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Eletronica Industrial Curso de Arduinopdf PDF
Eletronica Industrial Curso de Arduinopdf PDF
16 Componentes
12 Conheça os Ultracapacitores
Microcontroladores
16 DAC - Conversor Digital-Analítico - no
microcontrolador Kinetis, da Freescale
Eletrônica Aplicada
23 Curso sobre Arduino - Parte 3
40
PLL, P, D, PID - Uma abordagem prática sobre
essas técnicas
Instrumentação
40 Curso sobre Osciloscópio - Parte 2
45 Medidas em RF Digital
Projetos
54 Sistemas de Supervisão e Aquisição de Dados
48 Desenvolvimento
58 Introdução ao VHDL
Editorial 03
Acontece 06
Reportagem
08
Índice de anunciantes
acontece
Agilent Technologies apresenta a 1ª Aplicação
com Osciloscópio para o Protocolo Ethernet 64b/66b
A empresa norte-americana acaba de Infiniband consistem nas três tecno- melhoradas continuamente de modo
aumentar o seu portfólio de aplicações logias que se beneficiam do protocolo que os profissionais possam entregar
com osciloscópio, apresentando o sof- citado, justamente pelo seu menor produtos mais robustos.
tware de decodificação e “triggering” custo. Além de decodificar os sinais 64b/ 66b,
para o protocolo Ethernet 64b/ 66b. A O software N8815A foi desenvolvido o software N8815A também identifica
série Infinium, da Agilent, é a primeira e para ajudar os projetistas das tecnolo- apropriadamente sinais PRBS e seus
única família de osciloscópios capaz de gias 10Gbase-KR e 40Gbase-KR, defi- comprimentos. Quando os projetis-
suportar a decodificação e o gatilha- nidas pelo padrão IEEE 802.3, as quais tas querem ter certeza de que estão
mento desse protocolo. operam sobre vias de PCIs backplane.A passando realmente um padrão PRSB
Até os dias de hoje, as poucas soluções nova aplicação compartilha a vantagem de um determinado comprimento
disponíveis para esse protocolo, uti- trazida pela série Infinium, no que se para o seu sinal, o N8815A permite a
lizando osciloscópio, destinavam-se a refere à busca e decodificação serial eles apurarem o padrão desejado e o
barramentos como I²C, SPI, CAN ou múltipla, obtida recentemente, o que seu comprimento exato. A aplicação
esquemas de decoding baseados em 8b/ permite aos projetistas observarem 4 também leva em conta correções de
10b. Os projetistas de 64b/ 66b trabalha- dessas vias simultaneamente. erros precoces.
vam com dificuldade em seus projetos, Na maioria das indústrias eletrônicas A aplicação N8815A Ethernet 10GBase-
obrigados a fazerem a decodificação do americanas há equipes de projetistas e KR é suportada pelos osciloscópios
protocolo manualmente. testadores que produzem projetos de Infinium das séries 90.000 e 90.000X,
A aplicação N8815A Ethernet 10Gbase- hardware com uma crescente sofistica- da Agilent, sendo que esta última família
KR faz a decodificação em tempo real, ção. Isso se vê nas fábricas de computa- possui os mais rápidos osciloscópios
permitindo que as equipes de projeto dores, telecomunicações , semiconduto- em tempo real da indústria, alcançando
desenvolvam produtos de qualidade res, Espaço Aéreo/ Defesa, automóveis uma largura de faixa de 33 GHz. Esses
superior em menos tempo. e wireless. Os osciloscópios consistem novos equipamentos apresentam o
O protocolo Ethernet 64b/ 66b é utili- na ferramenta inicial dos engenheiros menor ruído de fundo e menor “jitter”
zado principalmente pelas atuais tec- para testes e “debug” dos seus projetos, entre os osciloscópios industriais,
nologias de transmissão e networking portanto, esses instrumentos precisam garantindo assim uma precisão de
de dados. FibreChannel, Ethernet e ter suas capacidade gerais de medida medida superior.
Produtos
Fontes “Green Power” da Globtek cumprem
os requisitos de Eficiência – Nível V
A série GT-41135 de Fontes de Ali- saída contínua até 12 W. Os modelos Certificados (UL e cUL), bem como
mentação tipo Plug-in, com Lâminas fechados são alojados em invólucros de outras agências internacionais
intercambiáveis e entradas IEC, está de policarbonato sem aberturas de de segurança de modo a cumprir as
disponível para venda, tanto no modelo ventilação, resistentes a impactos, com Regulações de EMI/RFI e as Diretivas
de lâmina única (wall plug-in) quanto refrigeração térmica, nas dimensões de de EMC/CE e FCC Classe B para apli-
para comercialização na forma de kits, 43,5 x 74 x 35,3 (mm). cações ITE.
nas seguintes regiões do mundo: Amé- Essa família de fontes caracteriza-se por Todos os modelos trazem os “logos” das
rica do Norte, Europa, Reino Unido, apresentar: Tensão de Saída regulada agências e a marcação CE. Relatórios ,
Austrália, China, Coreia, África do Sul com baixíssimo “ripple”, Especificações incluindo CB, são produzidos por labo-
e Argentina. de Proteção internas contra sobrecor- ratórios certificados independentes.
As fontes possuem configurações mecâ- rente, sobretensão, sobretemperatura Projetos customizados e/ou modifica-
nicas com dupla isolação obrigatória, e outras. A série GT-41135 admite dos de acordo com o cliente também
fornecem tensões de saída reguladas Tensão de Entrada Universal de 90 a são possíveis. A Globtek oferece agora
desde 5,0 até 48,0 VDC em incremen- 264 VAC, e obedece aos requisitos das uma garantia de 5 anos para os produ-
tos de 0,1 VDC: e proveem potência de normas IEC/EN60950, de Laborátorios tos desta série.
A Productronica, principal feira mundial de confiabilidade, tempo de vida útil Managing Director da VDMA Produc-
de novos produtos eletrônicos, acaba e também nos tamanhos. Isso, por si tronica e Chefe do Grupo Industrial de
de apresentar o seu show especial só, exige enormes avanços na produ- Produção de Baterias do Fórum VDMA
“Battery Manufacturing and power ção, o tema- chave da Productronica. E-Motive; Prof. Dr. Achim Kampker,
electronics”, organizado em estreita A solução para o maior desafio, ou da RWTH Aachen University; Guido
colaboração com a Associação Produ- seja, a redução de custos, requer uma Feind, Chefe de Vendas da Siemens/
trônica na Federação Alemã de Enge- estreita cooperação entre fabricantes, Sistemas de Automação Industrial; Dr.
nharia – VDMA, com a RWTH Aachen fornecedores, empresas de engenharia Michael Wenzel, Managing Director
University, o Instituto Fraunhofer mecânica e institutos de pesquisa. da Holding Grupo Reis; Rainer Kurtz,
para Tecnologia da Produção e outras A Productronica 2011 reuniu todos os Managing Partner da Ersa e Presidente
empresas líderes. participantes importantes do mercado e do Comitê Técnico Consultivo da Pro-
O ambiente de produção da bateria com- estabeleceu novas normas com respeito ductronica; Norbert Bargmann, Presi-
pleta, desde o revestimento do material à interação entre máquinas, processos, dente do Conselho de Administração
do eletrodo até o módulo concluído, foi tecnologias de automação, produtos inter- da Messe München Gmbh.
apresentado pela primeira vez como mediários, etc. e os produtos finais foram Com efeito a partir do outono de 2012,
parte de um evento comercial. Dessa demonstrados durante o show especial. a Messe München GmbH ampliará
forma , a Digatron Industrie-Elektro- Com a ajuda de especialistas em “virtual o seu portfólio na Divisão de Novas
nik, a ERSA, F&F Devoltec, Automação factory”da RWTH Aachen University, Tecnologias; a nova feira de negócios
IBG, KUKA Roboter, KMS Automação, os visitantes da feira foram capazes de orientados para o futuro “ Energy Sto-
M+W Group, Manz, OMT, Reis Robo- construir interativamente uma fábrica de rage” irá abranger a cadeia completa
tics, Siemens, UTL, e Viscom expuseram baterias e até mesmo desenvolver alguns para as tecnologias de armazenamento
suas novas soluções para a cadeia do cenários de custos. Além disso, empresas de energia e novas baterias. A “Energy
processo de fabricação em uma área de e institutos comprometidos com o tema Storage” será realizada anualmente
200 m². O show especial foi realizado divulgaram as últimas informações sobre ao mesmo tempo que a Productro-
no Hall B2 da Productronica. mercados, tecnologias e estratégias rela- nica, no Novo Centro de Feiras de
Caracterizadas pelo alto desempenho, tivas à produção de baterias no Fórum Negócios de Munique, acompanhada
as baterias para os carros elétricos da Inovação. por conferências que durarão vários
ou energias renováveis diferem muito A seguir, alguns nomes de Especialistas dias. Ela deverá ter início no dia 13 de
das baterias para laptops ou telefones que participaram da feira Mundial novembro e estendendo-se até 16 de
celulares, por exemplo, em termos Productronica 2011: Dr. Eric Maiser, novembro de 2012.
A PCIM – América do Sul será realizada nacionais como internacionais, uma vez será replicada na PCIM - América do Sul.
pela primeira vez em São Paulo (Brasil), que existe um aumento na procura de O foco principal será voltado para os
de 11 a 13 de setembro de 2012. informações, troca de ideias e possibili- semicondutores de potência, compo-
Após o sucesso da PCIM - Europa e da dades de mostrar conceitos e soluções. nentes passivos, gerenciamento térmico,
PCIM - Ásia, a empresa organizadora Com a PCIM - América do Sul, a Mesago os novos materiais e suas aplicações na
“Mesago PCIM GmbH” lançará o novo oferece às empresas e aos especialistas área de “movimento”, energias renová-
evento no Brasil visando aumentar em tecnologias e ciências aplicadas uma veis e controle da energia.
o alcance internacional da principal plataforma ideal para atenderem às três O Conselho de Especialistas para a PCIM
Exposição/Conferência sobre produtos demandas citadas simultaneamente, - América do Sul, formado por 26 mem-
de eletrônica de potência, movimento comenta o Sr. Udo Weller – presidente bros, é liderado pelo Prof. Marcelo Lobo
“inteligente”, energias renováveis e da empresa organizadora do evento. Heldwein do Instituto de Eletrônica de
controle da energia. A fórmula - conceito já comprovada ante- Potência – INEP, da Universidade de Santa
O crescente mercado de produtos riormente, combinando uma exposição Catarina (Brasil) em conjunto com o Prof.
eletrônicos no Brasil oferece grandes de temas dirigidos com conferências Ivo Barbi, chefe do INEP e com o Prof. Leo
oportunidades, tanto para empresas orientadas para as aplicações em curso, Lorenz da Infineon Technologies.
