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História da

Arte Brasileira
Material Teórico
O Século XIX no Brasil – Da Estética Neoclássica às Tendências
Modernizantes do Final do Século

Responsável pelo Conteúdo:


Profa. Ms. Sonia Leni Chamon

Revisão Textual:
Profa. Ms. Alessandra Fabiana Cavalcanti
O Século XIX no Brasil – Da Estética Neoclássica
às Tendências Modernizantes do Final do Século

• De colônia a império: A Missão Artística Francesa


• A Academia Imperial de Belas Artes e sua Época
• A Escola Nacional de Belas Artes e sua Época
• Conexões Contemporâneas: A Construção de um País pela Arte
(O Neoclassicismo do Século XIX e o Projeto Construtivo do
Concretismo dos Anos 50)

OBJETIVO DE APRENDIZADO
· Conhecer o contexto histórico do império e a construção imagética
do Brasil oitocentista, por meio da estética neoclássica, academicista
e das rupturas do final de século.
· Conhecer a produção dos artistas viajantes do período.
· Analisar e comparar as similaridades e as diferenciações estilísticas
dos movimentos e principais artistas.
· Ampliar as leituras históricas propiciadas pelas obras do período,
compreendendo-as como construções narrativas.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja uma maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.

Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.

Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.

Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como o seu “momento do estudo”.

Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar, lembre-se de que uma


alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo.

No material de cada Unidade, há leituras indicadas. Entre elas: artigos científicos, livros, vídeos e
sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você também
encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados.

Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discussão,
pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato
com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e aprendizagem.
UNIDADE O Século XIX no Brasil – Da Estética Neoclássica
às Tendências Modernizantes do Final do Século

De colônia a império:
A Missão Artística Francesa
Um Novo Contexto
Na Europa, o séc. XVIII traz o rompimento com os estilos artísticos anteriores,
o barroco e o rococó, através das ideias iluministas e da arte neoclássica. É o
período da razão absoluta, do cientificismo e das metodologias como discurso e
como práxis, o que possibilita não só a Revolução Industrial, a máquina a vapor
e as novas tecnologias que irão se impor no séc. XIX; mas também um novo
olhar sobre a política, a religião, as relações sociais, a história e a arte. O intenso
racionalismo proposto nas ideias iluministas trazia em seu âmago a negação de
um estado absolutista e da dominação religiosa. O rigor racional deveria coincidir
com a liberdade individual e a busca pela felicidade. As escavações arqueológicas
de Herculano (1737) e de Pompéia (1748) foram vistas como fontes concretas de
conhecimento sobre a vida e a arte na antiguidade e promoveram o revival clássico
que caracteriza o neoclassicismo.

Revival: termo inglês correspondente a historicismo – elementos estilísticos de uma época


Explor

transpostos ou adaptados para outro período.

Este é o contexto de ideias no qual subsistem a Revolução Francesa, a ascensão


e a queda de Napoleão Bonaparte e os primórdios da revolução Industrial. É um
momento tão fundamental para a humanidade, que historicamente dá início à
chamada Idade Contemporânea.

Em 1807, o cenário europeu era de plena guerra. Napoleão Bonaparte (fig. 1),
o maior estrategista militar dos tempos modernos, despertava medo e admiração
em iguais proporções. Determinado a dominar a Inglaterra, que resistia à altura,
obrigou todas as nações aliadas à aderirem ao bloqueio continental – proibindo
as relações comerciais. Dom João VI (fig. 2), soberano português, recebeu os
termos de Napoleão – deveria cortar todas as relações com a Inglaterra e ainda
declarar guerra. Dom João blefou com Napoleão e fez um acordo com a Inglaterra:
proteção naval em troca de livre comércio nos portos brasileiros. Assim, toda a
corte portuguesa juntamente com o governo, os funcionários e o aparato do estado
– entre 10.000 e 15.000 pessoas – vieram em mais de 40 embarcações rumo ao
Brasil. E a Coroa transferiu-se para os trópicos.

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Figura 1 – A travessia dos Alpes por Napoleão Bonaparte -
JACQUES-LOUIS DAVID 1800. Coleção Castelo de Malmaison
Fonte: Wikimedia Commons

Figura 2 – Retrato de Dom João VI - Debret, Jean Baptiste, Óleo sobre tela | (1817).
Museu Nacional de Belas Artes | Rio de Janeiro – Brasil. Dimensões da obra: 60 x 42 cm
Fonte: mnba.gov.br

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UNIDADE O Século XIX no Brasil – Da Estética Neoclássica
às Tendências Modernizantes do Final do Século

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Sobre a vinda de D. João VI ao Brasil, leia o fascinante livro 1808, de Laurentino Gomes.
Divertido, irreverente e curioso relata este episódio da história do Brasil de forma nada
protocolar, a começar pelo título: Como uma rainha louca, um príncipe medroso e uma corte
corrupta enganaram Napoleão e mudaram a História de Portugal e do Brasil.

