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Capítulo 1
INTRODUÇÃO AO DIREITO TRIBUTÁRIO
1.5.1. Impostos
Imposto é uma espécie tributária “não vinculada”, pois sua cobrança não está
ligada a qualquer contraprestação estatal. A principal finalidade do imposto é
arrecadatória, fiscal. O Estado precisa de recursos e, para isso, institui impostos sobre a
manifestação de riqueza dos devedores para custear suas atividades. O imposto possui
caráter meramente contributivo. Todavia, excepcionalmente, o imposto pode possuir
uma finalidade “extrafiscal”, com o intuito de intervir ou regular uma situação específica
abrangida pelo seu poder de império (v.g., art. 182, § 4º, II, da Constituição Federal).
CADERNO DE DIREITO TRIBUTÁRIO – XXIX EXAME DA OAB
1.5.2. Taxas
O art. 145, II, da Constituição Federal prevê a competência comum da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios para instituição de taxas. As taxas se
distinguem dos impostos pela sua natureza contraprestacional. Assim, enquanto os
impostos são instituídos tendo como única finalidade a arrecadação e não estão
vinculados a nenhuma conduta estatal, as taxas dependem necessariamente de um
fazer do Estado, consistente no exercício do poder de polícia ou na prestação de um
serviço público. As taxas podem ser de duas espécies, como prevê o próprio texto
constitucional:
TAXAS TARIFAS
COMPULSORIEDADE DO SERVIÇO
OBRIGATÓRIA FACULTATIVA
PÚBLICO
UTILIZAÇÃO DO SERVIÇO
POTENCIAL OU EFETIVA EFETIVA
PÚBLICO
1. (Ano: 2018 - Banca: FGV - Órgão: OAB - Prova: Exame de Ordem Unificado - XXVI -
Primeira Fase). José, preocupado com o meio ambiente, faz uso de um processo caseiro
de transformação do lixo orgânico em adubo, bem como separa o lixo inorgânico,
destinando-o à reciclagem. Por isso, sempre que os caminhões que prestam o serviço
público de coleta de lixo passam por sua casa, não encontram lixo a ser recolhido. José,
então, se insurge contra a cobrança da taxa municipal de coleta de lixo proveniente de
imóveis, alegando que, como não faz uso do serviço, a cobrança em relação a ele é
indevida.
Acerca desse cenário, assinale a afirmativa correta.
a) Por ser a taxa de um tributo contraprestacional, a não utilização do serviço pelo
contribuinte retira seu fundamento de validade.
b) A coleta de lixo domiciliar nessas condições não configura a prestação de um serviço
público específico e divisível, sendo inconstitucional.
c) Por se tratar de serviço público prestado à coletividade em geral, no interesse da
saúde pública, seu custeio deve ocorrer por meio dos recursos genéricos auferidos com
a cobrança de impostos.
CADERNO DE DIREITO TRIBUTÁRIO – XXIX EXAME DA OAB
d) A cobrança é devida, pois o serviço está sendo potencialmente colocado à disposição
do contribuinte.
Gabarito: Letra D
2. (Ano: 2017 - Banca: FGV - Órgão: OAB - Prova: Exame de Ordem Unificado - XXIV -
Primeira Fase). O Município X, graças a uma lei municipal publicada no ano de 2014,
concedeu isenção de IPTU aos proprietários de imóveis cujas áreas não ultrapassassem
70m².
João possui um imóvel nessa condição e procura seus serviços, como advogado(a), para
saber se deve pagar a taxa de coleta de resíduos sólidos urbanos, instituída pelo
município por meio de lei publicada em junho de 2017, a ser exigida a partir do exercício
financeiro seguinte.
Diante desse quadro fático, assinale a afirmativa correta.
a) João não deve pagar a taxa de coleta, uma vez que a isenção do IPTU se aplica a
qualquer outro tributo.
b) João não deve pagar a taxa de coleta, porque, sendo a lei instituidora da taxa posterior
à lei que concedeu a isenção, por esta é abrangida, ficando João desobrigado do IPTU e
da taxa.
c) João deve pagar a taxa de coleta, porque a isenção só é extensiva às contribuições de
melhoria instituídas pelo município.
d) João deve pagar a taxa de coleta, porque, salvo disposição de lei em contrário, a
isenção não é extensiva às taxas.
Gabarito: Letra D
Capítulo 2
COMPETÊNCIAS TRIBUTÁRIAS
2.1. Conceito
CADERNO DE DIREITO TRIBUTÁRIO – XXIX EXAME DA OAB
A competência tributária consubstancia a delimitação do poder de tributar. Em
outras palavras, é o poder de instituir um tributo por meio de lei. Sob essa perspectiva,
só possui competência tributária quem detiver competência legislativa. Logo, apenas os
entes da federação possuem competência tributária.
O exercício da competência tributária é facultativo. Todavia, a competência
tributária é indelegável. A Constituição Federal define quais entes podem criar quais
tributos e, mesmo que um determinado ente opte por não instituir o tributo (como se
observa no caso do Imposto sobre Grandes Fortunas, ainda não instituído pela União),
outro ente não poderá avocar tal competência a fim de instituí-lo.
1. (Ano: 2016 - Banca: FGV - Órgão: OAB - Prova: Exame de Ordem Unificado - XX -
Primeira Fase). Determinado ente da Federação instituiu um tributo incidente sobre a
folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer
título, à pessoa física que preste serviço a empregador privado, ainda que sem vínculo
empregatício, com o objetivo de financiar a seguridade social. Em sintonia com a
CRFB/88, assinale a opção que indica o ente da federação competente para a instituição
do tributo descrito e o nome do tributo em questão.
a) Estados-membros e o Distrito Federal. Contribuição previdenciária.
b) União. Contribuição social.
c) União. Imposto sobre a renda.
d) Todos os entes da Federação. Contribuições sociais.
Gabarito: Letra B
Capítulo 3
LIMITAÇÕES AO PODER DE TRIBUTAR
3.1. Conceito
A doutrina define que as limitações ao poder de tributar são os princípios
constitucionais tributários e as imunidades. Tais limitações encontram previsão nos arts.
145, § 1º, e 150 a 152, do texto constitucional.
Em atenção ao disposto no art. 146, II, da CF/1988, as limitações ao poder de
tributar devem estar regulamentadas por meio de lei complementar. Assim, no que toca
a alguma limitação ao poder de tributar, o CTN foi recepcionado com status de lei
complementar.
Hodiernamente, é pacífico o entendimento de que essas limitações ao Fisco são
garantias individuais do contribuinte, estatuídas como cláusulas pétreas. Por essa razão,
não podem ser suprimidas por emendas constitucionais.
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3.2. Princípios
i) II, IE, IPI e IOF (art. 153, I, da CF/1988): por razões de extrafiscalidade;
ii) CIDE combustível (art. 177, § 4º, I, “b”, da CF/1988): a fim de intervir na
economia, permite-se a redução e restabelecimento da alíquota;
iii) ICMS monofásico (art. 155, § 4º, IV, da CF/1988): pode ser estabelecido
por meio dos convênios no âmbito do CONFAZ.