reportagem
Hélio Fittipaldi
Setor eletroeletrônico
cresce em 2011,
mas importações
preocupam
H
umberto Barbato, presidente da Na figura 3, mostra o Índice de Produ- empresas para competir. Para o presi-
ABINEE e os diretores da enti- ção e Importação de Produtos Elétricos dente da ABINEE, a situação já chegou a
dade apresentaram os números e Eletrônicos em 2011 onde podemos tal limite que apenas mexer no câmbio
do faturamento da indústria notar que a produção (92,6) é menor talvez não seja suficiente para reverter
eletroeletrônica, em 2011 que crescerá que a importação (127,4). Estamos per- esta perda de competitividade. “O que
8% em comparação com 2010, totalizando dendo participação pois houve queda de precisamos é criar um programa de
R$ 134 bilhões. 7,4% de produção física e cresceu 21% a incentivos para estimular a compra de
As expectativas do início do ano pre- importação. produtos de empresas instaladas no
viam um crescimento de 13%. Já a balança Em 2008 35% dos produtos eletroele- Brasil. As estatais e operadoras têm que
comercial, do setor, deverá fechar com trônicos eram importados, hoje são 42%. ter vantagens para comprar daqui”, disse.
um déficit de mais de US$ 32 bilhões, Segundo Barbato, há alguns anos o (Figura 05 e 06)
o que significa crescimento de 18% em faturamento refletia o nível de atividade Citando o ex-ministro Delfim Netto
relação ao ano passado. Esse déficit é das empresas, hoje, porém, este índice não que, em reunião do Conselho Consultivo
resultado das importações que deverão está refletindo a situação efetiva pela qual da ABINEE, abordou a necessidade do
atingir US$ 40 bilhões e das exportações passa o setor eletroeletrônico. “É preciso Brasil criar empregos para uma população
que não chegarão aos US$ 8 bilhões. No analisar, o quanto
transcorrer do ano, as perspectivas de se do mercado in-
atingir 13% em 2011 foram aos poucos terno está sen-
diminuindo como mostra a figura 1. do atendido por
O diretor da área de Pesquisas e produto local ou
Estatísticas Econômicas da ABINEE o por importação”,
economista Luiz Cezar Elias Rochel em disse.
sua apresentação mostrou O quadro do Incentivadas
Desempenho da Industria Elétrica e Ele- pelo real valoriza-
trônica – 2011 (figura 02) e observou que do, as importações
os estoques não tem variado tradicional- de bens finais re-
mente e um ano para o outro. Isto quer presentaram 22%
dizer que, o que aumentou, foi mesmo do faturamento
comercializado. Podemos observar que o total do setor, o
investimento caiu 14,8% e também houve que evidencia a
queda de produção física de produtos. dificuldade das F1.
F2. F3.
economicamente ativa de 130 milhões de Na ocasião, Barbato voltou a res- Um dos setores mais afetados pelo
habitantes em 2030, Barbato afirmou que saltar que a realização da Copa do câmbio é o de Geração, Transmissão e Dis-
com o atual processo de destruição do Mundo e das Olímpiadas no país deve tribuição de Energia Elétrica (GTD), cujas
parque industrial instalado no país, não servir como uma alavanca de oportu- importações atingiram um crescimento de
haverá capacidade para absorver esta mão nidades para as empresas instaladas 54% em 2011. O diretor da área na ABINEE,
de obra potencial. no país. Newton Duarte, afirmou que os números
F4. F5.
F6. F7.
F8. F9.
mostram uma tendência ‘horripilante’. O diretor da área de informática, automação e transferência da produção
“Partimos de um quadro de superávit, no Hugo Valério, afirmou que o problema para outras localidades com menor custo
qual importávamos metade do que expor- de competitividade no país não é re- de mão-de-obra, o que pode gerar uma
távamos e, agora, pela primeira vez, fomos cente, mas vem se agravando por conta queda de empregos no país”, ressaltou.
deficitários. Isto aponta que as empresas não do Custo Brasil e do câmbio, que expõe Para ele, é necessário que o governo
têm mais competitividade para atender os ainda mais os gargalos estruturais. “Dessa encare esta situação por um prisma
projetos daqui”. forma, as empresas passam a buscar maior estratégico.
F10. F11.
F12. F13.
F14. F15.
Segundo o diretor da área de teleco- Destacando os trabalhos da ABINEE estrangeiros que não pagam isto, como os
municações da entidade, Paulo Castelo com o objetivo de fortalecer da indústria chineses.Almoçar hoje em São Paulo é mais
Branco, o processo de desindustrializa- de componentes, o diretor da entidade, caro do que em diversas cidades do mundo.
ção já está chegando ao segmento. “As Aluízio Byrro, afirmou que sem o desen- Os funcionários dos restaurantes ganham
importações representaram 33% do volvimento de uma indústria desta área no mais hoje? Não. Então por que isto? É o
faturamento das empresas neste ano”, Brasil, a agregação de valor dos bens finais custo Brasil.
enfatizou. continuará reduzido. Precisamos de uma boa estratégia
Ele acrescentou, ainda, que, para atenuar O diretor Newton Duarte, disse que para o Brasil. A estratégia da marolinha,
o arrefecimento nas vendas de equipamen- precisamos dar isonomia à empresa brasi- da conversa fiada não dá mais. A presi-
tos, as empresas estão transferindo seus leira. Impostos, investimentos, juros, câmbio dente Dilma precisa agora por ordem
negócios para a parte de serviços. semelhantes aos nossos concorrentes na casa. E
Conheça os
Ultracapacitores
Quando nos referimos aos veículos autônomos e robôs móveis, a
primeira forma de fonte de energia que nos vem à mente para alimentar
esses equipamentos é a bateria. No entanto, as baterias têm limitações,
e em busca de novas formas de fontes de energia algumas delas têm
se revelado muito interessantes em diversas aplicações. Uma delas é
o ultracapacitor. Com densidade de armazenamento altíssima e uma
capacidade de corrente extremamente elevada, essa nova fonte de
energia para alimentar robôs, veículos e outros equipamentos poderá
abrir novos campos para o projetista. Veja neste artigo o que são os
ultracapacitores.
Newton C. Braga
A
té hoje a melhor forma de ob- O Capacitor
termos energia barata e em boa Um capacitor é formado por duas placas
quantidade para movimentar de metal separadas por um material isolante
robôs, veículos e alimentar outros denominado dielétrico. O material de que
equipamentos elétricos e eletrônicos, é é feito o dielétrico determina seu nome:
conseguida através de baterias. capacitores de mica, cerâmica, poliéster,
Essas células químicas convertem policarbonato, eletrolítico, etc.
energia química em energia elétrica em um Na figura 2 temos a construção básica
fluxo constante com um bom rendimento, de um capacitor.
mas possuem algumas limitações. A quantidade de cargas que um capa-
Uma bateria tem a corrente máxima citor pode armazenar, ou seja, sua capaci-
limitada pela sua resistência interna. Assim, tância, depende da superfície das placas
ela não pode fornecer picos de corrente de metal (armaduras), da espessura do
elevados, o que pode ser importante em dielétrico e do material de que este é feito
algumas aplicações. através do que denominamos “constante
Se uma bateria tiver que fornecer uma dielétrica”.
corrente muito intensa por um curto inter- Desse modo, para armazenar mais
valo de tempo, a sua tensão cairá e a maior cargas os capacitores devem ter grandes
parte da energia passará a ser dissipada no superfícies de armadura e a espessura do
seu interior, conforme ilustra a figura 1. dielétrico deve ser a menor possível.
Isso significa que elas são boas para Uma técnica muito usada para se conse-
fornecer energia em pequenas doses por guir boas capacidades de armazenamento,
intervalos prolongados de tempo. Entretanto, e portanto grandes capacitâncias, consiste
não é somente em baterias que podemos em se enrolar o dielétrico e as armaduras
armazenar energia elétrica. Um dispositivo na forma de tubos, obtendo-se assim os
que também pode armazenar cargas elétricas chamados capacitores tubulares, conforme
sob determinada tensão é o capacitor. mostra a figura 3.
E = 1/2 x C x V2
F5. Construção de um
Onde: capacitor eletrolítico.
E é a energia, em joules (J);
C é a capacitância do capacitor, em F1. Energia perdida devido à
farads (F); resistência interna do gerador.
V é a tensão em que as cargas são man-
tidas, em volts (V).
Ocorre, entretanto, que os capacitores
comuns não são capazes de armazenar mui-
ta energia. Os maiores capacitores comuns
são os eletrolíticos.
Neles, o dielétrico consiste de uma finís- F6. Capacitores ele-
sima camada de óxido de alumínio que é for- trolíticos comuns
mada num eletrodo quando uma substância
química denominada eletrólito a ataca, veja a F2. O capacitor básico.
figura 5.
Esse óxido, além de ser finíssimo tem
uma constante dielétrica algo elevada, o que
permite a obtenção de capacitâncias altas.
Os tipos comuns com tamanhos mos-
trados na figura 6 podem ter capacitâncias
de 1 µF a 100 000 µF, tipicamente.
Maiores densidades de armazenamento
podem ser obtidas com materiais de constan- F7. Capacitores
tes dielétricas maiores tais como o tântalo, de tântalo.
dando origem assim à família dos capaci- F3. Construção de um
tores de tântalo exibida na figura 7. capacitor tubular.
Mas, mesmo assim, a energia armaze-
nada em um capacitor de 100 000 µF (0,1F)
com uma tensão de 6 V é irrisória, quando
comparada a uma pilha. Um capacitor desse
tamanho armazena:
E = 1/2 x 0,1 x 36
E = 1,8 joules
Isso significa que ele poderia alimentar F4. Um capacitor F8. O capacitor funciona como um
uma lâmpada de 6 V x 100 mA (600 mW) armazena energia reservatório de energia "extra"
por apenas 3 segundos!
No entanto, os capacitores possuem uma Assim, o capacitor poderá ser útil se
Qual a vantagem de característica que as baterias não têm: baixa precisarmos fornecer uma corrente muito
empregar capacitores resistência interna. alta a um circuito por um curtíssimo inter-
como fontes de energia? Os capacitores podem fornecer toda a valo de tempo.
É evidente que com essa capacidade de energia armazenada de forma praticamente É por este motivo que, na maioria dos
fornecimento de energia, um capacitor não instantânea. Isso ocorre porque possuem circuitos eletrônicos, em paralelo com a ba-
pode substituir uma pilha comum ou bateria uma resistência interna muito baixa que teria ligamos um capacitor de alto valor, que
capaz de alimentar a mesma lâmpada por não limita a corrente como sucede no caso é justamente para suprir os picos de corrente
horas seguidas. das baterias e pilhas. mais intensos em determinados momentos,
DAC Conversor
Digital-Analógico
com microcontrolador Kinetis, da Freescale
Aprenda a desenvolver um Conversor Digital-Analógico com um
microcontrolador de núcleo ARM
Edriano Carlos de Araújo
É
notável o aumento de fabricantes programador a capacidade de inovar e fazer
produzindo microcontroladores a diferença, pois devido à grande quantidade
equipados com núcleos ARM que, de possibilidades oferecidas pelo microcon-
por sua vez, estão cada vez mais trolador, o sucesso e a qualidade do produto
próximos de se tornarem padrão de mercado. sendo desenvolvido estão diretamente ligados,
Para os fabricantes, fornecer microcontrola- à capacidade do profissional.
dores rápidos, eficientes e baratos se tornou Partindo deste princípio, será proposta
uma questão de sobrevivência o que, natural- uma situação-problema simples que possa
mente, faz com que invistam cada vez mais ser desenvolvida de maneira fácil e prática,
em pesquisa e desenvolvimento. mas que proporcione ao leitor ferramentas
suficientes para o entendimento deste
Os µCs Kinetis periférico. Não serão abordados neste ar-
Atualmente podemos encontrar mi- tigo a transferência por DMA e a geração
crocontroladores repletos de periféricos, de interrupções, ficando estes para uma
cada vez mais rápidos e baratos, o que não segunda parte.
ocorria no passado. Para o desenvolvimento destas tarefas
Seguindo esta tendência de mercado, utilizaremos o Kit de desenvolvimento
a Freescale Semicondutores lançou a sua KiwikStik (figura 1).
mais recente família de microcontroladores
Kinetis que, segundo a sua própria definição, O módulo DAC
é “the gateway to the most scalable portfólio of A figura 2 mostra um diagrama de
ARM® MCUs in the industry”. blocos do módulo DAC. Suas principais
O Kinetis possui dois módulos DAC de features são:
12 bits que podem ser alocados para um pino • Tensão de saída em passos de
de saída, entrada do módulo comparador, 1/4096 Vin;
conversor digital-analógico, amplificador • Vin “tensão de entrada” selecionável
operacional ou para outros periféricos. entre duas fontes distintas;
Conforme descrito anteriormente, os • Operação estática do módulo em
periféricos presentes nesta família de micro- modos STOP e WAIT;
controladores não estão simplesmente isola- • Buffer de 16 palavras com níveis
dos no sistema executando funções simples, máximo e mínimo selecionáveis,
mas sim fazendo parte de um sofisticado e capazes de gerar interrupções;
complexo conjunto de features que devolve ao • E suporte a DMA.
