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1.

Introdução

….Falta escrever…

2. Estado da Arte

2.1 Rede Sensores sem Fios

Redes de Sensores sem Fio (RSSFs) são uma tecnologia emergente que prometem uma
funcionalidade sem precedentes para monitorizar, instrumentar, e possivelmente
controlar o mundo físico (LOUREIRO, 2008).

Uma rede de sensores sem fios pode ser definida como sendo uma rede de “nós sensores
ou simplesmente sensores”, de baixo consumo energético, distribuídos em locais de
interesse, com conectividade sem fios e ligados a uma rede, permitindo assim analisar o
ambiente em que o equipamento está inserido com pouco ou nenhum impacto físico
nesse ambiente. Os “nós Sensores” devem ser capazes de medir variáveis num
determinado ambiente, por meio de sensores ou transdutores e transmitir os dados
medidos por meio de ondas electromagnéticas para outro ponto da rede. Para o efeito,
um nó sensor deve possuir, pelo menos, um transmissor de rádio, um microcontrolador,
sensores e uma fonte de energia.

Uma rede RSSF possui um nó coordenador (sink node), responsável por receber os
dados dos nós sensores e encaminhar para uma computador ou outro dispositivo capaz
de gerenciar e configurar a RSSF, armazenar ou reencaminhar os dados recebidos,
interpretá-los e se necessário tomar decisões. Na figura 1 podemos ter uma visão geral
da arquitectura e organização de uma RSSF típica:

Figura 1 - Visão geral da arquitectura e organização de uma RSSF


2.2 Padrão Zigbee/IEEE 802.15.4

2.2.1 Introdução

Apesar da quantidade de padrões já existentes no mercado em meados de 1999 foi


identificado um ramo de mercado ainda não explorado, que dependia de dispositivos
que proporcionassem uma estrutura de rede com as seguintes características:

 Formação autónoma de redes com suporte para grande quantidade de


dispositivos, assim como área de cobertura, em que os dispositivos fossem capaz de se
comunicarem de forma fiável e segura por vários anos e sem intervenção humana.

 Baixo consumo de energia associado a um baixo custo de infra-estrutura,


complexidade e tamanho.

 Taxa de transmissão de dados relativamente baixa.

 Um protocolo padronizado e aberto que permitisse o funcionamento e


comunicação entre produtos de diferentes fabricantes para um mercado global.

Assim o protocolo IEEE 802.15.4 foi atribuído pelo Institute of Electrical and
Eletronics (IEEE) como padrão para redes de baixa velocidade e baixo consumo de
energia, operando em 3 bandas de frequências: 2,4 Ghz utilizada mundialmente, 868
Mhz muito utilizada na Europa e 900 Mhz com utilização na América. A taxa de
transmissão pode chegar a 250 Kbps no caso da utilização da banda de 2,4 Ghz.
(GISLASON, 2008)

2.2.2 Organização e Arquitectura do Zigbee/IEEE 802.15.4

O protocolo IEEE 802.15.4 define duas camadas de baixo nível: Camada: física (PHY
Physical) e MAC ( Medium Access Control ), deixando as camadas superiores livres
para implementação de acordo com a necessidade de utilização. A camada física é a
responsável pela interligação do protocolo com o radio de comunicação, além de
fornecer serviços para a camada MAC, camada essa imediatamente superior, que
controla o acesso a rede. Assim após a especificação do padrão IEEE 802.15.4 em 2006
o padrão Zigbee foi especificado pela Zigbee Alliance, utilizando das camadas físicas e
MAC do padrão IEEE 802.15.4, o padrão Zigbee define ainda 5 camadas de mais alto
nível.

Na figura 2 podemos observar um diagrama que representa a arquitectura do padrão


Zigbee:

Figura 2 - Diagrama da Arquitectura e Pilha de Protocolos ZigBee – Fonte: Adaptado de


(GISLASON, 2008)

O Padrão ZigBee não utiliza exactamente as 7 camadas do modelo OSI, entretanto


possui alguns elementos semelhantes como as 3 primeiras camadas PHY, MAC e NWK.
As demais camadas do modelo OSI estão englobadas nas camadas APS e ZDO do
modelo ZigBee. (GISLASON, 2008).

