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COOPERATIVA
UNIASSELVI-PÓS
Programa de Pós-Graduação EAD
CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI
Rodovia BR 470, Km 71, no 1.040, Bairro Benedito
Cx. P. 191 - 89.130-000 – INDAIAL/SC
Fone Fax: (47) 3281-9000/3281-9090
Equipe Multidisciplinar da
Pós-Graduação EAD: Profa. Elisabeth Penzlien Tafner
Prof. Norberto Siegel
Diagramação e Capa:
Centro Universitário Leonardo da Vinci
Copyright © Editora Grupo UNIASSELVI 2009
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri
UNIASSELVI – Indaial.
373.37
C8373a Costa, Paulo Sergio da.
Aprendizagem Cooperativa/Paulo Sergio da Costa. Centro
Universitário Leonardo da Vinci. - Indaial: Grupo Uniasselvi, 2009 .x 92 p.: il.
Inclui bibliografia
ISBN 978-85-7830-785-1
Impresso por:
Paulo Sergio da Costa (Paulinho)
APRESENTAÇÃO��������������������������������������������������������������������������� 7
CAPÍTULO 1
As Necessidades de uma Alternativa
para o Ato de Educar������������������������������������������������������������������� 9
CAPÍTULO 2
Aprendizagem e Ludicidade������������������������������������������������������� 25
CAPÍTULO 3
A Pedagogia da Cooperação e do Movimento Humano���������� 47
CAPÍTULO 4
Cooperação e Projeto de Vida������������������������������������������������� 63
CAPÍTULO 5
A Perspectiva Pedagógico-Cooperativa
e o “(Des)Envolvimento” do ser.����������������������������������������������� 79
APRESENTAÇÃO
Olá, caro(a) pós-graduando(a), seja bem-vindo(a) à disciplina Aprendizagem
Cooperativa e ao universo da Cooperação.
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AS NECESSIDADES DE UMA ALTERNATIVA
Capítulo 1 PARA O ATO DE EDUCAR
ConteXtualização
Ao longo da história da educação, assistimos ao nascer de inúmeras
especulações, conceitos, concepções e tendências com o propósito de construir
ou reconstruir uma nova face da educação e, assim sendo, a formação de um
novo sujeito pertinente a nossa sociedade.
É simplesmente
O princípio clássico da cooperação inserido no contexto do
a redescoberta
processo educativo não é uma invenção pedagógica do terceiro
do verdadeiro
milênio. É simplesmente a redescoberta do verdadeiro sentido da
sentido da
educação, poeticamente cantado, dançado, jogado, com o principal
educação,
interesse de proporcionar a mediação, a interlocução, a dialética e a
poeticamente
construção de conhecimentos próprios. É comum, nesta estrutura, que
cantado,
os alunos trabalhem juntos para atingir um objetivo comum. Trocam
dançado, jogado,
ideias ao invés de trabalharem sozinhos, diferentemente de trabalhos
com o principal
em grupo, em que não há garantias de que todos serão participativos. A
interesse de
aprendizagem cooperativa está estruturada de tal forma que um aluno
proporcionar
não pode se aproveitar dos esforços de um colega.
a mediação, a
interlocução,
Contudo, as escolas e os educadores encontram várias
a dialética e a
dificuldades para transformar suas práticas tradicionais em outras que
construção de
atendam aos interesses dos educandos, que os preparem para o nosso
conhecimentos
mundo o qual reinventamos a cada dia.
próprios.
Atividade de Estudos:
( ) Todas as respostas.
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Aprendizagem cooperativa
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AS NECESSIDADES DE UMA ALTERNATIVA
Capítulo 1 PARA O ATO DE EDUCAR
ESCUTATÓRIA
Diz Alberto Caeiro que... Não é bastante não ser cego para ver
as árvores e as flores.
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AS NECESSIDADES DE UMA ALTERNATIVA
Capítulo 1 PARA O ATO DE EDUCAR
Sem misturar o que ele diz com aquilo que a gente tem a dizer.
