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UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA

SERVIÇO SOCIAL

THAIS FIGUEIREDO DA CRUZ

ASSISTÊNCIA ESTUDANTIL NO ENSINO SUPERIOR: DEBATES SOBRE A UNIVERSIDADE


FEDERAL DE VIÇOSA

VIÇOSA/MG
2019
THAIS FIGUEIREDO DA CRUZ

ASSISTÊNCIA ESTUDANTIL NO ENSINO SUPERIOR: DEBATES SOBRE A UNIVERSIDADE


FEDERAL DE VIÇOSA Commented [u1]: Seria interessante incluir os termos
raça e classe e neoliberalismo (ou Questão Social) no título.

Projeto de Pesquisa apresentado ao Curso de


Serviço Social da Universidade Federal de Viçosa
como requisito parcial para aprovação na disciplina
de Metodologia de pesquisa

Orientadora: Profª. Júnia Marise

VIÇOSA/MG
2019

SUMÁRIO

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1. INTRODUÇÃO ……………………………………………………………………………………..3
1.1 JUSTIFICATIVA...............................................................................................................3
1.2 HIPÓTESE......................................................................................................................4
2. OBJETIVOS..........................................................................................................................5
2.1 OBJETIVO GERAL..........................................................................................................5
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS............................................................................................5
3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA............................................................................................6
3.1 A GÊNESE DA “QUESTÃO SOCIAL”..........................………........................................7
3.1.1 A QUESTÃO RACIAL COMO EXPRESSÃO DA “QUESTÃO SOCIAL”......................8
3.2 O ESTADO NEOLIBERAL E SEUS IMPACTOS NAS POLÍTICAS PÚBLICAS..............9
3.3 ENSINO SUPERIOR NOS MOLDES NEOLIBERAIS E A INSERÇÃO DAS CLASSES
DE BAIXA RENDA ………………………………………………………………………………...9
3.3 A POLÍTICA DE ASSISTÊNCIA ESTUDANTIL NO BRASIL E NA UFV…....…...……..11
4. METODOLOGIA..................................................................................................................13
5. CRONOGRAMA..................................................................................................................14
6. REFERÊNCIAS...................................................................................................................15

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1. INTRODUÇÃO

O país vem sendo assolado por perdas de direitos adquiridos através de muitas luta, pós
redemocratização, com a homologação da Constituição Federal de 1988, visto isso, torna-se
importante questionar a importância da assistência estudantil para o aluno com vulnerabilidade
econômica, fazendo recorte de classe e raça, afinal, a questão racial no Brasil, atualmente, é Commented [u2]: Citar estudos sobre classe e raça como
consequência da vulnerabilidade socioeconômica.
consequência de um longo processo histórico, com raízes na escravidão de negros. Após o fim da
escravidão essas pessoas se tornaram “livres” e isso gerou um grande aumento das expressões
da questão social, afinal os negros foram jogados à cidade, sem o direito à terra, fadados à
marginalização. Décadas se passaram e os negros hoje ainda vivem sequelas dessa conjuntura,
em muitos casos deixados à mercê por políticas públicas e oportunidades igualitárias aos demais. Commented [u3]: Trazer autores que falam da questão
da retração de direitos em contraste com a democratização
expressa na Carta Magma de 1988 (redemocratização é pós
Nessa conjuntura, há altas taxas de desigualdade e mesmo que o estudante vença a Ditadura Militar). Considerar a escravidão como um fato
histórico trazer autores que tratam desse assunto e explorá-
barreira de passar por um ensino básico deficitário e ingressar na universidade pública, isso não lo um pouco mais.

garante sua permanência na graduação. Assim sendo, a evasão de estudantes de baixa renda na
Commented [u4]: Parece vago... Que desigualdades?
universidade pública é recorrente, diante disso o objetivo do projeto é iniciar uma discussão a
Commented [u5]: Trazer dados sobre a taxa de evasão de
respeito da assistência estudantil e sua influência na permanência do estudantes. estudantes de baixa renda nas universidades.