A Missão Francesa
Muito já se escreveu sobre a Missão Artística Francesa, termo que aparece
pela primeira vez em um artigo de Afonso d’Escragnolle Taunay de 1911 (DIAS,
BARCINSKY, 2015), descendente de um dos artistas da Missão e talvez um dos
mais influentes construtores da história brasileira. Pesquisas, análises e relatos
sobre um grupo de artistas franceses que teriam vindo ao Brasil com um projeto
civilizatório, relacionando arte, política e uma nova identidade nacional.

Com a queda de Napoleão Bonaparte, artistas ligados ao soberano buscaram


proteção da coroa portuguesa instalada no Brasil. Correspondências travadas entre
Le Breton, artista chefe da Missão, e o diplomata português Cavaleiro Francisco
de Brito demonstram que artistas franceses oferecem seus serviços e D. João os
acolhe, como uma das estratégias no processo de modernização do Rio de Janeiro
e de afirmação da corte no país. Assim, em 26 de março de 1816 aportam no
Rio de Janeiro: Joachim Le Breton (1760-1819), secretário recém-destituído da
classe de Belas Artes do Institut de France; pintor histórico Jean Baptiste Debret
(1768-1848); o paisagista Nicolas Antoine Taunay (1755-1830) e seu irmão, o
escultor Auguste-Marie Taunay (1768-1824); o arquiteto Grandjean de Montigny
(1776-1850) e outros artistas e técnicos.

O objetivo fundamental da Missão Artística Francesa era fundar a Academia


de Arte do Reino Unido (Portugal, Brasil e Algarves) e difundir a arte neoclássica,
apoiando a monarquia no estabelecimento da coroa. Eventos importantes
estavam acontecendo e, de certa forma, fizeram com que os planos iniciais dos
artistas ficassem delegados a segundo plano. O que se efetivou no período que
permaneceram no Brasil como pensionários da coroa, foi trabalho como artistas e
professores autônomos, organizaram os eventos políticos importantes, dando-lhes
“roupagem” necessária (cenarizações efêmeras), organizaram acervos e indicaram
padrões de gosto e imaginário político.

Organizaram e registraram a coroação de D. João VI, o Desembarque da


Princesa Leopoldina ao Rio de Janeiro (fig.3), o casamento real, a Coroação de
D. Pedro I (fig 4) entre outros eventos da corte.

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Figura 3 – JEAN BAPTISTE DEBRET. Desembarque da princesa Leopoldina ao Rio de Janeiro.
Viagem pitoresca e histórica ao Brasil. Tomo 3. p. 54. Acervo Fundação Biblioteca Nacional
Fonte: Wikimedia Commons

Figura 4 – JEAN BAPTISTE DEBRET. Coroação de D. Pedro. s.d.


Óleo sobre tela 43.0x 63.0cm. Coleção Palácio Itamaraty
Fonte: Wikimedia Commons

Quando finalmente é inaugurada a da Real Academia de Desenho, Pintura,


Escultura e Arquitetura Civil (futura Academia Imperial de Belas Artes - AIBA), Le
Breton já é falecido e um português, Henrique José da Silva, é nomeado diretor.
Gradativamente, os demais franceses da Missão Artística retornam ao seu país,
com exceção de Montigny, que permanece no Brasil.

Jean Baptiste Debret: Permanece no Brasil por 15 anos. Pintor oficial da


corte, foi também gravurista, escritor, professor, cenógrafo, decorador, criador de
emblemática (é dele a bandeira do Império), cerimonial e etiqueta do império. Como
artista viajante, retratou em aquarela tipos humanos (fig. 5), costumes e paisagens
(fig. 6) de diversas partes do Brasil – registrados posteriormente (1834/1839) nos
três volumes de Viagem Pitoresca Histórica ao Brasil. Esta produção traduz seu
dilema entre a formação clássica e positivista e a realidade brasileira.

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às Tendências Modernizantes do Final do Século

Figura 5 –JEAN BAPTISTE DEBRET. Negra com tatuagens vendendo cajus, 1827.
Aquarela, 15,7 x 21,6 cm. Coleção Museu Castro Maia, RJ
Fonte: Wikimedia Commons

Figura 6 –JEAN BAPTISTE DEBRET. Paranaguá, 1824.


Aquarela, 10 x 36 cm. Coleção Museu Castro Maia, RJ
Fonte: museuscastromaya.com.br

Nicolas Taunay: Importante pintor bonapartista, integra o Institut de France e


tem considerável fama em seu meio. Vem para o Brasil com 61 anos de idade, em
1816 com a família (seus filhos Félix Émile Taunay e Aimé Adrien Taunay tornam-
se importantes artistas). Executa diversas paisagens, nas quais seu olhar clássico
adapta as luxuriantes vistas cariocas. Paisagens idílicas, com uma luz misteriosa,
inauguram esta temática no Brasil (figs. 7 e 8).

