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Diretoria da ABENGE
Ficha Técnica:
Coordenação Geral: Vanderlí Fava de Oliveira Nival Nunes de Alm~ida Presidente
Capa: José Fernandes Marcos José Tozzi Vice-presidente
Revisão: Diogo Britto Ana Maria Mattos Rettl Diretora Administrativa
Vand erli Fava de Oliveira Diretor de Comunicação
edito Guimarães Aguiar Neto Diretor Acadêmico
Tiragem: 1.000 exemplares
Capítulo VI
OBJETOS DE APRENDIZAGEM NA
EDUCAÇÃO EM ENGENHARIA
'
Alberto do Canto
Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS
Nestor Saavedr 1 engenharia ... ... .. .. .. .... .......... ..... .. ..... ... ... ....... ..... ... .... ....... ..... ........ ....... .. 335
Universidade Tecnológica Federal do Paraná - UTFPR 4.4 Um objeto de aprendizagem como recurso mediador na
construção de conceitos de matemática para engenharia ...... ..... .... ... ..341
Rafael Marimon Boucinh
4.5 MEC - Modelo para o ensino de cálculo para engenharia: Uma solução
Faculdade Luterana São Marco
baseada na integração de objetos de aprendizagem interativos .. ......... 346
5 DISCUSSÃO E CONSIDERAÇÕES FINAIS .... ... ..... .. .. .... ... ... .. ........ .353
Suzana da Hora Maced
Instituto Federal Fluminense - IFr 6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..... ............. .......... .... ..... .. ....... .. .356
7 LISTA DE PRESENTES ... ....... .. ..... .. ... ....... ......... ..... ..... ...... .... .. .. ..... .359
Thaísa Jacintho Müll r
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul - PUCRS
Universidade do Vale do Rio dos Sinos - Unisino
OBJETOS DE APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO EM ENGENHARIA em grande parte das situações, utilizam-se novas ferramentas a fim d
agilizar as formas tradicionais de ensino: pesquisa na internet ao invés d
biblioteca, projetores ao invés de quadros, postar no webfolio ao invés d
1 • INTRODUÇÃO entregar por escrito.
Assim, ao se discutir sobre educação e tecnologia, vári as
questões se colocam : o que há de novo para explorar como recursos de
A evolução tecnológica tem promovido novas possibilidades d ensino e aprendizagem suportados pela tecnologia? Os estudantes que
interação em todos os contextos sociais, afetando diretamente as mais cresceram utilizando o computador aprendem de forma diferente? Se
diversas classes profissionais. Médicos, advogados, biólogos, geógrafos essas diferenças existem, os métodos de ensino estão sendo ajustados
e outros passaram a rever seus procedimentos, incorporando recurso, ou atualizados? Como utilizar a tecnologia para melhorar os processos de
tecnológicos para viabilizar alternativas de trabalho antes inexistentes. ensino e de aprendizagem em engenharia?
Também o engenheiro tem visto sua atuação profissional se modificar com
Diante dessas considerações, na seção 2 deste capítulo discute-
a integração de instrumentos digitais, CADs e simuladores .
se sobre a importância de se promover estratégias de aprendizagem
Muitos ramos da engenharia passaram a ser uma área meio, n adequadas à formação do engenheiro, com as habilidades e competências
qual não se lida diretamente com o usuário final do projeto, mas sim con1 requeridas atualmente. Para tanto, não se trata mais de discutir sobre a
outros profissionais que, para atender ao usuário final, necessitam d inclusão, ou não, de recursos tecnológicos em ambientes de aprendizagem
desenvolvimento de novos dispositivos. para cursos de Engenharia. É tempo de se aproveitar o potencial da
O impacto da tecnologia, na profissão de engenheiro, afell tecnologia, a fim de criar ambientes de aprendizagem onde seja possível
diretamente os cursos de engenharia que, para atender às demanda• promover a participação ativa do estudante e, como consequência ,
atuais da formação destes profissionais, devem estar em constant a formação de engenheiros empreendedores e com autonomia para
atualização curricular, metodológica, de infraestrutura de laboratóri ' aprender continuamente.
e dos ambientes de aprendizagem, tanto para o ensino presencial e Na seção 3 são destacados os objetos de aprendizagem- OAs,
distância quanto para o desenvolvimento da iniciativa e da aprendizaget1t apontados, neste trabalho, como recursos pedagógicos eficientes pelo fato
autônoma. de constituírem estratégias planejadas com foco na ação de quem aprende.