1.1 JUSTIFICATIVA Commented [u6]: A relevância pessoal, social e


acadêmica da evasão de estudantes em situação de
vulnerabilidade socioeconômica na universidade? As
O tema acerca da assistência estudantil no ensino superior, delimitando a partir da possíveis contribuições para a temática e áreas de
pesquisa?
permanência do estudante no ensino superior fazendo o uso das políticas e programas de
assistência é algo que vivencio na UFV, como estudante negra e pobre, bolsista das políticas de
assistência. A indagação da pesquisa é “Qual a importância da assistência estudantil na
permanência do estudante de baixa renda no ensino superior da Universidade Federal de Viçosa?”. Commented [u7]: Esse é o problema de pesquisa??

Para compreender o que dispõe a pesquisa, é vital assimilar a “questão social”, os


desmontes das políticas públicas pós 1964, a descaracterização da educação como um direito,
caracterizando a expansão do ensino superior em vagas e não na universalização e qualidade de
ensino e a questão racial como expressão da “questão social”.

Na Universidade Federal de Viçosa se tem uma Pró-Reitoria de Assuntos Comunitários


(PCD) onde trata de assuntos a respeito da assistência estudantil, e é dividida em divisões de
serviços, auxílios aos estudantes da graduação (gestados pelo Serviço de Bolsa e DAE).

Devido ao fato de que em muitos casos a classe trabalhadora não reconhece seus direitos,
a pesquisa é de alta relevância para reforçar que a assistência estudantil é direito à quem dela

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necessitar e deve ser garantida de forma digna, justa e de qualidade. Podendo os estudantes
dependentes dela a lutar por melhorias, se necessário. Commented [u8]: Essa parte está mais para a
contextualização da problemática e problema.

1.2 HIPÓTESE

Partindo do pressuposto que o Brasil é um país assolado por inúmeras expressões da


“questão social”, diversas famílias da classe trabalhadora se tornam vítimas da desigualdade.
Nesse sentido, com um Estado neoliberal o ensino superior público se torna focalizado e elitista, o
estudante com vulnerabilidade econômica, que encontra dificuldades desde o ensino básico, até a
entrada na universidade e sua permanência durante os anos da graduação, sendo assim, é de vital
importância que se tenha a assistência estudantil no Campus, mas também que a aplicação desta
política aconteça de forma digna para quem dela necessitar. Commented [u9]: Faltou relacionar o problema com a
hipótese e com o objetivo geral.

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2. OBJETIVOS

2.1 Objetivo geral


Analisar o impacto das políticas de assistência estudantil para a permanência e conclusão
do curso para os estudantes em situação de vulnerabilidade socioeconômica da Universidade
Federal de Viçosa/MG.

- 2.2 Objetivos específicos


- Conhecer a política estudantil implementada na UFV;
- Avaliar a importância da assistência estudantil para os estudantes em situação de
vulnerabilidade econômica na UFV;
- Identificar na Universidade Federal de Viçosa as implicações que as políticas e programas
da assistência estudantil tem na vida dos estudantes;
- Analisar os impactos para os estudantes de baixa renda na entrada e permanência no
ensino superior no contexto neoliberal.

3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
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3.1 A gênese da “questão social”
A expressão “questão social” surge para dar materialidade a um fenômeno evidente na
história no século XVIII, o pauperismo. O capitalismo ao se estabelecer em seu estágio industrial-
concorrencial tem por consequência a pauperização absoluta da classe trabalhadora. A “questão
social é vista como um fenômeno novo, por mais que a dinâmica de desigualdade entre as
camadas sociais não, o novo era a situação de pobreza generalizada que surgia entre as camadas
mais vulneráveis. Nesse processo a pobreza crescia ao mesmo tempo em que aumentava a
capacidade de se produzir riquezas, ou seja, a acumulação capitalista se expandia e tornava-se
complexa. É o mesmo que dizer que a capacidade de se combater a pobreza crescia ao mesmo
tempo em que a mesma se tornava generalizada e reconhecida como “questão social”. (NETTO,
2011, p. 152-153)
A “questão social” se torna algo necessário ao desenvolvimento do capitalismo em todos
os seus estágios, o que diferencia sua capacidade de expandir são os diferentes estágios em que
o capitalismo passa ao longo dos anos. Significa dizer que, não se extingue a “questão social”
conservando o modo de produção capitalista. (NETTO, 2011, p. 157)
A existência da “questão social” não se materializa no mundo real, mas sim um conjunto
de expressões que a materializam na sociedade de diferentes formas, como a questão agrária,
racial e desigualdades de gênero. O que não significa dizer que a “questão social” é múltipla, pois
múltiplas são suas formas de se materializar no mundo real, a “questão social” é apenas uma que
procede da contradição de capital versus trabalho. (CONCEIÇÃO, 2013, p. 14)
Sendo assim, Iamamoto (2001) confirma isso ao dizer que a “Questão Social”
Diz respeito ao conjunto das expressões das desigualdades sociais engendradas na
sociedade capitalista madura, impensáveis sem a intermediação do Estado. [...] expressa
portanto disparidades econômicas, políticas e culturais das classes sociais, mediatizadas por
relações de gênero, características étnico-raciais e formações regionais, colocando em
causa as relações entre amplos segmentos da sociedade civil e o poder estatal.
(IAMAMOTO 2001, p. 16-17)

