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Curto-circuito e fuga de corrente
Saiba por que acontecem e conheça as dicas para identificar esses dois problemas das
redes elétricas

Reportagem: Flávia Siqueira

Os problemas mais comuns que podem surgir nas instalações elétricas residenciais são
os curto-circuitos e fuga de corrente. Ambos acontecem principalmente quando existem
falhas na isolação dos circuitos, ou seja, nos casos em que há condutores desencapados,
ligações malfeitas e fadiga do material isolante.

O curto-circuito ocorre quando há contato entre condutores energizados pela rede


elétrica. Nesse caso, o disjuntor do circuito que está em curto desarma e é fácil
descobrir o ponto em que ocorreu o curto. Mas quando uma instalação tiver todas as
cargas interligadas em um mesmo circuito, a situação é mais crítica. Em um primeiro
momento, explica Osmar de Souza, instrutor de elétrica da escola Senai Orlando
Laviero Ferraiuolo, alguns sinais visuais podem dar algumas indicações de onde
ocorreu o curto. "Lustres e ligações de torneiras elétricas, por exemplo, são alguns dos
pontos em que curtos-circuitos ocorrem com maior facilidade. A presença de um
chamuscado próximo a esses equipamentos é um sinal de que o problema pode ter
ocorrido ali", explica Souza.

Para detectar o ponto da instalação em que ocorreu o curto-circuito, o eletricista deve


usar uma lâmpada de teste ligada em paralelo ao disjuntor que está desarmando. Esse
profissional saberá que o ponto com problemas foi encontrado quando o brilho da
lâmpada diminuir ou cessar.

Fugas de corrente

A fuga de corrente é uma espécie de "vazamento" da corrente elétrica. Para facilitar a


detecção desse problema, os circuitos devem ter um dispositivo chamado DR (Disjuntor
Diferencial Residual). Esse elemento desarma no caso de fuga de corrente e, com isso,
evita choques em pessoas e danos em equipamentos.

O DR é um fator de proteção e, por isso, sua instalação é obrigatória particularmente em


circuitos de tomadas de áreas úmidas, como banheiros e cozinhas. Em redes sem DR, o
que não é permitido, o principal sinal de que existe fuga de corrente é o choque elétrico
ao tocar aparelhos com carcaças metálicas.

Para realizar verificação de instalações elétricas e identificação de curtos e fugas de


corrente, o eletricista deve sempre usar óculos de proteção (contra possíveis
desprendimentos de partículas, faíscas e pontas de fio) e calçado de proteção, com
solado de borracha. Em caso de obras, também é importante usar capacete, que protege
contra quedas de materiais e outros incidentes.

Outra recomendação importante é retirar adornos como alianças, anéis e brincos,


especialmente se forem de metal. O instrutor Osmar de Souza explica que luvas de
proteção devem ser usadas caso haja riscos de cortes - devido à presença de rebarbas na
caixa de distribuição, por exemplo, e quando o eletricista vai medir o nível de tensão
por meio de instrumentos. Em situações comuns, contudo, como o eletricista deve
trabalhar com o circuito desenergizado, a luva pode diminuir a sensibilidade das mãos e
dificultar o trabalho.

De olho no relógio

O medidor de energia (relógio de luz) também identifica fugas de corrente. No caso de


redes com DR, por exemplo, se o medidor continuar registrando consumo mesmo com
todos os disjuntores desarmados, é porque a fuga está acontecendo nos condutores
alimentadores.

Em circuitos sem DR, o medidor ajuda a verificar se o problema está em algum


equipamento (televisores, micro-ondas etc.) ou na instalação elétrica. Veja como é feita
essa verificação:

Para verificar se o problema está em algum equipamento, deve-se retirar todos os


aparelhos da tomada e apagar todas as lâmpadas da casa.

Se o medidor continuar registrando consumo com todos os equipamentos e lâmpadas


desligados, é por que a fuga está acontecendo em algum ponto da instalação elétrica.
Será preciso verificar disjuntores e condutores.

Confira as dicas para identificar curtos-circuitos

Ferramentas e equipamentos de proteção necessários para os serviços de instalações


elétricas: chaves de fenda, chave Phillips, alicate, alicate de corte, estilete, alicate
prensa-terminal, alicate amperímetro (caso seja necessário medir corrente elétrica).
Equipamentos de proteção individual: calçado de proteção com solado de borracha,
óculos de proteção e luvas (caso haja risco de se cortar ou seja necessário fazer leitura
de tensão elétrica).
O teste para encontrar o ponto que apresenta curto-circuito deve ser feito usando-se uma
lâmpada de teste (incandescente, com 150 W e 220 V), colocada em paralelo com o
disjuntor que está desarmando. Vá desconectando o condutor fase em todas as conexões
reguladas pelo disjuntor.

Quando a lâmpada apagar ou ficar com um brilho reduzido, o eletricista terá encontrado
o ponto em que ocorre o curto-circuito.

Confira as dicas para identificar fugas

Dispositivos DR (Diferenciais Residuais). À esquerda, um DR bipolar. À direita, um


DR tetrapolar - usado para redes bifásicas, sendo mais comum em residências.

DR e disjuntores montados no quadro de distribuição. No alto, em branco, estão os


condutores alimentadores, que conectam o quadro ao medidor de energia elétrica. Na
parte de baixo estão todos os condutores Neutro da instalação (sempre em azul) e os
fios-terra (sempre em verde-amarelo ou em verde).

Quando há fuga de corrente na rede elétrica, o DR desarma. Para identificar o ponto da


rede elétrica que apresenta fuga, no quadro de distribuição, deixe todos os disjuntores
ativados e o DR desarmado. Vá desligando os disjuntores um a um, tentando armar o
DR. Quando o DR armar, o eletricista terá encontrado o disjuntor que apresenta fuga - é
o último disjuntor que foi desligado.

Identificado o disjuntor em que há fuga de corrente, vá desconectando o condutor-fase


em todas as conexões reguladas pelo disjuntor afetado, uma a uma, sempre tentando
armar o DR. Quando ele armar é sinal de que o ponto com problemas foi encontrado.
Caso o problema não esteja em um dos disjuntores, verifique os condutores Neutro.
Desligue todos os disjuntores e, em seguida, vá desconectando cada um dos condutores,
tentando armar o DR. Quando o DR armar, o condutor responsável pela fuga foi
encontrado (o último que foi desconectado). Faça a troca do fio.
Postado por eletricidade é vida e vida custa caro às 2/06/2010 11:36:00 PM

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