A camada física (PHY) tem como responsabilidade principal transformar os pacotes de


dados digitais, também conhecidos por PDU´s (Protocol Data Units) em ondas
electromagnéticas para ser enviadas pelo transmissor de radio. Entretanto, também é
responsável pela detecção dos canais e selecção do mesmo para utilização e estimativa
da qualidade da transmissão. Como já referido anteriormente o padrão Zigbee suporta
três bandas de frequência: 2450 MHz (16 canais, 250 kbps), 915 MHz (10 canais, 40
kbps) e 868 MHz (1 canal, 20 kbps), todas as bandas de frequências utilizam
espalhamento espectral (Spread Spectrum) por sequência directa, DSSS (Direct
Sequence Spread-Spectrum). Entretanto a modulação do sinal pode ser de 2 tipos: O-
QPSK (Offset Quadrature Phase Shift Keying) ou BPSK (Binary Phase Shift Keying).

A tabela 1 permite uma maior percepção da informação acima descrita.

Parâmetros de Espalhamento Parâmetros de Dados


Bandas de
PHY (Mhz) Taxa de Espalhamentos Taxa de Bit Taxa de
Frequencias (Mhz) Modulação Nº. De Bits Símbolos
(kchip/s) (kb/s) Símbolo
868 - 868.6 300 BPSK 1 20 20 Binário
868/915
902-928 600 BPSK 1 40 40 Binário
2450 2400-2482.5 2000 O-QPSK 4 250 62.5 16 Símbolos

Tabela 1 - Especificações da Camada Física

A camada MAC é responsável por definir os Dispositivos de Função Completa (FFD,


Full Fuction Device) - dispositivos que operam como roteadores ou coordenadores da
rede e os Dispositivos de Função Reduzida (RFD, Reduced Function Device)
dispositivos que operam apenas como pontos finais. A definição do modo de operação
dos dispositivos da rede define uma das principais características do padrão ZigBee que
é o baixo consumo de energia. Ainda é responsabilidade da Camada MAC a
identificação da rede (PAN ID), descobre e identifica os nós da rede através de envio de
sinalizadores (Beacons) e recepção de respectivas respostas, confirmando assim a
respectiva presença dos nós na rede.

A camada de rede (NWK) é responsável por garantir a capacidade de roteamento


permitindo então a formação de redes em malha (Mesh Networking). Essa característica
permite ainda a utilização de transmissões em massa para toda a rede (broadcast),
determinação de rotas para a entrega de pacotes para um único nó na rede (unicast) e
ainda a verificação da entrega dos pacotes de dados ao destino.

Na figura 3 podemos verificar as diversas topologias de rede que uma rede ZigBee
pode adoptar:
Figura 3 - Topologias de Rede ZigBee.

Apenas os Nós Coordenadores e Roteadores são capazes de efectuar descobertas e


decisão de rotas para os dados dos Nós Finais.

A Camada de Aplicação(APL) e as suas respectivas subcamadas são responsáveis por


filtrar os pacotes destinados a nós que estão registados na rede; por fornecer a
confirmação de recepção confiável; por efectuar retransmissões automáticas de pacotes
quando não há confirmações de entrega; por manter as tabelas de endereçamento e por
guardar o estado corrente dos nós assim como suas características de segurança e
agrupamento.

2.3 Modulo Xbee

2.3.1 Introdução

Esta secção apresenta o módulo de comunicação para a RSSF. Encontramos no mercado


diversas empresas que disponibilizam dispositivos baseados no protocolo ZigBee.
Entretanto utilizaremos nesta dissertação o módulo Xbee fabricado pela Digi
Internacional, pois apesar de ser um módulo de custo relativamente baixo, é um
componente robusto, com grande utilização e aceitação em vários tipos de sistemas de
RSSF, com vasta disponibilidade de material didáctico e informativo, de fácil aquisição
no mercado português, para além de já haver módulos disponíveis por parte da
universidade para os primeiros testes.
2.3.2 Características do Módulo Xbee

O módulo Xbee, que nesta dissertação será denominado apenas por Xbee, é
basicamente composto por um microcontrolador que contém o firmware com a
implementação do protocolo ZigBee, especificações referentes ao dispositivo e o seu
comportamento, e por um transceptor de rádio que tem a função de enviar e receber os
sinais de rádio.