EXCEÇÕES
ANTERIORIDADE NOVENTENA
Art. 150, § 1º: Imposto de Importação (153,
I), Imposto de Exportação (153, II), Imposto
Art. 150, § 1º: Imposto de Importação (153,
sobre Operações Financeiras (153, V),
I), Imposto de Exportação (153, II), Imposto
Imposto sobre a Renda (153, III), Empréstimo
sobre Operações Financeiras (153, V),
Compulsório (148, I) e Imposto
Imposto sobre Produtos Industrializados
Extraordinário (154, II), base de cálculo do
(153, IV), Empréstimo Compulsório (148, I) e
Imposto sobre Propriedade de Veículos
Imposto Extraordinário (154, II).
Automotores (155, III) e base de cálculo do
Imposto Predial e Territorial Urbano (156, I).
Art. 195, § 6º: Contribuições de Seguridade
Social.
Art. 155, § 4º, IV, “c”: Imposto sobre
Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS
monofásico).
3.3. Imunidades
Imunidade tributária é uma limitação ao poder de tributar consistente em uma
exclusão, imposta pela Constituição Federal, e dirigida ao legislador, que fica impedido
de exercer a competência tributária nos casos especificados no texto constitucional. A
imunidade somente se aplica aos impostos e é considerada uma cláusula pétrea da
Constituição Federal. O reconhecimento da imunidade tributária não exclui a
necessidade de se cumprir as obrigações acessórias do tributo.
Se distingue da figuração da isenção, eis que na imunidade o ente não pode criar
o tributo. Já na isenção o ente exerce a competência e, posteriormente, edita nova regra
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isentando o contribuinte do pagamento do tributo. Importante consignar, ainda, que
ambas não se confundem com a “não incidência”, uma vez que esta estaria limitada pelo
próprio fato gerador, de modo que o que não estiver nele abrangido não sofrerá a
incidência tributária.
1. (Ano: 2017 - Banca: FGV - Órgão: OAB - Prova: Exame de Ordem Unificado - XXII -
Primeira Fase). Por meio da Lei Ordinária nº 123, a União instituiu contribuição não
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cumulativa destinada a garantir a expansão da seguridade social, utilizando, para tanto,
fato gerador e base de cálculo distintos dos discriminados na Constituição da República.
A referida lei foi publicada em 1º de setembro de 2015, com entrada em vigor em 2 de
janeiro de 2016, determinando o dia 1º de fevereiro do mesmo ano como data de
pagamento. Por considerar indevida a contribuição criada pela União, a pessoa jurídica
A, atuante no ramo de supermercados, não realizou o seu pagamento, razão pela qual,
em 5 de julho de 2016, foi lavrado auto de infração para a sua cobrança. Considerando
a situação em comento, assinale a opção que indica o argumento que poderá ser
alegado pela contribuinte para impugnar a referida cobrança.
a) A nova contribuição viola o princípio da anterioridade nonagesimal.
b) A nova contribuição viola o princípio da anterioridade anual.
c) A nova contribuição somente poderia ser instituída por meio de lei complementar.
d) A Constituição da República veda a instituição de contribuições não cumulativas.
Gabarito: Letra C
2. (Ano: 2017 - Banca: FGV - Órgão: OAB - Prova: Exame de Ordem Unificado - XXIII -
Primeira Fase). O reitor de uma faculdade privada sem fins lucrativos (cujas receitas,
inclusive seus eventuais superávits, são integralmente reinvestidas no estabelecimento
de ensino) deseja saber se está correta a cobrança de impostos efetuada pelo fisco, que
negou a pretendida imunidade tributária, sob o argumento de que a instituição de
ensino privada auferia lucros.
Na hipótese, sobre a atuação do fisco, assinale a afirmativa correta.
a) O fisco agiu corretamente, pois a imunidade tributária apenas alcança instituições de
ensino que não sejam superavitárias.
b) O fisco agiu corretamente, pois a imunidade tributária apenas alcança instituições
públicas de ensino.
c) O fisco não agiu corretamente, pois não há impedimento à distribuição de lucro pelo
estabelecimento de ensino imune.
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d) O fisco não agiu corretamente, pois, para que seja concedida tal imunidade, a
instituição não precisa ser deficitária, desde que o superávit seja revertido para suas
finalidades.
Gabarito: Letra D
Capítulo 4
LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA
4.1. Introdução
O Código Tributário Nacional, em seu art. 96, distingue a expressão “legislação
tributária” de “lei tributária”, pois aquela abrangeria, além da lei propriamente dita,
tratados e convenções internacionais, decretos e normas complementares. Assim,
dentro desse conceito de legislação tributária estão inseridos a lei em sentido amplo
(leis ordinárias, complementares e delegadas, medidas provisórias, resoluções do
Senado, decretos legislativos e decretos-leis), os tratados e convenções internacionais,
os decretos e as normas complementares.
1º) a analogia, desde que não resulte na exigência de tributo não previsto
em lei;
2º) os princípios gerais de direito tributário;
3º) os princípios gerais de direito público;
4º) a equidade, desde que não resulte na dispensa do pagamento de
tributo devido.
Ressalta-se que, nos termos do art. 108 do CTN, o emprego da analogia não
poderá resultar na exigência de tributo não previsto em lei e a utilização da equidade
não poderá dispensar o pagamento do tributo.
1. (Ano: 2018 - Banca: FGV - Órgão: OAB - Prova: Exame de Ordem Unificado - XXVI -
Primeira Fase). Em março de 2016, o Município X publicou lei instituindo novos critérios
de apuração e ampliando os poderes de investigação das autoridades administrativas.
Com base nessa nova orientação, em outubro do mesmo ano, o fisco municipal verificou
a ausência de declaração e recolhimento de valores do Imposto Sobre Serviços de
Qualquer Natureza - ISSQN devidos pela pessoa jurídica Y, referentes ao ano-calendário
2014; diante dessa constatação, lavrou auto de infração para cobrança dos valores
inadimplidos.
No que tange à possibilidade de aplicação da nova legislação ao presente caso, assinale
a afirmativa correta.
a) É inaplicável, pois não respeitou o princípio da anterioridade anual.
B) É inaplicável, pois o fisco somente poderia lavrar o auto de infração com base nos
critérios de apuração previstos em lei vigente no momento da ocorrência do fato
gerador.
CADERNO DE DIREITO TRIBUTÁRIO – XXIX EXAME DA OAB
c) É aplicável, pois a legislação que institui novos critérios de apuração e amplia poderes
de investigação das autoridades administrativas aplica-se aos lançamentos referentes a
fatos geradores ocorridos antes de sua vigência.
d) É aplicável, pois foi observado o princípio da anterioridade nonagesimal.
Gabarito: Letra C
Capítulo 5
OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA
5.1. Conceito
A obrigação é um instituto do direito privado, sendo tradicionalmente
conceituado como uma relação jurídica entre um credor e um devedor que tem por
objeto uma prestação. No campo tributário, a obrigação surge com a ocorrência do fato
gerador, da mesma forma que o crédito surge com o lançamento do tributo.
A obrigação tributária é definida como ex lege, pois independe de qualquer
manifestação de vontade do sujeito passivo, decorre apenas da lei.
