do ser humano, tendo como
principal elemento a participação ativa do mesmo, proclamando e agindo assim, num
processo de co-criação de produtos e serviços.

Nesse sentido o DT catalisa o processo de colaboração, unifica o pensamento divergente e


convergente, da indução, dedução e intuição, valorizando tanto o individual como o coletivo,
buscando sempre a inovação com co-criação, participação efetiva do publico de interesse,
analisando de forma sistêmica todas as possibilidades possíveis e mais adequadas para
atingir os seus objetivos e resolver os problemas. Nesse sentido os pilares do DT são: a)
centralidade no ser humano e suas necessidades, b) orientado para a ação, inovação e
transformação e c) orientado para a colaboração. O que leva a prática e exercício de
habilidades fundamentais: 1) ouvir, 2) criar e 3) entregar. O processo metodológico está
relacionado a um serie de fases e etapas, mas que necessariamente não seguem uma ordem
linear, mas sistêmica e de complexidade. Que podem ser resumidas (dependendo do modelo
de TD a ser aplicado) os seguintes processos: a) imersão: pesquisa profunda e clareamento
do problema a ser resolvido, b) ideação: criação de várias possibilidades de solução do
problema, c) prototipação: testes e experimentos das soluções, busca de detecção de erros
e melhoria das ações a serem executadas, d) execução: implantação, monitoramento e
avaliação das ações escolhidas, prototipadas para resolução dos problemas estudados.
(Cavalcante, Filatro, 2016, Brown, 2010, Pinheiro, 2011). Nesse sentido, o TD procura
encontrar soluções que centram os esforços de modo colaborativo, participativo e coletivo,
dando atenção a uma visão sistêmica, holística tanto do ser humano ( emoções, cognição,
estética, bem-estar, etc.) como da realidade em que vive esse ser humano, ou seja o seu meio
ambiente ( sociedade, cultura, valores, hábitos,) com isso estimula os processos de empatia
( se colocar no lugar do outro) da colaboração do outro na busca das soluções possíveis,
viáveis e adequadas as reais necessidades dos usuários e clientes. Em síntese o DT, é a
forma de pensar estratégias na gestão de projetos na área de Design aplicada em vários
seguimentos e atividades especificas que estão extrapolando o campo das empresas privadas
e da lógica de mercado, e contribuindo para o campo da gestão social e das políticas públicas,
destaque para o Design de Serviços e Design Social.

DESIGN DE SERVIÇOS E DESIGN SOCIAL.


O Design Social é uma nova área do Design que está em crescimento Margolin e Margolin
(2004), o que tem levado a busca de modelos e estratégias. Nisso é possível ver que essa
lógica do Design Social é voltado para: a) produtos ( artefatos), b) inovação (criação e co-
criação tanto de produtos e serviços) e c) gerenciamentos de projetos e serviços, ou de
arranjos estratégicos para o campo social tanto para empresas como para governos.

No que tange aos produtos e artefatos, pode ser ilustrado com o exemplo do Eliodomestico
( DESIGN BRASIL, 2013), criado pela designer Gabriele Diamanti, que é um projeto open-
sourced que transforma água salgada em água doce e foi projetado para pessoas em países
em desenvolvimento, como Índia e África, e produz até 5 litros/dia, como pode ser visto na
figura 1 .

Figura 01: Uso do Eliodomestico

por uma Indiana

Fonte: http://www.designbrasil.org.br/design-em-pauta/5-bons-exemplos-de-design-social/

Também se observa sua influência em outros campos, como inovação, tanto de serviços
como de gerenciamento e estratégias, podemos destacar alguns contribuições. A principal
delas está na reflexão profunda e critica quanto ao modelo de produção e consumo do atual
sistema, e do conceito de inovação, já não só para o mercado, sendo que mesmo sendo
direcionado para o mercado, também tem recebido uma consciência crítica, principalmente
no modelo na perspectiva do Design para a articulação de uma produção sustentável, a
exemplo da proposta e conceito de Design para a Inovação Social considerado por Manzini
(2008, p. 61) como sendo: “(...) mudanças no modo como indivíduos ou comunidades
agem para resolver seus problemas ou criar novas oportunidades”.[grifo nosso]. Com
base nessa proposição e entendimento de Design para Inovação Social, Pereira, Engler e
Martins (2015, 39), concluem que

“[...] design sustentável tem como objetivo desenvolver projetos sustentáveis,


não almejando o fim da produção de bens, sem consumo de nenhuma
espécie, mas apoiando o desenvolvimento de bens no ponto de vista de uma
nova ótica de consumo, sem exageros, sem destruição de reservas naturais,
sem acúmulo de resíduos e poluição.”
Nessa mesma linha tem surgido uma variedade de propostas metodológicas, adaptando a
lógica do Design e Inovação Social, destaque para a proposição de Murray, Grice e Mulgan
(2010), que visa uma ação sistematizada que possa produzir impactos sistêmicos, envolvendo
interesses organizacionais mas sobre tudo as necessidades humanas de forma a projetar
inovação no campo social. Resumidamente pode ser apresentado em seis etapas: 1)
Inspirações; 2) Propostas 3) Prototipagem 4) Sustentando 5) Difundindo 6) Mudança
Sistêmica. Nesse ponto, também podemos ver muitas conexões com a proposição do Serviço
Social, como destacamos na sequência.