Como agentes principais da formação em engenharia, Para tanto, com base na definição do lnstitute of E/ectrica/ and E/ectronics
professores têm se beneficiado do uso das tecnologias: projetor , Engineers, os objetos de aprendizagem, OAs, são considerados recursos
lousas eletrônicas, simuladores, máquinas de calcular e internet s t1 digitais ou não-digitais que podem ser (re)utilizados ou referenciados na
recursos tecnológicos que, aos poucos, vêm sendo integrados às prátic 1 aprendizagem apoiada por tecnologia. Como projetá-los e utilizá-los em
pedagógicas. No entanto, essa atualização tecnológica nem sempt ft situações de ensino e aprendizagem? O que os favorece em relação a
é acompanhada de uma atualização pedagógica para a integração 11 métodos clássicos e tradicionais de ensino? Essas questões nortearam
tecnologia como mediadora de processos mais dinâmicos e eficientes tH ' as reflexões que encaminham para a descrição de alguns OAs, que
desenvolvimento de aprendizagens. O que se observa na prática é qu . compõem a seção 4. Finalmente, na seção 5, considerações finais são
OBJETOS DE APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO EM ENGENHARIA em grande parte das situações, utilizam-se novas ferram
agilizar as formas tradicionais de ensino: pesquisa na internet 1 1111 ,
biblioteca, projetores ao invés de quadros, postar no webfolio ao h1v
1 - INTRODUÇÃO entregar por escrito.
Assim, ao se discutir sobre educação e tecnologia, v 111
questões se colocam: o que há de novo para explorar como recursos
A evolução tecnológica tem promovido novas possibilidades de
ensino e aprendizagem suportados pela tecnologia? Os estudantes qu
interação em todos os contextos sociais, afetando diretamente as mais
cresceram utilizando o computador aprendem de forma diferente? Se
diversas classes profissionais. Médicos, advogados, biólogos, geógrafos
essas diferenças existem, os métodos de ensino estão sendo ajustados
e outros passaram a rever seus procedimentos, incorporando recursos
ou atualizados? Como utilizar a tecnologia para melhorar os processos de
tecnológicos para viabilizar alternativas de trabalho antes inexistentes .
ensino e de aprendizagem em engenharia?
Também o engenheiro tem visto sua atuação profissional se modificar com
Diante dessas considerações, na seção 2 deste capítulo discute-
a integração de instrumentos digitais, CAOs e simuladores.
se sobre a importância de se promover estratégias de aprendizagem
Muitos ramos da engenharia passaram a ser uma área meio, na
adequadas à formação do engenheiro, com as habilidades e competências
qual não se lida diretamente com o usuário final do projeto, mas sim com
requeridas atualmente. Para tanto, não se trata mais de discutir sobre a
outros profissionais que, para atender ao usuário final, necessitam do
inclusão, ou não, de recursos tecnológicos em ambientes de aprendizagem
desenvolvimento de novos dispositivos.
para cursos de Engenharia. É tempo de se aproveitar o potencial da
O impacto da tecnologia, na profissão de engenheiro, afeta tecnologia, a fim de criar ambientes de aprendizagem onde seja possível
diretamente os cursos de engenharia que, para atender às demandas promover a participação ativa do estudante e, como consequência ,
atuais da formação destes profissionais, devem estar em constante a formação de engenheiros empreendedores e com autonomia para
atualização curricular, metodológica, de infraestrutura de laboratórios aprender continuamente.
e dos ambientes de aprendizagem, tanto para o ensino presencial e à
Na seção 3 são destacados os objetos de aprendizagem - OAs ,
distância quanto para o desenvolvimento da iniciativa e da aprendizagem
apontados, neste trabalho, como recursos pedagógicos eficientes pelo fato
autônoma.
de constituírem estratégias planejadas com foco na ação de quem aprende.
Como agentes principais da formação em engenharia, os Para tanto, com base na definição do lnstitute of E/ectrical and E/ectronics
professores têm se beneficiado do uso das tecnologias: projetores, Engineers, os objetos de aprendizagem, OAs, são considerados recursos
lousas eletrônicas, simuladores, máquinas de calcular e internet são digitais ou não-digitais que podem ser (re)utilizados ou referenciados na
recursos tecnológicos que, aos poucos, vêm sendo integrados às práticas aprendizagem apoiada por tecnologia. Como projetá-los e utilizá-los em
pedagógicas. No entanto, essa atualização tecnológica nem sempre situações de ensino e aprendizagem? O que os favorece em relação a
é acompanhada de uma atualização pedagógica para a integração da métodos clássicos e tradicionais de ensino? Essas questões nortearam
tecnologia como mediadora de processos mais dinâmicos e eficientes no as reflexões que encaminham para a descrição de alguns OAs, que
desenvolvimento de aprendizagens . O que se observa na prática é que, compõem a seção 4. Finalmente, na seção 5, considerações finais são
apresentadas, destacando as vantagens observadas com a utilização 2 • EDUCAÇÃO EM ENGENHARIA APOIADA POR RECURSOS
dos OAs descritos, bem como depoimentos significativos, que ocorreram TECNOLÓGICOS
durante o desenvolvimento da Sessão Dirigida: Objetos de Aprendizagem
na Educação em Engenharia.
aprend izagens significativas, que, segundo Ausubel et a/. (2003), são 3 - O QUE SÃO OBJETOS DE APRENDIZAGEM?