Proposta A
Nesta primeira solução, o módulo será
configurado de maneira simples sem conside-
rar o buffer de 16 palavras, ou qualquer outra
característica avançada do DAC, utilizando
o periférico como um módulo isolado muito F1. Kit de desenvolvimento KiwikStik.
semelhante à maioria dos DACs presentes
em microcontroladores mais antigos.
É importante salientar que durante o
desenvolvimento deste artigo, o Reference
Manual do Kinetis K40 já estava em 1731
páginas e aumentando com o tempo, pois,
como em toda família nova, ajustes são feitos
de tempos em tempos. Portanto, mesmo
lendo este artigo, é de suma importância
se ter o Reference Manual próximo.
Também é importante entender que
devido à grande quantidade de registradores
contidos nesta família de microcontrola-
dores apenas iremos inicializar os regis-
tradores que afetam diretamente o nosso
desenvolvimento, deixando os demais em
sua condição de RESET.
Primeiro passo
Configurar o módulo. Para um melhor
entendimento será utilizado como base o
exemplo contido no CD que acompanha
o livro (box 1):
• Configurar o clock para o periféri-
co. Neste caso, o clock é habilitado
setando o BIT 12 do registrador F2. Diagrama de Blocos do Conversor Digital-Analógico (DAC).
SIM_SCGC2;
• Se, por algum motivo, o clock do BOX1 : Configuração do módulo DAC
módulo não seja habilitado, uma void inic_dac(void)
interrupção por Hard fault será ge- {
rada, portanto é muito importante UInt8 offset;
que o clock do módulo seja habilitado SIM_SCGC2 |= SIM_SCGC2_DAC1_MASK; // Habilita o clock do DAC1
(figura 3a); DAC1_C0 = 0; // Limpa registradores de controle do DAC
• Zerar o conteúdo dos registradores DAC1_C1 = 0;
de controle. Este passo não é obriga- DAC1_C2 = 0;
tório, pois, em sua grande maioria // Habilita DAC1 trigger por software e referencia2
os registradores “nascem do Reset” // OBS: Referencia dois -> VDDAD
em zero (figura 3b, 3c e 3d); DAC1_C0 |= DAC_C0_DACEN_MASK | DAC_C0_DACTRGSEL_MASK | DAC_C0_DACRFS_MASK;
• Configurar os registradores de // Desabilita Buffer neste caso apenas o primeiro registrador é usado
controle (tabela 1). DAC1_C1 = 0 << DAC_C1_DACBFEN_SHIFT;
//Posiciona ponteiro do buffer na posição zero e o limite máximo para 15
Segundo passo DAC1_C2 |= DAC_C2_DACBFUP(0x0F) | DAC_C2_DACBFRP(0x00);
Configurar uma interrupção de tempo }
responsável pela atualização do mesmo e
void inic_dac_sw_trg(void)
{
UInt8 offset;
SIM_SCGC2 |= SIM_SCGC2_DAC1_MASK; // Habilita o clock do DAC1
DAC1_C0 = 0; // Limpa registradores de controle do DAC
DAC1_C1 = 0;
DAC1_C2 = 0;
// Habilita DAC1 trigger por software e referencia2
// OBS: Referencia dois -> VDDAD
DAC1_C0 |= DAC_C0_DACEN_MASK | DAC_C0_DACTRGSEL_MASK | DAC_C0_DACR-
F4. Uma posição FS_MASK;
// Habilita Buffer neste caso todos os 16 registradores da fila serão usados no modo
de senoide.
SWING
DAC1_C1 = DAC_C1_DACBFEN_MASK | DAC_C1_DACBFMD(1);
//Posiciona ponteiro do buffer na posição zero e o limite máximo para 15
DAC1_C2 |= DAC_C2_DACBFUP(0x0F) | DAC_C2_DACBFRP(0x00);
// Carrega a tabela nos 16 registradores do DAC
for (offset=0; offset != 16; ++ offset)
{
DAC_DATL_REG(DAC1_BASE_PTR,offset) = (UInt8)(Dac_Tab[offset]);
DAC_DATH_REG(DAC1_BASE_PTR,offset) = (UInt8)((Dac_Tab[offset] >> 8) & (0x0F));
}
}
int main(void)
{
inicializa_pll2();
Configura_Timer();
inic_dac_sw_trg();// Inicializa DAC com
buffers habilitados e trigger por software
for(;;)
{
}
Conclusão
O Conversor digital-analógico do Ki-
netis pode ser configurado e utilizado de
várias formas, desde as mais simples até as
mais avançadas, cabendo ao programador
identificar a melhor maneira de se imple-
mentar a sua solução.
Ainda é possível otimizar o funciona-
mento do DAC fazendo uso de suas inter-
rupções, ou até mesmo do DMA, quando a
quantidade de dados a se transferir se torna
uma preocupação.
PDB0_SC = PDB_SC_CONT_MASK | PDB_SC_TRGSEL(15) Em algum momento pode-se questio-
Este Bit controla a maneira como o contador do PDB funciona. nar a qualidade da senoide gerada, porém
Nível lógico zero, o contador do PDB será inicializado no modo one-shot, onde o
CONT 1 para o entendimento do projeto esta foi
contador faz apenas uma varredura e aguarda o próximo trigger.
Nível lógico um, O contador será inicializado no modo continuo. pensada desta maneira para proporcionar
F9. Configuração uma melhor compreensão do periférico,
do módulo PDB. e algumas soluções podem ser utilizadas
para melhorar a qualidade:
BOX8 : Configuração da rotina principal • Colocar um filtro passabaixas na
int main(void) saída do DAC, utilizando-se um
{ resistor e um capacitor para obter
inicializa_pll2();// Inicializa Inicializa PLL
inic_dac_sw_trg();// Inicializa DAC com buffers habilitados e trigger por hardware uma senoide de 5 kHz perfeita;
Configura_Pdb();// Inicializa PDB • Aumentar a taxa de amostragem de
for(;;) saída, para isto deveríamos ativar as
{
} interrupções e alimentar o buffer do
Kinetis a cada vez que o buffer esva-
ziasse. E assim teríamos consumo de
processamento da CPU novamente;
• Ativar o DMA e programá-la para
sempre que o buffer esvazie, a
mesma transfira um novo bloco de
dados, desta forma sem consumo
de processamento da CPU;
Como, foi visto, cabe ao programador
O trigger do modulo pode ser selecionado entre várias fontes do Kinetis, tornan- desenvolvedor achar a solução que melhor
do seu funcionamento muito flexível, neste caso específico o trigger utilizado
lhe atenda tanto em tempo de aprendizado
TRGSEL será por software. 15
Através deste BIT é possível selecionar a fonte do Trigger Quinze seleciona por quanto em custo. E
software.
PDB0_DACINT1 = (uint32_t)0x013DUL;
Específica o intervalo entre triggers aplicado ao DAC. Quando o valor especificado
INT
em INT for igual ao valor do contador um trigger é gerado.
PDB0_DACINTC1 |= PDB_INTC_TOE_MASK;
TOE Habilita o gerador de trigger para o DAC. 1
Nível lógico um, Habilita Trigger externo para o gerador de intervalos do DAC.
EXT 0
Nível lógico zero, Ultiliza o mesmo trigger do PDB para o gerador de intervalos.
F10. Contador do PDB em F11. Senoide de 5 kHz
modo da rotina principal. na saìda do DAC.
Eletrônica Aplicada
Arduino
no Arduino e também duas aplicações
práticas: o controle de um servomotor de
posição e a conversão analógico-digital
para aquisição de sinais
Filipe Pereira
Variável do tipo Boolean seja, permite preencher o mesmo double exemplo_1 = 1.589; // Declara
Uma variável deste tipo apenas pode com valores provenientes do pino um variável do tipo “double” e atribui-lhe
tomar dois valores distintos - “true” ou analógico 3 o valor de “1.589”
“false”. Esta variável reserva 1 Byte de • (11) i++; // Incremento do valor de
memória para a sua utilização. “i” inicialmente a zero, instrução Variável do tipo array
semelhante a “i=i+1” e a Noção de string
Sintaxe: • (12) teste = !teste; //modifica o valor É considerado um array, um vetor de
• boolean variável = “valor”; atribuído à variável booleana “tes- variáveis do mesmo tipo ao qual se pode
• Quando é referido acima a “valor”, te” ou seu oposto ( se “true” fica aceder através do seu respectivo índice. O
estamos nos referindo a “true” ou “false”, e vice-versa) conceito de string é comumente utilizado
“false”. • (13)} para designar um vetor de variáveis do
• (14) while(i<=10); // Se a condição tipo char.
