Você está na página 1de 120

CONTRIBUIÇÃO PARA O ESTUDO DAS VAZÕES

MÍNIMAS. MÉDIAS E MÁXIMAS DE PEQUENAS


BACIAS HIDROGRÁFICAS

KOKEI UEHARA

Tese apresentada à Comissão


Julgadora do Concurso de
Livre Docência da Cadeira n"*
40 - Hidráulica Aplicada da
Escola Politécnica da U8P.

D.L.P. '
GRÊMIO POUTÉCNiCO
Ref.: AP-40/008
UMÍC4

CONTRIBUIÇÃO PARA O ESTUDO DAS VAZÕES


MÍNIMAS, MÉDIAS E MÁXIMAS DE PEQUENAS
BACIAS HIDROGRÁFICAS

KGKEI ÜEHARA

Tese apresentada à Comissão


J u l g a d o r a do C o n c u r s o de L i
v r e D o c ê n c i a da C a d e i r a nõ
40 - H i d r á u l i c a A p l i c a d a da
E s c o l a P o l i t é c n i c a da ÜSP.

D.L.P,
GRÊMIO POLITÉCNICO
Ref.i AP-AO/008

INSTITUTO D E CS'^:\CÍA A T Ò : V Í ! : A
I N D I C E

I - INTRODUÇÃO

h - Generalidades 1
2 - Objetivo do trabalho 2
3 - Agradecimentos. 3

II - PROBLEMAS FUNDAMENTAIS DE HIDROLOGIA

1 - Generalidades . 5
2 • Estudos Hidrológicos 6

III - O VALE DO PARAÍBA » TRECHO PAULISTA

1 » Generalidades . •• 9
1.1 - T o p o g r a f i a iO
1.2 - C h u v a s ^ 10
1.3 - G e o l o g i a , s o l o e v e g e t a ç ã o 11
1.4 " C l i m a 13

2 - C a r a c t e r í s t i c a s f l ú v i o - m o r f o l ó g i c a s das s u b - b a c i a s
do Vale do Paraíba ( T r e c h o Patdista) 14

IV - VAZÕES MÍNIMAS

— Generalidades 17
2 - V a z õ e s m í n i m a s doa afluentes do R i o P a r a í b a 17
â - Curvas de d e p l e ç ã o 18

V - VAZÕES MEDIAS

1 - Generalidades 22
2 - Vazões medias diárias 22
3 - Vazões medias mensais 24
4 - V a z õ e s m e d i a s anuais 25

VI - VAZÕES MÁXIMAS

1 - Generalidades . „ . , 26
2 - V a r i a ç ã o de n í v e i s d'agua d e e n c h e n t e s 26
3 •> M e d i ç ã o d e v a z õ e s d e e n c h e n t e s .
3. I - Dificuldades 27
3.2 - Soluções 28

4 - P r e v i s ã o de v a z õ e s m á x i m a s .
4. 1 - Considerações iniciais 31
4.2 - Processo empírico 31
4.3 - P r o c e s s o direto.
4 . 3 . 1 - Considerações preliminares 32
4 . 3 . 2 - D a d o s d e v a z õ e s m á x i m a s d i a r i a s do R i o
Paraíba, e m Guararema 36
4 . 3 . 3 ° Os parâmetros estatísticos 37
4 . 3 . 4 - M é t o d o de F u l l e r 39
4 . 3 . 5 - M é t o d o de V e n T e Chow 41
4 . 3 . 6 - M é t o d o de F o s t e r - H a z e n 42
4 . 3 . 7 - M é t o d o de F o s t e r , u s a n d o - s e a c u r v a n o r -
tnaã de p r o b a b i l i d a d e d e G a u s s 43
4 . 3 . 8 - M é t o d o de Galton-Gibrat 44
4 . 3 . 9 - Método de Gumbel 45
4 . 3 . 1 0 - C o m p a r a ç ã o de v a l o r e s de v a z õ e s m i l e n a -
res estimadas por p r o c e s s o s probabilísti-
cos 48
4 . 3 . 1 1 - Conclusão 50
4 . 4 - P r o c e s s o indireto.
4 . 4 . 1 - Considerações iniciais 51
4 . 4 . 2 - Os trés métodos do p r o c e s s o indireto 52
4 . 4 . 3 - Método racional 56
4 . 4 . 4 - Hidrograma unitario 58
4 . 4 . 5 - O "Streamflow Routing" ,
4.4.5.1 - Método gráfico £3
4 - 4 - 5 - 2 - E x e m p l o de a p l i c a ç ã o do m é t o d o
gráfico 65

VII - CONCLUSÕES FINAIS 69

VIII - BIBLIOGRAFIA 71
SÍMBOLOS USADOS

Cv - Coeficiente de i?ariaçâo.

£ - F r e q u ê n c i a acxunulada d e r e c o r r ê n c i a .

i - Intensidade d e chuva.

k d e f r e q u ê n c i a d a f ó r m u l a d e V e n T e Chow.

n = NÚmeKo d e a m o s t r a s .

]p • P r o b a b i l i d a d e d e X s e r i n f e r i o r o u i g u a l a xun e e r l o

•» V a e a o q u e e n t r a n u m r e s e r v a t ó r i o .

Qg » Vaisão q u e s a l d e u m r e s e r v a t ó r i o .

S - D e s v i o p a d r ã o da a m o s t r a .

I = T e m p o d e d u r a ç ã o da c h u v a .

T - P e r i o d o de retorno.

X ° Variável aleatoria » v a z õ e s m á x i m a s anuais .

X - Media aritmética das v a z õ e s m á x i m a s anuais.

o Y a e ã o estimada c o m p e r í o d o de retorno T.

c(^3 " Coeficiente de assimetria.

0^4 ' Medida de curtose.


INTRODUÇÃO

1 - Generalidades

O s p r o f i s s i o n a i s que s e d e d i c a m à s o b r a s d e E n g e n h a r i a
Hidráulica, deparam sempre c o m problemas ligados aos fenômenos
h i d r o l ó g i c o s , tais c o m o , chuvas, v a z õ e s líquidas e solidas, mares,
o n d a s e e v a p o r a ç ã o q u e , e m g e r a l , s ã o d e d i f í c i l s o l u ç ã o 'po* falta
d e n u m e r o s u f i c i e n t e d e d a d o s e o b s e r v a ç õ e s d i r e t a s na n a t u r e z a .

No d e c u r s o de n o s s a vida profibsi.-nal; t e m o s p a r t i c i p a -
d o d e v á r i o s t r a b a l h o s e e s t u d o s de a p r o v e i t a m e n t o m u l t i í ) l o d e ba-
cias hidrográficas c o m áreas inferiores a m quilô netros quadra-
d o s e s e n t i m o s m u i t a s v e z e s falta de c r t e r s ra< o n a i s d o p ç n t o d e
v i s t a de o b t e n ç ã o de d a d o s de c a m p o e de s e ' postt^rior t r a t a m e n t o
e s t a t í s t i c o que m e l h o r p e r m i t i s s e m a n a l i z a r e d e t e r m i n a r as va -
z õ e s m í n i m a s , m é d i a s e m á x i m a s de p e q u e n o s c u r s o s d'agua.

D e v i d o à t e n d ê n c i a atual de c o n s t r u ç ã o d e u s i n a s h i d r o e -
l é t r i c a s de g r a n d e p o t ê n c i a , no B r a s i l a s a t e n ç õ e s t ê m e s t a d o v o l t a -
d a s s o b r e t u d o p a r a o e s t u d o h i d r o l ó g i c o de g r a n d e s b a c i a s . A s s i m ,
v e m sendo detalhada e sistematicamente pesquisada a h i d r o l o g i a d o s
r i o s T i e t ê , P a r a í b a d o Sul, R i b e i r a de I g u a p e , Pa:^do, G r a n d e , P a -
r a n a í b a , São F r a n c i s c o , P a r a n a p a n e m a , I g u a ç u , J a c u í , T â q u a r í ,
D o c e , T o c a n t i n s , P a r a n á , a l é m de outros r i o s b r a s i l e i r o s . Porém,:
no sul do P a í s , o s dados h i d r o l ó g i c o s d o s n o s de pequenas b a c i a s ,
g e r a l p i e n t e v i s a m a e l a b o r a ç ã o de p r o j e t o s d e a b a s t e c i m e n t o d e a-
g u a , d e c o n t r o l e de e n c h e n t e s e de c o n s t r u ç ã o de p e q u e n o s l a g o s a r -
tificiais, e não t e m m e r e c i d o , portanto, m a i o r e s cuidados p o r parte
dos h i d r á u l i c o s . O m e s m o não a c o n t e c e no N o r d e s t e , p o i s , desde
há m u i t o , o s p e q u e n o s r i o s v ê m s e n d o m e l h o r e s t u d a d o s p a r a fins d e
i r r i g a ç ã o . Os dados e c o n c l u s õ e s o b t i d o s lá não p o d e m s e r s e m
m a i s a p r o v e i t a d o s p a r a a s o l u ç ã o de p r o b l e m a s e s p e c í f i c o s da re-.
gião Centro-Sul, pois d i f e r e m as c o n d i ç õ e s c l i m á t i c a s , g e o m o r f o l o -
g i c a s , a l é m de o u t r a s .
A p e s a r d o i m e n s o n u m e r o d e b a c i a s de p e q u e n a s a r e a s
contribuintes, r a r o s t ê m sido o s estudos de a p r o v e i t a m e n t o s m ú l t i -
p l o s e m p r e e n d i d o s ate h o j e . C o m o f e l i z e x c e ç ã o p o d e m o s c i t a r , n o
E s t a d o de S ã o P a u l o , o S e r v i ç o d o V a l e d o P a r a í b a , d o D e p a r t a m e n
to de Águas e E n e r g i a E l é t r i c a , que t e m envidado grandes e s f o r ç o s
para efetuar levantamentos h i d r o l ó g i c o s dos afluentes do r i o P a r a í -
b a d o Sul, v i s a n d o c o l e t a r e p r e p a r a r o s d a d o s n e c e s s á r i o s a o p l a -
nejamento daquela r e g i ã o ,

Para mostrar a complexidade dos problemas hidrológi -


COS e a n e c e s s i d a d e de s e i n t e n s i f i c a r o s e s t u d o s d e t a l h a d o s d e r i -
o s , v a m o s c i t a r a s a f i r m a ç õ e s d o P r o f . M i c h e l R o c h e f o r t , na o b r a
' • R a p p o r t s e n t r e l a p l u v i o s i t é et l ' é c o u l e m e n t dans l e B r é s i l s u b t r o -
p i c a l et l e B r é s i l t r o p i c a l a t l a n t i q u e " , p u b l i c a d o p e l o Institut d e s
Hautes E t u d e s d e L ' A m é r i q u e L a t i n e - 1958 - P a r i s - ( p . 11)

"Au p r e m i e r contact avec le milieu tropical b r é s i l i e n ,


à l a p r e m i e r e a v e r s e d ' e t e t o m b a n t a v e c une g r a n d e v i o l e n c e d a n s
une a m b i a n c e s u r c h a u f f é e , à l a p r e m i è r e v u e d e Venorme epaiss--
s e u r du m a n t e a u x d ' a l t é r a t i o n qui r e c o u v r e p r e s q u e t o u t e s l e s p e n -
t e s , m ê m e l e s p l u s r a i d e s , i l n ' e s t p a s p o s s i b l e d ' é c h a p p e r i*.à
l ' i d é e que c e s c o n d i t i o n s p a r t i c u l i è r e s d o i v e n t a b o u t i r à d e s rap-
{ j o r t s o r i g i n a u x e n t r e l a p l u v i o s i t é et l ' é c o x i l e m e n t . "

" N o u s n o u s s o m m e s h e u r t é s d ' a b o r d à l ' i m m e n s i t é du


sujet et à l ' a b s e n c e d e tout t r a v a i l h i d r o l o g i q u e é l a b o r é , p r é a l a b l e
à notre etude. Or l ' e x p r e s s i o n "milieu tropical" est presque v i -
d e d e s e n s , m ê m e dans l e s i m p l e c a d r e du B r é s i l : c e s o n t , en f a i t
p l u s i e u r s m i l i e u x t r o p i c a u x d i f f é r e n t s qui s ' o f f r e n t a n o u s ; a u c u n ,
p o u r t a n t , ne s e m b l e r e s s e m b l e r t r a i t p o u r t r a i t a u x m i l i e u x a f r i -
c a i n s . L ' H y d r o l o g i e t r o p i c a l e d e v i e n t a l o r s un i m m e n s e c h a m p
d e r e c h e r c h e s d a n s l e q u e l n o u s n ' a v o n s c h o i s i qu'vm petit s e c t e u r
adapte a u x c o n d i t i o n s de t r a v a i l d'un c h e r c h e u r i s o l e . N o u s fa'ap-
p o r t e r o n s donc i c i qu'une m o d e s t e contribution à l ' a n a l y s e de c e s
p r o b l è m e s . S e u l e l a m u l t i p l i c a t i o n de t e l l e s e t u d e s d é t a i l l e s de
quelques fleuves j u d i c i e u s e m e n t e c h o i s i s , p o u r r a , dans l ' a v e n i r ,
p e r m e t t r e d ' é l a b o r e r , p a r c o m p a r a i s o n s s u c c e s s i v e s , une vaste
synthèse qu'il n'était pas m ê m e question, d ' e s q u i s s e r i c i " .

2 " Qb j e t i v o do_ trabalho

O principal objetivo do p r e s e n t e trabalho é a f i x a ç ã o de


alguns c r i t e r i o s r a c i o n a i s p a r a o b t e n ç ã o de dados e estudo de v a -
z õ e s m í n i m a s , m é d i a s e m á x i m a s de r i o s c o m b a c i a s h i d r o g r á f i c a s
c o m á r e a s i n f e r i o r e s a 1.000 q u i l ô m e t r o s q u a d r a d o s ,

- 2 -
A n a l i s a m o s aqui o s d a d o s d e v a z ã o ,,obtidos a t r a v é s d e
leituras diarias de réguas f l u v i o m é t r i c a s e fluviógrafos e a r e l a ç ã o
c o m o s v a l o r e s mínimos^ m é d i o s e m á x i m o s . Sendo o p r o b l e m a de
m á x i m o s , o m a i s c o m p l e x o , apresentamos uma analise rápida de
p r o c e s s o s de p r e v i s ã o de e n c h e n t e s . P a r a i s s o , e s c o l h e m o s alguns
métodos probabilísticos m a i s usuais e analizamos a dispersão dos
r e s u l t a d o s o b t i d o s e m f u n ç ã o d e d a d o s r e a i s . N ã o e n t r a m o s , porenrj
nos detalhes, das t e o r i a s p r o b a b i l í s t i c a s a p l i c a d a s ã estimativa de
cheias i assunto m i n u c i o s a m e n t e estudado e, p o d e m o s d i z e r , pratica
mente esgotado, pelo m e n o s dentro dos conhecimentos atuais, m o n o
g r a f i a d o P r o f . R u y A g u i a r da S i l v a L e m e - " O s E x t r e m o s d e A m o s -
t r a s O c a s i o n a i s e Suas A p l i c a ç õ e s ã E n g e n h a r i a " .

C o m o presente trabalho, não pretendemos^ de f o r m a


alguma, ter delineado até o fim e s s e assunto, muito p e l o c o n t r a r i o ,
e s t a m o s c i e n t e s d e t e r m o s a p r e s e n t a d o : i a p e n a s vuna c o n t r i b u i ç ã o m o
desta para o estudo de v a z õ e s m í n i m a s , m é d i a s e m á x i m a s de peque
nas b a c i a s . P a r a b e m f r i z a r m o s esta a f i r m a ç ã o e ao m e s m o t e m -
p o a d i f i c u l d a d e de s o l u ç ã o d e s s e s p r o b l e m a s , j u l g a m o s b a s t a n t e o -
portuno transcf-ever o seguinte t r e c h o do l i v r o " L ' H y d r o l o g i e de L ' -
Ingénieur", de G. R Ê M É N I É R A S , ( p . 7 )

"Sous la p o u s s é e des b e s o i n s , l e s r e c h e r c h e s h y d r o l o -
g i q u e s s e s o n t b e a u c o u p d é v e l o p p é e s au c o u r s d e s d e r n i é r e s d e c e n n >
e s ; m e n e e s à p a r t i r d e s points de vue différents - reflets de l e u r s
p r e o c u p a t i o n s p a r t i c u l i è r e s - p a r l e s g é o g r a p h e s , l e s p h y s i c i e n s du
g l o b e , l e s i n g é n i e u r s , l e s a g r o n o m e s e t c . . . , e l l e s ont donne lieu
à une l i t t é r a t u r e t e c h n i q u e a u s s i a b o n d a n t e q u e d i s p a r a t e , r e p a r t i e
d a n s une f o u l e de p u b l i c a t i o n s : l ' é t a b l i s s e m e n t d ' u n c o r p s d e d o c t r i -
ne u n a n i m e m e n t a d m i s , a ete t e n t e - n o t a m m e n t p a r l e s h y d r o l o g u e s
des Etats-Unis - dans d i v e r s o u v r a g e s r e m a r q u a b l e s , m a i s b e a c o u -
ps de p r o g r è s restent e n c o r e a a c c o m p l i r " , ( o . g r i f o é n o s s o ) .

- A__gT a_d e_c_i m e nt o s

R e g i s t r a m o s nossa gratidão aos P r o f e s s o r e s Paulo de


M e n e z e s M e n d e s da R o c h a , L u c a s N o g u e i r a G a r c e z , J o s e A u g u s t o
Martins, Garlito F l a v i o Pimenta, Jose Chiara e C a r l o s Eduardo de
A l m e i d a , p e l a o r i e n t a ç ã o e e s t í m u l o que n o s p r o p o r c i o n a r a m n o sen-
t i d o da e s p e c i a l i z a ç ã o e m H i d r á u l i c a A p l i c a d a ; a o D r , A n t o n i o
Greff B o r b a e seus c o l a b o r a d o r e s , pela farta documentação t é c n i c a
do S e r v i ç o d o V a l e d o P a r a í b a , que p u s e r a m à n o s s a d i s p o s i ç ã o ; a o s
c o l e g a s e m e s t r e s do D e p a r t a m e n t o de Hidráulica da E s c o l a P o l i t é c -
n i c a da U . S . P . p e l o e s p i r i t o de a m i z a d e e c o o p e r a ç ã o que p r o p o r c i o
n a r a m ao> n o s s o a m b i e n t e d e t r a b a l h o j à D o n a A p a r e c i d a S. H o n d a e

„ 3
S r . Antonio I. Yagui, s e c r e t a r i o s da P a c i f i c Consultants do B r a s i l e
ao a c a d ê m i c o M a r i o Maekawa e Dona N o r m a R o m a n o , do D . L . P . do
G r ê m i o P o l i t é c n i c o , p e l a c o o p e r a ç ã o e f i c i e n t e na c o n f e c ç ã o d e s t a o -
bra.

Somosgratos ao P r o f . C a r l o s Eduardo de A l m e i d a e E n g .
J o s e R o b e r t o Bonilha, p e l o e s t í m u l o e v a l i o s a s s u g e s t õ e s H a e l a b o r a -
ç ã o desta t e s e .

Agradecimento especial dirigimos aos nossos mestres,


Prof. Lucas Nogueira G a r c e z e Prof. Jose Augusto Martins, pelos
e n s i n a m e n t o s , a m i z a d e e e x e m p l o s de virtude que nos s e r v i r a m de
guia a t r a v é s d o c a m i n h o d i f í c i l p o r e m s a g r a d o d o m a g i s t e r i o e p e l o
apoio integral para a execução deste trabalho.

Aos nossos manos, o n o s s o eterno reconhecimento, pois,


m e s m o e n f r e n t a n d o o s t r a b a l h o s ' a r d u o s da l a v o u r a , n o s p o s s i b i l i t a -
r a m c o n c l u i r o c u f s o da E s c o l a P o l i t é c n i c a da U . S . P . .

Finalmente, c o m particular destaque, registramos a nos


s a a f e t u o s a e e t e r n a g r a t i d ã o a Katia C a z u c o , p e l a c o m p r e e n s ã o , a p o i o
e e s t ^ n u l o , n o s s a m a i o r e s t r e l a de incentivo nesta fase difícil do c a m i ^
nho d o m a g i s t e r i o .

- 4 -
II - P R O B L E M A S FUNDAMENTAIS DE HIDROLOGIA

1 . - Generalidades

A principal finalidade dos estudos h i d r o l ó g i c o s e r e s o l -


v e r p r o b l e m a s r e l a c i o n a d o s a o a b a s t e c i m e n t o de a g u a , irrigação,
c o n t r o l e de e n c h e n t e s , a p r o v e i t a m e n t o h i d r o e l é t r i c o , n a v e g a ç ã o , u -
s o r e c r e a t i v o de á g u a , o b r a s d e a r t e , e r o s ã o , a s s o r e a m e n t o , e t c .

V e j a m o s o c o n c e i t o de h i d r o l o g i a s e g u n d o o s P r o f e s s o -
r e s C O . W I S L E R e E . F . B R A T E R " H y d r o l o g y i s the s c i e n c e that
d e a l s w i t h p r o c e s s e s g o v e r n i n g the d e p l e t i o n and r e p l e n i s h m e n t o f
the w a t e r r e s o u r c e s o f the l a n d a r e a s o f the e a r t h . It i s c o n c e r n e d
w i t h the t r a n s p o r t a t i o n o f w a t e r t h r o u g h the a i r , o v e r the^groUnd
s u r f a c e , and t h r o u g h the s t r a t a o f the e a r t h . It i s the s c i e n c e that
t r e a t s o f v a r i o u s p h a s e s o f the h y d r o l o g i e c y c l e . A k n o w l e d g e o f hj^
d r o l o g y i s o f b a s i c i m p o r t a n c e in p r a c t i c a l l y a l l p r o b l e m s that i n v o l
v e the u s e and s u p p l y o f w a t e r f o r any p u r p o s e w a t s o e v e r . T h e r e f o -
r e , h y d r o l o g y i s o f v a l u e n o t o n l y in the f i e l d o f e n g i n e e r i n g but a l s o
in f o r e s t r y , a g r i c u l t u r a , and o t h e r b r a n c h e s o f n a t u r a l s c i e n c e " .

Segundo o P r o f . L U C A S NOGUEIRA G A R C E Z , " A H i d r o -


l o g i a é o r a m o da g e o f í s i c a que e s t u d a o s f e n ô m e n o s r e l a t i v o s a o c o r _
r e n c i a e às v a r i a ç õ e s d o s r e c u r s o s d e á g u a da T e r r a , t e n d o e m v i s t a
o contrôle e a utilização desses r e c u r s o s . É ciencia básica e m todos
o s c a m p o s da E n g e n h a r i a H i d r á u l i c a " .

V e j a m o s a g o r a a i m p o r t a n c i a da a p l i c a ç ã o da H i d r o l o g i a
segundo G. R Ê M É N I É R A S : " D e s etudes h y d r o l o g i q u e s plus ou m o i n s
p o u s s é e s s o n t i n d i s p e n s a b l e s d è s l e debut d e l a m i s e s u r p i e d d e s p r o
j e t s d'usines h y d r o é l e c t r i q u e s , de distribution d'eau, de p r o t e c t i o n
l e s c r u e s . L e d i m e n s i o n n e m e n t , l a s é c u r i t é et l a b o n n e e x p l o i t a t i o n
d e s o u v r a g e s h y d r a u l i q u e s s o n t t o u j o u r s l i é s à une s a i n e e v a l u a t i o n ,
n o n s e u l e m e n t d e s d e b i t s d i s p o n i b l e s " e n m o y e n n e " , m a i s e n c o r e et
s u r t o u t d e s d é b i t s e x t r ê m e s ( c r u e et é t i a g e s ) : l e p r o b l è m e d e l a p r é -
v i s i o n des débits o r d i n a i r e s ou extraordinaires est d'ailleurs l'un des

- i -
p l u s i m p o r t a n t s , en p r a t i q u e , et a d o n n é l i e u à une f o u l e d ' é t u d e ? ; l a
p l u p a r t d e c e l l e s - c i font a p p e l aux m i l l e r e s s o u r c e s du c a l c u l d e s -
probabilités.