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Figura 7 –NICOLAS ANTOINE TAUNAY. Vista do outeiro, praia e Igreja da Glória, c. 1817
Óleo sobre tela, 37 x 48,5 cm. Coleção Museu Castro Maia, RJ
Fonte: Wikimedia Commons

Figura 8 –NICOLAS-ANTOINE TAUNAY. Entrada da baía e da cidade do Rio, a partir do terraço do convento
de Santo Antônio. Óleo sobre tela, 45 x 56,5 cm, 1816. Coleção Museu Nacional de Belas Artes
Fonte: Wikimedia Commons

Retorna à França em 1821, em função da nomeação de Henrique José da Silva,


como diretor da Real Academia de Desenho, Pintura, Escultura e Arquitetura Civil
(futura AIBA) – indica seu filho Félix Taunay como seu substituto da cadeira de
pintura e paisagem.

Grandjean De Montigny: Estudou na École d’Architetucture, na França,


durante a Revolução Francesa. Desenvolveu alguns projetos importantes na França
e na Itália. É o primeiro professor de arquitetura do Brasil, na AIBA, e o introdutor
da arquitetura neoclássica, a qual adapta em função do traçado irregular da cidade,
da disponibilidade técnica e das limitações econômicas impostas pela coroa. Seu
primeiro projeto é o prédio da AIBA (fig. 9) o qual, após a demolição nos anos 40,
tem sua fachada perpetuada no Jardim Botânico. Construções que permaneceram:
sua residência na Gávea, Casa França-Brasil.

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Figura 9 –ACADEMIA IMPERIAL DE BELAS ARTES


Fonte: www.eba.ufrj.br

Retorna à França em 1821, em função da nomeação de Henrique José da Silva, como diretor da Real
Academia de Desenho, Pintura, Escultura e Arquitetura Civil (futura AIBA) – indica seu filho Félix Taunay
como seu substituto da cadeira de pintura e paisagem.

Grandjean De Montigny: Estudou na École d’Architetucture, na França,


durante a Revolução Francesa. Desenvolveu alguns projetos importantes na França
e na Itália. É o primeiro professor de arquitetura do Brasil, na AIBA, e o introdutor
da arquitetura neoclássica, a qual adapta em função do traçado irregular da cidade,
da disponibilidade técnica e das limitações econômicas impostas pela coroa. Seu
primeiro projeto é o prédio da AIBA (fig. 9) o qual, após a demolição nos anos 40,
tem sua fachada perpetuada no Jardim Botânico. Construções que permaneceram:
sua residência na Gávea, Casa França-Brasil.

O prédio projetado por Montigny, que se localizava na Rua do Ouvidor, foi demolido na década
Explor

de 1930. Lucio Costa, arquiteto e urbanista, conseguiu transferir a fachada preservada para
o Jardim Botânico. A escola foi transferida em 1908 para o prédio onde hoje se encontra o
Museu Nacional de Belas Artes – construção eclética do arquiteto Morales de los Rios.

Sobre os Artistas Viajantes do Século XIX


O Brasil adentra o século XIX politicamente aberto para receber os viajantes
e as suas expedições. A chegada da família real e da corte portuguesa em 1808,
e a imediata decisão de D. João VI em abrir os portos ao comércio estrangeiro,
principalmente à Inglaterra, e a criação do Reino Unido de Portugal, Brasil e
Algarves, em 1815 estabeleceram condições de visitação ampla ao país, alterando
a prática colonial de hermetismo ao estrangeiro. A vinda da Missão Artística
Francesa, em 1816, estabelece novas possibilidades artísticas, renovando a posição
social do artista e a sua influência junto à corte. O grande cronista visual da Missão
Francesa, como vimos, é Jean Baptiste Debret.

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Outros fatos políticos das primeiras décadas do século XIX possibilitaram o
livre fluxo de estrangeiros no país, mas, principalmente, o primeiro casamento
de D. Pedro com uma princesa austríaca – erudita e politizada, que despertou
sobremaneira o interesse do mundo científico pelo Brasil. Assim, por ocasião do
casamento da arquiduquesa austríaca Carolina Josefa Leopoldina com Dom Pedro
de Alcântara, herdeiro real, vem ao Brasil a Missão Austríaca, uma expedição
científica de História Natural, com o objetivo de reunir informações sobre o país
e posteriormente organizar um museu brasileiro em Viena. A Missão Austríaca,
chefiada por Karl Philip von Martius e Johann von Spix, nos legou as esplêndidas
aquarelas de Thomas Ender (fig.10).

Figura 10 –THOMAS ENDER, Vista de Vila Rica (Ouro Preto).


Aquarela. Coleção Academia Künste Wien
Fonte: akbild.ac.at

No decorrer do século, várias expedições aconteceram, visitando as mais diversas


localidades do país. A Expedição Langsdorff, sob o patrocínio do governo russo,
estende suas pesquisas do Rio de Janeiro a Minas Gerais, mas tem sua principal
atividade entre o interior de São Paulo, seguindo o curso do Rio Tietê até o Rio
Paraná, chegando ao Mato Grosso até o Amazonas. Grandes artistas participaram
desta expedição - Johann Moritz Rugendas, Adrien- Aimée Taunay (fig. 11) e
Hercule Florence.

