Módulo: 3551
Duração: 50 horas
Conteúdos
⎯ Momentos de lazer
⎯ Estimulação de competências
⎯ Ociosidade
Contudo, é de extrema importância que se proponha aos idosos condições que lhes permitam
descobrir e desenvolver aprendizagens, nomeadamente no campo cultural, visto que já está
comprovado cientificamente que “o exercício é indispensável à vida mental, e a sua penúria,
a falta de estimulação no pensamento têm efeitos devastadores, qualquer que seja a idade dos
indivíduos”
ÍNDICE
1. Momentos de lazer 1
2. Estimulação de competências 18
3. Ociosidade 20
4. Contacto com o ambiente externo à instituição 23
5. Participação nas atividades planeadas pela instituição 26
6. Referencias bibliográficas 29
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1. Momentos de lazer
O lazer, ao longo dos anos, tem sido considerado o tempo livre do homem. Momento
em que as pessoas podem desfrutar prazeres, tranquilidade e até descanso. Portanto, o lazer
deve ser um momento, onde o indivíduo se empenha em algo que escolhe, que lhe dá prazer
e que o modifica como pessoa. Os prazeres podem ser encontrados nas atividades lúdicas
através do lazer. E, dentro deste quadro, encontramos os jogos, os brinquedos e as
brincadeiras. Daí, a importância destes no cotidiano das pessoas.
Entretanto é fácil deduzir a precariedade das ofertas de lazer para os idosos, quando
essas já não são suficientes para o atendimento das populações jovens, que por natureza se
mostram prioritárias para o consumo e provocam certa pressão nos poderes públicos.
Observa-se em todas as regiões do país, a pouca participação dos idosos em programações
comunitárias de lazer. Na idade adulta, um novo conjunto de papéis sociais e
responsabilidades provocam nos hábitos de lazer uma mudança. O tempo livre é sempre mais
ocupado pelo exercício de outras funções, deixando para um segundo plano as práticas de
lazer.
Por tal, a Animação torna-se uma resposta social para facilitar uma vida ativa e
criativa do idoso. Com todas as suas atividades, o idoso tem a possibilidade de se relacionar
com os outros, tem mais facilidade de comunicação e, além disso, uma melhor participação
na vida da comunidade onde está inserido.
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Neste contexto, a animação destinada a idosos deve ter como objetivo ajudar o idoso
a encarar o seu envelhecimento como um processo natural, de forma positiva e adequada, e
a reconhecer a necessidade da manutenção das atividades físicas e mentais. A animação
ligada às artes plásticas e à motricidade faz com que os idosos melhorem e mantenham a sua
autonomia, e capacidade de movimento. Visto que eles dispõem de muito tempo livre, é
necessário criar ocupações que deem resposta aos seus interesses pessoais e motivacionais.
“Animação significa animar, dar vida a…, vitalização, dar movimento ao que está
parado, motivar. Neste sentido a animação é dar vida ou movimento (pôr a funcionar ou a
mexer) a um objeto, pessoa ou grupo.”
podem contribuir para uma acentuada melhoria do seu dia-a-dia, onde podem ser
desenvolvidos diversos tipos de atividades, como por exemplo, exercício físico ligeiro,
leitura de contos e poemas, visionamento de filmes, ateliers, passeios ao ar livre, visitas a
museus, jogos, etc.
O animador é aquele que, sendo possuidor de uma formação adequada, é capaz de elaborar
e executar um plano de intervenção, numa comunidade, instituição ou organismo, utilizando
técnicas culturais, sociais, educativas, desportivas, recreativas e lúdicas.
Qualidades do animador:
Animador Polivalente – Indivíduo cuja ação se projeta nas situações menos diferenciadas
da animação, quer seja a partir de um espaço ou a partir de um grupo. É de facto aquela
pessoa que contacta mais diretamente com os grupos e no caso proporciona-lhe atividades
básicas de animação, exemplo dos passeios pedestres, voleibol de praia, futebol, etc.
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1) O Animador Animado – Como é que se pode transmitir animo se não se está animado.