L a préparation d e s plans généra\ix d'aménagement des


p a y s s o u s - d é v e l o p p e s - et a u s s i d e s z o n e s t r e s i n d u s t r i a l i s é e s de
n o s p a y s d e v i e i l l e c i v i l i s a t i o n » £ m p l i q u e l a p l u s s o u v e n t une e t u d e
h y d r o l o g i q u e s u f f i s a m m e n t p o u s s é e p o u r d r e s s e r l ' i n v e n t a i r e destneB
s o u r c e s en e a u d e s u r f a c e et en e a u s o u t e r r a i n e d e s r e g i o n s c o n s i d é -
r é e s " , -f---

P e l a s c i t a ç õ e s p o d e m o s s e n t i r a e x t e n s ã o d o c a m p o da
Hidrologia e a n e c e s s i d a d e de s e r e m efetuados trabalhos m e t i c u l o s o s
d e c o l e t a e a n a l i s e d e d a d o s h i d r o l ó g i c o s v i s a n d o o p l a n e j a m e n t o futu-
r o d e b a c i a s e r e g i õ e s , a f i m d e que p o s s a m m e l h o r s e r a p r o v e i t a d o s
o s r e c u r s o s n a t u r a i s p o s t o s à disx>osição d o h o m e m p e l a n a t u r e z a .

O s f e n ô m e n o s m a i s i m p o r t a n t e s da H i d r o l o g i a s ã o ; p r e -
cipitações atmosféricas, escoamentos superciais, infiltrações, e s c o -
amento das aguas subterrâneas e e v a p o r a ç ã o .

C o n s i d e r a m o s bastante significativa e prática a c l a s s i f i -


c a ç ã o ampla dos f e n ô m e n o s h i d r o l ó g i c o s dada p e l o P r o f . L u c a s Noguei
ra G a r c e z , no seu l i v r o " H i d r o l o g i a " : " O seu estudo pode ser dividi-
d o e m t r e s p a r t e s q u e t r a t a m r e s p e c t i v a m e n t e da agua n a s s u a s d i f e -
r e n t e s f o r m a s d e e x i s t ê n c i a : a c i m a , s o b r e e a b a i x o da s u p e r f i c i e da
terra:

a ) - água a t m o s f é r i c a
b ) - agua superficial
c)= agua s u b - s u p e r f i c i a l "

A m a i o r dificuldade dos estudos h i d r o l ó g i c o s r e s i d e na


grande interdependência dos fenômenos h i d r o m e t e o r o l ó g i c o s c o m as
c a r a c t e r í s t i c a s f l u v i o - m o r f o l ó g i c a s das b a c i a s .

2. - Estudos Hidrológi c o s

N o s e s t u d o s h i d r o l ó g i c o s d i s t i n g u e m - s e duas f a s e s b e m
distintas:

- Trabalho de canipo
= Trabalho de gabinete.

_ 6 -
A p r i m e i r a c o n s t i t u e a H i d r o m e t r i a p r o p r i a m e n t e dita
e c o n s i s t e na d e t e r m i n a ç ã o d o n u m e r o d e p o s t o s n e c e s s á r i o s , na l o -
c a l i z a ç ã o d o s m e s m o s e na c o n s t r u ç ã o , i n s t a l a ç ã o e o p e r a ç ã o . d o s
e q u i p a m e n t o s f l u v i o m é t r i c o s . A s e g u n d a e e m g r a n d e p a r t e d ó dorni
n i o da e s t a t í s t i c a e c o m p r e e n d e a o r g a n i z a ç ã o d o s r e g i s t r o s d a s o b -
s e r v a ç õ e s de c a m p o , introdução das c o r r e ç õ e s devidas a e r r o s sis -
t e m á t i c o s de aparelhos e m é t o d o s de t r a b a l h o , tabulação, t r a ç a d o de
gráficos, analise e interpretação dos dados, b e m c o m o divulgação
das o b s e r v a ç õ e s catalogadas e m f o r m a d e boletins ou r e l a t ó r i o s .

Os aparelhos e m p r e g a d o s para m e d i r chuvas, evapo -


transpiração, evaporação, infiltração.temperatura, p r e s s ã o atmos -
f è r i c a , i n s o l a ç ã o e u m i d a d e r e l a t i v a do a r , s ã o i g u a i s p a r a "grancfes"
e " p e q u e n a s " b a c i a s . A p e n a s o c r i t e r i o j>ara a d i s t r i b u i ç ã o d o s m e s -
m o s n a s á r e a s e s t u d a d a s d i f e r e . O s m é t o d o s d e a n a l i s e t a m b e m sâb
praticamente i g u a i s . Entretanto, o estudo das v a z õ e s d e v e s e r enca
rado distintamente. P o r e x e m p l o , no c a s o de u m a b a c i a h i d r o g r á f i -
c a d e 100, 00 k m 2 , o t e m p o de r e t a r d a m e n t o d a s e n c h e n t e s e da or-
d e m de algumas h o r a s , e o p e r í o d o de a s c e n s ã o m u i t o pequeno, e n -
quanto qUe n u m a b a c i a d e 1 0 . 0 0 0 , 00 k m 2 , o t e m p o d e r e t a r d a m e n t o e
d a o r d e m de a l g u m a s d e z e n a s d e h o r a s e o p e r í o d o d e a s c e n s ã o m u i -
t o e l e v a d o . A s s i m s e n d o , p a r a o e s t u d o de p i c o s d e e n c h e n t e s p a r a
as pequenas b a c i a s não são indicadas e n e m suficientes as leituras -
d i a r i a s d e r é g u a s , enquanto que p a r a a s g r a n d e s , e m g e r a l , s ã o s u -
ficientes, pois o s picos são bastante persistentes.

No B r a s i l j n o s g r a n d e s r i o s , isto é, p a r a as g r a n d e s
b a c i a s , existem instaladas réguas l i m n i m e t r i c a s e têm sido efetua-
das e m algumas s e c ç õ e s , m e d i ç õ e s de d e s c a r g a s v i s a n d o o a p r o v e i -
t a m e n t o h i d r o e l é t r i c o e a n a v e g a ç ã o . Ha f r e q u e n t e m e n t e v á r i o s p o s -
t o s f l u v i o m é t r i c o s c o m d a d o s de v a z õ e s s u f i c i e n t e s p a r a o s e s t u d o s
estatísticos. Mas os rio m e n o r e s são pouco estudados, a não ser
junto a s g r a n d e s c i d a d e s . S e u s d a d o s s ã o g e r a l m e n t e i n s u f i c i e n t e s
para tratamentos estatísticos.

Esta é a r a z ã o p o r q u e o s h i d r ó l o g o s , no B r a s i l , e n c o n
t r a m grandes dificuldades para o estudo das v a z õ e s m í n i m a s , m é -
d i a s e m á x i m a s de " p e q u e n a s " b a c i a s , p a r a o p r o j e t o d e a b a s t e c i -
m e n t o d'agua d a s c i d a d e s , i r r i g a ç ã o , a p r o v e i t a m e n t o h i d r o - e l e t r i c o ^
e n f i m , p a r a o p r o j e t o de o b r a s h i d r á u l i c a s e m g e r a l .

D e v i d o a e s t a falta de d a d o s p a r a p r e v i s ã o d e e n c h e n -
tes, são e m p r e g a d o s , entre nos, os m é t o d o s e m p í r i c o s e racionais
e m l a r g a e s c a l a . P o r e m , j a s e p o d e p e n s a r no e m p r e g o , p e l o m e -
n o s e m a l g u m a s b a c i a s , d o m é t o d o p r o b a b i l í s t i c o , d o m é t o d o do h i -
d r o g r a m a unitario e m e s m o "Streamflow Routing".

C a b e a q u i n o t a r que n o n o s s o t r a b a l h o c h a m a r e m o s de
p e q u e n a s b a c i a s a q u e l a s o n d e as l e i t u r a s d i a r i a s ( u m a de m a n h ã ,

- 7 . .
o u t r a a t a r d e ) s ã o i n s u f i c i e n t e s p a r a d e f i n i r o s h i d r o g r a m a s , o que
o c o r r e de m o d o g e r a l n a s b a c i a s c o m a r e a s i n f e r i o r e s a 1. 0 0 0 , 00
km2.

- 8 -
I l l " o V A L E DO PARAÍBA (TRECHO PAULISTA)

1. - Generalidades

P a r a i l u s t r a ç ã o e a p l i c a ç ã o pratica de dados l i m n i m e t r i -
c o s e de d e s c a r g a s l í q u i d a s u t i l i z a r e m o s o s o b s e r v a d o s n o r i o P a r a í -
ba e seus afluentes. E s c o l h e m o s estes rios porque muitos deles e n -
contram-se jã b e m estudados. A s s i m , passaremos a d e s c r e v e r e m
s e g u i d a o V a l e d o Paraííaa ( T r e c h o P a u l i s t a ) , a f i m d e c a r a c t e r i z a r o s
fatores m e t e o r o l ó g i c o s , geológicos, edaficos e fluvio-morfológicos
d a s b a c i a s , d e f o r m a a f a c i l i t a r a a n a l i s e e i n t e r p r e t a ç ã o d o s d a d o s a-
dotados neste trabalho.

O Vale do Paraíba ocupa parte de t r ê s Estados b r a s i l e i -


r o s : são P a u l o , M i n a s G e r a i s e R i o d e J a n e i r o , E s t e n d e - s e da l o n g i -
tude 419 à 469W e latitude 209 2 6 ' à 239 38»S.

P e l a sua p o s i ç ã o g e o g r á f i c a , e c o n ó m i c a , p o l í t i c a e s o c i -
al, poderá ser dentro e m b r e v e o Tennessel Valley b r a s i l e i r o .

A b a c i a d o Paraíí>a e s t e n d e - s e da r e g i ã o d e J a c a r e í a
C a m p o s , no E s t a d o do R i o de J a n e i r o , c o m u m a extensão a p r o x i m a d a
d e 600 k m , t e n d o u m a l a r g u r a m e d i a d e 80 k m na c a b e c e i r a , a l a r g a n -
d o - s e g r a d u a l m e n t e a t e a t i n g i r uns 150 k m na b a c i a i n f e r i o r .

O v a l e d o P a r a í b a , n o s e u trecho p a u l i s t a , a p r e s e n t a d u -
as situações b e m distintas: uma à montante de Jacareí, c o m vales e s -
t r e i t o s e f e c h a d o s e a outra de J a c a r e í a C a c h o e i r a Paulista, c o m vale
plano, largo e fértil.

„ 9 ^
1, 1. - Topografia

O s r i o s Paraitinga e Paraibuna, n a s c e m respectiv£unente


Eia S e r r a d a B o c a i n a e S e r r a d o M a r e c o r r e m na d i r e ç ã o S . O . e n t r e a s
a e r r a s Q u e b r i a Cangalha, J a m b e i r o e S e r r a d o M a r , O s dois r i o s se
e n c o n t r a m nas p r o x i m i d a d e s da Cidade de Paraibuna, f o r m a n d o o r i o
Paraíbja.. N a a l t u r a d e G u a r a r e m a o r i o m u d a b r u s c a m e n t e d e d i r e ç ã o
p a s s a n d o d e S . O . p a r a N . E . , m a n t e n d o , a p a r t i r daí", e s s a d i r e ç ã o a t é
a sua d e s e m b o c a d u r a no Oceano Atlântico, pouco ã jusante da cidade de
C a m p o s . = V i d e F i g u r a IHt^^í-^l.

As nascentes dos rios Paraitinga e Paraibuna encontram-


s e à s c o t a s 1.800 m e 1 . 6 0 0 m r e s p e c t i v a m e n t e . A c o n f l u ê n c i a s e á c h a -
na cota 6 2 0 ' m .

S e g u n d o a c l a s s i f i c a ç ã o d a D i v i s ã o d é Á g u a s d o 19 DistritQ
do Ministério da Agricultura, o c u r s o superior v a i até Guararema, o
m e d i o de G u a r a r e m a a Itaocara e o inferior deste ponto até a d e s e m b o -
cadura.

Nojjresente trabalho r e f e r i r - n o s - e m o s sobretudo ao Cur °


s o Superior e Medio Superior, isto é, das nascentes até a Cidade de
Queluz. Vide Figura ni=l>l-2.

Apresentamos e m anexo as s e c ç õ e s transversais do Vale


d o Paraíí>a n a a l t u r a d e S ã o J o s é d o s C a m p o s e S ã o L u i z d o P a r a i t i n g a .
Vide Figura m - l 9 l - 3 .

P o r e s t a s f i g u r a s , v e r i f i c a - s e q u e Io c u r s o s u p e r i o r d e s è e
1.230 m e m 2 6 0 k m , c o m m a r g e n s b a s t a n t e e s c a r p a d a s e d e c l i v i d a d e -
l o n g i t u d i n a l b e m p r o n u n c i a d a , enquanto q u e o c u r s o m e d i o s u p e r i o r a p r e
s e n t a u m a d e c l i v i d a d e b e m b a i x a ( i = O, 000186 m / m ) c o m f o r m a ç ã o de*
meandros.

Na r e g i ã o d e Q u e l u z o r i o a p r e s e n t a tuna z o n a d e r á p i d o s e
c o r r e d e i r a s e depois diminui novamente de declividade até a região d e
A n t a U ^ 0 , 0 0 0 6 2 5 ngán) , ( d a d o s t i r a d o s d o A n u a r i o F l u v i o m é t r i c o n ? 4 ) .

1, 2 . - Chuvas

Na b a c i a d o P a r a í b a t e m o s c h u v a s a b u n d a n t e s d e n o v e z n b r o
a m a r ç o e d e p o i s u m a e s t a ç ã o d e seca c o m p e q u e n a p r e c i p i t a ç ã o n o i n -
v e r n o . A m e d i a a n u a l e da o r d e m d e 1 . 3 9 6 m m ^ Nota->3e, p o r e m , q u e

- 10
RIO PARAÍBA - BACIA SUPERIOR

CéCAJ-A, GKAiFiCA

O 50 too ao km.

OC£ANO ATUkNTiCO

Fonte: BOLETIM FLUVIOMÉTRICÕ N9 4 F i g . ni-=i.i=i


PERFIL LONGITUDINAL DO RIO PARAIBA

Rio Paraitinga - 1300m


ZOO kfn <3fe cufso
m
\Rio Par~aibuna.-/.600m
/4-0 km de curso

JAédío Superior Uédio Inferior

O
Ü

-I

U_r— ,_ ' , . 900 km ^ \


iSO 30O 4Õ0 . 600 760

Curso Superior Ccjr^O t^édio ^C.lnf.

Fonte: B O L E T I M F L U V I O M É T R I C Õ = N9 4 F i g . 111=1:1-2
S£Cg5E8 TttAKSTSRSAXS tX> VALB DO PARAIBA

0 km

PeHÚ no merMiaiu) 29 42'W Rio á» Jansiyo


Sao Jo8« dos Campos

•tooo
•800
•600
Ocecm,
• ZOO ^tlánéiao

100 km

Perfil no meridiano 29 09'V Rio de Janeiro


8 V M i a 4« Paraitinga - Qttaratinguetá

Fonte: BOLETIM FLyVlOkáETRXCO ° Wi 4 Fig. III-1.1-3


na S e r r a d o M a r , na r e g i ã o alta, a p r e c i p i t a ç ã o a t i n g e 2 . 5Ó0 m m .
N o s p o n t o s m a i s b a i x o s d o v a l e d o P a r a i t i n g a e d o P a r a i b u n a e da o r -
d e m d e 1.250 m m , a t i n g i n d o 1, 200 na v a r z e a de T a u b a t e e s u b i n d o -
n o v a m e n t e p a r a 2 . 5 0 0 na S e r r a da M a n t i q u e i r a . V i d e F i g u r a I I I - L Z -
1.. . •

A p r e c i p i t a ç ã o p l u v i d m è t r i c a de i n v e r n o é m a i o r na b a - ;
c i a s u p e r i o r que na i n f e r i o r , p o i s a p r i m e i r a e u m a r e g i ã o m u i t o m o n
t a n h o s a , enquanto q u e a s e g u n d a e b e m m a i s p l a n a e b a i x a .

E s t e f e n ô m e n o encontra e x p l i c a ç ã o nas m a s s a s de ar u -
m i d o que s e d e s l o c a m d o m a r p a r a o c o n t i n e n t e e que p r o v o c a m p r e -
c i p i t a ç õ e s m e s m o no i n v e r n o , ao se c h o c a r e m c o m as e s c a r p a s das
serras.

A d i s t r i b u i ç ã o d a s c h u v a s e m J a c a r e í ' , T a u b a t e e Rezeis-
de pode s e r analizada p e l o G r a f i c o III-li-2"!.

P o r e s t e g r a f i c o p o d e - s e c o n c l u i r que n e s t e s t r ê s l o c a i s
a s c h u v a s de i n v e r n o s ã o p r a t i c a m e n t e i g u a i s . D e m a i o a agosto a
p r e c i p i t a ç ã o v a r i a de 20 a 4 0 m m m e n s a i s . N o s m e s e s d e n o v e m b r o
a marçoa",discrepância e bastante notoria.

1. 3 . - Geologia, golo e vegetação

N o A n u a r i o F l u v i o m é t r i c o n9 4 e n c o n t r a - s e , em relação
a o V a l e d o Parailba, o s e g u i n t e :

"O a r c a b o u ç o d e s s a s t e r r a s elevadas e constituido de r o -


chas cristalinas, predominantemente a c i d a s , gnais de v a r i o s tipos e
texturas, c o m freqüentes intrusões graníticas, p o r , v e z e s intercalam -
s e l e n t e s d e c a l c á r e o c r i s t a l i n o e q u a r t z i t o s , e , m a i s r a r a m e n t e , inje-
ç õ e s o u v e i o s de r o c h a s b á s i c a s - d i o r i t o s , d i a b a s i c o s , g a b r o s , e t c ,
O fácies e a c o m p o s i ç ã o litologica são característicos dos terrenos
c l a s s i f i c a d o s p e l o s g e ó l o g o s n a s e r a s m a i s a n t i g a s da t e r r a . A c o m p í e ,
xidade das d o b r a s , m u i t o i n t e r r o m p i d a s , testemunha o s e n é r g i c o s m o -
vimentos o r o g ê n i c o s e as violentas p e r t u r b a ç õ e s diastroficas e intrusi-
v a s p o r que t e m p a s s a d o a c r o s t a t e r r e s t r e , e m sua r e m o t a e x i s t ê n c i a " .

A s s i m , as m o n t a n h a s d e s t e V a l e , p e l a sua f o r m a ç ã o , a p r e
s e n t a m - s e a r r e d o n d a d a s p e l o e f e i t o de e r o s ã o a t r a v é s d o s s é c u l o s . A
e s p e s s u r a d o s o l o v e g e t a l ê r e l a t i v a m e n t e pequena, n a s m o n t a n h a s e basv
tante e s p á s a n a s v á r z e a s t e r c i a r i o e q u a t e r n á r i o .

- 11
A a ç ã o d o h o m e m , n o afã d e p r a t i c a r a g r i c u l t u r a , p e c u »
ária e extração de m a d e i r a fez d e s a p a r e c e r as florestas antigas. SÕ
nas montanhas m a i s e s c a r p a d a s e n c o n t r a m o s hoje o s r e s t o s d e s s a s ^
m a t a s , devido a dificiildãde de a c e s s o .

O c a f é f o i u m d o s g r a n d e s c a u s a d o r e s da d e s t r u i ç ã o den-
s a s r e s e r v a s - O s cintigos c a f e z a i s e s t ã o h o j e t r a n s f o r m a d o s e m p a s -
t á g e n s c o m p l a n t a s r a s t e i r a s , que s o f r e m a ç ã o d e e r o s õ e s p r o n u n c i a -
d a s e caus2un, n a s e n c h e n t e s , t r a n s p o r t e s o l i d o p ô r s u s p e n s ã o , b a s -
tante i n t e n s o . O t r a n s p o r t e p o r c a r r e a m e n t o e ainda p o u c o c o n h e c i -
d o p o r falta d e o b s e r v a ç õ e s e p e l a d i f i c u l d a d e de s e p r o j e t a r , constr\>>
ir e o p e r a r c o m aparelhos adequados para e s s a finalidade. P o r e m ,
p e l a s o b s e r v a ç õ e s colhidas, "in l o c o " j u l g a m o s que e s s e t r a n s p o r t e s e -
ja t a m b e m bastante intenso.

1.4, - Clima

1 . 4 . 1 . - Temperatura

A t e m p e r a t u r a m é d i a anual n a s c a b e c e i r a s é da o r d e m d e
219C, na v a r z e a é d e 1 8 9 G , atingindo p o r v e z e s e m a l g u n s p i c o s c e r c a
d e 129C n a s e n c o s t a s da S e r r a d o M a r e M a n t i q u e i r a .

Na b a c i a i n f e r i o r v a r i a a t e m p e r a t u r a d e 2 3 9 C n a s ãreas
b a i x a s a 219C n a s c o l i n a s .

A s t e m p e r a t u r a s m á x i m a s e m m i m a s de v e r ã o o s c i l a m *
e m t o r n o d e 3 0 9 C e 119C r e s p e c t i v a m e n t e , c r i a n d o c o n d i ç õ e s ó t i m a s ^
ra o cultivo de m ü h o , a r r o z e outros c e r e a i s . j

1.4.2. - Umidade do A r

A umidade relativa do ar varia e m t o r n o de 75%.

- 12 -
ISOIETAS MEDIAS ANUAIS DO VAJLE DO PARAÍBA - TRECHO PAUUSTA » (1930=1955)

Fonte: RAPPORTS ENTRE LA PLÜYIOSITÊ ET . Fig, 111=1.1-1


CHUVAS MEDIAS MENSAIS (1914-1938)

VALE DO PARAÍBA

mm

Rt

\ /

\ /'
\ /
\
/
\ Ta ubatt
íL
\
V
—f— \ 1 1
\s
\
\\ 1
\v f
1
/
\

\
>
\\ 1 yf f
1
' \\ 1 1
1
1
\
\
\
^
\
\

\
\ l
II '\
y/a cartíi
\ \ \
V \
X SA
\
1 í1'
\
ÍJ1
\
/
Graf. I I 1-1.2-1
CHUVAS MEDIAS MENSAIS (1914-1938)

VALE DO PARAÍBA

mm

Rt

\ /

\ /'
\ /
\
/
\ Ta ubatt
íL
\
V
—f— \ 1 1
\s
\
\\ 1
\v f
1
/
\

\
>
\\ 1 yf f
1
' \\ 1 1
1
1
\
\
\
^
\
\

\
\ l
II '\
y/a cartíi
\ \ \
V \
X SA
\
1 í1'
\
ÍJ1
\
/
Graf. II 1-1.2-1
1,4.3. - Insolação

E m b o r a o s d i a s s e j a m m a i s '.curtos, a i n s o l a ç ã o no i n -
v e r n o e i g u a l o u s u p e r i o r ie[i^^< n o v e r ã o , p o i s o c e u s e a p r e s e n t a m a i s
límpido, c o m poucas nuvens. A s médias mensais p o d e m variar de -
100 h o r a s a 280 h o r a s .

1.4.4. - Ventos

A o c o r r ê n c i a d e v e n t o s c o m i n t e n s i d a d e s u p e r i o r a 10, O
m / s e rara. A direção predominante e N E .

1.5. - Evapo-transpiração

P a r a o c o m p u t o da e v a p o - t r a n s p i r a ç a o na b a c i a d o P a r a i
ba, c a l c u l a r a m - s e as chuvas m e d i a s e m função das isoietas anuais m e
d i a s d o p e r í o d o d e 1924 a 1955 e a s v a z õ e s m é d i a s m e n s a i s d o p e r í o d o
d e 1924 a 1954, d o s p o s t o s f l u v i o m é t r i c o s d e G u a r a r e m a e C a c h o e i r a
Paulista. F o r a m escolhidos esses postos, pois o p r i m e i r o se e n c o n -
t r a n o p o n t o d e m u d a n ç a d e d i r e ç ã o d o R i o Paraílba d e S . O . p a r a N . E . ,
f i m d o trecho c o m v a l e e s t r e i t o e i n i c i o da v a r z e a f é r t i l , e n q u a n t o q u e
o segundo m a r c a o fim d e s s a v a r z e a .

A chuva m é d i a da b a c i a à montante d e C a c h o e i r a P a u l i s -
ta e 1. 3 9 6 , 3 m m a n u a i s , enquanto q u e a m o n t a n t e d e G u a r a r e m a e d e
1 . 3 8 8 , 4 m m . N o t a - s e a s s i m q u e a ,'diferença é m í n i m a .

