Você está na página 1de 81

[Digite aqui] [Digite aqui]

1
MÓDULO 01: FUNDAMENTOS DA ÓPTICA GEOMÉTRICA

Os cinco sentidos do ser humano permitem que ele perceba o mundo à sua volta. De todos os sentidos, a visão é o que fornece
o maior número de informações e é aquele que permite ao homem o maior aprendizado do mundo que o cerca.
A Óptica é a parte da Física que explica, entre outras coisas, a visão que temos dos objetos e / ou de suas imagens, seja por
observação direta ou através de um instrumento. Isso é motivo suficiente para estudar esse conteúdo fascinante que é a Óptica.
A Óptica pode ser dividida, por questões didáticas, em dois grandes ramos: a Óptica geométrica e a Óptica física.
Aqui, vamos tratar da Óptica geométrica, que é a parte da Física que estuda determinados fenômenos luminosos sem a necessidade
de se conhecer a natureza física da luz. Por ora, vamos considerar que a luz é uma onda que se propaga pelo espaço, transmiti ndo
energia luminosa de um ponto a outro, e que é capaz de sensibilizar os nossos órgãos de visão.

CONCEITOS INICIAIS

Fontes de luz
Fonte de luz é todo objeto capaz de emitir luz ao espaço que o circunda. Podemos classificar as fontes luminosas com base em
diversos critérios, conforme está apresentado a seguir.

1. Quanto à natureza, a fonte luminosa pode ser:

PRIMÁRIA: aquela que emite luz própria (Sol, lâmpada acesa, vaga-lume, etc.).

SECUNDÁRIA: aquela que emite, por reflexão, a luz recebida de fontes primárias (Lua, planetas, parede, folha de papel, etc.).

2. Quanto à dimensão, a fonte de luz pode ser:

PONTUAL: se o seu tamanho for desprezível, quando comparado à distância de observação.

EXTENSA: se o seu tamanho não for desprezível, se comparado à distância de observação.

OBSERVAÇÃO

Na verdade, toda fonte de luz é extensa. Assim, se ela ilumina um objeto que se encontra muito distante dela, a fonte de luz pode
ser considerada uma fonte pontual.
[Digite aqui] [Digite aqui]

3. Quanto à cor de luz emitida, a fonte é classificada em: 2

MONOCROMÁTICA: aquela que emite luz de uma só cor (uma radiação de frequência única).

POLICROMÁTICA: aquela que emite luzes de diversas cores (várias radiações de diferentes frequências).

Considere uma lâmpada de vapor de sódio emitindo luz amarela, conforme mostrado na figura (a) a seguir. Se tomarmos uma
pequena porção dessa luz, entre as linhas pontilhadas, por exemplo, temos o chamado feixe de luz. Se imaginarmos tal feixe
infinitamente estreito, temos um raio de luz (ou raio luminoso). Dessa forma, podemos
considerar que a luz que sai da lâmpada é formada por uma infinidade de raios luminosos emitidos pela fonte, em todas as direções
em torno dela. Veja a figura (b) a seguir.

O feixe de luz, dependendo da posição entre os raios luminosos, pode ser classificado como feixe convergente, paralelo ou divergente,
respectivamente, como mostrado a seguir.

O que nós realmente vemos?

É importante, para começar, que você saiba que só é possível enxergar um objeto e / ou a sua imagem se a luz emitida por estes
chegar aos olhos do observador.

O objeto (ou a sua imagem) é visto, sempre, na direção do raio de luz que chega aos olhos do observador. A figura a seguir, fora
de escala, mostra um observador (O) mirando uma estrela (E) no céu. Observe o trajeto da luz que sai da estrela e vai ao observador
(EPO).

Como o raio de luz chega ao observador na direção IPO, este verá a imagem da estrela na posição I (chamada de posição aparente)
e não na posição real E, onde se encontra a estrela.
[Digite aqui] [Digite aqui]
É importante ressaltar que nenhum animal pode ver a luz. Nós enxergamos, apenas, os objetos que enviam a luz que chega
aos nossos olhos. No vácuo, fora da nossa atmosfera, por exemplo, a luz emitida por todas as estrelas corta o espaço sideral em 3
todas as direções. Estando em uma dessas regiões, um astronauta que olhar ao seu redor poderá ver o Sol, as estrelas, a Lua, os
planetas, etc., mas o restante do espaço é totalmente escuro (embora uma infinidade de raios de luz esteja cruzando aquela região).

Tipos de meios de propagação

Chamamos de meio de propagação qualquer região do espaço na qual a luz se propaga. Aqui, vamos classificar os meios apenas
para a luz visível. Assim, um meio pode ser:

1. TRANSPARENTE: é o meio no qual a luz se propaga de forma regular, permitindo que se possa enxergar, de forma nítida, através
dele. O ar, o vidro liso e a água cristalina, em pequenas quantidades, são exemplos de meios transparentes.

2. TRANSLÚCIDO: é o meio no qual uma parte da luz se propaga, porém de forma irregular. A luminosidade passa através dele, mas
a imagem formada não apresenta nitidez. O vidro canelado, plásticos leitosos e água suja são alguns exemplos.

3. OPACO: é o meio que não se deixa atravessar pela luz e, dessa forma, não se pode enxergar através dele. Como exemplos, temos
o corpo humano, uma parede, os metais, entre muitos outros.

OBSERVAÇÃO

A. Dependendo da espessura a ser atravessada pela luz, um meio transparente pode se tornar translúcido ou mesmo opaco. É o
caso, por exemplo, da água cristalina. Uma lagoa profunda, mesmo de águas claras, não nos permite ver o fundo.

B. Materiais opacos à luz visível podem ser translúcidos ou mesmo transparentes para outras radiações. Cita-se, por exemplo, o
corpo humano, que é relativamente transparente para os raios X. Da mesma forma, materiais transparentes para a luz visível podem
ser opacos a outras radiações. O vidro comum, por exemplo, é transparente à luz visível, mas é opaco ao infravermelho e ao
ultravioleta.

Princípios de propagação da luz

Nos meios de propagação que sejam transparentes, isotrópicos e homogêneos, podemos usar importantes princípios de propagação
da luz, a saber:

1. PROPAGAÇÃO RETILÍNEA: a luz se propaga, a partir da fonte, em linha reta. Isso quer dizer que a energia transmitida por um
raio luminoso viaja em movimento retilíneo através do meio.
[Digite aqui] [Digite aqui]

2. INDEPENDÊNCIA DOS RAIOS: dois ou mais raios ou feixes de luz se propagam independentemente da existência de outro(s) na 4
mesma região e no mesmo instante. Havendo cruzamento entre eles, cada um segue o seu caminho sem tomar conhecimento da
existência do(s) outro(s). Veja a seguir.

3. REVERSIBILIDADE: a trajetória seguida pela luz entre dois pontos quaisquer é exatamente a mesma indo do primeiro ponto ao
segundo ou voltando do segundo ponto ao primeiro. Veja o exemplo a seguir. Considere duas pessoas (O1 e O2) se olhando através
de um espelho (E). O observador 2 recebe a luz emitida pelo observador 1, segundo a trajetória amarela. O observador 1 recebe a
luz emitida pelo observador 2, conforme a trajetória azul. Tais caminhos são idênticos (eles foram ligeiramente deslocados, na figura
a seguir, para que você possa distinguir um do outro).

IMPORTANTE: conforme a informação anterior, se você enxerga


uma pessoa através de um espelho plano devidamente colocado,
a outra pessoa, com certeza, o estará vendo se olhar para o
mesmo ponto do espelho.

Alguns fenômenos ópticos

Quando uma onda luminosa atinge um objeto, alguns fenômenos ópticos podem ocorrer. Considere, por exemplo a luz que se propaga
no ar e chega à superfície da água d um aquário. Veja a figura a seguir. Ela mostra a ocorrência simultânea de três fenômenos:

1. REFLEXÃO: corresponde à parte do feixe luminoso que retorna ao meio de origem após atingir a superfície de separação,
mantendo o mesmo módulo da velocidade de propagação.

2. REFRAÇÃO: corresponde à parte do feixe luminoso que passa para a outra substância (muda o meio de propagação), alterando
a sua velocidade de propagação.

3. ABSORÇÃO: corresponde à parcela da radiação que é absorvida pela superfície que separa os dois meios (fica retida na superfície)
e que geralmente faz a substância aquecer.
[Digite aqui] [Digite aqui]
Considere que a energia que atinge a superfície tenha uma intensidade I0. A parte refletida, que volta ao meio de origem (o ar),
apresenta intensidade 60%I0, por exemplo. 5
Considere que a parcela refratada, que penetra na água, tenha intensidade 30%I0. Observe que, “nessa conta”, faltam 10% de I0.
Essa parcela é absorvida pela superfície
na incidência. Nesse caso, portanto, os três fenômenos acontecem simultaneamente.
A quantidade de energia refletida, refratada e absorvida depende de uma série de fatores, entre eles a natureza dos meios envolvidos
e o ângulo de incidência da radiação.

As radiações do espectro visível

A luz branca emitida pelo Sol é policromática e é formada pela combinação de infinitas radiações de frequências diferentes. O nosso
sistema visual identifica cada frequência diferente como sendo uma luz de cor distinta.
O espectro visível é composto, portanto, de uma infinidade de cores que vão do vermelho ao violeta. No espectro da luz visível,
podemos considerar sete cores básicas: vermelho, alaranjado, amarelo, verde, azul, anil e violeta. As radiações foram apresentadas
na ordem crescente de frequências.
Veja o espectro a seguir.

A mistura de todas as cores do espectro visível (radiações de luz) nos fornece o branco. Faça a experiência a seguir, bastante
ilustrativa, para comprovar que a mistura das cores básicas fornece a cor branca. Pegue um disco de papelão e pinte setores com as
cores básicas, conforme mostrado a seguir.

Coloque o disco a girar em torno do centro, em alta rotação, e observe. Uma vez que a nossa retina “guarda” uma informação por
uma fração de segundo, todas as cores vão se sobrepor sobre a retina. O resultado disso é a sensação de que o disco é branco.
Observe que estamos falando na mistura de radiações luminosas e não mistura de tintas (“pigmentos”). Se você misturar tintas de
todas as cores sobre uma folha de papel, por exemplo, é claro que o resultado não será o branco.
Para se obter o branco, não é necessário, entretanto, adicionar todas as cores. Existem algumas radiações, chamadas de cores
aditivas primárias, que, quando somadas, nos fornecem o branco. Um trio primário, muito usado, é o chamado RGB, empregado no
sistema de colorização do nosso sistema de televisão, e é formado pelas cores vermelho (R), verde (G) e azul (B). A mistura dessas
três radiações nos fornece o branco. Veja, na figura a seguir, que a mistura de apenas duas delas nos fornece
uma cor diferente. Observe que a adição de vermelho com azul fornece o magenta. A soma de azul com verde resulta em ciano. A
mistura de verde com vermelho produz o
amarelo. Veja, agora, a região central. Ela apresenta a cor branca pela adição das três cores primárias. Dependendo da parcela de
cada uma delas, podemos obter todas as outras cores do espectro.
[Digite aqui] [Digite aqui]
As cores dos objetos
6
A cor de um objeto é uma sensação que o nosso sistema visual tem quando recebe a luz daquele corpo. Assim, a sensação de cor é
pessoal, subjetiva e, possivelmente, pessoas diferentes percebem o mesmo objeto, nas mesmas circunstâncias, em cores distintas.
Mas, embora possamos perceber cores diferentes, damos a cada uma delas o mesmo nome, pois aprendemos que assim são
chamadas.

Assim, a cor de um objeto, percebida por um observador, não é uma característica intrínseca do objeto. A cor depende da estrutura
do material e, principalmente, da luz que incide sobre ele. Cada objeto, em geral, tem a capacidade de absorver, de refletir e de
transmitir (refratar) algumas das radiações que chegam a ele. Assim, enxergamos o objeto na cor da luz que ele reflete ou transmite.

Cores obtidas pela reflexão da luz

Veja a seguir um objeto branco sendo iluminado por luz branca e por luz azul. No primeiro caso, o objeto reflete todas as radiações e
o observador enxerga o objeto branco.
No segundo caso, o objeto, embora branco, reflete apenas o azul (única radiação que chegou a ele) e, portanto, será visto na cor
azul.

Considere a seguir um objeto azul sendo iluminado por luz branca e por luz azul. Na primeira situação, o objeto, sendo azul, reflete
apenas o azul. Na segunda, ele também reflete só o azul (única radiação que incide). Assim, nos dois casos, ele será visto na cor
azul.

E os objetos que são vistos como sendo pretos? Isso pode ocorrer em duas situações. Se o corpo é preto, ele será visto nessa cor
independentemente da radiação que chega a ele, uma vez que o corpo absorve toda a radiação que nele incide (e nada reflete). Veja
a seguir.
[Digite aqui] [Digite aqui]

Outra situação possível acontece quando um objeto colorido é iluminado por radiação de cor diferente da dele. 7
Veja na figura anterior. Um corpo azul é iluminado por luz verde. Sendo azul, ele só reflete luz azul. Como não chegou luz azul (apenas
verde), ele nada reflete e, portanto, será visto como sendo preto.

Você sabe que existem objetos cujas cores não se encontram no espectro da luz visível (marrom e cinza, por exemplo). Eles são
percebidos naquelas cores, pois refletem duas ou mais radiações, cuja adição nos fornece a referida cor (inexistente no espectro).

Cores obtidas pela transmissão da luz

Considere um objeto transparente, porém colorido, chamado de filtro colorido. Um bom exemplo é uma folha de papel celofane. Ao
ser iluminada, parte da radiação atravessa
por ela. Um observador, que recebe essa luz transmitida, terá a sensação de cor do objeto conforme mostrado na figura seguinte.
Considere um celofane azul.

Sendo azul, o filtro só se deixa atravessar pela radiação azul. Se iluminado por luz branca, apenas o azul o atravessa e cheg a aos
olhos do observador do outro lado.
Tal observador verá o celofane azul. Se ele for iluminado por radiação de quaisquer outras cores, exceto o azul, todas elas serão
absorvidas ou refletidas pelo celofane. Dessa forma, nenhuma radiação atravessa a folha e o observador do outro lado enxerga o
celofane como sendo preto. Você já deve ter visto holofotes (ou spots) iluminando festas ou shows. A luz branca de uma lâmpada sai
pelo filtro apenas na radiação correspondente à cor do filtro colocado à sua frente.
Dessa forma, se dois filtros de cores diferentes (presentes no espectro) são justapostos e iluminados por luz branca, nenhuma
radiação os atravessa e, vistos pelo outro lado,
eles vão se mostrar negros.

APLICAÇÕES

Câmara escura
Considere uma caixa fechada, com um pequeno orifício numa das paredes e com uma folha de papel de seda, papel manteiga ou
papel heliográfico – todos brancos e translúcidos – na parede oposta. Se uma fonte de luz (seja primária ou secundária) estiver à
frente do orifício, ela envia luz para o interior da caixa, através do orifício, e uma imagem será formada na folha da parede oposta. O
seu funcionamento está baseado no princípio da propagação retilínea da luz.
Veja a seguir.
[Digite aqui] [Digite aqui]
Considere uma árvore à frente do orifício. Veja a figura anterior. O observador que olhar através do papel verá uma imagem da
árvore, projetada sobre a folha, que é invertida, tanto vertical quanto horizontalmente, como consequência da propagação reti línea 8
dos raios de luz. Se conhecemos a altura da imagem (h), a distância da árvore ao orifício (Y) e o comprimento da caixa (X), por
semelhança dos triângulos destacados, podemos calcular a altura (H) da árvore, ou seja:

Formação de sombras e penumbras


Na maioria das situações do cotidiano, a luz se propaga em linha reta. Uma consequência importante, relacionada a esse
comportamento, refere-se à formação de sombras e penumbras em um anteparo.

Considere uma fonte pontual colocada a certa distância de uma parede. Considere ainda uma esfera opaca entre a parede e
a fonte, conforme mostra a figura a seguir.
Dos raios provenientes da fonte, alguns passam ao redor da esfera, atingindo a parede e iluminando-a. Os outros são
interceptados pela esfera e não atingem a parede.
A região da parede que receberia tais raios, caso a esfera não estivesse ali, é chamada de sombra. Essa região é escura porque
não recebe nenhuma luz proveniente da fonte. Alguém que se colocasse na sombra (ou mesmo no cone de sombra indicado na
figura) não poderia enxergar a fonte de luz.

Considere a mesma situação anterior, exceto pelo fato de que a fonte agora é extensa, conforme representado na figura a seguir.
Nesse caso, além da formação de sombra, percebemos um anel semiescuro em volta da sombra, que vai clareando à medida que
se afasta do centro dela. Essa região é chamada de penumbra. Observe que os contornos da sombra e da penumbra não são bem
definidos. Traçando alguns raios provenientes da fonte, será fácil perceber que a penumbra é iluminada pela fonte apenas
parcialmente.
Veja que os raios provenientes da parte de baixo da fonte atingem e iluminam predominantemente a porção inferior da
penumbra. Analogamente, os raios provenientes da parte de cima da fonte atingem predominantemente a parte superior da penumbra.

Se um observador se colocar na parte de baixo da penumbra, verá apenas a porção inferior da fonte, e quem estiver na parte
de cima da penumbra vai enxergar apenas a porção superior da fonte. Uma pessoa que estiver na região iluminada enxergará toda
a fonte (ainda que a esfera esteja à sua frente).
[Digite aqui] [Digite aqui]
Eclipses do Sol e da Lua
9
Como o Sol é uma fonte extensa, os raios luminosos que vão para a Terra e para a Lua, ao encontrarem uma delas pelo caminho,
formam regiões de sombras e de penumbras
na outra. O eclipse é um fenômeno celeste envolvendo, pelo menos, dois astros e um observador. Nesse fenômeno, um dos astros
deixa de ser visível, total (quando o observador se coloca no cone de sombra gerado pelo outro astro) ou parcialmente (quando o
observador se localiza na região de penumbra gerada pelo outro astro). Assim, um eclipse está relacionado à propagação retilínea
da luz e, para aqueles que mais nos interessam, à geometria do sistema Sol-Terra-Lua. Para que exista um eclipse, visto da Terra, é
necessário que o Sol, a Terra e a Lua estejam alinhados.
O eclipse do Sol ocorre durante o dia de Lua Nova, pois esta se coloca entre o Sol e a Terra. O eclipse da Lua acontece na noite de
Lua Cheia, uma vez que a Terra se encontra entre o Sol e Lua. A ilustração a seguir, fora de escala, mostra os eclipses lunar e solar.

Veja que, na parte esquerda da figura, a Lua Cheia está no cone de sombra da Terra. Assim, a Lua Cheia deixa de ser vista da Terra
(eclipse total da Lua). Quando a Lua Cheia passa pela região de penumbra da Terra (não mostrada na figura), temos um eclipse
parcial, uma vez que parte da Lua continua visível o tempo todo. Na parte direita da figura, o cone de sombra da Lua se projeta sobre
a Terra. Assim, os observadores colocados na região de sombra projetada pela Lua (círculo preto) não poderão ver o Sol (eclipse
total do Sol). Para os observadores da Terra, colocados na região de penumbra da Lua (em torno do círculo preto), ocorre um eclipse
parcial do Sol (não indicado na figura). Nesse mesmo instante, para os habitantes que se encontram na região iluminada da Terra
(não mostrada na figura), não ocorre o eclipse. Assim, o eclipse do Sol, quando acontece, será visível apenas em pequenas regiões
da Terra. Veja a seguir
fotografias dos eclipses do Sol e da Lua.

Os eclipses são raros de ocorrer, principalmente do Sol, pois os planos de órbita da Terra e da Lua não coincidem (defasados de 5°).
Dessa forma, poucas vezes os três astros estão alinhados. A distância Terra-Lua é variável e, assim, existe uma posição em que a
Lua está mais distante da Terra.
Se nessa posição é Lua Nova e os três astros estão alinhados, pode ocorrer um eclipse solar mais raro ainda. Observe a figura a
seguir, fora de escala, que caracteriza a situação indicada. Veja que a Terra está, na região de penumbra da Lua, fora do cone de
sombra e além do seu vértice.
[Digite aqui] [Digite aqui]

Os habitantes que se encontram, nesse momento, no círculo negro recebem apenas a luz dos bordos do Sol. Assim, a parte 10
central do Sol está obstruída pela Lua (eclipse solar), mas um anel luminoso será visto em torno da Lua (eclipse anular).
A visão desse eclipse está mostrada na foto seguinte. Um eclipse como esse ocorreu em 15 de janeiro de 2010.

Olhando para o passado

A velocidade da luz, tanto no ar como no vácuo, é muito grande, porém finita. O seu valor aproximado é de 3,0 x 10 8 m/s (300 000
km/s). Isso quer dizer que ela gasta um tempo não nulo para percorrer determinada distância. A distância Terra-Sol é, em média, de
1,5 x 1011 m. Assim, a luz do Sol gasta, aproximadamente, 500 s (cerca de 8 minutos) para chegar à Terra. Nós enxergamos um
objeto quando a luz emitida por ele chega ao nosso sistema visual. Como a luz do Sol gasta 8 minutos para chegar à Terra, nós o
vemos como ele era, no instante em que emitiu a luz. Ou seja, vemos, em cada momento, um Sol de 8 minutos atrás.
Com o objetivo de facilitar o entendimento de uma medição, as unidades devem estar de acordo com a grandeza a ser medida.
Quando queremos medir a espessura de uma folha de papel, usamos o milímetro; para medir a altura de uma pessoa, preferimos o
metro; para estimar distâncias entre cidades, é usual o quilômetro. Estrelas estão muito distantes da Terra. Para determinar tais
distâncias, preferimos uma unidade chamada ano-luz. Ela se refere à distância percorrida pela luz em um ano. Assim, ano-luz é uma
unidade de distância (D), e não de tempo (t).