Vejam a semelhança...
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Aprendizagem cooperativa
Segunda: Ouvi o que você falou. Mas, isso que você falou como
novidade eu já pensei há muito tempo.
É coisa velha para mim. Tanto que nem preciso pensar sobre o
que você falou.
Eu comecei a ouvir.
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AS NECESSIDADES DE UMA ALTERNATIVA
Capítulo 1 PARA O ATO DE EDUCAR
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Aprendizagem cooperativa
papel) onde deve escrever seu nome e sobrenome. Após isso, o mesmo deve
ser dobrado e colocado em um recipiente que possui “corte” em sua tampa,
assemelhando-se a um “cofrinho”. Concluindo esta etapa, cada participante
deverá “pegar” uma das papeletas do recipiente e verificar o nome contido na
mesma. Se constar seu próprio nome, a papeleta deve ser trocada.
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AS NECESSIDADES DE UMA ALTERNATIVA
Capítulo 1 PARA O ATO DE EDUCAR
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Aprendizagem cooperativa
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AS NECESSIDADES DE UMA ALTERNATIVA
Capítulo 1 PARA O ATO DE EDUCAR
Atividade de Estudos:
Sob a ótica de Freire (1980, p. 97), “Como educador eu dou muito mais
ênfase a uma compreensão de um método rigoroso de conhecer. A minha grande
preocupação é o método enquanto caminho do conhecimento”.
ReFerÊncias
ALVES, Rubem. O amor que acende a lua. Campinas: Papirus, 1999.
FREIRE, João Batista. Educação de corpo inteiro. São Paulo: Scipione, 1998.
MARCELO, D2. D2: Perfil. São Paulo: Som Livre: 2007. 1 disco compact (60 +
min.): digital, estéreo.
WERNECK, Hamilton. Se você finge que ensina, eu finjo que aprendo. São
Paulo: Vozes, 1999.
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C APÍTULO 2
Aprendizagem e Ludicidade
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Capítulo 2 APRENDIZAGEM E LUDICIDADE
ConteXtualização
Aprendizagem é uma condição que oferece a possibilidade de entender
como os seres humanos utilizam as habilidades necessárias ao movimento. Seus
princípios são inseridos em uma gama manifesta de convexidades e concavidades
sintáticas, de abstratas e reais figurações, de subjetivas e objetivas intuições,
de doxas e epistemológicas cognições, possibilitando, assim, a compreensão
de um complexo emaranhado chamado vida. Esta condição pode ser ampliada
quando exposta a outra ou a outras formas de interagir com o meio, expandindo
os horizontes de compreensão de mundo e de realidades que ainda não foram
expressas e vivenciadas.
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Aprendizagem cooperativa
Atividade de Estudos:
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Capítulo 2 APRENDIZAGEM E LUDICIDADE
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Aprendizagem cooperativa
Atividade de Estudos:
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Capítulo 2 APRENDIZAGEM E LUDICIDADE
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Aprendizagem cooperativa
Quanto ao visual, sua leitura corporal é outra, bem diferente dos demais:
sua cabeça fica um pouco abaixada, porém com total visão do interlocutor. Seus
pensamentos, com base na verbalização, tomam contornos de “fantasia”, sendo
esta uma forma de interagir com o objeto. Possuem, nas últimas páginas de seus
cadernos ou material de anotações, muitos desenhos.
Uma forma simples para identificar alunos que possuem o domínio da escrita
é dividir a turma em duplas e pedir para que um dos alunos escreva seu próprio
nome. Depois disso feito, o outro aluno deve “massagear” todo o membro superior
que o primeiro aluno utilizou para escrever, desde o “topo da cabeça”, passando
pelos ombros, até a ponta dos dedos da mão. Em seguida, o primeiro aluno volta
a escrever seu nome. Qualquer alteração percebida, comparada ao primeiro
momento, nos permite previamente diagnosticar este distúrbio de escrita.