A classe trabalhadora vivenciando essas disparidades econômicas, a partir de lutas pontuais


em certos contextos históricos, exigem do Estado o reconhecimento em relação aos seus direitos.
Um exemplo disso é a constituição de 1988, advinda de um processo de redemocratização pós
1964, garantiu direitos que antes não eram vistos, como a Seguridade Social que engloba a
Previdência, Saúde e Assistência Social. Um grande ganho para a classe trabalhadora, porém essa
contradição de capital e trabalho, ou seja, classe trabalhadora versus burguesia (empresariado)

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passa a exigir intervenções mais pontuais e de caráter resolutivo, o que não acontece pois a
sociedade foi assolada com o neoconservadorismo e vivemos com um Estado neoliberal. Commented [u10]: Qual autor(a) fala isso...

O Estado neoliberal tende a se desresponsabilizar das demandas sociais (deixando sua


maioria a cargo do mercado), ou seja, ao atendimento às necessidades sociais da população e
foca sua intervenção social em situações de extrema pobreza, mediante a programas de
transferência de renda, por exemplo, indo em caminho contrário aos direitos adquiridos pela
constituição de 1988. (CAVAIGNAC, COSTA, 2017)

Consoante a isso, Telles (1996, p. 85) diz que

A questão social é a aporia das sociedades modernas que põe em foco a disjunção, sempre
renovada, entre a lógica do mercado e a dinâmica societária, entre a exigência ética dos
direitos e os imperativos de eficácia da economia, entre a ordem legal que promete igualdade
e a realidade das desigualdades e exclusões tramada na dinâmica das relações de poder e
dominação.

Ou seja, a questão social é condição que nasceu no modo de produção capitalista e se


renova diariamente entra a lógica do mercado e suas consequências na dinâmica da sociedade.
Telles (ano 1996, p. 85) ainda diz que a questão social é uma forma como as sociedades podem
ser descritas, lidas, problematizadas e discutir a questão social é uma maneira de problematizar
certos segmentos da sociedade.

3.1.1 A questão racial como expressão da “questão social”

A exclusão dos negros da sociedade e consequentemente da efetivação de seus direitos


está ligado a um longo processo histórico que perpetua até os dias de hoje e tem por consequência
o racismo. A desigualdade está presente na sociedade brasileira de diferentes formas, seja classe,
gênero ou raça. Atrelado a isso, torna-se importante entender a questão racial como uma
expressão da “questão social” para a compreensão de maneira crítica das relações sociais e a
efetivação do projeto ético político.
Nesse sentido, percorreu-se um caminho histórico em que após quase quatro décadas
de escravidão no Brasil, se teve o processo de tornar as pessoas escravizadas em trabalhadores
“livres”, livres de terra, políticas públicas e reconhecimento como pessoas de direito, ocorreu uma
“necessidade de isolamento e eliminação da raça negra considerada tão inferior, atrasada e
prejudicial ao progresso” (MORAES, 2018, p. 4)
Nessa conjuntura, o país passou por uma revolução burguesa em que “implicou uma
necessária ruptura com o regime de trabalho escravo, considerado, há muito, um impedimento ao
estabelecimento de relações essencialmente capitalistas.” (MARTINS, 2012, p. 66) Em que o negro
é banido para a condição de reserva da força de trabalho, serve de utilidade para o capital agrário
ou na emergência industrial. O negro se torna uma questão de menor relevância, em relação a