Um ano (365 dias de 24 h cada) apresenta:

t = (1.365.24.60.60) = 31 536 000 segundos

t = 3,2 x 107 s

Como a velocidade da luz no espaço é constante, podemos calcular a distância percorrida pela luz em um ano da seguinte maneira:

D = v∙t = 3,0 x 108 ∙3,2 x 107 = 9,6 x 1015 m

D = 1 ano-luz = 9,6 x 1015 m

A segunda estrela mais próxima da Terra, visível a olho nu, é a Alfa, da constelação de Centauro. A sua distância à Terra é de 4,3
anos-luz. Isso quer dizer que recebemos a luz que saiu de Alfa e, portanto, a enxergamos como ela era há 4,3 anos. Temos estrelas
a centenas, milhões, bilhões de anos-luz da Terra. Nós as vemos como elas eram no momento em que elas emitiram a luz. Muitas
das estrelas que estão no nosso céu já “morreram” há muito tempo. Como a luz enviada por elas ainda está a caminho da Terra, nós
ainda as enxergamos. Várias das novas estrelas, surgidas no Universo, jamais serão vistas em nossa vida, uma vez que a luz emitida
por elas ainda não chegou a nós e nem chegará até nossos dias finais.
Dessa forma, quando você olha para o céu, você está enxergando o passado. Um passado “plural”, pois está vendo cada estrela
como ela era há dezenas, milhares, bilhões de anos atrás!

Agora, me responda: a Óptica não é um assunto muito fascinante?


[Digite aqui] [Digite aqui]
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
11
01. (UFMG) Marília e Dirceu estão em uma praça iluminada por uma única lâmpada.
Assinale a alternativa em que estão corretamente representados os feixes de luz que permitem a Dirceu ver Marília.

02. (UEMA) Se o Sol “apagasse”, ou seja, se sua luz deixasse de ser emitida, após uma hora de ocorrência desse fato, um
sobrevivente, olhando o céu sem nuvens, veria

A) somente a Lua. D) uma completa escuridão


B) as estrelas. E) a Lua e as estrelas.
C) a Lua e o Sol apagados.
.

03. (EFOA-MG) Em uma situação, ilustrada na figura 1, uma lâmpada e um observador têm, entre si, uma lâmina de vidro colorida.
Em outra situação, ilustrada na figura 2, ambos, a lâmpada e o observador, encontram-se à frente de uma lâmina de plástico colorida,
lisa e opaca. Mesmo sendo a lâmpada emissora de luz branca, em ambas as situações o observador enxerga as lâminas como sendo
de cor verde.

Pode-se, então, afirmar que, predominantemente,


A) o vidro reflete a luz de cor verde, absorvendo as outras cores, e o plástico transmite a luz de cor verde, absorvendo as outras
cores.
B) o vidro absorve a luz de cor verde, transmitindo as outras cores, e o plástico absorve a luz de cor verde, refletindo as outras cores.
C) o vidro transmite a luz de cor verde, absorvendo as outras cores, e o plástico absorve a luz de cor verde, refletindo as outras cores.
D) o vidro absorve a luz de cor verde, transmitindo as outras cores, e o plástico reflete a luz de cor verde, absorvendo as outras cores.
E) o vidro transmite a luz de cor verde, absorvendo as outras cores, e o plástico reflete a luz de cor verde, absorvendo as outras
cores.

04. (UFF-RJ) Para determinar a que altura H uma fonte de luz pontual está do chão, plano e horizontal, foi realizada a seguinte
experiência. Colocou-se um lápis de 0,10 m,
perpendicularmente sobre o chão, em duas posições distintas: primeiro em P e depois em Q. A posição P está exatamente na vertical
que passa pela fonte e, nessa posição, não há formação de sombra do lápis, conforme ilustra esquematicamente a figura. Na posição
Q, a sombra do lápis tem comprimento 49 (quarenta e nove) vezes menor que a distância entre P e Q. A altura H é, aproximadamente,
igual a

A) 0,49 m. C) 5,0 m. E) 3,0 m. B) 1,5 m. D) 1,0 m.


[Digite aqui] [Digite aqui]
05. (Unifor-CE) O esquema representa o alinhamento do Sol, da Terra e da Lua no momento de um eclipse. Nesse instante, uma
pessoa situada no ponto A observará um eclipse 12

A) parcial da Lua. B) total da Lua. C) anular do Sol. D) parcial do Sol . E) total do Sol.

EXERCÍCIOS PROPOSTOS
01. (FGV-SP–2010) O vendedor de churros havia escolhido um local muito próximo a um poste de iluminação. Pendurado no interior
do carrinho, um lampião aceso melhorava as condições de iluminação. Admitindo que o centro de todos os elementos da figura,
exceto as finas colunas que suportam o telhado do carrinho, estão no mesmo plano vertical, considerando apenas as luzes emitidas
diretamente do poste e do lampião e tratando-os como os extremos de uma única fonte extensa de luz, a base do poste, a lixeira e o
banquinho, nessa ordem, estariam inseridos em regiões classificáveis como

A) luz, sombra e sombra. D) penumbra, sombra e sombra.


B) luz, penumbra e sombra. E) penumbra, penumbra e penumbra.
C) luz, penumbra e penumbra.

02. (UNESP-SP–2010) Um professor de Física propôs aos seus alunos que idealizassem uma experiência relativa ao fenômeno
luminoso. Pediu para que eles se imaginassem numa sala completamente escura, sem qualquer material em suspensão no ar e cujas
paredes foram pintadas com uma tinta preta ideal, capaz de absorver toda a luz que incidisse sobre ela. Em uma das paredes da
sala, os alunos deveriam imaginar uma fonte de luz emitindo um único raio de luz branca que incidisse obliquamente em um extenso
espelho plano ideal, capaz de refletir toda a luz nele incidente, fixado na parede oposta àquela na qual o estudante estaria encostado
(observe a figura).
Se tal experiência pudesse ser realizada nas condições ideais propostas pelo professor, o estudante dentro da sala

A) enxergaria somente o raio de luz.


B) enxergaria somente a fonte de luz.
C) não enxergaria nem o espelho, nem o raio de luz.
D) enxergaria somente o espelho em toda sua extensão.
E) enxergaria o espelho em toda sua extensão e também o raio de luz.
[Digite aqui] [Digite aqui]
03. (FCMMG) Filomena está curiosa para saber a altura de um rapaz que está em pé, esperando o ônibus. Observa que o Sol das
10 h da manhã forma uma sombra do rapaz, a qual ocupa 5 lajotas quadradas de 20 cm de lado. Ela sabe que, nesse dia, o Sol 13
nasceu às 6 h e ao meio-dia estará a pino. Filomena determinou que a altura do rapaz é de

A) 1,5 m.
B) 1,6 m.
C) 1,7 m.
D) 1,8 m.

04. (FMTM-MG) O princípio da reversibilidade da luz fica bem exemplificado quando

A) holofotes iluminam os atores em um teatro.


B) se observa um eclipse lunar.
C) um feixe de luz passa pela janela entreaberta.
D) a luz polarizada atinge o filme fotográfico.
E) duas pessoas se entreolham por meio de um espelho.

05. (UFRN–2010) A coloração das folhas das plantas é determinada, principalmente, pelas clorofilas a e b – nelas presentes –, que
são dois dos principais pigmentos responsáveis pela absorção da luz necessária para a realização da fotossíntese. O gráfico a seguir
mostra o espectro conjunto de absorção das clorofilas a e b em função do comprimento de onda da radiação solar visível.

Com base nessas informações, é CORRETO afirmar que, para realizar a fotossíntese, as clorofilas absorvem, predominantemente,

A) o violeta, o azul e o vermelho, e refletem o verde.


B) o verde, e refletem o violeta, o azul e o vermelho.
C) o azul, o verde e o vermelho, e refletem o violeta.
D) o violeta, e refletem o verde, o vermelho e o azul.

06. (UEPB) Durante o Maior São João do Mundo, realizado na cidade de Campina Grande, um estudante de Física, ao assistir a um
show, decidiu observar o comportamento dos feixes de luz emitidos por três canhões, os quais emitiam luz nas seguintes cores:
canhão A – luz azul; canhão B – luz verde; canhão C – luz vermelha, como mostra a figura a seguir. Considerando que os três feixes
de luz têm a mesma intensidade e se cruzam na posição 4, as cores vistas pelo estudante nas regiões iluminadas 1, 2 e 3 do palco
e na posição 4 são, respectivamente,

A) vermelha, verde, azul e branca.


B) branca, azul, verde e vermelha.
C) amarela, vermelha, verde e azul.
D) vermelha, verde, azul e preta.
E) branca, branca, branca e branca.
[Digite aqui] [Digite aqui]

07. (UFMG) Um feixe de luz do Sol é decomposto ao passar por um prisma de vidro. O feixe de luz visível resultante é composto de 14
ondas com

A) apenas sete frequências, que correspondem às cores vermelha, alaranjada, amarela, verde, azul, anil e violeta.
B) apenas três frequências, que correspondem às cores vermelha, amarela e azul.
C) apenas três frequências, que correspondem às cores vermelha, verde e azul.
D) uma infinidade de frequências, que correspondem a cores desde a vermelha até a violeta.

08. (UFPB) As folhas de uma árvore, quando iluminadas pela luz do Sol, mostram-se verdes porque

A) refletem difusamente a luz verde do espectro solar.


B) absorvem somente a luz verde do espectro solar.
C) refletem difusamente todas as cores do espectro solar, exceto o verde.
D) difratam unicamente a luz verde do espectro solar.
E) a visão humana é mais sensível a essa cor.

09. (Unimontes-MG) Um objeto é iluminado com luz branca, dentro de uma vitrine, cujo vidro é um filtro de luz que só deixa passar a
luz de cor vermelha. Para que esse objeto
seja visível através da vitrine, sua cor pode ser

A) apenas branca.
B) apenas vermelha.
C) qualquer uma, menos vermelha ou branca.
D) vermelha ou branca.

10. (UFU-MG–2010) Ao olhar para um objeto (que não é uma fonte luminosa), em um ambiente iluminado pela luz branca, e constatar
que ele apresenta a cor amarela, é CORRETO afirmar que

A) o objeto absorve a radiação cujo comprimento de onda corresponde ao amarelo.


B) o objeto refrata a radiação cujo comprimento de onda corresponde ao amarelo.
C) o objeto difrata a radiação cujo comprimento de onda corresponde ao amarelo.
D) o objeto reflete a radiação cujo comprimento de onda corresponde ao amarelo.

11. (FUVEST-SP–2010) Astrônomos observaram que a nossa galáxia, a Via Láctea, está a 2,5 × 10 6 anos-luz de Andrômeda, a
galáxia mais próxima da nossa. Com base nessa informação, estudantes em uma sala de aula afirmaram o seguinte:

I. A distância entre a Via Láctea e Andrômeda é de 2,5 milhões de km.


II. A distância entre a Via Láctea e Andrômeda é maior que 2 × 1019 km.
III. A luz proveniente de Andrômeda leva 2,5 milhões de anos para chegar à Via Láctea.

Dados: 1 ano tem aproximadamente 3 x 10 7 s; velocidade da luz = 3 x 105 km/s

Está correto apenas o que se afirma em

A) I. C) III. E) II e III.
B) II. D) I e III.

12. (UFTM-MG–2010) Para medir distâncias utilizando-se das propriedades geométricas da luz, um estudante providencia uma caixa
cúbica, de aresta 16 cm. Após pintar o interior com tinta preta, faz um orifício no centro de uma das faces e substitui a face oposta ao
orifício por uma folha de papel vegetal. Feito isso, aponta o orifício para uma porta iluminada, obtendo dela uma imagem nítida,
invertida e reduzida, projetada sobre a folha de papel vegetal. Sabendo-se que a altura da imagem observada da porta é 14 cm e que
a altura da porta é 2,15 m, conclui-se que a distância aproximada, em metros, entre o orifício da caixa e a porta é

A) 0,9.
B) 1,8.
C) 2,5.
D) 3,5.
E) 4,8.
[Digite aqui] [Digite aqui]
13. (Fatec-SP) Mediante uma câmara escura de orifício, obtém-se uma imagem do Sol, conforme o esquema a seguir:
15

Dados: distância do Sol à Terra a = 1,5 x 10 11 m; distância do orifício ao anteparo b = 1,0 m; diâmetro da imagem d = 9,0 mm.
Podemos concluir que o valor aproximado para o diâmetro D do Sol é
A) 1,7 x 1010 m. B) 1,4 x 109 m C) 1,7 x 10 7 m. D) 1,4 x 1012 m. E) 2,8 X 1010m
.

14. (UFMT) Considere dois observadores, um na Terra e outro no planeta Marte. O observador na Terra vê, à meia-noite, o planeta
Marte no ponto mais alto no céu, sobre sua cabeça.
À meia-noite, no planeta Marte, o observador de lá

A) vê a Terra no ponto mais alto sobre sua cabeça.


B) não vê a Terra.
C) vê a Terra entre Vênus e Júpiter.
D) vê a Terra em conjunção com Mercúrio e o Sol.
E) verifica que a luz do Sol refletida pela Terra é imperceptível devido à grande distância.

15. (UEL-PR) Durante um eclipse solar, um observador,

A) no cone de sombra, vê um eclipse parcial.


B) na região da penumbra, vê um eclipse total.
C) na região plenamente iluminada, vê a Lua eclipsada.
D) na região plenamente iluminada, não vê o eclipse solar.

16. (UEL-PR–2010) Dois são os lugares do planeta no firmamento, o aparente e o verdadeiro. O aparente é determinado pela linha
reta traçada do olho do observador
ao centro do planeta observado e o verdadeiro é aquele marcado pela linha reta lançada do centro da terra ao centro do planeta
observado. A paralaxe não é outra coisa que aquele espaço no céu (ângulo α) que está compreendido entre as duas linhas, a do
lugar aparente e a do lugar verdadeiro.
Carta de Galileu Galilei a Francisco Ingoli. São Paulo: Scientiae
Studio. v. 3, n. 3. p. 481-482. 2005 (Adaptação).

O texto refere-se à intenção de Galileu de provar que o Sol estava no centro do universo. Por meio desse texto, Galileu explica a
Francisco Ingoli o que é a paralaxe.
Observe a figura a seguir:

Com base no texto e na figura, analise as afirmativas a seguir:


I. Para um observador em P, a paralaxe da Lua é maior que a paralaxe de Júpiter.
II. Quanto mais próximo estiver um observador do lugar verdadeiro, maior a paralaxe do planeta observado.
III. A paralaxe do Sol é menor para um observador em Q do que para um observador em P.
IV. Para um observador em P, quanto maior o afastamento de um planeta em relação à Terra, menor será sua paralaxe.

Assinale a alternativa correta.


A) Somente as afirmativas I e II são corretas. D) Somente as afirmativas I, III e IV são corretas.
B) Somente as afirmativas I e III são corretas. E) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.
C) Somente as afirmativas II e IV são corretas.
[Digite aqui] [Digite aqui]
GABARITO
16
Fixação
01. A 02. B 03. E 04. C 05. E
Propostos
01. A 02. C 03. C 04. E 05. A 06. A 07. D 08. A
09. D 10. D 11. E 12. C 13. B 14. B 15. D 16. D

MÓDULO 02 : REFLEXÃO DA LUZ

A reflexão é o fenômeno luminoso pelo qual a luz, após atingir uma superfície, continua no mesmo meio de propagação inicial.
A reflexão é um fenômeno físico muito presente em nosso cotidiano e é responsável pela visão que temos dos objetos que nos
cercam, tanto no que se refere à sua forma como também à sua cor. Conforme visto anteriormente, enxergamos os objetos, fontes
secundárias de luz, pela luz que eles refletem. Além disso, a utilização dos espelhos só é possível devido à reflexão. A figura a seguir
mostra a luz de uma lanterna que sofre reflexão ao atingir um espelho. Observe, com atenção, que a parte de trás do espelho é a
superfície refletora (a parte da frente é um vidro transparente). Neste estudo, vamos considerar, exceto quando for especificado o
contrário, que os nossos espelhos têm espessura desprezível. Assim, a reflexão vai ocorrer na face que recebe a luz.

A reflexão sofrida pela luz é regida por duas leis, chamadas Leis da Reflexão. Considere um raio luminoso que chega à superfície
refletora, chamado de raio incidente (RI). No ponto de incidência, traçamos uma reta imaginária, perpendicular à superfície, chamada
de reta normal (N). O raio que continua no meio inicial de propagação, após ser refletido na superfície, é chamado de raio refletido
(RR).
Considere que i seja o ângulo entre o raio incidente e a normal à superfície (ângulo de incidência). Seja r o ângulo entre o raio refletido
e a normal (ângulo de reflexão). Veja
a figura a seguir.

Leis da Reflexão:

• 1ª Lei: RI, N e RR são coplanares (estão sempre contidos no mesmo plano).


• 2ª Lei: Os ângulos de incidência e de reflexão são sempre congruentes (i = r).
[Digite aqui] [Digite aqui]
Quando a luz incide sobre uma superfície, ela pode ser refletida de duas maneiras diferentes, conforme representado a seguir.
Na primeira figura, a reflexão é chamada de especular (ou regular) e ocorre em superfícies polidas, como um espelho ou uma lâmina 17
de água parada.
Na outra figura, a reflexão é difusa (ou irregular) e acontece quando a luz atinge superfícies rugosas, tais como uma parede,
uma folha de caderno ou o rosto de uma pessoa. Esse tipo de reflexão permite que você possa enxergar e ler o texto impresso nas
páginas deste livro de qualquer posição que olhar, pois a luz refletida pelas páginas difunde-se (espalha) em todas as direções.

Na figura anterior, à esquerda, você percebe claramente que as duas Leis da Reflexão são obedecidas. Agora, pense e
responda: as duas Leis da Reflexão valem na reflexão difusa (figura da direita)?

ESPELHO PLANO
Neste estudo, vamos trabalhar apenas com objetos reais, que são corpos que não são formados por prolongamentos dos raios
de luz (refletidos ou refratados). Assim, inicialmente, serão aqueles corpos colocados à frente dos dispositivos ópticos. Um espelho
plano é uma superfície plana e polida que reflete a luz de forma regular. Na figura a seguir, representamos um objeto pontual O à
frente de um espelho plano vertical. Nela, estão representados dois raios de luz que partiram do objeto e incidiram no espelho. Os
raios refletidos pelo espelho foram traçados levando-se em conta as Leis da Reflexão. Os raios refletidos pelo espelho não se cruzam
e, portanto, são divergentes. Assim, devemos traçar o que chamamos de prolongamento do raio refletido, um segmento de reta na
direção do raio refletido e no sentido oposto a ele.

Observe que os prolongamentos dos raios refletidos (traços pontilhados) se encontram no ponto I, atrás do espelho. Esse ponto
corresponde à imagem do objeto, formada pelo
espelho. Um observador, diante do espelho, enxerga essa imagem porque seus olhos recebem os raios de luz como se estes
estivessem saindo da imagem I. Toda imagem
de um objeto real formada por prolongamentos de raios refletidos é chamada de imagem virtual. Uma imagem desse tipo não
pode ser projetada em uma tela, pois ela
não tem existência física real (nenhuma luz chega, de fato, onde está a imagem). A figura a seguir mostra um dos raios de luz
refletidos pelo espelho. Os triângulos destacados (OPQ e IPQ) são congruentes, e as suas bases são iguais (IP = OP). Veja que a
linha azul (OPI) é perpendicular ao espelho – linha de simetria. Em todo espelho plano, o objeto e a sua imagem estão sobre a linha
de simetria. Dessa forma, não é necessário desenhar os raios incidentes e refletidos para localizar a imagem.
[Digite aqui] [Digite aqui]
Assim, podemos destacar três fatos importantes a respeito da imagem formada pelo espelho plano:
1. A imagem é sempre virtual. 18
2. O objeto e a imagem estão sobre uma linha perpendicular ao espelho (linha de simetria).
3. A distância do objeto ao espelho (DO) é igual à distância da imagem ao espelho (DI).

Veja a seguir a posição das imagens (I) de alguns objetos (O) colocados à frente de um espelho plano (E).

Observe, na figura anterior, que o objeto O 3, mesmo estando em uma região “fora do espelho”, teve sua imagem I 3 formada sobre a
linha de simetria e à mesma distância do espelho que o objeto O 3. Assim, todo objeto colocado na parte anterior de um espelho plano
tem sua imagem formada por este. Se o objeto for extenso, cada ponto dele terá uma imagem formada sobre a linha de simetria e à
mesma distância do espelho que o ponto objeto.
Veja, a seguir, a imagem de um boneco formada por um espelho colocado na vertical. O boneco carrega uma caixa quadrada
(vermelha) e outra triangular (verde) nas mãos direita e esquerda, respectivamente. Sejam HO e HI as alturas e LO e LI as larguras do
boneco e da sua imagem.
Vamos colocar o boneco de duas maneiras: primeiro, paralelo ao espelho e, depois, perpendicular a este.

