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GUIA DO INSTRUTOR

EU E MINHA
APOSENTADORIA:
ORGANIZANDO A VIDA FINANCEIRA

01.Guia_do_INSTRUTOR_07.04.indd 1 8/4/16 0:25


Iniciativa
Estratégia Nacional de Educação Financeira - ENEF

Membros do Comitê Nacional de Educação Financeira - CONEF


Banco Central do Brasil - BCB, Comissão de Valores Mobiliários - CVM, Ministério da Fazenda;
ÍNDICE
Ministério da Educação; Ministério do Trabalho e Previdência Social; Ministério da Justiça;
Superintendência de Previdência Complementar - Previc; Superintendência de Seguros Privados 1. MENSAGEM AO INSTRUTOR 05
-Susep; Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais - Anbima;
BM&FBOVESPA - Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros; Confederação Nacional das
Empresas de Seguros Gerais, Previdência Privada e Vida, Saúde Suplementar e Capitalização -
CNSeg e pela Federação Brasileira de Bancos - FEBRABAN. 2. QUEM SOMOS 08

Coordenação Revisão do Conteúdo de 3. EU E MINHA APOSENTADORIA:


AEF-Brasil Educação Financeira
Alzira Silva
ORGANIZANDO A VIDA FINANCEIRA 12
Presidente
Murilo Portugal Participantes do Grupo de

Superintendente
Co-criação do Programa: 4. INFORMAÇÕES SOBRE
Claudia Forte Banco Central do Brasil A PESSOA IDOSA E OS
Adriana Krieger
Equipe Sílvio Arduini APOSENTADOS NO BRASIL 14
Alzira Silva
Débora Farias Ministério do Trabalho e
Previdência Social
Cláudia Donegá
Raquel Lemos Albamaria Abigalil 5. COMO FUNCIONA 16
Thiago Nascimento Andrea Rufato
Yael Sandberg Avelina Neta O Programa 16
Benedito Brunca
Consultoria Executiva Célia Medeiros As Oficinas 16
Flow Brasil Edvaldo Barbosa
Emanuel Dantas Os Plantões da Calculadora 16
Equipe Everaldo Oliveira
Alex Bretas Filipe Peixoto Pontos de Atenção 17
Andyara Santis Jurilza Mendonça
Bruna Chianca Mano Barreto Aplicação do Programa 18
Gabriela Sofia Antonio Paulo dos Santos
Kamila Signorelli Pedro Coutinho Kit do Instrutor 22
Mafoane Odara Renata Melo
Mariana Baldi Infraestrutura necessária 24
Marina Cançado Ministério da Justiça – Senacon
Raquel Thomazi Érica Werneck
Paulo Castro
Guia de Aplicação 25
Produção Audiovisual
Agência Frutífera Secretaria de Direitos Humanos
a. Como aplicar 25
Yantra Imagens Ana Lúcia da Silva
Neusa Muller
b. Perguntas para o grupo 25
Design Gráfico
Amarillo Patrocínio
c. Dicas para o Instrutor 26
Regina Mizuno Citi Foundation
BID e BID Fomin d. Dúvidas frequentes 26
Revisão de Texto
Danniela Ferreira e. Plantões da Calculadora 27
f. Glossário 27

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Como preparar o Programa 28 1. MENSAGEM AO
a. Defina as datas e os horários 28
b. Convoque os participantes e forme o grupo 29 INSTRUTOR
c. Organize os materiais 29
d. Promova um ambiente propício ao aprendizado 30
e. Siga as dicas de aplicação das Oficinas 32

O
f. Drible as resistências 33 Programa Eu e minha aposentadoria: organi-
zando a vida financeira foi desenvolvido com
6. SUPERENDIVIDAMENTO, foco em aposentados que recebem até 2 salá-
ABUSO OU FRAUDE 37 rios mínimos. Também pode ser aplicado para idosos de
baixa renda, em geral.
7. MÃOS À OBRA! 40
Esse grupo da população tem se mostrado vulnerável ao
8. GLOSSÁRIO 41
endividamento. As razões mais comuns são:

9. REFERÊNCIAS 62
• Acesso fácil ao crédito consignado;

• Forte assédio por parte de bancos e instituições


financeiras, somado à falta de informação em
relação aos produtos financeiros oferecidos e suas
condições de contratação;

• Gastos crescentes combinados com uma possível


queda de renda nessa fase da vida;

• Abusos e fraudes, por familiares e/ou


instituições financeiras;

4 GUIA DO INSTRUTOR EU E MINHA APOSENTADORIA: ORGANIZANDO A VIDA FINANCEIRA 5

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• Uso do crédito do idoso por parte de familiares; cenário e ajudar os idosos a terem uma aposentadoria
mais saudável financeiramente.
• Imprevistos como doença, morte, perda de emprego.
Ao longo dos encontros, busque construir uma relação
Em alguns casos, a situação chega a um ponto crítico de confiança com os idosos e evite julgar suas escolhas
quando o endividamento vira o superendividamento, financeiras. Possivelmente, eles vão procurar você para
isto é, quando a pessoa compromete sua subsistência tirar dúvidas e buscar opiniões sobre determinada situa-
por conta da incapacidade de pagar todos os compro- ção, caso precisem.
missos assumidos.
Acredite no potencial de mudança de cada um, entenden-
VOCÊ DEVE ESTAR SE PERGUNTANDO: do suas particularidades e oferecendo o suporte necessá-

O QUE EU TENHO rio. Ajude-os a encontrar alternativas que os impulsionem


a uma efetiva mudança nos comportamentos financeiros
A VER COM ISSO? que serão trabalhados por meio deste Programa.

Você, Instrutor de Educação Financeira, foi escolhido Você tem o papel de multiplicador dos conteúdos e
cuidadosamente para a missão de aplicar o Programa práticas de Educação Financeira na região onde você
Eu e minha aposentadoria: organizando a vida finan- atua. Você pode ser o grande impulsionador de transfor-
ceira com o propósito de ajudar esses idosos a entender mações importantes na vida dos idosos que você aten-
sua situação financeira, reduzir o endividamento e se de. Contamos com a sua colaboração e dedicação para
planejar para viver uma aposentadoria tranquila. Sua realizar este Programa. Lembre-se: grandes mudanças
proximidade com os idosos e com a realidade que os começam com pequenas ações!
cerca é essencial para o sucesso deste Programa.

Este guia foi desenvolvido especialmente pra você. Ele


contém todas as instruções das atividades a serem rea-
lizadas com o público, para juntos tentarmos mudar esse

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2. QUEM SOMOS Representantes da sociedade civil:
• Associação Brasileira das Entidades dos Mercados
Financeiro e de Capitais - ANBIMA;
• BM&FBovespa;
A Associação de Educação Financeira - AEF-Brasil • Confederação Nacional das Empresas de Seguros
é uma organização sem fins lucrativos que coordena e Gerais CNseg;
executa ações da Estratégia Nacional de Educação • Federação Brasileira de Bancos - FEBRABAN.
Financeira - ENEF. A ENEF foi criada através da articu-
lação entre governo e sociedade civil, que deu origem ao A ENEF foi instituída como política de Estado de caráter
Comitê Nacional de Educação Financeira - CONEF. permanente e tem como finalidade:
Fortalecer a
O CONEF é formado por 8 órgãos e entidades de Gover- cidadania
no e 4 organizações da sociedade civil.

Órgãos do Governo:
• Banco Central do Brasil;
• Comissão de Valores Mobiliários - CVM;
• Superintendência Nacional de Previdência
Aumentar Disseminar
Complementar - PREVIC;
ENEF
a eficiência a educação
e solidez financeira e
• Superintendência de Seguros Privados - SUSEP; do sistema previdenciária
• Ministério da Justiça; financeiro
• Ministério do Trabalho e da Previdência Social;
• Ministério da Educação;
• Ministério da Fazenda.