A d e s c a r g a e s p e c â i c a m é d i a anual, c o m b a s e n o s d a d o s
d e v a z ã o d e 1924 a 1954 e 518, 6 m m e m C a c h o e i r a P a i i l i s t a e 5 2 2 , 2
m m em Guararema.

L o g o , a e v a p o - t r a n s p i r a ç ã o m é d i a anual s e r á 8 7 7 , 7 mm:
na b a c i a a m o n t a n t e d e C a c h o e i r a P a u l i s t a e 8 6 6 , 2 m m a m o n t a n t e d e
Guararema. Estes resultados diferem sensivelmente daqueles do
Q u a d r o V - 4 - 1 , c o m p i l a d o s do l i v r o - R a p p o r t s E n t r e L a P l u v i o s i t é ét
L'Ecoulement - (Michel Rochefort), por estarem baseados e m dados
de p e r í o d o s d i f e r e n t e s ,

- 1 3 -
2, - Características íluvio°morfolQgicas das aub-bacias do Vale
d o Pá-ráíba ( T y e c b Q P a u l i s t a )

A d o t a r e m o s neste trabalho a terminologia do G l o s s á r i o


T é c n i c o de Hidrologia, Hidráulica, Irrigação e Drenagem, elaborado
pelas p i v i s o e s T é c n i c a s E s p e c i a l i z a d a s do Clube de Engenharia da »
Guanabara.

A s s i m sendo, definiremos;

- ¿ i d i c e de c o n f o r m a ç ã o : r e l a ç ã o e n t r e a á r e a d e u m a bacia
h i d r o g r á f i e a e o q u a d r a d o d e seju c o m p r i m e n t o a x i a l , m e d i -
d o a o l o n g o d o c u r s o d ' a g u a , da d e s e m b o c a d u r a o u s e c ç ã o
de r e f e r ê n c i a à c a b e c e i r a m a i s d i s t a n t e , n o d i v i s o r d e a-
guas.

- í n d i c e de c o m p a c i d a d e : r e l a ç ã o e n t r e o p e r í m e t r o d e u m a
b a c i a h i d r o g r á f i c a a c i r c u n f e r ê n c i a de c i r c u l o de a r e a i-
gual a da b a c i a .

- Densidade de d r e n a g e m : r e l a ç ã o entre o c o m p r i m e n t o to-


tal d o s c u r s o s d ' a g u a , e f ê m e r o s , i n t e r m i t e n t e s e p e r e n e s
de u m a b a c i a h i d r o g r á f i c a e a á r e a t o t a l da m e s m a b a c i a .

- D e c l i v i d a d e e q u i v a l e n t e c o n s t a n t e d o á l v e o d o c u r s o d'agua
p r i n c i p a l : substituindo-se o perfil longitudinal do a l v e o , g e -
r a l m e n t e e m c u r v a , p o r u m a linha q u e b r a d a que b e m s e l h e
a j u s t e , a r a i z q u a d r a d a da d e c l i v i d a d e e q u i v a l e n t e c o n s t a n -
te s e r á a m é d i a h a r m ô n i c a p o n d e r a d a da r a i z q u a d r a d a d a s
declividades dos diversos trechos retilineos, tomando- se
p a r a p e s o a e x t e n s ã o de c a d a t r e c h o .

- D e c l i v i d a d e m é d i a d o s t e r r e n o s da b a c i a :

St = 1, 5 : ^ ^ p r o p o s t a p o r W i s l e r e B r a t e r , o n d e St é d e c l i -
vidade % i é d i a e o s v a l o r e s D , N . e L d e f i n i d o s da s e g u i n -
te f o r m a :

a - d i v i d i r a á r e a da b a c i a c o n t r i b u i n t e e m q u a d r í c u l a s f o r -
m a d a s p o r u m a s e r i e de l i n h a s e q u i d i s t a n t e s (lirüias s u b -
diviseras) traçadas e m dois sentidos perpendiculares en-
t r e s i , o b t e n d o - s e r e s u l t a d o final tanto m a i s p r ó x i m o da
r e a l i d a d e quanto m a i s p r ó x i m o f o r e m a s l i n h a s s u b d i v i s o -
ras.

b - determinar a soma L da e x t e n s ã o d a s l i n h a s s u b d i v i s o r a s
d e n t r o da b a c i a .

- 1 4 =
c - c o n t a r o n ú m e r o N d e v e z e s que a s l i n h a s subdivisoras
c o r t a m a s c u r v a s de n í v e l .

d- D , o e s p a ç a m e n t o v e r t i c a l das c u r v a s de n í v e l .

E s s e s í n d i c e s s e r v e m de b a s e para o estudo c o m p a r a t i -
v o das b a c i a s e p e r m i t e m t i r a r c o n c l u s õ e s s o b r e as v a z Õ e s . I n f e l i z -
m e n t e , d e v i d o a falta d e c a r t a s t o p o g r á f i c a s c o m c u r v a s de m v e l de
v a r i a s s u b - b a c i a s d e s t a r e g i ã o d o E s t a d o d e S ã o P a u l o , n ã o f o i poss_i
vel determinar e s s e s índices para todos os afluentes.

A seguir a p r e s e n t a r e m o s alguns v a l o r e s das c a r a c t e r í s -


t i c a s f l ú v i o - m o r f o l o g i c a s de s u b - b a c i a s d o V a l e d o P a r a í b a q u e çalcit»
Í a m o s c o m b a s e n o s d a d o s d o B o l e t i m F l u v i o m é t r i c o n9 4 , do M i n i s -
t é r i o da A g r i c u l t u r a , planta da b a c i a d o P a r a í b a e l a b o r a d a p e l a Secr^e
taria de V i a ç ã o e O b r a s P u b l i c a s - Inspetoria de S e r v i ç o s P ú b l i c o s e
d a d o s c o m p i l a d o s d e r e l a t ó r i o s t é c n i c o s da H i d r o s e r v i c e - S . V . P . .

A n e x a m o s t a m b é m o u t r o s d a d o s que p o d e r ã o avixiliar na
c o m p a r a ç ã o das b a c i a s .

E m algumas b a c i a s d o s afluentes do P a r a í b a j á f o r a m
determinados todos os índices fluvio-morfológicos, p o r é m , por ques-
t ã o d e u n i f o r m i d a d e n ã o f o r a m a p r e s e n t a d o s no q u a d r o a n e x o .

Pelo Quadro III-2-1 p o d e - s e observai- que:

- A s á r e a s d a s b a c i a s e s c o l h i d a s o s c i l a m e n t r e 40 a 7 7 0 k m 2

- O s m e n o r e s í n d i c e s de c o m p a c i d a d e s ã o d o R i o d o P e i x e - I,
e m N a t i v i d a d e e R i o d o P e i x e - I I , e m I g a r a t a , 1,15 e 1,16
r e s p e c t i v a m e n t e , enquanto que o s m a i o r e s s ã o d o R i b e i r ã o
T a b o ã o , na F a z e n d a M o n d e s i r e R i b e i r ã o d o s M o t a s , e m T a -
m a n d a r é , c o m 1,75 r e s p e c t i v a m e n t e . E s t e fato i n d i c a que o s
d o i s r i o s d o P e i x e a p r e s e n t a m m a i o r p o t e n c i a l i d a d e de p r o -
d u ç ã o de p i c o s d e e n c h e n t e s e l e v a d o s que o s r i b e i r õ e s T a b o -
ã o e d o s M o t a s , d e s d e que o u t r o s f a t o r e s n ã o e n t r e m e m j o -
go-

- O m a i o r índice de c o n f o r m a ç ã o é a p r e s e n t a d o p e l o R i o d o P e i
x e - I I , e m I g a r a t a , c o m 0 , 4 4 5 , e n q u a n t o que o m e n o r s e o b -
s e r v a p a r a r i b e i r õ e s S. G o n ç a l o e T a b o ã o , c o m 0 , 1 2 5 e 0,143
r e s p e c t i v a m e n t e . E s t e fato t a m b e m i n d i c a q u e o R i o d o P e i -
x e - I I , e m I g a r a t a , a p r e s e n t a m a i o r p o t e n c i a l i d a d e de p r o -
d u ç ã o d e p i c o s de e n c h e n t e s e l e v a d o s que n o s r i b e i r õ e s Sao
G o n ç a l o e T a b o ã o , d e s d e que o u t r o s f a t o r e s n ã o e n t r e m e m
jogo.

- 1 5 -
A altitude d a s c a b e c e i r a s v a r i a m d e n t r e 2 . 0 0 0 a 760 m p a r a
as b a c i a s do P e i x e - II, Piagui e R i b e i r ã o Guararema, res-
p e c t i v a m e n t e . P o d e - s e a f i r m a r , e m p r i n c i p i o , que a v a z ã o
m é d i a anual d o s r i o s d o P e i x e - I I e R i b e i r ã o Piagui" são.v'"
m a i o r e s que a d o R i b e i r ã o G u a r a r e m a , p o i s a; p r e c i p i t a ç ã o
t o t a l anual na b a c i a do P a r a í b a é m a i o r nas r e g i õ e s mais
éiltas. E s t a a f i r m a ç ã o e v a l i d a p a r a a s m e s m a s c o n d i ç õ e s
de evapo-transpiração, infiltração, e t c . .

- 1 6 -
CARACffc3lISTICAS DAS SÜB-BACIAS DO RIO PARAÍBA

Area Altitude na Altitude da I . Confor- I . Compa-


Rio Secção (km2) secgão cabeceira midade cidade

Paraitinga Cunha 750 770 I08OO Ob239 1,46


Paraibuna Ponte Alta 480 888 1,600 0,266 1,26
Ipiranga Ponte Alta 40 904 I06OO -
Peixe-I Natividade 230 677 leOOO 0^247 1,15
Guararema Luiz Carlos 40 620 760 0,256 le39
Peixe->II Igarata 730 600 2,000 0«445 1,16
Buquira Buquirinha 390 565 1,400 O9238 1,59
Una Remédios 280 570 900 0^240 1,42
S. Gongalo Pedreira 123 521 lo200 0,125 1,37 •
Motas Tamandaré 101 520 1.300 0,251 1,75 »
Piagui Pilões 82 610 2,000 0,155 I937
Taboão Mondesir 76,5 520 1,100 0,143 1,78 *
Bocaina Sta. Clara 170 520 I08OO 0,261 1,21
Itaim Cataguá 43 560 900 0,190 1,62

* - esses índices são referentes a bacia toda.

Quadro XII «. a - 1

• .
I V - VAZÕES MÍNIMAS

1 . - Generalidades

O c o n h e c i m e n t o de v a z õ e s m í n i m a s é m u i t o i m p o r t a n t e
p a r a a f i x a ç ã o d e v a z õ e s d e c a p t a ç ã o d i r e t a d e vun r i o v i s a n d o o a-
b a s t e c i m e n t o de agua p a r a p o p u l a ç õ e s e i n d u s t r i a s , a d e t e r m i n a ç ã o
das ã r e a s i r r i g á v e i s p a r a cultivo de produtos a g r í c o l a s do t e m p o de
seca e outras finalidades.

N a s b a c i a s que e s c o l h e m o s há p o u c o s d a d o s l i m n i g r á -
f i c o s . A grande m a i o r i a dos dados disponíveis e constituido s i m -
plesmente de elementos l i m n i m e t r i c o s . P o r e m , p a r a o estudo das
v a z õ e s m í n i m a s , o s d o i s t i p o s de d a d o s a p r e s e n t a m a m e s m a p r e -
cisão, pois essas o c o r r e m nos dias s e m chuva, quando o s r i o s
são alimentados principalmente pelas águas s u b t e r r â n e a s . A s s i m ,
não s e o b s e r v a m flutuações b r u s c a s de v a z õ e s c o m o a c o n t e c e m
nos dias de c h u v a s . A s v a z õ e s v ã o d e c r e s c e n d o de v a l o r , de f o r -
m a c o n t í n u a , ate a t i n g i r o v a l o r m í n i m o . R a z ã o p e l a qual duas l e i
t u r a s de r e g u a , \ m i a d e m a n h ã e o u t r a a t a r d e p o d e r ã o d e f i n i r o s
v a l o r e s m í n i m o s de v a z õ e s .

A s s i m , n o n o s s o e n t e n d e r l.os d a d o s d e v a z õ e s b a s e a -
dos e m c u r v a s c h a v e s e l e i t u r a s d i a r i a s l i m n i m e t r i c a s são stiiici -
entes para o s estudos de v a z õ e s m í n i m a s .

2 - V a z õ e s m í n i m a s d o s afluentes do P a r a í b a

A seguir apresentamos as m é d i a s m e n s a i s das vazÕes


mínimas para v á r i o s postos fluviométricos do Vale do Paraíl}a. Ê
p r e c i s o l e m b r a r n o entanto q u e , o s d a d o s m a i s s i g n i f i c a t i v o s , s a l v o

- 1 7 -
c a s o d e t r e c h o s d e fundo f i x o , s a o a q u e l e s c o r r e s p o n d e n t e s a é p o c a
da s e c a , p o i s , o s r i o s n ã o s o f r e m e n t ã o v a r i a ç õ e s b r u s c a s n o seu
l e i t o c o m o a c o n t e c e na é p o c a d a s c h u v a s .

P a r a p o d e r m o s c o m p a r a r a s v a z õ e s m í n i m a s d a s diver
sas b a c i a s , os dados f o r a m transformados e m vazões específicas
( l / s / k m ^ ) m í n i m a s e l e v a d o s ao Q u a d r o I V - 2 ' = 1 .

D e v e m o s n o t a r que a s v a z õ e s m í n i m a s d o s r i b e i r õ e s S.
Gonçalo e Motas c o r r e s p o n d e m as m í n i m a s d i a r i a s o b s e r v a d a s , de
a b r i l d e 1960 a a g o s t o de 1961 e a s d o R i b e i r ã o T a b o ã o , de m a i o d e
1961 a a b r i l de 1 9 6 2 . E s s e s d a d o s f o r a m i n c l u i d o s n e s s a t a b e l a p a -
r a fins de c o m p a r a ç ã o c o m o s d e m a i s , p o i s , f o r a m d e t e r m i n a d o s
e m f u n ç ã o d e l e i t u r a s f l u v i o m é t r i c a s enquanto q u e o s p r i m e i r o s f o -
r a m baseados e m dados l i m n i g r a f i c o s .

D e s s a tabela p o d e m o s tirar as seguintes c o n c l u s õ e s :

- O s v a l o r e s m a i o r e s de v a z õ e s m m i m a s s a o v e r i f i c a d o s no
Ribeirão Piagui, e m P i l õ e s e o s m e n o r e s para Rio do Peixe
- I , e m N a t i v i d a d e : O R i b e i r ã o P i a g u i a p r e s e n t a ^ í a l o r e s al
t o s e m r a z ã o da t o p o g r a f i a da ;sua c a b e c e i r a que s e e n c o n -
tra a u m a cota 2 . 0 0 0 m . , onde a chuva e abundante.

- A s vazões mínimas o c o r r e n ^ e m geral, e m s e t e m b r o ou o u -


tubro.

- A vazão mínima e m R i o do P e i x e , e m Natividade, foi de 4,60


l / s / k m ^ enquanto que a d e P i a g u i f o i d e 12,1 l / s / k m ^ .

3 , - Curvas de depleção

O estudo das v a z õ e s m í n i m a s de u m c u r s o d'agua, em


".uma d e t e r m i n a d a s e c ç ã o , p o d e s e r f e i t o a t r a v é s d o t r a ç a d o d a s cur -
v a s de d e p l e ç ã o do deflúvio b á s i c o , cuja equação é do t i p o :

Qt = Qo K*

Q^ - d e s c a r g a o u v a z ã o n o i n s t a n t e d e f i n i d o p o r t_^uni
d a d e s de t e m p o a p o s t = O .

Q o - d e s c a r g a o u v a z ã o n o t e m p o s;ero.

K - c o n s t a n t e de d e p l e ç ã o

t - t e m p o e m unidade p r e v i a m e n t e escolhida.

- 1 8 -
MEDIA DE VAZOeS ESPECIFICAS DIARIAS MINIMAS

NO VALE DO PARAIBA (l/s/km^)

RAâ 0 S e c g ã 0 área-km^ Per iOdo


l Paraitinga Cunha 750 1935 1942

2 Paraibuna Ponte Alta 480 1934 - 1942


3 Ipiranga Ponte Alta 40 1936 «D 1942

â Peixe-I Natividade 230 1935 1955

5 Guararema Luis Carlos 40 1935 ao 1942

6 Peixe-II Igarata 730 1935 1955

1 Buquira Buquirinha 390 1937 1955

8 Una Remédios 280 1934 - 1942


9 Se Gongale Pedreira 123 1960 1961

10 Motas Tamandaré 101 1960 1961

11 Piagui Pilões 82 1937 «3 1942

12 Taboão Mondesir 76 1961 1962

13 Bocaina Santa Clara 170 1936 - 1942


14 Baraibuna Bairro Alto 950 1930 1956

15 Paraitinga São Luiz lo 870 1930 m 1955

16 Paraíba Guararema 5a300 1930 1955

17 Paraíba Cachoeira
11,600 1930 1955
Paulista

Quadro IV - 2 « 1 - continua
MÉDIA D E VAZOES ESPECÍFICAS DIJRIAS MÍNIMAS NO V A L E DO PAEAIBA

(l/s/km^)
- c o n t i n u a ç ã o - Quadro I V - 2 - 1

J F M A M J J A s 0 N D

1 10,45 13,29 15,03 12,96 10,50 9,73 8,76 7,90 7,59 7,88 8,34 9,35
2 12,81 16,44 16,28 15,69 12,45 10,47 8,97 8,20 7,48 7,85 8,03 9,51
3 20,25 22,50 28,82 24,79 19,07 15,03 12,18 10,50 9,50 10,43 13,32 16,68
4 5,80 7,50 8,40 7,80 7,00 6,20 5,70 5,00 4,70 4,60 4,60 4,80
5 8,34 9,97 10,25 9,38 8,19 7,47 6,69 5,90 5,13 6,03 6,25 6,44
6 12,00 30,00 31,50 26,80 21,80 17,60 15,00 12,40 11,20 11,00 12,20 15,10
7 18,50 24,00 26,80 22,00 18,50 15,80 14,70 11,80 10,90 10,60 11,40 13,70
8 8,11 9,41 9,41 9,40 9,91 8,64 8,27 7,50 7,14 7,30 7,11 7,17
9 12,40 15,90 16,90 9,51 8,86 8,29 7,18 5,88 4,90 4,50 4,70 7,30
10 11,90 14,90 13,10 9,41 9,17 8,25 7,22 6,07 5,53 5,42 5,59 7,29
11 32,40 36,60 36,20 32,40 24,50 19,70 15,40 17,40 12,10 12,60 14,50 23,10
12 8,90 14,30 15.40 12,20 12,00 11,80 10,40 7,15 7,10 7,70 7,10 10,40
13 12,60 15,99 16,89 16,29 14,51 12,55 11,34 9,97 9,50 9,96 10,60 12,34
14 16,80 18,90 16,79 16,80 14,70 11,80 7,50 8,40 8,40 8,40 9,50 12,60
15 11,60 15,00 15,60 12,80 10,60 9,60 8,50 7,50 7,00 7,00 7,50 8,50
16 14,20 17,50 17,00 13,70 11,30 9,40 8,30 7,10 6,80 7,30 8,10 10,20
17 18,50 19,50 18,50 13,70 10,90 9,50 8,00 6,90 6,70 7,20 8,30 11,20
C o m base n e s s a equação, p o d e - s e estudar as v a r i a ç õ e s
de d e s c a r g a e m p e r í o d o s não influenciados p o r p r e c i p i t a ç õ e s , i s t o é ,
n o s que c o r r e s p o n d e m a s m e n o r e s v a z õ e s d e vun c u r s o d ' a g u a .

No relatório relativo ao " A n t e - P r o j e t o do A p r o v e i t a m e n


to d o V a l e d o P i a g u i " , e l a b o r a d o p e l a f i r m a H i d r o b r a s i l e i r a S. A . . p a -
ra o ' S e r v i ç o do Vale do P a r a í b a , e n c o n t r a m - s e as seguintes e x p r e s -
sões calculadas para o Ribeirão Piagui, e m P i l õ e s :

(1) Q = Qo . e 10 0

para Q o < 8, O rn^/a

Q > 3, O m V s

, , . _ 1,24
t
100
(2) Q = O, 5 ( Q o - O, 5 ) . e

para Q < 3,0 TR}/S

o n d e a u n i d a d e de t e em dias.

P a r a m e l h o r entendermos a utilidade d e s s a s e q u a ç õ e s ,
t r a n s c r e v e m o s \ma t r e c h o d o r e f e r i d o i # È i t e p r o j e t o .

" E n t r e 8, O m ^ / s o e s g o t a m e n t o e r á p i d o . Se f o r t e s c h u v a s
puderam sustentar durante ao m e n o s quinze dias, u m a des -
c a r g a d e 8, O m ^ / s , a r : d e s c a r g a , na a u s ê n c i a d e p r e c i p i t a -
ç õ e s , baixará a 3,0 m ^ / s quinze dias m a i s tarde (fórmula
D".
" A b a i x o d e 3, O m ^ / s , e s e e s t a d e s c a r g a f o i c o n s t a n t e o u \ i l -
trapassou durante a p r o x i m a d a m e n t e u m m ê s , o d e c r é s c i m o ,
na a u s ê n c i a de p r e c i p i t a ç ã o , é m u i t o f r a c o . O c o e f i c i e n t e de
e s g o t a m e n t o e q u a s e 6 vezes m a i s f r a c o . É a f ó r m i i l a 2?. que
s e v e r i f i c a m u i t o b e m ate O, 750 m ^ / s , a e s t i a g e m m a i s f r a -
c a que c o n h e c e m o s .

Esta. d i m i n u i ç ã o de d e s c a r g a muito lenta, c a r a c t e r i s t i c a de


uma vazão base ê devida a capacidade esponjosa do s o l o .
Corresponde essencialmente aos lençóis profundos.

D e s s a s c o n s i d e r a ç õ e s c o n c l u i m o s que p o d e m o s , c o n h e c e n d o
a d e s c a r g a m e n s a l de b a s e de u m p e r i o d o , d e t e r m i n a r a d o s
d i a s o u d o s meses s e g u i n t e s , i s t o na a u s ê n c i a d e t o d a p r e c i -
pitação" .

- 19 -
N e s s e trabalho, o termo esgotamento é empregado como
s i n ô n i m o de d e p l e ç ã o .

P a r a a d e t e r m i n a ç ã o d e s s a s e q u a ç õ e s m a r c a - s e na c u r v a
d e r e c e s s ã o d o s h i d r o g r a m a s , alguns p o n t o s definidos p o r s u a s c o o r d e
n a d a s t__ e l o g Q . N o c a s o de P i a g u i , o s p o n t o s m a r c a d o s e s t ã o b e m
alinhados,

No r e l a t ó r i o "Estudos e A n t e - P r o j e t o de R e g t i l a r i z a ç ã o
d o s R i b e i r õ e s d o s M o t a s e São G o n ç a l o n o E s t a d o d e São P a i i l o " , e l a -
borado pela H i d r o s e r v i c e S . A . , e n c o n t r a m o s :

Q = Qo (1,0048)-* e Q = Qo (1,0041)"*

o n d e a p r i m e i r a e a e q u a ç ã o da c u r v a d e p l e t i v a d o a r m a z e n a m e n t o s u b -
t e r r â n e o na b a c i a d o í i b e i r ã o S ã o G o n ç a l o , e m P e d r e i r a , e a s e g u n d a
do r i b e i r ã o d o s M o t a s , e m T a m a n d a r é .

P a r a c o m p a r a r as e q u a ç õ e s m e n c i o n a d a s , v e j a m o s em
quantos dias a v a z ã o b á s i c a nos t r e s r i b e i r õ e s b a i x a r ã o de Qo = 2 , O
m 3 / s a 1,25 m ^ / s . P e l o s g r á f i c o s e n c o n t r a d o s n o s t r a b a l h o s ( A n t e -
p r o j e t o s ) c h e g a - s e a seguinte c o n c l u s ã o :

Ribeirão dos Motas, em Tamandaré 90 d i a s


R i b e i r ã o S. G o n ç a l o , e m P e d r e i r a 95 dias
Ribeirão Piagui, e m PiloÕes 115 dia.s

O b s e r v a - s e que no R i b e i r ã o P i a g u i , a v a z ã o b á s i c a e
mais persistente.