Cada Xbee possui 2 endereços distintos, o MY (16 bits) e o número de Série ID (64
bits). Analogamente, às redes TCP/IP podemos associar o endereço MY ao endereço IP,
que é atribuído a cada dispositivo toda a vez que o mesmo se conecta à rede, enquanto o
ID é único e invariável de forma que podemos associá-lo ao endereço MAC de uma
placa de rede Ethernet.

Uma rede Xbee contém apenas um Coordenador, que tem como endereço de rede MY o
valor igual a zero, é o dispositivo que coordena a rede. Entretanto pode conter diversos
outros dispositivos Roteadores ou dispositivos Finais na mesma rede.

A Digi Internacional disponibiliza os Xbee’s em dois modelos distintos: Xbee Serie 1 e


Xbee Serie 2. A principal diferença entre as duas séries é que a Série 1 utiliza
estritamente o protocolo IEEE 802.15.4 e os dispositivos da Série 2 utilizam o protocolo
ZigBee, assim sendo permitem a formação de redes do tipo Malha.

Além dos dois modelos, a Digi Internacional disponibiliza para cada modelo várias
séries e encapsulamentos diferentes, variando de acordo com o tipo de antena, alcance
do sinal, frequência de operação, etc.

A figura 4 mostra alguns dos modelos da Série 2 produzidos pela Digi Internacional:
Figura 4 - Modelos de Dispositivos Xbee Serie 2 – Fonte: (Faludi, 2008)

Conclui-se que existe uma grande variedade Xbees’s disponíveis no mercado tornando-
se interessante considerar alguns aspectos antes de escolher o modelo a utilizar:

 Alcance da Antena: é importante considerar a relação entre o alcance que os


módulos podem atingir e as respectivas antenas utilizadas. Os Módulos com
Antenas do tipo Chip proporcionam um menor alcance, ocupam menos espaço e
têm um menor custo frente aos outros modelos.

 Potência de Transmissão X Consumo Energético: Os modelos Xbee Pro têm


uma potência de transmissão superior aos modelos Xbee proporcionando
assim um maior alcance de transmissão. Importa dizer que maior
potência significa também maior consumo energético, fazendo com que
os módulos Xbee tenham um consumo energético significativamente
menor do que os modelos Xbee Pro.

 Custo: Como já referido acima, os modelos com antena externa têm valores
mais elevados, assim como os modelos da série Xbee Pro.
Apesar de nesta dissertação a diferença de preço entre os modelos não ser um agravante,
uma vez que o preço final será influenciado maioritariamente pelo valor dos sensores e
não pelo valor dos dispositivos de comunicação, não há a necessidade de utilizar
modelos com mais especificações do que o modelo Xbee Série 2 com antenas do tipo
Chip ou Wire.

2.3.3 Modo de Operação do Xbee.

Os módulos Xbee podem operar em 2 modos distintos: Modo transparente ou Modo API
(Application Programming Interface)

 Modo Tranparente (AT) :

No modo de operação AT os dados são enviados e recebidos da mesma forma


que numa comunicação RS232. Os dados recebidos da UART
(Universal Asynchronous Receiver/Transmitter) pelo pino DI (RX), são
directamente transmitidos por Rádio Frequência (RF) para o Xbee de destino.

Já os dados recebidos vão directamente do canal RF para o pino DO (TX). Os


Xbee dispõem de buffers de transmissão e recepção para melhorar a performance
da comunicação. (Rogercom,2013).

O modo AT é um modo de fácil configuração e utilização, pois envolve poucos


dados de endereçamento e não precisamos de nos preocupar com a interpretação
dos pacotes, sendo o suficiente para várias aplicações de RSSF. Entretanto o
modo AT impossibilita a configuração e utilização remota das entradas e saídas
digitais do Xbee, não possibilita identificar o endereço de origem da mensagem
recebida, nem receber mensagem de confirmação ou de falha de transmissão.