Promover a tomada de
decisões financeiras
conscientes e autônomas

8 GUIA DO INSTRUTOR EU E MINHA APOSENTADORIA: ORGANIZANDO A VIDA FINANCEIRA 9

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As principais diretrizes da ENEF são: de vida de populações de baixa renda em comunidades
ao redor do mundo. Educação e inclusão financeira es-
tão dentro de sua área de atuação, na busca de apoiar:
o desenvolvimento de produtos financeiros adequados
às populações de baixa renda, o aumento das oportuni-
dades de acesso ao capital financeiro e comportamentos
financeiros mais positivos.
Atuar com Gratuidade das Gestão
informação, ações e prevalência centralizada,
orientação e do interesse do atividades Fundo Multilateral de Investimento - FUMIN, é um
formação. público. descentralizadas. membro do grupo Banco Interamericano de Desenvol-
vimento - BID. Seu trabalho consiste em dar suporte ao
Uma das iniciativas da ENEF é o Programa de Educa- crescimento econômico para a redução de pobreza na
ção Financeira para Adultos, que tem como objetivo América Latina e Caribe. Como parte de sua missão, o
contribuir para o fortalecimento da cidadania ao fornecer FUMIN atua como um laboratório de desenvolvimento,
e apoiar ações que ajudem a população adulta a tomar de modo a experimentar e lançar soluções pioneiras.
decisões financeiras mais autônomas e conscientes. Também busca avaliar e compartilhar mundialmente as
lições aprendidas nos projetos que apoia e financia.
Entre essas ações está o Programa Eu e minha apo-
sentadoria: organizando a vida financeira, desenvol-
vido em colaboração com o Mi­nistério do Trabalho e Para maiores informações, consulte:
da Previdência Social - MTPS, com foco em idosos de www.vidaedinheiro.gov.br
baixa renda. www.aefbrasil.org.br
www.previdencia.gov.br
Seu desenvolvimento contou com o apoio das duas insti- www.citigroup.com/citi/foundation
tuições citadas a seguir: www.fomin.org
www.iadb.org
Citi Foundation, uma fundação do Citi Group que traba-
lha na promoção do progresso econômico e da melhoria

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3. EU E MINHA pessoa idosa. Esta iniciativa é pioneira no Brasil por ter
envolvido os beneficiários em seu desenvolvimento.
APOSENTADORIA:
ORGANIZANDO A VIDA Por meio deste Programa, buscamos promover cuidados a se-
rem tomados em relação ao uso do dinheiro e hábitos financei-
FINANCEIRA ros mais conscientes e saudáveis, com foco na pessoa idosa.

O QUE É O QUE NÃO É

É um Programa que aborda conteúdos e ferramentas O QUE É


Programa sequencial composto
por 3 Oficinas de Educação
de Educação Financeira, com o objetivo de prevenir e Financeira e 2 encontros de Reunião ou palestra isola-
reduzir a situação de superendividamento, podendo ser suporte para idosos de baixa da. Atividade para todas as
aplicado para idosos de baixa renda, em geral. renda. Baseia-se no aprendiza- faixas etárias.
do entre pares e em ferramen-
tas práticas para o dia a dia.
Esses conteúdos e ferramentas devem ser aplicados por
meio de uma sequência de três Oficinas. A abordagem Oficinas que dizem o que é certo
Oficinas de troca de
ou errado em relação ao uso do
utilizada é lúdica e prática, para que os idosos se sintam experiências e reflexões
dinheiro. Espaço para propagan-
para uma vida financeira
capazes de entender sua situação financeira e empode- da de instituições financeiras ou
mais saudável.
rados a identificar caminhos para melhorá-la, tomando venda de produtos financeiros.

decisões financeiras mais autônomas e conscientes.


Momento de informar, formar Momento de julgar as esco-
e propor o uso de ferramentas lhas, os comportamentos e a
Para desenvolver este Programa, viajamos para todas as que facilitem a mudança de situação financeira do idoso
comportamentos financeiros. ou de sua família.
regiões do Brasil para ouvir e conhecer a realidade dos
idosos. Elaboramos o conteúdo e criamos os materiais Momento de empoderamento
com a participação de mais de 2 mil idosos e, aproxima- dos idosos, a fim de que se Momento de verificação
damente, 70 técnicos e gestores do sistema de assistên- sintam encorajados e capazes dos dados financeiros ou
de melhorar suas condições direcionamento à tomada
cia social e de organizações sociais que atuam com a de vida e de desfrutar uma de crédito.
velhice tranquila.

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4. INFORMAÇÕES SOBRE PARA

A PESSOA IDOSA E 25%


DAS FAMÍLIAS A
OS APOSENTADOS APOSENTADORIA É A
PRINCIPAL FONTE
NO BRASIL DE RENDA

1,9
MILHÕES
RECEBEM
BCP
27,9
MILHÕES DE
IDOSOS NO
22
MILHÕES DE
APOSENTADOS E/OU
84.5%
RECEBEM ATÉ
BRASIL PENSIONISTAS 2 SALÁRIOS

3,1
NÃO RECEBEM
MÍNIMOS

NENHUM BENEFÍCIO
DO INSS

4,3 10 12
MILHÕES ESTÃO MILHÕES DE MILHÕES DE
Fontes: ver Referências INADIMPLENTES HOMENS MULHERES

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5. COMO FUNCIONA nas ferramentas trabalhadas. São importantes porque a
experiência prática nos mostrou que há grande dificulda-
de no preenchimento de valores monetários e na reali-
zação de cálculos básicos, devido à baixa escolaridade
O PROGRAMA ou analfabetismo funcional, bem como pelas limitações
O Programa Eu e minha aposentadoria: organizando físicas e cognitivas (pouca visão, coordenação motora,
a vida financeira é composto por 3 Oficinas e 2 Plan- memória prejudicada) da idade.
tões da Calculadora, detalhados a seguir.
Diferentemente das Oficinas, os Plantões da Calculadora
são opcionais, ou seja, são uma forma de oferecer su-
AS OFICINAS porte para aqueles idosos que quiserem ajuda no preen-
Cada Oficina aborda um conteúdo específico de Educação chimento e nos cálculos dos exercícios propostos.
Financeira, promove um determinado hábito e trabalha
determinados comportamentos financeiros com o propósito
de contribuir para uma melhor gestão dos recursos e pre- PONTOS DE ATENÇÃO
venção ou redução da situação de superendividamento. Embora as Oficinas e Plantões sejam em grupo, é impor-
tante que você esteja disponível para prestar suporte in-
É importante que os idosos participem da sequência das dividual, incentivar os participantes a expressarem suas
3 Oficinas, porque cada uma tem um papel fundamental dúvidas, ajudar a preencher os materiais disponibilizados
dentro do processo de Educação Financeira e de mu- e, ao fim, reconhecer o trabalho realizado.
dança de comportamentos financeiros.
Durante todo o Programa, lembre-se de que as infor-
mações da vida financeira de cada um são privadas e
OS PLANTÕES DA CALCULADORA confidenciais. Não as compartilhe com ninguém. Para
Acontecem após as Oficinas 1 e 2 com o objetivo de que o grupo se sinta seguro, assuma o compromisso de
reforçar o conteúdo aprendido e oferecer um suporte confidencialidade na frente dos participantes e reforce-o
aos idosos no preenchimento e nos cálculos propostos em todas as Oficinas e Plantões.

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APLICAÇÃO DO PROGRAMA OFICINA 2
DÍVIDAS NA PONTA DO LÁPIS
OFICINA 1
DE ONDE MEU DINHEIRO VEM, O objetivo da segunda Oficina é explicar alguns concei-
PARA ONDE MEU DINHEIRO VAI tos básicos sobre as principais formas de endividamento,
a fim de esclarecer dúvidas e ajudá-los no controle e re-
A primeira Oficina tem como objetivo auxiliar os idosos a dução de suas dívidas. Para isso, são usados exemplos
mapear suas fontes de renda e suas despesas mensais reais ilustrados em um vídeo ou em cartazes, a depen-
com o apoio da Cartela De onde o meu dinheiro vem, der da infraestrutura disponível no local.
para onde o meu dinheiro vai.
Nesta Oficina, são trabalhadas duas ferramentas: a Ca-
Por meio de uma metodologia simples e dinâmica, esta derneta Controle de Dívidas e a Cartela Comparativo
Oficina ajuda a pessoa a visualizar sua situação finan- de Dívidas. A Caderneta serve para ajudar o idoso a
ceira atual e a pensar em alternativas para lidar com a registrar suas dívidas e controlar melhor os pagamentos a
realidade na qual se encontra. prazo. Já a Cartela possibilita avaliar as opções de crédito
antes de assumir qualquer compromisso financeiro.
Plantão da Calculadora 1 - Cartela De onde meu
dinheiro vem, para onde meu dinheiro vai Plantão da Calculadora 2 - Caderneta Controle de
Dívidas e Cartela Comparativo de Dívidas.
O primeiro Plantão tem o objetivo de auxiliar os idosos a
preencher a Cartela De onde meu dinheiro vem, para O objetivo do segundo Plantão é ajudar os idosos a
onde meu dinheiro vai, com os valores monetários, preencher com valores a Caderneta Controle de
somá-los e calcular o saldo mensal - Quanto tenho no Dívidas e esclarecer possíveis dúvidas sobre o uso da
fim do mês. Cartela Comparativo de Dívidas.