Observe que as linhas de simetria nos permitem determinar as imagens de cada ponto do objeto, à mesma distância que cada um
deles se encontra do espelho. Assim, podemos concluir que em todo espelho plano, colocado na vertical,

1. as dimensões do objeto e da imagem são iguais e independentes das distâncias (H I = HO e LI = LO).


2. a direção vertical da imagem e do objeto não sofre inversão – a imagem formada é DIRETA (boneco e imagem de cabeça para
cima).
3. a imagem é simétrica, em relação ao objeto, nas direções horizontais (inversão lateral direito-esquerda e inversão de profundidade).

Se o espelho estiver na horizontal ou inclinado, as duas últimas conclusões não se aplicam. Assim, quando for o caso, convém
você determinar a imagem (usando a simetria) e analisar cada caso. Veja as figuras a seguir.
[Digite aqui] [Digite aqui]
Campo visual do espelho plano
19
Outro ponto importante diz respeito ao campo visual do espelho plano, que é definido como a região onde um observador deve
se posicionar para poder enxergar a imagem de um objeto fixo. Esse campo pode ser encontrado traçando-se os raios incidentes,
originados do objeto, e os respectivos raios refletidos nas duas extremidades do espelho, conforme ilustrado na figura a seguir. A
região azul, compreendida entre o espelho (E) e os dois raios refletidos (RR), representa o campo visual do espelho para o objeto o
da figura. De qualquer lugar dessa região, o observador pode ver a imagem do objeto. Estando fora dela, o observador não verá a
imagem, embora esta continue a existir na mesma posição de simetria. Para facilitar o traçado dos raios refletidos, convém desenhar
a imagem (I), na linha de simetria, e traçar um seguimento de reta passando pela imagem e pelas extremidades do espelho.

Em algumas situações, o observador está fixo, enquanto queremos saber a região onde um ou mais objetos devem ser
colocados para que o observador possa enxergar as suas imagens. A determinação dessa região é feita de forma semelhante ao
caso anterior. Traçamos dois raios de luz incidentes e dois raios de luz refletidos, tendo como base as extremidades do espelho e o
observador (ao invés do objeto). Ou seja, determinamos a “imagem do observador” por simetria. A região entre o espelho e os raios
refletidos corresponderá ao local onde qualquer objeto deverá ser colocado para que a sua imagem possa ser vista por aquele
observador fixo.

Associação de espelhos planos

Quando dois espelhos planos, E1 e E2, são postos frente a frente, segundo um ângulo θ (em graus), a imagem I1 de um objeto
(o), formada pelo espelho E1, se comporta como objeto para o prolongamento do espelho E2 e vice-versa. Assim, os dois espelhos
produzem múltiplas imagens. O número total (N) de imagens formadas pelos dois espelhos é dado por:

Observe que,

1. se 360°/θ for par, para qualquer posição do objeto entre os espelhos, o observador verá N imagens.
2. se 360°/θ for ímpar, o observador verá N imagens apenas se o objeto estiver equidistante dos espelhos.

Para θ = 90°, temos 3 imagens (360/90 – 1 = 3). Elas estão representadas na figura a seguir. Observe que as imagens e o objeto
estão numa circunferência cujo centro coincide com o ponto comum entre os espelhos. Veja, ainda, que as imagens I3 e I4 são
coincidentes e, portanto, enxergamos apenas uma delas.
[Digite aqui] [Digite aqui]
20
Veja, a seguir, uma foto das imagens formadas pelos espelhos conjugados

Translação e rotação de objetos e espelhos

Considere um objeto colocado a uma distância D de um espelho plano (E). Se o objeto for deslocando de uma distância d, sendo
aproximado ou afastado do espelho, com velocidade constante v, a sua imagem se desloca da mesma quantidade. Veja a seguir que
a simetria da imagem nos garante isso.

Analisando a figura anterior, chegamos a duas conclusões importantes:


1. A imagem e o objeto se deslocam, em relação ao espelho, ao mesmo tempo e na mesma quantidade. Assim, eles têm velocidades
de mesmo módulo v em relação ao espelho, porém de sentidos opostos. Logo, a velocidade da imagem, em relação ao objeto, terá
módulo igual a 2v.
2. A imagem virtual se desloca, em relação ao dispositivo óptico, da mesma forma que o objeto. Ou seja, se o objeto se afasta (ou
se aproxima) do espelho, a imagem também se afasta (ou se aproxima) do espelho. Isso vale para qualquer imagem virtual (inclusive
nos futuros casos), sendo essa uma informação útil que deve ser memorizada.

Agora, vamos considerar que o espelho foi deslocado. Considere um objeto colocado a uma distância D de um espelho plano
(E). Se o espelho for deslocado de uma distância d, se aproximando ou se afastando do objeto, a imagem do objeto será deslocada
de 2d. Veja a seguir. Na primeira figura, a distância objeto-imagem é: OI = D + D = 2D. Na segunda, a distância objeto-imagem é: OI’
= (D + d) + (D + d) = 2D + 2d.
Assim, a distância entre as imagens (deslocamento da imagem) é a diferença entre as medidas anteriores, ou seja, 2d. Veja ainda
que, se a velocidade do espelho em relação ao objeto é v, a velocidade da imagem em relação ao espelho tem módulo v, mas em
relação ao objeto tem módulo 2v.
[Digite aqui] [Digite aqui]
Se um raio de luz incide sobre um espelho, formando um ângulo θ com a normal, ele é refletido, formando o mesmo ângulo com
a normal (2ª Lei da Reflexão). Isso nos permite concluir que, se o raio incidente gira em relação ao espelho de um ângulo α, o raio 21
refletido gira do mesmo ângulo α. Assim, os raios incidente e refletido giram com a mesma velocidade angular. Veja a seguir.

Se o espelho gira, em relação à luz incidente, de um ângulo α, o raio refletido gira o dobro desse ângulo, ou seja, o raio refletido
gira de um ângulo 2α. Veja a seguir. O ângulo entre os raios incidente e refletido (δ1), na primeira figura, é igual a δ1 = θ + θ, ou seja,
δ1 = 2θ. Após girar o espelho de α (a normal também gira de α), os ângulos de incidência e de reflexão passam para θ + α, cada um.

Assim, o ângulo (δ2) entre os raios incidente e refletido, na segunda figura, será δ2 = (θ + α) + (θ + α) = 2θ + 2α. A diferença entre
δ2 e δ1 corresponde ao ângulo que o raio refletido gira, ou seja: δ2 – δ1 = (2θ + 2α) – (2θ) = 2α. Logo, se o espelho gira com
velocidade angular ω, o raio refletido gira com velocidade angular 2ω.
O fato anterior tem uma aplicação prática muito importante. Alguns aparelhos de medição, que usam ponteiros que se deslocam
numa escala, têm afixado no ponteiro um pequeno espelho plano. Um feixe de luz incide no espelho e o raio refletido é projetado
sobre o zero de uma escala. Quando o ponteiro gira, indicando funcionamento, o raio refletido pelo espelho gira o dobro desse valor
e se desloca bastante, indicando a leitura a ser efetuada. Isso permite que a sensibilidade do aparelho seja ajustada de acordo com
a necessidade.

EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO

01. (UFMG) Observe a figura:

Nessa figura, dois espelhos planos estão dispostos de modo a formar um ângulo de 30º entre eles. Um raio luminoso incide sobre
um dos espelhos, formando um ângulo de 70º com a sua superfície. Esse raio, depois de se refletir nos dois espelhos, cruza o raio
incidente, formando um ângulo α de

A) 90°. D) 120º.
B) 100º. E) 140º.
C) 110º.
[Digite aqui] [Digite aqui]
02. (UEL-PR) Um observador O vê a imagem de um objeto P refletida num espelho plano horizontal. A figura mostra um feixe de
raios luminosos que partem de P. O raio que atinge o observador O é 22

A) PAO. B) PBO. C) PCO. D) PDO. E) PEO.

03. (UFMG) Uma vela está sobre uma mesa, na frente de um espelho plano, inclinado, como representado na figura a seguir.
Assinale a alternativa cujo diagrama representa CORRETAMENTE a formação da imagem do objeto nessa situação.

04. (UFSCar-SP) Considere um espelho plano e um observador, à sua frente, apoiados verticalmente sobre o solo horizontal. A
respeito do espelho e da imagem daquele observador, conjugada pelo espelho, analise as afirmações a seguir.

I. A imagem é virtual, tem as mesmas dimensões do observador e é simétrica deste em relação ao espelho.
II. Se o observador se aproximar do espelho com velocidade de 10 m/s, a sua imagem vai afastar-se do espelho com velocidade de
mesmo módulo.
III. O campo visual do espelho, para o observador, independe da posição e da distância do seu olho em relação ao espelho.
IV. Para o observador enxergar a imagem de todo o seu corpo, as alturas do espelho e do observador devem ser iguais.
V. Se o observador cair de costas, com a cabeça se afastando do espelho, a sua imagem gira de 90° em relação à imagem anterior.

O número de afirmações CORRETAS e pertinentes é

A) 01. B) 02. C) 03 D) 04 E) 05

05. (UFAL) Entre dois espelhos planos, perpendiculares entre si, coloca-se um objeto P a 1,5 cm de um deles e a 2,0 cm do outro,
como representa a figura.

O número de imagens que se obtém e a distância do objeto à imagem mais afastada, em cm, valem, respectivamente,

a) 2 e 3. . d) 3 e 4
b) 2 e 4. e) 3 e 5.
c) 3 e 3 .
[Digite aqui] [Digite aqui]
EXERCÍCIOS PROPOSTOS
23
01. (UFAL) A figura a seguir ilustra um espelho plano e dois pontos, A e B, situados ao longo da linha perpendicular ao espelho. A
distância do ponto B à imagem do ponto A é igual a

A) 6 cm. B) 5 cm. C) 4 cm. D) 3 cm. E) 2 cm.

02. (UFMG) Oscar está na frente de um espelho plano, observando um lápis, como representado na figura.

Com base nessas informações, é CORRETO afirmar que Oscar verá a imagem desse lápis na posição indicada pela letra

A) K. B) L. C) M. D) N.

Instrução: As questões 03 e 04 referem-se à figura e ao enunciado a seguir.


A figura representa a planta baixa de uma sala de espera de um consultório médico retangular (ABCD) de 3,0 m de comprimento por
2,0 m de largura.

Para que a sala tenha uma aparência mais ampla, o médico mandou revestir a parede AB com um espelho plano. Uma pessoa se
encontra parada no canto D.

03. Essa pessoa verá o canto C, através do espelho, distando dela de, aproximadamente,

A) 3,0 m. B) 3,6 m. C) 4,0 m. D) 5,0 m.

04. A pessoa, olhando para a parede AB, que contém o espelho, vê o símbolo desenhado a seguir, que representa a logomarca do
médico.

Para que tal fato ocorra, o médico teve de afixar sobre a parede CD um cartaz com esse símbolo desenhado na seguinte forma:
[Digite aqui] [Digite aqui]
05. (PUC Minas) João e Mário, que têm ambos a altura de 1,60 m, encontram-se diante de um espelho plano. João está a 1,0 m de
distância do espelho e Mário, a 4,0 m. Qual o tamanho da imagem de Mário (M) comparado com a imagem de J oão (J)? 24

A) M é quatro vezes J B) M é duas vezes J C) M é igual a J D) M é um meio de J E) M é um quarto de J

06. (PUCPR) Piero, que utiliza seu relógio na mão esquerda, coloca-se a três metros de um espelho plano. O garoto levanta a mão
esquerda. Analise as afirmações a seguir:
I. Piero vê sua imagem a seis metros de si.
II. A imagem é invertida, isto é, está com os pés para cima.
III. A imagem levanta a mão que não possui relógio.
IV. A imagem tem a mesma altura do garoto.

Assinale a única alternativa correta.

A) Apenas I B) I e IV C) Apenas II D) I e III E) II e IV

07. (FCMMG) Um sistema óptico é constituído por dois espelhos planos paralelos, como na figura. Uma pequena lâmpada L, colocada
entre os dois espelhos, é vista pelo observador O, através dos dois espelhos. A imagem da lâmpada será formada no ponto

A) A. B) B. C) C. D) D.

08. (Mackenzie-SP) Certa pessoa possui um espelho plano retangular, de 90 cm de altura. Quando ela fica em pé diante do espelho,
disposto verticalmente e convenientemente posicionado, consegue ver sua imagem de corpo inteiro. Nessas condições, pode-se
afirmar que a referida pessoa tem a altura máxima de

A) 1,80 m. B) 1,70 m C) 1,67 m. . D) 1,53 m E) 1,35 m.


.
09. (FAAP-SP) Com três bailarinas colocadas entre dois espelhos planos fixos, um diretor de cinema consegue uma cena onde são
vistas, no máximo, 24 bailarinas.
O ângulo entre os espelhos vale

A) 10°. B) 25°. C) 30°. D) 45°. E) 60°.

10. (UFES) Num salão quadrado, de lado a, o cabeleireiro se encontra no ponto P, defronte de um espelho plano vertical, preso no
meio da parede AB. Se a distância do cabeleireiro à parede é b, qual deve ser a largura mínima do espelho de modo que ele possa
visualizar toda a largura L da porta de entrada, às suas costas?
[Digite aqui] [Digite aqui]
11. (Unimontes-MG) Um homem caminha, com velocidade de módulo v H = 3 m/s em relação ao solo, em direção a um espelho plano
vertical E, o qual também se move com velocidade de módulo v E = 4 m/s em relação ao solo (veja a figura). O módulo da velocidade 25
da imagem, em relação ao homem, é

A) 1 m/s. B) 3 m/s. C) 2 m/s. D) 4 m/s.

12. (Fuvest -SP) Na figura, F indica um ladrilho colocado perpendicularmente a dois espelhos planos que formam um ângulo reto.
Assinale a alternativa que corresponde às três imagens formadas pelos espelhos.

13. (Fuvest -SP) Em uma exposição, organizada em dois andares, foi feita uma montagem com dois espelhos planos, E1 e E2,
dispostos a 45º entre os andares, como
na figura. Uma visitante, quando no andar superior, no ponto A, fotografa um quadro (Q), obtendo a foto 1, tal como vista no visor.

Essa visitante, ao descer as escadas, fotografa, no ponto B, o mesmo quadro através dos espelhos. A nova foto, tal como vista no
visor, é
[Digite aqui] [Digite aqui]
14. (UFF-RJ) Dois espelhos planos paralelos, E1 e E2, estão frente a frente, separados pela distância de 20 cm. Entre eles, há uma
fonte luminosa F, de pequenas dimensões, na posição indicada na figura. CALCULE a distância entre a primeira imagem fornecida 26
pelo espelho E1 e a primeira imagem fornecida pelo espelho E2.

GABARITO

Fixação

01. D 02. D 03. B 04. C 05. E

Propostos

01. C 05. C 09. D 13. A


02. B 06. B 10. C 14. D = 40 cm
03. D 07. D 11. C
04. C 08. A 12. C

MÓDULO 03 : ESPELHO ESFÉRICO

Considere uma esfera oca espelhada interna e externamente. Se retirarmos uma fatia dessa esfera, obteremos uma calota esférica.
A parte interna da calota é um espelho esférico côncavo, e a externa é um espelho esférico convexo. A figura a seguir mostra os
elementos básicos de um espelho esférico.

r: eixo principal do espelho;


C: centro de curvatura do espelho (centro da esfera que originou a calota);
V: vértice do espelho (ponto central da calota esférica);
F: foco do espelho (ponto médio do segmento CV);
f = FV: distância focal do espelho;
R = CV: raio de curvatura do espelho.
O foco é o ponto médio do segmento CV, que é o raio de curvatura (R) do espelho. Assim, a distância focal (f) é metade
desse segmento, ou seja:
[Digite aqui] [Digite aqui]
Embora os espelhos côncavo e convexo apresentem os mesmos elementos, eles diferem totalmente em relação ao tipo de
imagem que formam. Para perceber o motivo dessa diferença, analise as figuras a seguir, que representam os perfis de um espelho 27
côncavo e de um espelho convexo e, também, os elementos que estão à frente dos espelhos (a luz que incide sobre os espelhos e é
refletida por eles e o observador).

Observe, na primeira figura, que a luz pode passar pelo centro de curvatura e pelo foco do espelho côncavo. Tais pontos estão
à frente do espelho. Já no espelho convexo, o centro de curvatura e o foco estão atrás do espelho. Nenhum raio luminoso, seja
incidente ou refletido, passa por esses pontos, no espelho convexo.
As Leis da Reflexão são também obedecidas pelos espelhos côncavos e convexos. Como são esféricos, a normal (N), em
qualquer ponto desses espelhos, deve passar pelo centro de curvatura. Veja as figuras a seguir.

Observe que o raio incidente (RI), a normal (N) e o raio refletido (RR) estão no mesmo plano e que os ângulos de incidência e
de reflexão são iguais.
Existem quatro raios, chamados de raios notáveis, que você deve conhecer bem. São eles:
1. O raio que incide paralelamente ao eixo principal é refletido na direção do foco. No espelho côncavo, o raio refletido passa pelo
foco e, no espelho convexo, é o prolongamento do raio refletido que passa pelo foco;
2. O raio que incide na direção do foco é refletido paralelamente ao eixo principal. No espelho côncavo, o raio incide passando
pelo foco e, no convexo, o raio deve incidir na direção do foco, que está atrás do espelho;
3. O raio que incide no vértice do espelho é refletido para o outro lado do eixo principal, formando, com este, um ângulo igual ao
ângulo de incidência (o eixo principal coincide com a normal);
4. O raio que incide na direção do centro de curvatura é refletido sobre si mesmo – os ângulos de incidência e de reflexão são
iguais a zero (a normal passa pelo centro dos espelhos).
O quadro a seguir mostra o comportamento dos raios notáveis. Compare a forma como os raios são refletidos pelos dois espelhos.
[Digite aqui] [Digite aqui]
Observe no quadro anterior que as situações 1 e 2, no espelho côncavo e no espelho convexo, ilustram um princípio óptico
importante: a reversibilidade dos raios luminosos. Veja, ainda, que, no espelho convexo, são os prolongamentos dos raios de luz 28
que passam pelo foco, ou pelo centro do espelho.
Os raios de luz representados no quadro anterior apresentam aquele comportamento somente se os espelhos forem
parabólicos e obedecerem às condições de Gauss. Os espelhos esféricos de pequena abertura (espelhos com curvatura pouco
acentuada) têm comportamento semelhante ao dos espelhos parabólicos – dizemos que eles se aproximam das condições de Gauss.
Por esse motivo, todos os espelhos do nosso livro serão considerados esféricos e de pequena abertura.

DETERMINAÇÃO GRÁFICA DAS IMAGENS


Em todas as situações apresentadas a seguir, vamos considerar o objeto retilíneo, vertical e com o “pé” (parte inferior do objeto)
apoiado sobre o eixo principal. Para determinarmos a posição em que a imagem do objeto será formada, traçamos dois raios
incidentes, quaisquer dos quatro notáveis, saindo da “cabeça” (parte superior) do objeto. Desenhamos, a seguir, os raios refletidos
e, no encontro deles (ou dos seus prolongamentos), obtemos a imagem da “cabeça” do objeto. A imagem do “pé” estará apoiada
sobre o eixo principal do espelho e na mesma vertical que a imagem da “cabeça”.

Espelho convexo
O espelho convexo apresenta um único tipo de imagem, independentemente da posição do objeto em relação ao espelho. Veja a
seguir.

Observe que os raios refletidos não se cruzam. Entretanto, prolongando cada um deles (linhas vermelhas), podemos determinar
a posição em que a imagem da extremidade superior do objeto será formada, que será aquela em que se encontram esses
prolongamentos. O observador, à frente do espelho, vê a imagem no local indicado, pois tem a sensação de que a luz saiu daque la
posição. A imagem formada pelo espelho convexo é sempre
1. virtual (formada pelos prolongamentos dos raios refletidos);
2. direta (objeto e imagem de cabeças para cima);
3. mais perto do espelho do que o objeto (DI < DO);
4. de dimensões menores que o objeto (HI < HO; LI < LO).
5. localizada entre o foco e o vértice do espelho.
Se o objeto se aproxima (ou se afasta) do espelho, a imagem também se aproxima (ou se afasta) dele. Veja a seguir que,
independentemente da posição do objeto, o raio que incide sobre o espelho paralelamente ao eixo principal será refletido de forma
que seu prolongamento passe pelo foco.

Assim, a imagem estará sempre dentro do “triângulo” destacado.


[Digite aqui] [Digite aqui]
No caso de o objeto se colocar muito distante do espelho (“infinito”), a sua imagem estará praticamente sobre o foco.
Se a imagem formada pelo espelho convexo é sempre menor que o objeto, qual a sua utilidade? A resposta é simples: o espelho 29
convexo fornece um campo visual maior, e, com isso, um número maior de objetos pode ser visto, simultaneamente, através dele.
Daí a sua aplicação em garagens, lojas, supermercados, retrovisores de motos e automóveis, etc. Veja, a seguir, a comparação do
campo visual de um espelho plano com o de um espelho convexo de mesmas dimensões, para um observador (O).

Na figura, IC e IP são as imagens do observador formadas pelos espelhos convexo e plano, respectivamente. O campo visual foi
traçado a partir da imagem do observador e das extremidades dos espelhos. Compare agora os campos visuais dos dois espelhos.
Observe, na fotografia a seguir, a imagem da máquina que fotografou uma bola metálica de Natal (que se comporta como um espelho
convexo). Veja a grande quantidade de objetos que estão sendo vistos por reflexão nessa pequena bola, que apresenta um campo
visual enorme.