5.9.1. Elisão
A elisão consiste na prática de atos lícitos para a economia de tributos. Pauta-se
em planejamento fiscal para economia de tributos por meio da interpretação da lei
tributária. Só se pratica a elisão antes da ocorrência do fato gerador.
5.9.2. Elusão
A elusão ocorre quando o contribuinte simula negócio jurídico a fim de dissimular
a ocorrência do fato gerador, adotando conduta artificiosa. Assim, percebe-se que a
norma geral antielisão, exposta no Código Tributário (art. 116, parágrafo único), seria,
CADERNO DE DIREITO TRIBUTÁRIO – XXIX EXAME DA OAB
na verdade, determinação de impedimento à prática de elusão. É também chama de
“elisão ineficaz”.
5.9.3. Evasão
A evasão configura conduta ilícita do contribuinte, que a pratica no intuito de
não pagar o tributo. Em muitos casos configura crime de sonegação fiscal.
1. (Ano: 2017 - Banca: FGV - Órgão: OAB - Prova: Exame de Ordem Unificado - XXIV -
Primeira Fase). João e Maria celebraram entre si contrato de locação, sendo João o
locador e proprietário do imóvel. No contrato, eles estipularam que a responsabilidade
pelo pagamento do Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU) do
imóvel será de Maria, locatária.
Com base nessas informações, assinale a afirmativa correta.
a) O contrato será ineficaz entre as partes, pois transferiu a obrigação de pagar o
imposto para pessoa não prevista em lei.
b) O contrato firmado entre particulares não poderá se opor ao fisco municipal, no que
tange à alteração do sujeito passivo do tributo.
c) O contrato é válido e eficaz, e, por consequência dele, a responsabilidade pelo
pagamento do tributo se tornará solidária, podendo o fisco municipal cobrá-lo de João
e/ou de Maria.
d) No caso de o fisco municipal cobrar o tributo de João, ele não poderá ajuizar ação
regressiva em face de Maria.
Gabarito: Letra B
2. (Ano: 2017 - Banca: FGV - Órgão: OAB - Prova: Exame de Ordem Unificado - XXIV -
Primeira Fase). Considere que Luís é um andarilho civilmente capaz que não elegeu
nenhum lugar como seu domicílio tributário, não tem domicílio civil, nem residência fixa,
e não desempenha habitualmente atividades em endereço certo.
CADERNO DE DIREITO TRIBUTÁRIO – XXIX EXAME DA OAB
A partir da hipótese apresentada, de acordo com o Código Tributário Nacional e no
silêncio de legislação específica, assinale a afirmativa correta.
a) Luís nunca terá domicílio tributário.
b) O domicílio tributário de Luís será o lugar da situação de seus bens ou da ocorrência
do fato gerador.
c) O domicílio tributário de Luís será, necessariamente, a sede da entidade tributante.
d) O domicílio tributário de Luís será a residência de seus parentes mais próximos ou o
lugar da situação dos bens de Luís.
Gabarito: Letra B
Capítulo 6
RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA
6.1. Introdução
Como já dito, contribuinte é aquele que tem relação pessoal e direta com a
situação que constitua o respectivo fato gerador. Todavia, a lei pode atribuir a
responsabilidade pelo pagamento do tributo a pessoa diversa do contribuinte. Ou seja,
a lei atribui ao terceiro que, de alguma forma, possua algum vínculo com o fato gerador
da respectiva obrigação, a qualidade de sujeito passivo.
Essa é a dicção do art. 128 do Código Tributário Nacional. Partindo dessa
premissa, pode-se afirmar que o responsável tributário pode ser:
No caso de ação com excesso de poderes ou com infração à lei, além das pessoas
acima, serão corresponsáveis pela obrigação tributária os mandatários, prepostos,
empregados, diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito
privado.
1. (Ano: 2018 - Banca: FGV - Órgão: OAB - Prova: Exame de Ordem Unificado - XXV -
Primeira Fase). A pessoa jurídica XXX é devedora de Contribuição Social sobre o Lucro
Líquido (CSLL), além de multa de ofício e de juros moratórios (taxa Selic), relativamente
ao exercício de 2014. O referido crédito tributário foi devidamente constituído por meio
de lançamento de ofício, e sua exigibilidade se encontra suspensa por força de recurso
administrativo. No ano de 2015, a pessoa jurídica XXX foi incorporada pela pessoa
jurídica ZZZ.
c) A incorporadora ZZZ é responsável apenas pelo tributo, uma vez que, em razão da
suspensão da exigibilidade, não é responsável pelo pagamento das multas e dos demais
acréscimos legais.
d) A incorporadora ZZZ é responsável apenas pela CSLL e pela multa, não sendo
responsável pelo pagamento dos juros moratórios.
Gabarito: Letra B
2. (Ano: 2018 - Banca: FGV - Órgão: OAB - Prova: Exame de Ordem Unificado - XXVII -
Primeira Fase). A pessoa jurídica Sigma teve lavrado contra si um auto de infração. A
autuação fiscal lhe impôs multa pela falta de exibição de notas fiscais durante um
determinado período. Após ser citada em sede de execução fiscal, a pessoa jurídica
Sigma alegou, em embargos à execução, que não apresentou as notas fiscais porque
elas haviam sido furtadas por seu antigo gerente geral, que, com elas, praticara ilícito
criminal, tendo sido, por isso, condenado na esfera penal por sonegação fiscal e furto
daquelas notas.
Com base nessa narrativa, no que tange ao pagamento da multa tributária, assinale a
afirmativa correta.
CADERNO DE DIREITO TRIBUTÁRIO – XXIX EXAME DA OAB
a) A responsabilidade é pessoal do antigo gerente por ter cometido infração conceituada
na lei como crime.
b) A empresa deve arcar com o pagamento da multa, sendo possível, posteriormente,
uma ação de regresso em face do antigo gerente geral.
c) O antigo gerente não pode ser responsabilizado na esfera cível/tributária, por já ter
sido condenado na esfera penal.
d) O caso é de responsabilidade solidária, por ter a empresa nomeado o antigo gerente
para cargo de tamanha confiança.
Gabarito: Letra A
Capítulo 7
LANÇAMENTO TRIBUTÁRIO
7.1. Conceito
Lançamento tributário é o procedimento administrativo – ou ato administrativo
oriundo dele, como parte da doutrina sustenta – que dá liquidez à obrigação tributária
principal. De acordo com o art. 142 do CTN, o lançamento é ato privativo do Fisco e por
meio do qual se constitui o crédito tributário, após a apuração do fato gerador:
7.2. Competência
De acordo com a dicção do próprio art. 142 do CTN, “compete privativamente à
autoridade administrativa constituir o crédito tributário pelo lançamento”. Assim, o
lançamento é sempre um ato privativo do Fisco. No entanto, isso não se confunde com
a possibilidade – que parte da doutrina defende – de se constituir o crédito tributário
por outras formas, como exposto no tópico anterior.
Todavia, há quem sustente que o juiz “lançaria” os tributos nas ações de
inventário e que, portanto, isso excepcionaria a regra da competência privativa da
autoridade administrativa.