ancoradas em conceitos prévios e baseadas no fazer e compreender, com
tomada de consciência do processo. (PIAGET, 1978)
O ato de aprender é individual e endógeno a cada sujeito. As Os objetos de aprendizagem (OAs) envolvem em sua elaboração
formas de aprender são diversas. Algumas pessoas aprendem de modo a concepção e a prática da interdisciplinaridade, uma tendência que
mais autônomo, enquanto outras necessitam a mediação de alguém vem aproximando o engenheiro de outros profissionais. Nesse caso,
que oriente , precisando de mais suporte, de auxílio para conduzir seus considera-se a possibilidade de projetar dispositivos digitais para fins de
processos de reflexão e compreensão . Por tudo isso, os professores são aprendizagem.
instados a planejar e criar propostas pedagógicas diferenciadas.
Não se trata apenas de planejar e ministrar uma aula; trata-se
Diante dessas considerações, os objetos de aprendizagem, OAs, de projetar uma situação de aprendizagem como um recurso reutilizável
se destacam como materiais pedagógicos que possibilitam e propiciam sem a presença física do professor, sem tempo e local de aplicação
que os estudantes vivenciem diversas operações cognitivas fundamentais determinados.
para a consecução do processo de aprender: observar, analisar, identificar,
A história dos objetos de aprendizagem possui componente
levantar e testar hipóteses, interpretar linguagens de múltiplos formatos e
vinculado aos processos de engenharia, principalmente em áreas
simular situações, dentre outras.
relacionadas ao projeto de dispositivos digitais e software, notadamente a
Como objetos digitais, os OAs podem utilizar diversos recursos , Engenharia Eletrônica e Engenharia de Software.
tais como desenhos, textos, imagens, gráficos, simulações ou jogos,
A ideia de reutilização de Objetos de Aprendizagem foi fortalecida
propondo aos estudantes relacionar determinado conteúdo ao seu
por empresas como a CISCO, companhia multinacional que oferece
significado ou aplicação. Uma fórmula pode deixar de ser apenas uma
soluções para redes e comunicações que, preocupada com os elevados
sequência de variáveis, números e operações , e passar a ser algo com
custos de treinamento para suas diversas unidades no mundo, definiu
significado e representação.
estratégias para passar de cursos de treinamento tradicionais para o
A variedade desses objetos integra a criação de modelos ilustrativos desenvolvimento de objetos disponíveis em bancos de dados, os quais
de ideias ou conceitos, de rotinas instrucionais ou de exploração, onde o possam ser reusados, pesquisados e modificados (CISCO, 1999), os
aluno pode descobrir por si algum fato novo ou uma propriedade, seguindo RIOs - Reusab/e lnformation Objects. Trata-se de uma realidade também
etapas a cumprir, dicas ou sugestões. (WILEY, 2009). para as empresas brasileiras, como apresentado na seção 4.1, um caso
Na próxima seção, uma atenção especial é dada aos OAs, sobre o uso de soluções tecnológ icas para atender as necessidades de
procurando aprofundar a reflexão sobre os mesmos e sobre o potencial capacitação de pessoal na CEEE, empresa concessionária de engenharia
que apresentam quando utilizados visando a aprendizagem significativa . elétrica no Rio Grande do Sul.
Outro exemplo que mostra a forte vinculação do projeto de objetos
de aprendizagem com a profissão de engenheiro é o envolvimento direto da
IEEE (lnstitute of Electrical and Electronics Engineers) no estabelecimento
de padrões tais como o IEEE Standard for Learning Object Metadata 4.4 e 4.5, que apresentam objetos de aprendizagem desenvolvidos
(1 484.12 .1-2002). O Quadro 6.1 a seguir apresenta a defin ição IEEE de para tornar mais concreta e interativa a aprendizagem de matemática,
Objetos de Aprendizagem. proporcionando assim um aprendizado mais significativo de disciplinas
que exijam um alto grau de abstração (AUSUBEL et ai. , 2003).
Quadro 6. 1: Definição IEEE de Objeto de Aprendizagem Não obstante, as evidências de que o uso de Objetos de
Learning Objects are defined here as any entity, digital or non-digital, Aprendizagem na educação em engenharia proporcionem um ganho de
which can be used, re-used or referenced during technology supported eficácia e eficiência educacionais (Quadro 6.2), esse tipo de ferramenta
learning. vem sendo utilizado de uma forma tímida. Por quê?
A definição IEEE permite classificar como Objeto de Aprend izagem Quadro 6.2: Eficiência e Eficácia Educacional -
qualquer dispositivo utilizado em uma aula de laboratório, ou mesmo baseado em conceitos propostos por Drucker (1993).
qualquer outra entidade apenas referenciada em au las teóricas. O caráter Eficácia: indicador que mede a proporção em que os objetivos
genérico desta definição IEEE incitou críticas por parte de Johnson e educacionais propostos foram alcançados.