Exemplo: se verificar, repete o ciclo; caso não
• (1) int entrada_analogica=3,val,i= se verifique, o ciclo termina Sintaxe:
0,f[10]; // Declaração de uma vari- • (15) } tipo_variável nome_variável[índice]
ável do tipo integer, com o nome = valor;
“entrada_analogica” inicializada Variável do tipo Ao declarar um índice de valor 10, es-
com o valor “3”, de uma variável do float vs double tamos na verdade reservando 11 espaços
mesmo tipo com o nome “val” não A variável do tipo float apresenta uma na memória para a variável do tipo decla-
inicializada, “i” inicializada com o maior resolução, face às variáveis do tipo rado. Pois, também, temos de contar com
valor “0” e de um vetor “f[]” com integer. São reservados em memória 4 o índice zero, este fator torna-se muitas
11 posições de memória do mesmo Bytes (32 bits), para armazenar o seu con- vezes objeto de erro.
tipo (integer). teúdo. Este tipo de variável pode conter
• (2) boolean teste = false; // Definição valores no intervalo de −3.4028235∗10^38 Exemplos:
de uma variável do tipo boolean e 3.4028235∗10^38. Paralelamente, o con- • float exemplo[10]; // Declaração
inicializada com “false” ceito de double leva-nos a considerar uma de um vetor com 11 “espaços”, do
• (3) void setup() { variável que possua o dobro da precisão tipo “float”
• (4) Serial.begin(9600); // Permite de uma variável do tipo float, apesar de no • float exemplo_2[]={1,2,3,4,5,6,7,8,9
a inicialização da comunicação contexto de estudo a declaração de uma ,10}; // Declaração de um vetor do
Série variável do tipo float ou do tipo double tipo” float”, que vai ter um índice
•(5) pinMode(entrada_ serem iguais. Ou seja, não existe um in- compreendido entre 0 e 9
analogica,INPUT); // Permite defi- cremento de precisão mantendo o mesmo • char exemplo_3[11]=”Hello World”;
nir o pino 3 como “INPUT” espaço reservado de memória para ambos // Declaração de uma string
• (6) } os tipos utilizando o Arduino. • char exemplo_4[11]={‘H’,’E’,’L’,’L’,’
• (7) void loop(){ O’,’ ‘,’W’,’O’,’R’,’L’,’D’}; // Declara-
• (8) do{ // Permite definir o início Sintaxe: ção de uma string com o conteúdo
do ciclo • float variável = valor; semelhante ao exemplo anterior,
• (9) val=analogRead(entrada_analo- • double variável = valor; mas com outra forma de colocar o
gica); // Permite a leitura analógica mesmo conteúdo
do valor do pino 3, atribuindo o seu Exemplos:
valor à variável “val” float exemplo = 1.589; // Declara um pinMode()
• (10) f[i]=val: //Atribui o valor da variável do tipo “float” e atribui-lhe o Ao recorrer a esta instrução, é possível
variável “val” ao vetor “f[i]”, ou valor de “1.589” configurar o modo de comportamento
Ou seja, estamos perante uma taxa de ADPS2 ADPS1 ADPS0 Fator de divisão
77 kHz. Analisando a taxa de amostragem 0 0 0 2
obtida, e tendo em conta o referido no 0 0 1 2
subcapítulo anterior, a frequência máxima 0 1 0 4
do sinal a amostrar deve ser menor que 0 1 1 8
38,5 kHz, de forma a respeitar o Teorema 1 0 0 16
da Amostragem. 1 0 1 32
O Arduino possui um “Clock de 1 1 0 64 T1. Combinações
sistema” de 16 MHz, no entanto, não 1 1 1 128 possíveis para
os bits.
Eletrônica Aplicada
Industrial
Controle para
Automação Industrial
PLL, P, D, PID – Uma abordagem
prática sobre essas técnicas
O assunto “controle”para siste- Controle Phase-Locked muito útil nos sistemas de micro-ondas
mas automáticos, principalmente Loop (PLL) dos radares, desenvolvidos na Segunda
A primeira filosofia de controle que Guerra Mundial.
com servomecanismos, é um tanto
veremos é o PLL. Esse nome pode ser Contudo, devido ao grande número
curioso nos meios acadêmico e traduzido de várias formas, mas, “elo de estágios de um receptor super-hete-
industrial. Enquanto de um lado travado em fase”, no meu entender, é o ródino (frequências intermediárias), um
mais adequado. método mais simples era necessário. Em
vê-se cálculo integral e transfor-
1932 um time de engenheiros ingleses
madas de “Laplace”, do outro uti- Mas o que é um elo desenvolveu um novo receptor, chama-
lizam-se softwares de controle de travado em fase, afinal? do “homódino”, mais tarde renomeado
O PLL é um sistema fechado de con- “sincródino”. Basicamente, era composto
movimento e supervisórios. Mas,
trole, cujo funcionamento é baseado na de um oscilador local, um mixer, e um
afinal, qual é o ponto comum entre detecção da diferença de fases entre a sa- amplificador de áudio.
esses dois “mundos”? Quais são as ída e a entrada de dois sinais, controlados Quando o sinal recebido era mistura-
através de um oscilador. do ao sinal do oscilador local, na mesma
técnicas, a melhor tecnologia e os
Como mencionado logo na introdução fase e frequência (principal diferença com
circuitos práticos que executam es- deste artigo (e aproveitando, agora para o super-heteródino), a saída era o sinal de
ses controles? É possível tratarmos explicá-lo melhor), você não encontrará áudio pronto para ser amplificado. O úni-
muitas fórmulas e teoremas matemáticos co problema com esse método era garantir
o assunto em uma linha ideal entre
nessa matéria. Isso não significa, entre- a precisão da frequência de oscilação do
a teoria e a prática? tanto, que não os julguemos importantes, oscilador local. Erros de “drift”nesse mó-
A intenção deste artigo é res- apenas desejamos passar ao leitor uma dulo comprometiam a recepção.
visão mais prática sobre o tema , uma A solução foi mudar o oscilador tra-
ponder a essas questões e mostrar,
vez que a teórica é relativamente fácil de dicional para um oscilador controlado
no campo, como funcionam e ser obtida. por tensão (VCO). Dessa forma, as frequ-
quais são as características das Para abordarmos sobre a técnica de ências do sinal recebido e do mixer eram
PLL, acredito que “vale a pena”estudar comparadas via um detector de fase. O
principais filosofias de controle:
um pouco sobre sua história. “erro”entre elas gerava um sinal dc de
PLL, Proporcional, Integral, Deri- Antes de ser utilizada no controle correção que atuava sobre o VCO, corri-
vativo, e PID. Como sempre, com de movimento, a técnica de PLL foi (e gindo assim o erro de drift.
até hoje ainda é) muito usada nos equi- Resumindo, o PLL é composto por
propostas de soluções práticas.
pamentos de RF, principalmente em um oscilador controlado por tensão,
rádios. Na verdade, no início de 1930, cuja frequência é oriunda de um sinal
o rádio super-heteródino dominava o DC de controle, gerado a partir da dife-
Alexandre Capelli mercado. A própria RCA (Radio Corpora- rença de fase entre o sinal recebido e o
tion of America) monopolizava o mercado próprio oscilador local. Caso ambos os
deste tipo de equipamento que já ultra- sinais estejam em perfeito sincronismo,
passa o ambiente residencial. A técnica a tensão de correção (controle) DC de-
do super-heteródino, por exemplo, foi verá ser nula.
Não há um modo
mais simples?
Sim, utilizando circuitos integrados
projetados para essa função. A figura 7
nos traz dois exemplos da National, o LM
565 em encapsulamentos “metal can”e
“dual-in-line”. Outros tipos famosos são:
NE560 a NE567 (Signetics), MC 4046 (Mo-
torola) e NTE 989 (NTE Electronics).
Controle ON-OFF
Outro método de controle, mais sim-
ples que o PLL, é o tipo “on-off”. Devido F8. Acionamento do motor
a sua simplicidade as variações são mais elétrico CA trifásico.
bruscas, e a ação menos precisa. Porém,
há casos em que ele é suficiente para um
bom resultado.
O que o leitor deve ter em mente é a
estrutura básica de um sistema de con-
trole. Não importa qual tipo de ação esse
controle exerça, essa estrutura é sempre a
mesma. A figura 10 ilustra o diagrama de
blocos básico. Três são os parâmetros que
comandam o processo:
• Valor desejado – set point (SP)
• Valor real (PV)
• Algoritmo de controle.
A ideia básica é simples, o controlador
compara o valor desejado (SP) com o valor
do processo (PV) e, através do algoritmo de F9. Comportamento dinâmico
do acionamento CA com PLL.
Controle Proporcional
Nem sempre é possível controlar um
sistema através do on-off, entretanto. Mui-
tas vezes, necessitamos de uma ação mais
suave. Uma filosofia do controle deste tipo
é a proporcional. F13. Controle
Sua ação pode ser vista na figura 12. proporcional.
Assim como no on-off, também há um
momento de desligamento total, ou acio- operação varia de 50 °C a 550 °C. Já o raio lado, no intervalo, sua ação é linear (suave)
namento total, mas, nesse caso, há uma de ação do controlador limita-se à faixa de até atingir a temperatura de 450 °C. Neste
curva entre os extremos. 150 °C a 450 °C, então, entre os extremos ponto, o controle desligará o TRIAC.
Se fôssemos utilizar o mesmo exemplo ligado e desligado existe uma região sem A porcentagem de “ação ativa”neste
da “cuba”teríamos de substituir o relé por controle proporcional. caso pode ser determinada através dos
um TRIAC e, ao invés de simplesmente O ponto central é 300 °C, com uma valores limites. Ou seja, o “range”de
ligá-lo (ON) ou desligá-lo (OFF), contro- faixa de atuação de ± 150 °C. controle proporcional é 300 °C (450 °C
laríamos seu ângulo de disparo. Caso a temperatura caia abaixo dos 150 –°C). Dividindo esse valor pela variação
Ainda com base na curva, podemos °C, o “TRIAC”entrará em plena condução de temperatura total do processo 500 °C
ver no exemplo que a temperatura de (ângulo de disparo próximo a 0°). Por outro (550 °C –°C), teremos 300/500 = 60 %.
100
Faixa proporcional =
ganho
No exemplo, o ganho é:
Controle Integral
Outro conceito importante quando
estudamos controle é o erro de “off-set”.
O erro de “off-set”é uma característica
intrínseca a qualquer ação de controle de
variáveis. F18. Circuito F19. Resposta
derivativo. do controle.
Controle Derivativo
A principal característica do controle
derivativo é a correção proporcional à
velocidade com que o desvio aumenta.
Caso haja uma ação conjunta entre o
proporcional e o derivativo, teremos uma
correção antecipada a um desvio que ainda
não aconteceu. Isto também é chamado de
“supercorreção”.
Eletronicamente, a ação derivativa pode
ser implementada através de um simples
circuito derivativo (figura 18).
Na figura 19 observamos as diferentes
respostas entre as ações P, D, e PD segundo
a alteração de uma grandeza. Notem que há
uma reposta mais rápida em relação a PI.
Um controlador PD pode ser construí-
do conforme o circuito da figura 20. Neste
caso também um somador articula as ações
proporcional e derivativa.
Controle PID
Há ainda uma outra necessidade de
controle, onde processos com “tempo
F21. Con- morto”(da ordem de dois minutos) são
trole PID.
Eletrônica Aplicada
Energia
Reduzindo a EMI
com componentes magnéticos
Newton C. Braga
E
Técnicas de layout e de distri- m artigo anterior, nesta mesma Revis- tanto como elementos de filtros quanto
ta, mostramos como os procedimen- no armazenamento de energia, conforme
buição de componentes em uma tos apropriados de disposição de tri- mostra a figura 1.
placa podem reduzir em muita lhas, componentes e circuitos numa Quando o problema é interferência
a EMI gerada por circuitos. No placa de circuito impresso podem ajudar a irradiada, os indutores mais eficientes são
reduzir de forma acentuada os problemas de os do tipo toroidal, veja a figura 2.
entanto, quando mesmo essas EMI (Interferência Eletromagnética). Uma característica importante deste
técnicas não reduzem a EMI aos No entanto, nem sempre é possível tipo de componente é que, pela sua cons-
níveis desejados, componentes reduzir os problemas aos níveis aceitáveis trução ele é menos sensível à interferência
somente com esses procedimentos, caso que pode ser induzida pela presença
apropriados deverão ser usa- em que componentes adicionais deverão de componentes próximos. De fato, se
dos. Uma família importante ser empregados. Em especial destacam- houver indução, o toroide faz com que
de componentes empregados se os componentes indutivos, ou seja, as tensões induzidas tenham a mesma
aqueles baseados em bobinas e núcleos intensidade, mas fases opostas, cancelan-
na redução da EMI é aquela de ferrite que, pelas suas propriedades, do-se, portanto.
representada pelos tipos que podem cortar ou desviar sinais de fre-
se baseiam no magnetismo, ou quências que não devam ser irradiadas Choques em modo
ou não devam passar para uma linha de comum e diferencial
seja, pelos componentes induti- alimentação. Os choques em modo comum e dife-
vos ou magnéticos.Neste artigo Os componentes indutivos usados rencias são empregados para eliminar ru-
trataremos de alguns desses com a finalidade de se reduzir a EMI po- ídos que se propagam através de um par
dem ser classificados em quatro grandes de condutores. Ruído em modo comum,
componentes, baseados em grupos de que trataremos a seguir. conforme já vimos em artigo publicado
ampla documentação do ca- nesta revista, é aquele que aparece nos
tálogo de Indutores e Produtos Inutores dois condutores de uma linha, conforme
Dos componentes indutivos, os cho- ilustra a figura 3.