 Modo Application Programming Interface (API)

No modo de operação API os dados enviados e recebidos estão contidos em


pacotes de dados (Frame), que definem operações ou eventos dentro do módulo.
Com este modo de operação é possível um determinado módulo enviar o
endereço de destino assim como o seu endereço fonte, nome de um determinado
nó, seu estado, além da respectiva informação dos sensores.
A figura 5 dá uma ideia geral da estrutura de um frame API:

Figura 5 - Estrutura Geral do Frame API – Fonte: Adaptado de (Manual Xbee Digi)

Como podemos observar na figura anterior, o primeiro Byte é um delimitador de início


e possui um valor fixo 0xE7, qualquer Byte que chegue antes do delimitador é
descartado. Seguidamente têm os Bytes 2 e 3 que indicam o tamanho Frame que está a
ser recebido.

Nos bytes 4 ao n possui a informação que desejamos que seja enviada, além de um
identificador API e de um identificador específico de mensagem. Estes dois
especificadores servem para determinar o tipo de mensagem que está a ser enviada ou
recebida.

Por último temos um Byte para verificação da integridade da mensagem através de uma
soma de verificação (CheckSum). No caso de o valor do CheckSum estar incorrecto, um
pacote de status é retornado indicando a natureza do erro.

É de se notar que a parte mais importante do modo API é o frame data e, assim sendo,
vamos aprofundar um pouco mais o estudo do mesmo:

A Digi Internacional (2013) especificou 14 tipos de frame que podem ser utilizados no
modo de operação API.

Na tabela 2 podemos observar quais são esses tipos e seus respectivos valores:
Tipos de Frame API Valor
Modem Status 0x8A
AT Command 0x08
AT Command . Queue Parameter Value 0x09
AT Command Response 0x88
Remote Command Request 0x17
Remote Command Response 0x97
ZigBee Transmit Request 0x10
Explicit Addressing ZigBee Command
0x11
Frame
ZigBee Trasmit Status 0x8B
ZigBee Receive Packet (A0=0) 0x90
ZigBee Explicit Rx Indicator (A0=1) 0x91
ZigBee IO Data Sample 0x92
Xbee Sensor Read Indicatoor (A0=0) 0x94
Node Identification Indicator 0x95
Tabela 2 – Tipos API Frame - Fonte: Adaptado de Manual Xbee Digi(2013)

Cada tipo de frame tem uma finalidade específica entretanto 2 tipos distintos podem
relacionar-se entre si, utilizando por exemplo pedidos de resposta e confirmações. Cada tipo de
Frame possui uma estrutura própria de dados, seguidamente fala-se sobre os dois principais
tipos de frame utilizado nesta dissertação:

ZigBee Trasmit Request (0x10) – Frame utilizado para enviar ate 72 Bytes de informação em
broadcast (todos os dispositivos da rede) ou a um dispositivo remoto especifico da rede.

A estrutura completa da frame 0x10, assim como todos os dados necessários para o seu envio
pode ser visto na figura 6.
Figura 6 – Pacote API ZigBee Transmit Request 0x10
Para o envio de dados utilizando o 0x10 temos alguns campos relevantes como:

frame type - que define o tipo do frame e neste caso deve ser 0x10.

frame ID – identificador do frame, uma mensagem de resposta retornará com o mesmo


frame ID de forma a confirmar a resposta com o mensagem enviada. Caso determine o
frame ID como 0x0, não receberá nenhuma mensagem de resposta do destino a qual
enviou a mensagem.

64-bit Destination Address - onde devemos especificar o endereço de destino, endereço


com um tamanho de 64 bits único para cada dispositivo xbee.

Rf Data – Informação que deseja ser enviada.

Zigbee Receive Packet (0x90) – Frame de recepção de dados que contem o endereço do
transmissor. A estrutura completa do frame 0x90, assim como todos os dados
necessários para o sua recepção pode ser pbservado na figura 7.
Figura 7 – Pacote API Zigbee Receive Packet 0x90

Para a recepção de dados os campos mais relevantes são:

64-bits Source Address - Campo que indica o endereço da fonte que transmitiu o pacote
de dados.

Receive Data - Mensagem de dados recebida .

3. Sensores e Actuadores

3.1 Introdução

São dispositivos que traduzem informação “sinais” do domínio físico para o domínio
electrónico, (STALLINGA,2011). Sensores e actuadores são utilizados cotidianamente em tudo
que nos rodeia, seja numa simples luz que acende quando entramos na casa de banho que é
activada automaticamente por um sensor que detecta presença ou num caso mais complexo,
um sensor capaz de medir os batimentos cardíacos de um doente durante uma cirurgia, dando
ao médico a possibilidade de monitorar o estado vital do paciente durante a cirurgia.
Figura 8 – Tradutores entre os domínios físico e electrónico. Adaptado de (STALLINGA,2011).