Espelho côncavo
O espelho côncavo, ao contrário do convexo, pode formar diversos tipos de imagens, dependendo da posição do objeto em relação
ao foco e ao centro de curvatura do espelho. Assim, a imagem pode ser real ou virtual e pode ser maior, menor ou de mesmas
dimensões que o objeto. Veja os casos a seguir.
Objeto entre o infinito e o foco (∞ > Do > f)

Veja que, nesse caso, os próprios raios que saíram da “cabeça” do objeto, e que foram refletidos pelo espelho, se encontram. No
ponto de cruzamento dos raios refletidos, ocorre a formação de uma imagem real da “cabeça” do objeto (a luz está chegando
realmente a esse ponto). Os “pés” do objeto e da imagem do objeto estão sobre o eixo principal. Logo, a imagem é invertida, tanto
vertical quanto lateralmente. Se houvesse uma tela (folha de papel, por exemplo) na posição da imagem, esta seria projetada nessa
tela.
[Digite aqui] [Digite aqui]
Uma característica importante de toda imagem real se refere aos deslocamentos da imagem em relação ao objeto. Ao contrário
da imagem virtual, a imagem real se desloca no sentido oposto ao do objeto (em relação ao dispositivo óptico). Se o objeto se 30
aproxima do espelho, a sua imagem se afasta deste e vice-versa. A figura a seguir mostra um objeto sendo deslocado sobre o eixo
principal de um espelho, aproximando-se deste. Observe que a imagem do objeto afasta-se do espelho.

Em todas as situações representadas na figura anterior, a imagem do objeto é real e invertida. As únicas diferenças entre essas
imagens se referem às suas dimensões e às suas respectivas localizações. Em qualquer um dos casos, a imagem estará localizada
dentro do “triângulo” destacado.
Veja, a seguir, as fotografias das imagens mencionadas.

Veja, a seguir, as particularidades de cada imagem.

Observe que, à medida que o objeto se aproxima do foco, a posição da imagem tende a chegar ao infinito. Dois destaques
importantes a respeito das imagens reais formadas pelo espelho côncavo são:
1. Os objetos O1 e O3 foram colocados de modo que se perceba o princípio da reversibilidade dos raios luminosos. Se um objeto for
colocado na posição I3, a sua imagem estará na posição de O3. Se I1 fosse um objeto, a sua imagem estaria na posição de O1. Ou
seja, para uma posição fixa de qualquer um dos elementos (objeto ou imagem), a posição do outro elemento independerá do fato de
este elemento ser objeto ou imagem.
2. Uma situação prática importante acontece se o objeto estiver muito distante do espelho (DO >> 2f). Nesse caso, dizemos que o
objeto está no “infinito” (O∞). Assim, a imagem formada é real, invertida, muito pequena e se localiza, praticamente, sobre o foco (DI
≅ f). Os telescópios refletores e algumas antenas receptoras de sinais de satélite são exemplos importantes que ilustram essa
situação.
[Digite aqui] [Digite aqui]
Objeto entre o foco e o vértice (Do < f)
31

Veja que, nesse caso, os raios refletidos não se encontram. Os prolongamentos desses raios, porém, se cruzam atrás do espelho .
No ponto desse cruzamento, é formada uma imagem do objeto. As suas características são:
1. imagem virtual (formada pelos prolongamentos dos raios refletidos);
2. imagem direta (objeto e imagem de cabeças para cima);
3. existe inversão lateral e de profundidade;
4. as dimensões (altura e largura) da imagem são maiores que as do objeto (HI > HO e LI > LO);
5. a imagem está sempre atrás do espelho e mais distante deste que o objeto (DI > DO).
A situação apresentada tem uma importante aplicação prática no dia a dia. Nesse caso, o espelho é chamado de “espelho de aumento”
e é muito usado para se obter uma imagem direta e maior do rosto de uma pessoa, por exemplo. Veja a seguir:

Nesse caso, se o objeto (próximo ao vértice) se afasta do espelho, aproximando-se cada vez mais do foco, a imagem também se
afasta do espelho e tende a chegar ao infinito. Veja, a seguir, algumas posições possíveis para a imagem no espelho côncavo, quando
o objeto se desloca entre o vértice e o foco. As imagens virtuais estão sempre dentro do “triângulo” destacado.

Veja uma comparação interessante. Analise as figuras anteriores, que mostram a região das possíveis imagens nos dois espelhos.
As imagens virtuais, no espelho côncavo, vão do vértice ao infinito; e as imagens reais estão entre o foco e o infinito. Dess a forma,
nenhuma imagem está localizada entre o foco e o vértice do espelho côncavo. No espelho convexo, ao contrário, as imagens estão,
exclusivamente, localizadas entre o foco e o vértice.
[Digite aqui] [Digite aqui]
Observe ainda que, se o objeto se aproxima do foco, seja vindo do centro de curvatura ou do vértice do espelho, a imagem do
objeto tende ao infinito. Logo, se o objeto está sobre o foco do espelho côncavo, os raios de luz, refletidos pelo espelho, são paralelos 32
entre si e não se cruzam na frente do espelho, e nem os seus prolongamentos atrás dele. Dessa forma, não existe imagem formada
para essa posição do objeto. Alguns autores consideram que um objeto sobre o foco de um espelho côncavo tem a sua imagem
formada no infinito. Nesse caso, ela é chamada de imagem imprópria.
Antes de finalizar a parte gráfica da determinação das imagens, vamos fazer uma constatação importante. Para objetos reais
(colocados à frente dos espelhos), toda imagem real é invertida e qualquer imagem virtual é direta.

DETERMINAÇÃO ANALÍTICA DA IMAGEM


Vamos, agora, deduzir relações entre as grandezas HO e HI (alturas do objeto e da imagem), DO e DI (distâncias do objeto e da
imagem ao vértice do espelho) e f (distância focal do espelho). Para isso, vamos considerar a figura a seguir. Lembre -se de que o
raio de luz que incide sobre o vértice do espelho é refletido, formando, com o eixo principal, um ângulo igual ao ângulo de incidência.
Uma vez que os dois triângulos destacados são semelhantes, podemos escrever:

Essa relação permite calcular a ampliação (A) fornecida pelo espelho. Observe a proporcionalidade entre as alturas da imagem e
do objeto e as respectivas distâncias da imagem e do objeto ao espelho. Assim, se a distância da imagem ao espelho (D I) é, por
exemplo, o triplo da distância do objeto ao espelho (DO), a altura da imagem (HI) é também o triplo da altura do objeto (HO). Da
relação anterior, temos que:
• se A > 1, a imagem é maior do que o objeto e está mais distante do espelho do que o objeto.
• se A = 1, a imagem é do mesmo tamanho que o objeto e está à mesma distância do espelho que o objeto.
• se A < 1, a imagem é menor do que o objeto e está mais próxima do espelho do que o objeto.
Outra expressão importante pode ser deduzida a partir da figura a seguir. Ela representa a mesma situação anterior, porém a imagem
foi obtida a partir de um raio de luz que passa pelo foco do espelho.

Para um espelho de pequena abertura (aproximação de Gauss), o arco do espelho é próximo de um segmento de reta. Nesse caso,
os dois triângulos destacados são semelhantes. Neles, temos:
[Digite aqui] [Digite aqui]
Dividindo por (DI.DO.f), temos:
33

A expressão anterior é conhecida como equação de Gauss ou equação dos pontos conjugados. Para usá-la, devemos considerar
os sinais das grandezas envolvidas, quando forem dados do exercício (informações fornecidas), de acordo com o estabelecido a
seguir:
• Em qualquer situação → DO > 0 (positivo);
• Espelho côncavo → f > 0 (positivo);
• Espelho convexo → f < 0 (negativo);
• Imagem real → DI > 0 (positivo);
• Imagem virtual → DI < 0 (negativo).

OBSERVAÇÃO
Na equação de Gauss, uma das grandezas será, necessariamente, aquela a ser encontrada (incógnita). Para essa, não devemos
colocar sinal prévio na equação. Agindo dessa forma, o sinal associado à incógnita será obtido pelo resultado.

EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
01. (UFV-MG) Um farol de automóvel consiste em um filamento luminoso colocado entre dois espelhos esféricos côncavos de mesmo
eixo, voltados um para o outro e de tamanhos diferentes, de modo que todos os raios oriundos do filamento se refletem no espe lho
maior e se projetam paralelos, conforme a figura a seguir.

A posição CORRETA do filamento é


A) no centro de curvatura do espelho menor e no foco do espelho maior.
B) no vértice do espelho menor e no centro de curvatura do espelho maior.
C) no foco de ambos os espelhos.
D) no centro de curvatura de ambos os espelhos.
E) no foco do espelho menor e no centro de curvatura do espelho maior.

02. (UFF-RJ–2010) A figura mostra um objeto e sua imagem produzida por um espelho esférico.

Escolha a alternativa que identifica CORRETAMENTE o tipo do espelho que produziu a imagem e a posição do objeto em relação a
esse espelho.
A) O espelho é convexo, e o objeto está a uma distância maior que o raio do espelho.
B) O espelho é côncavo, e o objeto está posicionado entre o foco e o vértice do espelho.
C) O espelho é côncavo, e o objeto está posicionado a uma distância maior que o raio do espelho.
D) O espelho é côncavo, e o objeto está posicionado entre o centro e o foco do espelho.
E) O espelho é convexo, e o objeto está posicionado a uma distância menor que o raio do espelho.
[Digite aqui] [Digite aqui]
03. (UFJF-MG) Na entrada de um shopping, é colocado um grande espelho convexo de distância focal 40 cm. Uma criança se assusta
quando vê sua imagem refletida no espelho. Considerando-se que, nesse momento, a criança se encontra a 1,2 m do vértice do 34
espelho, podemos afirmar que ela vê sua imagem nesse espelho
A) três vezes maior. D) quatro vezes menor.
B) duas vezes menor. E) três vezes menor
C) quatro vezes maior.
.
04. (FCMMG) O oftalmoscópio é um aparelho destinado ao exame do fundo do olho. O médico observa o olho do paciente através
de um orifício situado no centro de um espelho côncavo, enquanto uma pequena lanterna ilumina o olho através da luz refletida no
espelho, como mostra a figura a seguir.

O espelho côncavo possui uma distância focal f e um raio de curvatura R. Para que a luz da lanterna ilumine melhor o olho do paciente,
este deve estar a uma distância d tal que
A) R > d > f. B) d = R. C) d < f. D) d = f.

05. (UFTM-MG) Uma estudante, em sua casa, observa um vaso de vidro transparente esférico vazio e, nele, vê duas imagens da
mesma janela, localizada à frente do vaso. Isso ocorre porque as superfícies do vaso funcionam como espelhos esféricos. A externa,
mais próxima da janela, equivale a um espelho convexo; a interna, mais afastada, equivale a um espelho côncavo. Pode-se afirmar
que essas imagens estão localizadas
A) fora do vaso e são, ambas, direitas. D) dentro do vaso e são, ambas, invertidas.
B) fora do vaso e são, ambas, invertidas. E) dentro do vaso, uma é direita e a outra é invertida.
C) dentro do vaso e são, ambas, direitas.

EXERCÍCIOS PROPOSTOS
01. (UFMG) Em cada uma das situações a seguir, estão representados quatro raios de luz que são refletidos por espelhos o cultos
por placas retangulares.

Observando a trajetória dos raios incidentes e refletidos, conclui-se que, em I, II e III, estão colocados, respectivamente, os espelhos

A) côncavo, planos e convexo.


B) planos, côncavo e convexo.
C) convexo, côncavo e planos.
D) convexo, planos e côncavo.
E) côncavo, convexo e planos.
[Digite aqui] [Digite aqui]
02. (UFU-MG) Considere os espelhos côncavos e convexos e os seus respectivos focos (F) e centros (C) desenhados nos itens a
seguir. Assinale a alternativa que representa CORRETAMENTE o objeto real (o) e a sua imagem (i) formada. 35

03. (UFRN–2006) Deodora, aluna da 4ª série do Ensino Fundamental, ficou confusa na feira de ciências de sua escola, ao observar
a imagem de um boneco em dois espelhos esféricos. Ela notou que, com o boneco colocado a uma mesma distância do vértice
dos espelhos, suas imagens produzidas por esses espelhos apresentavam tamanhos diferentes, conforme mostrado nas
figuras 1 e 2, reproduzidas a seguir.

Observando-se as duas imagens, é CORRETO afirmar que


A) o espelho da figura 1 é côncavo, o da figura 2 é convexo, e o boneco está entre o foco e o vértice desse espelho.
B) o espelho da figura 1 é convexo, o da figura 2 é côncavo, e o boneco está entre o centro de curvatura e o foco desse espelho.
C) o espelho da figura 1 é convexo, o da figura 2 é côncavo, e o boneco está entre o foco e o vértice desse espelho.
D) o espelho da figura 1 é côncavo, o da figura 2 é convexo, e o boneco está entre o centro de curvatura e o foco desse espelho.

04. (UFMG) Uma pequena lâmpada está na frente de um espelho esférico, convexo, como mostrado na figura.

O centro de curvatura do espelho está no ponto O. Nesse caso, o ponto em que, mais provavelmente, a imagem da lâmpada será
formada é o

A) K. C) M.
B) L. D) N.
[Digite aqui] [Digite aqui]
05. (UFMG) Com um espelho côncavo, pode-se formar, de um objeto real, uma imagem não invertida e que seja
A) real e maior do que o objeto. 36
B) real e do tamanho do objeto.
C) real e menor do que o objeto.
D) virtual e maior do que o objeto.
E) virtual e menor do que o objeto.

06. (UFAL) O esquema a seguir representa o eixo principal (r) de um espelho esférico, um objeto real O e sua imagem i conjugada
pelo espelho.

Considerando os pontos a, b, c, d, e, é CORRETO afirmar que o espelho é


A) côncavo e seu vértice se encontra em d.
B) côncavo e seu foco se encontra em c.
C) côncavo e seu centro se encontra em e.
D) convexo e seu vértice se encontra em c.
E) convexo e seu foco se encontra em e.
07. (CEFET-MG–2008) A distância entre um espelho côncavo e um anteparo é de 4,0 m. Para projetar a imagem de um objeto
ampliada de 9 vezes sobre a tela, a distância focal do espelho, em metros, deve ser de

A) 0,40 m. C) 0,50 m. E) 0,60 m.


B) 0,45 m. D) 0,55 m.

08. ( M a c k e n z i e - S P ) U m o b j e t o r e a l , c o l o c a d o perpendicularmente ao eixo principal de um espelho esférico, tem


imagem como mostra a figura a seguir.

Pelas características da imagem, podemos afirmar que o espelho é


A) convexo e sua imagem é virtual.
B) convexo e sua imagem é real.
C) côncavo e a distância do objeto ao espelho é menor que o raio de curvatura do espelho, mas maior que sua distância focal.
D) côncavo e a distância do objeto ao espelho é maior que seu raio de curvatura.
E) côncavo e a distância do objeto ao espelho é menor que a distância focal do espelho.
[Digite aqui] [Digite aqui]
09. (OBF) Um quadrado está localizado sobre o eixo principal de um espelho esférico côncavo, como ilustrado na figura a seguir.
Sabe-se que o vértice inferior esquerdo do quadrado está localizado exatamente sobre o centro de curvatura do espelho. Pode -se 37
afirmar que a imagem do quadrado tem forma de um

A) quadrado. C) retângulo. E) losango.


B) triângulo. D) trapézio.

10. (FCMMG) Um automóvel tem três espelhos: um plano, usado no retrovisor interno; um convexo, usado no retrovisor externo; um
côncavo, usado para ampliar imagens do rosto do passageiro dianteiro. A imagem formada por cada um desses três espelhos é,
respectivamente,
A) real, virtual e real. C) virtual, virtual e real.
B) virtual, real e real. D) virtual, virtual e virtual.

GABARITO

Fixação

01. A 02. D 03. D 04. D 05. E

Propostos

01. D 04. B 07. A 10. D

02. A 05. D 08. D

03. C 06. D 09. D

Módulo 04 : Refração da luz


A velocidade com que a luz de uma dada cor se propaga em um meio transparente é, na maioria das vezes, específica de cada
meio. A refração é o fenômeno pelo qual a luz, ao passar de um meio de propagação para outro, diferente do primeiro, altera,
necessariamente, o módulo de sua velocidade de propagação. Podemos enxergar um objeto através de uma substância transparente,
como uma lente, uma placa de vidro ou uma porção de água, em decorrência da refração. Esse fenômeno é responsável pelo
funcionamento das lentes, de alguns aparelhos de observação e de projeção e, também, pelo funcionamento dos instrumentos que
usam a fibra óptica, para citar apenas alguns exemplos. O fenômeno de refração pode, também, explicar a formação e as cores de
um arco-íris.
Já vimos que cada radiação luminosa (cor de luz) é caracterizada por uma frequência (f), e sabemos que um objeto vermelho, por
exemplo, mantém a sua cor dentro de qualquer substância transparente. Assim, podemos inferir que a frequência da luz não é alterada
quando esta sofre refração. Uma grandeza importante de cada onda luminosa é o comprimento de onda (λ). Para o estudo deste
módulo, devemos saber, inicialmente, que o comprimento de onda (λ) da luz, dentro de uma dada substância, é inversamente
proporcional à sua frequência (f).
Vamos considerar, por ora, que a luz é constituída de uma só radiação (única cor), ou seja, ela é monocromática. Alguns fenômenos
só ocorrem com a presença de luz policromática (formada por radiações de várias cores) e, quando for o caso, isso será especificado.
A figura a seguir mostra a luz amarela de uma lanterna que incide em uma placa de vidro. Veja que parte da luz sofre reflexão
(continua se propagando no ar) após atingir a superfície do vidro. Os feixes incidente e refletido apresentam a mesma velocidade de
propagação (vAr).
[Digite aqui] [Digite aqui]
38

Observe, ainda, que uma parcela da luz passa do ar para o vidro, ou seja, sofre refração. Dentro do vidro, a velocidade de
propagação da luz (vVidro) é diferente da sua velocidade de propagação no ar.
A velocidade da luz no vácuo (c) é constante, e possui o maior valor em relação a qualquer outro meio de propagação, sendo
igual a, aproximadamente, c = 3,0 x 10 8 m/s. Dessa forma, quando a luz adentrar em uma substância qualquer, vinda do vácuo, a
sua velocidade será reduzida. A grandeza que caracteriza a influência de um dado meio na velocidade de propagação da luz, de
certa frequência, é o índice de refração absoluto (n) da substância. Esse índice é definido como a razão entre as velocidades da
luz no vácuo (c) e na substância (v), ou seja:

Conforme a definição, o índice de refração absoluto do vácuo é n = 1. A tabela a seguir mostra os valores aproximados da velocidade
da luz e dos índices de refração absolutos de alguns meios (para a luz amarela do sódio). Os valores podem variar com as impurezas
e com as misturas contidas no material e, para os fluidos, também com a temperatura.

Três conclusões importantes devem ser tiradas da definição e tabela anteriores.

1. A velocidade da luz em qualquer meio (v) é inversamente proporcional ao índice de refração (n) desse meio, uma vez que a
velocidade da luz no vácuo é constante.
2. O ar pode ser considerado como apresentando o menor índice de refração entre todas as substâncias. O seu valor (n Ar ≅ 1,0) é
importante e deve ser conhecido.
3. O índice de refração (n) é um número adimensional (sem unidade de medição acompanhando seu valor numérico), uma vez que
é a razão entre duas velocidades.

O índice de refração absoluto (n) de um meio indica o quanto a velocidade de propagação da luz é reduzida, em relação a seu valor
no vácuo, quando a luz se propaga nesse meio. Considere uma substância de índice de refração n = 3. Isso quer dizer que a
velocidade da luz nessa substância é três vezes menor que no vácuo. Ou seja, a velocidade será v = 1,0 x 108 m/s.
É comum usar o termo “meio muito refringente” para expressar que o índice de refração de um meio apresenta um valor elevado.
Para se referir a um meio cujo índice de refração seja pequeno, é usado o termo “meio pouco refringente”. Assim, o rutilo é o meio
mais refringente entre aqueles listados na tabela anterior.
[Digite aqui] [Digite aqui]
As leis da refração
39
Quando um feixe de luz incide em uma substância, ele sofre, na maioria das vezes, refração, reflexão e absorção. Neste módulo,
vamos considerar apenas a refração da luz, quando esta incide sobre a superfície de separação de dois meios. Se a reflexão ou a
absorção forem importantes para a situação em questão, isso será especificado. A figura a seguir mostra um raio de luz que passa
do ar (meio 1) para o vidro (meio 2). Observe, nesse caso, que os raios incidente e refratado têm direções diferentes.

Na figura, temos, respectivamente:


• Ar (1) e vidro (2) – meios 1 e 2;
• RI e RR – raios incidente e refratado;
• v1 e v2 – velocidade da luz nos meios 1 e 2;
• θ1 e θ2 – ângulos de incidência e de refração (em relação à normal);
• N – reta normal (perpendicular à superfície no ponto de incidência da luz).

As leis que regem a refração são:


1ª: O raio incidente, o raio refratado e a reta normal são coplanares.