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economia e política, pois, como trabalhador, já não oferecia nenhum interesse para esse novo
projeto societário em que o país ingressava. (MARTINS, 2012, p. 65)
Por isso, torna-se necessário entender que
A pobreza tem cor e gênero [...] isso significa que as mulheres e os homens negros são os
mais solapados pelas expressões do objeto de intervenção do assistente social: A “questão
social”. Pode ser perigoso afirmar que a desigualdade racial contemporânea guarda
profundas raízes com o período escravocrata brasileiro, porém ao analisar a trajetória do
povo negro desde a escravidão aos dias de hoje, é a conclusão que a história nos sugere.
(MORAES, 2018, p. 4) Commented [u11]: Sugiro interpretar as citações do
autor e colocar uma citação indireta em todas as citações
que vc faz ao longo do artigo, isso ajuda a enxugar o texto e
mostra o poder de síntese e conhecimento sobre o assunto.
3.2 O Estado neoliberal e seus impactos nas políticas públicas Utilize no máximo 3 citações diretas em todo o texto. Não é
recomendado terminar um tópico com citação.
A partir dos anos de 1970, o capitalismo se encontra a mercê de uma crise em que se
evidencia uma estagnação econômica, diminuição do consumo e queda da taxa de lucros. Ao
assumir a presidência em 1990, Collor se depara com resquícios do pós 1964, a crise do “milagre
econômico” e em resposta a isto, impulsiona o neoliberalismo no Brasil através de uma
contrarreforma do Estado. Essa contrarreforma tem caráter estrutural e viabiliza atender as
demandas do mercado, com a privatização do setor público e a redução do Estado, com constantes
ameaças à previdência social. (CAVAIGNAC, COSTA, 2017)

Com o Estado neoliberal, a responsabilidade pelo tripé da seguridade social (previdência,


saúde e assistência) é dividida e (re)configurada entre o setor empresarial e o Estado, onde se
tem a transferência de deveres do Estado em relação a políticas públicas para a sociedade civil,
privatizando e terceirizando determinadas políticas. (BOSCHETTI,BEHRING, 2011, p. 162)

Com isso, as políticas sociais se tornam focalizadas, indo contra o princípio da


universalidade e atendendo apenas a setores de carências pontuais, dando força a ideia de que
cabe ao Estado apenas atender as camadas mais vulneráveis socialmente, deixando aos demais
apenas a relação de consumidor a essas políticas, onde não se tem um planejamento e
monitoramento adequado no enfrentamento das expressões da questão social. Isto posto, que
quem consome as políticas sociais, em sua maioria, é a classe trabalhadora em toda sua escassez
de recursos financeiros por ser um classe expropriada dos meios de produção e explorada através
da sua força de trabalho, ou seja, sem condições de se sustentar com a mais valia de seu trabalho
desapropriada pelo capitalista, para mais tem que prover serviços que são deveres abandonados
por um Estado neoconservador.

Chauí (2001) explica que o Estado neoliberal ao transformar setores estatais em não-
estatais,

Exclui as exigências democráticas dos cidadãos ao seu estado e aceita apenas as exigências
feitas pelo capital ao seu estado, isto é, exclui todas as conquistas econômicas, sociais e
políticas, vindas de lutas populares no interior da luta de classes. (CHAUÍ, 2001, P.177)
8
Todo esse processo se exemplifica com a apropriação do fundo público por parte dos
setores privados, dinheiro apropriado pelo Estado através de uma contribuição compulsória (
impostos e taxas) da mais valia socialmente produzida, tem por objetivo geral sua utilização para
a gestão de políticas públicas, ou seja, gastos sociais, como educação, transporte, habitação,
medicina socializada e, subsídios para cultura e lazer, por exemplo. (CHAUÍ, 2001)

Essa apropriação do fundo público, a financeirização, se dá porque o Estado direciona o


fundo público para o financiamento do capital através de escoamentos para instituições privadas e
pagamento de suas dívidas. (BOSCHETTI,BEHRING, 2010). Em todo esse processo tem-se o
agravamento das expressões da questão social e um aumento das demandas sociais, como a
educação, do ensino básico ao superior, onde o aluno com vulnerabilidade econômica encontra
dificuldades desde sua inserção à permanência na instituição de ensino.