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OFICINA 3 DICA PARA O INSTRUTOR
PLANEJANDO MEUS
PRÓXIMOS PASSOS Ao final de cada Oficina ou Plantão, relembre a
data do próximo encontro e peça aos participan-
A terceira Oficina tem como objetivo mostrar importância tes para trazer todos os materiais. De preferência,
do planejamento financeiro, como um jeito de dar conta proponha as datas dos encontros em dias em que
de pagar os compromissos assumidos, rever hábitos de os idosos já frequentam a instituição. Desta forma,
consumo, antecipar-se para possíveis imprevistos, reali- a presença é assegurada em todas as atividades
zar sonhos e tomar decisões com maior clareza de suas e os aprendizados serão mais proveitosos.
consequências na vida financeira.

Nesta Oficina, o idoso recebe duas ferramentas: o Calen-


dário Contas Fixas e Dívidas a Pagar e a Cartela Meus
Próximos Passos. O Calendário ajuda os idosos a pro-
gramar seus pagamentos futuros. Já a Cartela facilita que
cada um identifique pequenas ações que pode fazer de
forma imediata, para melhorar sua situação financeira.

O planejamento financeiro pode ajudá-los a conquistar


a tranquilidade e a estabilidade financeira que merecem
nessa fase da vida.

20 GUIA DO INSTRUTOR EU E MINHA APOSENTADORIA: ORGANIZANDO A VIDA FINANCEIRA 21

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KIT DO INSTRUTOR 4
5 R$ 300
PAR DE ÓCULOS

Instrutor, a pasta que recebeu é o kit com todos os ma-


AS APARÊNCIAS R$ 900

3 PRECISA DE
%
GASTOS
NECESSIDADES

ENGANAM
É MELHOR R$ R$
1.500 5.000
BÁSICAS
APOSENTADORIA

2 PRECISA DE
INICIATIVA:
À VISTA PARCELADO PARCELADO
COM JUROS
PREVENIR
AS APARÊNCIAS QUE R$ 5.000
1ENGANAM
PENSE REMEDIAR
DUAS 2 ANOS
1x R$ 300
4 ANOS
3x R$ 100
6 ANOS
12x R$ 33 R$ 550
OUTROS GASTOS

24 48 =R$ 184

teriais necessários para a realização do Programa Eu e


24 R$ 284 2 72 R$ 135
VEZES
PARE, ANTES
PENSE
X X X
PARCELAS ANOS R$ 50
QUER GUARDAR
COORDENAÇÃO:

DE AGIR
E DECIDA A MAIS EM JUROS
CREDIÁRIO
A MAIS EM JUROS A MAIS EM JUROS
PODE PEDIR PAGA A MAIS

PATROCÍNIO:
OFICINA 2 BANCO 1 BANCO 2
DESCONTO E
ECONOMIZAR
BANCO 3
R$ 800
R$ 1.816 R$ 3.832 R$ 6.160 R$ 800

DÍVIDAS NA
PARE, R$ 96

minha aposentadoria: organizando a vida financeira.


GASTOS GASTOS
RESPIRE NECESSIDADES NECESSIDADES
BÁSICAS BÁSICAS
A MAIS EM JUROS A MAIS EM JUROS A MAIS EM JUROS

PONTA DO LÁPIS PENSE


ALTERNATIVAS
R$ 1.816
MICROCRÉDITO
R$ 250 R$ 300 CARTÃO R$
OUTROS GASTOS R$ 2.000 DE
300
CRÉDITO / LOJA
R$ 2.300
R$ 396
R$ 400
OUTROS GASTOS

VALOR FINAL PAGO


INICIATIVA: COORDENAÇÃO
: PATROCÍNIO: APOIO:

R$ 450
DÍVIDAS
Fundo Multilateral de Investimento

R$ 300
Membro do Grupo BID

BANCO OFERECE

R$ 6.816 R$ 8.832 R$ 11.160


POR MÊS
INICIATIVA: COORDENAÇÃO
: PATROCÍNIO: APOIO:

PARCELA DA
DÍVIDA

Além deste Guia do Instrutor, o kit contém:


Fundo Multilateral de Investimento
Membro do Grupo BID

DECIDA!
R$ 6.816 VALOR
R$ 7.000 R$
FINAL 7.300
PAGO
INICIATIVA: COORDENAÇÃO
: PATROCÍNIO: APOIO:

APOIO:
Fundo Multilateral de Investimento
Membro do Grupo BID

EMPRÉSTIMO CHEQUE

VALOR FINAL PAGO


INICIATIVA: COORDENAÇÃO
: PATROCÍNIO: APOIO:

CONSIGNADO ESPECIAL
Fundo Multilateral de Investimento
Membro do Grupo BID

INICIATIVA: COORDENAÇÃO
: PATROCÍNIO: APOIO:

GUIA DE APLICAÇÃO EMPRÉSTIMO


PESSOAL
1 OFICINA 2 | DÍVIDAS NA PONTA DO LÁPIS EU E MINHA APOSENTADORIA: ORGANIZANDO A VIDA FINANCEIRA 2 Fundo Multilateral de Investimento
Membro do Grupo BID

Guia de Aplicação DVD com: Cartazes


Oficina 2 Vídeo, Novela e Pare, pense e decida
Radionovela

INICIATIVA:

COORDENAÇÃO:

PATROCÍNIO:
GUIA DO INSTRUTOR COMPARATIVO DE DÍVIDAS
EU E MINHA QUANTO PRECISO PEGAR EMPRESTADO R$

APOSENTADORIA:
ORGANIZANDO A VIDA FINANCEIRA
1. 2. 3. PARE,
RESPIRE

PARCELAS TOTAL A PAGAR PARCELAS TOTAL A PAGAR PARCELAS TOTAL A PAGAR

APOIO:
12X R$
= R$
12X R$
= R$
12X R$
= R$
PENSE
ALTERNATIVAS

24X R$ = R$
24X R$ = R$
24X R$ = R$

1 GUIA DO INSTRUTOR EU E MINHA APOSENTADORIA: ORGANIZANDO A VIDA FINANCEIRA 2


DECIDA!

36X R$ = R$
36X R$ = R$
36X R$ = R$
Guia_do_INSTRUTOR_CAPA.indd All Pages 18/3/16 15:46

CONTROLE DE INICIATIVA: COORDENAÇÃO:

DÍVIDAS 48X R$ = R$
48X R$ = R$
48X R$ = R$
PATROCÍNIO: APOIO:

Guia do Instrutor Calculadora 60X R$ = R$


60X R$ = R$
60X R$ = R$
Fundo Multilateral de Investimento
Membro do Grupo BID

72X R$ = R$
72X R$ = R$
72X R$ = R$

X R$
= R$
X R$
= R$
X R$
= R$

Caderneta_DeOndeMeuDinheiroVEM_booklet.indd 1 8/3/16 13:36

Caderneta Cartela Ímã Pare,


Controle de Comparativo de pense e
Dívidas Dívidas decida

CONTAS FIXAS E DÍVIDAS DO MÊS

1 2 3 4 5

QUANTO TENHO DE ONDE MEU 6 7 8 9 10


NO FIM DO MÊS DINHEIRO VEM
MEUS PRÓXIMOS PASSOS 11 12 13 14 15
INICIATIVA: MEUS GANHOS NO MÊS INICIATIVA:

REDUZIR GASTOS

R$ OUTROS 16 17 18 19 20
APOSENTADORIA PENSÃO BENEFÍCIOS

LUZ PADARIA SALÃO DE COMIDA ROUPAS E MERCADO / JOGOS OUTROS

MEU
R$ R$ R$
BELEZA FORA DE CASA CALÇADOS VENDA

DE ONDE 21 22 23 24 25
COORDENAÇÃO:
COORDENAÇÃO:

VEM EVITAR GASTOS, DIZENDO NÃO

MEUS GASTOS NO MÊS DINHEIRO


PATROCÍNIO: OFICINA 1 RECEBIMENTO VENDA DE PATROCÍNIO:
OFICINA 3 FIADO EMPRÉSTIMO PRESENTES CARTÃO DE
CRÉDITO / LOJA
OUTROS
26 27 28 29 30
SALÁRIO DE ALUGUEL PRODUTOS
R$