DESIGN DE SERVIÇOS E DESIGN DE SERVIÇOS PÚBLICOS.


Até aqui, procuramos mostrar como o Design vem se desenvolvendo e seus desdobramentos,
sendo que na atualidade, a principal contribuição é no campo da gestão de serviços e
principalmente de serviços no campo público, onde o Serviço social está inserido e
enfrentando grandes desafios. Nesse sentido, o Design de serviços, em linhas gerais
(Stickdorn E Schneider, 2014), propõe transformar as relações sociais, melhorar a qualidade
de vida das pessoas e seu bem-estar. E esse seguimento do Design também é fruto dos
impactos e reordenamentos dos processos produtivos recentes e mais aprofundados nessa
última década. Onde uma das primeiras constatações são o crescimento e importância da
área de serviços. Desde o final da década de 1980, conforme estudo de Calabria (et.all, 2011),
vem crescendo a participação da área de serviços na composição do PIB, tanto de países
desenvolvidos como em desenvolvimento, cerca de 60% em media, sendo que em alguns
países como EUA (77,0%), Japão (68,0%) e Coreia do Sul (60,0%).

Logo, essas evidências se aproximam e muito do Serviço Social, podendo ser uma conexão
de grande importância como já a muito tempo foi sinalizado pelo brilhante e visionário trabalho
de Ursula Karsch, no clássico “ Serviço Social na era dos Serviços”, que já em 1985 apontava
a importância desse campo, bem como, a peculiaridade dos serviços públicos e sociais, como
se pode destacar:

“(...) os serviços exercem a função social de controle de diretrizes do


capital e do Estado, muito embora não se consiga ter a noção do custo desse
controle. Esse prisma do problema desencadeia um constante movimento de
emersão e submersão: os serviços surgem e desaparecem, modificam-se ou
ampliam-se, em consequência de modificações tecnológicas ou ideológicas,
com custos nunca claramente mensuráveis, mas em dependência absoluta
da composição e do destino do excedente e da sua magnitude. Sob esse
aspecto, os serviços “burocratizam-se” num ato contínuo; exigem no seu
processo de organização detalhes técnicos cada vez mais específicos, a fim
de que atendam aos interesses do poder e à orientação que esse
imprime aos mecanismos que instaura para a obtenção de seus
objetivos.” (Karsch, 1985) [grifo nosso]
Nesse sentido e considerando a importância do Serviço Social no campo dos serviços e
principalmente dos serviços sociais, e considerando que o segmento o Design de Serviços se
preocupa como os serviços são desenhados, formulados, ou seja, o Design compreende que
hoje e em grande parte, a maioria dos serviços, gera um desgaste do tecido social, pela
escassez, pela pobreza, desigualdade e miséria crescente, e isso precisa ser tratado com
inovação e criatividade e uma consciência critica.

Assim propõe trocar a lógica de projetar serviços só para o lucro e levar a uma nova visão de
projetar serviços e negócios com atenção no ser humano, de forma empática, impactando de
forma sistêmica a qualidade dos serviços, principalmente na área pública e comunitária, que
é outro desdobramento nessa área que vamos dar maior atenção. Cabe ressaltar que Design
de serviços, é entendido como:

“(...) uma abordagem interdisciplinar que combina diferentes métodos e ferramentas


oriundos de diversas disciplinas. Trata-se de uma nova forma de pensar, e não de
uma nova disciplina acadêmica, autônoma [...] é uma abordagem em constate
evolução (...)” (Stickdorn , Schneider, 2014, p. 31) [grifo nosso]

Portanto se preocupa em gerar serviços que produzam uma experiência satisfatória, em


outros termos, serviços para a área de Design é considerado como um conjunto de interações
entre as pessoas. O que leva a dar importância para elementos como: i) empatia, ii) equilíbrio
entre a natureza, pessoas e organizações, iii) potencializa e valoriza os sujeitos como atores
do processo. O que leva a considerar que os serviços devem atender ao desejo e necessidade
das pessoas, observando: a) usabilidade, b) prazer, c) utilidade, que precisa inevitavelmente
considerar o estudo profundo do ser humano em suas dimensões de: a) sentido, b) valores,
b) hábitos, c) emoções, d) contexto vivencial.