Magnéticos da Vishay ques ou indutores são os mais utilizados. Os choques para rejeição de sinais
Esses componentes podem ser usados em modo comum devem ser colocados
Trasnformadores
Os transformadores têm como prin-
cipal vantagem nos circuitos onde são
usados o fato de proporcionarem isola-
mento entre a linha de sinal e o circuito F3. Choques em modo
de processamento desse sinal, conforme comum e diferencial.
sugere a figura 4.
Outra vantagem está na eliminação
das diferenças entre os potenciais de terra
que poderão existir entre o circuito trans-
missor e o circuito receptor do sinal.
Um ponto importante em que a imu-
nidade ao ruído se faz necessária, são os
circuitos de excitação de tiristores.
F5. Anéis e chips
Além de proporcionar um isolamento F6. Filtros
de ferrite.
entre o circuito de potência e o circuito de LC e LCR.
controle, normalmente baseado em lógica
com microcontroladores ou microproces- Como selecionar compo- componentes indutivos de alta impedân-
sadores, quando operando com pulsos, nentes para evitar EMI cia são os recomendados. Alguns cuida-
ele proverá uma imunidade muito maior Antes de escolher quais componentes dos são necessários para o projeto:
para componentes como IGBTs, dada suas usar e de que forma, é preciso identificar • Os componentes que reduzem EMI
capacitâncias algo elevadas de entrada. os locais do circuito onde o ruído deve ser devem ser colocados o mais próxi-
eliminado. Existem áreas dos circuitos que mo possível das fontes de ruído.
Ferrite beads podem atuar como antenas irradiando os • Os componentes devem ser esco-
Os anéis de ferrite para montagem em ruídos, assim como outras áreas que podem lhidos de tal forma a casar sua im-
superfície (SMD) ou chips de ferrite, como atuar como antenas recebendo os ruídos. pedância com a linha de condução
também são chamados, são usados para Então, o projetista deve fazer um em que eles forem colocados.
eliminar a RF que pode estar presente em estudo do melhor local para posicionar o • O componente selecionado deve ser
linhas de sinais ou alimentação de placas componente que irá eliminar um possível dimensionado apenas para reduzir
de circuito impresso, observe a figura 5. sinal que esteja sendo transmitido ou cap- nos níveis desejados os ruídos.
Os anéis de ferrite na forma de chips tado indevidamente. Nos circuitos onde
SMD se comportam como dispositivos de uma pequena atenuação é desejada, os Conclusão
alta impedância para os sinais de RF, mas componentes indutivos apenas já podem Os componentes indutivos ou mag-
apresentam uma baixíssima resistência proporcionar os resultados desejados. néticos podem ajudar muito na redução
para a corrente contínua e sinais de baixas No entanto, nos circuitos mais com- dos problemas com a EMI. Porém, como
frequências. plexos de alta velocidade, poderá ser ne- existem diversos tipos com características
Esses componentes são especificados cessário combinar componente indutivos que se adaptam à diferentes aplicações, é
normalmente para a impedância que com capacitivos, formando assim filtros. preciso saber escolher o tipo ideal
apresentam em uma frequência de 100 Filtros LC e LCR, veja a figura 6, devem Lembramos que a inclusão de novos
MHz. Assim, dependendo da aplicação, ser considerados. componentes em um circuito implica não
será necessário que o projetista analise Um ponto importante a ser conside- só no aumento de custos como também
os gráficos de comportamento dos com- rado na escolha dos componentes para o na necessidade de um espaço maior, o
ponentes visados para verificar como filtro é a estabilidade do terra do circuito. que nem sempre é algo que se permite
eles se comportam na frequência dos Para os sistemas estáveis, os componentes num projeto. Os limites para a inclusão
sinais que devem passar ou que devem capacitivos já podem levar aos resultados de novos projetos e o aumento de custos
ser rejeitados. esperados. Todavia, para terras instáveis, são sempre muito estreitos. E
Curso sobre o
Osciloscópio Parte
2
Onda Fun-
damental
f= 100 MHz
3ª harmô-
nica
f= 300 MHz
4ª harmô-
nica F5. A frequência desconhecida é diferen-
f= 400 MHz te das proporcionadas pelo gerador.
Aplicação simultânea de
duas tensões alternadas
senoidais da mesma frequência
defasadas de 1/4 de ciclo
A imagem resultante é uma circun-
ferência se as tensões forem da mesma
amplitude. Sendo de amplitudes diferentes,
a figura é uma elipse de eixo maior vertical
ou horizontal conforme a tensão de maior
amplitude for aplicada às placas verticais F10. Duas tensões senoidais de mesma
ou horizontais (figura 10). frequência e defasadas de 1/4 ciclo.
Aplicação simultânea de
duas tensões alternadas
senoidais da mesma frequência
defasadas de 1/2 ciclo
Neste caso a figura que surge na tela é
um traço oblíquo da esquerda para a direita,
com uma inclinação de 45° se as tensões
forem da mesma amplitude. Se forem de
amplitudes diferentes, a inclinação poderá
tomar valores entre 0° e 90° (figura 11). E
Temporização
As medidas de temporização são feitas
principalmente nos sistemas pulsados, ou
por “burst”. Elas incluem a determinação de
parâmetros como os intervalos de repetição,
ciclos ativos, tempos entre erros de bits,
tempo on, tempo off, etc.
Uma medida importante é a da precisão
de modulação. Ela envolve a medida de
quão próximos dos estados da constelação, F2. Medida de potência no canal adjacente.
ou da trajetória do sinal, está o sinal real em
relação ao sinal teórico. Neste caso, o sinal
analisado é demodulado e comparado com
uma referência. Os dois sinais são combi-
nados, restando, então, a diferença residual
que pode ser medida.
Para estas medidas, é necessário ter
recursos para gerar um sinal de referência
preciso. Este é muito importante para se
avaliar a qualidade de um sinal, encontrando
problemas no sistema. Uma vez que o sinal
residual seja obtido, torna-se muito fácil
visualizar pequenas discrepâncias, que F4. Diagrama I/Q para um sinal 64 QAM. F5. Diagrama de constelação.
podem ter sido obscurecidas pelo processo
de modulação e que não seriam visualizadas
de outra forma. Para demodular este sinal, é preciso que A diferença entre os dois fornece um “ve-
Para estas medidas, também é fun- o circuito demodulador consiga identificar tor de erro” (exemplo na mesma figura).
damental saber interpretar os erros de exatamente a posição na constelação (fase e A medida deste vetor de erro consiste
magnitude de vetor. Para entender como intensidade) do sinal transmitido, fornecendo numa ferramenta poderosa de análise de
realizá-las, convém recordar alguns prin- assim o conjunto de bits correspondentes. problemas em sistemas de comunicações
cípios da modulação vetorial. O layout do diagrama de constelação digitais. Podemos, pela análise deste vetor,
Os bits de informação são colocados e as localizações ideais dos sinais depen- determinar diversos desvios que ocorrem
numa portadora de RF variando a inten- dem do formato de modulação escolhido, na transmissão de um sinal. Assim, a aná-
sidade e a fase do sinal portador. A cada tais como BPSK, 16QAM, DQPSK, etc. A lise deste vetor consiste em um recurso
transição do clock, a portadora ocupa uma trajetória tomada pelo sinal ao passar de fundamental de service que o profissional
única de certas posições no plano I x Q, uma locação para outras depende da im- de telecomunicações deve conhecer. Por
conforme mostra a figura 4. plementação do sistema. Nessa medida, este vetor pode-se determinar que tipo de
Cada locação corresponde a um conjunto o que se faz é determinar o fasor do sinal degradação está ocorrendo em um sinal no
específico de dados, formando assim um real correspondente a cada posição da seu percurso do transmissor ao receptor.
diagrama de constelação, conforme ilustra constelação e compará-lo com o fasor do A Agilent Technologies possui um
a figura 5. sinal ideal, observe a figura 6. documento que ensina a usar as medidas
Minicurso LabVIEW
Aprenda Fazendo
Parte
Veremos neste artigo como proceder para a coleta dos dados, análise
e aplicação de algumas variáveis estatísticas
7
Luis Fernando F. Bernabe
E
stamos chegando à reta final. A Coletando dados
nossa proposta está parcialmente Vimos que os processos para coleta de
concluída. Fazendo uma breve dados foram bastante simplificados com
revisão: começamos com algumas o avanço da tecnologia e a aplicação da
possíveis linguagens, iniciamos a opera- informática no processo e na intstrumen-
ção do equipamento com a sua descrição tação, com a utilização de computadores,
simplificada e algumas aplicações “stand programas mais amigáveis, interfaces “Plug
alone” como apresentação, fizemos um & Play” e rede. Há um grande volume de
comparativo entre as linguagens aborda- casos de sucesso neste ramo da Eletrônica.
das, apresentamos o processo completo de Muitos equipamentos foram criados e/ou se
conexão USB ao PC com os programas de desenvolveram devido a estas aplicações
interfaceamento utilizados, desenvolvemos inclusive.
algumas aplicações funcionais e caminha- A eletrônica neste campo se iniciou
mos para uma aplicação mais profissional com experimentos científicos e militares
e amigável com o usuário final. aplicados em desenvolvimentos de ar-
Depois de todas estas informações, mamentos, sistemas de defesa, RADAR e
falta pouco para chegarmos ao término SONAR desde antes da 2ª Guerra Mundial,
desta série. Mas, como o final não é agora, e foi mantida durante a “Guerra Fria” e
nesta parte continuamos, seguindo nossos nas missões espaciais a partir dos projetos
objetivos iniciais. Apolo e Saturno, até os ônibus espaciais e
Agora vamos analisar como podemos os atuais satélites para GPS e missões para
proceder para coletarmos os dados da Marte e outros planetas.
melhor forma possível, se é possível e inte- Se hoje temos mais facilidade de coleta
ressante fazermos uma análise dinâmica ou de dados por conta destes sistemas auto-
estática, e ainda aprender ou rever algumas matizados, devemos nos lembrar sempre
das variáveis estatísticas aplicadas a coleta de qual variável física estamos medindo,
de dados digitalizados. de seus problemas específicos inerentes à
Resumindo, vamos considerar um alunos. O mais curioso é que atualmente James Joseph Sylvester deu o nome de
voltímetro qualquer, ajustamos o fundo todas as ciências exatas têm uma forte matriz pelo seu significado coloquial: local
de escala para 200 Vdc, conectamos o utilização desta “organização matemática” onde algo se gera ou cria. Antes, o arranjo
voltímetro a uma fonte de até 300 Vdc. para a solução de problemas, isso se deve numérico da matriz era denominado “...um
Com este arranjo, variamos a tensão de 0 principalmente a informatização. Isso exige bloco retangular de termos...” de onde se
Vdc até 200 Vdc em passos de 10 Vdc, de que os profissionais destas áreas devam ter originavam vários determinantes.
modo crescente. Observamos a leitura do necessariamente uma boa habilidade com Apesar de ter criado o nome matriz,
voltímetro e comparamos com a da fonte. as matrizes. Sylvester a enxergava apenas como parte
Quando medirmos 200 Vdc, refazemos as Comecemos por uma revisão simples do dos determinantes e, somente com seu
medidas novamente em variações decres- básico: Como surgiram as matrizes? amigo Cayley, as matrizes passaram a ter
centes, iniciando em 200 Vdc indo até 0 Vdc. Bem, no seu início as matrizes foram vida própria.