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Capítulo 2 APRENDIZAGEM E LUDICIDADE
a) segurar uma bola com muita força, deixar cair, apanhá-la e repetir o processo;
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Aprendizagem cooperativa
Atividade de Estudos:
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Capítulo 2 APRENDIZAGEM E LUDICIDADE
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Aprendizagem cooperativa
f) constante desatenção,
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Capítulo 2 APRENDIZAGEM E LUDICIDADE
Atividade de Estudos:
A Educação, a Formação do
ConHecimento e a Constituição do
SaBer
A Educação existe para servir a vida, a essência do ser humano e tudo o que
contém de mais belo na humanidade, tornando a convivência entre as coisas e as
relações no mundo mais harmoniosas e respeitosas.
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Aprendizagem cooperativa
Com a posição descrita por Schlögl (2000, p.13), temos mais subsídios para
compreender esta fenomenologia:
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Capítulo 2 APRENDIZAGEM E LUDICIDADE
EX.: Nome: João # Fruta de que gosta - Banana # Nome no jogo: “João
Banana”
Nome: Maria # Fruta de que mais gosta - Laranja # Nome no jogo: “Maria
Laranja”.
IMPORTANTE: Este nome, após escolhido, não deve ser modificado até o
término do jogo.
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Aprendizagem cooperativa
Após esta dobra, aplicar outra, formando, assim, um novo retângulo (ponta com
ponta e marcando bem todas as junções). Este movimento se repetirá 4 vezes.
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Capítulo 2 APRENDIZAGEM E LUDICIDADE
Caso seja necessário, continuar até que seja preenchida toda a cartela.
• Perguntamos, então, aos alunos quem, em sua família, sabe fazer algum
“quitute” com a fruta de que eles mais gostam. Sendo assim, pode ser
determinado que, no mês seguinte, haverá uma reunião com os responsáveis
pelos alunos e que, neste dia, após a pauta ser completada, terá um Festival
de Gastronomia.
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Aprendizagem cooperativa
“Por quantos e por quais nomes esta fruta é conhecida nos diversos estados
do Brasil?”. Sabemos, devido às particularidades da nossa língua, que algumas
frutas possuem nomes diferenciados (Língua Portuguesa).
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Capítulo 2 APRENDIZAGEM E LUDICIDADE
De fato, quem espera atingir algum degrau de sucesso jamais pode esperar
chegar a lugar algum continuando a fazer e realizar as mesmas coisas que
outrora. Sinto muito, caro(a) pós-graduando(a), assim não dá.
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Aprendizagem cooperativa
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Capítulo 2 APRENDIZAGEM E LUDICIDADE
Até lá !
ReFerÊncias
A CORRENTE do bem. Direção de Mimi Leder. EUA: Bel-Air Entertainment:
Warner Bros, 2000. 1 DVD.
CIDADE Negra. Perfil: Cidade Negra. São Paulo: Som livre, 2008. 1 disco
compact (60 + min.): digital, estéreo.
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Aprendizagem cooperativa
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C APÍTULO 3
A Pedagogia da Cooperação
e do Movimento Humano
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A PEDAGOGIA DA COOPERAÇÃO E
Capítulo 3 DO MOVIMENTO HUMANO
ConteXtualização
É evidente que não nascemos com todos os sistemas de comportamento,
crenças e demais modos de conduta. As orientações destrutivas, bem como as
construtivas, são aprendidas. Elas ocorrem como resultado de um processo de
socialização de vivências infinitas, dentro e fora do ambiente escolar, fazendo
parte do contexto de história pessoal de cada indivíduo.
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Aprendizagem cooperativa
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A PEDAGOGIA DA COOPERAÇÃO E
Capítulo 3 DO MOVIMENTO HUMANO
passos” dados ao longo do caminho por quem caminha e caminha junto. É uma
jornada de realização exterior para promover a transformação interior da pessoa e
do grupo (BROTTO, 2009).
