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Arte Brasileira
Material Teórico
O Século XIX no Brasil – Da Estética Neoclássica às Tendências
Modernizantes do Final do Século
Revisão Textual:
Profa. Ms. Alessandra Fabiana Cavalcanti
O Século XIX no Brasil – Da Estética Neoclássica
às Tendências Modernizantes do Final do Século
OBJETIVO DE APRENDIZADO
· Conhecer o contexto histórico do império e a construção imagética
do Brasil oitocentista, por meio da estética neoclássica, academicista
e das rupturas do final de século.
· Conhecer a produção dos artistas viajantes do período.
· Analisar e comparar as similaridades e as diferenciações estilísticas
dos movimentos e principais artistas.
· Ampliar as leituras históricas propiciadas pelas obras do período,
compreendendo-as como construções narrativas.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja uma maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.
Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.
Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.
Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como o seu “momento do estudo”.
No material de cada Unidade, há leituras indicadas. Entre elas: artigos científicos, livros, vídeos e
sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você também
encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados.
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discussão,
pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato
com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e aprendizagem.
UNIDADE O Século XIX no Brasil – Da Estética Neoclássica
às Tendências Modernizantes do Final do Século
De colônia a império:
A Missão Artística Francesa
Um Novo Contexto
Na Europa, o séc. XVIII traz o rompimento com os estilos artísticos anteriores,
o barroco e o rococó, através das ideias iluministas e da arte neoclássica. É o
período da razão absoluta, do cientificismo e das metodologias como discurso e
como práxis, o que possibilita não só a Revolução Industrial, a máquina a vapor
e as novas tecnologias que irão se impor no séc. XIX; mas também um novo
olhar sobre a política, a religião, as relações sociais, a história e a arte. O intenso
racionalismo proposto nas ideias iluministas trazia em seu âmago a negação de
um estado absolutista e da dominação religiosa. O rigor racional deveria coincidir
com a liberdade individual e a busca pela felicidade. As escavações arqueológicas
de Herculano (1737) e de Pompéia (1748) foram vistas como fontes concretas de
conhecimento sobre a vida e a arte na antiguidade e promoveram o revival clássico
que caracteriza o neoclassicismo.
Em 1807, o cenário europeu era de plena guerra. Napoleão Bonaparte (fig. 1),
o maior estrategista militar dos tempos modernos, despertava medo e admiração
em iguais proporções. Determinado a dominar a Inglaterra, que resistia à altura,
obrigou todas as nações aliadas à aderirem ao bloqueio continental – proibindo
as relações comerciais. Dom João VI (fig. 2), soberano português, recebeu os
termos de Napoleão – deveria cortar todas as relações com a Inglaterra e ainda
declarar guerra. Dom João blefou com Napoleão e fez um acordo com a Inglaterra:
proteção naval em troca de livre comércio nos portos brasileiros. Assim, toda a
corte portuguesa juntamente com o governo, os funcionários e o aparato do estado
– entre 10.000 e 15.000 pessoas – vieram em mais de 40 embarcações rumo ao
Brasil. E a Coroa transferiu-se para os trópicos.
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Figura 1 – A travessia dos Alpes por Napoleão Bonaparte -
JACQUES-LOUIS DAVID 1800. Coleção Castelo de Malmaison
Fonte: Wikimedia Commons
Figura 2 – Retrato de Dom João VI - Debret, Jean Baptiste, Óleo sobre tela | (1817).
Museu Nacional de Belas Artes | Rio de Janeiro – Brasil. Dimensões da obra: 60 x 42 cm
Fonte: mnba.gov.br
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Explor
Sobre a vinda de D. João VI ao Brasil, leia o fascinante livro 1808, de Laurentino Gomes.
Divertido, irreverente e curioso relata este episódio da história do Brasil de forma nada
protocolar, a começar pelo título: Como uma rainha louca, um príncipe medroso e uma corte
corrupta enganaram Napoleão e mudaram a História de Portugal e do Brasil.