Logo, se extrai do art. 144 do CTN que o lançamento será regido pela lei vigente
à época da ocorrência do fato gerador. Por essa razão, este artigo apresenta hipótese
de ultratividade da lei tributária. Ou seja, mesmo que a lei já tenha sido revogada ou
modificada, ela continuará a produzir efeitos.
Todavia, o § 1º do art. 144 do CTN traz regra diversa, pois a legislação que verse
sobre critérios de apuração ou processos de fiscalização aplica-se de imediato, mesmo
que a fatos geradores anteriores à sua vigência, excetuando-se apenas, a hipótese de
responsabilidade tributária atribuída a terceiros, a qual não poderá retroagir.
1. (Ano: 2015 - Banca: FGV - Órgão: OAB - Prova: Exame de Ordem Unificado - XVIII -
Primeira Fase). Antônio, prestador de serviço de manutenção e reparo de instrumentos
musicais, sujeito à incidência do Imposto Sobre Serviços (ISS), deixou de recolher o
tributo incidente sobre fato gerador consumado em janeiro de 2013 (quando a alíquota
do ISS era de 5% sobre o total auferido pelos serviços prestados e a multa pelo
inadimplemento do tributo era de 25% sobre o ISS devido e não recolhido).
Em 30 de agosto de 2013, o Município credor aprovou lei que: (a) reduziu para 2% a
alíquota do ISS sobre a atividade de manutenção e reparo de instrumentos musicais; e
(b) reduziu a multa pelo inadimplemento do imposto incidente nessa mesma atividade,
que passou a ser de 10% sobre o ISS devido e não recolhido.
Em fevereiro de 2014, o Município X promoveu o lançamento do imposto, exigindo do
contribuinte o montante de R$ 25.000,00 – sendo R$ 20.000,00 de imposto (5% sobre
R$ 400.000,00, valor dos serviços prestados) e R$ 5.000,00 a título de multa pela falta
de pagamento (25% do imposto devido).
CADERNO DE DIREITO TRIBUTÁRIO – XXIX EXAME DA OAB
Sobre a hipótese apresentada, assinale a afirmativa correta.
a) O lançamento está correto em relação ao imposto e à multa.
b) O lançamento está incorreto tanto em relação ao imposto (que deveria observar a
nova alíquota de 2%) quanto em relação à multa (que deveria ser de 10% sobre o ISS
devido e não recolhido).
c) O lançamento está correto em relação à multa, mas incorreto em relação ao imposto
(que deveria observar a nova alíquota de 2%).
d) O lançamento está correto em relação ao imposto, mas incorreto em relação à multa
(que deveria ser de 10% sobre o ISS devido e não recolhido).
Gabarito: Letra D
Capítulo 8
SUSPENSÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO
8.1. Conceito
As causas de suspensão da exigibilidade do crédito tributário proporcionam a
suspensão da cobrança do tributo pelo Fisco e suspendem, simultaneamente, o
transcurso do prazo prescricional.
Elas estão arroladas taxativamente no art. 151 do Código Tributário Nacional:
i) moratória;
ii) depósito do seu montante integral;
iii) reclamações e recursos, nos termos das leis reguladoras do processo
tributário administrativo;
iv) concessão de medida liminar em mandado de segurança;
v) concessão de medida liminar ou de tutela antecipada, em outras espécies
de ação judicial; e,
vi) parcelamento.
CADERNO DE DIREITO TRIBUTÁRIO – XXIX EXAME DA OAB
A suspensão prevista no mencionado dispositivo não afasta o cumprimento das
obrigações acessórias, por força do parágrafo único do art. 151 do CTN.
8.5. Liminares
A liminar em mandado de segurança também é um mecanismo apto à suspensão
do crédito tributário. Para sua concessão, faz-se necessária a presença do fumus boni
iuris e do periculum in mora, assim como em qualquer liminar regida pela Lei
12.016/2009. Caso a liminar seja cassada, o Fisco poderá cobrar o tributo com juros e
correção monetária, a teor do que dispõe a Súmula 405 do STF.
Da mesma maneira, as demais liminares concedidas em ações judiciais também
suspendem a exigibilidade do crédito tributário. Como não poderia ser diferente,
eventual cassação da liminar também possibilita ao Fisco a cobrança do seu crédito
tributário devidamente atualizado.
1. (Ano: 2016 - Banca: FGV - Órgão: OAB - Prova: Exame de Ordem Unificado - XXI -
Primeira Fase). A Pessoa Jurídica ABC verificou que possuía débitos de Imposto sobre a
Renda (“IRPJ”) e decidiu aderir ao parcelamento por necessitar de certidão de
regularidade fiscal para participar de licitação. Após regular adesão ao parcelamento e
diante da inexistência de quaisquer outros débitos, a contribuinte apresentou
requerimento para emissão da certidão.
Com base nessas informações, o Fisco deverá
a) deferir o pedido, já que o parcelamento é causa de extinção do crédito tributário.
CADERNO DE DIREITO TRIBUTÁRIO – XXIX EXAME DA OAB
b) (indeferir o pedido, pois a certidão somente poderá ser emitida após o pagamento
integral do tributo em atraso.
c) deferir o pedido, já que o parcelamento é causa de suspensão da exigibilidade do
crédito tributário.
d) deferir o pedido, já que o parcelamento é causa de exclusão do crédito tributário.
Gabarito: Letra C
Capítulo 9
EXTINÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO
9.1. Conceito
As causas de extinção do crédito tributário estão previstas, em regra, no art. 156
do CTN. Diz-se em regra porque, apesar de parcela da doutrina sustentar se tratar de rol
taxativo, há outras situações jurídicas que também extinguem o crédito tributário (v.g.,
confusão, regulamentada pelos arts. 381 a 384 do Código Civil). No entanto, o rol do art.
156 do CTN prevê as seguintes hipóteses de extinção do crédito tributário:
i) pagamento;
ii) compensação;
iii) transação;
iv) remissão;
v) prescrição e decadência;
vi) conversão de depósito em renda;
vii) pagamento antecipado e homologação do lançamento nos termos do
disposto no art. 150 e seus §§ 1º e 4º;
viii) consignação em pagamento, nos termos do disposto no § 2º do art. 164;
ix) decisão administrativa irreformável, assim entendida a definitiva na
órbita administrativa, que não mais possa ser objeto de ação anulatória;
x) decisão judicial passada em julgado; e,
xi) dação em pagamento em bens imóveis.
CADERNO DE DIREITO TRIBUTÁRIO – XXIX EXAME DA OAB
9.2. Pagamento
É a extinção normal da obrigação tributária, pela qual o contribuinte entrega ao
Erário a quantia correspondente ao tributo exigido, com os eventuais acréscimos
decorrentes da mora.
9.3. Compensação
CADERNO DE DIREITO TRIBUTÁRIO – XXIX EXAME DA OAB
A compensação ocorre quando contribuinte e ente tributante são credores e
devedores ao mesmo tempo um do outro. Assim, havendo lei autorizativa do ente
tributante, as dívidas se compensam até a sua extinção. É uma alternativa à ação de
repetição do indébito.
Diferentemente do Direito Civil, a compensação tributária pode incluir dívidas
vincendas. Todavia, é vedada para aproveitamento de tributo objeto de
contestação judicial pelo contribuinte antes do trânsito em julgado (art. 170-A do CTN).
