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MINISTÉRIO DA DEFESA

EXÉRCITO BRASILEIRO
SECRETARIA DE ECONOMIA E FINANÇAS
(Contadoria Geral-1841)

DIEx nº 54-ASSE1/SSEF/SEF
EB: 64689.012281/2019-52

URGENTÍSSIMO
Brasília, DF, 13 de março de 2019.

Do Secretário de Economia e Finanças


Ao Sr Chefe do Departamento de Engenharia e Construção
Assunto: compensação pecuniária e danos ao erário
Referência: DIEx nº 26-A6-DEC, de 11 MAR 19

1. Expediente versando sobre possibilidade de se abater da compensação pecuniária


de que trata a Lei nº 7.963, de 1989, valores atinentes a danos ao erário.

2. A respeito do assunto, esta Secretaria passa a expor o seguinte:

a. A compensação pecuniária prevista na citada Lei nº 7.963, de 1989, consiste no


pagamento em favor de militares temporários licenciados ex-officio, por término de prorrogação
de tempo de serviço, equivalente a 1 (uma) remuneração mensal por ano de efetivo serviço
militar prestado, tomando-se como base de cálculo o valor da remuneração correspondente ao
posto ou à graduação, na data de pagamento da referida compensação.

b. Conforme atesta farta jurisprudência (v. STJ, Recurso Especial nº 1107991), a


compensação pecuniária apresenta natureza indenizatória, eis que se destina a contrapor a perda
financeira advinda do desligamento do serviço ativo. Como fator de recomposição que é, não
representando disponibilidade econômica, a compensação pecuniária é inalcançável por
eventuais deveres do beneficiário junto ao ente público.

c. Esta Secretaria manifestou-se nesse sentido quando indagada sobre a possibilidade


de abaterem-se, da compensação pecuniária a ser paga a militar temporário, valores devidos a
título e dívidas para como o Fundo de Saúde do Exército. Com efeito, nos termos do DIEx nº
64-ASSE1/SSEF/SEF, de 21 de março de 2018, este ODS apontou que tal desconto seria
juridicamente incabível, por inexistir previsão legal para tanto, repetindo, aliás, orientação
exarada em 06 out 06, contida no Of nº 198-Asse Jur-06 (A1/SEF).

d. O caso trazido a lume por esse Departamento alude a danos oriundos de


pagamentos indevidos a título de adicional de habilitação, não correspondendo, portanto, a

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dívidas para com o FUSEx. Todavia, o raciocínio é o mesmo: valores devidos por militares à
Administração Castrense, ainda que confirmados à luz do devido processo legal, não devem ser
descontados da compensação pecuniária, em face da natureza distinta de tal instituto.

e. Na realidade, no que tange à cobrança de débitos de responsabilidade de militares


licenciados, ou em vias de licenciamento, há que se observar as Normas para a Apuração de
Irregularidades Administrativas (EB10-N-13.007), aprovadas pela Portaria nº 1.324-Cmt Ex, de
04 OUT 17. Na espécie, pois, o dano há de ser apurado mediante sindicância, delimitando-se a
responsabilidade, quantificando-se o dano e, por fim, notificando-se o responsável para recolher
os valores pertinentes aos cofres públicos mediante Guia de Recolhimento da União (GRU).

f. Diante da possível falta de pagamento, o processo respectivo deverá ser


encaminhado ao órgão competente da Procuradoria-Geral da União (PGU), por intermédio da
Região Militar a que a unidade gestora se encontrar vinculada, para fins de ajuizamento de ação
de cobrança, independentemente do valor devido, conforme prevê o art. 33, § 5º, das aludidas
EB10-N-13.007.

3. Nesses termos, encaminho a V Exa as considerações acima, para conhecimento e


adoção de providências julgadas cabíveis. Informo, por oportuno, que eventuais dúvidas
remanescentes, acerca dos procedimentos específicos para recomposição do erário, poderão ser
analisadas com maior profundidade se remetidas ao Centro de Controle Interno do Exército,
acompanhada da documentação completa atinente ao caso concreto.

Gen Ex MARCOS ANTONIO AMARO DOS SANTOS


Secretário de Economia e Finanças

"CENTENÁRIO DA MISSÃO MILITAR FRANCESA NO BRASIL, 1919/1940: VETOR DE


PROFISSIONALIZAÇÃO EM NOSSO EXÉRCITO"

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