3.2 Sensores

Dispositivos que interpretam uma grandeza física, medindo e convertendo-a numa informação
que possa ser lida ou interpretada por um observador ou dispositivo electrónico.

Assim como qualquer instrumento de medição, um sensor tem características importantes que
devem ser levadas em consideração na hora da escolha do sensor mais indicado para uma dada
aplicação. Algumas dessas características são:

 Gama de Funcionamento - é o intervalo da grandeza física que um instrumento


consegue medir, a gama de medida relativa será a comparação relativa entre valor
mínimo e valor máximo medíveis.(AZINHEIRA, sn).

Figura 9 – Gráfico da gama de funcionamento de um sensor.


 Exactidão (Accuracy) – é o majorante do erro absoluto ou seja a diferença máxima
entre o valor real e o valor indicado na saída do sensor. A exactidão de um sensor pode
ser expressa como uma percentagem completa ou valor absoluto.

Figura 10 – Gráfico da exactidão de um sensor.

 Histerese – um sensor deve ser capaz de seguir as mudanças do parâmetro de entrada


indiferente da direcção em que a variação é feita. A histerese é a medida dessa
propriedade.

Figura 11 – Gráfico de histerese de um sensor.

 Linearidade – É a expressão no qual a curva real medida de um sensor se afasta da


curva ideal determinada como padrão.
Figura 12 – Gráfico de linearidade de um Sensor.

 Sensibilidade – de uma forma geral a sensibilidade de um sensor e dada pela mínima


variação do parâmetro físico na entrada do sensor capaz de criar uma variação
detectável na saída do sensor.

 Desvio (offset) - é definido como o erro que existira a saída quando a mesma deveria
ser zero, ou ainda a diferença entre o valor de saída real e o valor especificado.

Figura 13 – Gráfico do offset de um sensor.

 Tempo Resposta – Os sensores não variam instantaneamente quando ocorre uma


variação no parâmetro de entrada. De forma que ira vária para o novo estado ao longo
do tempo, esse período de tempo é chamado de tempo de resposta. Na figura 14
podemos observar o tempo de resposta de um sensor ate que o mesmo assuma um
valor estável.
Figura 14 – Gráfico com determinação do tempo de subida de um sensor.
Alem das características mencionadas anteriormente, pode ser importante ter em
consideração também outras características como: preço, facilidade de manutenção,
dimensões, encapsulamento, durabilidade, calibração, tempo de vida útil, etc.

Apesar de uma grande quantidade de características os sensores podem ser de 2 tipos


distintos, sensores analógicos e sensores digitais. Essa distinção é feita de acordo com a forma
como o sensor responde a variação do parâmetro físico.

Os sensores analógicos são assim chamados pois baseiam-se em sinais analógicos. Sinais
analógicos são aqueles que, mesmo limitados entre dois valores de tensão, podem assumir
infinitos valores intermediários. (PATSKO,2006). Ou seja teoricamente, para cada mínima
variação da característica física a entrada do sensor, haverá uma variação correspondente em
tensão na saída do sensor. Por exemplo o LM35, um dispositivo cujo a tensão no seu terminal
de saída varia 10mV para cada variação de 1ºC no dispositivo, de forma que podemos observar
que se submetermos o dispositivo a uma variação de temperatura cada vez mais intensa o
valor da tensão nos terminais de saída do dispositivo irá aumentar gradativamente como pode
ser observado na recta a. Do gráfico da figura 15.
Figura 15 – Gráfico que relaciona Voltagem vs. Temperatura dos sensores a.LM35, b.LM35, c.
LM37. Fonte: Datasheet Analog Device.

Um sensor digital tem em sua saída um valor discreto, ou seja só assume valores que o
determina como ligado ou desligado, ou ainda Alto (High) ou baixo (Low). Onde em logica
binária (base do funcionamento dos sistemas digitais),assumem valores “0” ou “1” para
determinar se o mesmo esta ligado ou desligado.