9.4. Transação
Consiste em concessões recíprocas, em caráter excepcionalíssimo, por parte do
Fisco e do sujeito passivo. Somente pode ocorrer se houver lei autorizativa, nos termos
do art. 171 do CTN.
Aqui, se distinguindo do direito privado novamente, a transação não tem
natureza contratual, mas legal, e somente pode ser terminativa de litígio e nunca
utilizada de modo “preventivo”.
9.5. Remissão
É o perdão da dívida tributária, abrangendo o tributo e as multas. A remissão
pode ser total ou parcial, sendo vedada na hipótese do art. 195, § 11, da CF/1988. De
todo modo, ela não gera qualquer direito adquirido ao contribuinte, depende de lei
autorizativa específica, que deverá indicar alguma das hipóteses previstas no art. 172 do
CTN, quais sejam:
1. (Ano: 2018 - Banca: FGV - Órgão: OAB - Prova: Exame de Ordem Unificado - XXVII -
Primeira Fase). A sociedade empresária ABC, atuante na área de prestação de serviços
de limpeza, em dificuldades financeiras, não estava conseguindo realizar o pagamento
dos tributos federais. Diante disso, ela se ofereceu à Administração Pública Federal para
realizar o pagamento dos tributos mediante prestação direta de serviços de limpeza em
prédios públicos ou, alternativamente, transferir para o Fisco um imóvel de sua
propriedade.
A respeito desse cenário, assinale a afirmativa correta.
a) As propostas são inadmissíveis, pois os tributos somente podem ser pagos em
dinheiro.
b) As propostas são admissíveis, em razão do princípio da menor onerosidade para o
devedor (favor debitoris).
CADERNO DE DIREITO TRIBUTÁRIO – XXIX EXAME DA OAB
c) A proposta de transferência de imóvel do contribuinte para a Fazenda Pública Federal
para pagamento de tributo é admissível por expressa permissão legal.
d) A proposta de prestação direta de serviços para pagamento de tributo é admissível,
em circunstâncias excepcionais, como forma subsidiária de garantia do recebimento do
crédito pela Fazenda Pública.
Gabarito: Letra C
Capítulo 10
EXCLUSÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO
10.1. Conceito
O art. 175 do Código Tributário Nacional prevê duas hipóteses de exclusão do
crédito tributário: i) a anistia; e, ii) a isenção.
Nas hipóteses de exclusão do crédito tributário, o fato gerador ocorre, mas não
há constituição do crédito tributário, tampouco o ato de lançamento do tributo. Nesses
casos, o crédito, seja o principal, seja a penalidade decorrente da mora, não poderá ser
cobrado.
A exclusão do crédito tributário não dispensa o sujeito passivo do cumprimento
das obrigações acessórias previstas em lei.
10.2. Isenção
Tradicionalmente, a isenção pode ser conceituada como a “dispensa legal de
pagamento de tributo”. Ela deve ser sempre oriunda de lei específica. Quando houver
lei concessiva de isenção, o tributo não poderá ser lançado, de modo que não se
constituirá o crédito tributário. A existência de lei que concede a isenção para
determinada pessoa não a desonera das obrigações tributárias acessórias.
As isenções podem ser de duas espécies: i) gratuitas; e, ii) onerosas.
10.3. Anistia
A anistia é o ato pelo qual o Fisco perdoa as multas por infrações praticadas pelos
contribuintes. Sendo causa de exclusão do crédito tributário, a anistia impede o
lançamento da penalidade pecuniária. Ou seja, ela exclui as infrações praticadas antes
da lei concessiva da anistia. Este instituto não pode servir para perdoar infrações
ocorridas após a vigência da lei que a previu. Além disso, o art. 180 do CTN traz duas
hipóteses em que a anistia é vedada, quais sejam:
ISENÇÃO ANISTIA
2. (Ano: 2017 - Banca: FGV - Órgão: OAB - Prova: Exame de Ordem Unificado - XXIV -
Primeira Fase). O Município X, graças a uma lei municipal publicada no ano de 2014,
concedeu isenção de IPTU aos proprietários de imóveis cujas áreas não ultrapassassem
70m².
João possui um imóvel nessa condição e procura seus serviços, como advogado(a), para
saber se deve pagar a taxa de coleta de resíduos sólidos urbanos, instituída pelo
município por meio de lei publicada em junho de 2017, a ser exigida a partir do exercício
financeiro seguinte.
Diante desse quadro fático, assinale a afirmativa correta.
a) João não deve pagar a taxa de coleta, uma vez que a isenção do IPTU se aplica a
qualquer outro tributo.
b) João não deve pagar a taxa de coleta, porque, sendo a lei instituidora da taxa posterior
à lei que concedeu a isenção, por esta é abrangida, ficando João desobrigado do IPTU e
da taxa.
c) João deve pagar a taxa de coleta, porque a isenção só é extensiva às contribuições de
melhoria instituídas pelo município.
d) João deve pagar a taxa de coleta, porque, salvo disposição de lei em contrário, a
isenção não é extensiva às taxas.
CADERNO DE DIREITO TRIBUTÁRIO – XXIX EXAME DA OAB
Gabarito: Letra D
Capítulo 11
IMPOSTOS EM ESPÉCIE
i) a circulação de mercadorias;
ii) a prestação de serviços de transporte interestaduais e intermunicipais;
iii) a prestação onerosa de serviços de comunicação;
iv) o fornecimento de mercadorias com prestação de serviços não
compreendidos na competência municipal ou quando lei complementar
assim prever;
v) a entrada de mercadoria ou bem importado do exterior;
vi) serviço prestado ou iniciado no exterior;
vii) entrada de petróleo e energia elétrica não destinados à comercialização
ou industrialização.
ITR IPTU
ITCMD ITBI
Competência dos Estados e DF Competência dos Municípios e DF
Transmissão Gratuita Transmissão Onerosa
Quaisquer bens Apenas bens imóveis
Progressivo Não pode ser progressivo
CADERNO DE DIREITO TRIBUTÁRIO – XXIX EXAME DA OAB
11.3.3. Imposto sobre serviços de qualquer natureza (ISS)
Previsto no art. 156, III, da CF/1988, que estabelece a competência Municipal
para criar o ISS sobre serviços de qualquer natureza não previstos na competência dos
Estados e estabelecidos em lei complementar.
Assim, os Municípios não poderão tributar os serviços que são de competência
estadual. Ademais, os Municípios só podem instituir o ISS sobre os serviços listados na
LC 116/2003. O entendimento atual é de que essa lista de serviços é taxativa, porém,
tem-se admitido uma interpretação extensiva em relação a cada um dos itens ali
discriminados.
Logo, o fato gerador do ISS é: i) a prestação de serviços constantes da LC
116/2003; ii) serviço proveniente do exterior ou que tenha se iniciado no exterior; e, iii)
serviços prestados por meio de bens ou serviços públicos, com pagamento, pelo usuário
final do serviço, de tarifa, preço público ou pedágio. Esses fatos geradores ocorrerão,
em regra, no momento da efetiva prestação do serviço ou conforme disciplina da lei
municipal competente.