3.3 Ensino superior nos moldes neoliberais e a inserção das classes de baixa renda

Seguindo essa proposta neoliberal implantada nos anos 1990, ocorreu uma contrarreforma
na educação superior alinhadas ao interesse do capital e como resultado desse fenômeno verifica-
se um aumento de instituições privadas no país. O Estado por sua vez ao expandir programas de
financiamento estudantil se torna “patrocinador” do mercado, fazendo com que a expansão da
educação superior se torne uma exigência do próprio capital. Segundo Chaves (2010, p.485)

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), aprovada em 20 de dezembro de


1996, é considerada o marco legal da reforma implantada no país, na qual o Estado assumiu
papel destacado no controle e na gestão das políticas educacionais, ao mesmo tempo em
que liberalizou a oferta da educação superior pela iniciativa privada.

Fundamentado nessa perspectiva neoliberal, AGAPITO (2016) indica que ocorreu uma
expansão da educação como parte de um conjunto de metas pactuadas entre o governo, Banco
Mundial e o Fundo Monetário Internacional (FMI), com o Plano Nacional de Educação (PNE) em
que se resultou na implantação dos seguintes programas: Universidade Aberta do Brasil, Programa
de Bolsa Institucional de Iniciação à docência (PIBID), Fundo de Financiamento ao Estudante do
Ensino Superior (FIES), Programa de Apoio a Plano de Reestruturação e Expansão das
Universidades Federais (REUNI) e Programa Universidade Para Todos (ProUni).

O programa Universidade Aberta do Brasil (UAB), instituído pelo Decreto 5.800 de 2006, é
um sistema integrado por universidades públicas estabelecido para o desenvolvimento da
modalidade de educação a distância (EAD), modalidade já regulamentada pela Lei de Diretrizes e
Bases da Educação (LDB), lei nº 9.394/96. Prega uma flexibilização de tempo e gastos para o
trabalhador, o EAD forma milhares de profissionais todo ano, com uma fragilização da formação
profissional contribuindo para a formação de profissionais com competência técnica, caráter
operacional e com pouca capacidade para criar pensamento crítico.
9
Regulamentado pela lei nº 10.260, de 12 de julho de 2001 (Brasil, 2001), o Fundo de
Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (FIES) permite que o estudante de instituição
privada (nível superior) financie sua graduação e devido a atualizações o programa se tornou
contínuo, ou seja, pode ser solicitado em qualquer período do ano, sua taxa de juros passou a ser
3,4% a.a e seu período de carência 18 meses.

O Plano de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (REUNI), instituído pelo


Decreto nº 6.096/2007 tem por principal objetivo ampliar o acesso e a permanência na educação
superior. Suas ações abrangem a ampliação da oferta de cursos noturnos, impulsão de inovações
e o combate à evasão, entretanto essa expansão acontece de forma desordenada, apresentando
fragilidades que propiciam a comprometer a qualidade das ações desenvolvidas nas unidades de
ensino.

Ademais, o Programa Universidade para Todos (PROUNI) regulamentado pela Lei nº


11.096, de 13 de janeiro de 2005, em seu artigo 1º explicita que

Fica instituído, sob a gestão do Ministério da Educação, o Programa Universidade para


Todos - PROUNI, destinado à concessão de bolsas de estudo integrais e bolsas de estudo
parciais de 50% (cinqüenta por cento) ou de 25% (vinte e cinco por cento) para estudantes
de cursos de graduação e seqüenciais de formação específica, em instituições privadas de
ensino superior, com ou sem fins lucrativos. (PROUNI, 2005)

Além do sucateamento das Instituições de Ensino Superior (IES) públicas federais, com a
desvalorização do trabalho docente e o sistema de concorrência, atendendo a ordem do capital
financeiro, (AGAPITO, 2016) se tem uma expansão da educação superior através da ampliação
de vagas mas não da universalização e acesso qualificado à educação. Visto isto, é de extrema
importância entender a trajetória do estudante de baixa renda, da escola pública até o ensino
superior e as implicações que as expressões da questão social tem sobre isso. Afinal