DE ONDE MEU R$ R$ R$ PLANEJANDO MEUS AUMENTAR OS GANHOS


31
INICIATIVA: COORDENAÇÃO: PATROCÍNIO: APOIO:

DINHEIRO VEM, PRÓXIMOS PASSOS


PARA ONDE MEU
VENDA DE CUIDADOS COM BICOS OUTROS OUTROS
PRODUTOS OUTRAS PESSOAS

QUANTO TENHO NO FIM DO MÊS

DINHEIRO VAI SOBRA


NÃO SOBRA
R$
BICOS
CUIDADOS COM
OUTRAS PESSOAS
AJUDA DA
FAMÍLIA PARA ONDE MEU GUARDAR DINHEIRO PARA UM OBJETIVO

APOIO:
NEM FALTA
FALTA
R$ R$ R$
DINHEIRO VAI APOIO:
ALUGUEL /
CONDOMÍNIO
ÁGUA LUZ TELEFONE /
INTERNET

ÓCULOS / REMÉDIOS ELETRODOMÉSTICO ELETRÔNICO REFORMA VIAGENS PASSEIOS OUTROS


PRÓTESES DA CASA CELULAR GÁS IPTU
PLANO DE
SAÚDE

INICIATIVA: COORDENAÇÃO: PATROCÍNIO: APOIO:

INICIATIVA: COORDENAÇÃO: PATROCÍNIO: APOIO:

MEUS GANHOS
SEGUROS FATURA DO

GUIA DE APLICAÇÃO R$ GUIA DE APLICAÇÃO REMÉDIOS (FUNERÁRIO /


VIDA)
EDUCAÇÃO CARTÃO DE
LOJA

1 2 NO MÊS: EU E MINHA APOSENTADORIA: ORGANIZANDO A VIDA FINANCEIRA 1 EU E MINHA APOSENTADORIA: ORGANIZANDO A VIDA FINANCEIRA 2 Fundo Multilateral de Investimento
OFICINA 1 | DE ONDE MEU DINHEIRO VEM, PARA ONDE MEU DINHEIRO VAI EU E MINHA APOSENTADORIA: ORGANIZANDO A VIDA FINANCEIRA Membro do Grupo BID

Fundo Multilateral de Investimento


Membro do Grupo BID
FATURA DO
CARTÃO DE EMPRÉSTIMO EMPRÉSTIMO PRESTAÇÃO
CRÉDITO

GuiaOficina3_Planejando meus proximos passos_CAPA.indd All Pages 18/3/16 19:58

GUARDAR $
PRESTAÇÃO PRESTAÇÃO PRESTAÇÃO
NA POUPANÇA

Guia de Aplicação Cartela Fichas De onde meu Guia de Aplicação Cartela Meus Calendário
Oficina 1 De onde meu dinheiro vem Oficina 3 próximos passos Contas Fixas
dinheiro vem, Fichas Para onde e Dívidas a
para onde meu meu dinheiro vai Pagar e ímãs
dinheiro vai

22 GUIA DO INSTRUTOR EU E MINHA APOSENTADORIA: ORGANIZANDO A VIDA FINANCEIRA 23

01.Guia_do_INSTRUTOR_07.04.indd 22-23 8/4/16 0:25


GUIA DE APLICAÇÃO
Caso prefiram acessar os vídeos Cada Oficina possui um Guia de Aplicação específico,
pela internet, visite: que vai orientá-lo no desenvolvimento das atividades.
www.vimeo.com/aefbrasil Antes de começar o Programa Eu e minha aposenta-
doria: organizando a vida financeira, sugerimos que
você leia e estude o guia de cada Oficina com atenção.
É fundamental que você se prepare e se aproprie do
conteúdo e da sequência de atividades, antes de realizar
INFRAESTRUTURA NECESSÁRIA cada uma das Oficinas.
Para realizar todas as Oficinas e Plantões você irá precisar:
Os 3 Guias de Aplicação são formados pelos tópicos
• Cadeiras e mesas para todos os participantes. a seguir:
• Lápis com borracha para todos os participantes.
a. COMO APLICAR
Especificamente para as Oficinas 2 e 3: São sugestões de como explicar os conteúdos.
Se você seguir o passo a passo, você consegui-
• TV ou projetor e caixa de som. Caso os equipamen- rá aplicar a atividade sem dificuldades. Quando
tos não estejam disponíveis, é possível realizar a se sentir à vontade com o conteúdo e com a
atividade com o apoio de outros materiais, indica- abordagem, você poderá incrementar o roteiro
dos nos respectivos guias. com exemplos reais da vida local e do cotidiano
dos participantes de cada grupo.
• Sala apropriada para exibição de vídeo (com possi-
bilidade de redução da luminosidade do espaço). b. PERGUNTAS PARA O GRUPO
São perguntas que você deve usar para incen-
tivar a participação dos idosos e criar espaços
de diálogo com o grupo. Esses momentos são
indispensáveis para que os participantes pos-
sam expressar dúvidas sobre o conteúdo ou

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compartilhar experiências. Dessa forma, os ou consulte o Guia, se não souber como escla-
participantes interagem e exemplos práticos recer a dúvida ou responder o comentário.
surgem das histórias contadas por eles. Essa é
uma forma potente para sedimentar o conteúdo Vale ressaltar que, caso não saiba como respon-
aprendido. Após cada pergunta, colocamos as der, seja transparente e diga que irá se informar
respostas esperadas. Por meio delas, você e voltará com a resposta no próximo encontro.
pode ir checando se o grupo está acompanhan- Com Educação Financeira não se brinca, pois
do as reflexões e entendendo as orientações. informações erradas podem levar a escolhas
Você mesmo pode utilizar essas respostas para equivocadas por parte dos participantes.
reforçar os conceitos e as orientações de uso
das ferramentas, caso o grupo não interaja ou e. PLANTÕES DA CALCULADORA
não esteja compreendendo. Os Guias de Aplicação das Oficinas 1 e 2
possuem as indicações para a realização dos
c. DICAS PARA O INSTRUTOR respectivos Plantões da Calculadora, os quais
Essas dicas servem para ajudá-lo durante as devem acontecer poucos dias após a respecti-
atividades. Tanto para indicar ações necessárias va Oficina.
e momentos que requerem atenção especial
quanto para dar dicas e exemplos que você f. GLOSSÁRIO
pode utilizar nas Oficinas e nos Plantões. Cada Guia de Aplicação tem uma lista dos
conceitos trabalhados naquela Oficina.
d. DÚVIDAS FREQUENTES Antes de realizá-la, estude os conceitos que
Nesta seção, colocamos algumas dúvidas e serão trabalhados para que possa cumprir bem
comentários que podem surgir com frequência o seu papel de Instrutor de Educação Finan-
durante as atividades. Abaixo de cada um deles, ceira. Leve esse Guia do Instrutor para todas
você encontra sugestões de respostas para dar as atividades e, caso tenha dúvidas, basta pro-
aos participantes. Leia esse conteúdo antes da curar pelos termos no item Glossário, ao final
atividade para ter a resposta na ponta da língua desse material.

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COMO PREPARAR O PROGRAMA b. CONVOQUE OS PARTICIPANTES E FORME O GRUPO
Com as datas e horários definidos, forme um grupo de 20
a. DEFINA AS DATAS idosos atendidos por sua organização, serviço ou equi-
E OS HORÁRIOS pamento público. Pense quantos precisará convidar, para
CONVOCAÇÃO
Antes de convocar os idosos, a atingir o grupo final de 20 pessoas. Se possível, aproveite
fim de formar o grupo de partici- os grupos de convivência que já se encontram regular-
pantes para o Programa, suge- mente, pois assim será mais fácil garantir a presença e o
rimos que você se organize em comprometimento dos idosos em todos os encontros.
relação às datas e aos horários
dos encontros. Como se trata Depois de formar o grupo de 20 idosos, informe-os sobre
de uma sequência de Oficinas e OFICINA SEMANA 1 as datas e os horários de cada Oficina e dos Plantões.
1
Plantões, é importante que tanto Lembre-se que se trata de um Programa e não de ati-
você como os participantes se vidades pontuais, por isso, é muito importante reforçar
programem. Atente para a du- Plantão da as datas e horários para garantir que estejam presentes
Calculadora
ração do Programa, o qual não nas três Oficinas e, se quiserem, também participem dos
deve ultrapassar 1 mês de du- Plantões da Calculadora.
ração. As Oficinas devem acon- OFICINA SEMANA 2
tecer semanalmente, por três 2
semanas seguidas. Os Plantões c. ORGANIZE OS MATERIAIS
da Calculadora devem acontecer Plantão da Antes dos encontros, separe todo o material que irá utilizar.
depois da Oficina 1 e, também Calculadora Lembre-se que você sempre precisará dos itens abaixo:
depois da Oficina 2. Sugerimos
que os Plantões ocorram 2 dias 1. Guia do Instrutor;
OFICINA SEMANA 3
depois de sua Oficina. 3 2. Guia da Oficina do dia;
3. Materiais a serem trabalhados ou entregues para
As Oficinas tem duração média os participantes na Oficina do dia;
de 1 hora e 30 minutos e os
Plantões de 2 horas.