O tributo recairá sobre o prestador de serviço, empresa ou profissional
autônomo. A base de cálculo é, em regra, o preço do serviço, sendo possível a adoção
de base de cálculo presumida (fixa), se assim dispuser a lei municipal. As alíquotas
poderão ser fixadas livremente pelos Municípios, desde que respeitados os limites
estabelecidos em lei complementar.
Por se tratar de imposto predominantemente fiscal, deve observar todos os
princípios tributários.
1. (Ano: 2018 - Banca: FGV - Órgão: OAB - Prova: Exame de Ordem Unificado - XXVII -
Primeira Fase). O Município M resolve ele mesmo fiscalizar e cobrar o Imposto sobre a
Propriedade Territorial Rural (ITR) dos imóveis rurais localizados em seu território.
Acerca desse cenário, assinale a afirmativa correta.
a) O ITR não pode ser fiscalizado e cobrado pelo Município M, por se tratar de tributo
de competência da União.
CADERNO DE DIREITO TRIBUTÁRIO – XXIX EXAME DA OAB
b) O Município M poderá optar, na forma da lei, por fiscalizar e cobrar diretamente o
ITR.
c) A fiscalização e a cobrança do ITR pelo Município M autorizam-no a reter 50% do
produto da arrecadação do imposto, como contraprestação pela fiscalização e cobrança
no lugar da União.
d) A partir da opção por fiscalizar e cobrar o ITR, o Município M passa a ter competência
para alterar as alíquotas do imposto, inclusive para sua redução.
Gabarito: Letra B
2. (Ano: 2016 - Banca: FGV - Órgão: OAB - Prova: Exame de Ordem Unificado - XXI -
Primeira Fase). João, advogado tributarista, é procurado para orientar a empresa L a
respeito do comportamento da jurisprudência do Supremo Tribunal Federal sobre
matéria tributária.
Como assistente de João, assinale a opção que veicula enunciado com efeito vinculante
em relação aos órgãos do Poder Judiciário e à Administração Pública direta e indireta,
nas esferas federal, estadual e municipal.
a) Na entrada de mercadoria importada do exterior é legítima a cobrança do ICMS por
ocasião do desembaraço aduaneiro.
b) Ainda quando alugado a terceiros, o imóvel pertencente a qualquer das entidades
referidas pelo Art. 150, inciso VI, alínea c, da CRFB/88, permanece imune ao IPTU, não
importando a finalidade a que os aluguéis se destinem.
c) A norma legal que altera o prazo de recolhimento de obrigação tributária está sujeita
ao princípio da anterioridade.
d) A exigência de depósito prévio, como requisito de admissibilidade de ação judicial na
qual se pretenda discutir a exigibilidade de crédito tributário, é constitucional.
Gabarito: Letra A
3. (Ano: 2018 - Banca: FGV - Órgão: OAB - Prova: Exame de Ordem Unificado - XXVII -
Primeira Fase). Em dezembro de 2017, João adquiriu o domínio útil de um terreno de
CADERNO DE DIREITO TRIBUTÁRIO – XXIX EXAME DA OAB
marinha. No ano de 2018, foi surpreendido com a chegada de duas notificações: uma
da Secretaria de Patrimônio da União (SPU), para pagamento do foro anual à União;
outra do Município, contendo a cobrança do IPTU do imóvel.
Acerca desse cenário, assinale a afirmativa correta.
a) A cobrança do IPTU é devida, pois o titular do domínio útil também é contribuinte do
IPTU.
b) A dupla cobrança é indevida, pois, tratando-se do mesmo imóvel, a base de cálculo e
o fato gerador do foro anual e do IPTU seriam idênticos, configurando um bis in idem
vedado em matéria tributária.
c) A cobrança do IPTU é indevida, pois, sendo o imóvel de propriedade da União, goza
da imunidade recíproca.
d) Como ambos os tributos (foro anual e IPTU) destinam-se a entes federados distintos,
é admissível a dupla cobrança.
Gabarito: Letra A
Capítulo 12
GARANTIAS E PRIVILÉGIOS DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO
12.1. Introdução
Previstos nos arts. 183 a 193 do CTN, o legislador não se preocupou em
conceituar, tampouco distinguir, o que seriam as garantias e os privilégios do crédito
tributário. Contudo, a doutrina costuma consignar que garantia é gênero, do qual são
espécies os privilégios e as preferências.
As garantias discriminadas no Código Tributário Nacional não integram rol
taxativo, já que nada impede que outras normas possam exprimir novas garantias ao
crédito tributário.
12.2. Garantias
Garantia, como é cediço, é um mecanismo que visa assegurar o exercício de um
direito. Assim, no direito tributário, a garantia é um instrumento destinado a reforçar a
possibilidade de satisfação do crédito tributário. Em uma concepção ampla, pode-se
CADERNO DE DIREITO TRIBUTÁRIO – XXIX EXAME DA OAB
dizer que a realização de uma obrigação acessória pode ser vista como uma garantia,
pois também se destina a auxiliar o cumprimento da obrigação tributária principal.
12.2.1. Privilégios
Os privilégios do crédito tributário estão previstos nos arts. 184 e 185 do Código
Tributário Nacional e podem ser conceituados como vantagens que a lei concede a
determinado grupo de pessoas em detrimento das demais.
O art. 184 do CTN assim dispõe:
Art. 184. Sem prejuízo dos privilégios especiais sobre determinados bens,
que sejam previstos em lei, responde pelo pagamento do crédito tributário
a totalidade dos bens e das rendas, de qualquer origem ou natureza, do
sujeito passivo, seu espólio ou sua massa falida, inclusive os gravados por
ônus real ou cláusula de inalienabilidade ou impenhorabilidade, seja qual for
a data da constituição do ônus ou da cláusula, excetuados unicamente os
bens e rendas que a lei declare absolutamente impenhoráveis.
Da leitura do art. 184 se extrai que todos os bens do devedor estão sujeitos à
satisfação do crédito tributário. Nota-se que o dispositivo menciona o “sujeito passivo”,
ou seja, responde pelo débito com a totalidade dos seus bens tanto o contribuinte
quanto o responsável tributário. Inclusive os bens gravados por ônus real ou cláusula de
inalienabilidade ou impenhorabilidade, excetuados os absolutamente impenhoráveis,
por força de lei.
Já o art. 185 do CTN trata da fraude contra a Fazenda Pública (ou fraude à dívida
ativa):
Art. 185. Presume-se fraudulenta a alienação ou oneração de bens ou
rendas, ou seu começo, por sujeito passivo em débito para com a Fazenda
Pública, por crédito tributário regularmente inscrito como dívida ativa.
Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica na hipótese de terem
sido reservados, pelo devedor, bens ou rendas suficientes ao total
pagamento da dívida inscrita.
12.2.2. Preferências
CADERNO DE DIREITO TRIBUTÁRIO – XXIX EXAME DA OAB
As preferências dos créditos tributários estão enumeradas nos arts. 186 a 193 do
CTN. Tais preferências só possuem fundamento se existir, por óbvio, concurso de
credores, já que a preferência consiste em uma prioridade de satisfação do crédito
tributário.
O art. 186 do CTN estabelece que o “crédito tributário prefere a qualquer outro,
seja qual for sua natureza ou o tempo de sua constituição, ressalvados os créditos
decorrentes da legislação do trabalho ou de acidente de trabalho”.