Como por exemplo uma chave digital, quando a mesma esta ligada a um circuito e é
pressionada assume um valor High determinando que o circuito esta ligado, no momento de
deixa de ser pressionada assume um valor Low, determinando que o circuito esta desligado.

Figura 16 – Esquema de funcionamento de uma Chave Digital. Fonte: Retirado de (Patsko,2006)

3.2.1 Sensores Analógicos.


Como já referido anteriormente os sensores analógicos são sensores que respondem através
de sinais analógicos, ou seja mesmo que limitado numa certa faixa de valores, pode assumir
inúmeros valores intermediários.

No cotidiano a maioria dos sensores são do tipo analógico, pois a maioria dos parâmetros
físicos a ser medidos também o são. Seja a luminosidade de uma dada fonte de luz, a
temperatura de uma fonte de calor, a velocidade de um objecto são parâmetros que podem
assumir infinitos valores entre o valor de máximo e mínimo determinado.

De forma a completar o estudo dos sensores analógicos falaremos de alguns sensores


analógicos específicos utilizados nessa dissertação, assim como o seu funcionamento e forma
de utilização.

 Sensores de Temperatura

A temperatura é um dos parâmetros mais importantes mas também mais complexos da


física. (Azinheira, 2006). Controlamos e medimos a temperatura de diversos meios e
objectos diariamente, para esse objectivo existem vários sensores disponíveis no mercado
entre eles:

 Termístores – São sensores resistivos de material semicondutor destinado a medir a


variação de temperatura, onde a sua resistência varia fortemente com a temperatura.

Na figura 17 é possível observar alguns tipos de encapsulamentos utilizados nos


termístores.

Figura 17 – Exemplo de Termístores.

Uma característica importante dos termístores é a sua elevada sensibilidade e elevado


sinal de saída. (AZINHEIRA 2006). Entretanto no funcionamento dos termístores, a
relação entre a Temperatura vs. Resistência pode ser aproximada de uma curva
exponencial, curva essa positiva ou negativa dependendo se o termístor é do tipo PTC
(Positive Temperature Coef icient – Coeficiente de Temperatura Positiva) ou NTC
(Negative Temperature Coef icient – Coeficiente de Temperatura Negativo). Na figura
18 é possível observar a curva de variação da resistência de um termístor NTC e de um
PTC em relação a temperatura.

Figura 18 – Gráfico da relação Resistência vs. Temperatura de termístores PTC e NTC. Fonte:
Retirado de (Patsko,2006).
 Circuito Integrado LM35 - Assim como os termístores utiliza da boa sensibilidade dos
materiais semicondutores a variação da temperatura, para efeito de termometria. A
vantagem desses circuitos em relação ao termístores é que em um único
encapsulamento contem todos os componentes necessários para verificação da
temperatura.

Um simples exemplo dessa aplicação é um díodo de junção np, onde a relação tensão-
corrente depende da temperatura de forma exponencial, essa relação pode ser
calculada a partir da equação de “Ebers-Moll”:

No Caso do LM35 o circuito é mais complexo, utilizando de díodos, transístores e


amplificadores de forma a obter uma relação entre a tensão e a temperatura que seja
linear na ordem de 10mV/ºC.. Na figura 19 é possível observar com mais detalhes o
esquema do circuito interno de um LM35.
Figura 19 – Esquema interno do Integrado LM35 – Fonte: Datasheet do Integrado LM35.

 Circuito Integrado LM34 – Integrado de funcionamento e utilização idêntica do


integrado LM35 como é possível observar na figura 20 o esquema interno do Integrado
LM34 e do LM35 são idênticas, mudando apenas os valores de alguns dos
componentes de forma a fornecer na saída uma relação de 10mV/ºF no caso do LM34.
Uma vantagem do LM34 frente ao LM35 é a possibilidade de medir valores de
temperaturas negativas de forma directa. Uma vez que para o LM35 0ºC corresponde a
0mV, para o LM34 temos que 0ºF corresponde a 0mV e se a relação entre as escalas de
Temperatura é dada por:

Assim senso utilizando do LM34 podemos medir temperaturas mínimas na faixa de


17.7ºC negativos.