Os animadores praticamente fazem um seguro de garantia sobre o seu estado de humor e boa
disposição, por forma a contagiarem e atraírem os hóspedes a participarem nas atividades
programadas.
3) O Animador Comunicador – Aqui o animador tem que saber algumas línguas, para poder
passar a sua mensagem corretamente. Mas deve socorrer-se de todos os tipos de comunicação
para dinamizar, para emocionar, para entusiasmar e para motivar a participar. A mensagem
do animador é decisiva na motivação e participação dos hóspedes.
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5) O Animador Promotor – O animador tem que fazer a promoção diária das atividades
programadas, para o dia e seguintes, promover a qualidade e segurança das atividades, por
forma a que ao mesmo tempo se promova a qualidade da unidade que representa e os serviços
disponibilizados.
Postura do animador:
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A sua conceção faz com que este incremente atividades construtivas, uma articulação
entre as valências pessoais, sociais e educativas, um intérprete do destino, profissional do
acolhimento. Neste sentido, o animador turístico nem deve ser um “palhaço” nem um
executivo.
Desta forma, embora a sociedade não dê a devida importância e atenção, o facto é que
os lares estão repletos de idosos possuidores de inúmeras histórias e experiências de vida
interessantes. Assim, embora esta população seja sinónimo de vivências, experiências e
sabedoria que podem e devem ser potenciadas, a maioria das instituições carece de um plano
com atividades que estimulem o potencial dos clientes, potenciando uma vivência ativa e
que, assim, permita melhorar a sua autoestima e o seu sentimento de inclusão.
Ao longo dos tempos surgiram vários conceitos de Animação, mas todos com alguns
pontos em comum, tal como o facto de ter uma função social, cultural ou de estimular à
participação.
a sociedade, e ainda procurar um acesso à cultura para os indivíduos que não têm por hábito
comunicar com os objetos ou coisas, trabalhando ao nível da criação e formação.
• Fale de frente, sem tapar a sua boca e, não se vire ou se afaste enquanto fala.
Audição
• Evite submeter as pessoas idosas à situações constrangedoras quando essas não entenderem
o que lhes foi dito ou pedirem para que a fala seja repetida;
• Procure falar de forma clara e pausada e, aumente o tom de voz somente se isso realmente
for necessário;
• Fale de frente, para que a pessoa idosa possa fazer a leitura labial.
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Voz
Com a voz a pessoa se faz ouvir e respeitar, garantindo o seu lugar na sociedade. A alteração
vocal é inerente à idade e deve ser compreendida como parte do processo de envelhecimento
normal do indivíduo e não como um transtorno, embora, muitas vezes, seja difícil estabelecer
o que é normal e o que é doença. Pesquisas revelam que um indivíduo que segue as
orientações de saúde vocal durante a sua vida pode minimizar as possíveis dificuldades
decorrentes do avanço da idade.
São elas:
• Evitar falar durante uma caminhada intensa, corrida ou ginástica, pois, isso dificulta a
respiração solta e livre;
• Beber água quando falar muito ou cantar, pois, a água hidrata o corpo e faz as pregas vocais
funcionarem melhor;
Dinâmicas de grupo
1. O grupo:
• composição: esse grupo é formado por integrantes idosos e por um facilitador, esse com a
função de coordenar o grupo;
• objetivo: a finalidade deste grupo (exemplo) é reunir, uma vez por semana, idosos que
fazem parte da comunidade, para conversar, trocar experiências, participar de palestras,
bingos, oficinas e realizar jogos e brincadeiras;
• data e horário das reuniões: o grupo se reunirá (exemplo) uma vez por semana, toda terça-
feira, às 14:00 horas, no Auditório;
• desligamento do grupo: o desligamento dos participantes do grupo é livre e pode ser feito a
qualquer momento.
• todas as falas são válidas, importantes para o grupo e por isso merecem respeito, mesmo
que as pessoas não concordem com os sentimentos e com as ideias expostas;
• nenhum participante precisa impor o que percebe, o que pensa e o que sente aos demais;
• quando um participante do grupo estiver falando, os demais devem ouvi-lo com atenção. A
escuta silenciosa e atenta expressa respeito e consideração à pessoa que está falando.