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às Tendências Modernizantes do Final do Século

Figura 11 –ADRIEN-AIMÉE TAUNAY. Convento dos Capuchinhos em Santos,


1825, aquarela. Coleção: Academia de Ciências de São Petersburgo
Fonte: Academia de Ciências de São Petersburgo

Os anais das missões e das expedições em terras brasileiras permitem um vasto


campo de estudo na investigação da produção dos artistas viajantes no Brasil,
possibilitando, ainda, interpretar o seu olhar, perscrutar suas intencionalidades,
analisar suas obras em um processo de mediação entre uma realidade existente e
outra construída. Como nas palavras de Ana Maria de Moraes Belluzzo:
O legado iconográfico e a literatura de viagem dos cronistas europeus
trazem sempre a possibilidade de novas aproximações com a história do
Brasil. No entanto, essas obras só podem dar a ver um Brasil pensado por
outros. O olhar dos viajantes espelha, também a condição de nos vermos
pelos olhos deles. (BELLUZZO, Revista da USP nº30)

Faça o download do catálogo da exposição Langsdorff, do Centro cultural Banco do Brasil,


Explor

em 2010, curadoria de Boris N. Komissarov, um dos maiores especialistas em Langsdorff.


Imagens maravilhosas de artistas desta expedição, talvez a maior aventura do século XIX.
https://goo.gl/JbPvea

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A Academia Imperial de
Belas Artes e sua época
Debret e Montigny se empenharam durante anos para a fundação da Academia
Imperial de Belas Artes, de acordo com os moldes imaginados por Le Breton.
Enquanto ela não saía do papel, ambos davam aulas não-oficiais em ateliês
alugados – formando artistas e direcionando o estudo que viria a ser oficial – dentro
das diretrizes do neoclassicismo. Em novembro de 1826, a AIBA finalmente é
inaugurada, iniciando-se uma sistematização de ensino similar às das academias
europeias. A ideia inicial, prevista por Le Breton, aproximava as belas artes e as
artes industriais, tornando a academia mais democrática e prática às realizações
pretendidas. A parte dos “ofícios” não aconteceu, e a AIBA tornou-se efetivamente
uma escola de arte, muito ligada ao ensino do desenho de nus e de observação de
clássicos. Junto ao ensino, a academia passa a fazer exposições:
“...de absoluta importância para o desenvolvimento artístico do Brasil,
para o surgimento da crítica de arte e o início da formação do gosto
privado, com vistas a um futuro colecionismo.” (DIAS; BARCINSKY,
2015, p.161).

Entre 1834 e 1851, o pintor Félix Émile Taunay,


filho de Nicolas Taunay, dirige a AIBA, estruturando-a
quanto à metodologia; criando as Exposições Gerais
de Belas Artes, em 1840 – o mais importante evento
artístico anual do século XIX no Brasil; organizando
a pinacoteca ligada à AIBA, 1843; e instituindo o
cobiçado prêmio viagem, 1845, através do qual tantos
artistas brasileiros conseguiram estudar na Europa,
principalmente em Roma ou Paris. A importância de
Félix Taunay não se liga apenas à AIBA, sua influência
junto à D. Pedro II (fig. 12) é imensa – professor e
conselheiro desde a adolescência do soberano, o guiou
Figura 12 –FÉLIX ÉMILE TAUNAY.
para uma vida de extrema erudição e para a formação Retrato de D. Pedro II, 1837.Acervo
de uma identidade cultural na coroa dos trópicos – o Museu Nacional de Belas Artes
que será melhor analisado mais à frente. Fonte: brasil.gov.br

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às Tendências Modernizantes do Final do Século

Entre 1854 e 1857, a AIBA é dirigida pela primeira vez por brasileiro: o pintor,
caricaturista e crítico de arte Araújo Porto Alegre. Ele busca uma modernização
e uma brasilidade na academia – a pintura de paisagens deveria coincidir com
a natureza brasileira, e não com cópia de quadros famosos; o curso deveria
abranger o estudo da música e da história da arte, solidificando as bases teóricas do
ensino, e deveria também abranger os ofícios, com aulas de desenho geométrico e
matemática, desenho de ornatos, etc.

É neste período que uma forte tendência romântica insurge na AIBA, mas um
romantismo que tangencia o neoclassicismo – duas pontas de opostos que se
confundem. O romantismo efetivado no século XIX, no Brasil, dá um tratamento
idealizado às temáticas, principalmente as históricas, indigenistas e mesmo
paisagísticas, com um sutil colorismo emocional, porém sem abrir mão de métodos
acadêmicos ligados ao neoclassicismo; busca a aceitação da arte oficial e dos padrões
vigentes. É o chamado academicismo, termo que deve ser usado com cautela,
posto seu forte teor pejorativo. O academicismo levado à termo na AIBA liga-se
à cópia de padrões, referências europeias, mas com adaptações modernizantes,
nacionalistas e eventualmente individuais.

