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Recife - PE
2016
THIAGO JOSÉ SOUZA CORDEIRO
Recife - PE
2016
QUESTÃO: Demonstrar a carga crítica de um pilar (a ser escolhido pelo
aluno) e comparar o resultado obtido com os valores presentes em normas de
projetos.
Pede-se, na questão, para que o aluno escolha um caso de pilar e demonstre a
equação de sua carga crítica. O caso escolhido para a demonstração é o representado na
figura 1.
Figura 1 – Pilar escolhido
Fonte: Autor
Quando o pilar flamba, ele desenvolve a curva mostrada na figura 2.
Figura 2 – Curva desenvolvida pelo pilar ao flambar
Fonte: Autor
Com isso, desenvolve-se, no apoio superior, a reação horizontal R, conforme é
visto na figura 3 (notar que esse apoio é de 2° gênero, ou seja, é natural que essa reação
apareça).
Figura 3 – Reação R desenvolvida no apoio superior
Fonte: Autor
No engaste, tem-se o equilíbrio estático, ou seja, são induzidas a reação R, de
sentido oposto, e o momento M, que é igual a M = R.L, conforme é visto na figura 4.
Figura 4 – Reações induzidas no apoio inferior
Fonte: Autor
A uma distância x do apoio superior, pode ser feita uma seção transversal e
calcular o momento fletor atuante na mesma. A figura 5 ilustra:
Figura 5 – Seção a uma distância x do apoio superior
Fonte: Autor
Do equilíbrio dessa seção, tem-se:
𝑀 = 𝑃. 𝑣 − 𝑅. 𝐿 + 𝑅. 𝑥 (1)
A expressão (1) pode ser escrita da seguinte maneira:
𝑀 = 𝑃. 𝑣 − 𝑅(𝐿 − 𝑥) (2)
Tem-se que a equação diferencial da linha elástica é a mostrada abaixo. Notar que
ela é válida para pequenas deformações e no regime elástico-linear.
𝐸𝐼. 𝑣 ′′ = −𝑀 (3)
Substituindo o valor de M, visto na equação (2), na equação (3), chega-se a:
𝐸𝐼. 𝑣 ′′ = −𝑃. 𝑣 + 𝑅(𝐿 − 𝑥) (4)
A equação (4) pode ser reescrita da seguinte maneira:
𝐸𝐼. 𝑣 ′′ + 𝑃. 𝑣 = 𝑅(𝐿 − 𝑥) (5)
A equação (5) é diferencial e não-homogênea. Portanto, a sua solução geral é
composta pela solução homogêna e pela solução particular, conforme pode ser visto na
equação (6):
𝑣(𝑥) = 𝑣𝐻 (𝑥) + 𝑣𝑝 (𝑥) (6)
Para a resolução da equação (6), é necessário introduzir a constante κ. Tal
constante pode ser expressa da seguinte maneira:
𝑃
κ² = (7)
𝐸𝐼
Logo, a solução geral para a equação da linha elástica pode ser expressa da
seguinte maneira:
𝑅(𝐿−𝑥)
𝑣 = 𝐶1. 𝑠𝑒𝑛κx + C2. cosκx + (8)
𝑃
A expressão deduzida em (16) é a equação da carga crítica para esse tipo de pilar.
No entanto, não é a expressão comumente encontrada em normas de projeto, como a NBR
8800/2008, por exemplo, na qual as expressões são colocadas em termos do seu
comprimento de flambagem. Nessas normas, há a obediência a um certo “padrão”, o qual
é mostrado na expressão (17):
𝜋 2 .𝐸𝐼
𝑃𝑐𝑟 = (17)
(𝐿𝑓)²
Reorganizando, chega-se a:
𝜋 2 . 𝐸𝐼
𝑃𝑐𝑟 =
𝜋²
( )𝐿²
20,19072856
Percebe-se, então, que o comprimento de flambagem pode ser expresso por:
𝜋²
𝐿𝑓 2 = ( )𝐿²
20,19072856
Do que se deduz, a partir da expressão (18), que o valor de K pode ser expresso
por:
𝜋²
𝐾= √
20,19072856
𝐾 = 0,69915565
𝐾 ≅ 0,7 (19)
Com o valor obtido na expressão (19), pode-se, então, comparar com o que está
presente na norma NBR 8800. A figura 6 foi retirada da norma mencionada, sendo feito
um destaque para identificar o caso estudado, bem como o valor que ela prescreve para o
K.
Figura 6 – Tabela dos coeficientes de flambagem por flexão de elementos isolados
Referências bibliográficas:
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 8800 – Projeto
de estruturas de aço e de estruturas mistas de aço e concreto de edifícios. Rio de Janeiro.
2008.
TIMOSHENKO. GERE. Mecânica dos Sólidos. 1. Ed. V.2. Rio de Janeiro: LTC
– Livros Técnicos e Científicos, 1984.