Tomamos a perspectiva trazida por Freire (1980, p. 57) que encontra uma
forte relação entre a cooperação e as questões políticas das classes socialmente
desfavorecidas: “uma de nossas tarefas é educar para não aceitar passivamente
a injustiça [...] como educadores temos que transmitir outros valores. Podemos
oferecer a alternativa da solidariedade e do senso crítico diante do egoísmo e da
resignação”.
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Aprendizagem cooperativa
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A PEDAGOGIA DA COOPERAÇÃO E
Capítulo 3 DO MOVIMENTO HUMANO
Tema: açucareiro
Para fechar um dia de trabalho, nada como uma boa atividade em grupo.
Peça que todos dêem as mãos, mesmo sentados. Após isso, diga que contará
de um a três e, ao dizer três, cada participante do grupo deve ajudar o outro a
levantar de onde está sentado. Após, o grupo deverá formar um círculo, chamado
carinhosamente de açucareiro. Todos devem estar com os braços entrelaçados,
como um casal em um passeio numa praça. A partir daí, solicite que cada um
mentalize uma palavra que simbolize tudo o que vivenciou na jornada do dia.
Após um sinal, um gesto qualquer, todos devem bradar esta palavra, abraçando
pelo menos três pessoas e repetindo a palavra para cada um que abraçar.
Mas isso funciona? Funcionou, de fato, alguma vez? Por alguns momentos,
pode ser que sim, pois a amedrontamento é espantoso. Quem é que vai querer
ser exposto desta forma?
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Aprendizagem cooperativa
No início, sempre foi difícil, pois o preconceito não estava apenas no patamar
racial, mas na forma de expressar, na forma de pensar, na forma de ser, na
forma de interagir. Isso levava muitos alunos a ficarem imersos em seus mundos,
indiferentes e alheios ao que ocorria, apenas proporcionando o óbvio para
“passarem de ano” e atingirem a média necessária, sem muito comprometimento
com as tarefas escolares diárias.
Numa etapa seguinte, cada aluno deverá se apresentar para um aluno que
esteja mais próximo a ele. Assim, quando o educador dizer a palavra “ZIP”, cada
aluno deverá dizer o nome do aluno ao qual ele se apresentou.
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A PEDAGOGIA DA COOPERAÇÃO E
Capítulo 3 DO MOVIMENTO HUMANO
Em segundo lugar, a liderança de qualquer grupo que quer ter êxito na sua
missão deve extirpar qualquer tipo de intimidação das ações educativas propostas.
Isso pode ser entendido por quem será o mediador, educador ou profissional de
educação que desenvolverá os conteúdos com os alunos, quanto aos próprios
componentes do grupo. No que se refere ao educador, ser autoritário difere de ser
autoridade. O autoritário impõe; a autoridade propõe. Não se esqueça disso, por
favor! NUNCA!
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Aprendizagem cooperativa
Atividade de Estudos:
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A PEDAGOGIA DA COOPERAÇÃO E
Capítulo 3 DO MOVIMENTO HUMANO
POSITIVOS NEGATIVOS
Manter claramente os objetivos e as
tarefas a serem cumpridas durante o
dia. Escutar os demais companheiros
Realizar lutas de poder dentro do grupo.
dando toda atenção necessária e exigir
honestidade e generosidade de cada
participante do grupo.
Ser antiético, como cobrar de alguém
Faltar a reuniões do grupo em caso
algo que não foi combinado ou de
excepcional.
elogiar falsamente alguém.
Não “ficar em cima do muro”. Tomar
Deixar atritos levarem a confrontações e
sempre uma posição com relação aos
tensões.
fatos expostos.
Interar-se a respeito do que todos estão
Ser preguiçoso.
realizando.
Ser “pirata de ideias” – planos e
Saber gerenciar, sem lamúrias, os
programas – passando-os para
recursos escassos.
terceiros.
Didática da Cooperação
O que há de mais excitante quando nos propomos implementar um novo
processo pedagógico é a possibilidade de recomeçarmos, ou seja, a possibilidade
de “do nada se criar alguma coisa”.
