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 Kit Básico do Assinante

26/12/2017

Guia do Tesouro Direto

Tópicos
O que é o Tesouro Direto?

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Por dentro dos títulos públicos

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Rentabilidade

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Títulos disponíveis

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Tesouro Selic (LFT)
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Colchão de liquidez

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Tesouro IPCA+ (NTN-B Principal) e Tesouro IPCA+ com juros semestrais (NTN-B)

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Como escolher entre os dois tipos de Tesouro IPCA+?

Simulação

Tesouro Prefixado (LTN) e Tesouro Prefixado com juros semestrais (NTN-F)

Como escolher um título público?

Por onde começar?

Como negociar um título público no Tesouro Direto?

Prazos de liquidação

Custos

Tributação
Importante

Todos os produtos/ativos mencionados no Kit Básico do Assinante, bem como taxas e custos
de quaisquer operações, valem somente para a data de elaboração deste documento. Para
obter informações e recomendações atualizadas, consulte os relatórios disponíveis na Área
do Assinante.

Data da última atualização do conteúdo/arquivo: 25/10/2017.

Nos últimos 15 anos, tem estado ao alcance de todo brasileiro um investimento barato,
seguro e de fácil acesso, que responde pelo nome de Tesouro Direto (TD). Para sermos mais
objetivas, estamos falando precisamente de títulos públicos vendidos por meio do TD, que

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podem ser comprados a partir de R$ 30.

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Por se tratar de uma aplicação de renda fixa, com viés mais conservador, os títulos públicos

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se posicionam como uma ótima opção para quem está começando a investir e também para

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quem quer manter uma parte da carteira alocada em ativos rentáveis e com liquidez diária.

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Não é à toa que o Tesouro Direto está presente em tantas recomendações aqui da
Empiricus.

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Dessa forma, é fundamental você entender o que é o programa, quais são os títulos públicos

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ofertados e suas diferenças, a tributação aplicada, além de aprender o mais importante:

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como investir!

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O que é o Tesouro Direto?

O Tesouro Direto é um programa criado pelo Tesouro Nacional em parceria com a


BM&FBovespa (atual B3) para venda de títulos públicos para pessoas físicas por meio da
internet. Até então, esse público só podia apostar nesses papéis de forma indireta, via
fundos de investimento.

Hoje em dia, basta que você tenha uma conta em uma instituição financeira habilitada a
operar no Tesouro Direto para conseguir investir em títulos públicos. O processo é feito de
forma 100% online, desde a abertura de conta na instituição financeira até a compra/venda
dos papéis.
Por dentro dos títulos públicos

Títulos públicos são ativos de renda fixa, ou seja, eles representam uma dívida.

Ao comprar um ativo de renda fixa, você empresta dinheiro para um banco, uma empresa
ou para o governo para receber, em uma data futura predeterminada, o  principal acrescido
de juros.

Os títulos públicos são emitidos pelo Tesouro Nacional. Dessa forma, ao comprar um papel,
você está emprestando dinheiro para o governo federal para receber, no futuro, uma
remuneração pelo empréstimo.

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Rentabilidade

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Há três tipos de remuneração dos juros pagos pelo seu empréstimo: pós-fixada, com o valor

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efetivo do retorno conhecido apenas no futuro; prefixada, com a rentabilidade definida já

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no momento da compra; ou híbrida, composta por uma taxa prefixada e outra pós-fixada,

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atrelada à inflação.

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Você sempre receberá o principal, ou seja, o dinheiro emprestado, na data do vencimento.

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Já os juros podem ser pagos de duas formas: junto com o principal, no vencimento, ou a

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cada seis meses (os chamados cupons semestrais).

Títulos disponíveis

Todo mundo quer saber qual é o melhor título público para comprar, mas a resposta varia
conforme alguns elementos. Cada papel tem suas particularidades e a sua escolha deverá
ser pautada por seus objetivos, sua aversão ao risco e pelo cenário macroeconômico. No site
do Tesouro Direto, você pode conferir quais títulos estão à venda.

Cada papel tem sua própria data de vencimento — o Tesouro IPCA+ 2024, por exemplo,
vencerá no dia 15 de agosto de 2024. Mas isso não significa que você precisa carregar o
papel até essa data. Se preferir, pode optar pela venda atencipada do seu título, já que o
Tesouro Nacional se compromete em recomprá-lo todos os dias.
Mas lembre-se de que, ao carregar um título até o vencimento, as condições de retorno são
preservadas. Quando você faz um resgate antecipado, o juro pago segue as condições do
mercado e, portanto, pode ser maior ou menor do que o estabelecido no momento da
compra.