A universidade é uma instituição social. Isso significa que ela realiza e exprime de modo
determinado a sociedade de que é e faz parte. Não é uma realidade separada e sim uma
expressão historicamente determinada de uma sociedade determinada. [...] Exprime as
ideias e práticas neoliberais dominantes [...] aceitação da ideia de avaliação universitária sem
nenhuma consideração sobre a situação do ensino de primeiro e segundo graus, como se a
universidade nada tivesse a ver com eles e nenhuma responsabilidade lhe coubesse na
situação em que se encontram. (CHAUÍ, 2001, p.35)

3.4 A política de assistência estudantil no Brasil e na UFV

Em 2007 tem-se a criação do Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão


das Universidades Federais (REUNI), como proposta do governo para investir na educação
superior pública federal mediante investimentos para a melhoria de estrutura, criação de novas
universidades e Institutos Federais (IF). Com a ampliação do número de ingressos no ensino
superior a assistência estudantil passa a se organizar obtendo centralidade na preservação da
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permanência do estudante na graduação. Entretanto, mesmo com essa expansão de vagas não
se tem a democratização, universalização e acesso qualificado no ensino superior, mas sim uma
dinâmica de padronizar a educação. (ALMEIDA; OLIVEIRA, 2017)

Com a expansão do ensino superior se tem uma alta demanda de assistência estudantil e
para a realização de tais demandas em 2010, o Programa Nacional de Assistência Estudantil
(PNAES) passa a ser regulamentado pelo Decreto nº 7.234, articulado com atividades de ensino,
pesquisa e extensão. O programa tem por prioridade estudantes com origem em escolas públicas
com renda per capta familiar mensal de até 1,5 salário mínimo, oferecendo assistência à “moradia
estudantil, alimentação, transporte, à saúde, inclusão digital, cultura, esporte, creche e apoio
pedagógico”. (PNAES, 2010). Seus objetivos estão dispostos no 2º artigo do decreto:

I – democratizar as condições de permanência dos jovens na educação superior pública


federal;
II - minimizar os efeitos das desigualdades sociais e regionais na permanência e conclusão
da educação superior;
III - reduzir as taxas de retenção e evasão; e
IV - contribuir para a promoção da inclusão social pela educação. (PNAES,2010, p.1)

A partir disso, é necessário estruturar toda a assistência estudantil da UFV, gestada pela
Pró-Reitoria de Assuntos Comunitários (PCD), onde em seu endereço eletrônico se tem o
mapeamento de todas os serviços prestados por divisões.

Divisões

A Divisão de Saúde (DSA) assegura o atendimento na área médica com consultas e exames
laboratoriais e radiográficos, seu público alvo são estudantes, técnicos administrativos e
professores da UFV; A Divisão Psicossocial (DVP) propicia atendimentos com profissionais de
psicologia, psiquiatria e serviço social em atendimentos individuais e grupais com vagas limitadas
e acompanhamento de caráter breve; O Serviço de Bolsa responsável por administrar a avaliação,
seleção e concessão de bolsas aos estudantes com vulnerabilidade socioeconômica; e por fim a
Divisão de Assistência Estudantil (DAE) onde se administram as moradias estudantis atendendo
alunos da graduação em situação de vulnerabilidade socioeconômica, no que concerne seis
prédios de alojamentos com um total de 1390 vagas. Commented [u12]: Citar a fonte.

Auxílios

O Serviço de Bolsa órgão responsável de conceder auxílios a estudantes em vulnerabilidade


socioeconômica, conta com o seguintes auxílios: Moradia estudantil (sendo administrado pela
DAE); Serviço alimentação, que consiste na gratuidade da alimentação servida pelo restaurante

11
universitário (RU); Auxílio creche compreendido por um recurso financeiro para custear despesas
de mensalidades escolares para seus filhos de 0 a 5 anos, 11 meses e 29 dias de idade; Commented [u13]: Citar a fonte.