2ª: (Lei de Snell): Os ângulos formados pelos raios incidente e refratado com a reta normal (θ1 e θ2), os índices de refração (n1 e n2)
e os módulos das velocidades de propagação (v1 e v2) nos meios 1 e 2, respectivamente, se relacionam pelas equações:

Analisando as equações anteriores, verificamos que o seno do ângulo formado pelo raio de luz com a reta normal, em um dado
meio, é proporcional à velocidade de propagação da luz nesse meio e inversamente proporcional ao índice de refração do respectivo
meio. O seno de um ângulo agudo é tanto maior quanto maior for o ângulo em questão. Assim, podemos dizer que quanto maior o
ângulo formado com a normal, maior a velocidade de propagação da luz e menor o índice de refração absoluto daquele meio. Na
figura anterior, temos:
[Digite aqui] [Digite aqui]
A luz, ao sofrer refração, pode se aproximar ou se afastar da normal, dependendo dos meios envolvidos. Veja as figuras a
seguir. 40

Um caso especial de refração ocorre quando θ 1 = 0° (a luz incide perpendicularmente à superfície). Assim, a incidência ocorre
sobre a normal, e a luz se refrata sem sofrer desvio. Em outras palavras, a luz transmitida muda de meio, altera o módulo de sua
velocidade de propagação, porém não sofre o desvio mostrado na figura anterior. Vamos ilustrar essa situação através da figura a
seguir. Ela mostra um raio de luz atravessando uma placa de vidro imersa no ar. O raio, ao entrar na placa de vidro ou ao sair dela,
sofre refrações sem desvio, pois incidiu sempre perpendicularmente às superfícies de separação dos meios. Veja, também, o gráfico
da velocidade da luz em função da posição desta ao longo do trajeto.

REFLEXÃO TOTAL

Um fenômeno óptico muito útil é chamado reflexão total. Para entendê-lo, consideremos um recipiente largo contendo água.
Uma pequena lâmpada L, que irradia luz monocromática, está afixada no canto inferior do recipiente, conforme mostrado na figura a
seguir. As linhas pontilhadas representam as normais (N) nos pontos A, B, C e D. A figura mostra raios de luz em cores distintas para
indicar ângulos de incidência diferentes. Observe que o raio LA (vermelho), ao incidir sobre a superfície de separação entre a água e
o ar, sofre os fenômenos de reflexão e de refração. O raio refratado afasta-se da normal, pois o índice de refração do ar é menor que
o da água. O mesmo fato ocorre com o raio incidente LB (marrom). Nesse caso, porém, o raio refratado afasta-se da normal de forma
mais acentuada do que o raio LA. Isso ocorre porque, de acordo com a Lei de Snell, quanto maior for o ângulo de incidência, maior
será o ângulo de refração.
[Digite aqui] [Digite aqui]
Existe um raio LC (azul), cujo ângulo de incidência θL, chamado de ângulo limite, é o maior ângulo para o qual ainda ocorre o
fenômeno de refração. Observe a figura com atenção e veja que o raio refratado em C se propaga no ar, porém, rasante à superfície 41
da água. Assim, o ângulo de refração é 90º.
Qualquer raio que incida da água para o ar com um ângulo de incidência (θi) maior que θL será totalmente refletido pela interface
água-ar, como aconteceu com o raio LD (alaranjado). Por isso, dizemos que esse raio sofreu reflexão total. É importante que você
perceba a condição de existência do ângulo limite e, portanto, da reflexão total. Para tal, é necessário que a luz esteja se propagando
numa substância de índice de refração maior, no qual a velocidade da luz é menor (mais refringente), e se dirija a outro meio de
índice de refração menor, onde a velocidade da luz é maior (menos refringente). Para ocorrer a reflexão total, é neces sário, além
disso, que o ângulo de incidência (θi) seja maior que o ângulo limite (θL).

Podemos determinar o seno do ângulo limite θ L (e, assim, o ângulo limite) entre um meio mais refringente (índice de refração n 1,
maior) e outro menos refringente (índice de refração n2, menor) utilizando a Lei de Snell:

Em termo das velocidades de propagação, a equação anterior pode ser escrita como:

APLICAÇÕES DA REFRAÇÃO E DA REFLEXÃO TOTAL

Formação de imagem por refração


Imagine um aquário com água cristalina e um peixe próximo ao fundo. Se olhar o aquário por cima, próximo à vertical em que se
encontra o objeto (peixe), você não o verá. No entanto, será vista uma imagem virtual do objeto, acima de sua posição real (mais
perto do observador), conforme mostrado a seguir.

Veja que os dois raios de luz que partem do peixe afastam-se da normal (não mostrada na figura) ao passar da água para o ar.
Prolongando os raios refratados, encontramos a posição na qual nosso sistema óptico formará a imagem do peixe (figura fora de
escala).
[Digite aqui] [Digite aqui]
Agora, imagine que você está mergulhado na água de uma piscina. Se olhar uma lâmpada, por exemplo, fora dela, você não
verá a lâmpada, mas uma imagem virtual dela acima de sua posição real (mais longe do observador), conforme mostrado a seguir 42
(figura fora de escala).

Os raios de luz emitidos pela lâmpada, em direção ao observador, que está dentro da água, aproximam-se da normal (não
mostrada na figura) ao entrarem na água. Note que a luz que chega ao observador é divergente e que a imagem é formada no ponto
em que os prolongamentos dos raios refratados se encontraram. Fenômeno análogo ocorre quando percebemos a imagem de uma
estrela vista aqui da Terra (chamada de “posição aparente” da estrela). Devido ao fenômeno de refração, a imagem é observada
acima da posição real da estrela.

APLICAÇÕES DA REFLEXÃO TOTAL


Agora, vamos entender o fenômeno da miragem, fenômeno de formação de imagens pelo ar quente sobre o asfalto ou sobre outra
superfície aquecida. Na situação da figura a seguir, a película de ar em contato com o asfalto está a uma maior temperatura que o ar
acima dela. Sabe-se que a velocidade da luz no ar é maior para temperaturas mais elevadas. Para que o fenômeno da reflexão total
possa ocorrer, a luz deve se propagar de uma região de menor velocidade para outra de maior velocidade. Portanto, a luz que vem
em direção ao solo pode sofrer reflexão total ao se aproximar do chão e, assim, pode atingir os olhos do observador. A figura seguinte
mostra a luz sofrendo reflexão total sobre uma película de ar em contato com uma pista quente. Nessa situação, o observador terá a
impressão de que existe uma poça de água sobre a estrada.
[Digite aqui] [Digite aqui]
A fotografia a seguir mostra a imagem dos pneus de um caminhão formada pela reflexão total que ocorre no ar aquecido próximo
ao asfalto. 43

Outra aplicação da reflexão total é o prisma de reflexão. A figura a seguir representa um prisma de vidro de base triangular,
apresentando dois ângulos internos iguais a 45°. Os índices de refração do vidro e do ar são iguais a 1,5 e 1,0, respectivamente.
Assim, o seno do ângulo limite, entre o ar e o vidro, é sen θL = 1,0/1,5 = 0,667. Consultando a tabela trigonométrica, encontraremos
um ângulo limite θL ≅ 42°. Por isso, todo raio que incide perpendicularmente às laterais do prisma, conforme representado na figura,
sofre reflexão total ao atingir a face AB.

Um diamante lapidado se comporta como um prisma de reflexão total. Ele apresenta um brilho característico devido às várias
reflexões totais da luz que ocorrem em seu interior. Veja a seguir.

O prisma de reflexão total é muito utilizado em dispositivos ópticos como binóculos e periscópios. Isso se deve ao fato de a face
AB do prisma se comportar como um espelho plano, refletindo totalmente grande parte da luz. As figuras a seguir mostram, de forma
esquemática, o trajeto da luz através de um binóculo e de um periscópio de submarino, bem como a reflexão total nos respectiv os
prismas.
[Digite aqui] [Digite aqui]
Uma vez que são usados dois prismas em cada trajeto de luz, a imagem formada por esses dispositivos não apresenta inversão
lateral, já que o segundo prisma compensa a inversão do primeiro. 44
Uma terceira aplicação da reflexão total é a fibra óptica, uma espécie de “mangueira” condutora de luz. A fibra óptica é constituída de
um núcleo de material transparente que apresenta um índice de refração muito elevado em relação ao do material que o reveste. Por
isso, o ângulo limite entre o núcleo da fibra óptica e o material do revestimento é muito pequeno. Um raio de luz que penetra em um
dos lados de uma fibra óptica sofre múltiplas reflexões totais, saindo do outro lado com poucas perdas, como está representado na
figura a seguir.

Atualmente, as fibras ópticas são utilizadas como cabos para transmissão de dados (telefonia, televisão, Internet e outros) e como
fios transportadores de luz para iluminar o interior do corpo humano em intervenções médicas, como a endoscopia, entre outras
aplicações.
DISPERSÃO DA LUZ BRANCA
Considere um feixe de luz branca (cuja direção, dentro do vidro, está representada pela linha pontilhada oblíqua) que incide sobre
um hemisfério de vidro, como representado na figura a seguir. Observe que a luz branca se refrata, na interface ar -vidro, dando
origem a um feixe colorido constituído por uma infinidade de luzes de cores distintas. Esse feixe apresenta sete cores básicas, na
seguinte ordem de aproximação em relação à reta normal: vermelha (aquela que menos se aproxima da normal), alaranjada, amarela,
verde, azul, anil e violeta (aquela que mais se aproxima da normal).

Observe, atentamente, que todas as radiações se aproximam da normal. Veja, ainda, que o ângulo formado pelo raio
refratado, com a normal, é menor para a luz violeta do que para as demais cores. Todas as radiações que constituem a luz bran ca
apresentam a mesma velocidade (c) no vácuo e no ar. Em substâncias dispersivas, como os sólidos e os líquidos, de forma geral, o
índice de refração (n) do meio de propagação varia com a frequência (f) e, portanto, com a cor da radiação. Logo, a velocidad e da
luz, em um meio dispersivo, também varia com a cor da radiação. Por esse motivo, existe uma decomposição da luz branca nas cores
que formam o espectro da luz visível. O gráfico a seguir mostra como varia o índice de refração (n) do vidro em função da frequência
(f) da luz. Observe que o índice de refração aumenta da cor vermelha para a violeta.
[Digite aqui] [Digite aqui]
Conforme sabemos, o ângulo (θN), formado pelo raio de luz com a normal, e a velocidade da luz (v), em um dado meio, são
tanto menores quanto maior for o índice de refração (n) desse meio. Isso nos permite concluir que: 45

A separação da luz branca nas suas cores componentes é chamada de dispersão ou decomposição da luz branca.
Um fato interessante, descoberto por Newton em 1672, é que da mesma forma que um prisma, por exemplo, pode dispersar a luz
nas suas cores componentes, ele pode recombiná-las para obter o branco novamente. Veja a fotografia a seguir.

A formação do arco-íris envolve a combinação de vários fenômenos ópticos já estudados. Observe que um arco-íris somente
é visível quando o Sol está às nossas costas. Portanto, os raios de luz do Sol que atingem nossos olhos estão sendo refletido s por
gotas de água dispersas na atmosfera. Veja, a seguir, a trajetória da luz branca (luz policromática emitida pelo Sol) e das radiações
coloridas dispersas em uma gota de água. Nesta figura, com o objetivo de simplificar, foram desenhadas apenas as cores vermelha
e violeta.

As demais cores se distribuem entre as duas citadas. A luz branca, ao incidir sobre a gota, sofre uma refração e,
consequentemente, se dispersa. No lado direito da gota, a luz sofre uma reflexão total e, posteriormente, ao sair para o ar, a luz sofre
uma segunda refração.

O ângulo entre a luz refletida pela gota e a linha horizontal de visada deve ser sempre o mesmo para uma determinada cor.
Veja a figura a seguir. Se você girar o triângulo destacado em torno da linha horizontal de visada, o seu vértice superior descreve um
arco de círculo, conforme mostrado. As gotas que ocupam esse arco, e apenas elas, refletem a luz vermelha, por exemplo, para os
olhos do observador. Por esse motivo, o arco-íris tem a forma de um arco.
[Digite aqui] [Digite aqui]
Veja a seguir a fotografia de um arco-íris.
46

EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO

01. (UNIFESP-SP) Um raio de luz monocromática provém de um meio mais refringente e incide na superfície de separação com outro
meio menos refringente. Sendo ambos os meios transparentes, pode-se afirmar que esse raio,

A) dependendo do ângulo de incidência, sempre sofre refração, mas pode não sofrer reflexão.
B) dependendo do ângulo de incidência, sempre sofre reflexão, mas pode não sofrer refração.
C) qualquer que seja o ângulo de incidência, só pode sofrer refração, nunca reflexão.
D) qualquer que seja o ângulo de incidência, só pode sofrer reflexão, nunca refração.
E) qualquer que seja o ângulo de incidência, sempre sofre refração e reflexão.

02. (UFMG–2006) Rafael e Joana observam que, após atravessar um aquário cheio de água, um feixe de luz do Sol se decompõe
em várias cores, que são vistas num anteparo que intercepta o feixe. Tentando explicar esse fenômeno, cada um deles faz uma
afirmativa:
Rafael: Isso acontece porque, ao atravessar o aquário, a frequência da luz é alterada.
Joana: Isso acontece porque, na água, a velocidade da luz depende da frequência.
Considerando-se essas informações, é CORRETO afirmar que

A) ambas as afirmativas estão certas.


B) apenas a afirmativa de Rafael está certa.
C) ambas as afirmativas estão erradas.
D) apenas a afirmativa de Joana está certa.

03. (CEFET-MG–2009) Sobre o comportamento da luz em diferentes meios, é CORRETO afirmar que

A) as estrelas cintilam porque a luz proveniente delas sofre sucessivas reflexões na atmosfera.
B) um raio de luz, ao penetrar na água, tem sua velocidade de propagação e frequência alteradas.
C) um objeto dentro de uma piscina parece estar em uma posição diferente da real, se observado de fora.
D) a duração do dia terrestre é ligeiramente prolongada devido à reflexão da luz solar na atmosfera.
E) uma estrada asfaltada, em um dia quente, aparenta estar molhada, por causa da refração da luz solar no asfalto.
[Digite aqui] [Digite aqui]
04. (UFMG) A figura que MELHOR representa um raio de luz monocromática atravessando um prisma de vidro no ar é
47

05. (UFMG–2010) Um arco-íris forma-se devido à dispersão da luz do Sol em gotas de água na atmosfera. Após incidir sobre gotas
de água na atmosfera, raios de luz são refratados; em seguida, eles são totalmente refletidos e novamente refratados. Sabe-se que
o índice de refração da água para a luz azul é maior que para a luz vermelha. Considerando essas informações, assinale a alternativa
em que estão MELHOR representados os fenômenos que ocorrem em uma gota de água e dão origem a um arco-íris.
[Digite aqui] [Digite aqui]
EXERCÍCIOS PROPOSTOS
48
01. (UFSM-RS–2006) Um raio de luz monocromática passa de um meio 1 para um meio 2 e deste para um meio 3, conforme indicado
na figura.

Com relação à velocidade de propagação da luz nesses três meios, assinale a alternativa CORRETA.
A) v1 > v2 > v3 B) v3 > v1 > v2 C) v2 > v3 > v1 D) v1 > v3 > v2 E) v3 > v2 > v1

02. (UFSCar-SP / Adaptado) Um canhão de luz foi montado no fundo de um laguinho artificial. Quando o lago se encontra vazio, o
feixe produzido corresponde ao representado na figura.

Quando cheio de água, uma vez que o índice de refração da água é maior que o do ar, o esquema que MELHOR representa
o caminho a ser seguido pelo feixe de luz é

03. (UFMG) A figura mostra a trajetória de um feixe de luz que vem de um meio I, atravessa um meio II, é totalmente refletido na
interface dos meios II e III e retorna ao meio I.

Sabe-se que o índice de refração do ar é menor que o da água e que o da água é


menor que o do vidro.
Nesse caso, é CORRETO afirmar que os meios I, II e III podem ser,
respectivamente,
A) ar, água e vidro.
B) vidro, água e ar.
C) água, ar e vidro.
D) ar, vidro e água.
[Digite aqui] [Digite aqui]
04. (CEFET-MG–2010) Analise as afirmativas a seguir sobre o fenômeno da refração da luz entre dois meios de propagação.
I. No meio menos refringente, a velocidade de um raio de luz é maior do que no vácuo. 49
II. Independentemente dos meios de propagação, o desvio do raio luminoso pode não ocorrer.
III. O desvio do raio de luz ocorre somente quando ele passa do meio mais refringente para o menos refringente.
IV. Em um meio menos refringente, o raio luminoso refratado, para uma incidência oblíqua, afasta-se da normal.
São CORRETAS apenas as afirmativas

A) I e II. B) I e III. C) II e III. D) II e IV. E) III e IV.

05. (Cesgranrio) Um semicírculo é feito de um material transparente. Um raio luminoso monocromático, propagando-se no ar (cujo
índice de refração supõe-se igual a 1,0), incide na superfície curva desse cilindro, paralelamente ao seu diâmetro, refratando-se com
um ângulo de refração α, conforme indica a figura a seguir.

Portanto, o índice de refração do material do semicilindro vale


A) 2sen α. B) 2cos α C) 1 – sen α. D) 1 + cos α. E) tg α.

06. (UFV-MG–2008) Nos olhos de alguns insetos, existe uma estrutura cilíndrica, o rabdoma. Como mostrado na figura adiante, os
raios luminosos que chegam à extremidade do rabdoma com ângulo máximo de abertura φ não escapam do seu interior, como ocorre
em uma fibra óptica fabricada pelo homem. Os índices de refração do rabdoma e do meio que o cerca são n e n0, respectivamente.

Então, é CORRETO afirmar que


A) n < n0 e cos φ = n0 /n. B) n > n0 e cos φ = n0 /n. C) n < n0 e sen φ = n/n0. D) n > n0 e sen φ = n0 /n.

07. (UNIFESP-SP) O gráfico mostra a relação entre os ângulos de incidência e de refração entre dois materiais transparentes e
homogêneos, quando um raio de luz incide sobre a superfície de separação entre esses meios, qualquer que seja o sentido do
percurso.

Se esses materiais fossem utilizados para produzir a casca e o núcleo de fibras ópticas, deveria compor o núcleo da fibra o meio
A) A, por ser o mais refringente. D) B, porque nele a luz sofre maior desvio.
B) B, por ser o menos refringente. E) A ou B, indiferentemente, porque nas fibras ópticas não ocorre refração.
C) A, por permitir ângulos de incidência maiores.
[Digite aqui] [Digite aqui]
08. (FUVEST-SP) Certa máquina fotográfica é fixada a uma distância H da superfície de uma mesa, montada de tal forma a
fotografar, com nitidez, um desenho em uma folha de papel que está sobre a mesa. Desejando manter a folha esticada, uma placa 50
de vidro, com 5 cm de espessura, é colocada sobre a folha. Na nova situação, pode-se fazer com que a fotografia do desenho continue
igualmente nítida, sem alterar a distância focal da máquina, se a distância H for

A) aumentada de menos de 5 cm. D) reduzida de mais de 5 cm.


B) aumentada de mais de 5 cm E) mantida com o mesmo valor inicial.
C) reduzida de menos de 5 cm.

09. (UFMG) Um professor pediu a seus alunos que explicassem por que um lápis, dentro de um copo com água, parece estar
quebrado, como mostrado nesta figura.

Bruno respondeu: “Isso ocorre porque a velocidade da luz na água é menor que a velocidade da luz no ar”.
Tomás explicou: “Esse fenômeno está relacionado com a alteração da frequência da luz quando esta muda de meio”.
Considerando-se essas duas respostas, é CORRETO afirmar que
A) apenas a de Bruno está certa. C) as duas estão certas.
B) apenas a de Tomás está certa. D) nenhuma das duas está certa
.
10. (FUVEST-SP–2009) Dois sistemas ópticos, D1 e D2, são utilizados para analisar uma lâmina de tecido biológico a partir de direções
diferentes. Em uma análise, a luz fluorescente, emitida por um indicador incorporado a uma pequena estrutura, presente no tecido, é
captada, simultaneamente, pelos dois sistemas, ao longo das direções tracejadas. Levando-se em conta o desvio da luz pela refração,
entre as posições indicadas, aquela que poderia corresponder à localização real dessa estrutura no tecido é
Observação: Suponha que o tecido biológico seja transparente à luz e tenha índice de refração uniforme, semelhante ao da água.

A) A.

B) B.

C) C.

D) D.

E) E

. GABARITO

Fixação
01. B 02. D 03. C 04. A 05. A
Propostos

01. B 02. B 03. B 04. D 05. B 06. B 07. A 08. A 09. A 10. C
[Digite aqui] [Digite aqui]

MÓDUL 05 – LENTES ESFÉRICAS 51

Uma lente, seja de vidro ou de qualquer outro material transparente, tem a função de refratar a luz, de modo a formar imagens dos
objetos. Elas são usadas em dispositivos ópticos, tais como o olho humano, a máquina fotográfica, os óculos, o microscópio e muitos
outros.
As figuras a seguir mostram alguns óculos. Observe que o formato das lentes, vistas de frente, depende apenas da armação
na qual são usadas.

Imagine uma lente vista de frente. Ela possui uma borda e uma parte central. A figura a seguir mostra esses elementos. A
parte central da lente está em destaque colorido. A borda da lente é mostrada na figura pela linha preta.