Agora vamos entender cada um dos títulos.

Tesouro Selic (LFT)

Também conhecido como LFT, o Tesouro Selic é o papel mais conservador, porque seu valor
de mercado tem baixa volatilidade, ou seja, seus preços de mercado oscilam menos e,

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portanto, oferecem menor risco ao investidor.

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A rentabilidade deste título segue a variação da taxa básica de juros brasileira, a famosa

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taxa Selic. Diante disso, se a tendência dos juros é de alta, o papel se torna uma opção

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interessante, porque seu retorno vai acompanhar essa elevação. Mas e se os juros caírem?

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Você perde dinheiro? Não. Você apenas terá um rendimento menor no período.

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O papel é do tipo pós-fixado, isto é, embora você saiba como o seu título será remunerado, o

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valor efetivo do retorno só será conhecido no vencimento. Afinal, você pode até prever a

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trajetória da Selic, mas não conseguirá ter certeza de qual será a taxa ao longo do período.

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Para acompanhar as expectativas do mercado financeiro para a Selic, vale conferir as

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projeções reunidas pelo Banco Central no boletim semanal Focus. E, para saber sobre as

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variações passadas, utilize esta ferramenta do Banco Central.

O fluxo de pagamento do Tesouro Selic é simples: você investe hoje para receber o valor
corrigido lá na frente. Na data de vencimento do papel, você recebe o valor de sua aplicação
(quanto você investiu) atualizado pela variação da Selic diária no período acumulado, e não
com base apenas na taxa no momento do vencimento.

Veja a seguir a evolução do Valor Nominal Atualizado das LFTs, indicador de referência
para acompanhar o rendimento do Tesouro Selic. Se você tivesse investido R$ 1 mil na data
base, em julho de 2000, teria, em 2017 do mesmo mês, cerca de R$ 8.924, uma valorização de
792%.

No gráfico abaixo, você pode conferir qual foi a valorização do VNA ano a ano. Note que,
mesmo em períodos de retornos mais baixos do Tesouro Selic (como 2013), o investidor não
perdeu dinheiro, em termos nominais.
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Fonte: Tesouro Direto

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Na hora da compra do Tesouro Selic, há ainda uma informação adicional. O título pode ser
negociado com um “spread”, chamado ágio ou deságio. A primeira opção significa que o
investidor receberá, no vencimento, a Selic menos um ágio. Na segunda, o investidor vai
receber a Selic mais o valor do deságio.

Você pode observar o percentual de ágio (taxa negativa) ou deságio (taxa positiva) na coluna
Taxa de Rendimento. Se o índice corresponder a 0%, o título estará negociando ao par, ou
seja, sem ágio nem deságio.

Colchão de liquidez
O Tesouro Selic pode ser sua porta de entrada no mundo dos investimentos, já que é o ativo
ideal para a formação de um colchão de liquidez, aquela reserva de emergência para a qual
você deve destinar cerca de seis meses de seus gastos médios mensais pensando em
despesas atípicas (como com saúde ou uma eventual situação de desemprego).

Tesouro IPCA+ (NTN-B Principal) e Tesouro IPCA+ com juros semestrais (NTN-B)

Estes títulos têm remuneração híbrida, composta por uma taxa prefixada, determinada na
hora da compra, e outra pós-fixada, atrelada à inflação (geralmente ao IPCA).

O Tesouro IPCA+ e o Tesouro IPCA+ com juros semestrais (ainda conhecidos pelas siglas
antigas NTN-B Principal e NTN-B) são os únicos papéis que garantem que seu dinheiro não
perca valor ao longo do tempo. Independentemente do preço de compra de uma NTN-B,
você tem a garantia de que, se carregar o título até seu vencimento, ele será corrigido pela

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inflação do período. Mas lembre-se: em caso de resgate antecipado, você não receberá a

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rentabilidade contratada, mas o valor de venda negociado no mercado.

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Toda vez que você compra uma NTN-B e espera o prazo final, você garante um prêmio,

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chamado de juro real, que equivale à taxa de compra (prefixada), além de receber a

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variação do IPCA.

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A única diferença entre os dois tipos de NTN-Bs está no pagamento de juros. Ao comprar um

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papel Tesouro IPCA+, você recebe todo o valor investido acrescido da remuneração de uma
só vez, no vencimento do papel (ou na venda antecipada).