Hall (2007), que a consideram exageradamente genérica , propondo sua
própria definição: Objeto de Aprendizagem é qualquer recurso digital
Eficiência: medida inversamente proporcional ao esforço necessário
de aprendizado que possa ser reutilizado. Observa-se que, dadas as
para alcançar o objetivo, isto é, quanto maior o esforço necessário,
particularidades do ensino de engenharia, onde os estudantes devem
menor a eficiência.
desenvolver habilidades específicas relacionadas ao uso de instrumentos
e equipamentos, faz-se necessário o uso de definições mais abrangentes,
como a proposta pelo IEEE. Dois exemplos dessa situação são Na seção que encerra este capítulo, além de resultados observados
com a utilização dos OAs, descritos na seção 4, são apresentados os
apresentados nas seções 4.2 e 4.3, onde os estudantes realizam aulas
de laboratório lidando com dispositivos concretos, questão essencial destaques do debate ocorrido entre os participantes da sessão dirigida
"Objetos de Aprendizagem na Educação em Engenharia", no COBENGE
para o desenvolvimento de habilidades motoras e para o aprendizado na
2012, sobre o uso de OAs, suas vantagens, além de considerações sobre
construção de experimentos que permitam visualizar a aplicabilidade dos
dificuldades e tendências de avanço no uso de Objetos de Aprendizagem
modelos utilizados para os dispositivos. Nestas seções são apresentados
nos cursos de engenharia .
exemplos em que a realidade dos laboratórios é ampliada com o uso
de tecnologia digital, permitindo que se possa visualizar em uma tela
os campos magnéticos de um rotor que está sendo filmado (seção 4.2)
ou introduzir marcação de pontos em um experimento filmado pelos
estudantes (seção 4.3). De outro lado, o uso de objetos de aprendizagem
não se restringe apenas a objetos concretos, como mostram as seções
4 -ALGUNS OAS PARA A EDUCAÇÃO EM ENGENHARIA potencializadas, considerando-se a sua capacidade de sensibilização e
motivação, conforme Dallacosta, Tarouco e Franco (2007).
As linguagens da TV e do vídeo atraem e retém a atenção, pois
4.1 Um modelo didático para utilização de vídeo educativo no
são dinâmicas e se dirigem primeiramente à afetividade, e não à razão ,
grupo CEEE conforme Moran (1995). Sua leitura utiliza mais os sentidos de visão e
audição do que raciocínio e abstração .
O presente estudo apresenta o desenvolvimento de um objeto de
aprendizagem estruturado na forma de hipervídeo, tendo como objetivo
"A linguagem audiovisual desenvolve múltiplas atitudes
propiciar a aprendizagem móvel através de tablets.
perceptivas: solicita constantemente a imaginação e
Segundo Sawhney, Balcom e Smith (1996), o hipervídeo seria a reinveste a afetividade com um papel de mediação primordial
junção do hipertexto com o vídeo digital, o que oferece ao seu autor e aos no mundo, enquanto que a linguagem escrita desenvolve
possíveis utilizadores a possibilidade de narrativas múltiplas, assim como mais o rigor, a organização, a abstração e a análise lógica."
diferentes formas de estruturar essas narrativas, combinando o vídeo (MORAN, 1995, p.29)
digital com texto e links.
O termo aprendizagem móvel, ou m-learníng, refere-se à aquisição
Dentre as inúmeras possibilidades de uso do vídeo citadas por
de conhecimento ou habilidade através do uso de tecnologia móvel de
Moran (1995) para aplicação na área de engenharia, destacam-se:
forma a permitir a aprendizagem em qualquer lugar e a qualquer hora
Ilustração: O uso do vídeo como ilustração é a exemplificação
(MASROM e ISMAIL, 2010).
do conteúdo que está sendo exposto e enriquece o aprendizado, pois
A escolha do hardware para o uso do objeto de aprendizagem
contextualiza determinada situação ou realidade distantes; e
justifica-se em virtude do tamanho da tela, a qual permite apresentar
Simulação: O uso do vídeo como simulação pode ser considerado
detalhes do vídeo, visualização de marcações do hipervídeo e leitura de
uma ilustração mais elaborada, por meio da qual é possível fazer
textos.
demonstrações que, em um ambiente natural, envolveriam algum risco e/
Segundo Moran (1995), o uso do vídeo em sala de aula é percebido
ou bastante tempo e recursos.
como momento de descontração, e não como parte integrante da mesma ,
Embora se apresente como algo lúdico e desperte elementos
interferindo em suas expectativas quanto ao uso deste recurso. Logo,
afetivos, Fischer (1998) critica o uso linear de vídeo por considerar que
é preciso aproveitar esta predisposição no contexto do planejamento
o aluno fica passivo diante da mídia, sem possibilidades de criar e de
pedagógico, "mas ao mesmo tempo, saber que necessitamos prestar
interagir.
atenção para estabelecer novas pontes entre o vídeo e as outras dinâmicas
Com o advento de novas tecnologias e a evolução de ferramentas
da aula" (MORAN, 1995, p.28).