A s e g u i r a p r e s e n t a m o s o s h i d r o g r a m a s da f i g u r a I V - 3 - 1
que m o s t r a m a v a l i d a d e da a f i r m a ç ã o de q u e a s l e i t u r a s f l u v i o m é t r i c a s
uma de manhã e outra a tarde, são suficientes para definir as v a z õ e s
m m i m a s anuais nas pequenas b a c i a s .

C o m o e x e m p l o e s c o l h e m o s duas b a c i a s p e q u e n a s c o m c a -
r a ç t e r i s t i c a s f l u v i o - m o r f i d l ô g i c a s b e m d i s t i n t a s , a d o r i o Una, e m R e -
m e d i o s e a do Rio Piagui, e m PilÕes.

O R i o Una é afluente da m a r g e m d i r e i t a d o P a r a i b a . Sua


c a b e c e i r a a c h a - s e a p r o x i m a d a m e n t e a 900 m e t r o s d e altitude e a s e c -
ç ã o d e R e m e d i o s a 570 m e t r o s . A p r e c i p i t a ç ã o p l u v i o m e t r i c a media
anual e m sua b a c i a e da o r d e m d e 1.250 m m .

O R i o P i a g u i e afluente da m a r g e m e s q u e r d a d o P a r a í b a .
Sua c a b e c e i r a e n c o n t r a - s e a Uma íaltitude d e 2 . 000 m e t r o s na Serra
da M a n t i q u e i r a . A u j s e ç a o d e P i l õ e s e s t a a c o t a 610. a c a b e c e i r a do

- 2 O -
Rio Paraíba - Cachoeira Paulista - 1937

Vazões de Estiagem

(mVs)

Dias Junho Julho Agosto Setembro

1 153,2 122,3 94,8 89,6


2 157,4 117,2 96,9 87,5
3 151,8 114,7 95,9 85,6
4 151,8 114,7 93,8 83,7
5 156,0 113,4 91,7 82,8

6 158,8 113,4 88,6 82,8


1 170,2 113,4 88,6 81,9
8 170,2 il3,4 88,6 80,0
9 173,1 112,2 88,6 78,2
lo 171,7 110,9 87,5 77,2

11 168,8 109,7 86,5 76,4


12 165,9 106,4 86,5 76,4
18 160,2 108,4 86,5 75,6
M 156,0 107,2 86,5 77,2
15 151,8 107,2 89,6 76,4

U 146,2 106,1 90,7 75,6


If 142,2 104,9 94,8 74,0
18 139,5 104,9 96,9 73,1
19 135,4 104,9 91,7 74,0
20 134,1 104,9 86,5 74,0

SI 131,4 103,8 86,5 74,0


22 130,1 102,6 86,5 73,1
23 127,5 101,5 84,7 72,3
24 127,5 101,5 82,8 71,5
25 126,2 101,5 85,6 67,6

2Ô 124,9 100,3 87,5 67,6


27 123,6 99,2 91,7 69,0
28 123,6 99,2 100,3 69,9
29 123,6 96,9 101,5 69,0
30 123,6 94,8 99,2 67,6

31 94,8 95,9 -
Quadro IV « 3 - 1 - A
B i o Una - Remédios 1937

V a z õ e s de E s t i a g e m

(mVa)

Dias Junho Julho Agosto Setembro

1 4,63 3,35 3,35 2,88


2 5,52 3,35 3.35 2,88
3 4,31 3,35 3,35 2,88
4 3,70 3,35 3,35 2,88
5 3,59 3,35 3,35 2,77

6 5,46 3,35 3,35 2,77


7 6,10 3,35 3,35 2,77
8 4,85 3.41 3,35 2,77
9 4,26 3,41 3,35 2,77
10 3,87 3,35 3,35 2,77

11 3,76 3,35 3,35 2,77


12 3,70 3,35 3,29 2,77
13 3,65 3,35 3,23 2,77
14 3,59 3,35 3,23 2,77
15 3,59 3,35 3,17 2,77

16 3,59 3,35 3,11 2,77


17 3,53 3,35 3,11 2,77
18 3,47 3,35 3,11 2,77
19 3,47 3,35 3,05 2,77
20 3,47 3,35 3,05 2,77

21 3,47 3,35 3,05 2,77


22 3,41 3,35 3,35 2,77
23 3,41 3,35 3,65 2,71
24 3,41 3,35 3,98 2,65
25 3,35 3,35 3,82 2,65

26 3,35 3,35 3,53 2,65


27 3,35 3,47 3,41 2,59
28 3,35 3,41 3,29 2.59
29 3,35 3,35 3,29 2,59
30 3,35 3,35 3,17 2,59

31 - 3,35 3,05

Quadro IV - 3 - 1 - B
Ribeirão Piagui - P i l õ e s - 1937

V a z õ e s de E s t i a g e m

Dias Junho Julho Agosto Setemb

1 3,65 2,30 1,70 1,32


2 2,85 2,16 1.54 1.32
3 2,70 2,16 1,43 1.32
4 2,70 2,16 1,43 1.32
5 2,70 2,30 1,43 1,32

6 4,10 2,01 1,32 1,32


7 3,45 2,01 1,43 1,32
8 3,05 2,01 1,43 1,32
9 2,85 2,01 1,43 1,32
10 2,70 2,01 1,43 1,22

11 2,70 2,01 1,54 1,22


12 2,70 2,01 1,70 1,32
13 2,70 2,01 1,43 1,32
14 2,70 2,01 1.43 1,43
15 2,70 2,01 1,43 1,32

16 2,70 2,01 1,43 1,22


17 2,70 1,85 1,43 1,22
18 2,50 1,85 1,43 1,22
19 2,50 1,85 1,43 1,22
20 2,50 1,85 1,43 1,11

21 2,30 1,85 1.43 1,11


22 2,30 1,85 1,43 1,11
23 2,30 1,85 1,43 1,11
24 , 2,30 1,85 1,54 1,11
25 2,30 1,85 1.43 1,11

26 2,30 1,85 1,43 1,11


27 2,30 1,85 1.43 1,11
28 2,30 1,85 1,32 1,11
29 2,30 1,70 1,32 1,11
30 2,30 1,70 1,32 1,11

31 — 1,70 1,32

Quadro IV - 3 - 1 - G
HIDRCXJRAMA S D O T E M P O DE ESTIAGEM

VALE DO PARAÍBA

1.937

gooA

Pafaihd-Cachoeira í^a*iliaàai.

f30 A

fOOA

JPtagui- ^tlSets

3C\

Figo IV°3»1
VAZSES ESPECÍFICAS MÍNIMAS

OBSERVADAS (l/s/km^)

Mês A B D E G

J 10,5 11,0 9,5 11,6 3,2 6,9 8,0


p 10,5 11,9 9,5 15,0 2,9 7,1 7,5
M 19,5 12,4 10,5 15,6 3,4 9.6 10,4
A 12,5 15,2 11,5 12,8 3,8 7,5 9,0
M 11,5 15,2 11,4 10,6 3,7 5,6 8,4
J 9,5 11,9 10,9 9,6 3,7 5,2 6,7
J 8,4 9,8 9,5 8,5 3,1 4,5 6,4
A 6,3 8,6 8,7 7,5 3,0 4,5 5,1
S 6,3 8,2 8,2 7,0 2,7 3,9 5,1
0 6,3 7,5 7,9 7,0 2,5 4,3 5,7
N 7,3 8,4 8,4 7,5 2,7 5,4 5,8
D 9,5 8,1 9,2 8,5 2,8 6,0 6,1

mínimas
mm 6,3 7,5 7,9 7,0 2,5 3,9 5,1

áreas - 390 1.870 230 5.300 11.600


(km2) 950 730

período 1930-55 1935-55 37-55 30-55 1935-55 30-55 30-55

A = Paraibana - B a i r r o A l t o
B = R i o do P e i x e - I I - Igarata
C = Rio Buquira - Buquirinha
D = R i o P a r a i t i n g a - São L u i z
E = R i o do P e i x e - I - N a t i v i d a d e
F = R i o P a r a í b a - Guararema
G = Rio Paraíba - Cachoeira Paulista

Fonte» Michel R o c h e f o r t - Rapports entre


la Pluviosité

Quadro IV - 3 - 2
P i a g u C a c h a - s e n u m a d a s r e g i õ e s m a i s c h u v o s a s da S e r r a da M a n t i -
q u e i r a , a t i n g i n d o p r e c i p i t a ç ã o anual d a o r d e m d e 2^ 500 m m .

A s e g u i r a p r e s e n t a r e m o s d a d o s d e v a z õ e s d e j u n h o a 8_e
t e m b r o d e 1937, d o s r i o s Una e PiaguC t r a n s c r i t o s d o A n u a l F l u v i o -
m é t r i c o n ? 4 , c o ^ a s q u a i s f o r a m t r a ç a d o s o s g r á f i c o s da F i g u r a I V -
3-1.

P a r a fins c o m p a r a t i v o s f o i t r a ç a d o na m e s m a f i g u r a o
h i d r o g r a m a de C a c h o e i r a Paulista (grande b a c i a ) , que s e acha ã ju -
sante das duas b a c i a s ( p e q u e n a s ) .

No Quadro I V - 3 - 2 e n c o n t r a m - s e as m í n i m a s que fo-


r a m o b s e r v a d a s nvun p e r í o d o b a s t a n t e l o n g o ^

I n c l u e m - s e ai, t a m b é m , dados de v a z õ e s e s p e c í f i c a s
m í n i m a s de b a c i a s d e g r a n d e s ã r e a s p a r a c o m p a r a r c o m o s d e pe-
quenas b a c i a s .

O m e n o r v a l o r f o i o b s e r v a d o n o R i o d o P e i x e - I,<rem
Natividade, e os m a i o r e s e m Rio do P e i x e - II, e m Igarata e Bu -
q u i r a , e m Buqxiirinha, p o i s , e s t e s n a s c e m na S e r r a da M a n t i q u e i r a
c o m alta p l u v i o s i d a d e . .

- 2 1 -

IIMSTÍTUTO D E ENERGIA ATü.YICA


V - VAZÕES MEDIAS

1 . - Generalidades

O c o n h e c i m e n t o das v a z õ e s m e d i a s d i a r i a s , m e n s a i s ,
anuais e dos m ó d u l o s são importantes para as o b r a s hidráulicas e m
geral. E x e m p l i f i c a n d o , quando se quer p r o j e t a r u m a b a r r a g e m de
r e g u l a r i z a ç ã o , o v o l u m e do r e s e r v a t ó r i o e determinado e m função
de v a z õ e s m e d i a s d o c u r s o d ' a g u a q u e s e p r e t e n d e b a r r a r .

N e s t e c a p i t u l o s e r a e f e t u a d o Um e s t u d o c o m p a r a t i v o d e
dados de v a z ã o f o r n e c i d o s p o r l e i t u r a s d i a r i a s de réguas c o m corres^
pendentes l i m n i g r a m a s de pequenas b a c i a s h i d r o g r á f i c a s .

Vazões medias diarias

A v a z ã o m e d i a d i a r i a , quando s o s e d i s p õ e m d e r é g u a s
f l u v i o m é t r i c a s e dada, e m g e r a l , pela m e d i a aritmética das v a z õ e s
o b s e r v a d a s à s 7 , O e à s 17, O h o r a s .

E x a m i n a m o s então o s d o i s f l u v i o g r a m a s da b a c i a do
Úna, afluente d o P a r a i b a . A F i g u r a V - 2 - 1 m o s t r a u m f l u v i o g r a -
m a d a s c h e i a s d o Una, e m R o n e d i o s , a b r a n g e n d o u m p e r i o d o d e
g r a n d e s c h e i a s de 16 a 20 de d e z e m b r o d e 1 9 6 0 .

Determinamos as leituras medias diárias integrando


as á r e a s d o f l u v i o g r a m a e c o m p a r a m o s c o m as m e d i a s a r i t m e t i c a s
dps n i v e i s d'agua à s 7 , O e à s 17, O h s . d o m e s m o d i a e o b t i v e m o s o s
seguintes resultados:

- 2 2 -
RIO UNA, em Remedios

Liimnfgrafo Regují Relação


(m) (m) limnígrafo/regua

16/12/60 1, 33 1,13 1,18


17/12/60 1,48 1,23 1,20
18/12/60 1,68 1,08 1,56
19/12/60 3,10 3,15 »(^98
20/12/60 2,46 2,44 1,01

Na q u a r t a c o l u n a e s t á a r e l a ç ã o d e m é d i a s c a l c u l a d a s
c o m b a s e n o f l u v i o g r a m a d a d o p e l o limnifgrafo e p e l a s m e d i a s dia-
rias.

P o d e - s e o b s e r v a r facilmente p e l o g r a f i c o que s e v a r i -
a r o i n s t a n t e d o i n i c i o da s u b i d a d a s o n d a s d e c h e i a s t e r e m o s r e s u l -
tados completamente diferentes dos o b t i d o s . N e s s e s c i n c o dias o b -
s e ^ r v o u - s e a m a i o r d i f e r e n ç a no d i a 1 8 / 1 2 / 6 0 , a t i n g i n d o tima p o r c e n -
t a g e m de 5 6 % , q u e e b a s t a n t e g r a n d e .

Na F i g u r a V - 2 - 2 e n c o n t r a - s e u m f l u v i o g r a m a d o R i -
b e i r ã o I t a í m , a f l u e n t e d o R i o Una, na F a z e n d a C a t a g u ã , c o m u m a ã -
r e a de d r e n a g e m de 4 3 , O k m ^ , E s s e f l u v i o g r a m a abrange u m p e r í o -
do bastante c h u v o s o .

Foi planimetrada a area do fluviograma para d e t e r m i -


nação das alturas m é d i a s e c o m p a r a ç ã o c o m as leituras m e d i a s d i a -
riamente obtidas pela o b s e r v a ç ã o das r e g u a s .

Os resultados f o r a m os seguintes

Liimnigrafo Régua Relação


Data
(m) (m) limnígrafo/ régua

2/1/61 0,86 0,73 1,1;8


3/1/61 1,40 1,26 I , ni
4/1/61 0.97 0,78 1,24
5/1/61 0,79 0 , 78 1, Ot
6/1/61 0,95 1, 20 0,79

O b s e r v a - s e que a m a i o r d i f e r e n ç a f o i d e 24%, n o dia


4 / 1 / 6 1 . N o dia 6/1/61 a l e i t u r a de r é g u a deu r e s u l t a d o m a i o r que
a dada p e l o l i m n í g r a f o .

- 2 3 -
P o d e m o s a f i r m a r então que nas b a c i a s onde a s v a r i a ç õ e s
de n i v e i s d'agua s ã o b r u s c a s , a s m e d i a s d a s l e i t u r a s diarias n ã o da-
rão v a z õ e s m e d i a s d i a r i a s s i g n i f i c a t i v a s .

3 . - Vazões medias mensais

A s duas f i g u r a s a p r e s e n t a d a s l e v a m a s e g u i n t e c o n c l u s ã o :

- E m f u n ç ã o da h o r a d o p i c o d a e n c h e n t e a m é d i a d a s l e i
turas diarias de regua p o d e r á dar resviltados m a i o r e s
ou m e n o r e s que a m e d i a obtida pela i n t e g r a ç ã o d o s flu-
viogramas.

O r a , as chuvas de c o n v e c ç ã o e m g e r a l o c o r r e m no p e r í o d o
da t a r d e n o V a l e d o P a r a í b a , " o b v i a m e n t e n ã o nvuna h o r a d e t e r m i n a d a e
fixa. T a m p o u c o o t e m p o de retardamento das enchentes e igual, p o i s a s
c o n d i ç õ e s da b a c i a s ã o d i f e r e n t e s d e u m a c h u v a p a r a o u t r a . P o r o u t r o
lado, n e m todas as chuvas c a e m a tarde. P o r e s s e s m o t i v o s , o s p i c o s
d a s e n c h e n t e s p o d e m o c o r r e r nxmi e s p a ç o d e t e m p o b a s t a n t e v a r i á v e l , f a -
t o é s t e a m p l a m e n t e c o n f i r m a d o p e l o s f l u v i o g r a m a s o b t i d o s na b a c i a do
Una, p e l a e q u i p e d e c a m p o da S e c ç ã o d e H i d r á u l i c a F l u v i a l d o L a b o r a t o -
r i o d e Hidrãvilica da E . P . U . S . P . , t ã o b e m d i r i g i d a p e l o E n g 9 J o s é N i -
cola Mutarelli.

C o m b a s e s n e s s a s c o n s i d e r a ç õ e s , p o d e - s e a f i r m a r que a s
v a z õ e s medias mensais fornecidas pelas leituras diarias de réguas flu-
viométricas dão resultados significativos, provavelmente p r ó x i m o s d o s
obtidos pelos limnigrafos, m e s m o n o s m e s e s de s e c a , as v a z õ e s médias
m e n s a i s dadas e m função de leituras de réguas dão resultados satisfató-
r i o s , pois o s níveis d'agua d o s r i o s não s o f r e m v a r i a ç õ e s tão b r u s c a s .

Um v e z provada a validade das vazÕes m é d i a s m e n s a i s , a-


presentamos no Quadro V-3-1 as vazões especificas médias mensais de
v a r i o s r i o s da b a c i a d o P a r a i b a . O r i o q u e a p r e s e n t a v a l o r e s m a i s a l -
tos é o R i o Piagui, e m P i l õ e s , pois, c o m o jã foi indicado no c a p i t u l o I V ,
e l e d r e n a u m a í p e g i ã o d e alta p l u v i o s i d a d e . O r i o d o P e i x e - I, e m N a t i -
v i d a d e a p r e s e n t a v a l o r e s m a i s b a i x o s . C r e m o s que i s t o é d e v i d o a i m -
p r e c i s ã o n o c a l c u l o da a r e a , a l e m d e s e r a r e g i ã o m e n o s c h u v o s a . I n -
felizmente não ha plantas p r e c i s a s d e s s a z o n a . N e s s a tabela f o r a m i n -
cluidos o s dados do R i o Paraitinga e m São Luiz do Paraitinga, c o m a
a r e a de 1.870 k m ^ e do P a r a i b a , e m G u a r a r e m a e C a c h o e i r a Paulista,
c o m 5, 300 k m ^ e 11, 600 k m ^ r e s p e c t i v a m e n t e , p a r a c o m p a r a ç ã o c o m
o s d e m a i s r e l a t i v o s a ã r e a s m e n o r e s que 1,000 k m 2 .

- 2 4 -
FLUVIOGRAMA DO RIO UNA, E M REMEDIOS = D e z e m b r o de I960
4.0

d.Wm
JLi/r7f? im. ^,ï3 m f,e3m i.aem j ^3.66 ^ 3,13 m 2.4-4-m

3,0 ^
k área = 2 JO k m ^ /
\ \ I, c o m p ; = 1.42 /
^3

I
"2.13
2.0 \

\l.50

(1.23
to \ i03

0,76 ^
Î
16- 12-6 0 n • 12-6•O 0 19 •/« • 6C 20-12 6O

0.0

Fig. V-2-1
Zß 2'í'61 6'f-ef

2p i. i m nig. 0,36 \ i,40 0,97 0,79 0,93


i. imnim. 0/J3 0,78 0,73 i,20

área = 4 3,0 km2


I . c o m p . = 1¡ 62 . 1,60
I. c o n í . = 0¡ 19 /

w Í

o.vo j ^^^^^^ 'C!,73 0,70 _

0,5

Fig. V-2-2
MÉDIA DAS VAZÕES ESPECÍFICAS MÉDIAS MENSAIS

- l/s/km^ -. •

R i o S e c ç ã o Area-km Período

1 Paraitinga Cunha 750 1935-1942


2 Paraibuna Ponte A l t a 480 1934-1942
3 Ipiranga Ponte A l t a 40 1936-1942
k Peixe-I Natividade 230 1935-1955
.5 Guararema Luis Carlos 40 1935-1942
6 Peixe-II Igarata 730 1935-1955
7 Buquira Buquirinha 390 1937-1955
8 Una Remédios 280 1934-1942

9 S. Gonçalo Pedreira 123 1960-1961


10 Motas Tamandaré 101 1960-1961

11 Piagui Pilões 82 1937-1942


12 Taboão Mondesir 76' 1961-1962
13 Bocaina Santa Clara 170 1936-1942
14 Paraibuna Bairro Alto 950 1930-1955
15 Paraitinga são L u i z 1.870 1930-1955
16 Paraíba Guararema 5.300 1930-1955
17 Paraíba Cachoeira 11.600 1930-1955
Paulista

Quadro V - 3 - 1

- continua -
-

1
MÉDIA DAS VAZOES ESPECÍFICAS MÉDIAS MENSAIS

- l/s/km^ -
- c o n t i n u a ç ã o - Quadro V - 3 - 1

J F M A M J J A S 0 N D

1 17,23 22,71 22,77 17,23 12,52 10,63 9,53 9,03 10,07 11,29 11,47 16,04
2 23,39 24,87 25,09 20,75 15,58 12,51 10,45 9,27 10,64 11,39 12,06 17,75
3 52,42 44,33 59,96 45,67 30,05 26,52 18,12 17,35 21,78 29,05 35,86 49,23
4 11,80 14,50 13,50 10,20 8,00 7,60 6,50 5,90 6,50 6,70 7,20 8,60
5 20,97 15,17 19,19 14,46 10,50 9,47 8,68 8,10 10,36 12,30 13,30 16,67
6 39,00 45,50 43,50 34,00 25,60 21,80 18,00 15,20 14,00 16,60 21,80 22,10
7 39,00 43,50 43,50 29,00 22,00 19,50 16,50 14,50 13,50 16,00 19,50 25,20
8 17,01 24,24 14,40 12,82 10,16 9,38 8,83 8,49 9,38 11,11 11,23 14,96
9 42,90 47,20 51,10 18,80 14,10 12,10 10,20 9,30 6,20 5,90 12,40 28,10
10 32,10 39,70 41,10 17,20 14,60 12,20 10,60 9,55 6,30 7,30 12,30 23.90
11 88,22 76,29 50,93 53,90 38,19 28,66 23,52 18,73 21,26 26,57 37,03 62,71
12 28,20 40,00 29,50 15,40 14,20 13,00 11,40 10,10 8,80 8,70 10,40 15.20
13 30,02 39,71 31,96 22,61 16,77 13,85 12,64 11,50 12,72 14.93 18,60 26,03
14 33,30 33,30 31,50 26,30 20,30 15,50 13,00 11,60 15.10 17,10 19,10 28,00
15 20,90 25,70 23,60 16,60 12,50 11,20 9,60 8,50 8,50 9,60 10,60 15,50
16 23,80 27,00 24,80 18,50 13,80 12,10 10,00 9,00 9,60 11,50 12,30 17,70
17 25,40 27,20 25,90 18,30 12,90 10,90 8,90 7,90 8,90 11,00 11,40 18,90
Quadro V - 4 - 1

MÉDIAS ANUAIS GERAIS

(Paraíba e afluentes )

Mes de
£ R R M
q p
P a r a í b a em
Cachoeira. 11.600 1.520 1 5 , 6 490 1.030 32,0 3,4 10,0 jan.

P a r a í b a em
Guararema. 5.300 1.490 15,8 500 990 33,5 3,0 8,5 jan.

Paraitinga
em S. L u i z 1.870 1.521 14,3 450 1.071 29,5 3,0 11,0 jan/fev.

P e i x e - I em
Natividade 230 1.345 8,9 280 1.065 21,0 2,5 9,0 jan.

Paraibuna
em B a i r r o
Alto 950 1.829 22,1 694 1 . 1 3 5 38,0 2,8 6,5 jan.

P e i x e - H em
Igarata , . 730 1.941 26,8 840 1.101 43,0 3,6 12,0 jan.

B u q u i r a em
Buquirinha 390 1.878 25,1 788 1.090 42,0 3,2 12,0 jan.

S a r e a da b a c i a - km
P - chuva t o t a l a n u a l - mm
1 " vazão e s p e c í f i c a média - l / s / k m ^
P ' - v a z ã o em a l t u r a de água s o b r e a b a c i a - mm

£ - d é f i c i t de e s c o a m e n t o - mm
C - c o e f i c i e n t e de e s c o a m e n t o - ^
R^ - r e l a ç ã o e n t r e as medias m e n s a i s extremas de v a z õ e s
R^ - r e l a ç ã o e n t r e as t o t a i s mensais extremas de chuvas
Mes de M - mês de máxima precipitação

Fonte - Rapport e n t r e l a P l u v i o s i t é et l'Écoulement - Michel R o c h e f o r t .


