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Resumo
Neste trabalho de conclusão de curso será apresentada uma revisão bibliográfica sobre as
patologias em revestimento cerâmico de fachada com o foco na identificação das possíveis
causas e soluções para algumas das patologias mais frequentes. Serão abordados, assim, os
principais problemas verificados em edificações, que fazem com que o revestimento cerâmico
de fachada não atenda sua função principal para a qual fora especificado conforme as
normas vigentes. Tais funções são: proteção contra infiltrações, facilidade na limpeza,
manutenção, e oferta de um diferencial estético ao empreendimento. Como embasamento
empírico, é mencionada uma edificação na região administrativa de Águas Claras-DF,
afetada por patologias na fachada. Os conceitos relacionados ao tema são abordados de
forma breve a fim de informar ao leitor sobre o sistema citado. Aspectos técnicos e práticos
da fase de projetos e de execução dos elementos que compõe os revestimentos são também
elucidados. As patologias analisadas neste trabalho são i) trincas e fissuras ii) destacamentos
de placas e iii) eflorescências. Por fim, conclui-se que tais manifestações poderiam ser
evitadas se todas as fases do processo fossem observadas à luz da normatização existente e
apresento ainda uma nova tecnologia que poderá ser utilizada em benefício da preservação
das fachadas.
1. INTRODUÇÃO
A cerâmica como material de uso estético e arquitetônico, tem sido utilizada desde a
Antiguidade. Com o advento de suas grandes navegações no séc. XV e contato com outras
ISSN 2179-5568 - Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - 12ª Edição nº 012 Vol.01/2016 Dezembro/2016
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civilizações, Portugal acabou absorvendo alguns traços das culturas orientais. Um desses
traços foi à difusão do uso de revestimentos cerâmicos com finalidades ornamentais em
palácios, igrejas e conventos. Após a implementação de um projeto do então Primeiro
Ministro D. João VI, Marquês de Pombal, que incentivava o aumento da produção de
azulejos, seu custo foi reduzindo e os revestimentos cerâmicos se tornaram mais populares.
No século XIX essa tendência foi trazida ao Brasil, e, foi inicialmente utilizada com o
propósito de melhorar a salubridade em edifícios construídos em lugares úmidos. Após a
constatação de sua durabilidade, de características antitérmicas e do seu poder de conservação
quando revestindo outros materiais, foi grande a disseminação do uso de cobertura cerâmica
em pisos e fachadas do país. Além de todas as qualidades citadas, o revestimento cerâmico
ainda traz a vantagem de embelezamento estético e valorização dos imóveis.
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2. OBJETIVOS
Na figura 02 é uma vista geral da fachada onde podem ser observados diversos
desplacamentos por toda a fachada da edificação.
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2.3 Justificativa
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3. CAUSAS
As patologias cerâmicas são defeitos que podem surgir logo após seu assentamento, ou
então, surgem após algum tempo de uso. Entender sua origem e saber identificar esses
problemas é extremamente necessário para minimizar as suas consequencias. Suas causas são
diversas e em sua grande maioria podem ocorrer por falhas no processo de execução.
São as que ocorrem na fase inicial do método construtivo, e em geral por deficiência de
um bom projeto, que empregue as metodologias, técnicas e materiais necessários para a
execução de todas as etapas do processo construtivo, de acordo com as normas da ABNT.
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É considerado um bom projeto aquele que especifica os requisitos para cada camada da
base de assentamento com a finalidade de certificar a boa aderência entre elas, de modo a
impedir que se desprendam. A segunda preocupação que deve ser ressaltada é a projeção de
juntas de movimentação no planejamento da fachada.
3.2 Construtivas
Sua ocorrência se dá na etapa de construção e é causada por fatores como: mão de obra
não qualificada, materiais sem especificação e ausência de procedimentos padronizados.
Ocorrem ao longo do tempo de vida útil dos revestimentos, pelo fato de sua exposição
direta que sofrem do ambiente em que estão assentados, como maresia, ataques químicos e
também pela falta de manutenção ou por essa ser executada de maneira inadequada.
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Vejamos abaixo alguns exemplos que mostram as causas mais prováveis que podem
ocasionar o destacamento de placas cerâmicas.
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Na figura 05 é observado nitidamente nas placas cerâmicas que não houve aderência
entre a argamassa de assentamento e o revestimento cerâmico, tal fato ocorreu, pois, não
houve o devido cuidado da limpeza do engobe do revestimento e também pelo fato de não ter
sido passada uma camada de argamassa no seu tardoz para que ocorrese uma melhor
aderência entre a base e o revestimento cerâmico.
4.2 Eflorescência
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Na FIG 07 pode-se notar uma trinca no revestimento que ocasionou sua separação e
posteriormente seu destacamento.
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Na figura 08 podem ser observadas algumas regras básicas para que se obtenha uma boa
aderência entre os substratos para o assentamento do revestimento cerâmico.