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No caso do Tesouro IPCA+ com juros semestrais, como o próprio nome revela, há pagamento

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de juros em todos os semestres. Isso quer dizer que o retorno é antecipado a cada seis meses
e sujeito à incidência de Imposto de Renda de acordo com a tabela regressiva de renda fixa
(falaremos dela mais à frente).

Como escolher entre os dois tipos de Tesouro IPCA+?

Se você deseja contar com uma renda periódica, a melhor opção é comprar Tesouro IPCA+
com juros semestrais, para não ter que aguardar até o vencimento do papel para receber
alguma remuneração.

Mas, se puder investir com foco no longo prazo, de olho no vencimento do título, o ideal
mesmo é aplicar em NTN-B Principal. Como nesse caso o retorno não é antecipado, o capital
que renderá até o vencimento será maior.

Simulação
Para que fique bem claro a você o efeito da antecipação dos juros sobre o retorno final das
aplicações, vamos utilizar a calculadora do Tesouro Direto para fazer duas simulações.

Considere um investimento de R$ 1 mil no dia 14 de setembro de 2017 em Tesouro IPCA+


(NTN-B Principal) e de outros R$ 1 mil em Tesouro IPCA+ com juros semestrais (NTN-B),
ambos com vencimento em 15 de maio de 2035. Para facilitar a comparação, consideramos
as mesmas taxas de compra, de 5%, com inflação projetada de 4% ao ano no período.
Confira os resultados.

No primeiro caso, o investidor teria uma rentabilidade líquida de 8,23% ao ano.

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Já no caso do Tesouro IPCA+ com juros semestrais, no vencimento do papel, o investidor 
teria rentabilidade líquida de 8,19% ao ano, considerando os pagamentos de cupons
semestrais, portanto inferior ao retorno pago pelo outro papel.
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E atenção: lembre-se de que, da mesma forma que acontece com outros tipos de títulos

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públicos, se decidir vender o Tesouro IPCA+ antes do vencimento, vai receber o preço de

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mercado, que poderá ser maior ou menor do que o valor pago no momento da compra.

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Tesouro Pre xado (LTN) e Tesouro Pre xado com juros semestrais (NTN-F)

Os papéis prefixados são fáceis de compreender, mas, por favor, não confunda simplicidade
com baixo risco.

Quando você compra uma LTN ou uma NTN-F, você trava o retorno do título, isto é, você
sabe exatamente qual será a remuneração do papel ano a ano se o mantiver em carteira até
o vencimento. Não há segredos, porém existem riscos associados ao investimento.

Se os juros aumentam após a compra do papel, você não consegue incorporar essa maior
taxa à sua rentabilidade, já que se trata de um título com retorno prefixado.
Da mesma forma, se a inflação sobe, seu retorno fica menor, porque um aumento de preços
compromete a rentabilidade do seu investimento. Sobra menos espaço para o
que chamamos de “retorno real” (quando a inflação é descontada), a parte da aplicação que
representa o lucro efetivo do investidor. Por isso, é importante considerar a projeção para a
inflação ao longo do período da sua aplicação.

Não à toa, o grande apelo do Tesouro Prefixado surge em momentos de expectativa de


queda da taxa Selic.

Assim como nas NTN-Bs, os títulos prefixados têm diferenças em relação aos fluxos de
pagamento. A LTN paga o valor aplicado corrigido de uma só vez, ou seja, apenas no
vencimento ou resgate antecipado. Novamente, é um papel vantajoso para quem não
precisa de complementação de renda.

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Já a NTN-F paga juros a cada seis meses, antecipando a rentabilidade contratada (também

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com incidência de IR, o que prejudica a base sobre a qual o retorno é aplicado).

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Como escolher um título público?
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Antes de investir no Tesouro Direto, é fundamental refletir acerca dos seus objetivos

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financeiros, do prazo da aplicação (em quanto tempo você vai precisar do dinheiro?) e do

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nível de risco que você está disposto a suportar.

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Questões macroeconômicas também são fundamentais na análise prévia. É preciso levar em
consideração as perspectivas do mercado para os juros brasileiros e a inflação. Você pode
dar uma olhada no já mencionado boletim Focus, assim como deve acompanhar os
relatórios da Empiricus para saber onde estão as melhores oportunidades.

Por onde começar?


Se você não tem nenhum investimento financeiro, a recomendação é começar  formando
uma reserva para emergências. O Tesouro Selic é uma opção para esse colchão de liquidez,
por ser o papel mais conservador do Tesouro Direto, com baixa volatilidade e, portanto,
baixo risco de perda.