A histerese é a diferença destas medidas utilizadas apenas como um modo de organi- As matrizes nasceram da necessidade
de tensão (no caso) nestas duas situações zar os dados numéricos para serem melhor dos matemáticos dos séculos XVIII e XIX,
possíveis. A histerese varia com a grandeza, vistos em conjunto, era o que conhecemos quando começaram a investigar a Teoria das
normalmente é menor no fim da escala, por hoje por tabela ou planilha. Formas Quadráticas. Hoje, consideramos
isso é montado um gráfico de histerese dos Muito recentemente, considerando a imprescindível estudar essas formas através
instrumentos e dos sensores. sua história, há pouco mais de 150 anos, da notação e metodologia matricial, como
Sobre a histerese em instrumentação as matrizes foram reconhecidas como vetores (x,y,z), mas naquela época elas eram
o “Curso de Formação de Operadores de tema importante da Matemática. Por volta tratadas numericamente, como escalares.
Refinaria”, na área de “Instrumentação desta época se tornou um método para a Na equação 1, a seguir, apresentamos
Básica” está disponível gratuitamente organização de números de uma equação uma equação de duas variáveis representada
na internet pela Petrobras. Quem quiser que encontrariam a sua solução através de na sua forma quadrática, tanto via notação
aprender sobre instrumentação, este é um seu determinante !!! escalar como com a notação matricial:
material excelente. Se o leitor tiver mais O primeiro matemático a utilizar este
curiosidade, procure “Curso de Formação
de Operadores de Refinaria” (com aspas
método de solução parece ter sido Au-
gustin-Louis Cauchy, 1826. Mas, o nome [ ][ ]
q(x,y) = ax2 + 2bxy + by2 =[ xy ] * ab * x
bc y
mesmo) no Google. www.dequi.eel.usp. matriz como conhecido hoje, só veio com
br/~felix/Instcont.pdf James Joseph Sylvester, 1850. Seu amigo A primeira utilização prática do conceito
Arthur Cayley, com o seu livro “Memoir de matriz ocorreu quando Lagrange c. 1790
Faltou um “detalhe” on the Theory of Matrices” (1858), divulgou reduziu a caracterização dos máximos e
Ao escrever artigos em sequências esse nome e demonstrou algumas de suas mínimos de uma função real de várias
longas, mesmo que tenham a justificativa utilidade práticas. variáveis, ao estudo do sinal da forma
de serem mais didáticos ou de abordarem
temas mais complexos, há grande possi-
bilidade do escritor se perder, de “fugir”
do tema central e/ou serem esquecidos
pontos importantes que complementam os
objetivos. Por isso, atenção e planejamento
são fundamentais.
Cometi um deslize, e me esqueci de
abordar um tópico fundamental dos nossos
artigos, o assunto é Matriz, tanto na breve
revisão matemática quanto no próprio
LabVIEW. Peço que me desculpem pela
falta deste tópico nos artigos. Faço um
parêntese na sequência abaixo para depois
retornar ao tema como deveria ser abordado
anteriormente.
As matrizes
As matrizes sempre foram assuntos
“chatos” tanto de serem ensinados como
de serem aprendidos em nossa matemática
de segundo e de terceiro graus. Acredito
que seja por falta de aplicações práticas
que envolvam e despertem o interesse dos F1. Diagrama de
Blocos completo.
Aqui vamos utilizar a matriz como do primeiro, dê um espaço suficiente para A matriz 2 (Array 2) é construída pelo
tabela, isso significa que construiremos a reproduzir a figura 1. Aproxime o cursor do mesmo processo. Esta matriz é de uma colu-
matriz, mas o seu tratamento matemático mouse do lado da variável N, do loop. Com na, pois é a saída do FOR LOOP interno.
é de tabelar os números numa sequência o botão direito, clique neste ícone e dentro Para vermos os dados em sequência,
de interesse. No LabVIEW as matrizes e da janela, escolha o botão Create Control no caso conseguiremos visualizar somente
as tabelas têm tratamentos diferentes. Os aparecendo um botão de controle nos dois o último, refaça as mesmas ligações dos
dados de uma matriz podem ser numéricos, campos, Block Diagram e Front Panel. fios que foram feitas para as matrizes, até
em string, hexadecimal, binário, etc. Já na Coloque dentro dos dois loops uma o último loop. Selecione o tipo de Tunnel
tabela, o foco é apresentação de dados, todo VI Random Number (Functions > Pro- permitindo ou não a indexação, neste caso,
o conteúdo tem que estar exclusivamente em gramming > Numeric). Esta VI tem o a função de indexação está desativada.
strings, no LabVIEW há uma biblioteca de formato de dois dados juntos. Com a VI No último loop, o externo, aproxime o
conversão de formatos de dados e utilizamos dentro dos loops, aproxime o cursor dela cursor e crie um Indicator novamente, do
apenas uma VI para resolver este caso. Há e automaticamente aparecerá um carretel mesmo modo que o anterior.
aplicações em que temos que montar uma de “linha” de conexão. Clique com o botão Veja, na figura 2, o Front Panel com-
matriz e numa próxima etapa, convertê-la direito, um Indicator. Este é o number (0 pleto.
para tabela e incluí-la no gerador de rela- to 1). Clique novamente neste terminal Observe os controles de execução dos
tórios, por exemplo. da VI, arraste o fio de ligação até a borda loops, Loop 1 Externo LINHA e Loop 2
Como todo bom programador sabe, do loop e clique nesta borda novamente. Interno LINHA, estes botões criam as
para se construir uma matriz precisamos A função inicial deste Tunnel (saída do dimensões das matriz na saída. Selecione
dos dados a serem inseridos em sequência loop) é de Auto-Indexed, dentro do ícone outros valores de Linha e Coluna.
de formação em matriz. Para fazermos isso aparecem os colchetes [ ] indicando que a O indicador number (0 to 1) apresenta
utilizamos os Loop For tantas vezes quantas saída está automaticamente indexada no o último valor do sorteio dos dados. Os
forem as dimensões da matriz. formato matriz. Aproxime o cursor, clique dados são iguais aos do indicador number:
Comecemos, então. Abra o LabVIEW no botão esquerdo do mouse, e arraste o fio 0 to 1 que é a saída dos dois loop, mas sem
com uma VI em branco. Com o botão de ligação até a borda do outro loop e clique a indexação.
direito do mouse, clique na área branca do nela, como feito na anterior. Verifique que os controles number (0 to
Block Diagram, com a paleta de Functions Para construir as matrizes, o modo 1), number: 0 to 1, Array 2 e Array apre-
procure nas estruturas de loop, o Loop For, mais simples é aproximar o cursor do ícone sentam os mesmos valores no display e na
(Functions > Programming > Structures), do Tunnel e clicar com o botão direito e última posição, no caso das matrizes.
desenhe o loop no diagrama de blocos em selecionar o botão Indicator. Neste ponto Assim, caros leitores, ficamos por aqui,
tamanho médio, em seguida, repita o pro- foi construído a Array. Selecione o Label e na próxima edição continuaremos passo
cesso e desenhe o segundo Loop For dentro para que fique visível, se preferir. a passo até atingirmos nossa meta. E
Projetos
Sistemas de Supervisão e
Aquisição de Dados
N
Sistemas de aquisição de da- os últimos anos tem-se visto um realizado por máquinas dedicadas e
dos e controle de dispositivos crescente desenvolvimento de customizadas a uma determinada tarefa,
sistemas de aquisição e trata- visando cada vez mais o aumento da
vêm sendo desenvolvidos para
mento digital de sinais, sendo produtividade e eficiência. As funções de
diferentes áreas de atuação, tanto que vários fatores têm contribuído para controle eram implementadas através de
industriais como científicas. O seu a evolução nesta área: dispositivos mecânicos que automatiza-
objetivo é apresentar ao obser- • O avanço da microeletrônica que vam algumas tarefas críticas e repetitivas.
tem possibilitado o aumento das Estes dispositivos eram desenvolvidos
vador, os valores das variáveis capacidades e velocidades dos para cada tarefa e devido à natureza
ou parâmetros que estão sendo DSPs, elemento central de uma mecânica dos mesmos, tinham vida útil
aplicação de tratamento digital reduzida e alta manutenção.
medidos.
de sinal; Posteriormente, com o advento dos
• A crescente performance dos com- relés e contatores, estes dispositivos foram
putadores pessoais, tal como a sua substituídos e apareceram dispositivos
relação qualidade/preço e a sua automáticos em linhas de montagens,
César Cassiolato confiabilidade; dando um grande passo na época. A ló-
• A existência de cada vez mais e gica a relés viabilizou o desenvolvimento
melhores ferramentas de desenvol- de funções de controle mais complexas e
vimento de software, que permitem sofisticadas.
criar aplicações de alto nível com Após a Segunda Guerra Mundial,
avançadas interfaces gráficas; houve um avanço tecnológico e aparece-
• O desenvolvimento de novas tec- ram as máquinas por comando numérico
nologias de comunicação que e os sistemas de controle na indústria
permitem o controle remoto de de processo, assim como o conceito de
instrumentos, usando a internet e referência de tensão para instrumentação
o wireless como veículos de trans- analógica. Surgem os primeiros circuitos
missão de dados. integrados, os CIs, que proporcionaram o
Por que uma empresa precisa de um desenvolvimento de uma nova geração de
sistema de aquisição e supervisão? Sim- sistemas de automação. Vale lembrar que
ples…para proporcionar níveis melhores em 1947, Willian Shockley, John Barden e
de qualidade, redução dos custos opera- Walter Brattain inventaram o transistor,
cionais, maior desempenho de produção que é um componente eletrônico am-
e, fundamentalmente, para facilitar a ex- plamente utilizado nos processadores
celência operacional.Vale citar um pouco modernos, de forma integrada.
da história dos avanços tecnológicos e No início dos anos 70, os primeiros
que culminaram com “n” benefícios em computadores comerciais começaram
desenvolvimento de sistemas de aquisi- a ser utilizados como controladores em
ção, controle e automação. sistemas de automação de grande porte,
porém estes computadores eram grandes,
Um pouco de história ocupando muito espaço, de alto custo,
Os primeiros sistemas de automação difíceis de programar e muito sensíveis
foram desenvolvidos no final do século ao ambiente industrial. Mas, tinham a
XIX durante a revolução industrial.O vantagem de manipular a aquisição e
trabalho que era manual passou a ser controle de várias variáveis.