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4. METODOLOGIA

O presente projeto utiliza-se do estudo de caso, a partir de uma revisão bibliográfica, através
de livros, trabalhos científicos e cartilhas, e coleta de dados por questionários, através de uma
pesquisa quanti qualitativa. O método expositivo é o materialismo histórico dialético de Marx, visto Commented [u14]: Explicar o que é o método histórico
dialético. Lembrando que ele é um método de análise de
que nos leva a entender a lógica neoliberal em que o país vive atualmente, incorporado ao modo dados, qual é o método de coleta de dados?

de produção capitalista, sendo possível compreender a dinâmica da sociedade e as políticas


públicas, em especial a assistência estudantil, com um Estado neoliberal, analisando os contextos
históricos, determinações socioeconômicas e relações sociais. Commented [u15]: A metodologia uma das partes mais
importante do artigo. Sugiro que vc coloque a natureza da
pesquisa. E quanto aos objetivos? Abordagem?
Instrumentos? Trazer autores que falem sobre essas
variáveis metodológicas para embasar sua metodologia.
Descrever e caracterizar o local do estudo população e
amostra.

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5. CRONOGRAMA

Cronograma de Execução (Ano: 2020)

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Item Atividades

2 Levantamento
x x x x
bibliográfico

3 Coleta de dados x x x

4 Análise de dados x x x

5 Conclusão da pesquisa,
x x
coleta de resultados

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6. REFERÊNCIAS

AGAPITO, Ana Paula Ferreira. Ensino superior no Brasil: Expansão e mercantilização na


contemporaneidade. Temporalis, Brasília (DF), ano 16, n. 32, jul/dez. 2016.

ALMEIDA, Mônica Rafaela; OLIVEIRA, Milena Paula Cabral. Acesso e permanência de


estudantes no ensino superior: um recorte do semiárido brasileiro. São Luís - MA, 2017.

BARBOSA, Carlos Daniel da Luz. Assistência Estudantil: Compromisso do Serviço Social com
o ensino superior. PUC RIO, 2011.

BEHRING, Elaine Rossetti; BOSCHETTI, Ivanete. Política Social: Fundamentos e história. São
Paulo: Cortez Editora, 2011.

BRASIL. Lei de diretrizes e bases da educação nacional. Disponível em:


<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9394.htm> Acesso em: 25 de abril de 2019

BRASIL. PROUNI-Programa Universidade Para Todos. Disponível em:


<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2005/Lei/L11096.htm
> Acesso em: 25 de abril de 2019

BRASIL. REUNI-Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das


Universidades Federais. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-
2010/2007/Decreto/D6096.htm> Acesso em: 26 de abril de 2019

BRASIL. Ministério da Educação. Plano Nacional de Assistência Estudantil (PNAES). 2016.


Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/pnaes>. Acesso em 16 de maio de 2019

CAVAIGNAC, Mônica Duarte, COSTA, Renata Maria Paiva. Serviço Social, Assistência
estudantil e “contrarreforma” do Estado. Temporalis, Brasília (DF), ano 17, n. 34, jul/dez. 2017.

CFESS. Subsídios para a Atuação de Assistentes Sociais na Política de Educação. 2008

CHAUÍ, Marilena. Escritos sobre a universidade. São Paulo: Editora UNESP, 2000.
CHAVES, Vera Lúcia Jacob. Expansão da privatização/mercantilização do ensino superior
Brasileiro: a formação dos oligopólios. Educ. Soc.[online]. 2010, vol.31, n.111, pp.481-500.

IMPERATORI, Thaís Kristosch. A trajetória da assistência estudantil na educação superior


brasileira. Serv. Soc. Soc., São Paulo, n. 129, p. 285-303, maio/ago. 2017
MEC.Universidade Aberta do Brasil (UAB). Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/politica-de-
educacao-inclusiva?id=12265> Acesso em: 25 de abril de 2019

MEC. Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (Pibid). Disponível em:


<http://portal.mec.gov.br/pibid> Acesso em: 25 de abril de 2019

15
MEC. Fies-Programa de Financiamento Estudantil. Disponível em:
<http://sisfiesportal.mec.gov.br/?pagina=fies> Acesso em: 25 de abril de 2019

UFV. Pró-reitoria de Assuntos Comunitários. Disponível em:


<http://www.pcd.ufv.br/?page_id=8> Acesso em: 16 de maio de 2019

Adicionar referências da questão social e racial

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