Os gigantes deste período são os artistas Victor Meireles e Pedro Américo.


Rivais pela opinião popular, divididas e enfáticas nos jornais da época, produziram
obras emblemáticas e fundamentais para a história da arte brasileira. É de Meirelles
A primeira missa no Brasil (fig. 13), obra que foi produzida a partir dos escritos
da carta de Pero Vaz de Caminha, de 1500. Araújo Porto Alegre assessorava,
indicando vegetações e paisagens. A composição da obra segue referências,
sobretudo francesas, de pinturas históricas. Porém, é uma construção histórica,
algo idealizada e estetizada. Mas é impossível pensar na primeira missa no Brasil,
sem ter a imagem do quadro como menção.

Figura 13 – MEIRELLES. Primeira Missa no Brasil, 1860 óleo sobre tela,


268 x 356 cm. Museu Nacional de Belas Artes (Rio de Janeiro)
Fonte: Wikimedia Commons

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Já Moema (fig. 14), do mesmo artista, tornou-se exemplo para esse gênero de
pintura, na segunda metade do XIX:
“que permitia a união do indianismo ao romance sentimental e ao
erotismo, por meio da imagem feminina” (MIGLIACCIO; BARSINSKY,
2015; p. 181).

Pedro Américo é grandiloquente e, entre várias obras fundamentais,


Independência ou Morte (fig.15), de 1888, reúne a precisão técnica do desenho
extraordinário, do método neoclássico, com a idealização e construção de uma
cena histórica, produzida no romantismo.

Figura 14 – MEIRELLES, Moema, 1866. Óleo sobre tela. 129x 190 cm. Coleção MASP
Fonte: Wikimedia Commons

Figura 15 – AMÉRICO. Independência ou morte, 1888.óleo sobre tela,415 x 760cm. Museu Paulista, SP
Fonte: Wikimedia Commons

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às Tendências Modernizantes do Final do Século

Figura 16 – 16 GEORG GRIMM, Vista do Morro do Cavalão, Niterói, RJ.


Óleo sobre tela, 110 x 84 cm. Coleção Museu Nacional de Belas Artes (Rio de Janeiro)
Fonte: Wikimedia Commons

A partir de 1884, o artista alemão Georg Grimm (fig. 16) apresenta uma nova
proposta de pintura de paisagem – feita diretamente a partir da observação, ao ar
livre. Jovens artistas se reúnem e posteriormente são conhecidos como “Grupo
Grimm”. Pintores como Antônio Parreiras, França Júnior, Castagneto (fig. 17),
Caron e o pintor alemão Thomas Driendl, produziram uma arte fresca e autêntica,
que teve aceitação popular, porém não foi aceita na AIBA pela subversão da
metodologia acadêmica.

Figura 17 – GIOVANNI BAPTISTA CASTAGNETO Marinha (Paquetá).


s.d., óleo sobre tela. 30 x 50 cm. Acervo Pinacoteca do Estado
Fonte: Pinacoteca do Estado - SP

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Dom Pedro II tinha forte influência sobre a arte no Brasil. O Império financiava
a AIBA, as bolsas viagens e, eventualmente, o imperador custeava do próprio bolso
viagens e aquisições. Isso aconteceu com José Ferraz de Almeida Junior, paulista
da cidade de Itu, desde muito jovem demonstrou talento artístico. Consegue estudar
na AIBA com recursos dos moradores da cidade, e se sobressai na academia.
Ao final do curso, sem concorrer à bolsa viagem, volta à Itu. O imperador, em
viagem à cidade, conhece seu trabalho e paga sua bolsa em Paris. Estuda com um
dos mestres do período, o pintor Cabanel e produz obras importantes, como O
descanso do modelo (fig. 18). Mas são os personagens rurais, tipos vívidos, quase
realistas, que dão o destaque à obra de Almeida Jr. O gesto simples, do cotidiano,
com o detalhismo vívido da figura, gesto, ambiente de Caipira picando fumo
(fig. 19) traduzem a obra fartamente brasileira do artista.

Figura 18 – ALMEIDA JÚNIOR. O descanso do modelo, 1892. óleo sobre tela, 100x130.
Acervo Museu Nacional de Belas Artes Foto: Romulo Fialdini
Fonte: Wikimedia Commons

Figura 19 – ALMEIDA JÚNIOR. Caipira picando fumo, 1893.


Óleo sobre tela, 202 x 141. Acervo Pinacoteca do Estado
Fonte: Wikimedia Commons

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Com a crise do regime monárquico, a AIBA, patrocinada pelo império, se vê em


forte conflito interno, com exoneração de diretor e professores. Da metodologia
do ensino e das diretrizes estéticas às novas formas de sustento da instituição, tudo
é transformado e revisto. Com a proclamação da república, a AIBA efetivamente
encerra sua atuação. Nasce a Escola Nacional de Belas Artes.