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Aprendizagem cooperativa
Terminada esta nova etapa, todos devem retornar à composição primária dos
grupos e comentarem a respeito do que ouviram. Após, o grupo deve produzir uma
resenha sobre o tema de trabalho em questão, fazendo uma breve apresentação
para toda turma. Leia os versos da música “Monstro Invisível” (RAPPA, 2008):
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A PEDAGOGIA DA COOPERAÇÃO E
Capítulo 3 DO MOVIMENTO HUMANO
Atividade de Estudos:
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Aprendizagem cooperativa
Algumas ConsideraçÕes
Caro(a) pós-graduando(a), neste capítulo, nós constatamos a necessidade
de buscar novos horizontes frente às condutas pedagógicas e observamos a
eficácia de uma proposta cooperativa e de seus aspectos principais quanto a sua
aplicabilidade no cotidiano escolar.
ReFerÊncias
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A PEDAGOGIA DA COOPERAÇÃO E
Capítulo 3 DO MOVIMENTO HUMANO
RAPPA, o. Monstro Invisível: Single. São Paulo: Warner Music, 2008. 1 disco
compact (68 + min.): digital, estéreo.
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Aprendizagem cooperativa
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C APÍTULO 4
Cooperação e Projeto de Vida
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Capítulo 4 COOPERAÇÃO E PROJETO DE VIDA
ConteXtualização
Em nosso processo de existência, as referências de mundo, as interpretações
de fatos e atos e a compreensão dos fenômenos eloquentes à vida que são
construídos e reconstruídos pelos atributos conceituais – pelo menos assim
deveria ser – surgem como parâmetros essenciais para a atribuição de novos
valores a nossa identidade.
Gonçalves (1994, p. 09) se refere a este ponto de vista e nos traz que,
“No entanto, a realidade não é um mistério impenetrável e, a cada momento,
descobrir, atrás da aparência das coisas, a sua essência, é uma aventura e um
desafio constante”.
CaracterÍsticas e Formas de
Cooperar
Pensamos nas diversas situações lacônicas que nos impedem de sair
do casulo estereotipado, rotulado e demarcado por valores ínfimos, acenando
claramente o quanto ainda precisamos crescer em relação aos pressupostos
ligados a ações educativas.
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Atividade de Estudos:
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Após esta primeira indagação respondida, outra deve ser proferida: “O que
devemos informar?” Substancialmente esta questão deve ser examinada com
muito critério, sem poluição de ideologias baratas e de ruídos semânticos e apontar
elementos de abundante pesquisa, reflexão e contextualização. A pluralidade de
ideias, a multiplicidade de abordagens, a transmutação de aspectos laborais e
a interligação de fatores conceituais devem ser grandes e fantásticas narrativas
dos diferentes enigmas a serem explorados nas viagens para a construção do
conhecimento.
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Aprendizagem cooperativa
Afirma Freire (1980, p. 42) que “Este ponto de partida encontra-se nos próprios
homens. Mas já que os homens não existem fora do mundo, fora da realidade, o
movimento deve começar com a relação homem-mundo”. Consequentemente, o
ponto de partida deve estar sempre nos homens, no seu aqui e no seu agora, os
quais constituem a situação do poder atuar como sujeitos da sua própria história,
situando seu momento histórico.
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Capítulo 4 COOPERAÇÃO E PROJETO DE VIDA
Atividade de Estudos:
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Aprendizagem cooperativa
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Capítulo 4 COOPERAÇÃO E PROJETO DE VIDA
Orlick (1992, p. 77) nos coloca que “Dar uma contribuição ou fazer alguma
coisa bem feita simplesmente não exige necessariamente a derrota ou a
depreciação de outra pessoa”. Muitas pessoas ainda acreditam que, para vencer
ou ter sucesso, é preciso ser um feroz competidor, é necessário lançar-se de um
suposto direito de galgar degraus da vida “pisando na cabeça” de quem vê pela
frente, sem respeitar o limite da boa educação.