para web, a interação com vídeos tornou-se possível, embora seu uso na
Dessa maneira, entende-se que as possibilidades de associação
educação ainda seja incipiente.
do vídeo às dinâmicas de aula não devem ser menosprezadas, e sim
Com o uso de ferramentas adequadas que permitam ao usuário
plug-in para navegador. No entanto, como os formatos suportados pelos A Figura 6.2 demonstra um vídeo de manutenção de linhas de
browsers são diferentes, é necessário disponibilizar o arquivo de vídeo transmissão, onde está sendo substituída a cadeia de isoladores. Neste
em diferentes formatos. A Tabela 6.1 apresenta a compatibilidade de cada exemplo, foi marcada a cadeia de isoladores e, ao clicar no link, o usuário
browser. tem acesso à especificação do produto.
Figura 6.8: Estator do motor junto Figura 6.9: Estator do motor junto
Figura 6.5: Estator do motor em que foi realizado
com o campo girante com o campo girante posição 4
o experimento junto com o marcador
posição 3
gráficos 1 e 2 mostram os resultados obtidos nos grupos. uma webcam e um laptop); foi utilizado também um data show com telão ,
sendo que o projetor não é necessário, servindo apenas para enriquecer
Explique como funciona o campo girante em um motor trifásico. o experimento; o ambiente em Realidade Aumentada é excelente para
visualização dos campos magnéticos.
% Grupos A+B+C Situação inédita Grupo D Situação inédita
20
Neste trabalho foi proposta uma nova forma de ensinar campo
magnético. Os resultados mostram que houve melhorias estatisticamente
significativas no desempenho dos aprendizes do grupo experimental
quando comparados aos aprendizes do grupo de controle.
80% DSIM O SIM
li NÃO li NÃO Com o experimento, e de acordo com o teste respondido pelos
Gráfico 1: Alunos que acertaram Gráfico 2: Alunos que acertaram alunos, pode-se verificar que a Realidade Aumentada pode contribuir
o Teste para verificação da o Teste para verificação da como ferramenta no processo de ensino-aprendizagem do campo girante
Aprendizagem Significativa Aprendizagem Significativa a partir da Teoria da Aprendizagem Significativa .
intermediárias que surgem quando da análise dos dados colhidos de são explicados nos manuais presentes no programa (BROWN, 2011;
forma artesanal e de fotografias obtidas com máquinas digitais. O uso do TRACKER BRASIL, 2011 ). Na Figura 6.14 é apresentada uma tela típica
Tracker permite integrar essas medidas, uma vez que o software fornece do Tracker.
automaticamente os valores de distância a partir de um padrão (que pode
ser uma escala graduada colocada no pano de fundo da filmagem). O
software também identifica automaticamente a quantidade de quadros por
segundo empregada pela câmera digital usada. Além disso, os dados de
posição e tempo são apresentados em uma tela que possibilita a análise
e manipulação desses dados de forma simples e rápida. Por esse motivo,
a proposta do Tracker é adequada ao tempo e espaço onde ocorreria
uma aula de laboratório de física, ou mesmo como apoio a uma aula
expositiva . Daqui, destaca-se uma característica fundamental do Tracker:
por ser um software livre, permite uma série de iniciativas relacionadas
à sua apropriação pelos usuários como, por exemplo, a distribuição
gratuita de cópias do programa, a tradução para idiomas de interesse e
a elaboração de manuais de utilização, acarretando vantagens óbvias
para seu uso e divulgação no àmbiente escolar. Em resumo, o Tracker Figura 6.14: Tela do Tracker correspondente ao experimento sobre a 2a
cumpre várias funções no processo de ensino-aprendizagem: permite Lei de Newton. Os pontos no centro, à esquerda, representam quadros
aos alunos acompanharem a evolução das grandezas físicas, pondo fim sucessivos do movimento do carrinho. À direita, é apresentada uma
à mera sequência de passos experimentais em roteiros de laboratórios tabela com os dados de posição e tempo e o respectivo gráfico.
estruturados ao extremo; permite a manipulação dos dados e construção
dos gráficos a partir de tais observações, fundamentais para a construção Na parte esquerda da tela, é exibido recorte da filmagem
do conhecimento físico por meio de atividades experimentais (ALVES realizada. Notam-se as marcações (pontos) representando o movimento
FILHO, 2004) e, finalmente, permite aos atores deste processo serem quadro a quadro do carro, depois de abandonada uma massa suspensa,
agentes ativos na construção, customização e adequação do programa que também está presente na imagem. À direita, observa-se um gráfico da
às suas realidades, como, por exemplo, a tradução do Tracker para o posição horizontal do carro em relação ao tempo (acima) e também uma
português feita pelos autores e já disponibilizada para a comunidad tabela com esses mesmos valores (abaixo). Essas tabelas de dados podem
(TRACKER BRASIL, 2011 ). ser analisadas com os recursos presentes no Tracker para realização de
Um procedimento típico mediado pelo uso do Tracker consiste n 1 ajustes de curvas e obtenção das respectivas equações ou por programas
organização do experimento e na filmagem do movimento de interess específicos destinados ao tratamento de dados experimentais como,
Transfere-se, então, o arquivo de vídeo para o programa e faz-se 1 por exemplo, o SciDAVis (SCIDAVIS, 2011 ), ou o editor de planilhas do
marcação dos pontos quadro a quadro. Os procedimentos necessárl 1 BrOffice (BROFFICE , 2011 ), também softwares livres.