A Escola Nacional de Belas Artes


e sua Época
A ENBA nasce com a república sob a direção dos artistas Rodolfo Bernardelli
(diretor) e Rodolfo Amoedo (vice-diretor). O diretor Rodolfo Amoedo, que
permanece no cargo até 1915, é mexicano de nascença e vem para o Brasil com a
família em 1866 – seus pais são convidados a ser preceptores das princesas Isabel
e Leopoldina. Estuda na AIBA e torna-se um dos grandes escultores do século XIX,
e também professor de escultura na AIBA. Deixa bustos e esculturas no Rio de
Janeiro e São Paulo – sua obra tem elementos modernizantes, como se vê nessa
Moema, de 1895 (fig. 19).

Figura 20 – RODOLFO BERNARDELLI. Moema, Bronze Fundido | (1895).


Dimensões da obra: 25 x 218 x 100 cm Museu Nacional de Belas Artes | Rio de Janeiro – Brasil
Fonte: Wikimedia Commons

Já Rodolfo Amoedo, vice diretor da ENBA entre 1893 e 1896, é um pintor


tradicional, mas que possibilitou a renovação da pintura acadêmica pela docência
na cadeira de pintura, que vem a ocupar no século XX. Tem um trabalho forte em
pintura histórica, mas é como pintor da vida burguesa que mais chama atenção. Seu
Estudo de Mulher, 1884 (fig. 20), mostra a precisão técnica da representação das
superfícies, o conhecimento meticuloso do nu feminino, a leveza e a luminosidade
cromática e a excelência da composição. Mas ficou famoso como o quadro que
causou furor e escândalo na Exposição de 1884.

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Figura 21 – RODOLFO AMOEDO. Estudo de Mulher, 1884.
Óleo sobre tela, 150 x 200 cm. Acervo Museu Nacional de Belas Artes
Fonte: mnba.gov.br

A nova direção da ENBA, a qual faz parte de um grupo considerado modernizante


da Escola, procura estabelecer uma renovação do modelo acadêmico de ensino. A
inspiração vem da Académie Julian, de Paris – muito mais flexível, pragmática e
aberta a novas tendências. Porém, efetivamente, a estrutura do ensino se modificou
muito pouco. O que se abriu foi a possibilidade para tendências menos oficiais
serem prestigiadas ou pelo menos aceitas. Assim, artistas podem explorar a arte
do fin de siécle em todas as suas variações.

Belmiro de Almeida discorre por uma imensa gama de visualidades, temáticas


e linguagens. Uma de suas obras mais conhecidas é Arrufos, de 1887 (fig. 21).
Seguindo a linha de Amoedo, trata do tema pequeno, burguês, cotidiano, com
grande habilidade técnica nas faturas e nos retratos. Mas a obra traz um novo
olhar social, a possibilidade de tratar um assunto normal dos teatros de vaudeville,
dos folhetins ou das caricaturas, a crônica de costumes - inaceitável para a arte
acadêmica originária da AIBA. O pintor Henrique Bernardelli, irmão do diretor
Rodolfo, também estuda na AIBA, mas viaja para Itália e é influenciado por novos
estilos, sobretudo o realismo. O forte erotismo da Messalina, de 1880 (fig. 22)
desenvolve-se para um realismo cada vez mais cru e autêntico.

Figura 22 – BELMIRO DE ALMEIDA Arrufos, Óleo sobre tela,


89 x 116 cm, 1887. Coleção Museu Nacional de Belas Artes
Fonte: Wikimedia Commons

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Figura 23 – HENRIQUE BERNARDELLI, Messalina. 1880. Óleo sobre tela.


207x115 cm. Coleção Museu nacional de Belas Artes, RJ
Fonte: Wikimedia Commons

A ENBA possibilitou a manifestação das tendências modernizantes, as quais,


apesar de não terem as rupturas da representação - característica do modernismo,
são sinais de anseio por liberdade, busca por autonomia e variedade dos padrões
impostos. O modernismo no Brasil se dá por marco, ruptura, quase obstinação.
Mas a transição já se iniciava...

Conexões Contemporâneas: A Construção


de um País pela Arte (O Neoclassicismo
do Século XIX e o Projeto Construtivo
do Concretismo dos Anos 50)
Félix Émile Taunay, diretor da Academia Imperial de Belas Artes entre 1834 e
1851 (primeira fase do Segundo Império), discursava na inauguração da Primeira
Exposição Geral de Belas Artes, na presença do jovem Imperador Dom Pedro II:
Senhor! São as Belas Artes instrumentos de civilização e de glória: e,
como tais, elas, não menos que as ciências e as letras, merecem proteção
aos soberanos, nem tão pouco se pode dizer que no Rio de Janeiro elas
se achem em estado de desamparo e orfandade”. (SANTOS; PEREIRA,
1997, p. 95).