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Aprendizagem cooperativa
Esse mito é derrubado por diversos autores, como Zita Ana Lago Rodrigues
(2003) e Hamilton Werneck (1999), pois, na verdade a não-promoção de um
elevado nível de compartilhamento, de envolvimento de todos para a realização
de um bem “como-um”, a propulsão da competição exacerbada diminui a
autoestima e aumenta o medo de falhar, reduzindo a possibilidade da evolução
da expressão de capacidades e o pleno desenvolvimento do sujeito, favorecendo
continuamente atos de exclusão.
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Capítulo 4 COOPERAÇÃO E PROJETO DE VIDA
• Subjetivo: com seus fatores históricos, o corpo nos revela seus diversos
estereótipos adquiridos (e muitos ainda preservados) na magnitude das
influências sociais que ele se submeteu por inúmeras razões analítico-
estéticas, favorecendo uma verdadeira crise agônica, desprezando a qualidade
de SER, o mundo da vida, esquecendo que são seres humanos. Mas, pior
do que tudo isso, parte da ciência julga que, quantificando tão-só conhece o
homem na sua integralidade.
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Aprendizagem cooperativa
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Capítulo 4 COOPERAÇÃO E PROJETO DE VIDA
A escola e todo o alicerce que a sustenta são uma célula viva que deve
interagir intimamente desde seus primórdios momentos de concepções, passando
pelo seu histórico-cultural e antropológico social até a iminência do surgimento de
sujeitos protagonistas de suas próprias histórias e contundências em seu meio,
mostrando assim um fluxo e o refluxo de aprendências e saberes universais.
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Aprendizagem cooperativa
Por isso, viva e deixe viver intensamente, antes que a cortina da vida feche e
venhamos a ficar sem os merecidos aplausos.
Seguimos em vida.
Algumas ConsideraçÕes
Caro(a) pós-graduando(a), neste capítulo, você adquiriu conhecimentos
pertinentes à identificação dos princípios necessários para o desenvolvimento
de um projeto cooperativo e de suas nuances como ação educativa e também
para como organizar um ambiente pedagógico que possa favorecer esta linha
pedagógica.
ReFerÊncias
BROTTO, Fábio O. jogos cooperativos. Santos: Ed. Re-Novada, 1999.
CASTRO, Claudio de Moura. Educar é contar histórias. Veja, São Paulo: Abril
S.A., n. 2116, 10 jun. 2009. Semanal. Disponível em: <http://veja.abril.com.
br/100609/p_030.shtml>. Acesso em: 15 jun. 2009.
CRUZ, Ester Mian da. Soletrando: Taiguara, teu sonho não acabou. Folha da
Região, Araçatuba, p. 2. 12 set. 2008.
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Capítulo 4 COOPERAÇÃO E PROJETO DE VIDA
TITÃS. Titãs Acústico. São Paulo: Gravadora Warner Music. BR. Ltda, 1997. 1
disco compact (1h11min.): digital, estéreo.
WERNECK, Hamilton. Se você finge que ensina, eu finjo que aprendo. São
Paulo: Vozes, 1999.
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Aprendizagem cooperativa
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C APÍTULO 5
A Perspectiva Pedagógico-Cooperativa
e o “(Des)Envolvimento” do Ser
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A PERSPECTIVA PEDAGÓGICO-COOPERATIVA
Capítulo 5 E O “(DES)ENVOLVIMENTO” DO SER
ConteXtualização
Ao longo de todo o escrito até agora, percebemos a necessidade de, pelo
menos, discutir e refletir sobre referenciais pedagógicos que nos apontem um
sentido mais humano e a direção para uma concepção que, em suas atribuições,
contemple a transcendência da superficialidade dos fenômenos inerentes ao
“apre-ender” e que a aprendizagem seja mais centrada nas efetivas possibilidades
do momento e das circunstâncias que o conhecimento oferece.