A doutrina sustenta que o art. 186 do CTN se aplica ao devedor solvente e ao
insolvente civil, de modo que, em eventual concurso de credores, após o crédito
trabalhista, devem ser pagos os créditos tributários.
Observa-se que o dispositivo fala em crédito tributário, o que, por certo, não
inclui as multas. Esse entendimento é extraído da dicção do art. 83 da Lei 11.101/2005,
que prevê os créditos tributários no inciso III e as multas apenas no inciso VII.
Seguindo essa linha, o art. 187 do CTN prevê que a ação de execução fiscal não é
afetada pela posterior falência, recuperação judicial, concordata, inventário ou
arrolamento, de modo que eventuais bens já penhorados não ficam sujeitos à
arrecadação pelo juízo falimentar.
Os demais artigos trazem regramento especial de preferência para a satisfação
do crédito tributário e a previsão de que dependem da prova de quitação de tributos: i)
a concessão de recuperação judicial (art. 191 do CTN); ii) a sentença de julgamento de
partilha ou adjudicação (art. 192 do CTN); e iii) a participação em concorrência pública
(art. 193 do CTN).
1. (Ano: 2017 - Banca: FGV - Órgão: OAB - Prova: Exame de Ordem Unificado - XXIII -
Primeira Fase). A massa falida X possui (i) débitos tributários vencidos de Imposto sobre
Circulação de Mercadorias e Serviços – ICMS; (ii) débitos decorrentes da legislação do
trabalho, no valor de 30 salários mínimos; (iii) débitos com os sócios da massa falida X;
e (iv) remuneração devida ao administrador da massa.
Em tal quadro, assinale a afirmativa correta.
a) O débito de natureza tributária será pago em primeiro lugar.
CADERNO DE DIREITO TRIBUTÁRIO – XXIX EXAME DA OAB
b) O débito de natureza tributária será pago em segundo lugar.
c) O débito de natureza tributária será pago em terceiro lugar.
d) O débito de natureza tributária será pago em quarto lugar.
Gabarito: Letra C
Capítulo 13
ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA
13.1. Introdução
Os arts. 194 a 208 do CTN compõem o Título VII do Livro Segundo do Código
Tributário Nacional, denominado “Administração Tributária”. Referido livro é
didaticamente dividido em três capítulos: i) Capítulo I: Fiscalização; ii) Capítulo II: Dívida
Ativa; e iii) Capítulo III: Certidões Negativas.
Essa divisão contempla as formas pelas quais o Fisco irá atuar
administrativamente na seara tributária, principalmente no que tange a fiscalização,
lançamento e cobrança de tributos.
13.2. Fiscalização
A fiscalização compreende os arts. 194 a 200 do CTN e possui fundamento no
princípio da legalidade. É o ato de verificação do cumprimento das obrigações tributárias
pela administração pública. Poderão sofrer fiscalização tanto as pessoas não obrigadas
ao recolhimento de tributos (imunes e isentas) quanto qualquer pessoa a que a lei
atribua obrigação de pagamento de tributos.
A fiscalização exercida pela Fazenda se limita aos atos que estão reputados em
lei como autorizados, sob pena de reputarem-se ilegais. Assim, apesar de o poder de
polícia desempenhado na função fiscalizatória possuir certa discricionariedade, não se
pode estar em descompasso com a legislação tributária, como norteia o art. 194 do CTN.
Sob a perspectiva do sujeito passivo da relação tributária, incide a obrigação de
tolerar a fiscalização, enquanto verdadeira obrigação acessória do tributo. Por essa
razão, o art. 195 prevê que eventual sigilo empresarial não pode ser empecilho para o
exercício da fiscalização tributária. Além dessa obrigação acessória, o art. 197 traz ainda
CADERNO DE DIREITO TRIBUTÁRIO – XXIX EXAME DA OAB
rol exemplificativo que inclui o dever de informar ao Fisco sobre fatos geradores
praticados por terceiros.
Esse dever de informar se contrapõe ao dever de sigilo, que deve imperar por
parte das autoridades fazendárias que tenham acesso a informações que obtiverem em
razão de seu ofício.
O ato fiscalizatório é formalizado por meio do termo de fiscalização, que, após
sua lavratura, encerra a possibilidade de denúncia espontânea por parte do
contribuinte.
1. (Ano: 2018 - Banca: FGV - Órgão: OAB - Prova: Exame de Ordem Unificado - XXVI -
Primeira Fase). João, empresário, inconformado com a notificação de que a
Administração Pública Fazendária teria acesso às informações de sua movimentação
bancária para instruir processo administrativo fiscal, decidiu procurar o Escritório Alfa
de advocacia para uma consulta a respeito do caso. João busca saber se a medida
configura quebra de sigilo fiscal e se o procedimento da Administração Pública está
correto.
Com base na hipótese apresentada, assinale a opção que indica a orientação a ser dada
pelo Escritório Alfa, considerando a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal (STF)
acerca do acesso a dados bancários sigilosos pela Administração Pública Fazendária.
a) Não se trata de quebra de sigilo, mas de transferência de sigilo para finalidades de
natureza eminentemente fiscal, pois a legislação aplicável garante a preservação da
CADERNO DE DIREITO TRIBUTÁRIO – XXIX EXAME DA OAB
confidencialidade dos dados, vedado seu repasse a terceiros estranhos ao próprio
Estado, sob pena de responsabilização dos agentes que eventualmente pratiquem essa
infração.
b) A imediata notificação do contribuinte é mera liberalidade da Administração
Fazendária, sendo ao contribuinte facultada, tão somente, a extração da decisão final
da Administração Fazendária.
c) Tal uso de dados ofende o direito ao sigilo bancário, porque macula o princípio da
igualdade e o princípio da capacidade contributiva.
d) É inconstitucional a quebra de sigilo, pois a legislação aplicável garante a preservação
da confidencialidade dos dados, vedado seu repasse a terceiros, inclusive aos
integrantes da Administração Pública Fazendária.
Gabarito: Letra A
Capítulo 14
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
14.1. Introdução
O processo administrativo fiscal (PAF) não foi regulamentado pelo CTN, de modo
que cabe a cada ente federativo editar sua lei própria de regência. Na esfera federal, ele
foi regulamentado, principalmente, pelo Decreto 70.235/1972. Todavia, a Lei federal
9.430/1996, em seus arts. 48 a 50, também dispõe sobre “processos administrativos de
consulta”, enquanto o Decreto 7.574/2011 regulamenta o processo de determinação e
de exigência de créditos tributários da União, e traça também algumas regras sobre
outras questões tributárias e aduaneiras. Por fim, há ainda, na esfera federal, a famosa
Lei 9.784/1999, que traça regras gerais para todos os processos administrativos federais.
Assim, depreende-se que a questão, além de peculiar a cada ente, costuma ser
regulamentada por atos normativos esparsos. Na esfera federal e municipal não é
diferente. Deve-se verificar, ao menos, a existência de lei que regulamente o processo
administrativo naquele ente federativo e a lei específica de processo administrativo
fiscal para que se possa compreender com certo grau de certeza o seu trâmite e suas
peculiaridades regionais e locais.