 Circuito integrado DS18B20 – Apesar de o processo de monitoramento da temperatura


ocorrer de forma semelhante a do LM34 ou LM35 ou seja há uma geração de sinal
analógico, cuja tensão corresponde a uma temperatura do ambiente. A diferença
principal desse integrado esta no facto de que no próprio integrado contem um
conversor analógico digital, fazendo com que o sinal analógico seja convertido num
sinal digital. No caso do integrado DS18B20 alem de um conversor analógico – digital
(ADC) é programável entre 9 - 12bits, alem de utilizar para comunicação o protocolo de
apenas um fio (One-Wire), protocolo esse projectado pela própria Dallas
Semiconductos.

As principais vantagens na utilização do sensor DS18B20 são:

O sinal resultante é sujeito a menos interferências e ruido como no caso dos sensores
analógicos, podem ser ligados directamente a circuitos digitais, necessita de apenas 1
fio para utilização do sensor, possibilidade de utilizar vários sensores em apenas 1
único fio, umas vez que os dados fornecidos pelo sensor é digital e cada sensor tem um
endereço próprio, vários sensores podem comunicar com um circuito digital no mesmo
fio pelo protocolo One-Wire. A única desvantagem desse tipo de sensor é que não é
possível utilizar por um circuito analógico.

Na figura 21 é possível observar o diagrama de blocos completo do sensor DS18B20.

Figura 20 – Diagrama de Blocos do Sensor De Temperatura DS18B20.


 Sensor pH

O Termo pH (Potencial de Hidrogénio), deriva da combinação “p” potencial e “H” símbolo


químico do elemento Hidrogénio. Tem como objectivo indicar a acidez, neutralidade ou
alcalinidade de uma solução aquosa.

Matematicamente o “p” é definido como simétrico do logaritmo de base 10 da concentração


de iões de hidrogénio da solução em estudo. Em água a molécula de hidrogénio está associada
com a molécula de água da seguinte maneira (STALLINGA,2011).

A partir da equação anterior podemos observar que devido ao sinal negativo, quanto maior o
valor do pH menor será a concentração de iões.

A água sofre dissociação, onde as ligações se quebram ocasionalmente devido a energia


térmica.(OLIVEIRA, s.d.)

Agora assumindo que tenhamos 2 moléculas de água.

Obtendo como constante de reacção:


A concentração da agua pode ser considera constante, assim sendo podemos reescrever a
equação da nova constante como:

A temperatura ambiente 298kelvins ou aproximadamente 25º Celcius o valor é contante:

Quando na concentração da água obtemos a mesma quantidade de iões como


podemos dizer que a concentração é neutra, assim podemos confirmar que para obter uma
solução neutra o valor para o pH deve ser igual a 7. Onde:

O sensor de pH mede a diferença de potencial eléctrico entre uma solução conhecida e a que
pretende ser medida. Este sistema consiste em duas meias células, meia célula de referência
com um eléctrodo de referência que fornece uma tensão estável, constante e conhecida, e
outra meia célula cuja tensão varia proporcionalmente a actividade de iões de hidrogénio na
solução. Na figura 21 podemos observar como funciona o processo de medição do pH pela
diferença do potencial eléctrico.

Figura 21 – Esquema de funcionamento de um senso de pH inerte numa solução.


Falta Terminar os Sensores Analogicos.

3.2.2 Sensores Digitais.


Bibliografia

1. Loureiro, António Ferreira - Rede de Sensores Sem fios

2. Alliance Zigbee - http://www.zigbee.org

3. Gislason, Drew - Zigbee Wireless Networking

4. IEEE Standart Association - http://standards.ieee.org/index.html

5. Wikipedia “IEEE”

6. http://www.gta.ufrj.br/grad/10_1/zigbee/index.html

7. Digi Internacional - http://www.digi.com

8. Rogercom – Acessado 06/2013 - http://www.rogercom.com/

9. Faludi, Robert – Wireless Sensor Network

Vê: http://www.escs.ipl.pt/pdfs/servicos/biblioteca/normas_portuguesas_de_REF.pdf
Explica bem e rápido como fazer a bibliografia :)

O sistema de referência de Harvard é o método mais directo de reconhecer o


trabalho de um autor, pois, à partida, só é necessário mencionar o autor e data de
publicação no texto que está a ser elaborado.

http://www.escs.ipl.pt/pdfs/servicos/biblioteca/normas_portuguesas_de_REF.pdf

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