336 DESAFIOS DA EDUCAÇÃO EM ENGEN HAI lt\ DESAFIOS DA EDUCAÇÃO EM ENGENHARIA 337
CAPÍTULO VI - Objetos de Aprendizagem na Educação em Engenharia CAPÍTULO VI - Objetos de Aprendizagem na Educação em Engenharia
O experimento aqui proposto é recorrente nos livros de texto, e Desta forma, pode-se proceder ao experimento mantendo-se
consiste em um carrinho deslizando numa superfície horizontal, sendo fixa a massa do carrinho (m) e variando-se a massa suspensa (M). Os
tracionado por um cabo que, ao passar por uma polia, está preso a uma gráficos para o deslocamento do carrinho e da aceleração do conjunto são
massa suspensa em sua outra extremidade. A Figura 6.15 mostra a mostrados nas Figuras 6.16a e 6.16b, respectivamente. O gráfico ilustrado
montagem do aparato experimental. na Figura 6.16b também permite o cálculo do valor da aceleração da
gravidade no local do experimento por meio do coeficiente angular da reta
que corresponde à regressão matemática dos pontos. Tal procedimento
forneceu o valor de 9,76 m/s2, um bom parâmetro para validar o Tracker
na observação e descrição do movimento. Nesse ponto, ao observar e
realizar a regressão linear dos dados experimentais (curvas na figura
6.16), utilizando a equação (1 ), surge um dado novo: a reta obtida na
figura 6.16b apresenta coeficiente linear negativo, cujo significado físico
discutiremos a seguir.
0,15
atrito de rolamento e a massa da roldana, a análise desse movimento,
pelos procedimentos usuais de resoluções de problemas envolvendo 0,10
as Leis de Newton, conduz à expressão para a aceleração do sistema
(MERIAM & KRAIGE, 2008):
0,05 I X = 0,211 + 0,49t' I
0,00
0,00 0,10 0,20 0,30 0,40 0,50 0,60
M
a= - - g t(s)
m+M
( 1)
2,50 M
a= - - g- a
m+M d
(3)
--
N
f/)
2,00
-
E 1,50
1,00
Assim, nota-se facilmente que ad é o coeficiente linear da reta
obtida a partir dos dados experimentais, ou seja , os efeitos do atrito
estavam mesmo implicitamente incluídos nestes dados experimentais, de
modo que se faz necessário refinar o modelo matemático, associando ao
0,50 a=- O,15 + 9,76[M,j(m+M.,.)] coeficiente linear os efeitos dissipativos.
Neste trabalho apresentamos o software livre Tracker e as
0,00 L.-.<L..:::.L--O..-L--'---L--'--L-......__-L..__.__L._j
0,00 0,05 O, 10 O, 15 0,20 0,25 0,30 possibilidades abertas pela videoanálise para o estudo dos movimentos.
Apresentamos experimentos da 2 8 . Lei de Newton, onde se valida
Mtix/( m+Mfixa)
a aplicação do mesmo não somente em situações idealizadas mas
Figura 6.16: (a) dados obtidos com o Tracker para o deslocamento do também naquelas em que são levados em conta aspectos reais de forças
carro no tempo, para um dos valores de M; o gráfico é uma parábola, logo, dissipativas e inércia rotacional de polias. O Tracker, no contexto da
o movimento é uniformemente acelerado. Em (b), aceleração em função formação em Engenharia, é um OA que apresenta recursos úteis para a
de M. Note o coeficiente linear negativo da reta. observação e descrição dos fenômenos da natureza . Nossos resultados
preliminares sugerem a possibilidade de ensinar a utilização deste
OA em poucas aulas e que, após algumas semanas, mesmo usuários
As atividades experimentais podem ser entendidas como objeto
relativamente inexperientes são capazes de empregá-lo na real ização de
didático (PINHO ALVES, 2004), também constituindo uma maneira de
experimentos significativos. Nesse sentido, o uso do Tracker desponta
propiciar aos estudantes a competência de testar e realizar modelos. No
como importante alternativa a ser usada para incrementar e requintar as
caso deste experimento relacionado à 2a. lei de Newton, cabe notar que
aulas de física na formação de engenheiros.