Se qualquer uma das lentes das figuras anteriores for vista de perfil, ou seja, se ela for colocada perpendicularmente a esta
página, o formato das suas faces vai definir o tipo de lente em questão. Cada face de uma lente, quando olhada pela parte externa,
pode ser plana, côncava ou convexa. Veja a seguir algumas lentes vistas de perfil e seus respectivos nomes. A borda de cada lente
está em destaque, com linhas vermelhas.

As três primeiras lentes mostradas têm bordas muito finas e podem quebrar com facilidade. Por isso, elas são aparadas nas
bordas, de modo que tenham uma maior resistência mecânica no contato com a armação dos óculos. Assim, é importante você olhar
a borda comparada com a parte central. Veja a seguir.
[Digite aqui] [Digite aqui]
Vamos analisar o comportamento da luz que chega a uma lente. Veja as figuras a seguir. Em todas elas, a luz incide sobre a
lente perpendicularmente à sua face e, por isso, penetra na lente sem sofrer desvio. Nas figuras, N representa a reta normal à 52
superfície da lente no ponto em que a luz sai para o meio externo. As duas primeiras lentes (1 e 2) estão imersas no ar, que apresenta
índice de refração menor que o da lente. Observe que a luz deve se afastar da normal (N) ao passar da lente para o ar. Dessa forma,
a lente 1 converge os raios de luz, enquanto a lente 2 os diverge. Assim, podemos concluir que, quando imersas em substâncias de
índice de refração menor que os seus, as lentes de bordas mais finas do que a parte central são convergentes, e as lentes de bordas
mais largas que a parte central são divergentes.

Nas figuras 3 e 4, as lentes estão mergulhadas numa substância que apresenta índice de refração maior que o da lente (nsubst.
> nlente). Dessa forma, a luz vai se aproximar da normal ao sair da lente para o meio externo. Olhe, com atenção, as figuras 3 e 4 e
veja que as lentes inverteram as suas características em relação a seu uso em meios cujos índices de refração são menores que o
da lente. Aquela de borda mais fina (3) está funcionando como lente divergente, e a de borda mais espessa (4) está convergind o a
luz. Veja no quadro a seguir o resumo do comportamento das lentes.

Um caso particular a ser considerado ocorre se a lente e o meio em torno dela apresentam o mesmo índice de refração e ambos
são transparentes. Nesse caso, não haverá refração quando a luz entra ou sai da lente (não existe mudança na velocidade da luz).
Assim, os raios vão atravessar a lente sem sofrer qualquer desvio, e não é possível distinguir a lente do meio em que foi col ocada.
Dessa forma, ela ficará invisível dentro da substância.
[Digite aqui] [Digite aqui]
Em nosso estudo, exceto quando for explicitado, vamos considerar os seguintes aspectos:
1. A lente é mais refringente que o meio no qual ela está imersa (n lente > nmeio); 53
2. As lentes devem ter pequena espessura (delgadas). Por esse motivo, nas figuras que se seguem, vamos traçar os raios como se
eles refratassem, apenas uma vez, no meio da lente;
3. A luz que chega às lentes é monocromática;
4. A luz incide apenas na região central das lentes (formando pequenos ângulos com o eixo principal).

As lentes convergente e divergente costumam ser representadas pelos símbolos a seguir. Veja que a lente convergente é
representada por uma dupla seta com as “pontas finas”, e a lente divergente, por uma dupla seta com as “pontas largas”. Não
usaremos essa simbologia em nosso material.

ELEMENTOS PRINCIPAIS DE UMA LENTE


Uma lente apresenta dois focos (F1 e F2), um de cada lado da lente e sempre equidistantes dela. Isso significa que qualquer lente
esférica delgada pode ser usada de qualquer um dos seus lados. Vamos convencionar que o foco 1 está sempre do lado em que a
luz incide na lente. O ponto central da lente é chamado de centro óptico e é representado pela letra O. A distância do foco ao centro
óptico é a distância focal da lente (f). A linha que une os focos e o centro óptico da lente é o seu eixo principal. Comprove, pelas
figuras a seguir, que os focos (e a distância focal) independem da região em que a luz incide sobre a lente.

Observe que os focos da lente convergente são os pontos para os quais convergem os raios que incidem sobre a lente paralelamente
ao eixo óptico desta. Por isso, os focos das lentes convergentes são chamados de focos reais. Na lente divergente, os prolongamentos
desses raios refratados pela lente definem os focos e, assim, estes são considerados virtuais.
[Digite aqui] [Digite aqui]
RAIOS NOTÁVEIS NAS LENTES 54
Lente convergente
Na lente convergente, existem dois pontos do eixo principal, cada um deles chamado de ponto antiprincipal (2F), cuja distância ao
centro óptico da lente é igual a duas vezes a distância focal (2f). Podemos estabelecer uma analogia entre esses pontos e o centro
de curvatura dos espelhos côncavos. Os raios de luz notáveis para esse tipo de lente são:

1. Raio de luz que chega paralelo ao eixo principal e é refratado passando pelo foco 2;
2. Raio de luz que chega passando pelo foco 1 e é refratado paralelamente ao eixo principal;
3. Raio de luz que incide sobre a lente na direção do centro óptico (O) e atravessa a lente sem sofrer desvio;
4. Raio de luz que incide sobre a lente passando pelo ponto antiprincipal (2F), atravessa a lente e é refratado em direção ao ponto
2F, do outro lado desta.

Lente divergente
Na lente divergente, é suficiente conhecer apenas três raios notáveis:
1. Raio de luz que incide sobre a lente paralelamente ao eixo principal desta e é refratado de forma que seu prolongamento passe
pelo foco 1;
2. Raio de luz que incide sobre a lente na direção do foco 2 e é refratado paralelamente ao eixo principal desta;
3. Raio de luz que incide sobre a lente na direção do centro óptico (O) e atravessa a lente sem sofrer desvio.
[Digite aqui] [Digite aqui]
Atenção: Na lente divergente, não é conveniente traçar o raio incidente passando pelo foco 1, pois ele não é um raio notável.
Considere uma pequena lâmpada posicionada sobre o foco 1 de uma lente convergente (C) e, também, sobre o foco 1 de uma lente 55
divergente (D). Veja a seguir.

As linhas pontilhadas (vermelhas) representam o trajeto inicial dos raios extremos do feixe de luz. Após atravessar as lentes, os
raios de luz se aproximam e se afastam (ainda mais) nas lentes C e D, respectivamente. Assim, as lentes C e D estão,
respectivamente, convergindo e divergindo a luz. As setas azuis mostram o desvio sofrido por cada raio extremo do feixe.

DETERMINAÇÃO GRÁFICA DAS IMAGENS


Em um espelho, a luz que incide sobre este é refletida de volta ao mesmo lado de origem. Em uma lente, ao contrário, a luz que
incide sobre ela a atravessa e é refratada para o outro lado. Essa diferença entre espelhos e lentes é a causa da distinta ob tenção
de imagens por meio deles.

Lente divergente
Uma lente divergente forma um tipo único de imagem, independentemente da posição do objeto em relação a ela. Veja a seguir.

Observe que os raios refratados (RR) pela lente são divergentes e não se cruzam. A imagem do objeto é obtida prolongando-se esses
raios (pontilhados vermelhos). O observador tem a sensação de que os raios refratados saíram da “cabeça” da imagem.
[Digite aqui] [Digite aqui]
Assim, o observador vê a imagem na posição mostrada, e essa imagem é, sempre,
56

Se o objeto se aproxima (ou se afasta) da lente, a imagem também se aproxima (ou se afasta). Veja a seguir que, para qualquer
posição do objeto (mesmo sobre o foco 1 da lente), o raio incidente, que é paralelo ao eixo, tem o mesmo raio refratado e o mesmo
prolongamento. Dessa forma, a imagem estará sempre dentro do “triângulo” sombreado.

Assim, qualquer que seja a posição do objeto, ainda que muito distante da lente, a imagem dele estará sempre perto da lente.

No caso de o objeto se colocar muito distante da lente (“infinito”), a sua imagem estará praticamente sobre o foco da lente e será
muito pequena.

Lente convergente
A lente convergente, ao contrário da lente divergente, pode formar diversos tipos de imagens, dependendo da posição do objeto
em relação ao foco e em relação ao ponto antiprincipal. Assim, a imagem pode ser real ou virtual e pode ser maior, menor ou igual
ao objeto. Veja os casos a seguir.
Objeto entre o infinito e o foco (∞ > DO > f)

Observe, na figura acima, que os próprios raios refratados se cruzam. Na posição de encontro deles, ocorre a formação de uma
imagem real (nesse ponto, a luz está chegando realmente). Essa é a imagem da “cabeça” do objeto. Logo, a imagem é invertida,
tanto vertical quanto lateralmente. Se houvesse uma folha de papel, por exemplo, na posição em que a imagem se forma, esta seria
projetada sobre essa folha.
[Digite aqui] [Digite aqui]
Se um objeto se afasta de uma lente convergente, a sua imagem real se aproxima dela e vice-versa. A figura a seguir mostra um
objeto colocado em alguns pontos além do foco de uma lente convergente (DO > f). Em todas essas situações, a imagem é real e 57
invertida. As únicas diferenças entre as imagens são referentes às dimensões e à localização destas. Em qualquer um dos casos, a
imagem estará localizada dentro do “triângulo” destacado.

Veja a seguir as particularidades das imagens formadas por uma lente convergente. Compare com as imagens formadas por um
espelho côncavo e observe que a natureza, a localização e as dimensões dessas imagens são idênticas. Lembre-se de que o ponto
antiprincipal da lente (2F) equivale, no espelho côncavo, ao centro de curvatura.

Uma situação particular ocorre para um objeto muito distante da lente (DO >> 2f). Nesse caso, dizemos que o objeto está no “infinito”.
A imagem formada pela lente convergente, nessa situação, é real, invertida, muito pequena e se localiza, praticamente, sobre o foco
(DI≈f). Se você usa uma lente convergente para “queimar papel”, você está projetando a imagem do Sol (que está no infinito) sobre
a folha. Outra situação particular e interessante ocorre quando o objeto encontra-se sobre o foco da lente. Nessa situação, os raios
refratados pela lente são paralelos, não se cruzam (nem os seus prolongamentos) e não ocorre a formação de imagem. Alguns
autores consideram que nessa situação a imagem se forma no infinito e, por isso, ela é chamada de “imprópria”.

Objeto entre o foco e o centro óptico da lente (DO < f)


[Digite aqui] [Digite aqui]
Observe na figura anterior que , quando o objeto encontra-se entre o foco e o centro óptico da lente, os raios refratados por ela são
divergentes e não se cruzam. A imagem se forma no ponto em que os prolongamentos dos raios refratados se encontram e, portanto, 58
essa imagem é virtual. As características da imagem para tal posição do objeto são:

A situação representada na figura anterior tem uma aplicação importante e usual. Nesse caso, a lente é chamada de “lente de
aumento” (ou lupa) e é muito usada para ampliar imagens de pequenos objetos. Para destacar uma informação dada no início do
módulo, uma lupa pode ser usada, indistintamente, com qualquer uma das suas faces.
Na situação anterior, se o objeto se afasta da lente, aproximando-se do foco, a imagem também se afasta dela e tende ao infinito.
Veja a seguir algumas posições das imagens formadas por uma lente convergente quando o objeto se desloca entre o centro óptico
(O) e o foco 1 dessa lente. As imagens, virtuais, estão sempre dentro do “triângulo” destacado.

Veja com atenção as posições dos objetos (O1, O2 e O3) e das correspondentes imagens (I1, I2 e I3). Um fato importante deve ser
destacado em relação à posição de cada imagem. Ela pode estar em qualquer posição entre o centro óptico da lente (O) e o infinito
(∞). A única exigência, nessa situação, é de que a imagem esteja mais distante da lente do que o objeto (DI > DO).
Você deve ter notado que, para objetos reais, toda imagem real é invertida e qualquer imagem virtual é direta.

COMPARAÇÃO ENTRE ESPELHOS E LENTES


Vamos agora fazer uma comparação importante entre as imagens formadas por espelhos esféricos e as imagens formadas por lentes.
Nas duas comparações a seguir, o objeto pode se deslocar do dispositivo óptico até o “infinito”. Observe as figuras adiante e analise
as imagens virtuais formadas pelo espelho convexo e pela lente divergente.

Note que as imagens se localizam, exclusivamente, entre o elemento óptico e o seu foco (dentro dos triângulos destacados) e do lado
oposto à posição do observador.
[Digite aqui] [Digite aqui]
Veja, a seguir, as imagens reais e virtuais formadas por um espelho côncavo e por uma lente convergente.
59

Veja, nas figuras anteriores, que só não há formação de imagem entre o dispositivo óptico e o foco que está do lado do observ ador.
O quadro a seguir resume essas conclusões.

Veja, ainda, que as imagens reais, formadas pelo espelho ou pela lente, estão sempre na mesma região que o observador. Já as
imagens virtuais e o observador, seja no espelho ou na lente, estão em lados opostos do dispositivo óptico.
DETERMINAÇÃO ANALÍTICA DA IMAGEM
As relações entre as grandezas HO e HI (alturas do objeto e da imagem), DO e DI (distâncias do objeto e da imagem à lente) e f
(distância focal) para as lentes são obtidas da mesma forma que para os espelhos e, por isso, a sua demonstração será omitida.
Considere a figura a seguir.

Essas relações, às idênticas a dos espelhos, são:

Na primeira equação,
1. se A > 1, a imagem é maior do que o objeto e está mais longe da lente do que o objeto;
2. se A = 1, a imagem é do mesmo tamanho do objeto e está na mesma distância do objeto à lente;
3. se A < 1, a imagem é menor do que o objeto e está mais perto da lente do que o objeto.
[Digite aqui] [Digite aqui]
Na 2ª equação (de Gauss), devemos usar a seguinte convenção de sinais, semelhante à usada para os espelhos:
1. em qualquer situação → DO > 0 (positivo); 60
2. lente convergente → f > 0 (positivo);
3. lente divergente → f < 0 (negativo);
4. imagem real → DI > 0 (positivo);
5. imagem virtual → DI < 0 (negativo).

VERGÊNCIA OU GRAU DE UMA LENTE (V)


A vergência (V) de uma lente é determinada pelo tipo de lente e por sua capacidade de “ampliar ou reduzir” a imagem de um objeto
colocado em certa posição. A vergência é definida como o inverso da distância focal (f), ou seja:

Nessa equação, devemos ressaltar que


1. a unidade de medida da vergência é a dioptria (di) (vulgarmente chamada de “grau” da lente) e é igual a m–1;
2. para se obter a vergência de uma lente em dioptrias, devemos usar a distância focal dela em metros;
3. o sinal da distância focal determina o tipo de lente e, por isso, o sinal da sua vergência, a saber:
Lente convergente → f > 0 → V > 0 (positiva)
Lente divergente → f < 0 → V < 0 (negativa)
Considere as duas lentes A e B mostradas a seguir e observe os raios de luz que convergem para o foco 2 de cada uma delas. Veja
que a lente A tem a curvatura das faces mais acentuada do que a da lente B. Isso faz com que a primeira lente seja mais convergente
que a segunda. Observe a posição de cruzamento dos raios refratados (F2 de cada uma). Considere, ainda, que as distâncias focais
das lentes sejam fA = 20 cm e fB = 50 cm.

Como as duas lentes são convergentes, a distância focal e a vergência (grau) de cada uma delas são positivas e valem:
VA = 1/fA = 1/0,20 m ⇒ VA = +5,0 di = +5,0 “graus”
VB = 1/fB = 1/0,50 m ⇒ VB = +2,0 di = +2,0 “graus”
Observe que a vergência da lente A é maior que a da lente B. Se elas são usadas como lupa (objeto entre o foco 1 e o centro
óptico de cada uma), a lente A, para objetos à mesma distância das lentes, fornece uma imagem virtual maior. Agora, uma pergunta
para você refletir.

Para objetos colocados além do foco 1 das lentes (DO > f) e à mesma distância delas, qual lente vai formar a maior imagem real?
Se as lentes fossem divergentes, suas vergências seriam VA = –5,0 di e VB = –2,0 di. Como a lente A tem a menor vergência, ela
forma, para objetos à mesma distância das lentes, a menor imagem.
JUSTAPOSIÇÃO DE LENTES
Quando duas lentes, de vergências VA e VB, são justapostas coaxialmente, em contato uma com a outra, elas funcionam como se
o sistema fosse formado por uma única lente equivalente (E) de vergência V. Veja a seguir.
[Digite aqui] [Digite aqui]
A lente equivalente, nesse caso, apresenta uma distância focal menor que as distâncias focais das lentes A e B. Assim, a lente
equivalente tem maior vergência do que as vergências individuais das lentes A e B. A vergência (V) da lente equivalente pode ser 61
calculada por:

No dia a dia, a luz é, geralmente, policromática e incide em toda a extensão de uma lente. Se a lente apresenta uma vergência
elevada, a imagem formada pode apresentar aberrações que atrapalham a sua visualização. As aberrações mais comuns são a
esférica e a cromática. Para minimizar tais aberrações, os instrumentos ópticos usam uma justaposição de duas ou mais lentes, de
modo que uma lente minimize a aberração produzida pela outra.

EQUAÇÃO DOS FABRICANTES DE LENTES


A face de uma lente esférica tem origem numa esfera de raio R. A figura a seguir mostra uma lente de índice de refração nL que,
propositadamente, tem faces de curvaturas diferentes. Nela, C1 e C2 representam os centros das esferas que deram origem às faces
de raios iguais a R1 e R2, respectivamente. A lente está mergulhada numa substância de índice de refração igual a nmeio.

Considere que os focos 1 e 2 da lente sejam F1 e F2, conforme mostrado anteriormente. A distância focal (f) da lente pode ser
calculada por meio da equação dos fabricantes de lentes, mostrada a seguir:

Nessa equação, devemos seguir esta convenção de sinais para os raios das faces da lente:
• Face convexa ⇒ R > 0 (positivo);
• Face côncava ⇒ R < 0 (negativo);
• Face plana ⇒ R → ∞ (1/R → 0).

EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO

01. (UFMG) As figuras representam, de forma esquemática, espelhos e lentes.

Para se projetar a imagem de uma vela acesa sobre uma parede, pode-se usar
A) o espelho E1 ou a lente L2.
B) o espelho E1 ou a lente L1.
C) o espelho E2 ou a lente L2.
D) o espelho E2 ou a lente L1.
[Digite aqui] [Digite aqui]
02. (UFLA-MG) Coloca-se uma pequena lâmpada no foco de uma lente de índice de refração nL e, em seguida, imerge-se o conjunto
num líquido de índice de refração n1. 62

Repetindo-se o procedimento anterior num segundo líquido, com índice de refração n2, obteve-se o seguinte percurso para os raios
luminosos:

É CORRETO afirmar que

A) n2 > n1 > nL. B) n2 = nL > n1 C) nL > n2 > n1 D) n2 > nL > n1 . E) nL = n1 > n2.

03. (FJP-MG–2010) Uma lente de vidro é utilizada para projetar a imagem de um objeto sobre uma tela, como representado nesta
figura. Nessa situação, uma imagem nítida do objeto é observada sobre a tela. Em seguida, a lente é substituída por outra len te do
mesmo material, porém mais espessa no centro.

Para que, após essa substituição, uma imagem nítida do objeto se forme sobre a tela, foram sugeridos dois procedimentos:

I. afastar a tela da lente, mantendo o objeto na mesma posição;


II. aproximar o objeto da lente, mantendo a tela na mesma posição.

Considerando essas informações, é CORRETO afirmar que o resultado desejado pode ser produzido

A) apenas com o primeiro procedimento.


B) apenas com o segundo procedimento.
C) com os dois procedimentos.
D) com nenhum dos dois procedimentos.

04. (UFLA-MG) Um objeto real que se encontra a uma distância de 25 cm de uma lente esférica delgada divergente, cuja distância focal é,
em valor absoluto, também de 25 cm,

A) não fornecerá imagem.


B) terá uma imagem real, invertida e do mesmo tamanho do objeto, a 25 cm da lente.
C) terá uma imagem real, invertida e ampliada, a 12,5 cm da lente.
D) terá uma imagem virtual, direita e ampliada, a 25 cm do objeto.
E) terá uma imagem virtual, direita e reduzida, a 12,5 cm do objeto.
[Digite aqui] [Digite aqui]
05. (UFMG) Na figura, estão representados três raios de luz emergindo de uma fonte localizada em P, passando pelas lentes delgadas
(L1 e L2), ocultas pelas caixas, e atingindo Q. 63

Com relação ao perfil das lentes L1 e L2, respectivamente, a afirmativa CORRETA é

EXERCÍCIOS PROPOSTOS

01. (UFMG) Nesta figura, está representado o perfil de três lentes de vidro.

Rafael quer usar essas lentes para queimar uma folha de papel com a luz do Sol.
Para isso, ele pode usar apenas

A) a lente I. B) a lente II. C) as lentes I e III. D) as lentes II e III.

02. (Cesgranrio) A partir de uma lente biconvexa L e sobre seu eixo principal, marcam-se cinco pontos A, B, C, D e E a cada 10 cm,
conforme ilustra a figura.

