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gazetadopovo.com.br/republica/ansa-fertilizantes-petrobras-reestatizada-fechada/
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Sem conseguir vender uma subsidiária, a Petrobras decidiu “hibernar” a Araucária
Nitrogenados (Ansa), também conhecida como Fafen-PR. Na prática, a fábrica de
compostos para fertilizantes vai fechar e quase mil empregos, diretos ou indiretos, vão
acabar. O curioso deste caso é que a Ansa já havia sido privatizada pelo governo
brasileiro, em 1993. Depois de duas décadas na iniciativa privada, foi “reestatizada”, ao ser
comprada pela Petrobras em 2013, durante a gestão de Dilma Rousseff (PT).
A fábrica foi criada em 1982, era conhecida como Ultrafértil, e fazia parte da divisão de
fertilizantes da Petrobras, também chamadas de Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados
(Fafen), que ainda possuía unidades na Bahia e Sergipe, hibernadas em 2018 e arrendadas
no ano passado. A empresa entrou no Programa Nacional de Desestatização (PND), criado
em 1990, e acabou vendida em 1993 para a multinacional Bunge.
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De acordo com registros da CUT, em junho de 1993, a fábrica da então Ultrafértil era
responsável pela produção de 42% dos fertilizantes do Brasil. Já na iniciativa privada, a
planta voltou a ser negociada e foi comprada pela Vale Fertilizantes, em 2010. A empresa
acabou sendo reincorporada pela Petrobrás em 2013.
Na época, a Petrobras desembolsou US$ 234 milhões para adquirir a unidade, que teria
capacidade para produzir 700 mil toneladas de ureia, 475 mil toneladas de amônia e 450
mil metros cúbicos de Arla 32 por ano – esse número seria superior ao produzido nas
unidades da Bahia e Sergipe. Esses produtos eram feitos a partir do resídua asfáltico,
descartado pela vizinha Refinaria Presidente Vargas (Repar), também da Petrobras.
A operação foi uma troca de ativos entre a Petrobras e a Vale: o valor a ser desembolsado
pela fábrica de fertilizantes seria descontado do arrendamento de contratos de mineração
com a Vale. Quando foi reincorporada à Petrobras, a presidente da estatal à época, Graça
Foster, afirmou que a fábrica “nunca deveria ter saído” das mãos da Petrobras , “porque
tem toda uma sinergia com o nosso sistema”. O plano era de investir US$ 144 milhões na
unidade paranaense até 2017 – com o câmbio daquele ano, esse valor era equivalente a
R$ 300 milhões, divididos em quatro anos.
Antes de optar pelo fechamento da fábrica, a Petrobras vinha tentando vender a Ansa. O
processo de desinvestimento começou há mais de dois anos e uma companhia russa
demonstrou interesse na aquisição da planta, mas o negócio acabou não sendo
concretizado.
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deficiência de geração de caixa, a qual vem sendo suprida pelo suporte financeiro dos
seus acionistas”.
Impasse trabalhista
A decisão de hibernar a fábrica é uma etapa anterior ao fechamento. De acordo com a
Petrobras, a planta “permanecerá hibernada em condições que garantam total segurança
operacional e ambiental, além da integridade dos equipamentos”. Com isso, quase mil
postos de trabalho serão fechados – a fábrica possui 396 empregados diretos e outros
600 indiretos.
Para os empregados diretos, a Petrobras oferece, além das verbas rescisórias legais, um
pacote adicional entre R$ 50 mil e R$ 200 mil, proporcional à remuneração e tempo
trabalhado, manutenção de plano médico e odontológico, benefício farmácia e auxílio
educacional por até 24 meses e uma assessoria especializada em recolocação profissional.
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