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Figura 24 – MANUEL DE ARAÚJO PORTO ALEGRE, Sagração de D. Pedro II.
Óleo sobre tela, e 1840, 1 100 x 800m. Coleção Museu de história Nacional
Fonte: Wikimedia Commons

Figura 25 – 25 Charge de AGOSTINI. 1882. Dom Pedro II é derrubado do trono, Revista Ilustrada nº 283
Fonte: Revista Illustrada - memoria.bn.br

O status de “nação civilizada” pretendido ligava-se a uma noção de identidade


nacional, resultante de elementos tidos como essencialmente brasileiros, passados
pela forma dos modelos clássicos europeus. O brasileiro erudito da época - que
vivia em um ambiente tropical, com uma urbanização insipiente e uma relação
absolutamente física com a sua terra – evocava em sua vida cultural uma bagagem
totalmente europeia: língua, hábitos, relações familiares, religião, história, filosofia,
literatura. No entanto, já se compreendia que a cultura hegemônica europeia,
transplantada para o Brasil, não era suficiente, nem possível, para civilizá-lo. Seria
preciso criar um imaginário próprio. Os elementos definidores da tradição ocidental
seriam assimilados (conhecidos profundamente através da educação) e arraigados
(através da utilização mais constante possível), fazendo fluir dessa apropriação os
elementos brasileiros mais próprios, mas também mais elevados, por terem sido

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às Tendências Modernizantes do Final do Século

reorganizados pela ótica eurocêntrica.

A primeira manifestação contemporânea de arte no Brasil, se dá com o


concretismo, nos anos 50 do século XX. O rompimento total com representação
figurativa, a frieza racionalista e a destruição de qualquer semelhança com a
“brasilidade” construída no século XIX e também no modernismo, são os fatores
chave dos grupos Ruptura, em São Paulo (fig. 26) e Frente, no Rio de Janeiro.

Figura 26 – Manifesto Grupo Ruptura


Fonte: macvirtual.usp.br

Em São Paulo, 1956. Waldemar Cordeiro (fig. 27) – mentor do grupo Ruptura
– diz em seu texto O Objeto, publicado na revista Arquitetura e Decoração:
É por força dos objetos que o homem adquire e desenvolve o conhecimento.
Leonardo escreveu que a experiência é a mãe da razão. A sensibilidade
é a chave de todo um mundo de valores. A arte representa os momentos
qualitativos da sensibilidade elevados a pensamento. Um ‘pensamento
por imagens’. A universalidade da arte é a universalidade do objeto.
(COCHIARALE E GEIGER; 1987, p. 223)

O Concretismo buscava o conhecimento racional como decorrência do


conhecimento experimental – acessível a todos (ligação com as teorias de Gramsci).
Era o ‘vocabulário puro’, nos dizeres de Ferreira Gullar. Tinha o objeto de arte
como produto, inserido em todos os meios sociais, possibilitando um salto para a
universalidade. Era a arte construtiva por excelência, não apenas pela construção
geométrica formal, mas pelo seu anseio de materialização de uma nova realidade.

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Figura 27 – WALDEMAR CORDEIRO, Movimento. 1951,
Têmperas. Tela. 90,1x95,3 cm. Coleção MAC USP
Fonte: macvirtual.usp.br

O Concretismo brasileiro, desenvolvido aqui na década de 50, rompeu com o


universo simbólico figurativo modernista – universo este bastante ligado a uma elite
agrária e a um Estado conservador – em um momento de euforia desenvolvimentista
ligado ao governo de Juscelino Kubitschek. Na verdade, a figura do presidente,
naquele momento, era tão emblemática quanto a de D. Pedro II, no Império: “JK
impregnou o país com um tal ânimo, com a crença de que poderíamos chegar
mais longe do que nosso destino permitia sonhar. Essa força veio de JK mesmo,
não de seu partido, de seu correligionários ou de seus ministros. .Na música ele
era chamado de presidente bossa-nova, quando o ritmo 100% brasileiro competia
com o jazz nas paradas internacionais. Os problemas de seu governo, entre eles o
alto endividamento do país, só seriam sentidos mais tarde” (LIPPI; 2002, p. 110).

Figura 28 – Foto de divulgação. O presidente JUSCELINO KUBITSCHEK


em frente ao Palácio da Alvorada, em Brasília
Fonte: Acervo do Governo do Distrito Federal

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UNIDADE O Século XIX no Brasil – Da Estética Neoclássica
às Tendências Modernizantes do Final do Século

A industrialização acelerada trouxe um processo de urbanização que, pela


extensão e pelo desenvolvimento dos serviços proporcionados pela indústria,
ampliou as possibilidades de trabalho, fortalecendo a classe média. O Concretismo
participou deste processo na busca de superação do subdesenvolvimento, por meio
de uma estética contemporânea e universal. Os caminhos para a veiculação desta
estética eram não apenas os museus, as fundações e as bienais que se consolidavam
nesta época, mas o caminho da própria indústria. Muitos dos artistas participantes
do movimento concreto paulista trabalhavam paralelamente com publicidade,
artes gráficas, desenho industrial, entre outros serviços. A linguagem concreta
proporcionava um diálogo extremamente coerente com esses novos meios técnicos
e com a provável necessidade do consumidor. O cartaz da primeira Bienal de Artes
de São Paulo, de Antônio Maluf, apesar de preceder o furor desenvolvimentista,
ilustra essa coesão.