Observa-se que um raio luminoso emitido de um ponto P, distante 20 cm dessa lente, após atravessá-la, emerge paralelamente ao
seu eixo principal. Portanto, se esse raio for emitido de um ponto Q, situado a 40 cm dessa lente, após atravessá-la, ele irá convergir
para o ponto

A) A. D) D.
B) B. E) E.
C) C.
[Digite aqui] [Digite aqui]
03. (EFOA-MG) Colocando-se um objeto em frente a uma lente de distância focal f, observa-se que a imagem formada desse objeto
é invertida, e sua altura é menor que a do objeto. É CORRETO afirmar que 64
A) o objeto deve estar situado a uma distância da lente maior que 2f.
B) a imagem formada é virtual.
C) a lente é divergente.
D) o objeto deve estar situado entre o foco e a lente.
E) em relação à lente, a imagem formada encontra-se no mesmo lado do objeto.

04. (UFPR–2007) Um estudante usando uma lupa sob a luz do Sol consegue queimar uma folha de papel devido à concentração dos
raios do Sol em uma pequena região. Ele verificou que a maior concentração dos raios solares ocorria quando a distância entre o
papel e a lente era de 20 cm. Com a mesma lupa, ele observou letras em seu relógio e constatou que uma imagem nítida delas era
obtida quando a lente e o relógio estavam separados por uma distância de 10 cm. A partir dessas informações, considere as seguintes
afirmativas:

1. A distância focal da lente vale f = 20 cm.


2. A imagem das letras formada pela lente é invertida e virtual.
3. A lente produz uma imagem cujo tamanho é duas vezes maior que o tamanho das letras impressas no relógio.

Assinale a alternativa CORRETA.

A) Somente a afirmativa 1 é verdadeira.


B) Somente a afirmativa 2 é verdadeira.
C) Somente a afirmativa 3 é verdadeira.
D) Somente as afirmativas 1 e 3 são verdadeiras.
E) Somente as afirmativas 2 e 3 são verdadeiras.

05. (EFOA-MG) Duas lentes iguais são fabricadas com um material cujo índice de refração é nL = 1,5. Para testar suas propriedades
ópticas, uma delas é colocada em um recipiente contendo um meio A (índice de refração nA = 1,5). A outra lente é colocada em um
recipiente contendo um meio B (índice de refração nB = 1,7), conforme figura a seguir. Faz-se incidir, então, na lente dentro de cada
um dos recipientes, um feixe de luz monocromática.

Com base nesse experimento, podemos afirmar que

A) no meio A, a lente não funcionará como lente e, no meio B, a lente será divergente.
B) no meio A, a lente não funcionará como lente e, no meio B, a lente será convergente.
C) no meio A, a lente será convergente e, no meio B, a lente será divergente.
D) no meio A, a lente será divergente e, no meio B, a lente será divergente.
E) as lentes serão sempre convergentes, independentemente do meio em que se encontram.
[Digite aqui] [Digite aqui]
06. (Milton Campos-MG) A figura a seguir mostra um estreito feixe monocromático de luz, propagando-se inicialmente no ar e incidindo
numa lente delgada de vidro. 65

Entre as alternativas a seguir, assinale aquela que MELHOR representa o comportamento do feixe após ultrapassar a lente.

07. (UFLA-MG) Uma lente forma a imagem real de um objeto, como mostra a figura A a seguir. Cobrindo-se metade da lente, como
mostrado na figura B, o que acontece com a imagem?

A) A imagem continua a ser formada, porque a luz é um fluido e contorna obstáculos.


B) A imagem deixará de ser formada, porque só os raios que atravessam a metade superior da lente contribuem para a formação da
imagem.
C) A imagem continua a ser formada, com menor intensidade, pelos raios luminosos que atravessam a metade inferior da lente.
D) A imagem continua a ser formada sem alteração de intensidade, pois apenas os raios que passam pela metade inferior da lente
contribuem para a formação da imagem.
E) A imagem passa a ser virtual e formada do lado esquerdo da lente.

08. (Fatec-SP) “Olho mágico” é um dispositivo de segurança residencial constituído simplesmente de uma lente esférica. Colocado
na porta de apartamentos, por exemplo, permite que se veja o visitante que está no hall de entrada. Quando um visitante está a 50
cm da porta, um desses dispositivos forma, para o observador dentro do apartamento, uma imagem três vezes menor e direita do
rosto do visitante. Assinale a alternativa que se aplica a esse caso quanto às características da lente do olho mágico e o se u
comprimento focal (f).
A) Divergente, f = −300 cm.
B) Divergente, f = −25 cm.
C) Divergente, f = −20 cm.
D) Convergente, f = +20 cm.
E) Convergente, f = +300 cm.
[Digite aqui] [Digite aqui]
09. (Cesgranrio) Em uma aula sobre Óptica, um professor, usando uma das lentes de seus óculos (de grau + 1,0 di), projeta, sobre
uma folha de papel colada ao quadro de giz, a imagem da janela que fica no fundo da sala (na parede oposta à do quadro). Para isso, 66
ele coloca a lente a 1,20 m da folha. Com base nesses dados, é CORRETO afirmar que a distância entre a janela e o quadro de giz
vale

A) 2,4 m. B) 4,8 m. C) 6,0 m. D) 7,2 m. E) 8,0 m.

10. (CEFET-MG–2008) Um objeto O é colocado sobre o eixo principal de duas lentes de vidro L1 e L2, conforme mostram as seguintes
figuras. As lentes estão no ar, e F representa o foco da lente L1. Sobre as lentes, afirma-se:

I. A lente L2 é convergente, enquanto L1 é divergente.


II. A distância focal de L2 é menor do que a de L1.
III. A imagem de O produzida por L2 é maior do que a produzida por L1.
IV. As imagens de O geradas pelas duas lentes são reais.

Estão CORRETAS apenas as afirmações

A) I e II. B) I e III. C) II e III. D) II e IV . E) III e IV.

11. (UNIFESP) Tendo-se em vista que as lentes são, na prática, quase sempre usadas no ar, a equação dos fabricantes de lentes
costuma ser escrita na forma:

Nessas condições, pode-se afirmar que a convergência de uma lente plano-convexa de índice de refração n = 1,5 e cujo raio da face
convexa é R = 20 cm é

A) 0,50 di. B) 1,0 di C) 1,5 di. D) 2,0 di. E) 2,5 di.

.
12. (UFTM-MG–2008) Duas lentes esféricas, uma plano-convexa e outra plano-côncava, são justapostas e inseridas no vácuo (índice
de refração igual a 1). Os raios de curvatura de ambas as lentes têm o mesmo valor; entretanto, seus índices de refração diferem. A
vergência do conjunto, resultado da adição das vergências individuais de ambas as lentes, em di, pode ser determinado por
[Digite aqui] [Digite aqui]
13. (UEL-PR) O esquema a seguir representa, em escala, um objeto O e sua imagem i conjugada por um sistema óptico S. O sistema
óptico S compatível com o esquema é 67

A) um espelho côncavo. D) uma lente divergente.


B) um espelho convexo. E) uma lâmina de faces paralelas.
C) uma lente convergente.

14. (UFF-RJ) A figura representa um objeto real (O) e a sua imagem (I) obtida por um dispositivo óptico simples (D).

Sabendo que essa imagem é real, invertida e do mesmo tamanho que o objeto, pode-se afirmar que o dispositivo óptico é
A) um espelho plano. D) um espelho esférico côncavo.
B) uma lente delgada convergente. E) uma lente delgada divergente.
C) um espelho esférico convexo.

15. (UNIRIO-RJ) Uma pessoa deseja construir um sistema óptico capaz de aumentar a intensidade de um feixe de raios de luz
paralelos, tornando-os mais próximos, sem que modifique a direção original dos raios incidentes. Para isso, tem à sua disposição
prismas, lentes convergentes, lentes divergentes e lâmina de faces paralelas. Tendo em vista que os elementos que constituirã o o
sistema óptico são feitos de vidro e estarão imersos no ar, qual das cinco composições a seguir poderá ser considerada como uma
possível representação do sistema óptico desejado?

GABARITO

Fixação Propostos
01. A 02. D 03. B 04. E 05. C 01.C 02.D 03.A 04.D 05.A 06.A 07.C 08.B 09.D 10.D 11.E 12.D 13.D 14.D 15.D
[Digite aqui] [Digite aqui]
MÓDULO 06 – INSTRUMENTOS ÓPTICOS
68
Os instrumentos ópticos permitem ao homem enxergar o mundo imediatamente à sua volta, bem como aquilo que está muito
distante ou o que é muito pequeno. Um instrumento óptico forma uma imagem que, geralmente, é maior do que o objeto ou que “traz
o objeto” para perto do olho do observador. Os instrumentos ópticos podem ser divididos em dois grupos: os instrumentos de projeção
e os de observação. No primeiro grupo, temos o projetor (de slides ou multimídia), a máquina fotográfica e o olho humano, entre
outros. Do segundo grupo, podemos citar o binóculo, o microscópio, o telescópio e os óculos. Outra forma de classificar os
instrumentos ópticos se baseia na maneira como eles formam as imagens. Assim, temos os instrumentos refletores (que usam
espelhos) e os instrumentos refratores (que usam lentes).
A visão que temos do tamanho de um objeto, ou de sua imagem, depende das suas dimensões e da distância a que ele se encontra
do nosso olho. Ou seja, a impressão que temos do tamanho do objeto está relacionada com o ângulo (α) segundo o qual o objeto é
visto. Quanto maior for esse ângulo, maior será a sensação que temos do tamanho do objeto. Observe a figura seguinte. Ela mostra
um objeto que é visto, diretamente, segundo o ângulo visual α0. A figura mostra também duas imagens do objeto, formadas de
maneiras distintas. Na imagem à esquerda, a imagem do objeto foi ampliada, mas encontra-se na mesma posição que o objeto. Na
imagem à direita, a imagem possui o mesmo tamanho que o objeto, no entanto, está mais próxima do observador. Veja que, nas duas
situações, a imagem está sendo vista segundo um ângulo visual α, maior que α0. Portanto, nos dois casos, o observador tem a
impressão de um “objeto” maior.

Essas duas situações explicam o funcionamento de muitos instrumentos ópticos. Esses instrumentos formam imagens maiores que
o objeto ou aproximam a imagem dos olhos do observador. Em ambos os casos, o ângulo segundo o qual a imagem é vista torna-se
maior, justificando o uso do instrumento.

MÁQUINA FOTOGRÁFICA
A câmera fotográfica tradicional é um instrumento de projeção no qual a imagem a ser registrada deve ser projetada sobre o filme,
ou sobre o sensor óptico de câmeras digitais, que se encontra no interior destas. Por causa disso, a imagem formada deve ser real
e, portanto, invertida. Assim, a distância da imagem à lente (DI) será representada por um número positivo. A distância do ob jeto a
ser fotografado à lente (DO) varia conforme ele esteja longe ou perto da câmera.
As máquinas de média ou baixa qualidade, que não permitem ajustes em relação ao afastamento do objeto, possuem uma lente de
pequena distância focal, em relação à distância a que o objeto se encontra da lente, chamada de objetiva. Dessa forma, qualquer
objeto estará muito distante da câmera (no “infinito” em relação à lente) e, consequentemente, a sua imagem será formada no plano
focal da lente. Portanto, para que a imagem seja projetada sobre o filme, este deve estar posicionado no plano focal da lente.
As câmeras profissionais permitem que objetos próximos ou distantes das câmeras sejam registrados com a mesma perfeição. Nesse
caso, para que a imagem seja nítida (bem focada), a distância focal (f) da objetiva, ou a distância da película (onde se formará a
imagem) à lente (DI), deve ser ajustável. Nas câmeras com objetiva de distância focal constante, a distância da lente ao filme deve
ser alterada, conforme mostrado a seguir.

Veja que, para objetos distantes da câmera (DO grande), a distância da imagem à lente (DI) deve ser pequena e, para objetos
próximos da máquina, DI deve ser grande. A variação da distância da lente à imagem é obtida por meio da aproximação ou do
afastamento da lente em relação ao filme. Isso pode ser feito de forma manual, como nas antigas câmeras “lambe-lambe”, ou
automática, como ocorre quando você “mira” o objeto a ser fotografado e percebe que a lente se desloca para a posição adequada.
[Digite aqui] [Digite aqui]
Algumas câmeras profissionais possuem mais de uma lente. O ajuste na focalização do objeto é feito alterando a distância entre
as lentes, o que provoca uma mudança na distância focal do conjunto. 69
Considere que, nessas máquinas, a distância do filme ao conjunto de lentes seja constante. Observe a seguir, portanto, que, para
objetos distantes, a distância focal deve ser grande, e, para objetos próximos, a distância focal deve ser menor.

A figura a seguir mostra a formação da imagem numa câmera fotográfica simples.

OLHO HUMANO
O olho é, sem dúvida, o instrumento óptico mais importante para o ser humano. É um órgão complexo, composto de diversas
estruturas, dentre as quais algumas interessam a esse ramo da Física. A figura a seguir mostra um olho humano e os elementos
físicos mais relevantes para o nosso estudo.

Em um olho humano normal, os raios luminosos entram pela pupila, atravessam a córnea, o cristalino, a parte central do olho e se
encontram na retina – região fotossensível –, sobre a qual a imagem, para uma visão perfeita, deve ser formada. Ou seja, no olho, a
imagem é projetada sobre a retina, sendo real e invertida. O funcionamento do olho é semelhante ao de uma máquina fotográfica. A
pálpebra, equivalente ao obturador, abre e fecha para permitir a entrada de luz.
A córnea, uma película curva, transparente e localizada na parte anterior do olho, é responsável pela primeira e maior parte da
refração da luz que vem do exterior.
A função da pupila – canal existente na íris – é controlar a quantidade de luz que chega ao cristalino, de modo a permitir uma
visualização adequada dos objetos. Em relação a uma máquina fotográfica, ela é equivalente ao diafragma.

Se a luminosidade exterior é elevada, a pupila se contrai, de modo a minimizar a entrada de luz. Ao contrário, com baixa
luminosidade no ambiente, a pupila se dilata, de forma que uma quantidade maior de luz entre no olho para formar a imagem. As
figuras a seguir mostram um olho com a pupila dilatada e outro com a pupila contraída.
[Digite aqui] [Digite aqui]
O cristalino é uma lente biconvexa convergente, maleável e responsável pela focalização final das imagens sobre a retina. As
bordas do cristalino são envolvidas pelos músculos ciliares, cuja função é a de comprimir o cristalino, de modo a alterar a sua curvatura 70
e, consequentemente, a sua distância focal. Veja a seguir um cristalino sem compressão – com músculos ciliares relaxados (1) –, e
outro com um certo esforço de compressão dos músculos (2).

A retina – película localizada na parte posterior do globo ocular – é formada por dois tipos básicos de células sensíveis à luz: os
cones (responsáveis pela percepção de cores) e os bastonetes (que não distinguem as cores, mas são os responsáveis pela
percepção dos níveis de intensidade da luz emitida pelos objetos). Quando a imagem é projetada na retina, o nervo óptico, acoplado
a ela, transmite a informação visual ao cérebro.

OLHO HUMANO NORMAL


O olho normal é aquele capaz de formar imagens nítidas para objetos próximos, aproximadamente a 25 cm do olho, ou afastados, no
infinito, em relação ao observador. Em ambos os casos, a imagem deve ser formada sobre a retina – condição necessária para uma
visão perfeita. Dessa forma, a distância (DI) da imagem ao cristalino deve ser sempre a mesma, qualquer que seja a distância do
objeto ao olho. Ou seja, DI depende apenas do tamanho do olho do observador. Em média, essa distância é de 2,5 cm.
A imagem projetada sobre a retina é real (DI > 0). Qualquer que seja a distância do objeto ao olho, a equação de Gauss deve s er
respeitada. Assim, a distância focal (f) e a vergência (V) do cristalino variam de acordo com a mudança da distância do objeto ao olho
(DO). Lembre-se de que a vergência (V) é inversamente proporcional à distância focal (f), V = 1/f. Veja, na equação de Gauss a
seguir, que a distância focal do cristalino varia conforme a distância do objeto ao olho, que também varia.

Dessa forma, o cristalino apresenta uma distância focal para cada posição do objeto. A alteração provocada pelo músculo ciliar
sobre o cristalino é chamada de acomodação visual. Observe, na tabela que se segue, as alterações que ocorrem nas grandezas
com a mudança da posição do objeto.

Se o objeto está no “infinito” (muito afastado do olho), a distância focal é máxima, e o músculo ciliar está totalmente relaxado
(sentimos o menor esforço visual para enxergar um objeto). Nesse caso, o foco do cristalino está sobre a retina. À medida que o
objeto se aproxima do olho, o esforço muscular sobre o cristalino aumenta, comprimindo-o. Assim, existe uma posição do objeto em
relação ao olho, próxima a este, na qual o músculo ciliar exerce a sua maior compressão. Se o objeto for aproximado do olho a lém
desse ponto, o olho perde a capacidade de focalizá-lo. Nessa situação, o cristalino apresenta a menor distância focal possível e,
consequentemente, a maior vergência.
O ponto mais distante do olho, em que este é capaz de formar uma imagem nítida, é chamado de ponto remoto (PR), e sua distância
ao olho é conhecida como distância máxima de visão perfeita. Numa pessoa de visão normal, o PR tende ao infinito. O ponto mais
próximo ao olho, para o qual este forma uma imagem nítida, é conhecido como ponto próximo (PP). A sua distância ao olho é
chamada de distância mínima de visão perfeita. Essa distância varia com a idade e de uma pessoa a outra. Nos adultos, em média,
o ponto próximo (PP) está a 25 cm do olho. Assim, o olho de uma pessoa de visão normal consegue formar imagens nítidas de
objetos colocados no intervalo entre o infinito (PR) e 25 cm do olho dessa forma (PP). Esse intervalo é a zona de acomodação.
[Digite aqui] [Digite aqui]
Vamos determinar a vergência (V) do cristalino para os extremos da zona de acomodação. Considere que o tamanho do globo
ocular seja 2,5 cm, ou seja, 0,025 m. Como a imagem se forma sobre a retina, DI = 0,025 m. Considere, ainda, que o ponto próximo 71
(PP) esteja a 25 cm ou 0,25 m do olho.

A variação da vergência entre os valores anteriores (DV = 4 di) é chamada de amplitude de acomodação. Assim, o olho humano
normal varia a sua vergência em 4 “graus” ao mudar a focalização de um objeto que estava muito longe para outro que estava muito
perto dele.

DEFEITOS DE VISÃO
Todo órgão ou sistema do corpo humano é susceptível a apresentar anomalias, e o olho não foge à regra. As causas para os defeitos
de visão são várias, mas vamos citar apenas três. Uma delas é a deformidade do globo ocular, que pode ser alongado ou encurtado
além do que deveria. Outra causa é a curvatura da córnea além ou aquém do normal. E, por último, o elevado ou baixo índice de
refração das estruturas que formam o olho, particularmente da córnea e do cristalino. Assim, o sistema ocular é mais ou menos
convergente do que o necessário. Quaisquer dessas causas fazem com que a imagem se forme antes ou depois da retina,
respectivamente. Os defeitos de visão mais comuns, que podem ser minimizados com o uso de lentes esféricas, são: miopia,
hipermetropia e presbiopia (“vista cansada”).
Duas importantes posições do objeto, em relação ao olho, são o Ponto Próximo (PP) e o Ponto Remoto (PR). Elas correspondem à
menor e à maior distância a que um objeto pode se encontrar em relação ao olho, respectivamente, para uma visão perfeita da
imagem do objeto.

MIOPIA
O olho míope, por qualquer das causas citadas, é mais convergente do que deveria, apresentando uma distância focal pequena em
relação aos olhos normais. Assim, os raios luminosos que entram no olho convergem muito e a imagem se forma antes da retina;
logo, não apresenta nitidez suficiente. Nesse caso, a imagem deve ser afastada do cristalino para melhorar a sua visualização. Isso
é conseguido, sem correção, aproximando os objetos do olho. Logo, a pessoa com miopia enxerga muito bem os objetos próximos
ao seu olho. Ou seja, o ponto próximo (PP) de um olho míope encontra-se mais perto deste do que o ponto próximo de um olho
normal.
O problema do míope está no ponto remoto (PR), que é mais perto do olho deste do que deveria ser. Ou seja, o míope enxerga muito
mal os objetos que estão afastados dele. Para um objeto no “infinito”, por mais que o cristalino do míope esteja relaxado (distância
focal grande), a imagem se forma antes da retina.
A correção visual da miopia, por meio de óculos e para objetos afastados, é feita com lentes divergentes, uma vez que o olho míope
é muito convergente. A miopia é o defeito visual mais comum na população. Veja a seguir.
[Digite aqui] [Digite aqui]
Hipermetropia
72
O olho hipermétrope, por qualquer que seja a causa, é menos convergente do que o necessário e, assim, a sua distância focal é
grande em relação a dos olhos normais. Dessa forma, os raios luminosos que entram no olho convergem pouco. Consequentemente,
a imagem se forma atrás (depois) da retina e não apresenta nitidez normal. Portanto, para melhorar a visualização do objeto, é
necessário aproximar a imagem do cristalino.
Se o objeto está muito afastado do hipermétrope (DO é grande) e o cristalino deste está totalmente relaxado, a imagem do objeto se
forma atrás da retina (cristalino converge pouco). Para resolver essa situação, o hipermétrope pode, simplesmente, acomodar a sua
visão (forçando os músculos ciliares), de modo a diminuir a distância focal de seu olho e, consequentemente, trazer a imagem para
a retina. Nas situações em que essa adaptação oferece desconforto visual para o paciente, o médico pode receitar a ele óculos com
lentes convergentes para a visualização de objetos distantes. Veja a seguir.