Um exemplo para ilustrar esta postura é dado por Chauí (2000, p. 43), ao
citar Platão em sua Alegoria da Caverna:
As sombras são, nada mais, nada menos, do que amarras que não permitem
aos homens darem um passo adiante daquilo que os faz se sentirem confortáveis.
É parte das coisas que compõem nossa senda pessoal e profissional. As verdades
que surgem por meio da ruptura com a propedêutica podem ser atingidas pelo
pensamento e pela razão. Ainda hoje, o que esta alegoria pode nos mostrar é
que o real pode ser uma grande ilusão, devendo e precisando ser colocado em
dúvida. Isto se aplica facilmente à educação.
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Aprendizagem cooperativa
Atividade de Estudos:
( ) “Nas minhas aulas quem manda sou eu. Eu sei e pronto. Quem
quiser ficar na sala de aula que fique; se não ficar, o meu salário
será pago do mesmo jeito; por conta disso, já vamos abrindo o
caderno e copiando os textos que estão no quadro”.
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A PERSPECTIVA PEDAGÓGICO-COOPERATIVA
Capítulo 5 E O “(DES)ENVOLVIMENTO” DO SER
Desenvolvimento da Cooperação:
EstÍmulos e OBstáculos
O desenvolvimento de práticas pedagógicas que traduzam empatia inclusiva
em suas ações tem tido uma crescente importância na atualidade em virtude de
uma série de movimentos em favor da garantia de uma probabilidade maior de
aprender mais o que é ensinado, de remediar uma atitude educativa mais austera,
pleiteando condições mais favoráveis para a produção do conhecimento ou para a
formação e informação adequada de todos os envolvidos nesta atuação.
Concordamos com Morais (1993, p. 14), quando afirma que “Para muitos ou,
quem sabe, para a maioria, o primeiro problema tem sido tão assoberbante que
aparece como o único: em especial aos olhos do economicismo atual, que reduz o
ser humano ao homo economicus – produtor e consumidor”, apenas e nada mais.
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A PERSPECTIVA PEDAGÓGICO-COOPERATIVA
Capítulo 5 E O “(DES)ENVOLVIMENTO” DO SER
Ora, onde foi colocado, até agora, que devemos limitar a liberdade? Onde
está escrito que haverá alguma imposição por alguém? Onde está destacado que
não haverá disciplina? O que propomos é uma liberdade consciente, que não seja
inócua, conquistada passo a passo, dia após dia e que se perpetue por toda a
existência do indivíduo que nela se alimentar e salutarmente envolva suas atitudes
e condutas, constituindo assim uma “(re)evolução” de toda as experiências vividas
e “com-vividas”.
Atividade de Estudos:
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As ideias inatas Segundo Cunha (1995, p. 24), “Mas, porque as ideias inatas
procedem não procedem não dos objetos ou da vontade, antes são pura criação do
dos objetos ou da espírito – está cavando um abismo intransponível entre o pensar e o
vontade, antes ser, entre o espírito e o corpo, entre as ideias e suposições”.
são pura criação
do espírito – As palavras de Cunha (1995) nos trazem e relatam a insensatez
está cavando que se apodera de muitos que labutam diariamente na educação,
um abismo concepções inabaláveis diante da necessidade de pertencer a uma
intransponível torpe e fragmentada forma de transmitir algo inconcebível e inoperante
entre o pensar na vida de qualquer que seja o ser humano. Leia a letra da música
e o ser, entre o todos estão surdos, de Roberto Carlos (2001).
espírito e o corpo,
entre as ideias e Outro dia, um cabeludo falou:
suposições. ‘Não importam os motivos da guerra
A paz ainda é mais importante que eles’.
Esta frase vive nos cabelos encaracolados
Das cucas maravilhosas
Mas se perdeu no labirinto
Dos pensamentos poluídos pela falta de amor.
Muita gente não ouviu porque não quis ouvir
Eles estão surdos!!!