os dados experimentais embutem informações do sistema físico real ,
incluindo as forças dissipativas (atrito, resistência do ar, etc.). Ao incluir
essas forças dissipativas na equação 1, a segunda lei de Newton condu/ 4.4 -Um objeto de aprendizagem como recurso mediador na
entendimento e interpretação de gráficos construídos com processadores dificuldades em visualizar, interpretar e representar o gráfico de uma
geométricos e também com lápis e papel. equação em coordenadas polares, cuja lógica do sistema de posição
A Matemática, apesar de ser uma ciência de incontáveis considera a direção angular e a distância a um ponto fixo como
aplicações práticas, tem conceitos e ideias matemáticas como objetos de coordenadas de localização.
estudo. Tais conceitos e ideias são abstratos e requerem a formalização O conceito de fasor, estabelecido na matemática dos números
como construção de conhecimento. Por outro lado, os estudantes, complexos, foi transportado para a Engenharia para se operar com
ao se depararem com um conceito novo, muitas vezes retornam ao grandezas variáveis harmonicamente no tempo, na primeira metade do
estado operatório concreto, onde elementos concretos podem apoiar séc. XX. Na Engenharia Elétrica, essas grandezas podem ser tensões
as ações do pensamento. Por isso, os objetos de aprendizagem (OAs) e correntes elétricas alternadas (AC), bem como campos elétricos e
são reconhecidos como recursos que podem auxiliar na construção de magnéticos associados a ondas eletromagnéticas irradiadas por uma
conceitos. antena, por exemplo.
Assim, os educadores podem ampliar as possibilidades de O conceito está fundamentado na relação estabelecida no
aprendizagem, criando ou utilizando OAs, disponibilizados na web, como teorema de De Moivre que expressa uma exponencial complexa em uma
apoio na compreensão de conceitos e de ideias abstratas com as quais soma de sinusóides:
os estudantes devem operar. ·e
A representação de grandezas físicas com o uso do sistema e1 = cos8+ j sen8
polar, ao invés do cartesiano, torna mais simples algumas equações e
processamentos matemáticos que aparecem em certas situações da Essa igualdade pode ser reescrita, em termos de funções
Engenharia. É o caso da representação de tensões e correntes elétricas sinusoidais no tempo, como:
variáveis no tempo, fundamental na análise e no projeto de circuitos
jwt
elétricos, e para o consequente conceito de fasor (phasor, no original e = cos wt + J• sen wt
em inglês). No início dos cursos de Engenharia, especialmente em
Matemática e Física, é comum os estudantes defrontarem com dificuldades No caso específico da representação de sinais elétricos e
de aprendizagem, lacunas e defasagens, no reconhecimento e utilização radioelétricos, para os quais, muitas vezes, se fazem necessárias
de conceitos básicos que sustentam a construção e a aplicação de diferenciações e integrações matemáticas, a notação exponencial
novos conhecimentos. O sistema de representação de grandezas mais complexa se reveste de especial interesse, uma vez que derivar ou
utilizado é o sistema cartesiano, e o sistema de coordenadas polares é integrar funções exponenciais é bem menos laborioso que derivar e
novidade para a maioria dos estudantes. Assim, ao se introduzir o uso integrar funções sinusoidais. A expressão de sinais harmônicos na forma
de coordenadas polares, tem-se como um dos objetivos principais o de funções exponenciais complexas traz ainda a vantagem de permitir
entendimento da definição do sistema polar, bem como da relação entre a solução gráfica de problemas que envolvam sinais elétricos e sinais
sistema polar e o sistema cartesiano. radioelétricos. Isso porque permite estabelecer uma representação
Nesse processo, percebe-se que muitos estudantes têrn gráfica das funções exponenciais complexas que permitem descrever
esses sinais em coordenadas polares, e é esta representação que dá de funções em coordenadas cartesianas. A partir dessa constatação,
origem ao conceito de fasor. busca-se interpretar o gráfico da equação representada em coordenadas
Na aprendizagem do conceito de fasor, interessa que os estudantes cartesianas, pois a análise dessa representação cartesiana permite
analisem as relações entre os aspectos figurativo (representação) e interpretar e descrever o comportamento das variáveis da equação e, com
operativo (ações e operações) do conhecimento. Apesar de não ser um isso, representá-la no sistema polar. A ideia é simples, mas não é assim
problema de ordem espacial física, pois se trata de um problema que para muitos estudantes, que devem operar, distinguindo e compreendendo,-
envolve operações lógico-aritméticas e sua representação em um espaço o comportamento das variáveis nos dois sistemas. Para auxiliá-los a
matemático, é razoável supor que as abstrações que se dão nos espaços compreender e processar essas etapas (a representação da equação polar
(físico e matemático) são similares. Se o espaço constitui um ponto de no sistema cartesiano, a interpretação e descrição do comportamento
junção entre as propriedades do objeto e as operações do sujeito, sua das variáveis e, com isso, a representação da equação no sistema polar),
evolução não é menos instrutiva, pois que toda a evolução da geometria planejou -se um OA que execute essas etapas simultaneamente, como
é a de uma formalização progressiva que dissocia as formas operatórias na Figura 6.17, para a construção do gráfico da função polar r = cosq .