Respeito ao grupo:
• tudo o que for dito ao grupo deve ser falado com respeito.
4) Respeito ao grupo:
• tudo o que for dito ao grupo deve ser falado com respeito
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6) Assertividade da expressão:
• é preciso ser afirmativo, ou seja, falar para e não de alguém. Significa não falar de pessoas
ausentes e dirigir-se sempre diretamente aos demais participantes, evitando expressões
indefinidas como alguém, ouvi falar, todo mundo, ele, me disseram, outras pessoas;
• sugere-se falar na primeira pessoa, como, por exemplo, “eu sinto, eu gosto, eu percebo”.
• a pontualidade e a frequência são condições essenciais para que o grupo perceba sua
importância e desenvolva um bom conceito de si;
• muitas vezes, as ausências podem ser percebidas pelo grupo como descaso, desinteresse ou
rejeição. Outras vezes, o grupo pode sentir falta daqueles que se ausentam, experimentando
uma sensação de estar incompleto, de estar faltando uma parte; por essas razões, é importante
que os integrantes avisem suas ausências com antecedência e, caso seja impossível por
alguma razão, justifiquem-nas no próximo encontro em que se fizerem presentes;
• no caso de desligamento do grupo, havendo possibilidade, os participantes devem
comunicar sua saída e despedir-se do grupo
Tão valioso quanto conhecer a metodologia que fundamenta o trabalho de dinâmicas
e brincadeiras praticadas com grupos de idosos, é reconhecer a importância que o
acolhimento tem para a integração do grupo e para o alcance dos objetivos proposto pelo
animador. O acolhimento do grupo, embora apresente aspetos objetivos, nos traz a
importância da intersubjetividade que se estabelece entre idosos e animador. Assim, com o
avanço da idade, pode ocorrer uma perda da capacidade de tomar decisões e de realizar certas
tarefas que nos parecem simples. É importante que se estimule sempre a independência do
idoso na realização dessas atividades, mesmo que isso implique um tempo maior para a
realização dessas tarefas. Quanto mais ele fizer, melhor para ele e menos desgaste para o
cuidador!
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2. Estimulação de competências
Modelo teórico composto por seis dimensões que visa explicar o bem-estar
psicológico em idosos:
b) relação positiva com os outros: ter uma relação de qualidade com os outros, preocupar-se
com o bem-estar alheio e ser capaz de estabelecer relações empáticas e afetuosas;
e) propósito na vida: envolve ter metas na vida e um sentido de direção, perceber que há um
sentido na vida nos diversos campos, ter crenças que dão propósito à vida, acreditar que a
vida tem um propósito e é significativa;
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-Ganha autoestima
Para que o Idoso tenha uma velhice saudável é preciso que este esteja ativo e
desenvolva diversas atividades em várias áreas.
-Social (Visa que os idosos participem ativamente no seio da comunidade como elemento
válido e útil, ex: Voluntariado, integração em grupos sociais e associações.)
-Física ( Marcha (no mínimo 45m por dia e sem pausas), ginástica, natação, hidroginástica,
yoga, massagem e dança, entre outras atividades.)
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3. Ociosidade
Ócio e tempo livre são muitas vezes entendidos como um e o mesmo conceito, o que
não é, de todo, verdade. O objeto de estudo da Pedagogia do Ócio e dos Tempos Livres é,
não só a clarificação dos conceitos de ócio e de tempo livre e a sua relação epistemológica,
como também a sua implementação na realidade social, cultural, educacional que a todos os
seres humanos diz respeito. Isto significa que existe uma preocupação pedagógica em
enquadrar as atividades respeitantes ao ócio e aos tempos livres no seio da nossa sociedade
de acordo com as diferenças socioculturais que a caracterizam para que essas atividades
tenham verdadeiramente significado para quem as vive, a nível formativo e de
desenvolvimento pessoal (o que não significa que as atividades não possam realizar-se em
grupo).