CADERNO DE DIREITO TRIBUTÁRIO – XXIX EXAME DA OAB
14.2. Finalidade
Não obstante os processos administrativos guardarem peculiaridades de acordo
com a legislação que os regerá, a finalidade é comum a todos: a obtenção de um título
executivo hábil para a cobrança do crédito tributário.
Essa finalidade se dá pelo fato de o Fisco deter a prerrogativa de elaborar, de
modo unilateral, o seu título executivo, sendo totalmente desnecessária qualquer
manifestação de vontade do sujeito passivo.
Excepcionalmente, o processo administrativo fiscal terá o intuito de orientar o
sujeito passivo quanto à interpretação e aplicação da legislação tributária quando se
tratar de processo de “consulta”, como se verá adiante.
14.3. Princípios
Não há um consenso doutrinário acerca dos princípios que norteiam o processo
administrativo fiscal. Porém, pode-se dizer, com certo grau de certeza, que os princípios
a seguir deverão ser observados:
14.6. Nulidades
A mera irregularidade formal no âmbito do PAF não tem o condão de torná-lo
nulo. No entanto, excepcionalmente, entende-se que a incompetência do servidor que
praticou o ato de lançamento, lavrou termo ou proferiu despacho ou decisão, bem como
a violação ao direito de defesa do contribuinte maculam o ato praticado, tornando-o
nulo de pleno direito.
Isso só ocorrerá se o ato não puder ser sanado, haja vista a instrumentalidade
das formas e a informalidade que pautam o processo administrativo fiscal.
Portanto, a declaração de nulidade, além de apenas contemplar o ato
especificamente viciado, só deve ser declarada de modo excepcional. Na hipótese de o
lançamento ser declarado nulo por irregularidade formal, o prazo decadencial se
reiniciará, como prevê o art. 173, II, do CTN.
1. (Ano: 2016 - Banca: FGV - Órgão: OAB - Prova: Exame de Ordem Unificado - XXI -
Primeira Fase). João deixou de pagar o Imposto de Importação sobre mercadoria trazida
do exterior, sendo notificado pelo fisco federal. Ao receber a notificação, logo impugnou
administrativamente a cobrança. Percebendo que seu recurso administrativo demoraria
longo tempo para ser apreciado e querendo resolver a questão o mais rápido possível,
propõe ação anulatória para discutir matéria idêntica àquela demandada
administrativamente.
Com base nesse relato, assinale a afirmativa correta.
a) Haverá o sobrestamento da ação anulatória até que seja efetivamente apreciada a
impugnação administrativa.
b) A medida judicial será indeferida devido à utilização de recurso na esfera
administrativa.
c) A propositura de ação judicial sobre matéria idêntica àquela demandada na esfera
administrativa não constitui em desistência de tal esfera.
d) A concomitância de defesa administrativa com medida judicial versando sobre
matérias idênticas implica desistência do recurso administrativo interposto.
CADERNO DE DIREITO TRIBUTÁRIO – XXIX EXAME DA OAB
Gabarito: Letra D
Capítulo 15
PROCESSO JUDICIAL TRIBUTÁRIO
15.1. Introdução
Como já ressaltado, a constituição do crédito tributário se dá por iniciativa
própria do Fisco, mediante o lançamento. No entanto, a cobrança de tais créditos não
pode ocorrer na seara administrativa e é a partir desse momento que se dá início ao
processo judicial tributário.
Estando constituído o crédito, o sujeito passivo pode ir a juízo discutir o seu
débito, inclusive buscando anular o lançamento do tributo. No entanto, a mera
discussão judicial do lançamento não gera a suspensão da exigibilidade do crédito, que
somente ocorrerá em caso de liminar ou antecipação de tutela (art. 151, IV e V) ou
depósito do montante integral (art. 151, II, do CTN).
Por outro lado, não se exige o esgotamento da esfera administrativa para que o
sujeito passivo ingresse em juízo, assim como não está condicionado o ajuizamento da
ação ao depósito prévio do valor do débito, de modo que o contribuinte pode ajuizá-la
antes mesmo de constituído o crédito e sem a obrigatoriedade de garantir eventual
execução.
i) legitimidade da parte;
ii) prescrição e decadência;
iii) vício formal do título;
iv) prova flagrante de quitação do tributo.
Logo, não corresponde a meio apto para depósito dos valores que os
contribuintes entendam devidos, tampouco para afastar a incidência da mora.
As hipóteses mais comuns ocorrem quando o contribuinte tem dúvidas quanto
ao sujeito ativo do tributo devido.
1. (Ano: 2018 - Banca: FGV - Órgão: OAB – Prova: Exame de Ordem Unificado - XXVI -
Primeira Fase). Em execução fiscal ajuizada pela União, a contribuinte ABC ofereceu
seguro-garantia para garantir a execução, correspondente ao valor da dívida, acrescido
de juros, multa de mora e encargos indicados na Certidão de Dívida Ativa. Por meio de
publicação no órgão oficial, a União foi instada a se manifestar quanto à garantia
oferecida pela executada, deixando de se manifestar no prazo que lhe foi assinalado.
Diante disso, assinale a afirmativa correta.
a) Não é possível o oferecimento de seguro-garantia para garantir a execução fiscal. No
entanto, a intimação da União por meio de publicação no órgão da imprensa oficial foi
regular.
b) É possível o oferecimento de seguro-garantia para garantir a execução fiscal, tendo
sido regular a intimação da União por meio de publicação no órgão da imprensa oficial.
c) Não é possível o oferecimento de seguro-garantia para garantir a execução fiscal, nem
a intimação da União por meio de publicação no órgão oficial, pois qualquer intimação
ao representante judicial da Fazenda Pública deve ser feita por carta registrada com
aviso de recebimento.
d) É possível o oferecimento de seguro-garantia para garantir a execução fiscal, porém,
na execução fiscal, qualquer intimação ao representante judicial da Fazenda Pública será
feita pessoalmente.
Gabarito: Letra D
CADERNO DE DIREITO TRIBUTÁRIO – XXIX EXAME DA OAB
2. (Ano: 2018 - Banca: FGV - Órgão: OAB - Prova: Exame de Ordem Unificado - XXVII -
Primeira Fase). A União concedeu isenção de Imposto sobre a Renda aos portadores da
doença Beta. João e Maria são portadores da referida doença, sendo João servidor
público do Estado ABC e Maria, servidora pública do Município XYZ. Em razão de
retenção indevida do tributo, João e Maria desejam propor ação de restituição de
Imposto sobre a Renda retido na fonte.
Com base nesse relato, assinale a afirmativa correta.
a) João e Maria devem ajuizar ação em face da União, sendo a competência da Justiça
Federal.
b) João deve ajuizar ação em face do Estado ABC, enquanto Maria deve ajuizar ação em
face do Município XYZ, sendo a competência da Justiça Estadual.
c) João deve ajuizar ação em face da União e do Estado ABC e Maria, em face da União
e do Município XYZ, sendo a competência da Justiça Federal.
d) João e Maria devem ajuizar ação em face do respectivo ente empregador, sendo a
competência da Justiça Federal, tendo em vista o interesse da União.
Gabarito: B