Logo, projetar serviços no campo publico se entende como projetar serviços sociais que
atendam as reais necessidades da sociedade efetivamente. O modo de operacionalizar, ou
seja a metodologia, segue em grande medida a mesma perspectiva do Design Thinking, como
mostra Stickdorn e Schneider (2016) o Design Thinking aplicado aos serviços deve apresentar
cinco princípios fundamentais: 1) centrado no usuário, 2) cocriativo, 3) sequencial, 4) evidente
e 5) hoslítico. Segue a proposta que esses principios são operacionalizados numa seguencia
metodologica de criação e cocriação projetiva do serviços, a saber: a) exploração, b) criação,
c) reflexão e d) implementação. Essa lógica, esse cuidado e centralidade no ser humano,
acredito ser uma das maiores revoluções para o campo principalmente dos serviços públicos
que carecem de maior clareza teorica e conceitual, mas que já mostram sinais proposperos,
a exemplo do estudo de aplicação da lógica do Design no campo de um serviço público de
saúde, mais precisamente numa Unidade Básica de Saúde do SUS, em específico quanto
aos serviços para pacientes diabéticos, onde a pesquisadora conclui:
“As atividades de codesign presentes no método possibilitaram que a rede
de valor envolvida no cuidado com a saúde do diabético compartilhasse
seus conhecimento e encontrasse um caminho para a evolução do
serviço [...] Nesse fluxo o diabético deixa de procurar o posto apenas
para casos de doença e passa a frequentá-lo para monitorar a sua saúde.”
( Freire, 2016, p.22) [grifo nosso]

É inegável a contribuição do Design Thinking no campo dos serviços públicos, e


principalmente os serviços sociais, no entanto, outra contribuição impar da convergência entre
o Serviço Social para com o Design Social e para Inovação Social, é o desejo de construção
e entendimento de ações criticas para o enfrentamento efetivo das desigualdades, e dos
processos de dominação que impedem o construir alternativas efetivas participativas,
colaborativas e de impacto na vida dos principais usuários, principalmente em se tratando de
políticas públicas e sociais.

SERVIÇO SOCIAL, SER HUMANO E O DESIGN SÓCIO-HUMANO SUSTENTAVEL.

O presente espaço não permite aprofundar, mas minimamente queromos destacar as


principais conexões do Serviço Social com o Design e o Design de Serviços em específico.
No Brasil existe uma forte resistência a essa ideia devido a forte influência do pensamento
hegemônico marxista que apresenta fragilidades e incongruências, principalmente no tocante
a formação (militante, ideológico, político partidário, pouca instrumentalidade, limitação do
diálogo com outras abordagens e vertentes e restrição de novos campos de trabalho e
formação, como no caso da Educação a Distância e da desvalorização e negação do campo
Clínico), além da incongruência quanto a produção do conhecimento, como pode ser visto em
estudos como de Freitas e Reis (2017, p. 204) sobre os caminhos da pesquisa em Serviço
Social no Brasil, que após um estudo bibliométrico da produção do Serviço Social no Brasil,
observa-se vários aspectos, destaco um dos mais contundentes:

“Quanto aos níveis de pesquisa alcançados pelas publicações,


relacionando-os aos resultados referentes à natureza da pesquisa, sugere-se
a existência de um cenário preocupante. A associação do saldo de
pesquisas puras (93%) ao de pesquisas de nível explicativo (75%) indica
que há uma centralidade no aprofundamento que questões genuinamente
teóricas, agravada pela intensa recorrência de revisões narrativas. Tal
situação agudiza a dicotomia teoria vs prática, ao não estabelecer uma
relação direta com dados primários de pesquisa, e ainda, incorre num tal
nível de contemplação que acaba por tornar inatingível o alcance de
refletividade, a depender do perfil do leitor que possivelmente, em alguns
casos, poderá não enxergar sentido na reflexão ali apresentada, por mais
significativa que esta seja para a ação profissional. ” [grifo nosso]