4 . - Vazões medias anuais

Se a s v a z õ e s m e d i a s m e n s a i s d a d a s p e l a s l e i t u r a s d i a r i -
as de reguas são c o n s i d e r a d a s a c e i t á v e i s , c o m m a i o r r a z ã o , s e r ã o
s i g n i f i c a t i v a s a s m é d i a s a n u a i s e m ó d u l o s d e tun d e t e r m i n a d o p e r í o -
do de a n o s .

No Quadro V - 4 - 1 e n c o n t r a m - s e m é d i a s anuais de va-


s a o , p r e c i p i t a ç ã o , deficit de e s c o a m e n t o e o u t r o s d a d o s i n t e r e s s a n -
t e s , na o r d e m d e c r e s c e n t e d a s á r e a s d a s b a c i a s h i d r o g r á f i c a s .

O b s e r v a - s e pela tabela que a v a z ã o e s p e c i f i c a diminui


c o m o a u m e n t o da á r e a da b a c i a . N ã o hã g r a n d e o s c i l a ç ã o na e v a p o -
t r a n s p i r a ç ã o q u e v a r i a e n t r e 990 a 1090 m m a r a ^ i s .

- 2 5 -
VI - VAZÕES MÁXIMAS

1 Generalidades

O estudo das v a z õ e s m á x i m a s e de capital i m p o r t â n c i a .


p a r a o p r o j e t o de m u i t a s o b r a s de e n g e n h a r i a , d a s q u a i s c i t a m o s : e x -
t r a v a s o r e s de b a r r a g e n s , c a n a i s , endicanrlentos p a r a d e f e s a c o n t r a
inundações, b u e i r o s , galerias de águas pluviais e altura das p o n t e s .

N e s t e c a p í t u l o s e r ã o a n a l i s a d o s o s d a d o s d e v a z õ e s de
e n c h e n t e s f o r n e c i d o s p e l a s l e i t u r a s d i a r i a s de r a g u a s f l u v i o m é t r i -
c á s e o s o b t i d o s e m f u n ç ã o d e l i m n í g r a f o s . S e r ã o e s t u d a d o s ainda os
p r o b l e m a s de m e d i ç ã o de v a z õ e s e p r e v i s ã o de enchentes das p e q u e -
nas b a c i a s h i d r o g r á f i c a s .

2 . - V a r i a ç ã o de níveis d'agua de ; enchente

N a -Figura V - 2 - 1 e n c o n t r a - s e u m f l u v i o g r a m a d o r i o
Una, e m R e m é d i o s , c o m vima á r e a d e d r e n a g e m d e 280 k m ^ , í n d i c e
de c o m p a c i d a d e 1,42 e í n d i c e d e c o n f o r m i d a d e 0 , 2 4 0 .

P e l o r e f e r i d o g r á f i c o o b s e r v a - s e que a a s c e n s ã o do
n í v e l d e água é. r á p i d a . N o d i a 1 6 / 1 2 / 6 0 e l e v o u - s e de 0 , 7 0 até 3, O
rnetros e m 7,0 h o r a s , atingindo o m á x i m o quase a z e r o h o r a d o dia
17/12/60. O abaixamento do nivel também foi b e m rápido, pois des
c e u p a r a 1, 4 2 m à s 7, O h o r a s e 1, 03 à s 17, O h o r a s d o d i a 1 7 / 1 2 / 6 0 7

E s t e g r á f i c o m o s t r a a i n d a que a m é d i a d a s l e i t u r a s d i -
á r i a s , u m a de m a n h ã e o u t r a a t a r d e , e s t a b e m l o n g e d o v a l o r m á x i -
m o a t i n g i d o que f o i d e 3, O m e t r o s . A s m e s m a s c o n s i d e r a ç õ e s v a -
l e m p a r a as m é d i a s diárias d o s dias 18/12/60 e 1 9 / 1 2 / 6 0 , e m relaçãs
a o m á x i m o a t i n g i d o à s 3, O h o r a s d o d i a 1 9 / 1 2 / 6 0 .

- 2 6 -
E s t a s o b s e r v a ç õ e s s ã o v a l i d a s ainda c o m m a i s r a z ã o
p a r a b a c i a s m e n o r e s . Na F i g u r a V - 2 - 2 esta o f l u v i o g r a m a d o R i b e i
r ã o I t a í m , afluente d a m a r g e m e s q u e r d a d o Una, c o m u m a b a c i a h i -
d r o g r á f i c a d a o r d e m d e 43, O k m ^ . N o t a - s e q u e o n í v e l s u b i u d e l , 2 8
m a 2 , 9 0 m e m 9 0 m i n u t o s , p o r t a n t o c o m u m a v e l o c i d a d e m e d i a de
s u b i d a d e 1, 8 c m / m i n u t o o u 108, O c m / h o r a . A v e l o c i d a d e d e a b a i x a -
m e n t o t a m b é m é g r a n d e , p o i s o n í v e l v a r i o u d e 2 , 90 m a 1, 50 m e m
5 h o r a s e 30 m i n u t o s , r e s i i l t a n d o u m a v e l o c i d a d e m e d i a d e d e a c i d a d e
25, 5 c m / h o r a . A s s i m sendo, as m e d i a s diarias não p o d e r ã o indicar
d e f o r m a algtima o p i c o d a e n c h e n t e q u e o c o r r e u , p o r e x e m p l o , na
m a d r u g a d a d o d i a 3/1/61. P o d e m o s c o n c l u i r e n t ã o , q u e c o m b a s e n a s
l e i t u r a s de reguas não se pode o b t e r v a z õ e s m á x i m a s significativas.

3 . - Medições dé vazões de enchentes

3 . 1 . - Dificuldades

A m e d i ç ã o d e v a z õ e s d e e n c h e n t e d e toen c u r s o d ' a g u a c o m
pequena b a c i a h i d r o g r á f i c a apresenta inúmeras dificuldades.

3 . 1 . 1 . - Durante as enchentes o r i o t r a n s p o r t a arbustos e a r v o r e s


que d i f i c u l t a m a s o p e r a ç õ e s c o m m o l i n e t e , n ã o r a r a s v e -
z e s pondo e m p e r i g o a segurança do p e s s o a l de h i d r o m e -
tria.

3 . 1 . 2 . - E m muitas b a c i a s , as chuvas de c o n v e c ç ã o que p r o v o c a m


e n c h e n t e s n o s p e q u e n o s r i o s , o c o r r e m à t a r d e . E m fun-
ç ã o da a r e a e das c a r a c t e r í s t i c a s f l u v i o - m o r l o i l õ g i c a s , o s
p i c o s das Anchentes p o d e m atingir o s p o s t o s h i d r o m e t r i c o s a noite, di-
ficultando e n o r m e m e n t e o trabalho de m e d i ç ã o . É o c a s o t í p i c o de a l -
guns a f l u e n t e s d o P a r a í b a , c o m o p o r e x e n i p l o o s r i b e i r õ e s I t a í m , em
C a t a g u ã , c o m á r e a d e d r e n a g e m d e 43 k m ^ , S ã o G o n ç a l o , e m P e d r e i r a
c o m 123 k m ^ . M o t a s , e m T a m a n d a r é , c o m 101 k m ^ , T a b o ã o , e n i i M o n -
d e s i r , c o m 76 k m 2 e o r i o Una, e m R e m é d i o s , c o m 280 k m ^ , o n d e
muitas v e z e s as enchentes atingem o s postos fluviométricos,de m a d r u -
gada. A s Figuras V - 2 e V 1 - 4 . 4 . - 1 i l u s t r a m b e m o f e n ô m e n o que a-
c a b a m o s de d e s c r e v e r .

3 . 1... 3 . - A o u t r a d i f i c u l d a d e é e s t a r a e q u i p e d e m e d i ç ã o n o p o s t o
f l u v i o m é t r i c o n o m o m e n t o da p a s s a g e m d a o n d a d e e n c h e n -
t e . M e s m o quando o s o b s e r v a d o r e s estão num p o s t o de o n -
d e p o d e m a v i s t a r a c h u v a q u e s e p r e c i p i t a na b a c i a e m e s t u d o , n ã o é

- 2 7 -
p o s s í v e l s a b e r s e h a v e r á o u n ã o e n c h e n t e , pciis, e m g e r a l , n ò ' V a l e
d o P a r a í b a n ã o e x i s t e a i n d a u m a rede d e t e l e f o n e s r U r a i s q u e pérmi-r
ta o b t e r i n f o r m a ç õ e s e x a t a s .

3 . 1 . 4 . - Uma das dificuldades mais s é r i a s é a o s c i l a ç ã o rápida


do nível d'agua, p o r conseguinte, das v a z õ e s . O r a , c o -
mq, t í n h a m o s v i s t o a n t e r i o r m e n t e , n o R i b e i r ã o I t a u n f o i
o b s e r v a d a u m a v e l o c i d a d e d e a s c e n s ã o d o n í v e l d e 1, 8 c m / n i i n u t o o u
1 0 8 , O cnci/hora e a b a i x a m e n t o d e 2 5 , 5 c m / h o r a , enquanto n o r i o Una,
e m R e m e d i o s , 3 3 , 0 c m / h o r a na s u b i d a . E m I t a í m , p o r e x e m p l o , a
equipe de c a m p o da S e c ç ã o de Hidráulica Fluvial d o L a b o r a t o r i o de
Hidráulica da E s c o l a P o l i t é c n i c a , l e v a v a para efetuar u m a m e d i ç ã o
c o m p l e t a de v a z ã o durante a enchente, c e r c a dei;30 m i n u t o s . O b s e r
v a - s e f r e q u e n t e m e n t e uma. d i f e r e n ç a d e n í v e l d a o r d e m d e O, 50 m en-
tre o i n i c i o e o f i m da o p e r a ç ã o de m e d i ç ã o , c r i a n d o s e r i a s dificulda
d e s p a r a c o r r e l a c i o n a r a v a z ã o m e d i d a c o m u m n í v e l d'agua d e t e r m i -
nado.

Soluçoe s

3 . 2 . 1 . - A p r i m e i r a solução para facilitar a m e d i ç ã o de v a z õ e s de


e n c h e n t e s e a c a m p a r u m a e q u i p e junto a o p o s t o f l u v i o m é -
t r i c o c o m equipamento de iluminação adequado para tra -
balhos noturnos. P o r é m , esta não e uma s o l u ç ã o ideal, p o i s , p e r s i s -
te a i n d a o p e r i g o r e p r e s e n t a d o p e l o s a r b u s t o s e t r o n c o s q u e s ã o ar-
r a s t a d o s p e l o r i o e a i n c o n v e n i ê n c i a da v a r i a ç ã o rápida de n í v e i s .

3 . 2 . 2 . - A s e g i m d a s o l u ç ã o q u e reiputamos m a i s i n d i c a d a , p o r é m
m a i s o n e r o s a , e a construção de pequenas b a r r a g e n s v e r -
tedoras. A taragem destas poderá efetuar-se "in l o c o " ,
medindo-se vazões para algumas cargas sobre a soleira do vertedor
o u p o r m e i o d e modelos r e d u z i d o s . Muitas vezes e s s e s modelos s ã o
m a i s e c o n ô m i c o s que a t a r a g e m "in l o c o " | e ainda e l i m i n a m o p r o b l e -
m a de m e d i r v a z õ e s de enchentes para c o b r i r u m a gama grande de
laminas vertentes.

Quando s e m e d e m V a z õ e s e s t a b i l i z a d a s , i s t o é , s e m v a -
r i a ç õ e s b r u s c a s , o s v e é t e d o r e s d ã o b o n s r e s u l t a d o s . P o r é m , quando
s e tratar de v a z õ e s de enchentes e p r e c i s o levar e m c o n s i d e r a ç ã o o
a m o r t e c i m e n t o da onda de cheia p r o v o c a d o p e l o r e s e r v a t ó r i o c r i a d o
pelo vertedor,

A e q u a ç ã o de a m o r t e c i m e n t o da onda de c h e i a s é a s e -
guinte:

- 2 8 -
Qe • d t = d V + Qg- d t

onde: Q • dt - v o l n m e que entra no r e s e r v a t ó r i o

d V = v o l u m e acumulado no r e s e r v a t ó r i o temporária
mente

Qg-dt = v o l u m e que sai d o r e s e r v a t ó r i o

Qg = v a z ã o que entra no r e s e r v a t ó r i o

V , = volume do reservatório

Qg' = v a z ã o que s a i d o r e s e r v a t ó r i o

*; = tempo

N o n o s s o c a s o c o n h e c e m o s Qg e q u e r e m o s d e t e r m i n a r
Qg. P o d è - s e integrar gráficamente e s s a equação que e u m p r o b l e -
m a invei;sq da r e g u l a r i z a ç ã o , onde c o n h e c e m o s Q é e d e v e m o s c a l -
c u l a r Qg ( v a z ã o q u e jsai d o r e s e r v a t ó r i o ) .

V Pará. s o l u ç ã o g r á f i c a p o d e - s e p r o c e d e r da s e g u i n t e for_
ma: ' ' -J ""

Nvun i n t e r v é i l o d e t e m p o A t tem-se:

Qg At = A V + Qg A t

QgAt = V 2 - V^-hi- ( Q 3 i - í - Q 3 2 ) A t

Q e A t + (Vi - i Q g i t) = V 2 + Í Q 3 2 A t

N a F i g u r a V I - 3 . 2 . 1 - 1 , a c u r v a (1) r e p r e s e n t a V + j Q g A t
e m função de Q g , e a r e t a inclinada (2) r e p r e s e n t a a r e l a ç ã o eJitre
Qe e Q e ' A t para diferentes v a l o r e s de Q e .

C o i i h e c e n d o - s e , e t n ã o , a s c u r v a s Qg ( d a d o p e l o l i m n í -
grafo e c u r v a de d e s c a r g a do v e r t e d o r ) , a c u r v a ( 1 ) e r e t a ( 2 ) , p o d e -
r e m o s d e t e r m i n a r a c u r v a Q g ( h i d r o g r a m a d a e n c h e n t e que e n t r o u iio
reservatório). •

- 2 9 -
Na F i g u r a ¥ 1 - 3 . 2 . 1 - 1 c o n h e c e m o s o p o n t o A s o b r e a
c u r v a Q g . "Vamos d e t e r m i n a r o p o n t o G d o h i d r o g r a m a q u e e n t r o u
no r e s e r v a t ó r i o .

N o e i x o d o s t e m p o s _t , a p a r t i r da p r o j e ç ã o d o p o n t o
A , s o m a j n o s A t e m a r c a m o s o p o n t o D na c u r v a de Q s .

T r a ç a - s e urna h o r i z o n t a l a p a r t i r d o p o n t o A , c o r t a n d o
a c u r v a (1)* e m C e . d e s t e p o n t o u m a p a r a l e l a a r e t a ( 2 ) . T r a ç a - s e
tuna h o r i z o n t a l , p a r a l e l a a o e i x o d o s t e m p o s , a p a r t i r d e D , c o r t a n -
d o a c u r v a (1) e m F e d e s t e u m a v e r t i c a l , p a r a l e l a a o e i x o d a s va-
z õ e s . E s s a v e r t i c a l encoiítrara a r e t a t r a ç a d a de C, p a r a l e l a a reta
( 2 ) , n o p o n t o I, D e s t e p o n t o t r a ç a - s e i m i a h o r i z o n t a l que e n c o n t r a r a
a v e r t i c a l l e v a n t a d a do p o n t o m e d i o d o i n t e r v a l o A t , n ò p o n t o G p r o -
curado.

P o d e - s e justificar fácilmente a contrução grafica:

- a distancia B C e igual a Vj Qg^ A t

- a distancia E F é igual a V2 + - Qg2 A t

- a distância horizontal entre F e C é igual a | •» j

(Qe - Qgi) A t

P o d e m o s e s c r e v e r então a seguinte i g u a l d a d e :

E F = B C -H d i s t â n c i a h o r i z o n t a l F C

V2+ J Q s Z A t = V i + ^ Q g i A t + ( Q e - Q g i ) A t

V2+¡ Qs2At = Qg A t + V i - i QgiAt

Esta e a equação do a m o r t e c i m e n t o de onda j a v e r i f i c a d o


anteriormente.

Repetindo-se a contrução descrita, pode-se determinar,


p o n t o p o r p o n t o , o h i d r o g r a m a da o n d a d e e n c h e n t e que e n t r o u n o r e -
servatório.

- 3 O -
SOLUÇÃO GRÁFICA DO A M O R T E C I M E N T O DE ONDA DE ENCHENTE

m
At/a

Curva (I) i - Y + V 0« ^*

R e t a <2) ^ Q ^ A t ;

Nota: At é fixo previamente.

G e õ p o n t o p r o c u r a d o a p a r t i r d o p o n t o A que
pertence à curva Qs . A operação é simples,
Basta acompanhar a numeração.

F i g . V I - 3 . 2-1
4 . - Previsão de vazões máximas

4 . 1 . - Considerações iniciais

D e v i d o às dificuldades de m e d i ç ã o de v a z õ e s de e n c h e n -
t e s e n u m e r a d a s n o s íítens a n t e r i o r e s e p o r q u e s t õ e s e c o n ô m i c a s , poiQ
o s l i m n í g r a f o s são a p a r e l h o s c a r o s , p o u c o s s ã o o s d a d o s de v a z õ e s
d e c h e i a s que d i s p o m o s , e n t r e n o s e e m p a r t i c u l a r n o V a l e d o P a r a í -
b a . Urge então a f a b r i c a ç ã o e m s e r i e d e s s e s a p a r e l h o s p a r a abai -
x a r seu c u s t o e sua instalação e m .varios p o s t o s f l u v i o m é t r i c o s e x i s -
t e n t e s , a f i m d e c o m p l e t a r o s d a d o s que e s t ã o s e n d o c o l h i d o s .

C o m e l e m e n t o s a s s i m obtidos p o d e r - s e - ã efetuar e s t u -
do de v a z õ e s m á x i m a s aplicando m é t o d o s e s t a t í s t i c o s ou e s t a b e l e c e n
do novas formulas c o m base nesses dados m a i s c o n c r e t o s .

O c á l c u l o das v a z õ e s m á x i m a s pode s e r efetuado p o r


t r f e processe» b e m distintos.

= Processo empírico
- P r o c e s s o direto
- P r o c e s s o indireto

A seguir d e s c r e v e r e m o s e s s e s p r o c e s s o s :

4 . 2 . - Processo empírico

v á r i o s a u t o r e s que s e d e d i c a r a m à h i d r o l o g i a e s t a b e l e -
c e r a m f o r m u l a s p a r a o c á l c u l o de v a z õ e s d e e n c h e n t e s . F u l l e r a p r e
sentou uma f o r m u l a qué p e r m i t e c a l c u l a r a v a z ã o m á x i m a e m função
da m e d i a d a s m . á x i m a s a n u a i s e p e r í o d o d e r e c o r r e n c i a . C r e a g e r a -
presentou o m é t o d o das e n v o l t ô r i a s , onde as v a z õ e s são dadas e m
f u n ç ã o da á r e a d a s b a c i a s .

P a r a o d i m e n s i o n a m e n t o de b u e i r o s e g a l e r i a s de águas
pluviais são às v e z e s e m p r e g a d a s as f o r m u l a s de B u r k l i - Z i e g l e r ,
q u e d ã o v a z õ e s m á x i m a s e m f u n ç ã o d a a r e a da b a c i a , i n t e n s i d a d e plu
v i o m e t r i c a , c o e f i c i e n t e de e s c o a m e n t o s u p e r f i c i a l e c o e f i c i e n t e de
retardamento.

E x i s t e m d e z e n a s d e oUtras f o r m u l a s q u e o s l i v r o s d e ¡bi.
drologia t r a z e m c o m bastante minucia, sobretudo para pequenas b a -

- 3 1 -
bacias hidrográficas. Essas fórmulas sao estabelecidas para deter-
m i n a d a s b a c i a s ou r e g i õ e s e m função de dados a i * o b s e r v a d o s , r a z ã o
p e l a qual o s e u e m p r e g o e m o u t r o s r i o s e b a s t a n t e d i f í c i l e d e p e n d e
m u i t o d o c r i t e r i o p e s s o a l de q u e m as está a p l i c a n d o .

4 . 3 . - Processo direto

4 . 3 . 1 . - Considerações preliminares

Q u a n d o d i s p o m o s de u m g r a n d e n u m e r o d e a n o s d e o b s e r
v a ç ã ò ^ d a s c h e i a s m á x i m a s a n u a i s , p o d e m o s ã l u z da a n á l i s e d e fré--
q u ê n c i a d e s s e s d a d o s , e s t i m a r a s m á x i m a s que p o d e r ã o o c o r r e r n u m
c e r t o n u m e r o de a n o s .

v á r i o s s a o o s m é t o d o s q u e s e e n c o n t r a m na l i t e r a t u r a t e ç
n i c a de h i d r o l o g i a , e n t r e o u t r o s p o d e m s e r c i t a d o s : :

- Método de Fuller
- Método de Ven T e Chow
- Método da c u r v a n o r m a l de probabilidade
- Método de Galton-Gibrat
- Método de Foster-Hazen
- Método de Gumbel e Frechet

P o r falta a b s o l u t a d e d a d o s l e v a n t a d o s c o m l i m n í g r a f o s ,
e m g r a n d e n u m e r o de a n o s , l a n ç a m o s m ã o d a s v a z õ e s m á x i m a s a n u a i s
do Rio Paraíba, e m G u a r a r e m a (grande b a c i a - 5,300 km^) para apli-
c a ç ã o d e s s e s m é t o d o s a fim de p o d e r m o s c o m p a r a r o s resultados obti-
dos c o m a p r e c i s ã o das m e d i d a s no c a j n p o .

A s c o n c l u s õ e s tiradas c o m base nesses dados p o d e m ser


estendidas às pequenas b a c i a s , pois nestas o r e g i m e e praticamente
p l u v i a l e o s m é t o d o s e x p o s t o s s e a d a p t a m b e m , tanto a o e s t u d o d e c h u -
v a s quanto a o d e v a z õ e s .

Antes de a p r e s e n t a r m o s as a p l i c a ç õ e s nxmiericas d o s m é -
todos a c i m a citados, julgamos bastante oportuno t r a n s c r e v e r u m t r e c h o
d o t r a b a l h o d o P r o f e s s o r R u y A g u i a r da S i l v a L e m e , - " O s E x t r e m o s
d e A m o s t r a s O c a s i o n a i s e Suas A p l i c a ç õ e s a E n g e n h a r i a " , t e s e a p r e -
s e n t a d a à C o n g r e g a ç ã o da E s c o l a P o l i t é c n i c a da U n i v e r s i d a d e de São
P a u l o , p a r a o c o n c u r s o de D o c é n c i a - L i v r e da c a d e i r a d e " E c o n o m i a
Política, Estatística Aplicada, Organizações Administrativas", para
d a r u m a i d é i a g e r a l d o e s t a d o atual d o s p r o c e s s o s p r o b a b i l í s t i c o s a p l i -

- 32 -
aplicados a p r e v i s ã o de enchentes.

"Ja no i n i c i o d o s i c u l o e m p r e g a v a m - s e , na p r e v i s ã o d e
enchentes, o s r e g i s t r o s fluviais existentes, adotando-se, para a v a -
e a o m á x i m a , duas v e z e s o m a i o r v a l o r , o b s e r v a d o , i n d e p e n d e n t e d o
n u m e r o d e a n o s c o n s i g n a d o s ( C r e a g e r 1 . 9 3 9 ) . S o e m 1914, c o m o t r a
b a l h o de H a z e n e que s e p a s s o u a c o n s i d e r a r e s s e s r e g i s t r o s c o m o
a m o s t r a s extraídas de u m u n i v e r s o cuja função de d i s t r i b u i ç ã o d e v e -
ria s e r inferida. S u r g i r a m então, v á r i o s m é t o d o s , d i i e r i n d o uns d o s
o u t r o s p e l a f o r m a a s s u m i d a p a r a à q u e l e u n i v e r s o . E m 1936 m o s t r o u
G i u n b e l que t o d a s s o l u ç õ e s ate então p r o p o s t a s c a r e c i a m d e b a s e c i -
entífica e que apenas a t e o r i a d o s v a l o r e s e x t r e m o s e r a c a p a z de f o r -
n e c e r m é t o d o r i g o r o s o para a p r e v i s ã o de enchentes.

Desta f o r m a , p o d e m o s classificar o s m é t o d o s p r o b a b i l ^
ticos em dois grupos:

1 ) - i n d e p e n d e n t e s da t e o r i a d o s e x t r e m o s ;
2) - b a s e a d o s n e s s a t e o r i a .