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4. Calculadora; críticas nem julgamentos em relação às escolhas
5. Lápis com borracha para cada um dos participantes. ou comentários dos participantes;

Obs.: veja os itens específicos necessários para cada 6. O objetivo é contribuir para o empoderamento dos
Oficina no respectivo Guia de Aplicação. idosos. Para isso, tenha uma postura positiva e
mostre que cada um tem capacidade de mudar e
melhorar sua própria vida;
d. PROMOVA UM AMBIENTE
PROPÍCIO AO APRENDIZADO 7. Encare esse processo como uma possibilidade para
Você, Instrutor, pode fazer a diferença na vida desses seu próprio aprendizado. Aplique os conteúdos e
idosos. Procure criar um espaço para a troca, mantendo utilize as ferramentas propostas em sua vida. Afinal,
uma postura de escuta, acolhimento e confiança: as lições deste Programa servem para qualquer
pessoa.
1. Estude e se aproprie do conteúdo do Guia
de Aplicação;

2. Separe o material que será necessário e prepare o


espaço antes de cada Oficina ou Plantão;

3. Para ter um bom resultado, mantenha o foco e siga


o roteiro da Oficina ou Plantão;

4. Falar sobre dinheiro não é fácil. Procure abordar o


tema com cuidado e leveza;

5. Quando falamos de decisões financeiras, não tem


certo e errado, cada um precisa encontrar a própria
solução. Por isso, durante as atividades, não faça

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e. SIGA AS DICAS DE APLICAÇÃO DAS OFICINAS f. DRIBLE AS RESISTÊNCIAS
Durante o Programa, é possível que surjam resistências
O QUE FAZER: O QUE NÃO FAZER: por parte dos participantes. Alguns podem não querer
Permitir uma conversa por falar sobre dinheiro, achar que possuem dificuldade de
Permitir um ambiente baru-
vez. Quando um fala, os ou- compreender conceitos financeiros ou encarar a mu-
lhento e de desconcentração.
tros escutam.
dança de hábitos financeiros como uma tarefa difícil de
Combinar algum comando para Gritar para chamar a atenção realizar. Abaixo, colocamos algumas dicas para ajudar
pedir silêncio. Por exemplo: dos participantes.
• Levantar os braços e Continuar falando se os partici- você a driblar essas resistências:
balançar as mãos. pantes não estiverem prestan-
• Bater palmas. do a devida atenção. Linguagem e ritmo
Checar se todos estão ouvindo Procure estar atento ao perfil dos participantes do grupo,
você e ajustar a voz, de acordo Falar baixo.
com a resposta do grupo. sendo muito claro e simples na linguagem utilizada e
dando o tempo necessário para que todos compreendam
Responder as perguntas e tirar Ignorar as perguntas e
dúvidas que surgirem. comentários do grupo. os temas tratados.
Criar um ambiente tenso e agir
Promover um ambiente de Termos técnicos e abstratos dificultam a compreensão e
como se estivesse dando uma
descontração e troca.
palestra, na qual só você fala. geram rejeição, fazendo com que os idosos não queiram
Encorajar os participantes a participar. Opte por exemplos concretos do dia a dia. Uti-
serem sinceros consigo mes- Ficar de olho nas informações lize os ícones e desenhos inseridos nos materiais para
mos, principalmente no preen- pessoais dos participantes.
facilitar a visualização e compreensão daqueles que têm
chimento das ferramentas.
dificuldade de leitura.
Dar exemplos simples e Dar exemplos que os idosos
adequados às realidades não conseguem entender ou
dos idosos. distantes da realidade local. Pouca participação durante a oficina
Seguir os roteiros das Ofici- Estabeleça diálogos de confiança com os idosos. Alguns
Improvisar o roteiro e não
nas e as instruções para os que se apresentem menos comunicativos podem precisar
seguir o Guia de Aplicação, ou
Plantões, nos respectivos
Guias de Aplicação.
até mesmo, mudar o conteúdo. de incentivos e cutucadas para se sentir à vontade. Um
Tratar os idosos com respeito Ser arrogante, julgar falas, per- caminho para estimular a conversa é motivar o grupo com
e consideração. guntas e situação de cada um. perguntas e comentários que façam parte do dia a dia de-

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banco ou do cartão, ou qualquer outra informação finan-
les e que tenham relação com o tema de Educação Finan- ceira, a fim de se proteger de abusos ou fraudes.
ceira. Por exemplo: sobra pãozinho na sua casa? Tente
comprar um pãozinho a menos e poupar essas moedas. Repetição
No fim do ano você terá juntado mais de R$100! É importante sempre relembrar os conceitos trabalhados,
para que possam ser realmente absorvidos e fixados.
Ambiente Repita a mesma informação, dita de diferentes formas.
Promova um ambiente acolhedor e seguro, para que eles
se sintam sempre à vontade em revelar suas informações Provoque os idosos para que pensem sobre sua própria
pessoais e a tirar dúvidas a respeito de sua vida financeira. situação financeira e compartilharem suas histórias com
o grupo.
Dinheiro é um tema delicado e muito pessoal. Para que os
participantes se abram e não tenham receio de estarem Analfabetismo
errados ou serem criticados, mantenha uma postura de Todo o material foi desenvolvido com figuras e imagens,
isenção e não faça julgamentos. para diminuir a dificuldade com a leitura. Explore este
recurso e ofereça apoio no uso das ferramentas, durante
Autonomia cada Oficina e nos Plantões.
É importante que os idosos se sintam empoderados a to-
mar decisões financeiras por conta própria. Procure fazer Em caso de idosos que tenham muita dificuldade, indique
com que o idoso acredite ser capaz de impor limites nas que contem apenas com pessoas de extrema confiança,
relações com outras pessoas. para pedir ajuda no uso contínuo do material.

Estimule o resgate de uma visão apreciativa sobre a vida, Desconfiança


para que se sintam mais motivados a mudar determina- Explique que nas Oficinas e nos Plantões ninguém irá
dos comportamentos financeiros. prestar atenção nas informações registradas nos mate-
riais. Tudo o que for distribuído será de propriedade e
Reforce a importância de preservar informações pessoais, uso de cada participante.
para que não dividam número de documento, senha do

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Peça que os participantes se comprometam a não levar 6. SUPERENDIVIDAMENTO,
nenhuma informação de outro participante para fora da
atividade. Assuma também o seu compromisso de confi-
ABUSO OU FRAUDE
dencialidade com o grupo em cada uma das atividades.

Presença contínua
Explique que cada Oficina trata de uma questão impor- Durante o Programa, algum idoso pode pedir ajuda ou
tante sobre o dinheiro e os cuidados que se deve ter demonstrar indícios de superendividamento.
com ele. Reforce que o comparecimento em todas as
Oficinas irá ajudá-los a usar o dinheiro de maneira mais Para identificar os casos de superendividamento, fique
informada e contribuir com a melhoria da vida financeira. atento se o idoso indicar que:

Enfatize que os Plantões são uma oportunidade de obter • Grande parte da sua aposentadoria está sendo
suporte individual no preenchimento e nos cálculos pro- descontada para cobrir os empréstimos consigna-
postos. Quanto maior a precisão, mais clareza terão nos dos que fez.
números, para tomar decisões financeiras e melhorar
sua situação. • Está com dificuldade de satisfazer suas necessida-
des básicas - como alimentação, aluguel, água, luz
etc. - pois grande parte da sua renda está compro-
metida com dívidas.

• Tem mais de uma dívida que não está


conseguindo pagar.

• Possui diversos cartões de crédito e está pagando


o valor mínimo da fatura.

• Sofre abusos financeiros da família ou conhecidos.

