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Roteiro de Leitura
Sobre o autor
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LACAPRA, Dominick. Preface. In: History & Criticism. Ithaca: Cornell University Press, 1985, p. 9-12.
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“Retórica e história”
• LaCapra abre o texto com a constatação de que a retórica vinha ganhando força entre os
historiadores como objeto de estudo, mas que raramente se empreendiam esforços reflexivos
e autocríticos sobre a própria retórica e seu papel na constituição e no desenvolvimento da
nossa disciplina (p. 97)
Sugiro que vocês leiam o texto procurando entender: Como LaCapra entende a retórica? e que
funções ele sugere que uma atenção às dimensões retóricas do discurso pode desempenhar
no âmbito da teoria da história?
• Quando começa a explicitar sua concepção de retórica e comenta a perspectiva de revisitar as
concepções antigas a partir das modernas análises linguísticas e discursivas, LaCapra alude
implicitamente a Aristóteles. O filósofo grego pensou a retórica como complementar à
filosofia, e não como algo a ser evitado, uma distorção do conhecimento com fins
argumentativos e sobretudo políticos, como costuma ser o sentido atribuído à retórica no
senso comum. Aristóteles também distinguiu três gêneros de retórica – cuja retomada pode
ser útil para as reflexões sobre os laços entre retórica e história, na medida em que cada um
deles remete a diferentes objetivos e estruturas temporais:2
a) Deliberativa ou política: argumentos contêm conselhos ou dissuasões; seu fim é
demonstrar que uma determinada ação é conveniente ou prejudicial; refere-se ao
futuro
b) Forense ou judicial: argumentos contêm acusações ou defesas; seu fim é
demonstrar a justiça ou injustiça; refere-se ao passado
c) Epidíctica ou demonstrativa: argumentos contêm elogios ou censuras; seu fim é
mostrar a virtude ou o defeito de uma pessoa ou coisa; refere-se ao presente
Em todos esses casos, a retórica se associa às coisas possíveis e, portanto, está
ligada à busca pela prova, e não a uma mera distorção da realidade para cumprir
determinados fins argumentativos.
• Parte crucial da argumentação de LaCapra se constrói em torno da crítica ao que ele chama de
“modelo documental de conhecimento”
Sugiro que vocês leiam o texto procurando entender: O que LaCapra entende por “modelo
documental de conhecimento”? Por que motivos ele o critica? Como a atenção à retórica pode
ajudar a superar as limitações desse modelo?
• Sugestões pragmáticas para o percurso da leitura:
1. As p. 97-102 contém a apresentação geral dos objetivos e das preocupações teóricas do
texto; prestem bastante atenção nessas páginas.
2. Entre as p. 102 e 112, LaCapra retoma algumas obras de balanço e polêmicas
historiográficas que se desenvolveram nos Estados Unidos entre as décadas de 1960 e
1980; o objetivo é ilustrar a prevalência do “modelo documental de conhecimento”; não
se preocupem tanto com os detalhes nesta parte da argumentação.
3. A partir do final da p. 112, até o encerramento do texto na p. 118, LaCapra esboça o que
chama de um “programa pragmático ou ‘positivo’”, ou seja, traça propostas concretas
sobre as relações entre retórica e história, em 8 tópicos numerados.
Uma boa forma de apreender essas propostas é tentar sintetizar cada uma delas em uma
frase curta.
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Resumo elaborado a partir de: ARISTÓTELES. Retórica. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2012, p. 21-24.