A r i g o r , apenas o s últimos i n t e r e s s a m neste trabalho ,


m a s e i m p o s s í v e l a sua p e r f e i t a c o m p r e e n s ã o s e m que s e j a m r e v i s -
tos o s p r i m e i r o s , o que, nestas c o n d i ç õ e s , s e r a feito resumidamen<p
te.
3.02?2)- A t e n d ê n c i a m o d e r n a , na p r e v i s ã o d e e n c h e n t e s
é , e m v e z de se u s a r e m r e g i s t r o s d i r e t o s de v a -
z õ e s , f a z e r - s e o estudo indiretamente, através
de p l u v i o m e t r í a . O p r o b l e m a s e c o m p l i c a , p o i s , neste u l t i m o c a s o ,
e m lugar de u m a única v a r i á v e l , (as v a z õ e s r e g i s t r a d a s ) t e m o s q u a -
t r o : i n t e n s i d a d e , d u r a ç ã o e a r e a , d a c h u v a e a i n d a , o c o e f i c i e n t e de
e s c o a m e n t o s u p e r f i c i a l . Entretanto, de a c o r d o c o m d i v e r s o s a u t o r e s
Í W i s l e r e B r a t e r 1949 p . 3 4 3 ) , p o d e m o s . ' s i m p l i f i c a r m u i t o o p r o b l e m a
l i m i t a n d o - n o s ao estudo da a r e a e d u r a ç ã o m a i s d e s f a v o r á v e i s e a d m i
tindo o m á x i m o c o e f i c i e n t e de e s c o a m e n t o s u p e r f i c i a l .
Dentro destas condições f i c a m o s c o m apenas u-
m a v a r i á v e l a l e a t ó r i a a intensidade da chuva, e o t r a t a m e n t o estatísti
CO e o m e s m o que o n o c a s o d a s v a z õ e s " .

Ainda, p r o s s e g u i n d o no citado trabalho do P r o f . Ruy.'A.


da S i l v a L e m e , t e m o s :

"DesejandO"Se p r e v e r a s e n c h e n t e s p o r m e i o d e uma
a m o s t r a de v a z õ e s o u d e c h u v a s , o p r o b l e m a , e s t a t i s t i c a m e n t e , se
r e s u m e e m p e s q u i s a r o u n i v e r s o das m e s m a s .

F i s h e r (1950 p . 8 ) d e c o m p ô s o p r o b l e m a d e s s a p e s q u i -
sa e m três etapas:

- 3 3 -
a)= o p r o b l e m a da e s p e c i f i c a ç ã o q u e c o n s i s t e e m s e e s e o l h e r
u m a f o r m a m a t e m á t i c a p a r a d e f i n i r a p o p u l a ç ã o da qual
f o i e x t r a í d a a a m o s t r a , f o r m a e s t a d e t e r m i n a d a p o r p o u «•
cas constantes denominadas parâmetros;

b ) - o p r o b l e m a d a e s t i m a ç ã o , que c o n s i s t e e m c a l c u l a r a p a r
tir das a m o s t r a s , estatísticas c a p a z e s de e s t i m a r o s v a -
l o r e s dos parâmetros;

c ) - ^ p r o b l e m a da d i s t r i b u i ç ã o , que c o n s i s t e e m v e r i f i c a r a
distribuição das estimativas dos p a r â m e t r o s e m a m o s t r a s
o c a s i o n a i s , r e t i r a d a s da p o p u l a ç ã o c o m a f o r m a e s p e c i f i -
c a d a . A s s i m , o b t e m o s vima i d e i a s o b r e a g r a n d e z a doé
e r r o s que e s t a m o s c o m e t e n d o na e s t i m a ç ã o d o s p a r a m e -
t r o s e t a m b e m u m a b a s e p a r a v e r i f i c a r a a d e q u a ç ã o da f o r
pia matemática proposta para o u n i v e r s o .

3 . 0 3 2 ) - N a p r a t i c a n ã o b a s t a , e n t r e t a n t o , d e t e r m i n a r o univer
so das v a z õ e s ; e n e c e s s á r i o , t a m b e m , e s c o l h e r - s e a
e n c h e n t e que s e r a a d m i t i d a no p r o j e t o d a s o b r a s de
a r t e , e n c h e n t e e s t a que s e r a u l t r a p a s s a d a c o m u m a
certa probabilidade arbitrariamente pre-fixada.

Os engenheiros fluviais, trabalhando c o m dados equi-


e s p a ç a d o s no t e m p o , p r e f e r e m substituir o c o n c e i t o m a i s ou m e n o s
a b s t r a t o de probabilidade p o r u m de significado f í s i c o m a i s c o n c r e t o ,
que e o p e r í o d o d e r e t o r n o T ( X ) .

' E s t e é d e f i n i d o c o m o o i n v e r s o da p r o b a b i l i d a d e da e n -
chente s e r ultrapassada, isto e :

Í 3 . 032 - 1) T (X) = 1 / p - F (X)]

e c o r r e s p o n t e a o i n t e r v a l o d e t e m p o m é d i o , que s e p a r a d u a s e n c h e n t e s
m a i o r e s d o que X .

3 . 0 3 3 ) - A e s c o l h a da e n c h e n t e de p r o j e t o é p r o b l e m a i d é n t i c o
a o d a f i x a ç ã o da s e g u r a n ç a a c e i t á v e l , que s a r a e x a m i -
nada e m d e t a l h e , n o 69 c a p í t u l o .
No presente nos l i m i t a r e m o s ao estudo dos p r o b l e m a s
da e s p e c i f i c a ç ã o , e s t i m a ç ã o e d i s t r i b u i ç ã o , e x a m i n a n d o c a d a u m d e s -
t e s t ó p i c o s p a r a o s t i p o s d e s o l u ç ã o a p r e s e n t a d o s : a s i n d e p e n d e n t e s da
t e o r i a d o s e x t r e m o s e a s que s e b a s e i a m n e s t a t e o r i a , a s a b e r : a de
Gumbel e a nossa".

E m s e g u i d a o P r o f . R u y A g u i a r da S i l v a L e m e d e s c r e v e
s o b r e s o l u ç õ e s i n d e p e n d e n t e s da t e o r i a d o s e x t r e m o s :

- 3 4 -
"Duas t ê m sido as s o l u ç õ e s dadas a o p r o b l e m a da d e t e r -
m i n a ç ã o do universo das enchentes: a paramétrica e a não parametri_
c a . Adotada a segunda não s u r g e o p r o b l e m a da e s p e c i f i c a ç ã o , u m a
v e z que n ã o e a s s u m i d a nenhvuna f o r m a m a t e m a t i c a m e n t e d e f i n i d a p a -
r a o u n i v e r s o . P e l o c o n t r a r i o , optando-i^^rpela s o l u ç ã o p a r a m é t r i c a ,
aparece c o m o p r i m e i r o p r o b l e m a e s p e c i f i c a r a l e i que rege a distri -
bttição d e v a z õ e s , t e n d o s i d o p r o p o s t o s p a r a este f i m , e n t r e o u t r a s , a
n o r m a l , a l o g n o r m a l e as l e i s de P e a r s o n .
g C o n s i d e r a n d o 4 t i p o s de v a z ã o , i n s t a n t â n e a , h o r á r i a , d i -
á r i a e anual ( s e n d o a s t r ê s i í l t í m a s a s m é d i a s d a s v a z õ e s i n s t a n t â n e a s
no r e s p e c t i v o p e r í o d o , apenas no c a s o das v a z õ e s anuais t e m s i d o e m -
pregada c o m s u c e s s o a distribuição n o r m a l ( Coutagne 1948). P a r a o s
d e m a i s t i p o s d e v a z õ e s , b e m c o m o p a r a c h u v a s , este e m p r e g o t e m r e -
sultado e m d i s c r e p â n c i a s ( B e a r d 1942).
A l e i l o g n o r m a l q u e , na o p i n i ã o d e d i v e r s o s a u t o r e s ( v i d e
§ 2 . 3 2 ) é a mais indicada para representar a distribuição das enchen -
t e s , t e m s i d o m u i t o m a i s e m p r e g a d a que a d e G a u s s .
A famÚia de d i s t r i b u i ç õ e s de P e a r s o n , p o r s e r julgada de
e m p r e g o t r a b a l h o s o , t e m t i d o p o u c o s a d e p t o s . G o o d r i c h (1927) p r o c u -
rou substitui-la p o r u m a outra de a p l i c a ç ã o m a i s fácil, devido a f o m e -
c e r d i r e t a m e n t e F ( X ) e dada p e l a f o r m u l a :

F (X) = 1 - exp - k(x - a ) V ~ x)d (3.11-1)

3 . 1 . 1 . 1 . ) - Esta multiplicidade de s o l u ç õ e s para m e s m o p r o b l e m a p o r


s i s o d e m o n s t r a v a q u e este e s t a v a l o n g e d e s e r r e s o l v i d o .
C o m efeito, o engenheiro, de p o s s e de u m a a m o s t r a , confer
m e s o l u ç ã o que a d o t a s s e , o b t e r i a u m v a l o r diferente p a r a a enchente,
l a n ç o u o d i s c r é d i t o à s a p l i c a ç õ e s da e s t a t í s t i c a à p r e v i s ã o d e e n c h e n -
tes.
E m face de múltiplas e s p e c i f i c a ç õ e s para a f o r m a d o uni-
v e r s o o s testes estatísticos são c a p a z e s , apenas, de separar as formas
das quais a a m o s t r a p o d e ou não p r o v i r , m a s nunca i n d i c a r ã o exatameri
te a q u e l e u n i v e r s o d o qual e s t a r e a l m e n t e f o i e x t r a í d a . A s s i m s e n d o ,
a estatística não f o r n e c e elementos para optar entre as d i v e r s a s e s p e c i
f i c a ç õ e s que s a t i s f a ç a m o s t e s t e s , n ã o s e p o d e n d o d e c i d i r qual d a s p r e -
v i s õ e s é digna de c o n f i a n ç a " .

Na p á g i n a 62 d o r e f e r i d o t r a b a l h o e n c o n t r a m o s a i n d a o s e -
guinte :

"Gvunbel v e r i f i c a n d o a c o n f u s ã o e x i s t e n t e e n t r e o s a u t o r e s
que s e d e d i c a v a m à p r e v i s ã o de enchentes na s o l u ç ã o de p r o b l e m a da
e s p e c i f i c a ç ã o , p r o c u r o u c o n t o r n a r esta dificvildade, c o m o p a s s a m o s a
examinar:
Da m e s m a f o r m a ijitK ••^í^ i n ú m e r o s t e s t e s e s t a t í s t i c o s
c o n s e g u i m o s e v i t a r o p r o b l e m a d a n a t u r e z a da ^tâistribuição o r i g i n a l ,
u t i l i z a n d o e s t a t í s t i c a s q u e s a b e m o s s e d i s t r i b u í r e m , aproximadamente^,

- 3 5 -
segundo à lei n o r m a l , f a « i a - 8 e m i s t e r d e s c o b r i r alguma estatística
cuja d i s t r i b u i ç ã o s e c o n h e c e s s e a p r i o r i e f o r n e c e s s e e l e m e n t o s p a »
ra se fazer a p r e v i s ã o das enchentes, Evidentemente, o psaior.valor
preenchia esses requisitos.
De f a t o , s e d e f i n i r m o s e n c h e n t e «Ê^sm^famaior v a z ã o d i - .
á r i a de c a d a a n o , p o d e r e m o s a s s i m i l a r a sua d i s t r i b u i ç ã o à q u e l a do
m a i o r v a l o r de a m o s t r a s o c a s i o n a i s .
Ê v e r d a d e que e s s a d e f i n i ç ã o n ã o c o n c o r d a c o m a no-
ç ã o g e r a l m e n t e a c e i t a . A s s i m , num ano e x c e p c i o n a l m e n t e s e c o , u m a
enchente, por esta definição, poderá s e r uma v a z ã o bastante baixa, en
quanto que e m u m o u t r o , d i v e r s a s i n u n d a ç õ e s n ã o s e r i a m c o n s i d e r a -
das c o m o enchentes.
Se a d m i t i r m o s c o m o " g r a n d e " u m a a m o s t r a d e 365 e -
i c e m p l a r e s , p o d e r e m o s a f i r m a r q u e . a . d i s t r i b u i ç ã o das e n c h e n t e s s e r a
r e g i d a p o r u m a d a s t r ê s l e i s l i m i t e s ' ; . L_jj ( x ) , Lj^ ( x ) , Lq^, ( x ) , e
q u e , p a r t i n d o - s e da m e s m a o b t é n i - s e u m a d e m o n s t r a ç ã o p a r a uma
l e i :. e s t a b e l e c i d a e m p i r i c a m e n t e p o r F u l l e r ;jí{1926) e v e r i f i c a d a p o r di
v e r s o s a u t o r e s . E s s a l e i relacio^^a a v a z ã o x c ó m o p e r í o d o d e r e -
t o r n o da mesma"'.',

O resumo histórico e a classificação dos métodos p r o -


b a b i l í s t i c o s de p r e v i s ã o de enchentes estão b e m objetivados nestas c i -
t a ç õ e s . Julgamos dispensável qualquer outro c o m e n t á r i o s o b r e o a s -
s u n t o , p o i s , a e x p o s i ç ã o d o P r o f . Ruy A g u i a r da S i l v a L e m e é b a s t a n -
te c l a r a e m i n u c i o s a .

em Guararema

Os dados do quadro abaixo f o r a m tirados do trabalho do


E n g ? A d o l f o Santos J r . "Das Cheias dõ Rio Paraíba", separata da
r e v i s t a " E n g e n h a r i a " , Aiio X X I - V o l . X X I - f e v e r e i r o d e 1 9 6 3 .

Á r e a de d r e n a g e m do R i o P a r a í b a , e m Guararema -
5 . 300 k m 2

P e r í o d o d e o b s e r v a ç ã o - ano h i d r o l ó g i c o d e 1 9 2 2 / 2 3 a
1960/61

N u m e r o de anos de o b s e r v a ç ã o - 39

3 6
A n o Qi ( m V s ) A n o Qi ( m V s )

1922/23 518 1942/43 248


1923/24 496 1943/44
1924/2S 350 1944/45 460
1925/26 335 1945/46 185
1926/27 320 1946/47 496
296 1947/48 399/-
1928/29 398 1948/49 32j6
1929/30 335 1949/50 365
1930/31 331 1950/51 319
1931/32 323 1951/52 434
1932/33 242 1952/53 192
1933/34 284 1953/54 173
1934/35 311 1954/55 210
1935/36 394 1955/56 359
1936/37 246 1956/51 344
1937/38 304 1957/58 414
1938/39 409 1958/59 600
1939/40 483 1959/60 278
1940/41 181 1960/61 265
1941/42 221

4 . 3 . 3 . - Os parametros^t^estatísticos

P a r a o cálculo dos parámetros estatísticos dos dados de


G u a r a r e m a , o r g a n i z a m o s o Quadro V I - 4 . 3 . 3 - 1 , onde f i g u r a m :

C o l u n a 1 - o n ú m e r o de o r d e m i de c a d a v a z ã o no r o l d e -
crescente

C o l u n a 2 - o v a l o r de X i d a s v a z õ e s d i á r i a s m á x i m a s e a-
nuais

C o l u n a 3 - o a f a s t a m e n t o X j da r e s p e c t i v a m e d i a _ a r i t m , e t i -
c a X , i s t o e , o a f a s t a m e n t o x^ = X^ - X

C o l u n a 4 - o q u a d r a d o d o a f a s t a m e n t o da c o l u n a 3,
x2 = (X. - X)2

C o l u n a 5 - o c u b o d o a f a s t a m e n t o da c o l u n a 3,
X? = (X. - X)3

- 3 7 -
Coluna 6 - a q u a r t a p o t e n c i a d o a f a s t a m e n t o da c o l u n a 3 ,

Coluna 7 - a freqüência percenttiãl de r e c o r r ê n c i a (fi) das


v a z õ e s , calculada pelo m é t o d o de Kimball, s e «
gundo a f o r m u l a :

X 100
n+1

Coluna 8 - = 100 - f¿

E m f u n ç ã o d o s d a d o s d o qtiadro V I - 4 . 3 . 3 - 1 , d e t e r m i n a i » ; ^
m o s o s seguintes v a l o r e s :

• n = 39

I x = V9,0

Z x2 = 4 2 7 . 547

51x3 = 19.006.805

Jjc"^ = 12.164.652.407

C a l c u l a m o s então o s s e g u i n t e s parámetros:

a ) - a m e d í a a r i t m é t i c a X dos v a l o r e s X j do r o l .

X = = 343.2

b ) - o d e s v i o p a d r ã o da a m o s t r a

S = Zx2 = 106,1
n - 1

c ) - o , c o e f i c i e n t e de v a r i a ç ã o

= 0,34
X

3 8 -
CÁLCULO DOS PARÂMETROS ESTATÍSTICOS

Y
2 3 4 r.
A X r
X-X

1 2 3 4 5 6 7 8

1 600 257 66.049 16.974.593 4.362.470.401 2,5 97,5


2 540 197 38.809 7.645.373 1.506.138.481 5,0 95,0
3 518 175 30.625 5.359.375 937.890.625 7,5 92,5
k 496 153 23.409 5.581.577 547.981.281 10,0 90,0
5 496 153 23.409 3.581.577 547.981.281 12,5 87,5
6 483 140 19.600 2.744.000 384.160.000 15,0 85,5
7 460 117 13.689 1.601.613 187.388.721 17,5 82,5
8 434 91 8.281 753.571 68.574.961 20,0 80,0
9 414 71 5.041 357.911 25.411.681 22,5 77,5
10 409 66 4.356 287.496 18.974.736 25,0 75,0

11 399 56 3.136 175.616 9.834.496 27,5 72,5


12 398 55 3.025 166.375 9.150.625 30,0 70,0
13 394 51 2.601 132.651 6.765.201 32,5 67,5
14 365 22 484 10.648 234.256 35,0 65,0
15 359 16 256 4.096 65.536 37,5 62,5
16 350 7 49 343 2.401 40,0 60,0
IT 344 1 1 1 1 42,5 57,5
18 335 -8 64 -512 4.096 45,0 55,0
19 335 -8 64 -512 4.096 47,5 52,5
20 331 -12 144 -1.728 20.736 50,0 50,0

* - 0 j
ordem
n - de

Quadro VI - 4 . 3 . 3 - 1

- continua -
CÁLCULO DOS PARÂMETROS ESTATÍSTICOS

- continuação -
Quadro VI - 4 . 3 . 3 . - 1

2 4
* X = x5 f P
X z X
X-X

1 2 3 4 5 6 7 8

21 326 - 17 289 -4.913 83.521 52,5 47,5


22 323 - 20 400 -8.000 160.000 55,0 47,5
23 320 - 23 529 -12.167 279.841 57,5 42,5
24 319 - 24 576 -13.824 331.776 60,0 40,0
25 311 - 32 1.024 -32.768 1.048.576 62,5 37,5
26 304 - 39 1.521 -59.319 2.313.441 65,0 35,0
27 296 - 47 2.209 -103.823 4.879.681 67,5 32,5
28 284 - 59 3.481 -205.379 12.117.361 70,0 30,0
29 278 - 65 4.225 -274.625 17.850.625 72,5 27,5
30 265 - 78 6.084 -474.552 37.015.056 75,0 25,0

31 248 - 95 9.025 -857.375 81.450.625 77,5 22,5


32 246 - 97 9.409 -912.673 88.529.281 80,0 20,0
33 242 -101 10.201 -1.030.301 104.060.401 82,5 17,5
34 221 -122 14.884 -1.815.848 221.533.456 85,5 15,0
35 210 -133 17.689 -2.352.637 312.900.721 87,5 12,5
36 192 -151 22.801 -3.442.951 519.885.601 90,0 10,0
37 185 -158 24.964 -3.944.312 623.201.296 92,5 7,5
38 181 -162 26.244 -4.251.528 688.747.536 95,0 5,0
39 173 -170 28.900 -4.913.000 835.210.000 97,5 2,5

427.547 -19.006.805 12.164.652.407

* - n - de ordem
d ) - o c o e f i c i e n t e de assimetria

= :s.(x-x)3 ^ ^^^^
nS 3 •

O fato d e s e r e s t e v a l o r m a i o r que z e r o ( 3 "> 0) in-


d i c a que a d i s t r i b u i ç ã o t e m p e q u e n a a s s i m e t r i a p o s i t i v a .

e)- a m e d i d a de c u r t o s e

^ = ^ ( X - X)^ = 2,94

S e n d o esjte v a l o r m e n o r que 3, O ( 3, 0) c o n c l i i i
m o s que a d i s t r i b u ç ã o e l i g e i r a m e n t e p l a t i c u r t i c a , i s t o e , t e m c u r v a
d e f r e q u ê n c i a u m p o u c o m e n o s a g u d a d o que a c u r v a n o r m a l .

4 . 3 . 4 . - M é t o d o de Fuller

Este ê u m dos m é t o d o s mais e m p r e g a d o s entre o s enge -


n h e i r o s que t r a b a l h a m e m H i d r o l o g i a , na r e g i ã o d o E s t a d o d e S a o
P a u l o . P o d e m o s l e m b r a r , p o r e x e m p l o q u e , tanto o P r o f . A l f r e d o
Bandini c o m o o Eng9 A d o l p h o Santos J r . que ha m u i t o s a n o s v e m
se d e d i c a n d o ao a s s u n t o , a d a p t a r a m as f o r m u l a s de F u l l e r p a r a o
r i o T i e t ê e P a r a í b a , c a l c t i l a n d o v a z õ e s de e n c h e n t e s p a r a v á r i o s po£_
t o s f l u v i o m e t r i c o s d a q u e l e s c u r s o s d » á g u a . N o final d e s t e c a p í t u l o
a p r e s e n t a r e m o s o s r e s v d t a d o s o b t i d o s p o r estes d o i s e s p e c i a l i s t a s
que s ã o d o s m a i s c a p a c i t a d o s t é c n i c o s e m h i d r o l o g i a q u e l a b u t a m e n
tre n o s .

O m é t o d o de F u l l e r c o n s i s t e e m c a l c u l a r as v a z õ e s de e n -
chentes mediante e x p r e s s õ e s do tipo:

Xrj, = X (a + b . l o g T ) o n d e X é a m é d i a a r i t m é t i c a
das m á x i m a s anuais, T p e r í o d o de r e c o r r ê n c i a s e m a n o s , a e b
p a r â m e t r o s , que p o d e m s e r d e t e r m i n a d o s p e l o m é t o d o d o s m í n i m o s
q u a d r a d o s e Q-j-, v a z ã o m á x i m a p r o v á v e l e m T a n o s .

Neste m é t o d o , a frequência acumulada de r e c o r r e n c i a e


calculada pelo c r i t e r i o californiano, isto e, f = ^ e portanto o
n

- 3 9 -
p e r í o d o de retôriío T e m anos s e r á determinado por T = - y ,

C o m o s dados d i s p o n í v e i s , o r g a n i z a m o s então o Quadro:


V I - 4 . 3 . 4 - 1 . A s m e d i a s a r i t m é t i c a s d a s c o l u n a s 4 , 6, 7 e 8 p e r m i -
t e m o c a l c u l o d o s p a r á m e t r o s a e b da f o r m u l a d e F u l l e r .