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• Desconfia que foi vítima de alguma fraude por Procon, Defensoria Pública e Tribunal de Justiça
agente financeiro. Em caso de suspeita de superendividamento, abusos ou
• Foi ou está sendo assediado por alguma empresa fraudes, o idoso pode procurar os núcleos de apoio ao
ou instituição financeira. consumidor ou ao cidadão superendividado, em alguns
destes órgãos em seu município ou estado - Procon, De-
Caso essa pessoa apresente alguns dos indícios acima, fensoria Pública e Tribunal de Justiça - para buscar rene-
procure conversar com ela - individualmente, com deli- gociação de dívidas ou orientação jurídica.
cadeza e respeito - com o intuito de sinalizar que pela
situação que descreveu poderia procurar algum dos Procon - Telefone: 151
órgãos de apoio ao consumidor superendividado, como www.portaldoconsumidor.gov.br
o Procon, Defensoria Pública ou Tribunal de Justiça do
município ou estado. O contato das unidades de Procon, Defensoria Pública e
Tribunal de Justiça varia de local para local. Se possível,
A maioria dos idosos não chegou ao superendivi- antes de aplicar o Programa, busque os contatos refe-
damento de forma intencional. Portanto, sua postura rentes a seu município ou estado e tenha em mãos, caso
isenta de julgamento é fundamental neste momento. seja necessário orientar alguém durante o Programa.

ÓRGÃOS DE APOIO AO SUPERENDIVIDADO Anote os telefones e endereços desses órgãos em seu


Se necessário, oriente o idoso a procurar os município ou estado:
seguintes órgãos:

INSS
Para casos de dúvida ou informações sobre o Emprésti-
mo Consignado, o idoso pode consultar o valor do em-
préstimo, o que já foi pago e quanto ainda falta pagar.
Telefone: 135
www.previdencia.gov.br

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7. MÃOS À OBRA! 8. GLOSSÁRIO

Caro Instrutor, agora que você já sabe como funciona Os conceitos de Educação Financeira abordados no Pro-
este Programa e sabe que tem a possibilidade de contri- grama Eu e minha aposentadoria: organizando a vida
buir para uma mudança real na vida dos idosos atendi- financeira estão explicados a seguir:
dos pela organização na qual atua, mãos à obra!
Abusos financeiros e fraudes
Siga o passo a passo nos Guias de Aplicação de cada Atos de má-fé por parte de familiares ou instituições finan-
Oficina. Divirta-se, inspire-se e aproveite a sabedoria e ceiras, cometidos contra os idosos, com o intuito de se
o convívio com essas pessoas que têm tantas experiên- aproveitar financeiramente desta parcela da população.
cias e, ainda, podem continuar aprendendo para alcan-
çar uma maior tranquilidade financeira na velhice. Aposentadoria
É um benefício a que tem direito todos os trabalhadores
que contribuíram a partir de 180 meses com a Previdência
Social. Para entender as regras e o cálculo de valor para
diferentes situações:

Acesse: www.previdencia.gov.br
Ou ligue para a central de atendimento do INSS: 135

Autonomia
No contexto de Educação Financeira, autonomia é a ha-
bilidade de diferenciar precisar de querer, tomar decisões
financeiras de forma independente e com liberdade para

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escolher o que é melhor para si, assim como pesquisar e aplicado por pelo menos um mês, isto é, se for resgatado
comparar preços e condições de pagamento. antes, não haverá rendimentos sobre esse dinheiro.

Benefício de Prestação Continuada (LOAS) - BPC Exemplo de uso: todo mês, eu aplico um dinheirinho na
O Benefício de Prestação Continuada (BPC) da Lei Or- minha Conta Poupança.
gânica da Assistência Social (LOAS) é a garantia de um
salário mínimo mensal ao idoso com mais de 65 anos, Cartão de crédito
cuja renda por pessoa do grupo familiar seja menor que É um meio de pagamento, normalmente sob a forma de
1/4 do salário mínimo vigente. Por se tratar de um bene- um cartão de plástico, utilizado na aquisição de produtos
fício assistencial, para ter direito, a pessoa não precisa ou serviços. Ao pagar uma compra com o cartão de crédi-
ter contribuído ao INSS. No caso do BPC, não há décimo to, o consumidor assume a responsabilidade de pagar o
terceiro salário e nem pensão por morte. Mais informa- valor daquela despesa na data do vencimento da fatura.
ções podem ser obtidas nos Centros de Referência de Caso não pague o valor total da fatura em um mês, o va-
Assistencial Social (CRAS). lor que deixou de pagar voltará a ser cobrado na próxima
fatura, com acréscimo de juros. Geralmente, os juros do
Conta de Depósito de Poupança ou Conta Poupança cartão de crédito são bem altos.
ou ainda Caderneta de Poupança
A Conta de Depósitos de Poupança, popularmente conhe- Exemplo de uso: sempre pago em dia o total da minha
cida como Conta Poupança ou ainda Caderneta de Pou- fatura de cartão de crédito para não pagar juros.
pança, é um tipo de investimento criado com o objetivo de
estimular a economia popular. Assim, para abrir e manter Ver também a definição de Pagamento mínimo da Fatura
uma Conta Poupança, a pessoa não paga tarifas nem im-
posto de renda sobre o dinheiro aplicado. Na Conta Pou- Cheque especial
pança podem ser depositados pequenos valores, os quais É um tipo de empréstimo pré-aprovado para o cliente de
geram um rendimento mensal, composto por juros pagos uma instituição financeira. Quando o dinheiro que o cliente
pela instituição financeira na qual o dinheiro foi deposita- tem depositado em sua conta corrente não é suficiente
do. Caso o valor depositado na Conta Poupança não ficar para cobrir o valor de cheques que tenha emitido ou de
outros pagamentos que precise fazer, ele pode recorrer ao

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limite de cheque especial aprovado pela instituição finan- Consumo
ceira. Quando usa o cheque especial, o cliente fica deven- Ato de consumir, comprar um produto ou utilizar um
do não só o valor utilizado, mas também os juros que são serviço. O consumo deve ser feito de maneira conscien-
cobrados pelo uso do crédito disponível. Em alguns extra- te, ou seja, avaliando sua real necessidade. As decisões
tos bancários aparece o saldo da conta corrente e o saldo conscientes devem levar sempre em consideração se é
com o limite disponível. O saldo com limite disponível é possível repensar a compra ou recusá-la, ou ainda, se é
a soma do valor que a pessoa tem na sua conta corrente possível reduzir o consumo por meio da reutilização ou da
mais o valor que o banco oferece de cheque especial, reciclagem de produtos e outros materiais.
caso ela precise utilizar. Algumas pessoas se confundem
com esses dois tipos de saldo e acabam pegando dinhei- Contribuições Previdenciárias
ro emprestado com juros, sem perceber. Geradas por empregadores e empregados que destinam
parte de sua renda ao Estado (por meio da Receita Fede-
Exemplo de uso: o cheque especial é um dos tipos de ral do Brasil) para que, quando não possam mais traba-
empréstimo com taxas de juros mais caras, só uso em lhar (por velhice, doença, invalidez ou por outro motivo),
situações de extrema emergência e tento repor o dinheiro tenham o direito de receber a Aposentadoria.
o mais rápido possível.
Crediário
Consórcio Sistema de venda a crédito, geralmente de bens de con-
Sistema que reúne um grupo de participantes com interes- sumo duráveis, realizado especialmente por grandes esta-
ses em comum para a compra de bens ou serviços. Isso belecimentos comerciais que financiam em duas ou mais
é feito por meio de um autofinanciamento, no qual o valor parcelas o pagamento do(s) bem(ns) adquirido(s). Fun-
dos bens ou serviços é dividido entre os participantes ciona como um tipo de empréstimo feito pelas lojas para
do consórcio por prazo predeterminado. Os bens podem que os consumidores comprem seus produtos a prazo, de
ser: carros, motocicletas, computadores e até mesmo forma parcelada.
serviços. Variam os valores, os prazos e as condições de
pagamento das parcelas.

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De onde meu dinheiro vem pode saber que irá receber um dinheiro, mas não ter
Fontes de Renda ou Ganhos certeza do valor e da data exata.
São as entradas de dinheiro da família. No caso
dos idosos, a principal entrada costuma ser a Apo- O sentido do termo variável é evidenciar que é um
sentadoria, Pensão ou o Benefício de Prestação dinheiro que não está presente para cobrir as despe-
Continuada (BPC). sas do dia a dia.