Formada sua reserva, é hora de partir para aplicações mais rentáveis e, consequentemente,
mais arriscadas. O Tesouro IPCA+ se coloca como uma excelente  oportunidade para a
formação de uma poupança de longo prazo, por oferecer proteção contra um aumento da
inflação, assim como os papéis prefixados podem ser interessantes especialmente em
períodos que antecedem um ciclo de baixa de juros.

Como negociar um título público no


Tesouro Direto?
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Partindo do pressuposto que você tem CPF e conta-corrente, o primeiro passo é abrir conta

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em alguma instituição financeira (também chamada de agente de custódia) habilitada no

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Tesouro Direto. Você pode conferir quais são elas neste link.

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Para saber como escolher uma boa instituição, acesse o relatório “Como escolher sua
corretora”, na aba Kit Básico do assinante.

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Após se cadastrar na corretora e enviar a documentação exigida (na maioria das vezes, esse

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processo pode ser feito de forma 100% online), você receberá via e-mail uma senha de
acesso à área restrita do Tesouro Direto, na qual são realizadas as operações de compra e
venda de títulos, assim como consultas a saldos e extratos.

Caso o custodiante escolhido seja um agente integrado (com sistema integrado ao do


Tesouro Direto), as compras e vendas também poderão ser feitas pelo site da própria
instituição.

Tanto no site do Tesouro Direto como no da instituição financeira, você tem acesso a uma
tabela com os preços e as taxas de cada papel em negociação. Ao solicitar a compra, você
precisará indicar a quantidade desejada. Lembre-se de que é possível comprar frações de
0,01 do valor do título, desde que respeitando o valor mínimo de R$ 30. Já o valor máximo
para aplicação é de R$ 1 milhão por mês — não há limite financeiro para venda.
Prazos de liquidação

As compras no Tesouro Direto costumam levar de dois a três dias para estarem disponíveis
no extrato, conforme o dia e o horário do investimento. Já as vendas costumam ser
liquidadas em um ou dois dias, prazo em que o dinheiro cai na conta da corretora. A partir
de então, o prazo para o recurso cair em sua conta vai variar conforme a agilidade de sua
corretora.

Custos

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Os custos para se operar no Tesouro Direto compreendem uma taxa obrigatória e outra

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facultativa:

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Taxa de custódia — cobrada a cada semestre pela B3 (BM&FBovespa), equivalente a 0,3%

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ao ano sobre o valor dos títulos;

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Taxa de administração pela intermediação da operação — essa taxa é facultativa e, por

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isso, muitas instituições isentam seus investidores dessa cobrança. Ela pode ser cobrada

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anualmente, modalidade mais comum, ou por operação.

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Tributação

Ao aplicar em títulos públicos pelo Tesouro Direto, o investidor fica sujeito à tributação de
seus rendimentos no resgate ou no recebimento de cupons semestrais.

A cobrança do Imposto de Renda segue a tabela regressiva de renda fixa, em que a alíquota
diminui com o passar do tempo (chegando ao mínimo de 15% sobre o lucro), como podemos
observar na imagem abaixo:
TABELA REGRESSIVA DE RENDA FIXA

Alíquota Resgate

22,50% Até 180 dias

20% De 181 até 360 dias

17,50% De 361 até 720 dias

15% Acima de 720 dias


Quem resgata o investimento em menos de 30 dias ainda está sujeito à cobrança de IOF. A
alíquota desse imposto começa bem salgada, em 96% sobre o rendimento, regredindo até
chegar a zero, no trigésimo dia da aplicação.

Os dois tributos são retidos na fonte, ou seja, você não precisa se preocupar em recolhê-los,
apenas em declará-los à Receita.

Agora que você já tem as informações necessárias para entender o Tesouro Direto, chegou a
hora de investir!

Acompanhe o conteúdo do Você Investidor para saber mais sobre o assunto.

Um abraço,

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Beatriz e Juliana

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Editores
Responsáveis

Beatriz Cutait
Editora-analista, CFP®

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Juliana Megid

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Editora

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publicação. Referido conteúdo nasce de estimativas e está sujeito a mudanças.

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Este material está pautado na liberdade de expressão e possui caráter meramente informativo, não

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representando quaisquer ofertas de negociação de valores mobiliários ou outros instrumentos

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financeiros.

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As informações contidas neste conteúdo têm como propósito fomentar o debate e a educação de

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seus destinatários. Os destinatários, devem, portanto, desenvolver suas próprias análises e

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estratégias.

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