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5 dicas para

montar um
currículo médico
DayanNa quintanilha
INTRODUÇÃO

Um estágio em emergência/terapia intensiva, um eletivo fora do país,


uma vaga de emprego: o curriculum vitae (CV) médico continua a ser um
documento importante nestas situações. Um documento bem
estruturado nos ajuda a distinguir os candidatos, além de ser um meio
de manter um registro atualizado de todas as suas conquistas e
habilidades.

Existem duas abordagens diferentes ao falarmos de montagem de


currículo: a apresentação (a forma como ele está organizado na folha de
papel) e o conteúdo, que engloba que escolhas precisamos fazer para
ter uma carreira consistente.

Neste guia, focaremos no documento: Como estruturar um


currículo? Que informações são indispensáveis? O que não devo
colocar?

Reunimos dicas com base em artigos científicos e vamos


compartilhar o passo-a-passo para você montar seu currículo.

1. Seja sucinto e completo

Começaremos falando sobre a duração necessária


para CV’s médicos.

Não há um número específico de páginas, porém a


tendência geral é de que sejam 2-3 páginas de A4 que
mantém a informação sucinta e relevante.

Um CV acadêmico pode tender a ser mais longo, com


pesquisas e publicações sendo incluídas.
2. Foque na vaga pretendida

Precisamos entender que o currículo não deve ser único para qualquer
tipo de vaga.

Identifique exatamente qual a especificação de função/pessoa para a


vaga pretendida e garanta que eles serão capazes de identificar
imediatamente em seu currículo o porquê de você estar se candidatando
para essa função.
3. Comece cedo, mantenha atualizado

A forma mais fácil de não esquecer de colocar nenhuma informação relevante no


seu currículo é começar a montá-lo logo no início da faculdade e atualizá-lo em
tempo real.

Desta forma, você evita ter que ficar horas seguidas recolhendo documentos
antigos para montar o CV e tem tempo para planejar em que áreas precisa investir
durante a formação para torná-lo mais completo.

4. Preze por uma boa apresentação.

Um CV tem que ter um impacto imediato, então uma boa apresentação é vital. Alguns pontos
importantes:

• Boa qualidade de papel, layout claro com margens de espaço em branco suficientes, usar
marcadores, fonte simples (tamanho 11 ou 12);

• Garantir que não haja erros de ortografia. Caso necessário, peça revisão de um profissional
especializado, principalmente se estiver em outra língua;

• No estilo de escrita, priorize usar frases curtas, simples e profissionais;

• Evite currículos muito enfeitados, pois os recrutadores, em geral, queixam-se dos excessos;

• É aconselhável preparar o currículo em formato PDF. Isso garante que o currículo não seja
alterado pelo destinatário - infelizmente, há relatos de que isso acontece.

5. Como estruturar o currículo?


Com relação ao formato do currículo, temos muitos exemplos on-line e, às vezes, o próprio
programa traz uma proposta. Vamos sugerir o conteúdo básico a seguir:

1. Nome e informações de contato.

2. Educação, graduação através de estágios, certificações, residências e bolsas de estudo - incluindo


funções clínicas específicas e quaisquer funções de liderança.

3. Experiência profissional (apenas relacionada à medicina), incluindo volumes de procedimentos e


pacientes, se aplicável à especialidade, e funções ou deveres administrativos.

4. Cursos, simpósios e congressos.

5. Atividades e participação em comitês/organizações/ ligas, incluindo funções e breves descrições


de realizações associadas.

6. Honras, prêmios e afiliações profissionais.

7. Trabalhos voluntários.

8. Publicações e apresentações.

Importante!

Todas as entradas datadas devem ser

organizadas cronologicamente na página do

presente para o passado, no formato mês/ano.


O que não incluir
Tão importante quanto saber o que colocar é identificar o que não deve estar no currículo.

Neste tópico, as fontes pesquisadas apresentaram opiniões contraditórias em alguns casos.

Parece haver um consenso geral de que as seguintes informações geralmente não devem ser
incluídas no currículo do médico, na maioria das circunstâncias são: estado civil, referências,
detalhes abrangentes e outros.

1. Estado civil: esse detalhe se enquadra na categoria de informações “estranhas”. Além disso, se um
candidato for a uma entrevista no local ou até mesmo a uma chamada pré-entrevista formal, esses
detalhes provavelmente surgirão no contexto de uma conversa.

O que não incluir

2. Referências: a inclusão de referências antes de serem solicitadas pode causar uma impressão
errada ao destinatário. Além disso, as referências geralmente não serão verificadas até que um
candidato conclua uma entrevista no site e a organização esteja pensando em marcar uma segunda
entrevista no site ou redigir uma oferta.

3. Detalhes abrangentes da publicação: idealmente, as citações da publicação devem incluir apenas


os detalhes básicos - o (s) autor (es) do artigo, título e nome do periódico e data da publicação.

4. Outros pontos que as fontes desaconselham: data de nascimento, religião, posicionamento


político, explicações sobre o porquê de estar saindo do emprego atual, histórico salarial.

Referências bibliográficas
• Bonnie Darves. Creating a Physician CV That Shines. Disponível em:
<https://www.nejmcareercenter.org/article/creating-a-physician-cv-that-shines/>

• AAMC. Curriculum Vitae - Tips and Strategies. Medical Education. Disponível em:
<https://www.aamc.org/professional-development/affinity-groups/group-faculty-affairs/faculty-vitae/cur
riculum-vitae-tips-and-strategies>

• Agha et al. How to write a medical CV. Int J Surg Oncol (N Y). 2017 Jul; 2(6): e32. Published online 2017
Jun 15. doi: 10.1097/IJ9.0000000000000032

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