Fontes de Renda ou Ganhos Fixos Fontes de Renda Eventuais ou Eventuais


São as entradas de dinheiro com presença cons- São aquelas entradas inesperadas, que não costu-
tante no orçamento, cujo valor não costuma variar mam se repetir com frequência, como, por exemplo,
significativamente. Por exemplo: salários, bolsas de o recebimento de uma herança ou de um prêmio.
auxílio, recebimento de aluguéis, pensões e aposen-
tadorias. As fontes de renda fixas constituem a re- Dívida
ceita estável e recorrente de uma pessoa ou família. São todos os compromissos assumidos pela pessoa para
É considerada o dinheiro com o qual se pode contar obter dinheiro ou um produto/serviço no presente, apenas
todo mês ou o dinheiro certo de todo mês. pagando por ele no futuro. Portanto, são consideradas
dívidas as compras no cartão de crédito, compras par-
Fontes de Renda ou Ganhos Variáveis celadas por crediário, fiado, empréstimo pessoal, crédito
São as entradas ou ganhos que não aparecem todo consignado, microcrédito, entre outros.
mês ou cujo valor varia bastante de mês para mês.
As receitas variáveis podem ser previstas. Alguns Emergências e Imprevistos
exemplos são: comissões de venda, gorjetas, gratifi- Situações inesperadas que podem comprometer o or-
cações, venda de produtos/alimentos/artesanatos ou çamento das famílias que não se planejaram para estes
prestação de serviços nas horas extras, empregos momentos, pois geram despesas extras ou impedem a
temporário na alta temporada turística. geração de receitas. Por exemplo: problemas de saúde,
desemprego, quebra, perda ou roubo de eletroeletrônicos
Embora possa parecer estranho, é possível que um e utensílios domésticos, danos ao patrimônio, catástrofes
ganho variável seja previsível, afinal, uma pessoa naturais, epidemias, etc.

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Empréstimo aposentados, há um valor máximo da renda que se
É o mecanismo utilizado por uma pessoa para ter, no pre- pode comprometer com as parcelas do crédito con-
sente, uma quantia em dinheiro que ela só conseguiria ter signado. Este limite é expresso em porcentagem e é
no futuro, fazendo poupança. O valor emprestado, mais os chamado de margem consignável.
juros e encargos cobrados pela instituição financeira, vira
uma dívida, que deverá ser paga na forma e no prazo com- Exemplo de uso: ao pegar um crédito consignado,
binados. Por exemplo, o valor e as quantidades de parcela a pessoa não pode mais contar com seu pagamen-
podem variar, de acordo com o combinado. to inteiro.

No empréstimo, o valor emprestado não tem destinação Empréstimo pessoal


específica, isto é, a pessoa pode utilizar o dinheiro que É um tipo de empréstimo que os bancos e outras
pegou emprestado onde e como quiser. instituições financeiras concedem aos clientes sem
que estes precisem comprovar a finalidade, isto é,
Exemplo de uso: É comum as pessoas pegarem emprés- sem precisar dizer à instituição financeira em que o
timos para cobrir despesas inesperadas. dinheiro será usado. Em outras palavras, é um di-
Uma forma de evitar essa prática e o pagamento de juros nheiro que poderá ser usado como a pessoa quiser.
é juntar todo mês um dinheiro na poupança, para ter de
onde tirar caso ocorram situações emergenciais. Exemplo de uso: tive uma despesa extra no começo
deste mês e estou pensando em pegar um emprésti-
Empréstimo consignado mo pessoal para não ficar sem dinheiro antes do mês
É um tipo de empréstimo cujas prestações caem dire- acabar. Também posso usar o limite do cheque es-
to na folha de pagamento. Assim, a pessoa que pegar pecial, mas me disseram que a taxa de juros é maior.
um crédito consignado vai receber seu pagamento Antes de decidir, vou avaliar os custos de cada opção,
(salário, pensão, aposentadoria etc.) já diminuído do para ver qual delas será melhor para mim.
valor da prestação, até pagar todo o empréstimo. Em
geral, as instituições financeiras cobram juros mais
baixos nesses tipos de empréstimos. No caso dos

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Endividado vel. Geralmente, o financiamento possui algum tipo de
Pessoa que se encontra em situação de endividamento, garantia, alienação fiduciária ou hipoteca.
ou seja, que contraiu dívidas.
Ver definição de Dívida Inadimplência
É o não cumprimento do pagamento de uma dívida. Quan-
Endividamento do o consumidor não paga uma dívida na data do venci-
Quanto do patrimônio total de uma pessoa está compro- mento, ele se torna inadimplente. Estar endividado significa
metido com o pagamento de dívidas. ter compromisso de pagamento de dívidas a serem reali-
zados num certo prazo. Estar inadimplente significa que a
Fiado pessoa não cumpriu os pagamentos dos compromissos
É uma prática comum em vendas, mercados, feiras, assumidos em dia, ou seja, nas datas previstas.
bancas de jornal e vendedores de porta. Geralmente, os
valores das compras feitas por um cliente são marcados Instituto Nacional de Seguro Social - INSS
numa caderneta e a cobrança é feita diretamente entre Órgão público responsável pelo pagamento da aposenta-
estabelecimento e cliente, numa data combinada. doria, pensão por morte, auxílio-doença, auxílio-acidente,
entre outros benefícios previstos em lei. Todos os traba-
Financiamento lhadores com carteira assinada contribuem com o INSS.
Operação mediante a qual uma instituição financeira via-
biliza o pagamento de um bem, emprestando o dinheiro, Instituições Financeiras
sobre o qual cobrará juros. O financiamento diferencia-se Banco Comercial
do empréstimo comum por estar vinculado à venda de um São empresas com fins lucrativos que vendem
bem ou serviço. produtos e serviços financeiros para os consumi-
dores, que os remuneram por meio de tarifas e dos
Assim como o empréstimo bancário, o financiamento juros cobrados. Exemplos: pagamentos de cheques,
também é um contrato entre o cliente e a instituição cobranças, recebimento de tributos, Conta Poupan-
financeira, mas com destinação específica dos recursos ça, depósitos de cheque ou dinheiro, contas-salário
tomados, como a aquisição de veículo ou de bem imó- para pagamento de funcionário, além de fornecerem

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crédito (empréstimos pessoais ou financiamento de Cooperativas de crédito
bens) a pessoas físicas e empresas. São instituições financeiras, de caráter associativo,
formadas por cidadãos, sem fins lucrativos, cujo
Financeiras objetivo é prestar serviços financeiros de forma
São empresas com fins lucrativos que trabalham simples e vantajosa para seus associados. Por
em parceria com as lojas para que a pessoa possa meio das cooperativas, seus associados podem ter
financiar bens, como carros e eletrodomésticos. Por acesso ao crédito e a outros produtos financeiros.
meio das Financeiras, a pessoa faz a compra no
presente e só pagará por ela, no futuro, em parcelas Juros
acrescidas de juros. O financiamento diferencia-se Basicamente, é o preço do dinheiro no tempo. Quando
do empréstimo comum por estar ligado à venda de uma instituição financeira empresta um dinheiro a uma
um bem ou serviço. Existem financeiras que também pessoa, a qual só teria a quantia no futuro por meio de
fazem empréstimos. poupança, é cobrado não só o valor monetário empres-
tado, mas também um adicional. Esse valor adicional
Bancos comunitários são os juros, ou seja, o valor cobrado por emprestar um
São associações comunitárias que prestam serviços dinheiro no presente e só recebê-lo de volta no futuro. Da
financeiros para a comunidade de seu território. Se- mesma forma que as instituições cobram juros sobre os
guem os princípios da Economia Solidária e visam empréstimos, as pessoas também podem receber o pa-
fomentar a economia e a circulação de riqueza no gamento de juros. Isso acontece, por exemplo, quando se
local. Os produtos e serviços financeiros oferecidos tem uma conta poupança. Quando uma pessoa deposita
para a comunidade são solidários, no sentido de um dinheiro em sua conta poupança no presente com a
que, são baseados na confiança e, portanto, não pe- intenção de só resgatá-lo no futuro, a instituição financeira
dem garantias e trabalham com taxas de juros muito paga juros mensais ao seu cliente, pelo fato de ter recebi-
baixas ou inexistentes. Em geral, os empréstimos do uma quantia no presente, a qual só precisará devolver
feitos são voltados para pequenos empreendimen- no futuro, no momento em que a pessoa decidir sacar seu
tos produtivos ou para o comércio local. dinheiro da Conta Poupança.