Em outros termos, a produção “cientifica” não produz conhecimento que de fato possa ser
colocado em prática, que permita a geração de novas tecnologias e estratégias de
intervenção. A formação político-ideológica-partidária não instrumentaliza para a intervenção,
fator esse, não exclusivo do Brasil. E que pode, como procuramos até aqui defender, se abrir
para um dialogo com outros saberes, como no caso do Design e principalmente da lógica da
centralidade no ser humano, fator esse que não é novo, pois Richomond na origem do Serviço
Social numa perspectiva interacionista já trabalhava com os atores numa perspectiva ampla
não fragmentada mas interativa e de empondenramento dos sujeitos e seus grupos locais.
Nesse sentido esse dialogo pode resultar numa troca de aprimoramento tanto para o Serviço
Social como para o Design, e essa conexão e diálogo entre Serviço Social e o Design
possibilita visualizar o emergir uma nova abordagem, que podemos aqui denominar de
Design Sócio-Humano, onde o assiste social assume o papel de um artífice e designer das
relações sociais na gestão de projetos de design de serviços sociais para o bem-estar, a
sustentabilidade humana e por que não, sua realização e felicidade. E como exemplo de
aplicabilidade possível, destacamos brevemente uma experiência prática realizada em 2017,
no Brasil na Unioeste, campus de Toledo-PR, no curso de Serviço Social onde esse autor,
coordenando um projeto de extensão, realizou em parceria com a Prefeitura Municipal da
cidade de Toledo, junto com setores da Educação, Assistência Social e Saúde, envolvendo
estudantes de Serviço Social de uma disciplina de Gestão e Inovação Social, e aplicando o
método do Design Thinking, construímos uma proposta de política pública municipal de
assistência e atendimento ao estrangeiro e imigrante, o que representava a época mas de
2.000 pessoas. As figuras 1,2 e 3 ilustram três momentos dessa atividade.

10

3
9
5

2 8

1
7
4

Figura 01: Equipe de técnicos Figura 02: Equipe de técnicos e Figura 03: Protótipo final
trabalhando grupo de Haitianos.

Esse exemplo mostra claramente que é possível integrar o ensino, a extensão e a pesquisa
com a criação de instrumentos e estratégias de intervenção na realidade humano social,
centrada nas reais necessidades do ser humano, no caso em tela, os imigrantes em sua
maioria Haitianos que participaram ativamente dessa proposta. Os alunos da disciplina
tiveram uma experiência diferenciada de aprendizado, a extensão contribui com a transmissão
de conhecimentos para a comunidade, e assessoramento de conhecimento estratégico para
a comunidade, e os profissionais e estudantes que participaram, tiveram a experiência de
repensar sua prática serem co-autores com os usuários de uma política e de um serviço que
dá acesso a direitos e o exercício de cidadania, sem contar a economia que a gestão pública
terá pois está implantando um serviço com maior possibilidade de êxito, otimizando recursos
e potencializado ações e isso simultaneamente com o processo de ensino e aprendizado
profissional. E apresentando para a gestão pública local, Prefeitura, uma proposta robusta,
fundamentada e desenhada de forma real e com potencial de eficiência, eficácia e efetividade.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A tese apresentada para a presente reflexão foi de que existem vários pontos de conexão
entre o Serviço Social e o Design, o que em grande medida foi comprovada a partir do
exemplo e de toda a exposição feita, sendo possível afirmar a conexão entre Serviço Social
e Design destacando os seguintes e principais pontos e razões evidenciadas: a) pela busca
de uma sociedade diferente da que está posta, b) isso deve ser feito tendo como centralidade
das ações o ser humano e suas reais necessidades; c) que a aplicação tanto do Design
Thinking como da intervenção do Serviço Social, é estabelecer e fortalecer os laços coletivos,
a cocriação de projetos e serviços que atendam as pessoas e não aos interesses de sistemas
e grupos sectários; d) que esses projetos e serviços, tenham a qualidade merecida e de direito
e dignidade para todos, principalmente os serviços públicos tendo com premissa do acesso e
usufruto dos direitos mas com participação e co-resposabilidade dos clientes, usuários e
cidadãos, e) isso permite ter uma maior humanização da gestão dos serviços, pautada na
empatia e na colaboração e cocriação dos projetos. Por fim, tais elementos e constatações
podem animar e motivar novas pesquisas e conexões confluentes e colaboração e
aprendizados mútuos entre Serviço Social e Design, afinal como afirma Megico (2016,p.21),
“Design é inteligência criativa para criar futuros possíveis. Desse dialogo, pode-se vislumbrar
o emergir de um modelo de intervenção e de formação profissional, o que denominamos de
Design Sócio-Humano, onde vemos contribuições, tanto do Serviço Social, com sua visão
ampla e significativa de totalidade do ser humano em sua inserção no contexto social, como
do Design com sua dinamicidade e geração criativa de soluções par problemas complexos. E
assim como afirma Megico “[...] Esta é a revolução. Sim, somos|seremos todos, de certa
forma, designers.” [grifo nosso], e como já sugeriu Mary Richmond a 100 anos atrás para
sermos artífices, quem sabe hoje, numa visão atualizada, nos assistentes sociais possamos
ser Artífices e Designers das Relações Sociais para o Bem-Estar, Qualidade de Vida e
Sustentabilidade Humana no século XXI, quem viver, verá.

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