O m é t o d o d o s m í n i m o s q u a d r a d o s levabas s e g u i n t e s exprés
soes;

a =
(7) - { 6 )2

b = M) ( 7 ) - ( 6 - ) ^ 8 )
( 7 ) - < 6 ) 2

onde

( 4 ) - m e d i a a r i t m é t i c a da c o l u n a 4

( 6 ) - m é d i a a r i t m é t i c a da c o l u n a 6

t 7 ) - m é d i a a r i t m é t i c a da c o l u n a 7

( 8 ) - m é d i a a r i t m é t i c a da c o l u n a 8

("4 )j = 1, 2 7 4

( 6 ) = 0,4035

("7 ) = O, 3 0 1 1

( 8 ) = 0,584

c o m és s es dados o b t é m - s e :

a = O, 506 e b = 1, 070

X = 343, 2 j á calcvilado a n t e r i o r m e n t e

Para T = 1.000 a n o s

^1.000 = ^ < a -H b l o g 1. 0 0 0 ) = 888 m V s

- 4 0 -
MÉTODO DE FULLER

X 1 X (4)x(6)
i X T log T ( l o g T)2
X ^ 1 X

1 2 3 4 5 6 7 8

1 600 1,748 1.748 39,000 1.5910 2,5313 2,781


2 540 1,573 1,660 19.500 1,2900 1,6641 2,141
3 518 1,509 1,610 13,000 1.1139 1,2408 1,793
4 496 1,445 1,569 9,749 0,9889 0.9779 1.551
5 496 1,445 1,544 7.800 0,8921 0.7958 1,377
6 483 1,407 1,521 6,500 0,8129 0,6081 1,236
7 460 1,340 1,484 5.571 0,7459 0,5564 1.107
8 434 1,265 1,466 4,875 0,6879 0,4732 1,008
9 414 1,206 1,437 4,333 0,6367 0,4054 0,915
10 409 1,192 1,413 3,900 0,5910 0,3493 0,835
11 399 1,162 1,390 3,545 0,5496 0,3021 0,764
12 398 1,160 1,371 3,250 0,5118 0,2619 0,702
13 394 1,148 1,354 3.000 0,4771 0,2276 0,646
14 365 1,064 1,333 2,785 0,4448 0.1978 0,593
15 359 1,046 1,314 2,600 0,4149 0,1721 0,545
16 350 1,020 1,296 2,437 0,3868 0,1496 0,501
17 344 1,002 1,278 2,294 0,3605 0,1300 0,461
18 335 0,976 1,262 2,166 0,3356 1,1126 0,424
19 335 0,976 1,247 2,052 0,3121 0.0974 0,389
20 331 0,964 1,232 1,950 0,2900 0,0841 0.357

Quadro VI - 4 . 3 . 4 . - 1

- continua -
MÉTODO DE FULLEE

- continuagao -

Quadro V I - 4 . 3 . 4 , - 1

X 1 * X
(lOg T ) ^
i X T log T (4)x(6:
i _
X ^ 1 X

1 2 3 4 5 6 7 8

21 326 0,950 1,219 1,857 0,2688 0,0723 0,328


22 323 0,941 1,206 1,772 0,2484 0,0617 0,300
23 320 0,932 1,194 1,695 0,2291 0,0525 0,274
24 319 0,930 1,183 1,625 0,2108 0,0444 0,249
25 311 0,906 1,172 1,560 0,1931 0,0373 0,226
26 304 0,886 1,161 1,500 0,1760 0,0310 0,204

27 296 0,862 1,150 1,444 0,1595 0,0254 0,183


28 284 0,828 1,139 1,390 0,1430 0,0204 0,163
29 278 0,810 1,127 1,344 0,1283 0,0165 0,145
30 265 0,772, 1,116 1,300 0,1139 0,0130 0,127
31 248 0,723 1,103 1,258 0,0996 0,0099 0,110
32 246 0,717 1,091 1,219 0,0860 0,0074 0,094
33 242 0,705 1,079 1,182 0,0726 0,0053 0,078
34 221 0,644 1,066 1,147 0,0595 0,0035 0,063
35 210 0,612 1,053 1,114 0,0468 0,0022 0,049
36 192 0,559 1,040 1,083 0,0346 0,0012 0,036
37 185 0,539 1,026 1,054 0,0228 0,0005 0,023
38 181 0,527 1,013 1,026 0,0111 0,0001 0,011
39 173 0,504 1,000 1,000 0,000 0,0000 0,000

total 49,667 15,7374 11,7421 22,789

media 1,274 0,4035 0,3011 0,584


4 . 3 . 5 . - M é t o d o de Ven Te Chow

V e n T e C h o w , e m 1951 m o s t r o u que a m a i o r i a d a s f u n ç õ e s
de f r e q u ê n c i a , e m p r e g a d a s e m a n á l i s e s hidro|p-gicas p o d e s e r r e s o l -
vida por equações do tipo:

= X -f k S

onde: •> o v a l o r p r o c u r a d o da v a r i á v e l e m e s t u d o
para o p e r í o d o de r e t o r n o d e s e j a d o

X - a m e d i a aritmética das v a z õ e s m á x i m a s
anuais

k - o fator de f r e q u ê n c i a , que e função do p e -


r í o d o de r e t o r n o e do n u m e r o de anos de
observações.

S - o d e s v i o p a d r ã o da a m o s t r a .

Se a d o t a r m o s o m é t o d o d e G u m b e l , o f a t o r d e f r e q u ê n c i a pio
derá s e r calculada pela tabela abaixo (Court 1953).

^ 15 20 25 30 40 50 70 100 200

20 2,41 2,30 2,24 2,19 2,13 2,09 2,04 2,00 1,94 1,89
50 3, 32 3, 18 3 , 0 9 3,03 2,94 2 , 89 2 , 82 2,77 2 , 7 0 2 , 60
100 4,01 3,84 3,73 3,65 3, 55 3,49 3,41 3, 35 3, 26 3, 14
1000 6,26 6,01 5,84 5,73 5,58 5,48 5,36 5,26 5,13 4 , 4 9

No presente c a s o t e m o s :

X = 343,2

S = 106,1

n = 39

T = 1000

P e l a tabela a c i m a d e t e r m i n a m o s k = 5,60. T e m o s então:

X^ooo = 3 4 3 , 2 + 5, 60 x 106,1 = 937 mVs.

- 4 1 -
4. 3 . 6 . - M é t o d o de Foster - Hazen

E s t e naétodo a d o t a c o m o c u r v a d e p r o b a b i l i d a d e v á l i d a na
d i s t r i b u i ç ã o das v a z õ e s a c u r v a a s s i m é t r i c a tipo I I I , de P e a r s o n .

A s c o o r d e n a d a s n e c e s s á r i a s a o t é a ç a d o da c u r v a que m e -
l h o r s e a j u s t a a o s d a d o s o b s e r v a d o s , s ã o c a l c u l a s l o s c o m o a u x i l i o da
taboa de a r e a s da c u r v a de frequência a s s i m é t r i c a T i p o I I I , de P e a r -
s o n , e m f u n ç ã o d o c o e f i c i e n t e de o b l i q ü i d a d e o u í n d i c e d e a s s i m e t r i a
de P e a r s o n .

Calculemos esse coeficiente:

X - Mo Z X
^ S 2S Xx3

Ja v i m o s a n t e r i o r m e n t e q u e :

¿ x^ = 19.006.805

2. x^ 3 427.547

S = 106,1

o< = 0,208

Obliqüidade ajustada c o m o c o e f i c i e n t e de H a z e n :

= (14- = 0,25
n

onde: n a 39

- 4 2 -
PREVISÃO D E ENCHENTES - R I O PARAÍBA, E M GUARAREMA

MÉTODO D E HAZEN - FOSTER


2000

iii3/s

1000
900
800
700
600

500

400

300

200 1

X Pcmtos da petaL de
aclerência
O Pc>ntos ol) servi dos
100
0,01 0,05 0^1 0,2 0,5 1 2 5 10 20 30 40 50 60 70 80 90 95 98 99 99»9 99,99

Graf. V I - 4 . 3 . 6 - 1
) de t e m p o X
X X' = X
100 A / n S

1 -1.95 -206,9 172,7


5 1,48 157, 5 185,7
1 0 1, 20 128, 1 215, 1
20 0, 80 92,3 250,9
50 0, 07 9,3 333,9
80 0, 81 87, 1 430, 3
90 1,33 141,?7 484, 9
95 1,77 187,9 531, 1
99 2,65 280,9 623,7
9 9,9 3 . 82 403,4 746,6
9 9,99 4 . 62 487, 5 830,7

E s s e s p o n t o s d a r e t a d e a j u s t e f o r a m l e v a d o s a o p a p e l gejB
m é t r i c o de p r o b a b i l i d a d e . Grafico VI- 4 , 3 . 6 - 1 .

N o t a - s e q u e há b o a a d e r ê n c i a e n t r e o s p o n t o s o b s e r v a d o s
e calculados.

P o r é m , a s v a z õ e s m a i o r e s que 4 0 0 m ^ / s a l i n h a m - s e s e -
gundo u m a r e t a e as m e n o r e s e m t o r n o de o u t r a c o m c o e f i c i e n t e angu-
lar m a i o r .

P o r i s s o , p a r a T = 1000 a n o s , t e m o s d o i s v a l o r e s :
= 1.000 m - ^ / s , d a d o p e l a d e m e l h o r a d e r ê n c i a d o s v a l o r e s
^10.00
m a i s b a i x o s e X^OOO = "^^O TCÍ^/B, pela outra correspondente a va-
zões mais altas.

Nota: as v a z õ e s diárias m á x i m a s anuais f o r a m levadas ao


p a p e l g e o m é t r i c o de p r o b a b i l i d a d e e m i & i n ç ã o d o s
v a l o r e s d e F = 100 - f, i s t o é , X = f ( F ) , t i r a d o s
do quadro I I I - 4 , 3 . 3 - 1 .

4 . 3 . 7 , - M é t o d o de F o s t e r , u s a n d o - s e a^ c u r v a normal de
probabilidades de Gauss,

C o m o c o e f i c i e n t e de o b l i q ü i d a d e °{= o, t i r a m o s da t á b o a
d e á r e a s da c u r v a d e f r e q u ê n c i a a s s i m é t r i c a t i p o I I I d e P e a r s o n os
valores de JL , p a r a c a l c u l a r a s c o o r d e n a d a s da r e t a d e m e l h o r a d e -
S
r encía.
- 4 3 -
% tempo X X X=X+X
100 A / n S

1 - 2 , 33 -246.8 96.4
5 -1,65 -175.4 167,8
10 -1.28 -136,5 206,7
20 ^,84 - 90.2 253, 0
50 0. 00 0.0 343,2
80 0, 84 90.2 433,4
90 1.28 136. 5 479,7
95 1.65 175.4 518, 6
99 2,33 246.8 590,.0
99.9 3.09 326,7 669,9
99,99 3.73 393. 9 737,1

E s s e s valores X ' e as vazões observadas c o m frequên-


c i a F c o r r e s p o n d e n t e s f o r a m l e v a d o s a o g r á f i c o a r i t m é t i c o de p r o -
babilidade.

N o t a - s e q u e a r e t a de a d e r ê n c i a a s s i m o b t i d o n ã o e s t á
b e m . . ajustada a o s p o n t o s o b s e r v a d o s que s e a l i n h a m s e g u n d o u m a
reta de c o e f i c i e n t e angular m a i o r . G r á f i c o V I - 4 . 3 . 7 - 1 .

A vazão máxima de T = 1000 anos apresenta dois re-


sultãdos:

^1000 = ^•'^ ^ 740 mVs

4 . 3 . 8 . - Metodo de Galton - Gibrat

Neste m é t o d o a d o t a m - s e as seguintes e q u a ç õ e s c o m o
c a p a z e s d e r e p r e s e n t a r a d i s t r i b u i ç ã o da p r o b a b i l i d a d e d a s c h e l a s
anuais.

p — i — - I . -

Z = a log (X - Xo) + b

- 4 4 -
PREVISÃO DE ENCHENTES - RIO PARAÍBA , EM GUARAREMA
MÉTODO DE PROBABILIDADE ARITMÉTICA
800

in5/s

700

600

500

400

300

O Pontos observados

X Pontos da reta de
200 ajustamento

100
5 10 20 30 40 50 60 70 80 90 95 97 98 99 99,9 99,99

Graf, V I - 4 . 3 õ 7 - l
MÉTODO DE GALTON-GIBRAT

i f F=100-f F - 50 Z' X

1 2,5 .97,5 47,5 1,96 600


2 5,0 95,0 45,0 1,65 540
3 7,5 92,5 42,5 1,44 518
4 10,0 90,0 40,0 1,28 496
5 12,5 87,5 37,5 1,15 496
6 15,0 85,0 35,0 1,03 483
7 17,5 82,5 32,5 0,93 460
8 20,0 80,0 30,0 0,84 434
9 22,5 77,5 27,5 0,76 414
10 25,0 75,0 25,0 0,67 409
11 27,5 72,5 22,5 0,60 399
12 30,0 70,0 20,0 0,52 398
13 32,5 67,5 17,5 0,45 394
14 35,0 65,0 15,0 0,39 365
15 37,5 62,5 12,5 0,32 359
16 40,0 60,0 10,0 0,25 350
17 42,5 57,5 7,5 0,19 344
18 45,0 55,0 5,0 0,13 335
19 47,5 52,5 2,5 0,06 335
20 50,0 50,0 — — 331

Quadro VI -4.3.8.-1

- continua -
MÉTODO DE GALTON-GIBRAT

- continuação -

Quadro VI - 4 . 3 . 8 . - 1

i f F = 100- f F -50 Z' X

21 52,5 47,5 - 2,5 -0,06 326


22 55,0 45,0 - 5,0 -0,13 323
23 57,5 42,5 - 7,5 -0,19 320
24 60,0 40,0 -10,0 -0,25 319
25 62,5 37,5 -12.5 -0,32 311
26 65,0 35,0 -15,0 -0,39 304
27 67,5 32,5 -17,5 -0,45 296
28 70,0 30,0 -20,0 -0,52 284
29 72,5 27.5. -22,5 -0,60 278
30 75,0 25,0 -25,0 -0,67 265
31 77,5 22,5 -27,5 -0,76 248
32 80,0 20,0 -30,0 -0,84 246
33 82,5 17,5 -32,5 -0,93 242
34 85,0 15,0 -35,0 -1,03 221
35 87,5 12,5 -37,5 -1,15 210
36 90,0 10,0 -40,0 -1,28 192
37 92,5 7,5 -42,5 -1,44 185
38 95,0 5,0 -45.0 -1,65 181
39 97,5 2,5 -47,'5 -1,96 173
P R E V I S Ã O DE ENCHENTES - RIO P A R A Í B A . E M G U A R A R E M A

METODO DE GALTON - GIBRAT

1
/

0/
' X = 300
Ä ' - 1j25
/o

J
't,0
1

, Pf
"1,3

' X« WO
^ Ä ' - -2,0
1 i \
*00 ioo 300 400 •SOO eoo foo &X) âoo /ooo

Graf. VI-4.3.8-1
a , ^ e X o s ã o o s p a r i n e t r o s da r e t a d e m e l h o r aderen
cia d o s pontos de c o o r d e n a d a s X e Z , num g r á f i c o s e m i - l o g a r í t m i c o ,

O r g a n i z p u - s e u m a t a b e l a , o n d e figura/'^s v a l o r e s d e ^ , f , ,
F = 100 - f, F - 5:0, Z ' e X . O s v a l o r e s d e Z ' f o r a m o b t i d o s da t a b e
Ia da c u r v a n o r m a l de G a u s s , e m f u n ç ã o d e F - 5 0 . Quadro V I - 4 . 3 .
8-1.

O s p a r e s d e v a l o r e s de X e Z» f o r a m l e v a d o s a u m g r á -
fico s e m i - l o g a r í t m i c o e o s pontos alinharam-se segundo uma reta ,
com boa aderência. Grafico V I - 4 . 3 . 8 - 1 .

A e q u a ç ã o da r e t a i n t e r p o l a t r i z o u r e t a d e ajustamento
sera:

Z = 6, 58 l o g X - 1 6 , 55

Esta equação foi estabelecida e m função dos pontos A


( X = 500 e Z» = 1, 25) e B ( X = 160 e Z» = - 2 , 0 ) , t o m a d o s s o b r e a r e -
ta.

Para T = 1.000 a n o s , f= 0,1, donde

F = 100-f = 99,9, donde

F - 50 = 49,9

E m função de F - 50, o b t é m - s e da c u r v a n o r m a l d e
Gauss Z ' = 3,10.

Ora X = antilog 3,10 16,55 ^ antilog 3,000


6, 58

Logo = 1.000 mVs

4 . 3 . 9 . - M é t o d o de Gumbel

G u m b e l , c o m b a s e na t e o r i a d o s e x t r e m o s d e a m o s t r a s
o c a s i o n a i s , d e m o n s t r o u q u e , s e o n u m e r o de v a z õ e s m á x i m a s anu-
ais tende p a r a o infinito, a probabilidade " P i " de s e r qualquer
u m a das m á x i m a s m e n o r d o q u e Um c e r t o X i , e d a d a p e l a e q u a ç ã o
seguinte:^

- 4 5 -
- Yi
- e

Pi = e

e - base dos logaritmos neperianos

Yi = a (Xi - Xf)
onde Yi - variável reduzida

a •= u m parámetro

Xi - u m c e r t p v a l O r da v a r i á v e l a l e a t ó r i a X (ya
z õ e s m á x i m a s anuais)

para n —*. o o

yW- - m e d i a d o u n i v e r s o

(T - d e s v i o p a d r ã o d o u n i v e r s o

Na pratica não t e m o s suficiente n u m e r o de dados p a r a


ç o n s i d e r a r - s e n — » 0 0 , sobretudo entre n o s . Gumbel calcula o s
parâmetros a e X£ p e l a s s e g u i n t e s e x p r e s s õ e s :

Y
X, = X - S n

rn
a a
S

O s v a l o r e s Yj^ e forsun t a b e l a d o s e m f u n ç ã o d o
nxraiero d a s a m o s t r a s , c o m o m o s t r a o q u a d r o a b a i x o :

n Yn n , n Yn n

20 0, 52 1, 06 80 0, 56 1,19
30 0,54 1, 11 90 0, 56 1,20
40 0, 54 1,14 100 0,56 1,21
50 0.55 1, 16 150 0, 56 1.23
60 0, 55 1, 17 200 0, 57 1,24
70 0, 55 1. 19 0, 57 1,28

Para o rio Paraíba, em Guararema temos:

- 46 -
n = 39
S_ = 106,1
X = 343,2

Donde, para n = 39 = O, 54 (Tn = 1,14


n
X^ = 293,O

a = 0,0114

A r e t a d e G u m b e l s e r a da f o r m a

Yi = 0,0114 (Xi - 293,0)

Esta reta c o r t a r á o eixo Yi = O para Xi = 293, 0.

Na p r a t i c a p o d e - s e m a r c a r X e m f u n ç á o de F , n o p a -
p e l de p r o b a b i l i d a d e de G u m b e l . P o r é m , e s s e s v a l o r e s d e F são
c a l c u l a d o s d e u m a f o r m a eíspecial e m f u n ç ã o d o n u m e r o d a s a m o s t r a s ,
E s s e s v a l o r e s e s t ã o t a b e l a d o s no q u a d r o a b a i x o :

n • n • Fn ,n • Fn

15 9 3 , 551 4,600 35 97,182 2, 130


20 9 5 , 123 3,554 40 9 7 , 531 1, 882
25 9 6 , 079 2,902 45 97, 802 1, 687
30 96,720 2,456 50 98,020 1, 529

n - n u m e r o de a m o s t r a s
Fl - p r i m e i r a f r e q u ê n c i a da série
Fj^ - ú l t i m a f r e q u ê n c i a da s é r i e .

Entre duas f r e q u ê n c i a s c o n s e c u t i v a s , a d i f e r e n ç a e dada


pela e x p r e s s ã o :

Fl - Fn
A F =
n - 1

Assim: F2 = Fj - AF

F3 = F2 - etc.

No nos so. c a s o n = 39, donde

A F = 2 , 515

- 4 7 -
O r g a n i z o u - s e , a s s i m , á Tabela V I - 4 . 3. 9-1, onde t e m o s
p a r e s d e v a l o r e s •j- _ IQQ g x E s s e s dados f o r a m levados
100-F
ao papel de probabilidade de G u m b e l .

O b s e r v a - s e que a reta Y i = O, 0114 ( X i - 2 9 3 , 0 ) , da


boa aderência a o s pontos m a r c a d o s no g r a f i c o .

Pelo Gráfico VI-4.3.9-1, podemos determinar facilmen-


te a v a z á o m i l e n a r Xjooo = 890,0 m V s .

4 . 3 . 10 . - C o m p a r a ç ã o de v a l o r e s de v a z õ e s m i l e n a r e s esti-
madas p o r p r o c e s s o s probabilísticos

F o r a m o s seguintes o s resultados f o r n e c i d o s pelo e m p r e -


go de diferentes m é t o d o s de c a l c u l o de v a z ã o m a x i m a para o s r i o s
Paraíba e Guararema.

a - Método de Fuller 888 m}/s

b - Método dè Y e n T e Chow 937 mVs

c - Método de F o s t e r - H a z e n 7 5 0 a 1. 000 m ^ / s

d - Método de curva normal

de G a u s s 670 a 740 m V s

e - Método de Galton-Gibrat 1.000 tt)}/b

f - M é t o d o de Gumlíel 890 m ^ / s

V e r i f i c a - s e q u e o emprego d o m é t o d o d a c u r v a n o r m a l d e
probabilidade leva a valores b e m inferiores aos obtidos pelos demais.
T a n t o neste m é t o d o c o m o n o d e F o s t e r - H a z e n , o s p o n t o s o b s e r v a d o s
não s e a j u s t a r a m b e m à s r e t a s d e m e l h o r a d e r ê n c i a c a l c u l a d a s e m
f u n ç ã o da t á b o a da c u r v a d e f r e q u ê n c i a a s s i m é t r i c a - T i p o I I I , d e
Pearson.

Nestes d o i s m é t o d o s , o s p o n t o s s e a j u s t a r a m e m torno d e
duas r e t a s d i s t i n t a s , r a z ã o p e l a qxial a p r e s e n t a m o s d o i s r e s u l t a d o s .

Nos m é t o d o s de Galton-Gibrat e de Gumbel, o s pontos o b -


s e r v a d o s s e a j u s t a r a m m u i t o b e m à s r e t a s d e n>elhor a d e r ê n c i a .

- 4 8 -
FREQÜÊNCIA SEGUNDO GUMBEL

= 97,501
n = 39 T
= 1,932 100 - F

0 T 100
F 100-F X
n- " 100-F

1 97,500 2,500 40,000 600


2 94,986 5,014 19,944 540
3 92,471 7,529 13,282 518
4 89,956 10,044 9,956 496
5 87,441 12,559 7,962 496
6 84,926 15,074 6,634 483
7 82,411 17,589 5,685 460
8 79,896 20,104 4,974 434
9 77,381 22,619 4,421 414
10 74,866 25,134 3,979 409

11 72,351 27,649 3,617 399


12 69,836 30,164 3,315 398
13 67,321 32,679 3,060 394
14 64,806 35,194 2,841 365
15 62,291 37,709 2,652 359
16 59,776 40,224 2,486 350
17 57,261 42,739 2,340 344
18 54,746 45,254 2,210 335
19 52,231 47,769 2,093 335
20 49,716 50,289 1,989 331

Quadro VI - 4.3.9. - 1

- continua -
FREQÜÊNCIA SEGUNDO GUMBEL

- continuação -

Quadro VI - 4 . 3 . 9 . - 1

b£ P loo-P T-T35TP ^

21 47,201 52,799 1,894 326


22 44,686 55,314 1,808 323
23 42,171 57,829 1,729 320
24 39,656 60,344 1,657 319
25 37,141 62,859 1,591 311
26 34,626 65,374 1,530 304
27 32,111 67,889 1,473 296
28 29,596 70,404 1,420 284
29 27,081 72,919 1,371 278
30 24,566 75,434 1,326 265

31 22,051 77,949 1,283 248


32 19,536 80,464 1,243 246
33 17,021 82,979 1,205 242
34 14,506 85,494 1,170 221
35 11,991 88,009 1,136 210
36 9,476 90,524 1,105 192
37 6,961 93,039 1,075 185
38 4,446 95,554 1,047 181
39 1,931 98,069 1,020 173
PREVISÃO DE ENCHENTES - RIO PARAIBA, EM GUARAREMA

METODO DE GUMBEI.

f~
— r r- 1 1 1 T • 1 T—

•fOOO iOOO

500 SOO

400 4-00

SOO 300

200 200

100 fOO

Graf. VI-4.3.9-1
O s m é t o d o s de F u l l e r e de V e n T e C h o w d e r a m r e s u l t a -
d o s p r ó x i m o s .do o b t i d o p e l o m é t o d o de G u m b e l . I s t o p o d e s e r c o n s i -
d e r a d o ate c e r t o p o n t o n o r m a l , p o i s t o d o s o s t r ê s s e b a s e i a m n u m a
m e s m a t e o r i a e s t a t í s t i c a , a t e o r i a d o s e x t r e m o s de a m o s t r a s o c a s i o -
nais.