O grande problema do hipermétrope, entretanto, está na visualização de objetos próximos ao olho. Se DO é pequeno e o olho
converge pouco a luz que chega a ele (distância focal grande), a imagem do objeto se forma atrás da retina por maior que seja o
esforço de acomodação do músculo ciliar. Ou seja, o hipermétrope não enxerga bem objetos próximos a ele, pois seu ponto próximo
(PP) se encontra mais distante dele do que o ponto próximo de uma pessoa de visão perfeita. Sem correção visual, o hipermétrope
costuma afastar o objeto do seu olho. Assim, o hipermétrope tem de contar com a correção de lentes convergentes para a visualização
de objetos próximos ao seu olho. Veja a seguir.

O ponto remoto (PR) do hipermétrope, geralmente, continua no infinito.

Presbiopia
A presbiopia, ou “vista cansada”, na análise da fisiologia humana, não é considerada um “defeito de visão”. É uma situação natural e
espontânea que ocorre em consequência do envelhecimento e que atinge a maioria das pessoas com idade acima dos quarenta
anos.

No olho da pessoa com presbiopia, o músculo ciliar, responsável pela focalização das imagens sobre a retina, vai perdendo a
capacidade de comprimir o cristalino da forma necessária. Assim, quem possui presbiopia perde, principalmente, a capacidade de
enxergar objetos próximos ao olho. Nesse caso, o olho da pessoa com presbiopia tem iguais funcionamento e correção que o olho
da pessoa com hipermetropia – lentes convergentes. Em alguns casos, além de perder elasticidade, o músculo ciliar se deforma.
Nesse caso, o cristalino fica impedido de relaxar da mesma forma que antes e passa a não focalizar objetos muito distantes. Para
pessoas com tais características, são necessários dois pares de óculos, um para “perto” (com lentes convergentes) e outro para
“longe” (com lentes divergentes) ou um par de óculos “bifocal ou multifocal”. Assim, o olho com presbiopia pode não ter o ponto remoto
(PR) no infinito, mas seu ponto próximo (PP), seguramente, está mais distante do olho do que o de um olho normal.
[Digite aqui] [Digite aqui]
Veja a seguir as posições dos pontos remoto (PR) e próximo (PP) e a zona de acomodação ZA (em vermelho) para os diversos tipos
de pessoas, sem a correção visual. O ponto próximo, para um olho normal, encontra-se, em média, a 25 cm do observador. 73

Vale a pena destacar que a miopia, a hipermetropia e a presbiopia podem ser tratadas cirurgicamente, geralmente, por meio de
pequenas incisões radiais na córnea do paciente de modo a alterar a sua curvatura e, por conseguinte, a distância focal do conjunto
ocular.
Outro defeito de visão bastante comum é o astigmatismo. Ele ocorre devido a uma curvatura irregular da córnea ou do cristalino, que
perde a esfericidade, ficando mais ou menos convergente em algumas regiões das suas faces. Isso faz com que múltiplas imagens
(do mesmo objeto) se formem sobre a retina, o que provoca a sensação de uma imagem “borrada”. Tal defeito é corrigido com lentes
cilíndricas, não discutidas em nossa Coleção. Existem outros defeitos de visão que as lentes não corrigem e, por isso, não foram
citados.
Veja um resumo dos defeitos de visão e suas respectivas correções:

MICROSCÓPIO SIMPLES (OU LUPA) E ESPELHO DE AUMENTO


A lupa e o espelho de aumento você já conhece. A lupa é uma lente convergente utilizada para observar um objeto colocado entre
ela e seu foco. O espelho de aumento é um espelho côncavo utilizado para observar um objeto que deve ser posicionado entre o
espelho e seu foco. Nos dois casos, as imagens formadas são virtuais e maiores que o objeto. A imagem formada pela lente não
apresenta inversão vertical e nem lateral, o que permite ler um texto com letras muito pequenas ou observar, com mais detalhes, as
partes de uma flor ou de um inseto, por exemplo. A imagem formada pelo espelho de aumento, usado em maquiagem, por exemplo,
é direta, mas apresenta inversão lateral. Quando você se observa num espelho de aumento, a orelha direita parece ser a orelha
esquerda.

A ampliação linear (A) desses dispositivos aumenta com a redução da distância focal. No entanto, diminuir muito a distância focal
significa diminuir bastante os raios de curvatura do espelho ou das faces da lente. Isso faz com que esses instrumentos não mais
obedeçam às condições de Gauss e comecem a gerar imagens distorcidas. Por esse motivo, não se consegue grandes ampliações
com tais aparelhos.
[Digite aqui] [Digite aqui]
MICROSCÓPIO OU MICROSCÓPIO COMPOSTO 74
O microscópio é um equipamento projetado para fornecer grande ampliação para pequenos objetos. Ele é composto de duas lentes
convergentes: a objetiva (que fica próxima do objeto a ser ampliado) e a ocular (que fica perto do olho do observador). A figura a
seguir mostra um microscópio muito usado em laboratórios escolares.

O objeto a ser observado em um microscópio deve ser colocado a uma distância da objetiva que seja maior que a distância focal
dela, mas próximo ao foco. A objetiva forma uma imagem real (I1), invertida e ampliada do objeto.

Essa imagem está posicionada entre a ocular e o foco desta. Assim, a ocular funciona como uma lupa e forma, a partir da
primeira imagem, uma segunda imagem (I2), que é virtual, maior que a primeira imagem e direta em relação a esta, mas invertida em
relação ao objeto. A figura a seguir mostra a formação da imagem em um microscópio composto.

A ampliação fornecida pelo microscópio é o produto das ampliações fornecidas por cada lente individualmente. Se a objetiva produz
um aumento de 80 vezes, e a ocular, de 20 vezes, a ampliação total do microscópio é de 1 600 vezes. Num microscópio óptico,
conseguimos ampliar um objeto até 2 000 vezes, o que nos permite observar, com nitidez, a maioria das estruturas vivas da natureza.
Para ampliações maiores que essa, usamos um microscópio eletrônico, que trabalha com um feixe de elétrons, e não com feixes de
luz. O microscópio eletrônico nos permite ampliações próximas de 1 milhão de vezes e com ele podemos observar a estrutura de um
vírus, por exemplo. O funcionamento do microscópio eletrônico foge aos objetivos de nosso estudo.

TELESCÓPIOS
Os telescópios são instrumentos utilizados para a observação de objetos muito distantes da Terra, como planetas e estrelas. A
imagem formada por esses instrumentos não é ampliada, mas se coloca bem perto do observador. Por esse motivo, a imagem
fornecida pelo telescópio é maior do que a imagem do objeto que seria vista sem o instrumento. Os telescópios podem ser
classificados em refratores ou refletores.
[Digite aqui] [Digite aqui]
Telescópio refrator ou luneta astronômica
75
A luneta astronômica foi aperfeiçoada por Galileu, em 1609, e este a utilizou para observar a Lua, os planetas do Sistema Solar e
algumas luas de Júpiter. Por meio da observação dessas luas, Galileu pôde constatar que a velocidade da luz era muito grande, mas
não infinita. A luneta possui duas lentes: a objetiva (que recebe a luz do astro) e a ocular (por onde o operador vai observar a imagem
do astro). Em algumas lunetas, a luz refratada pela objetiva vai de encontro à ocular por meio da reflexão num pequeno espelho
plano. A ocular, que recebe a luz refletida, forma uma imagem final virtual, invertida em relação ao astro e bem próxima do observador.
O esquema simplificado de funcionamento e uma foto da luneta astronômica são mostrados a seguir.

O binóculo e o periscópio, citados como aplicações da reflexão total, formam imagens da mesma maneira que um telescópio
refrator.
A luneta, como visto anteriormente, não se aplica a observações de astros muito distantes, como as estrelas, por exemplo. A luz
emitida por elas chega com baixa intensidade à Terra e, portanto, para formar imagens de boa qualidade, seria necessário que a
objetiva fosse muito grande. Consequentemente, uma lente desse tipo seria muito espessa. Assim, essa lente não seria delgada, e
as condições de Gauss não se aplicariam a ela. Devido a essa limitação, Newton, em 1668, desenvolveu o telescópio refletor, discutido
a seguir.

Telescópio refletor ou telescópio


O telescópio refletor, ou simplesmente telescópio, usa um grande espelho parabólico côncavo no lugar da lente objetiva da luneta.
Os telescópios do Monte Palomar (Califórnia), os Keck (Havaí) e o do LNA (Laboratório Nacional de Astrofísica, Itajubá-MG) têm
espelhos com diâmetros, respectivamente, de 5,0 m, 10 m e 1,6 m. Quanto maior o tamanho do espelho, mais luz ele consegue
coletar e, consequentemente, poderá produzir imagens de objetos muito distantes. O mais famoso telescópio refletor da atualidade é
o Hubble (em órbita da Terra, numa altitude de 589 km), que tem um espelho de 2,4 m de diâmetro.
O funcionamento, simplificado, de um telescópio refletor se dá da seguinte maneira: a luz emitida por uma estrela, por exemplo, incide
no grande espelho parabólico do telescópio (que faz a função da lente objetiva no telescópio refrator) e é refletida por ele. A luz
refletida pelo espelho parabólico vai de encontro a um segundo espelho, que pode ser plano ou convexo, e é novamente refletida,
agora em direção a uma lente convergente – a ocular –, por meio da qual o observador vai analisar a imagem final formada pelo
aparelho. Atualmente, as imagens da ocular são enviadas para um sistema computadorizado que fornece a imagem nas telas de um
computador ou as envia para qualquer lugar do mundo. A figura a seguir mostra o esquema do telescópio de Newton. Veja também
a fotografia de um telescópio refletor.
[Digite aqui] [Digite aqui]
PROJETORES 76
Qualquer tipo de projetor produz uma imagem, geralmente maior que o objeto, que deve ser vista em uma tela. Assim, a imagem
formada deve ser real e invertida, tanto na vertical quanto na horizontal. Para o seu funcionamento básico, basta uma única l ente
convergente, uma fonte de luz e o objeto a ser projetado. Para se obter uma imagem ampliada, o objeto deve estar próximo ao foco
da lente, numa distância um pouco maior que a distância focal dela. Existem vários tipos de projetores, com características particulares
e com diversos acessórios que servem para melhorar a qualidade da imagem projetada. O esquema a seguir mostra, de forma
simplificada, o funcionamento de um projetor de slides (o objeto). A fonte de luz fica no foco do espelho de modo a proporcionar uma
maior luminosidade no slide. Observe que a imagem projetada é invertida.

Todos os instrumentos artificiais citados anteriormente possuem lentes muito potentes (grande vergência) e capazes de formar
imagens de grande qualidade. Nessas lentes, as aberrações esférica e cromática são pronunciadas. Dessa forma, todos os
instrumentos são equipados com um ou mais conjuntos de lentes, formados por vários tipos de lentes associadas, em vez de uma
única lente. Esses conjuntos e uma série de outros acessórios têm o objetivo de eliminar, dentro do possível, o efeito nocivo das
aberrações.

EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
01. (ITA-SP) Dois estudantes se propõem a construir, cada um deles, uma câmara fotográfica simples, usando uma lente convergente
como objetiva e colocando-a numa caixa fechada, de modo que o filme esteja no plano focal da lente. O estudante A utilizou uma
lente de distância focal igual a 4,0 cm, e o estudante B, uma lente de distância focal igual a 1,0 m. Ambos foram testar suas câmaras
fotografando um objeto situado a 1,0 m de distância das respectivas objetivas. Desprezando-se todos os outros efeitos (tais como
aberrações das lentes), o resultado da experiência foi

I. que a foto do estudante A estava mais “em foco” que a do estudante B.


II. que ambas estavam igualmente “em foco”.
III. que as imagens sempre estavam entre o filme e a lente.

Nesse caso, você concorda que

A) apenas a afirmativa II é verdadeira.


B) somente I e III são verdadeiras.
C) somente III é verdadeira.
D) somente a afirmativa I é verdadeira.
E) não é possível obter uma fotografia em tais condições.

02. (UFU-MG) Assinale a alternativa FALSA.

A) O cristalino do olho de uma pessoa de visão normal age como uma lente convergente que produz uma imagem real, invertida e
aumentada quando a pessoa observa um objeto distante.
B) Uma pessoa com visão normal, à medida que se aproxima de um objeto, tem o raio de curvatura de seu cristalino diminuído para
que ela continue focalizando o objeto.
C) A variação do diâmetro da pupila tem como objetivo controlar a entrada de luz no olho.
D) Para a correção da hipermetropia, é necessária a utilização de lentes convergentes.
[Digite aqui] [Digite aqui]
77
03. (Cesgranrio) Dispondo de três lentes, L1, L2 e L3, um estudante deseja construir um microscópio composto de apenas duas lentes
(uma objetiva e a outra ocular).
As características das três lentes disponíveis são:

Escolha, entre as alternativas a seguir, a objetiva e a ocular que devem ser utilizadas.

04. (UFRN) O telescópio refrator é um sistema óptico constituído, basicamente, de duas lentes: a objetiva, cuja função é formar uma
imagem real e reduzida do objeto em observação, I1, nas proximidades do foco, F’1, e a ocular, que usa essa imagem como objeto,
nas proximidades de seu foco, F2, para formar uma imagem virtual e ampliada, I2. Esta última é a imagem do objeto vista pelo
observador. A figura a seguir representa um desses telescópios, no qual as duas lentes se acham localizadas nas posições
correspondentes aos retângulos X e Y.

As lentes objetiva X e ocular Y que MELHOR se adaptam a esse telescópio devem ser
A) ambas convergentes.
B) ambas divergentes.
C) respectivamente convergente e divergente.
D) respectivamente divergente e convergente.

05. (UFRJ) Um projetor de diapositivos (slides) possui um sistema de lentes cuja distância focal é ajustável. Um diapositivo é colocado
na vertical, a 125 cm de distância de uma parede também vertical. O eixo principal do sistema de lentes é horizontal. Ajusta-se a
distância focal do sistema e obtém-se, projetada na parede, uma imagem nítida do diapositivo, com suas dimensões lineares
ampliadas 24 vezes.
A) O sistema de lentes do projetor é convergente ou divergente? JUSTIFIQUE sua resposta.

B) Para que valor foi ajustada a distância focal do sistema?


[Digite aqui] [Digite aqui]
78
EXERCÍCIOS PROPOSTOS

01. (UFMG) Rafael, fotógrafo lambe-lambe, possui uma câmara fotográfica que consiste em uma caixa com um orifício, em que é
colocada uma lente. Dentro da caixa, há um filme fotográfico, posicionado a uma distância ajustável em relação à lente.
Essa câmara está representada, esquematicamente, na figura que se segue. Para produzir a imagem nítida de um objeto muito
distante, o filme deve ser colocado na posição indicada pela linha tracejada. No entanto, Rafael deseja fotografar uma vela que está
próxima a essa câmara. Para obter uma imagem nítida, ele, então, move o filme em relação à posição descrita.
Assinale a alternativa cujo diagrama MELHOR representa a posição do filme e a imagem da vela que é projetada nele.

02. (FCMMG) Um aluno quer substituir a lente de uma máquina fotográfica simples. Ele consegue as seguintes lentes de óculos
usadas:
H1 = lente com pequena distância focal de pessoa com hipermetropia.
H2 = lente com grande distância focal de pessoa com hipermetropia.
M1 = lente com pequena distância focal de pessoa com miopia.
M2 = lente com grande distância focal de pessoa com miopia.
A lente escolhida para a substituição seria

A) H1. B) H2. C) M1. D) M2.

03. (Fatec-SP) Na figura, o homem A é visto pelo homem B, representado pelo olho em corte. À medida que A se aproxima de B, e
supondo que o olho é normal,

A) a curvatura do cristalino aumenta para aumentar a distância focal.


B) a curvatura do cristalino diminui para diminuir a distância focal.
C) a curvatura do cristalino não se altera porque o olho é normal.
[Digite aqui] [Digite aqui]
D) a curvatura do cristalino aumenta para diminuir a distância focal.
E) a curvatura do cristalino diminui para aumentar a distância focal. 79

04. (PUC-SP–2010) O olho humano pode ser entendido como um sistema óptico composto basicamente de duas lentes – córnea (A)
e cristalino (B). Ambas devem ser transparentes e possuir superfícies lisas e regulares para permitirem a formação de imagens nítidas.
Podemos classificar as lentes naturais de nossos olhos, A e B, respectivamente, como sendo

A) convergente e convergente. D) divergente e convergente.


B) convergente e divergente. E) divergente e plana.
C) divergente e divergente.

05. (UFMG) Dois defeitos visuais bastante comuns no ser humano são a miopia e a hipermetropia. Num olho míope, a imagem é
formada antes da retina enquanto, num olho hipermétrope, a imagem é formada depois da retina. Na figura, estão representados três
raios de luz emergindo de uma fonte localizada em P, passando pelas lentes delgadas L1 e L2 e atingindo Q.

Com relação às lentes L1 e L2, a afirmativa CORRETA é:


A) L1 e L2 podem corrigir hipermetropia.
B) L1 e L2 podem corrigir miopia.
C) L1 pode corrigir hipermetropia, e L2, miopia.
D) L1 pode corrigir miopia, e L2, hipermetropia.

06. (FUVEST-SP) Uma pessoa idosa que tem hipermetropia e presbiopia foi a um oculista que lhe receitou dois pares de óculos, um
para que enxergasse bem os objetos distantes e outro para que pudesse ler um livro a uma distância confortável de sua vista.

• Hipermetropia: a imagem de um objeto distante se forma atrás da retina.


• Presbiopia: o cristalino perde, por envelhecimento, a capacidade de acomodação, e objetos próximos não são vistos com nitidez.
• Dioptria: a convergência de uma lente, medida em dioptrias, é o inverso da distância focal (em metros) da lente.

Considerando que receitas fornecidas por oculistas utilizam o sinal mais (+) para lentes convergentes e menos (–) para divergentes,
a receita do oculista para um dos olhos dessa pessoa idosa poderia ser

A) para longe: –1,5 dioptrias; para perto: +4,5 dioptrias.


B) para longe: –1,5 dioptrias; para perto: –4,5 dioptrias.
C) para longe: +4,5 dioptrias; para perto: +1,5 dioptrias.
D) para longe: +1,5 dioptrias; para perto: –4,5 dioptrias.
E) para longe: +1,5 dioptrias; para perto: +4,5 dioptrias.
[Digite aqui] [Digite aqui]
80
07. (FCMMG) Numa das operações a laser para diminuir os problemas da visão, o médico afinou o cristalino do olho de um paciente,
como mostram as figuras a seguir.

Com relação a essa cirurgia, pode-se afirmar que


A) a pessoa sofria de hipermetropia.
B) o índice de refração do cristalino diminuiu.
C) a distância focal do cristalino aumentou.
D) a imagem dos objetos vistos pela pessoa passou a se formar a uma distância menor.

08. (PUC RS) Considere as afirmações a seguir, que se referem ao globo ocular humano.
I. O olho emétrope, ou normal, deve ser capaz de focalizar na retina objetos localizados no infinito, ou seja, a grandes distâncias, sem
acomodação do cristalino.
II. O olho emétrope deve ser capaz de focalizar na retina, sem qualquer esforço de acomodação, objetos que se enc ontram na
distância mínima de visão distinta, que é de 25 cm.
III. Na miopia, os raios de luz paralelos que incidem no globo ocular são focalizados antes da retina, e a sua correção é feita com
lentes divergentes.
IV. Na hipermetropia, os raios de luz paralelos que incidem no globo ocular são focalizados depois da retina, e sua correção é feita
com lentes convergentes.

Analisando as afirmativas, conclui-se que somente estão CORRETAS


A) I e II. B) II e III. C) III e IV. D) I, II e III. E) I, III e IV.
09. (UFRGS) Selecione a alternativa que preenche CORRETAMENTE as lacunas do seguinte texto:
Uma pessoa vê nitidamente um objeto quando a imagem desse objeto se forma sobre a retina.
Em pessoas míopes, a imagem se forma à frente da retina. Em pessoas hipermétropes, os raios luminosos são interceptados pela
retina antes de formarem a imagem (diz-se, então, que a imagem se forma atrás da retina).
Pessoas míopes devem usar óculos com lentes _________________, e pessoas hipermétropes devem usar óculos com lentes
_________________.
A) convergentes – biconvexas
B) convergentes – divergentes
C) plano-convexas – divergentes
D) divergentes – bicôncavas
E) divergentes – convergentes

10. (VUNESP) Assinale a alternativa CORRETA.


A) Quando alguém se vê diante de um espelho plano, a imagem que observa é real e direita.
B) A imagem formada sobre o filme, nas máquinas fotográficas, é virtual e invertida.
C) A imagem que se vê quando se usa uma lente convergente como “lente de aumento” (lupa) é virtual e direita.
D) A imagem projetada sobre uma tela por um projetor de slides é virtual e direita.
E) A imagem de uma vela formada na retina de um olho humano é virtual e invertida.

GABARITO
Fixação
01. D 02. A 03. A 04. A
05. A) Convergente, já que não podemos obter imagens reais a partir de sistemas de lentes divergentes.
B) f = 4,8 cm
[Digite aqui] [Digite aqui]
Propostos
81
01. B 02.A 03.D 04.A 05.A 06.A 07.C 08.E 09.E 10.C

Você também pode gostar