A Missão Francesa
Muito já se escreveu sobre a Missão Artística Francesa, termo que aparece
pela primeira vez em um artigo de Afonso d’Escragnolle Taunay de 1911 (DIAS,
BARCINSKY, 2015), descendente de um dos artistas da Missão e talvez um dos
mais influentes construtores da história brasileira. Pesquisas, análises e relatos
sobre um grupo de artistas franceses que teriam vindo ao Brasil com um projeto
civilizatório, relacionando arte, política e uma nova identidade nacional.
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Figura 3 – JEAN BAPTISTE DEBRET. Desembarque da princesa Leopoldina ao Rio de Janeiro.
Viagem pitoresca e histórica ao Brasil. Tomo 3. p. 54. Acervo Fundação Biblioteca Nacional
Fonte: Wikimedia Commons
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Figura 5 –JEAN BAPTISTE DEBRET. Negra com tatuagens vendendo cajus, 1827.
Aquarela, 15,7 x 21,6 cm. Coleção Museu Castro Maia, RJ
Fonte: Wikimedia Commons
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Figura 7 –NICOLAS ANTOINE TAUNAY. Vista do outeiro, praia e Igreja da Glória, c. 1817
Óleo sobre tela, 37 x 48,5 cm. Coleção Museu Castro Maia, RJ
Fonte: Wikimedia Commons
Figura 8 –NICOLAS-ANTOINE TAUNAY. Entrada da baía e da cidade do Rio, a partir do terraço do convento
de Santo Antônio. Óleo sobre tela, 45 x 56,5 cm, 1816. Coleção Museu Nacional de Belas Artes
Fonte: Wikimedia Commons
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Retorna à França em 1821, em função da nomeação de Henrique José da Silva, como diretor da Real
Academia de Desenho, Pintura, Escultura e Arquitetura Civil (futura AIBA) – indica seu filho Félix Taunay
como seu substituto da cadeira de pintura e paisagem.
O prédio projetado por Montigny, que se localizava na Rua do Ouvidor, foi demolido na década
Explor
de 1930. Lucio Costa, arquiteto e urbanista, conseguiu transferir a fachada preservada para
o Jardim Botânico. A escola foi transferida em 1908 para o prédio onde hoje se encontra o
Museu Nacional de Belas Artes – construção eclética do arquiteto Morales de los Rios.
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Outros fatos políticos das primeiras décadas do século XIX possibilitaram o
livre fluxo de estrangeiros no país, mas, principalmente, o primeiro casamento
de D. Pedro com uma princesa austríaca – erudita e politizada, que despertou
sobremaneira o interesse do mundo científico pelo Brasil. Assim, por ocasião do
casamento da arquiduquesa austríaca Carolina Josefa Leopoldina com Dom Pedro
de Alcântara, herdeiro real, vem ao Brasil a Missão Austríaca, uma expedição
científica de História Natural, com o objetivo de reunir informações sobre o país
e posteriormente organizar um museu brasileiro em Viena. A Missão Austríaca,
chefiada por Karl Philip von Martius e Johann von Spix, nos legou as esplêndidas
aquarelas de Thomas Ender (fig.10).
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A Academia Imperial de
Belas Artes e sua época
Debret e Montigny se empenharam durante anos para a fundação da Academia
Imperial de Belas Artes, de acordo com os moldes imaginados por Le Breton.
Enquanto ela não saía do papel, ambos davam aulas não-oficiais em ateliês
alugados – formando artistas e direcionando o estudo que viria a ser oficial – dentro
das diretrizes do neoclassicismo. Em novembro de 1826, a AIBA finalmente é
inaugurada, iniciando-se uma sistematização de ensino similar às das academias
europeias. A ideia inicial, prevista por Le Breton, aproximava as belas artes e as
artes industriais, tornando a academia mais democrática e prática às realizações
pretendidas. A parte dos “ofícios” não aconteceu, e a AIBA tornou-se efetivamente
uma escola de arte, muito ligada ao ensino do desenho de nus e de observação de
clássicos. Junto ao ensino, a academia passa a fazer exposições:
“...de absoluta importância para o desenvolvimento artístico do Brasil,
para o surgimento da crítica de arte e o início da formação do gosto
privado, com vistas a um futuro colecionismo.” (DIAS; BARCINSKY,
2015, p.161).