A gestão da informação, a inteligência da registradores, dependendo do tipo de baseados em redes neurais e estatística,
instrumentação, a tecnologia verdadeira- dispositivo usado. são capazes de explorar um conjunto de
mente aberta e não proprietária, e os bene- Assim, tem-se entrada e saída mape- dados, extraindo ou ajudando a eviden-
fícios da tecnologia digital são os fatores ada em memória (Memory-Mapped IO) ou ciar padrões nestes dados e auxiliando
que agregam valores ao usuário. entrada e saída mapeada em espaço de na descoberta de conhecimento. Esse
entrada e saída (IO Mapped IO). conhecimento pode ser apresentado por
Objetivo de um sistema de essas ferramentas de diversas formas:
aquisição de dados Sistemas de Supervisão e agrupamentos, hipóteses, regras, árvores
Os sistemas de aquisição têm por Aquisição de Dados de decisão, grafos, ou dendrogramas.
finalidade obter dados digitais atra- Abreviadamente SCADA (provenien- Um passo fundamental para um
vés de medições de grandezas físicas te do seu nome em inglês Supervisory processo de data mining bem sucedido
(analógicas), tais como temperatura, Control and Data Acquisition), são sistemas é ter um sistema de aquisição de dados
pressão,densidade, pH, umidade, posi- que utilizam software para monitorar que possa gerar um banco de dados,
ção etc, e vêm sendo incorporados por e supervisionar as variáveis e os dis- relatórios, logs, etc. Disto nascem os
diversas vertentes, tanto industriais positivos de sistemas de controle. São repositórios organizados (Data Marts e
quanto científicas. conectados através de drivers específicos. Data Warehouses).
Estas grandezas são “sentidas” por Estes sistemas podem assumir topologia
sensores ou transdutores, e são con- simples, cliente-servidor ou múltiplos A ferramenta de
vertidas em quantidades elétricas por servidores-clientes. aquisição de dados
acondicionadores de sinais que levam De forma genérica, um sistema de Este tipo de ferramenta exige a trans-
os sinais até hardwares dedicados e os supervisão é uma ferramenta de software ferência rápida de dados entre disposi-
transformam em valores digitais. Estes que permite monitorar e controlar partes tivos, software de processamento e de
valores são processados por controlado- ou todo um processo industrial. Têm dois aplicação com interface gráfica avançada,
res e segundo lógicas de controles devol- módulos básicos: o desenvolvedor e o sensores e controladores de elevada
vem a resposta processada aos atuadores executável (“run-time”). precisão. Com a velocidade dos avanços
(elementos finais de controle), como se vê A maioria dos passos de programação tecnológicos, cada vez mais equipamen-
na figura 1. Em sua grande parte, os valo- é automatizada, suprindo a maior parte tos e instrumentação vêm com hardwares
res medidos não são iguais ao da variável das necessidades de um projeto sem a poderosos. Na vertente do software, as
real, ou seja, o sistema de aquisição tem real necessidade de conhecimento de tecnologias vão-se tornando cada vez
como entrada o valor real da variável e linguagem de programação. Em casos mais normalizadas, permitindo um de-
sua saída é o valor medido. mais complexos e específicos, onde os senvolvimento mais rápido e eficaz dos
Os sensores transformam um fenô- passos não estão automatizados, algu- produtos.
meno físico em sinais elétricos que, uma mas ferramentas incorporam módulos O campo de estudos da instrumenta-
vez detectados/produzidos, variam de de programação em VBA (Visual Basic ção virtual ainda está a dar os primeiros
acordo com os parâmetros físicos que For Applications) ou VBS (Visual Basic passos. Nos próximos anos serão de-
estão sendo monitorados, e devem ser Script). senvolvidos vários equipamentos avan-
acondicionados para fornecer sinais çados em recursividades, os chamados
apropriados ao hardware de aquisição Data Mining instrumentos virtuais. Serão os blocos
de dados. Os circuitos e ou elementos de Prospecção de dados ou mineração para a construção da nova geração de
acondicionamento de sinais amplificam, de dados (também conhecida como data instrumentação e medida. As ferramen-
isolam, filtram e excitam sinais para que mining) é o processo de explorar gran- tas devem ser simples e de fácil uso pelo
estes sejam apropriados aos hardwares des quantidades de dados à procura usuário. Devem permitir o acesso a toda a
de aquisição. Uma vez acondicionados de padrões consistentes, com regras de funcionalidade proporcionada pela apli-
e trabalhados na forma desejada, os si- associação ou sequências temporais, para cação, maximizando a funcionalidade e
nais podem ser lidos em controladores detectar relacionamentos sistemáticos mantendo a simplicidade da interface.
ou mesmo computadores, com placas entre variáveis, detectando assim novos
específicas instaladas, e armazenados em subconjuntos de dados. Conclusão
diferentes formas, como arquivos de tex- Esse é um tópico recente em ciência A aplicação da computação para
to, excel, banco de dados etc. Figura 2. da computação mas que utiliza várias automatização de diversos processos
técnicas da estatística, recuperação de in- industriais tem crescido de forma sig-
Tipo de endereçamento em formação, inteligência artificial, sistemas nificativa, e mais certo são os benefícios
Sistemas de Aquisição de aquisição de dados e reconhecimento advindos da introdução da computação
de Dados de padrões. A mineração de dados é for- no processo produtivo que tem incre-
Os dispositivos responsáveis por mada por um conjunto de ferramentas e mentado a produtividade e reduzido
manipular os dados utilizam endere- técnicas que através do uso de algorit- as possibilidades de falhas durante o
ços que podem ser de memória ou de mos de aprendizagem ou classificação processo.
Introdução
ao VHDL
Este artigo apresenta o que são exatamente os circuitos integrados
de lógica programável e como eles funcionam, com uma abordagem
técnica e prática desses componentes.
Augusto Einsfeldt
T
odo projetista está acostumado a Uma descrição comportamental facilita
utilizar desenhos esquemáticos para a vida do projetista pois ele não precisa se
representar circuitos eletrônicos. preocupar com detalhes puramente mate-
Naturalmente este é um modo fácil máticos como os mapas de Karnaugh para
de também representar circuitos lógicos. Em redução de lógica ou mesmo a construção
poucos instantes, analisando um esquema de decodificadores para selecionar cada
é possível entender o funcionamento do passo de uma máquina de estados. Por
circuito e, desde que o esquema seja bem exemplo, um contador síncrono pode ser
feito, qualquer outro projetista poderá descrito como: if rising_edge(clock) then
trabalhar sobre o mesmo e não apenas o saida<=saida+1; end if;. Note-se que o uso
projetista original. de lógica síncrona é natural em HDL (de
Contudo, quando o projeto é complexo, fato, para fazer um contador assíncrono tipo
o número de folhas de esquemas aumenta, ripple-carry dá um bocado de trabalho. Leia
o tamanho das páginas aumenta e o funcio- mais no quadro Lógica Síncrona).
namento já não fica tão claro para qualquer Se alguém pensar em fazer o mesmo
um. Alterações de projeto exigem redese- usando esquemas, precisa lembrar-se que
nhar uma ou mais páginas e se a alteração cada estágio do contador possui um porta
for significativa pode exigir a subdivisão de AND com tantas entradas quanto o número
Saiba mais um circuito em páginas adicionais. de estágios anteriores. E quantos estágios
Esquemas são uma boa forma de repre- são necessários? Se for um contador de 8
Sugestões para acesso a mais
sentar circuitos mas, em muitos casos, um bits serão 8 estágios. Mas, e se o projeto
informações na Internet:
outro meio pode ser mais eficaz e poupar exigir 2 bits a mais porque ocorreu uma
www.gmvhdl.com/ VHDL.html algum tempo no processo de desenvolvi- alteração nas especificações? No esquema
mento. será preciso desenhar mais dois estágios (se
www.erc.msstate.edu/ ~reese/
Este outro meio é o uso de uma lin- couberem na folha) ou criar uma nova folha
vhdl_synthesis/
guagem textual para descrição do circuito, para desenhar o contador completo e depois
www.vhdl-online.de/ HDL (Hardware Description Language), onde desenhar as referências de interconexão
o comportamento do circuito é o que mais das páginas, etc.
www.eej.ulst.ac.uk/tutor.html
importa e não exatamente onde cada sinal Como isso é feito em HDL? Como pode
é conectado. ser visto no exemplo citado, a largura em
library IEEE; type bit is (‘0’, ‘1’); Sel <= ‘1’; automaticamente (como o ISE da Xilinx)
use IEEE.STD_LOGIC_1164.ALL; type boolean is (false,true); if enable then costumam colocar o tipo como BEHAVIO-
use IEEE.STD_LOGIC_ARITH.ALL; type integer is range 0 to 103; soma := conta + 32; RAL. O VHDL não examina esta informação.
use IEEE.STD_LOGIC_UNSIGNED.ALL; - se não especificar o range: assume 32 bits Você pode usar quaisquer palavras tais
type real is range - 31.5 to 47.2;
entity main is - útil apenas para simulação. Não é sinte-
como: COMPORTAMENTO, DESCRICAO,
Port ( LED : out std_logic; MINHA_ARQUITETURA, ABC123, etc.
tizável
CLOCK : in std_logic);
end main; type std_logic is ( ‘Ú’,’X’,’0’,’1’,’Z’,’W’,’L’,’H’,’ ’); Em suma, o tipo da arquitetura serve mais
- também existe o std_ulogic mas este é mais para a pessoa que vai ler o projeto ter uma
architecture RTL of main is rígido e não permite situações conflitantes como ideia da finalidade e a palavra usada não é
signal div : std_logic_vector (7 downto 0); múltiplas saídas
begin tri- state conectadas
importante para o VHDL.
process (clock) type my_type is (RST, LOAD, FETCH, SHIFT); A arquitetura tem um início (begin) e
begin - este é o tipo enumerated um fim (end). Entre o begin e a primeira
if rising_edge(clock) then
div <= div + 1; linha (architecture) são declarados os sinais
end if; Quadro 2: Tipos Escalares e alguns internos que serão usados neste projeto ou
end process; exemplos de uso.
elemento de projeto. Os sinais devem ser
led <= div(7); entendidos como fios que vão interligar os
end RTL; Assim o projetista não precisa re-escrever componentes e portas lógicas do circuito.
ou copiar trechos extensos em VHDL para No exemplo do quadro 1 o único sinal uti-
Quadro 1: Um projeto VHDL que pisca um único arquivo, mantendo a legibilidade lizado que já não foi declarado no “port” da
um LED ao ritmo de CLOCK/256.
e repetibilidade dos resultados. entidade é um barramento de 8 bits que é a
A estrutura de um arquivo VHDL saída de um contador de 8 bits chamado DIV.
As ferramentas de síntese são capazes contém sempre a declaração das bibliotecas Entre o begin e o end deve ser incluído um
de um bom nível de otimização que resulta utilizadas e duas seções básicas e obriga- texto descrevendo a lógica do circuito. No
no emprego dos recursos específicos dos tórias: ENTITY e ARCHITECTURE, como caso do exemplo esta descrição possui um
fabricantes de lógica programável. Por pode ser visto no exemplo do quadro 1. PROCESS (processo) e uma linha de lógica
isso, preferencialmente, o projetista deve No texto deste quadro todas as palavras combinacional muito simples que diz que
descrever o hardware usando inferência, e caracteres que são reservadas do VHDL o sinal LED deve ser fornecido a partir do
tornando o projeto mais claro e mais fácil ou tipicamente obrigatórias em qualquer bit 7 do contador DIV.
de ser desenvolvido. Mais a frente veremos projeto (como as bibliotecas) estão marca- Equações lógicas podem ser facilmente
este assunto novamente. dos em negrito. As poucas partes que não implementadas e todos os operadores (fun-
Importante: os sinais e comandos estão em negrito são aquelas dependentes ções) comumente usados estão à disposição.