de seu conteúdo figurativo . No caso da compreensão e uso do conceito No ambiente do OA, a construção é dinâmica e por trechos de variação,
de fasor, as operações geométricas são semelhantes às operações de simultaneamente em cada um dos sistemas. O estudante pode explorar
álgebra com vetores, fazendo com que, muitas vezes, as operações o objeto, avançando após analisar e compreender a construção de cada
realizadas no espaço matemático (operação fasorial) e as realizadas trecho nos dois sistemas.
no espaço físico (operação vetorial) parecerem indistintas, levando o
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aprendiz a interpretações inadequadas dos resultados obtidos. --~~-~------------------
Por tudo isso, identifica-se dois patamares de dificuldade no Coordenadas cartesianas X Coordenadas Polares
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aprendizado do conceito de fasor: o primeiro nível de dificuldade reside
na compreensão da representação de grandezas em coordenadas ,..,..CliCoi'__.,GIItD•Ptl/4,flrr!OI:Ot'M~·l,_..O;
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polares; um segundo nível é representado pela dificuldade de dissociar
um fasor (entidade matemática que representa a variação temporal de
uma grandeza física) de um vetor (entidade matemática que representa a
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variação espacial de uma grandeza física). Ao utilizar espaços matemáticos ,_._.......,.dtllllf4•pll2,-•----tltiO_. .J;
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de referência ou representação distintos - respectivamente, o espaço
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Com a integração dos dois ambientes, obtém-se um alto nível de
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interatividade, visando auxiliar o aluno em sua aprendizagem.
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E d~e a tunçao: f(x)=x' - 3x + 2~ j
-~"""'··~-·-·-- ......... Cada vez mais, Tecnologias de Informação e Comunicação têm
marcado presença constante no cotidiano dos cursos de Engenharia,
Tente novamente. r~ 01(-.A.
uma prática pedagógica centrada no paradigma do professor, que "dá quantidade de OAs desprovidos das qualidades apontadas, visando a
aula" e que detém o conhecimento e, consequentemente, impõe a sua sua inclusão nos ambientes de aprendizagem significativa em cursos de
presença ao aluno como única possibilidade para que ele aprenda. Nesse Engenharia.
particular, a sugestão de utilização de OAs pode promover a superação De todo modo, já é possível perceber uma maior adesão à
deste paradigma a partir da compreensão de que a ação cognitiva do utilização, não somente de OAs, mas de materiais educacionais digitais,
aluno, descentrando o processo educativo da figura do professor, parece de modo geral, com ênfase no trabalho do professor como principal
ser uma estratégia mais coerente com a formação do engenheiro deste articulador do processo de ensino e aprendizagem.
tempo.
Além disto, embora cientes das limitações existentes, com a
utilização de OAs, os professores que participaram da Sessão Dirigida:
Objetos de Aprendizagem na educação em Engenharia foram unânimes
ao reconhecer muitos benefícios, todos eles relacionados à qualidade
da aprendizagem dos estudantes que reconhecem e assumem sua
responsabilidade neste processo. Ainda são bastante frequentes,
em discussões que envolvem professores de cursos de Engenharia,
depoimentos com foco nas dificuldades dos estudantes, causadas pela
falta de motivação para o estudo, além dos problemas decorrentes de um
Ensino Médio ineficiente. E os OAs foram apontados, por muitos, como
possibilidade de auxiliar na superação destas dificuldades, propondo
tais objetos como recursos para autoaprendizagem ou até mesmo com o
acompanhamento do professor, à distância.
No que diz respeito às limitações, essas foram relacionadas com
recursos de rede, qualidade do sinal em 3G e conhecimentos relacionados
com a tecnologia, que os professores, de modo geral, não têm. Entretanto
isso se faz necessário para a produção de um OA. Como forma de
avançar, os professores são unânimes ao concordar com a importância
de se conhecer OAs existentes em bases de dados disponíveis.
Além disso, outro desafio a ser enfrentado consiste na formação de
equipes multidisciplinares que incluam profissionais ligados às áreas de
tecnologia educacional.
Também foi destacada a importância de se promover uma "mineração
de dados" para auxiliar na classificação dos OAs existentes, dada a grande
354 DESAFIOS DA EDUCAÇÃO EM ENGENHARIA DESAFIOS DA EDUCAÇÃO EM ENGENHARIA 355
CAPÍTULO VI - Objetos de Aprendizagem na Educação em Engenharia CAPÍTULO VI -Objetos de Aprendizagem na Educação em Engenharia
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Rodrigo Cutri Escola de Engenharia Mauá
Sérgio Luiz Schubert Severo IF-Sul
Suzana da Hora Macedo Instituto Federal Fluminense
Thaísa Jacintho Muller PUC-RS; UNISINOS
Walter A. Bazo UFSC
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