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Entre 1854 e 1857, a AIBA é dirigida pela primeira vez por brasileiro: o pintor,
caricaturista e crítico de arte Araújo Porto Alegre. Ele busca uma modernização
e uma brasilidade na academia – a pintura de paisagens deveria coincidir com
a natureza brasileira, e não com cópia de quadros famosos; o curso deveria
abranger o estudo da música e da história da arte, solidificando as bases teóricas do
ensino, e deveria também abranger os ofícios, com aulas de desenho geométrico e
matemática, desenho de ornatos, etc.
É neste período que uma forte tendência romântica insurge na AIBA, mas um
romantismo que tangencia o neoclassicismo – duas pontas de opostos que se
confundem. O romantismo efetivado no século XIX, no Brasil, dá um tratamento
idealizado às temáticas, principalmente as históricas, indigenistas e mesmo
paisagísticas, com um sutil colorismo emocional, porém sem abrir mão de métodos
acadêmicos ligados ao neoclassicismo; busca a aceitação da arte oficial e dos padrões
vigentes. É o chamado academicismo, termo que deve ser usado com cautela,
posto seu forte teor pejorativo. O academicismo levado à termo na AIBA liga-se
à cópia de padrões, referências europeias, mas com adaptações modernizantes,
nacionalistas e eventualmente individuais.
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Já Moema (fig. 14), do mesmo artista, tornou-se exemplo para esse gênero de
pintura, na segunda metade do XIX:
“que permitia a união do indianismo ao romance sentimental e ao
erotismo, por meio da imagem feminina” (MIGLIACCIO; BARSINSKY,
2015; p. 181).
Figura 14 – MEIRELLES, Moema, 1866. Óleo sobre tela. 129x 190 cm. Coleção MASP
Fonte: Wikimedia Commons
Figura 15 – AMÉRICO. Independência ou morte, 1888.óleo sobre tela,415 x 760cm. Museu Paulista, SP
Fonte: Wikimedia Commons
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A partir de 1884, o artista alemão Georg Grimm (fig. 16) apresenta uma nova
proposta de pintura de paisagem – feita diretamente a partir da observação, ao ar
livre. Jovens artistas se reúnem e posteriormente são conhecidos como “Grupo
Grimm”. Pintores como Antônio Parreiras, França Júnior, Castagneto (fig. 17),
Caron e o pintor alemão Thomas Driendl, produziram uma arte fresca e autêntica,
que teve aceitação popular, porém não foi aceita na AIBA pela subversão da
metodologia acadêmica.
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Dom Pedro II tinha forte influência sobre a arte no Brasil. O Império financiava
a AIBA, as bolsas viagens e, eventualmente, o imperador custeava do próprio bolso
viagens e aquisições. Isso aconteceu com José Ferraz de Almeida Junior, paulista
da cidade de Itu, desde muito jovem demonstrou talento artístico. Consegue estudar
na AIBA com recursos dos moradores da cidade, e se sobressai na academia.
Ao final do curso, sem concorrer à bolsa viagem, volta à Itu. O imperador, em
viagem à cidade, conhece seu trabalho e paga sua bolsa em Paris. Estuda com um
dos mestres do período, o pintor Cabanel e produz obras importantes, como O
descanso do modelo (fig. 18). Mas são os personagens rurais, tipos vívidos, quase
realistas, que dão o destaque à obra de Almeida Jr. O gesto simples, do cotidiano,
com o detalhismo vívido da figura, gesto, ambiente de Caipira picando fumo
(fig. 19) traduzem a obra fartamente brasileira do artista.
Figura 18 – ALMEIDA JÚNIOR. O descanso do modelo, 1892. óleo sobre tela, 100x130.
Acervo Museu Nacional de Belas Artes Foto: Romulo Fialdini
Fonte: Wikimedia Commons
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Figura 21 – RODOLFO AMOEDO. Estudo de Mulher, 1884.
Óleo sobre tela, 150 x 200 cm. Acervo Museu Nacional de Belas Artes
Fonte: mnba.gov.br
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Figura 24 – MANUEL DE ARAÚJO PORTO ALEGRE, Sagração de D. Pedro II.