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Outra forma de entender os juros é como se fosse um chamados neste Programa de De onde meu dinheiro
aluguel que alguém paga por usar um dinheiro que não vem e Para onde meu dinheiro vai, respectivamente.
é seu. Por exemplo, quando se pega um empréstimo ou
financiamento. Também poderia ser o aluguel que uma As anotações, quando feitas no ato do recebimento ou do
pessoa recebe por deixar que utilizem seu dinheiro. gasto de recursos financeiros, garantem que a pessoa não
Por exemplo, quando se coloca o dinheiro na Caderneta se esqueça dos valores que entraram ou saíram, gerando
de Poupança. maior precisão no controle.

Microcrédito A anotação diária é fundamental para as famílias contro-


Microcrédito é uma forma de empréstimo pessoal de larem melhor sua vida financeira e tomarem as melhores
pequenos valores com juros baixos, em geral, focado em decisões considerando os seus recursos, a fim de: não
pessoas de baixa renda que precisam de crédito para precisar se endividar com frequência; reduzir as dívidas,
seu pequeno empreendimento e não possuem acesso ao caso já existam; evitar a inadimplência; formar reservas
crédito bancário. para emergências, e realizar seus objetivos.

Mudança de condição de vida Pagamento à Vista


É a habilidade de superar o endividamento, adequando É o pagamento do valor total feito no ato da compra.
suas despesas em relação à receita da família. Como
também criar reservas, para se prevenir de emergências e Pagamento a Prazo
evitar o endividamento, ou realizar objetivos e metas. É o pagamento em parcelas programadas para o futuro.
Geralmente, uma pessoa compra a prazo, quando não
Objetivos dispõe do valor total para realizá-la, e, por isso escolhe
São os desejos, sonhos e aspirações das pessoas e de dividir o valor e pagar aos poucos, por meio das parcelas.
suas famílias, que podem ser realizados no curto, médio
ou longo prazo. Pagamento Mínimo da Fatura
É o valor mínimo da fatura mensal do cartão de crédito
Orçamento doméstico ou pessoal que o cliente pode pagar. Quando a pessoa só paga o
É a anotação diária das fontes de renda e das despesas, mínimo da fatura, a instituição financeira estará automa-

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ticamente financiando o valor não pago, ou seja, fará os lor significativas de um mês para o outro. Por exemplo:
pagamentos aos fornecedores e, no mês seguinte, cobra- alimentação, lazer, remédios, transportes, entre outros.
rá do cliente o valor da nova fatura somado do valor que
não pagou da fatura anterior, com acréscimo de juros. No Gastos ou Despesas Eventuais ou Extraordinárias
Brasil, os juros de cartão de crédito são altos. O pagamen- São aqueles gastos que não possuem presença
to mínimo da fatura, de acordo com as normas do Banco constante no orçamento, mas que eventualmente
Central do Brasil, não pode ser inferior a 15% do valor podem ocorrer. Por exemplo: impostos como IPTU
total da fatura. e IPVA, conserto de geladeira, compra de presen-
tes, entre outros.
Exemplo de uso: Minha fatura do cartão de crédito veio em
R$1.000. Se eu fizer o pagamento mínimo de R$150, já sei Gasto Supérfluo
que na próxima fatura virão os R$850 não pagos agora, Gasto que não é uma necessidade básica, ou seja,
acrescidos de juros, além dos valores das compras novas. pode ser eliminado sem prejudicar a sobrevivência
da pessoa.
Para onde meu dinheiro vai
Gastos ou Despesas Patrimônio
São as saídas de dinheiro ou os gastos da família. Conjunto de bens e direitos (que podem ser representa-
dos por imóveis, aplicações financeiras, entre outros) de
Gastos ou Despesas Fixas uma pessoa ou empresa, que tem valor econômico.
São aqueles gastos que têm presença constante no
orçamento e cujo valor não costuma sofrer grandes Pensão por morte
alterações. Por exemplo: aluguel, condomínio, con- A pensão por morte é um benefício pago aos dependen-
tas de água e luz, entre outros. tes do segurado do INSS que vier a falecer ou, em caso
de desaparecimento, tiver sua morte presumida declarada
Gastos ou Despesas Variáveis judicialmente. Se o falecido já recebia algum benefício do
São aqueles gastos que têm presença constante INSS, é possível fazer o pedido pela Internet e enviar os
no orçamento, porém podem sofrer mudanças de va- documentos necessários pelos Correios.

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Para maiores informações, consulte: Previdência Complementar
http://www.mtps.gov.br/pensao-por-morte A Previdência Complementar, também chamada de Pre-
vidência Privada, surgiu para conceder um valor adicional
Planejamento Financeiro Pessoal aos benefícios de aposentadoria pagos pelo INSS. É uma
É a habilidade de estabelecer e seguir uma estratégia escolha do indivíduo que deseja ampliar suas reservas de
para realização de objetivos e acumulação de bens e forma voluntária. A Previdência Complementar subdivide-
valores que irão formar o patrimônio de uma pessoa e de se em dois segmentos: aberta e fechada.
sua família, no curto, médio ou longo prazo.
• A Previdência Complementar Aberta é administrada
Poupança ou Reservas por entidades abertas e seguradoras autorizadas,
O ato de poupar ou reservar uma parte da renda que não podendo ser adquirida por qualquer pessoa física
é gasta no período em que é recebida, e, por consequên- ou jurídica. O órgão do governo que fiscaliza essas
cia, é guardada para ser usada num momento futuro, para atividades é a Superintendência de Seguros Priva-
imprevistos ou sonhos. Esta reserva financeira pode ser dos – SUSEP.
feita no banco, através da Caderneta de Poupança, ou,
informalmente, em cofrinhos guardados em casa. • A Previdência Complementar Fechada é composta
por planos de benefícios administrados por fundos
Prevenção de pensão voltados somente aos funcionários das
É a atitude de se preparar financeiramente para lidar empresas e organizações que os administram. O
com situações previstas ou imprevistas no futuro. Envol- órgão do governo que fiscaliza essas atividades é a
ve fazer escolhas relacionadas ao ato de economizar e Superintendência Nacional de Previdência Comple-
de poupar, no presente, com o intuito de que, no futuro, mentar – PREVIC.
haja determinada segurança financeira ou condições de
se lidar com gastos imprevistos. Por exemplo: despesas Previdência Social
decorrentes de uma cirurgia inesperada. A Previdência Social é o seguro que garante a renda do
contribuinte em situações diversas como doenças, aci-
dentes, gravidez, prisão, morte e velhice. Consiste no
benefício pago pelo INSS, que resulta do recolhimento

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das contribuições previdenciárias obrigatório que todos os Superendividamento
trabalhadores brasileiros de carteira assinada pagam di- Refere-se a situações em que o devedor de boa-fé se vê
retamente ou indiretamente, via os empregadores. Quem impossibilitado, de forma duradoura ou estrutural, de pa-
não tem vínculo empregatício também pode contribuir de gar o conjunto de dívidas ou quando existe uma ameaça
forma autônoma. No caso dos servidores públicos, exis- séria de que não poderá quitá-las no momento em que se
tem os Regimes Próprios de Previdência Social - RPPS. tornam exigíveis. É também conhecido como falência ou
insolvência dos devedores.
Programa de Proteção e Defesa do Consumidor -
Procon Superendividamento ativo
É o órgão de proteção ao consumidor, que tem como objeti- Consumidores que se superendividam sem levar em
vos amparar e defender o consumidor de danos e prejuízos conta o custo real das operações.
que possam ser causados por conta de práticas equivoca-
das ou enganosas de fornecedores. Superendividamento passivo
Pessoas que se superendividam por situações ines-
Além de tentar solucionar os problemas entre consumido- peradas da vida – morte, divórcio, desemprego.
res e fornecedores, algumas unidades do Procon possuem
serviços de educação aos cidadãos em relação ao seus
direitos como consumidor.

Os órgãos do Procon estão espalhados pelas capitais bra-


sileiras. Alguns deles possuem um núcleo ou equipe espe-
cializada nas situações de superendividamento.

Quanto tenho no fim do mês ou Saldo Mensal


É o resultado de quanto sobra ou falta no final de mês, ou
seja, a diferença entre as fontes de renda e os gastos.

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9. REFERÊNCIAS

Os dados relevantes sobre o público e informações re-


lacionadas a sua situação financeira foram extraídos de
distintos conteúdos de referência, listados abaixo:

Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios


(PNAD, População), 2014.

<http://portal.dataprev.gov.br> Disponível em:


30/03/2016

< https://www.spcbrasil.org.br/imprensa/noticia/
859-numerodeidososinadimplentescresceaci-
madamediamostraspcbrasil > Disponível em:
30/03/2016

MTPS, 2016.

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