Figura 29 – ANTÔNIO Maluf. Cartaz da 1ª Bienal de São Paulo


Fonte: bienal.org.br

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As críticas constantes ao movimento Concretista apontam como equívoco a
indiferença dos nossos artistas com a nossa realidade e a subserviência aos modelos
culturais hegemônicos. Com certeza, o momento otimista pelo qual passava o
país não era suficiente para apagar nossas mazelas econômicas e sociais, mas
seria obrigatório a arte apenas refletir a realidade? O interagir com a sociedade,
proporcionando alternativas sígnicas de relação estética, não seria também uma
função da arte?

Nos dois momentos históricos buscou-se uma nova realidade, uma nova
construção da história brasileira. O Neoclassicismo do século XIX, com sua
racionalidade e rigor formal, traduziu o anseio de um Império dos trópicos. O
Abstracionismo Geométrico dos anos 50, igualmente racional e rigoroso, ajudou a
construir a imagem de um pais que apostou no progresso.

Figura 30 – GERALDO DE BARROS, Movimento contra movimento, 1952.


Esmalte s/ kelmite, 60,0 x 60,0 cm. Coleção Fabiana de Barros, Suíça
Fonte: macvirtual.usp.br

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às Tendências Modernizantes do Final do Século

Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:

 Livros
1808 – Como uma Rainha Louca, um Príncipe Medroso e uma Corte Corrupta enganaram Napoleão e mudaram a
História de Portugal e do Brasil
São Paulo: Editora Planeta, 2007.
1822 - Como um Homem Sábio, uma Princesa Triste e um Escocês Louco por Dinheiro ajudaram D. Pedro a criar o Brasil
um país que tinha tudo para não dar errado. São Paulo: Nova Fronteira 2010.
1899 - Como um Imperador Cansado, um Marechal Vaidoso e um Professor Injustiçado contribuíram para o Fim da
Monarquia e a Proclamação da República no Brasil
Rio de Janeiro: Editora O Globo. 2013.
SCHWARCZ, Lilia Moritz. O Sol do Brasil
Nicolas-Antoine Taunay e as desventuras dos artistas franceses na corte de D. João.
São Paulo: Companhia das Letras, 2008.

 Filmes
Carlota Joaquina, a Princesa do Brasil
A atriz Marieta Severo interpreta a princesa Carlota, de forte personalidade e que se
casa com apenas 10 anos com o príncipe Dom João VI (Marco Nanini). Um painel
extravagante da vinda da Família Real ao Brasil.

 Visite
Museu Nacional de Belas Artes
Herdeiro direto da AIBA/ENBA, tem uma espetacular coleção de arte brasileira do
século XIX. O prédio projetado por Adolfo Morales de los Rios, foi sede da Escola de
Belas Artes e hoje é um bem tombado pelo IPHAN.
https://goo.gl/wC42Xf
Pinacoteca do Estado, São Paulo
Em um maravilhoso prédio dos escritórios de Ramos de Azevedo, este museu tem
amplo acervo de século XIX, além de modernistas, contemporâneos, estrangeiros e
ótimas exposições temporárias.
https://goo.gl/CJU0p

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Referências
BARCINSKI, F. W. Sobre a Arte Brasileira. São Paulo: Martins Fontes, 2015

BELLUZZO, A. M. de M. O Brasil dos viajantes. 3 vol. São Paulo: Editora


Odebrecht, 1994.

A Propósito d’O Brasil dos Viajantes. In Revista da USP nº30. Disponível em:
<http://www.revistas.usp.br/revusp/article/view/25903>

COCHIARALE, F. e GEIGER, A. B. Abstracionismo Geométrico e Informal – A


Vanguarda Brasileira nos Anos Cinqüenta. Rio de Janeiro, FUNARTE,1987, p.223.

GOMES, L. 1808 – Como uma rainha louca, um príncipe medroso e uma


corte corrupta enganaram Napoleão e mudaram a História de Portugal e do
Brasil. São Paulo: Editora Planeta, 2007.

LIPPI, L. O presidente bossa nova. Revista Veja, edição 1 755, 12 de junho de


2002, p. 110.

PEREIRA, S. G., OLIVEIRA, M. A. R., LUZ, A. A. História da Arte no Brasil:


textos de síntese. Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 2008.

SANTOS, A. C. M. dos. A Academia Imperial de Belas-Artes e o Projeto


Civilizatório do Império (recuperando citação da imprensa da época). In:
PEREIRA, Sonia Gomes. 180 Anos de Escola de Belas Artes. Anais do Seminário
EBA 180. Rio de Janeiro: UFRJ, 1997, p. 95.

SCHWARCZ, L. M. O Sol do Brasil – Nicolas-Antoine Taunay e as desventuras dos


artistas franceses na corte de D. João. São Paulo: Companhia das Letras, 2008.

TIRAPELLI, P. Conhecendo os Patrimônios da Humanidade no Brasil. São


Paulo: Metalivros, 2001.

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