Para realizar uma qualquer atividade de ócio é sempre necessário dispor de tempo
livre. Ou seja, o ócio requer tempo que não seja ocupado pela atividade profissional ou
qualquer outra obrigação (obrigações para profissionais, obrigações familiares e outras). O
ócio é caracterizado pela autonomia do indivíduo, pela liberdade de escolha e pelo prazer
pessoal durante o decorrer de uma atividade (ainda que a atividade seja realizada em grupo
e/ou tenha uma finalidade coletiva).
As diferenças entre ócio e lazer não são tão claras, pois o lazer também pressupõe a
ocupação dos tempos livres escolhendo e realizando atividades de livre vontade. Mas
enquanto o lazer está mais associado a funções de entretenimento, diversão, ou até de
repouso, o ócio procura atingir um bem maior, de pura libertação do corpo e da mente, de
realização pessoal não tanto ligado ao social (como o lazer) mas mais relacionado com o
modo de vida de cada indivíduo e o prazer decorrente das experiências vivenciadas. À
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Em relação ao tempo livre, é um tempo durante o qual não existe qualquer ocupação,
atividade ou tarefa; é uma determinada quantidade de tempo desprovida de qualquer
obrigação em que o indivíduo pode decidir livremente o que pretende fazer. É através do
tempo livre que se realizam atividades de ócio e de lazer. Sem disponibilidade de tempo, tais
atividades não se poderiam realizar.
Chega-se, então, à conclusão que embora diferentes, ócio, lazer e tempo livre se
encontram todos eles intimamente relacionados uns com os outros, não apenas em termos de
significação, mas também no que à realidade social, cultural, educacional, económica e
pessoal diz respeito.
participantes. Devem ser evitadas características físicas do local como: colunas centrais,
degraus, pisos escorregadios e/ou desnivelados, janelas e portas que ofereçam riscos, tapetes
e passadeiras, quadros e objetos pontiagudos;
2) Em relação ao facilitador
• Caso algum participante saia da dinâmica e procure uma cadeira para sentar, o facilitador
deve se encaminhar até ele e perguntar se está tudo bem, se precisa de alguma coisa e, se
necessário, tomar alguma providência;
Caso alguém se apresente com um tom de voz baixo, o facilitador, gentilmente, deve
solicitar que ele repita seu nome. Como, em geral, as dinâmicas de apresentação são as
primeiras atividades realizadas nas reuniões com idosos, é muito interessante utilizar um
recurso de baixo custo para a ocasião, que é o crachá-gigante. Ele pode ser feito com
cartolina, papelão ou folha de plástico duro e preso ao pescoço por um cordão. Esse eficiente
instrumento de identificação deve medir, pelo menos, 8 a 10 centímetros de largura por 15cm
de comprimento. Nele se escreve, com caneta de ponta porosa e com letras bem grandes,
somente um dos nomes do participante. Ao escrever o nome do idoso, o facilitador deve
perguntar como ele gosta de ser chamado: se pelo nome, sobrenome ou pelo apelido. Outras
formas de crachá-gigante podem ser escolhidas, conforme o tema do encontro, por exemplo:
em uma reunião cujo tema seja a alimentação saudável, pode-se ilustrar o crachá com o
desenho de uma fruta da região; em outra, na qual se comemoram os aniversários do mês,
ele pode trazer o desenho de um bolo confeitado ou de um balão de aniversário. Em síntese,
o uso do crachá-gigante individualiza a presença do idoso e facilita a leitura e a memorização
do nome dos participantes dos grupos.
Seja pelo motivo que for, o contato com outros indivíduos da mesma faixa etária é
importante para que existam trocas e o compartilhamento de vivências com aqueles que estão
passando pela mesma fase da vida. Nunca é tarde para aprender algo novo e, se propondo a
interagir com outras pessoas, é sempre possível adquirir mais e mais conhecimento.
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Referencias bibliográficas:
https://blog.psiqueasy.com.br/wp-content/uploads/2018/07/Din%C3%A2micas-para-Idosos-
125-Jogos-e-Brincadeiras-Adaptadoss.pdf