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• Antes do cobrimento das alvenarias das paredes, elas devem estar secas com todas as
juntas curadas, aguardando o tempo de acomodação de toda a estrutura;
• Em tempos de chuva deve-se aguardar um prazo maior de cura providenciando uma
secagem mecanizada;
• A alvenaria deve estar totalmente limpa e livre de pó, graxas, entre outros;
• Antes do cobrimento com o chapisco devem-se umedecer as paredes para que haja
uma melhor aderência entre os substratos;
• O emboço aplicado deve ter idade mínima de 21 dias para o recebimento do
revestimento, e deve atingir uma resistência igual ou superior ao do revestimento a ser
aderido;
• Devem ser executados testes de arrancamento afim de se saber a resistência de cada
camada do processo construtivo;
• Devem ser executadas juntas de movimentação na vertical e horizontal, sendo a junta
horizontal executada a cada pavimento na altura das vergas ou a cada 3m, e as verticais a cada
3m ou 6m, em função do sentido do sol e dos ventos predominantes na fachada, já em
condições extremas deve-se reduzir o espaço entre as juntas.
De acordo com a (NBR 8214) o espaçamento mínimo entre as juntas deve ser de:
Dimensão do Painel Limitado pela Junta Largura da Junta
Até 3m 10mm
Entre 3m e 4m 12mm
Entre 4m e 5m 15mm
Entre 5m e 6m 15mm
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A NBR 13.816 (ABNT, 1997a) conceitua o revestimento cerâmico de tal modo que a
camada de regularização dele não faz parte. Isso pode ser entendido de duas formas:
a) Quando as placas são assentadas diretamente sobre a base, essa camada realmente
não existe e não é mencionada;
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b) Quando essa camada existe, ela deve ser projetada e executada de forma a apresentar
características que proporcionem condições adequadas para o assentamento das placas
cerâmicas, garantindo um bom desempenho do revestimento. Então, nesse caso, a camada de
regularização deve ser parte integrante do conceito de revestimento cerâmico.
As causas citadas são complementadas forçosamente por falhas de mão de obra, pelo
nível de controle tecnológico e pela fiscalização.
A necessidade da criação das juntas, espaço regular entre duas peças de materiais
idênticos ou distintos, é subdividida pelas normas segundo seus objetivos, como sendo:
Na FIG. 12 são mostrados os tipos de juntas que devem ser utilizadas juntamente com o
revestimento a ser assentado.
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A largura destas juntas deve ser dimensionada em função das movimentações previstas
para a parede e para o revestimento, e em função da deformabilidade admissível do selante,
respeitado o coeficiente de forma (largura/profundidade da junta), que deve ser especificado
pelo fabricante do selante.
As juntas de assentamento das placas do revestimento devem manter espaçamento ou
juntas entre elas para preencher as seguintes funções:
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Obs.: A dimensão mínima das juntas de assentamento pode ser de 5mm, desde que esta
largura e a elasticidade do material de rejuntamento atendam, pelo menos, as deformações
devidas à variação térmica a que está submetido o revestimento, mais aquela devida à
expansão por umidade das placas cerâmicas.
NBR 13755/96 - Acabamento das juntas de movimentação ou dessolidarização com
material de enchimento e selante.
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5.6 Projetos
Para a escolha da argamassa a ser utilizada, serão avaliados os diversos tipos existentes
no mercado. A fim de testar a resistência de cada uma delas quanto à tração, formação de
fissuras e pulverulência superficial, é assentada na edificação a serem construídos pequenos
painéis com mostras das argamassas. Assim, com o resultado dessas análises, é escolhido o
tipo de argamassa ideal a ser usada.
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Na FIG. 13 observa-se um teste que é feito pela construtora afim de analisar o melhor
método de assentamento da estrutura de fachada.
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6. CONCLUSÃO
Para a apresentação das patologias citadas neste trabalho foi analisada uma edificação na
região administrativa de Águas Claras, que é em sua totalidade, uma cidade vertical e ainda
jovem. Por esse motivo, há a preocupação em relação ao cumprimento de todas as etapas do
processo construtivo, pois, é possível notar que um grande número de edificações apresenta
patologias no revestimento de fachada.
Verifica-se ainda que muitas construtoras optam pela utilização do revestimento cerâmico
de fachada por ser uma opção estética e que valoriza o empreendimento. Porém, quando os
procedimentos expostos nesse trabalho não são aplicados de forma satisfatória, fica
comprovado o aparecimento de tais patologias, caracterizando exacerbada desvalorização dos
mesmos.
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Como proposta para solução dessas patologias, avocamos a possibilidade de que seja
imprescindível o seguimento correto das normas em todas as etapas construtivas, desde o
projeto até sua execução.
Referências
Revista Téchne. Editora Pini. nº116, pag. 44 – 50, 2006. Disponível em:
http://revistatechne.com.br. Acesso em: 20 ago. 2015.
Revista Téchne. Editora Pini. n°159, pag. 62 - 65, 2010. Disponível em:
http://revistatechne.com.br. Acesso em: 3 de set. 2015.
Revista Téchne. Editora Pini. n°171, pag. 30 - 35, 2011. Disponível em:
http://revistatechne.com.br. Acesso em: 20 ago. 2015.
Revista Téchne. Editora Pini. n°174, pag. 54 - 57, 2011. Disponível em:
http://revistatechne.com.br. Acesso em: 8 de out. 2015.
Revista Téchne. Editora Pini. n°184, pag. 34 - 38 e 58 - 62, 2012. Disponível em:
http://revistatechne.com.br. Acesso em: 16 de set. 2015.
Revista Téchne. Editora Pini. n°185, pag. 24 - 37, 2011. Disponível em:
http://revistatechne.com.br. Acesso em: 15 de out. 2015.
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