Óleo sobre tela, e 1840, 1 100 x 800m. Coleção Museu de história Nacional
Fonte: Wikimedia Commons
Figura 25 – 25 Charge de AGOSTINI. 1882. Dom Pedro II é derrubado do trono, Revista Ilustrada nº 283
Fonte: Revista Illustrada - memoria.bn.br
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Em São Paulo, 1956. Waldemar Cordeiro (fig. 27) – mentor do grupo Ruptura
– diz em seu texto O Objeto, publicado na revista Arquitetura e Decoração:
É por força dos objetos que o homem adquire e desenvolve o conhecimento.
Leonardo escreveu que a experiência é a mãe da razão. A sensibilidade
é a chave de todo um mundo de valores. A arte representa os momentos
qualitativos da sensibilidade elevados a pensamento. Um ‘pensamento
por imagens’. A universalidade da arte é a universalidade do objeto.
(COCHIARALE E GEIGER; 1987, p. 223)
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Figura 27 – WALDEMAR CORDEIRO, Movimento. 1951,
Têmperas. Tela. 90,1x95,3 cm. Coleção MAC USP
Fonte: macvirtual.usp.br
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As críticas constantes ao movimento Concretista apontam como equívoco a
indiferença dos nossos artistas com a nossa realidade e a subserviência aos modelos
culturais hegemônicos. Com certeza, o momento otimista pelo qual passava o
país não era suficiente para apagar nossas mazelas econômicas e sociais, mas
seria obrigatório a arte apenas refletir a realidade? O interagir com a sociedade,
proporcionando alternativas sígnicas de relação estética, não seria também uma
função da arte?
Nos dois momentos históricos buscou-se uma nova realidade, uma nova
construção da história brasileira. O Neoclassicismo do século XIX, com sua
racionalidade e rigor formal, traduziu o anseio de um Império dos trópicos. O
Abstracionismo Geométrico dos anos 50, igualmente racional e rigoroso, ajudou a
construir a imagem de um pais que apostou no progresso.
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Livros
1808 – Como uma Rainha Louca, um Príncipe Medroso e uma Corte Corrupta enganaram Napoleão e mudaram a
História de Portugal e do Brasil
São Paulo: Editora Planeta, 2007.
1822 - Como um Homem Sábio, uma Princesa Triste e um Escocês Louco por Dinheiro ajudaram D. Pedro a criar o Brasil
um país que tinha tudo para não dar errado. São Paulo: Nova Fronteira 2010.
1899 - Como um Imperador Cansado, um Marechal Vaidoso e um Professor Injustiçado contribuíram para o Fim da
Monarquia e a Proclamação da República no Brasil
Rio de Janeiro: Editora O Globo. 2013.
SCHWARCZ, Lilia Moritz. O Sol do Brasil
Nicolas-Antoine Taunay e as desventuras dos artistas franceses na corte de D. João.
São Paulo: Companhia das Letras, 2008.
Filmes
Carlota Joaquina, a Princesa do Brasil
A atriz Marieta Severo interpreta a princesa Carlota, de forte personalidade e que se
casa com apenas 10 anos com o príncipe Dom João VI (Marco Nanini). Um painel
extravagante da vinda da Família Real ao Brasil.
Visite
Museu Nacional de Belas Artes
Herdeiro direto da AIBA/ENBA, tem uma espetacular coleção de arte brasileira do
século XIX. O prédio projetado por Adolfo Morales de los Rios, foi sede da Escola de
Belas Artes e hoje é um bem tombado pelo IPHAN.
https://goo.gl/wC42Xf
Pinacoteca do Estado, São Paulo
Em um maravilhoso prédio dos escritórios de Ramos de Azevedo, este museu tem
amplo acervo de século XIX, além de modernistas, contemporâneos, estrangeiros e
ótimas exposições temporárias.
https://goo.gl/CJU0p
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Referências
BARCINSKI, F. W. Sobre a Arte Brasileira. São Paulo: Martins Fontes, 2015
A Propósito d’O Brasil dos Viajantes. In Revista da USP nº30. Disponível em:
<http://www.revistas.usp.br/revusp/article/view/25903>
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