(palavras reservadas) em VHDL podem e produzidas pelo próprio projetista. Uma equação deste tipo seria, por exemplo:
ser escritos tanto em minúsculas como em A seção ENTITY (entidade) serve como clk_x <= clock and (not div(0)) and div(3);.
maiúsculas ao longo de todo o texto. um cabeçalho onde são indicados todos Neste caso um sinal de saída chamado
os sinais de entrada e de saída do projeto “clk_x” seria o resultado de uma porta
VHDL ou elemento a ser descrito. No exemplo, a AND de três entradas com os sinais clock,
VHDL é uma linguagem típica: simples palavra main é o nome da entidade e nor- bit 0 de DIV invertido e o bit 3 de DIV. Já
em sua funcionalidade básica e complexa malmente também será o nome do arquivo um decodificador de endereço poderia
quando o projetista aproveita todos os seus VHDL. Os sinais no “Port” da entidade ser descrito como chipselect <= ‘0’ when
recursos. possuem um descritor indicando o sentido (addr = ”0011000000000001” and wr = ’0’
Cada projeto em VHDL é sempre do sinal: In, Out e Inout e o tipo do sinal. and ale = ’1’) else ‘1’;. Note-se que o sinal
distribuído em um ou mais arquivos de Os tipos mais usados são: Bit, Std_logic, “chipselect” vai ficar em nível lógico zero
texto, geralmente coma extensão .vhd. Bit_vector e Std_logic_vector. Na prática quando o barramento de endereço for 0x3001
Cada arquivo contém sempre a descrição utiliza-se preferencialmente std_logic ou e ao mesmo tempo tendo os sinais “wr” em
funcional completa de um elemento do pro- std_logic_vector. A razão disto será vista nível zero e “ale” em um. Caso contrário, o
jeto ou mesmo do projeto inteiro. De fato, o mais adiante. sinal ficará em 1. Esta operação lógica uti-
arquivo VHDL de um elemento é um projeto A seção ARCHITECTURE (arquitetura) lizou um recurso do VHDL que é um teste
em si sendo usado como um componente. é onde o projetista descreve o funciona- condicional. Para fazer isso em esquemático
O arquivo principal, topo do projeto, que mento da entidade. A primeira linha da levaria um pouco mais de tempo...
contém referências de interconexão com os arquitetura deve indicar duas coisas: o
outros arquivos pode ser imaginado como tipo de arquitetura (no exemplo: RTL) e o Tipos de sinais
a descrição de um diagrama de blocos. Ge- nome da entidade à qual a arquitetura está Existem diversos tipos pré-definidos
ralmente, funções complexas e já verificadas relacionada (no exemplo: main). O tipo da para serem atribuídos aos sinais. Eles são
são mantidas como um projeto individual arquitetura pode, de fato, ser qualquer nome divididos em dois grupos: ESCALARES e
(análogo a uma sub-rotina bem depurada escolhido pelo projetista. Programas que COMPOSTOS. O quadro 2 mostra os tipos
quando programamos um computador). geram a estrutura de um arquivo VHDL escalares.
Quadro 3. Tipos Compostos: a) Vetores e Arrays - Os vetores são os mais comuns; Quadro 4. Atribuições (conexão) com ve-
b) Record - Barramento composto de vários sinais; c) Agregados (agregates) tores e arrays. A importância na ordem
- forma de associação de sinais. do barramento.
O VHDL não impõe restrições e a ordem de deslocamento (shift register) e a saída momento que a forma posicional serve
(do bit mais significativo para o bit menos resultante usada numa interface serial de para indicar a posição exata de um bit de
significativo) sempre é feita da esquerda comunicação. Outro exemplo é o uso do um barramento. Como no exemplo em 3c,
para a direita. record para descrever microinstruções segunda linha, onde o sinal c vai ligado
Recomenda-se usar consistentemente de um processador. Para acessar as partes no bit 7 de data, o sinal aux(1) vai no bit 6 e
apenas uma orientação, pois do contrário individuais de um record basta usar: assim por diante.
uma conexão entre dois sinais pode signi- Já a forma nomeada indica em que bit
ficar a inversão de um barramento (veja o <signal_name>.<field_name> do barramento o sinal em questão será
quadro 4). ligado. Veja a terceira linha do exemplo
Normalmente, usa-se a ordem DOWN- Exemplo: onde o sinal data(2) é ligado ao bit 14 de
TO por ser a mesma da representação em word. Lembre-se disso, pois estas formas
esquemas e a mais natural aos projetistas Signal contador : std_logic_vector (3 downto 0); posicional e nomeada são empregadas em
de circuitos lógicos. TxPacket.address <= contador; outras referências no VHDL.
A inicialização, feita na declaração TxPacket.num_value := 3; Adicionalmente ao exemplo uma expres-
dos sinais (como indicado no exemplo TxPacket.parity <= contador (0) xor contador são data <= (a,b,c,d,aux); não funcionaria
do quadro 3a – :=”0100”), é útil para a si- (1) xor contador (2) xor contador (3); porque a ferramenta de síntese percebe que
mulação e não é sintetizável. Quando um … os tipos de data e aux são diferentes.
sinal não é inicializado, os simuladores Também a expressão zz <= aux; não
não conseguem calcular os resultados das funcionaria pelo mesmo motivo, contudo
lógicas dependetes deste sinal. No caso Finalmente, os agregados são na verdade isso pode ser resolvido, neste caso, empre-
do ModelSIM, um ou mais sinais e outras a forma de associar partes individuais de gando-se uma função de conversão de tipos:
lógicas dependentes deste de um sinal não outros sinais e constantes de forma a com- zz <= to_stdlogicvector (aux);
inicializado aparecem na janela de análise por um sinal diferente. O uso da palavra Ainda sobre sinais, na representação de
como uma linha vermelha. reservada “others” indica que todas as valores, conforme o tipo usa-se:
Um tipo muito interessante e que demais posições não explicitamente indica-
desperta a imaginação dos projetistas é das devem assumir o estado apontado. Os Bit ou Std_logic = ‘0’ ou ‘1’ ou ‘Z’
Bit_vector ou Std_logic_vector = “0010”
o RECORD. Com ele, monta-se um barra- agregados somente podem ser compostos
ou “1110101001Z00”
mento complexo onde cada parte pode ser de elementos associados de forma posicional Intege = 23 ou 18594 ou 89234551
tratada individualmente. ou nomeada.
Depois este barramento pode ser Os dois modos não podem ser usados
carregado, digamos, em um registrador juntos na mesma atribuição. Vale dizer neste E
Desenvolvimento
Fonte fixa de
12/12,6/13,2 V x 10 A
E
quipamentos de uso móvel tais O uso de um circuito integrado de
Equipamentos de uso móvel como transmissores de VHF, FM, precisão, como referência de tensão, tor-
como transmissores podem ser 11 metros, radioamadores das na esta fonte muito estável e segura na
faixas de ondas curtas, inversores, alimentação de qualquer equipamento
facilmente alimentados pela ba-
etc., exigem correntes elevadas quando indicado para o carro ou bateria como
teria do carro, no entanto, se eles alimentados por uma fonte. Em alguns fonte de alimentação.
forem usados em uma bancada casos, a corrente de operação a máxima
ou precisarem passar por testes, potência pode chegar aos 10 ampères, o Como funciona
que inviabiliza o uso de fontes comuns ou O circuito de entrada consta de um
ajustes ou reparações precisarão simples eliminadores de pilhas. transformador que abaixa a tensão da rede
de uma fonte cuja capacidade O que propomos neste projeto é uma de energia de 110 V ou 220 V para uma
excelente fonte de alimentação de 12 a tensão menor, entre 15 e 20 V sob corrente
de corrente está muito além da
13,2 V que pode fornecer correntes até máxima de 10 A.
fornecida por projetos comuns. O 10 A, servindo pois para a alimentação Há transformadores que podem ser
circuito que descrevemos aqui é de todos os equipamentos descritos na encontrados prontos para esta finalidade.
introdução. Mas, se isso não for possível, o leitor terá
ideal para alimentar transmissores
de comunicações de uso móvel
com potências até 50 W e mesmo
para circuitos especiais, a exemplo
dos inversores.
Newton C. Braga
Os resistores R2, R3 e R4 são de fio de paralelo, caso a corrente máxima desejada Prova e uso
0,22 ohms com pelo menos 2 W de dissi- seja um pouco menor ou maior que a Para provar a fonte, é só ligar algum
pação. Tendo dificuldades em se conse- indicada aqui. aparelho com consumo conhecido em sua
guir estes valores de resistores, existem Por exemplo, com dois transistores saída, e verificar se a tensão se mantém
alternativas: 2N3055 poderemos ter uma fonte até 5 ou estável. Uma lâmpada de 12 V de farol de
• Ligação de dois resistores de 0,47 6 A; e com apenas um, a fonte chegará aos carro é uma boa carga para esta prova.
ohms x 1 W em paralelo. 3 ou 4 A de saída. Na ligação de equipamentos eletrôni-
• Ligação de quatro resistores de 1 Por outro lado, acrescentando mais um cos em geral tais como transmissores, apa-
ohm x 1W em paralelo. transistor, levando a 4, poderemos ter saí- relhos de som, transceptores e toca-fitas é
A chave S2 seleciona a tensão de saída: das que superam os 12 A. Evidentemente, preciso observar a polaridade dos fios.
na posição A temos 12 V, na posição B te- o transformador e os diodos deverão ter A lâmpada néon é opcional, servindo
mos 12,6 V e na posição C temos 13,2 V. suas especificações alteradas para as novas apenas para indicar que a fonte se encon-
O resistor R6 deve ser de fio com pelo correntes que deverão ser fornecidas. tra ligada. E
menos 5 W de dissipação.
Observamos que os fios de ligação que
conduzem as correntes principais devem
ser todos grossos (18 ou 16).
Uma outra modificação possível para
este projeto consiste em se alterar a quan-
tidade de transistores 2N3055 ligados em
Lista de Materiais
Semicondutores:
CI1 - 7812 - circuito integrado regu-
lador de tensão
Q1, Q2, Q3 - 2N3055 - transistores NPN
de alta potência
D1 a D2 - diodos SK2 ou SK3 (Semi-
kron)
D3, D4 - 1N4002 - diodos de silício
Resistores:
R1 - 220 kW x 1/8 W
R2, R3, R4 - 0,22W x 2 W - fio
R5 - 2,2 kW x ½ W
R6 - 100W x 5 W - fio
Capacitores:
C1 - 10 000 µF x 35 V - eletrolítico
- ver texto
C2 - 100 µF x 16 V - eletrolítico
Diversos:
NE-1 - lâmpada néon comum
S1 - Interruptor simples
S2 - Chave de 1 polo x 3 posições,
rotativa
T1 - Transformador com primário
conforme a rede local de energia
e secundário de 15 a 22 V x 10 A
- ver texto
F1 - Fusível de 3 A
F2 - Fusível de 15 A