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A PERSPECTIVA PEDAGÓGICO-COOPERATIVA
Capítulo 5 E O “(DES)ENVOLVIMENTO” DO SER
Certa vez, indagado sobre como era sua aula, o Professor Cézar começou a
descrever: “Nunca começo a minha aula sem buscar a atenção dos alunos. Busco
um assunto que deveras esteja ligado à vida deles e assim vou”.
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Aprendizagem cooperativa
- “Bem ... e daí”? Seria clara a pergunta a seguir, pois o interesse em saber mais
um pouco a respeito do que se passava dentro da sala de aula aguçava.
- “Bom, com o plano e seus ganchos descritos na lousa, destaco os pontos fortes
do assunto do dia, mostro o que é teoria e o que hipótese, destaco o que é
causa e consequência, comparando com a vida da gente”.
- “Com a turma ligada, explico o plano e cada item que o compõe, peço a eles
que procurem novas palavras para confirmar o assunto e, chegando ao fim,
peço a eles que tratem do assunto, comparativamente a outros e que discutam
com seus amigos a respeito. Peço, também, que façam anotações sobre o que
mais chamou a atenção deles e que venham compor uma síntese. Ao final da
aula, trato de repassar o tema proposto, sendo que os alunos podem buscar
coisas novas relacionadas ao que falamos e ao que conversaram com seus
amigos. É assim que tudo se desenrola”.
Para Celsinho, Cézar foi o professor mais construtivista que ele conheceu.
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A PERSPECTIVA PEDAGÓGICO-COOPERATIVA
Capítulo 5 E O “(DES)ENVOLVIMENTO” DO SER
Como vimos, não é apenas buscar uma nova formatação metodológica, mas
também uma essencial visão universal de todo contexto que se insere na magnitude
de educar, pois não se trata de um instrumento estanque, “desfragmentado” e
laico em seu propósito. O que não podemos é dar continuidade a banalidades
insípidas, pois elas são “ilegais, imorais ou engordam”, como já cantava Roberto
e Luiza Possi.
Não há como projetar um futuro a partir daquilo que não vivemos, sobre
o qual não refletimos e que não é passível de respaldo científico. Este estado
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Aprendizagem cooperativa
parte de uma imaginação utópica (que pode ou não ser real – por favor, busque
na etimologia da palavra) que se resguarda no impulso das invenções, das
descobertas, mas também das revoluções, fora e dentro de cada um de nós,
explodindo os quadros minimizadores da rotina, dos hábitos circulares, levantando
a hipótese única de estarmos vivos. É isso que interessa.
Algumas ConsideraçÕes
Chegamos ao final do nosso caderno de estudos. Educar é um fenômeno que
nunca se extingue, devido a seus feitos serem belos e, assim, jamais inacabados.
Por favor, jamais se esqueça disso. Faça disso um contrato com a vida e com
o que proclamas como trabalho.
Portanto, seja muito feliz, caro(a) pós-graduando(a)! Além disso, faça da vida
uma arte e dela faça parte. Celebre cada instante como único e mágico. Encante
multidões com seu sorriso, com seus feitos e suas histórias e os feitos e histórias
daqueles que mais admiras. Com um único detalhe: apenas faça, nada mais que
isso, sem que espere um único aplauso...
ReFerÊncias
BUTCHER, Pedro. A reinvenção da Disney. Disponível em: <http://observatorio.
ultimosegundo.ig.com.br/artigos.asp?cod=427ASP012>. Acesso em: 10 jun. 2009.
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A PERSPECTIVA PEDAGÓGICO-COOPERATIVA
Capítulo 5 E O “(DES)ENVOLVIMENTO” DO SER
ROBERTO Carlos. Acústico MTV - Roberto Carlos. São Paulo: Sony & BMG,
2001. 1 disco compact (81 + min.): digital, estéreo.
TITÃS. Titãs Acústico. São Paulo: Gravadora Warner Music. BR. Ltda, 1997. 1 disco
compact (1h11min.): digital, estéreo.
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Aprendizagem cooperativa
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