A e s c o l h a final d e xun d e t e r m i n a d o v a l o r de v a z ã o m i l e -
n a r p a r a d i m e n s i o n a m e n t o d e uma. o b r a , c a b e r a a o e n g e n h e i r o r e s -
p o n s á v e l p e l o p r o j e t o , e m f a c e da i m p o r t â n c i a da o b r a , do g r a u de
c o n f i a n ç a que ê l e d e p o s i t a na p r e c i s ã o d o s d a d o s d e v a z õ e s m á x i m a s
e p r i n c i p a l m e n t e da s u a e x p e r i ê n c i a p r o f i s s i o n a l .

P a r a c o m p l e t a r o estudo de v a z õ e s m á x i m a s , não p o d e r e -
m o s d e i x a r de citar o e x c e l e n t e trabalho intittdado V A Z Ã O M Á X I M A
D O R I O R A I N H A , e l a b o r a d o p e l a e q u i p e d e e n g e n h e i r o s da S U R S A N ,
que n o n o s s o (.entender ê u m a d a s p u b l i c a ç õ e s m a i s p e r f e i t a s q u e se
f e z n o B r a s i l , e m m a t e r i a de a p l i c a ç ã o p r a t i c a d e c a l c u l o d e v a z õ e s
de enchentes.

Nesse trabalho, para cada m é t o d o estudado, foi calctilado


o s e u e r r o p a d r ã o de e s t i m a t i v a .

e -\/ :^(X-Xi)2

onde: X - variável aleatoria

X^ - variável calculada.

O b t e v e - s e a s s i m seguinte resultado, c o m o s dados do R i o


Rainha:

Métodos Erro padrão


usados de estimativa

Galton-Gibrat 0,405
Gumbel 0,438
Slade 0,441
Souza Taveira O, 4 6 9
Foster-Hazen 0,494
Curva normal O, 536
Goodrich 0,602
Fuller 1, 139

v ê - s e n e s s e t r a b a l h o que a m e l h o r a d e r ê n c i a d a s r e t a s d e
ajuste se o b t é m t a m b é m para o s m é t o d o s de G a l t o n - G i b r a t e G u m b e l ,
e n q u a n t o que o m é t o d o d e F u l l e r e o que c o n d u z a r e s u l t a d o s mais
afastados.

- 4 9 -
Ainda para c o m p a r a ç ã o c i t a r e m o s as v a z õ e s m i l e n a r e s
c a l c u l a d a s p e l o P r o f . A l f r e d o B a n d i n i e o E n g . A d o l p h o Santos J r .
p a r a o R i o P a r a í b a , e m G u a r a r e m a , e m d o i s t r a b a l h o s de g r a n d e v a -
lor.

N o trabstlho d o E n g , A d o l p h o S a n t o s J r . , " D a s C h e i a s d o
R i o P a r a í b a " , e n c o n t r a m o s o s e g u i n t e r e s u l t a d o p a r a Santa B r a n c a -
Guararema:

Vazão milenar X j QQQ 899 m V s

Limite fiducial inferior 668 mVs

1.190 m V s

E s s e s limites f o r a m calculados c o m grau de confiança


igual a 95%,

V e r i f i c a m o s a s s i m que t o d o s o s r e s u l t a d o s o b t i d o s p o r noa
c a e m dentro d o s l i m i t e s c a l c u l a d o s pelo Eng, A d o l p h o Santos Jr.

Ò P r o f , A l f r e d o Bandini adaptou as f o r m u l a s de F u l l e r ã
b a c i a d o P a r a í b a e a alguns/) d o s s e u s a f l u e n t e s .

Para Guararema, a fórmula determinada neste trabalho e


a seguinte:

Q = 0,145 ' S^' (1,2 + 0,48 log T)

para T = 1.000 ÍPi^^oop = i. 084 mVs

A = 5.300 km2

E s s e v a l o r e p r ó x i m o d o calcxslado p e l o m é t o d o d e G a l t o n -
Gibrat e cai t a m b e m dentro dos limites fiduciais calculados pelo Eng.
Adolpho Santos Jr.

4 . 3 . 11 . - Conclusão

O s m é t o d o s p r o b a b i l í s t i c o s de p r e v i s ã o d e e n c h e n t e s até
aqui e s t u d a d o s c o n d u z e m a r e s u l t a d o s s a t i s f a t ó r i o s , c a i n d o t o d o s d e n
t r o da f a i x a d o s l i n i i t e s f i d u c i a i s c o m g r a u d e c o i i f i a n ç a 9 5 % , t o m a n d o
p o r b a s e o trabalho do E n g . Adolpho Santos J r . .

- 5 O -
Se t i v é s s e m o s t r a b a l h a d o c o m v a z õ e s méucimas d e p e q u e -
nas b a c i a s , t e r í a m o s c h e g a d o à m e s m a c o n c l u s ã o , p o r m o t i v o s ja
e x p l a n a d o s no s u b - í t e m 4 . 3 . 1 d e s t e c a p í t u l o . P o r t a n t o , p o d e m o s
a f i r m a r que o p r o b l e m a d a e s t i m a t i v a d e e n c h e n t e s m á x i m a s p a r a pe_
q u e n a s b a c i a s n ã o a p r e s e n t a d i f i c u l d a d e s no c a m p o da e s t a t í s t i c a ,
m a s s i m no da h i d r o m e t r i a , s o b r e t u d o na m e d i ç ã o e o b s e r v a ç ã o d e
v a z õ e s , c o m o foi d e s c r i t o anteriormente. P o r enquanto n ã o d i s p o -
m o s a i n d a d e n u m e r o s u f i c i e n t e de d a d o s d e v a z õ e s de e n c h e n t e s p a -
ra analizar a p r e c i s ã o d o s t r a b a l h o s de c a m p o que no n o s s o entender
d e i x a ainda m u i t o a d e s e j a r .

4 . 4 . - Processo indireto

4 . 4 . 1 . - Considerações iniciais

P a r a a estimativa de v a z õ e s de enchentes de pequenas


b a c i a s , e c o m u m entre nos adotar-se o p r o c e s s o indireto por insufi-
c i ê n c i a de d a d o s a d e q u a d o s de v a z õ e s d e c h e i a s p a r a a p l i c a ç ã o d o s
métodos probabilísticos.

E s s e m é t o d o consiste e m c o r r e l a c i o n a r as cheias e as
c h u v a s que l h e s d e r a m o r i g e m . D e u m m o d o g e r a l , p a r a r e g i õ e s d o
país e sobretudo p a r a a b a c i a . d o R i o P a r a í b a , p o d e - s e d i s p o r de d a -
d o s p l u v i o m é t r i c o s d e l o n g a d a t a . D a í a t e n d ê n c i a atual e m e s t u d a r
o b i n ô m i o c h u v a - v a z ã o para o s afluentes daquele r i o , i n s t a l a n d o - s e
limnígrafos e pluviógrafos em locais adequados, c o m o é o c a s o do
Una, I t a í m , S ã o G o n ç a l o , M o t a s e T a b o ã o , o n d e p r o c u r o u - s e c o r r e -
l a c i o n a r as chuvas ( i e t o g r a m a s ) c o m as v a z õ e s ( h i d r o g r a m a s ) .

Nas F i g u r a s V I - 4 . 4 . 1 - 1 , e n c o n t r a m - s e i e t o g r a m a s e h i -
drogramas correspondentes. Nota-se claramente a variação brusca '
de v a z õ e s (ou n í v e i s ) nos afluentes estudados e t a m b é m a o c o r r ê n c i a
de p i c o s durante a noite nas b a c i a s cujas ã r e a s não xütrapassam c e r -
c a d e 2 8 0 k m ^ , c o m o m.o c a s o dp r i o Una, e m R e m é d i o s ( 2 8 0 k m ^ ) ,
r i b e i r õ e s São G o n ç a l o , e m P e d r e i r a (123 k m 2 ) . M o t a s , e m T a m a n d a -
r é (101 k m 2 ) e T a b o ã o , e m M o n d e s i r (76 k m ^ ) .

N o r i o Una, n o p o s t o d a " F a z e n d a M o d e l o " , c o m u m a ã -


r e a d e d r e n a g e m da o r d e m de 400 k m ^ , o p i c o da e n c h e n t e e a t i n g i d o
d e m a n h ã , p o i s o t e m p o d e r e t a r d a m e n t o e da o r d e m d e 15 h o r a s .
P o r t a n t o , as c h u v a s que c a e m n e s t a b a c i a à t a r d e , p o r e x e m p l o , à s
17, O h o r a s , p r o v o c a r ã o u m a e n c h e n t e c u j o p i c o a t i n g i r a F a z e n d a Mo

- 5 1 -
Modelo p o r v o l t a d a s 8, O h o r a s d o dia s e g u i n t e .

É s t e fato m o s t r a q u e n a s b a c i a s iS^om á r e a è s u p e r i o r e s a
400 k m 2 , p e l o m e n o s n o V a l e d o P a r a í b a , a s m e d i ç õ e s d e v a z õ e s m á -
x i m a s s e r ã o m a i s s i m p l e s , c o m a p o s s i b i l i d a d e de s e r e m o s t r a b a l h o s
e x e c u t a d o s d e d i a . N a t u r a l m e n t e , h a v e r á b a c i a s c o m á r e a s da o r d e m
d e 800 a 1.000 k m ^ , o n d e o s p i c o s a t i n g e m o s p o s t o s f l u v i o m e t r i c o s
a n o i t e . M a s , de u m m o d o g e r a l , n e s s a s b a c i a s a s o s c i l a ç õ e s de n í -
v e i s e d e v a z õ e s s ã o m a i s f r a c a s , s e m a q u e l a s d i f i c u l d a d e s que já
apontamos n o s capítulos a n t e r i o r e s , isto é, as o s c i l a ç õ e s b r u s c a s de
níveis d'agua.

É p r e c i s o l e m b r a r aqui que a s v a r i a ç õ e s g r a n d e s de n í -
v e i s são t a m b e m o b s e r v a d a s nos p o s t o s f l u v i o m e t r i c o s de grandes á-
r e a s de d r e n a g e m . O c o r r e e s s e f e n ô m e n o , e m g e r a l , a jusante de
grandes quedas, c o m s e c ç ã o bastante estrangulada e m f o r m a de " c a -
n y o n " , c o m o p o r e x e m p l o , à j u s a n t e d e Sete Q u e d a s , n o R i o P a r a n á .

4 . 4 . 2 . - Os três métodos do p r o c e s s o indireto

P a r a t e r m o s xama. v i s ã o g e r a l d o p r o c e s s o i n d i r e t o d e e s t i -
mativa de v a z õ e s de enchentes, j u l g a m o s bastante oportuno t r a n s c r e -
v e r m o s u m trecho d o t r a b a l h o " V A Z Ã O M Á X I M A D O R I O R A I N H A " ,
e l a b o r a d o p e l o G r u p o d e H i d r o l o g i a da S U R S A N , s o b o r i e n t a ç ã o d o i-
l u s t r e E n g e n h e i r o U l y s s e s M á x i m o Augusto de A l c á n t a r a . Nesta l o n -
ga citação encontra-se a d e s c r i ç ã o dos três métodos do p r o c e s s o indi-
r e t o de u m a f o r m a b e m c l a r a e c o n c i s a , dispensando qualquer c o m e n -
tário.

" T r ê s são os métodos indiretos e c r e m o s podê-los assim


c l a s s i f i c a r ; o de o n t e m - o c h a m a d o m é t o d o r a c i o n a l (puro e u f e m i s -
m o ) q u e , e m b o r a haja r e c e b i d o r e c e n t e m e n t e a l g u m a s m e l h o r i a s , d e -
v e s e r m a n e j a d o c o m e x t r e m a p r e c a u ç ã o , e m f a c e da m a n e i r a inade -
quada p e l a qual afasta a s c o m p l e x i d a d e s d o p r o c e s s a m e n t o d o d e f l ú v i o ;
o de hoje - o m é t o d o do f l u v i o g r a m a unitario, b a s e a d o e m h i p ó t e s e s
n ã o v e r d a d e i r a s , m a s a c e i t á v e i s e m falta d e s o l u ç ã o m e l h o r : o de
a m a n h ã - o m é t o d o d o " i s t r e a m f l o w r o u t i n g " que a b o r d a o p r o b l e m a
teoricamente visando solucionar a equação do armazenamento, exprés
s ã o da l e i da c o n t i i á i i d a d e a p l i c a d a a o d e f l ú v i o , no s e n t i d o d e d e t e r m i -
nar a p r o p a g a ç ã o da o n d a d e c h e i a , d e f i n i n d o - l h e , e m c a d a p o n t o de
s e u t r a j e t o e e m c a d a inãtante, a f o r m a e o m o v i m e n t o .
O P R I M E I R O M É T O D O - o r a c i o n a l - e s e m duvida o m a i s u s a d o ,
m o r m e n t e e n t r e n o s , m e s t r e s na a r t e d e i m p r o v i s a r e q u e t e m o s v e r -
dadeira a v e r s ã o ao l a b o r recôndito e s i l e n c i o s o r e q u e r i d o pelo estudo
científico, m e t ó d i c o e paciente dos fenômenos h i d r o l ó g i c o s . Sem e x i -

- 5 2 -
RIBEIFEÃG SÃO GONÇALO, EM PEDREIRA

16 17 18 19 20 21 22 Z3/ 2k 1 8

-IGO

HIDROGRAMA DE ENCHENTE

I ^ -90
(tf
>
a
A'
o

-80
10

-70
A = 123,0 km^

-60

BI

u
I -50
o
•H
>
H

_40

-30

-20

-10

16 17 18 19 20 21 22 23 24 1 2 3 4
9-1-61 10-1-61
Fonte: Estudos e Anteprojeto de Regularização dos Ribeirões dos Motas
e São Gonçalo - Hidroservice - S . V o P .
Fig, VI-4.4ol-A
RIBEIRAG SÃO G O N Ç A L O , EM PEDREIRA

19 2G 21 22 23 24 • 1 2 3 4 5 6 7 8
1 1 r

HIDROGRAMA DE ENCHENTE

> -300
O

A = 123,0 km

-200

-100

19 20 21 22 23 24 1 2 3 4 5 6 7 8 9
27-2-61 — ^ 28-2-61

Fonte: Estudos e Anteprojeto de Regularização dos Ribeirões dos


Motas 6 São Gonçalo - Hidroservice - S.V.P,
Fig. VI-4.4.1-B
RIBEIRÃO DOS MOTAS , EM BAIRRO TAMANDARÊ

16 17 18 19 20 21 22 23 24 1 2 3 - 4 5 6

14 5, 16
O 1 0

HIDROGRAMA DE ENCHENTE

•2 >
6
-60

-50

A = 101,4 km

16 17 18 19 20 21 22 23 24 2 3 4
23-1-61 —• . — 24-1-61

Fonte: Estudos e Anteprojeto de Regularização dos Ribeirões


dos Motas e São Gonçalo - Hidroservice - S o V . P .
Fig. V I - 4 . 4 . 1 - C
RIBEIRAO DOS MOTAS, E M BAIRRO TAMANDARÊ

m 19 20 2f 22 2p i Z 3 f ^ f T &

— 1
tt iú Ml

1
H U iROG RAKÍ A D] ] E N C H E ! Í T E
fU


-fOO

ta /9 20 21 22 23 24 2 3 4 - 3 6 7 a
30f-6i -* -
F o n t e : Estudos e Anteprojeto de R e g u l a r i z a ç ã o dos R i b e i r õ e s d o s M o -
tas e S â o G o n ç a l o - H i d r o s e r v i c e - S . V . P . Fig. VI»4.4.1-D
RIBEIRÃO TABOÃO - HARAS MONDESIR

15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 1 2

-10 HIDROGRAMA
DE ENCHENTE

• 15

-50

A = 76,5 Icm

- 40

-30
O
.1

- 20

-10

15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 1 2 3 4 5 6
11-2-1962 ^ ^ > 12-2-1962

Fonte; Estudos e Anteprojeto de Regularização do Ribeirão Taboão -


Hidroservice - S o V o P o
Fig. VI-4.4.1-E
RIBEIRÃO TABOAO - HARAS MONDESIR

i5 16 17 18 19 20 21 22 23 24 1 2 3 4- 3 e

F o n t « : Estudos e A n t e p r o j e t o de R e g u l a r i B a ç â o do R i b e i r ã o T a b o ã o °
Hidroservice - S.V.P. ^^^^ VI-4.4.1-F
e x i g i r m e d i ç õ e s de c h u v a s e de d e s c a r g a s , o u q u a i s q u e r o u t r a s o b =
s e r v a ç õ e s q u a n t i t a t i v a s , c i f r a - s e , e m g e r a l , o m é t o d o que o s t e n t a o
e n g a n o s o n o m e de r a c i o n a l , n u m a s i m p l e s f o r m u l a , c u j a r e s o l u ç ã o
nada m a i s d e m a n d a - p e l o m e n o s a g r a n d e m a i o r i a d o s t é c n i c o s as-
s i m p e n s a - que a s u b s t i t u i ç ã o , p o r s e u s v a l o r e s n u m é r i c o s , das
g r a n d e z a s l i t e r a i s : a r e a da b a c i a , c o e f i c i e n t e d e d e f l ú v i o , c a d ê n c i a
m e d i a da p r e c i p i t a ç ã o e c o e f i c i e n t e d e d i s t r i b u i ç ã o . T o d a s a s c o m -
plexidades do p r o b l e m a são afastadas mediante h i p ó t e s e s s i m p l i f i c a -
d o r a s que p e r d e m de vista a r e a l i d a d e : a c e i t a - s e c o m o c e r t o que,
p o r m e i o de u m a f o r m u l a m a i s o u m e n o s c o m p l i c a d a , s e p o s s a de-
t e r m i n a r , c o m r e l a t i v o r i g o r , o t e m p o de c o n c e n t r a ç ã o , n e c e s s á r i o
a o c ô m p u t o da c a d ê n c i a m e d i a da p r e c i p i t a ç ã o e x i g i d a p e l o m é t o d o :
s u p õ e - s e , g e r a l m e n t e , que o c o e f i c i e n t e d e d e f l ú v i o é c o n s t a n t e e m
t o d a a b a c i a e d u r a n t e t o d a a d u r a ç ã o da c h u v a ; f e c h a - s e t o t a l m e n t e
o s o l h o s p a r a o fato c a p i t a l d o a r m a z e n a m e n t o d'agua na b a c i a : e m -
p r e g a - s e , f i n a l m e n t e u m a f o r m u l a s a b i d a m e n t e falha q u e , p a r a n o s
l i v r a r de e m b a r a ç o s , f o r n e c e u m v a l o r qualquer p a r a o c o e f i c i e n t e
d e d i s t r i b u i ç ã o , c o m o qual p e n s a m o s p o d e r t r a n s f o r m a r a c h u v a -
ponto e m c h u v a - ã r e a . Nos países adiantados, o m é t o d o racional,
s a l v o e m s e t r a t a n d o de d r e n a g e m de p e q u e n a s ã r e a s ( a e r o p o r t o s ,
galerias pluviais, ete.J, esta completamente p r o s c r i t o : nos ou -
t r o s , t o d a v i a , e m f a c e da a b s o l u t a c a r ê n c i a d e s i s t e m á t i c a s o b s e r -
v a ç õ e s h i d r o l ó g i c a s , s e r e m o s ainda p o r m u i t o t e m p o f o r ç a d o s a r e -
c o r r e r a e s s e v e l h o m é t o d o , que p o s s u i = n ã o s e p o d e n e g a r - a i n -
d i s c u t í v e l vantagem de ter s i g n i f i c a ç ã o f í s i c a r e z o a v e l m e n t e c l a r a e
que, no d i z e r de R é m é n i é r a s , "en de b o n e s m a i n s , doit donner d e s
resultats suffisants". T a l v e z não nos e n g a n e m o s p r e v e n d o para
muito breve o ressurgimento desse método sob aspecto novo, ao in-
f l u x o da m o d e r n a h i d r o l o g i a - e s t a t í s t i c a , c o m o u m s u b s t i t u t o dos
atuais m é t o d o s i n s e g u r o s e p o u c o e f i c a z e s de d e t e r m i n a ç ã o dos flu-
v i o g r a m a s unitarios s i n t é t i c o s . Os fundamentos d e s s e r e s s u r g i m e n
t o , s e g u n d o n o s p a r e c e , j ã f o r a m l a n ç a d o s , e m 1957, p o r L a r r i e u ,
ao publicar o seu m é t o d o de f l u v i o g r a m a s i n t é t i c o , no B o l e t i m da
A s s o c i a ç ã o I n t e r n a c i o n a l de H i d r o l o g i a C i e n t í f i c a , s e d i a d a e m T o -
ronto, Canada. O m é t o d o p r o p o s t o por L a r r i e u reduz a demasiada
r i g i d e z do m é t o d o r a c i o n a l , introduzindo u m fator representativo do
f l u v i o g r a m a u n i t a r i o i n s t a n t â n e o das z o n a s i s o r e ô c r o n a s ; a s s i m s e n
d o o s o m a t ó r i o que da a d e s c a r g a no i n s t a n t e c o n s i d e r a d o a p r e s e n t a
ra e m cada p a r c e l a o fator c o r r e t i v o c o r r e s p o n d e n t e . E x i g e , entre-
t a n t o , a a p l i c a ç ã o d o m é t o d o de L a r r i e u m e t i c u l o s a s o b s e r v a ç õ e s h i -
d r o l ó g i c a s e p a c i e n t e s p e s q u i s a s analíticas, o que t o r n a o seu e m p r ê
go muito dificil entre n ó s . O SEGUNDO M É T O D O - o do fluvio -
g r a m a u n i t a r i o - c u j o c o n c e i t o e d e v i d o L . K , S h e r m a n , que p r i m e i -
r o a p r e s e n t o u no " E n g i n e e r i n g N e w s - R e c o r d " d e 7 d e a b r i l d e 1932,
j a tinha o s s e u s f u n d a m e n t o s f i r m a d o s d e s d e 1929 p o r J , A . F o l s e ,
Qualquer h i d r o g r a m a de u m p e r í o d o de cheia pode s e r c o n s i d e r a d o
c o m o u m a s o m a de d o i s h i d r o g r a m a s : u m , r e f e r e n t e a o d e f l ú v i o b á -
s i c o , p r o d u z i d o p e l a i n f i l t r a ç ã o e f l u e n t e , na c a l h a f l u v i a l , d e a g u a s
subterrâneas; outro, relativo ao deflúvio direto, m e l h o r chamado

- 5 3 -
d e f l ú v i o i m e d i a t o , f o r m a d o p e l a s á g u a s que s e e s c o a m p e l a s u p e r f i -
c i e d o t e r r e n o e p o r s u b s t a n c i a l p o r ç ã o d a s que s e e s c o a m s u b - s u -
perficialmente, alcançando o rio e m tempo relativamente curto a
c o n t a r da c h u v a que l h e s d e u o r i g e m . É c l a r o que a s f l u t u a ç õ e s de
v a z ã o que p o d e m o c o r r e r d e v i d o ao deflúvio b á s i c o s ã o m u i t o m e n o s
i m p o r t a n t e s , e m o r d e m de g r a n d e z a , d o q u e a s c a u s a d a s p e l o d e f l ú -
vio direto e, a l e m d i s s o , e s s a s flutuações o b e d e c e m , c o n f o r m e a
sua o r i g e m , - b á s i c a o u d i r e t a - a s l e i s c o m p l e t a m e n t e d i f e r e n t e s .
Ê a s s i m , l ó g i c o e s t u d a r sep>aradamente ©s d o i s f l u v i o g r a m a s p a r c i -
a i s : o f l u v i o g r a m a d o d e f l ú v i o b á s i c o e o fluviogratma d o d e f l ú v i o d i -
reto, referindo-se ao ultimo, exclusivamente, a teoria do fluviogra-
m a unitario. Essa teoria se baseia nos três principios seguintes:
1 ) - p r i n c i p i o da c o n s t â n c i a , d o t e m p o - b a s e : p a r a xuna dada b a c i a c o n
t r i b u i n t e , a d u r a ç ã o do d e f l ú v i o d i r e t o ê a m e s m a p a r a t o d a c h u v a ,
u n i f o r m e m e n t e d i s t r i b u i d a e d e i n t e n s i d a d e c o n s t a n t e , de i g u a l d u r a -
ç ã o , q u a l q u e r que s e j a o s e u v o l u m e t o t a l e s c o a d o s o b f o r m a d e d e -
lluvio direto; 2 ) = p r i n c i p i o da p r o p o r c i o n a l i d a d e d a s d e s c a r g a s : p a -
r a u m a dada b a c i a c o n t r i b u i n t e , s e d u a s c h u v a s d e i g u a l d u r a ç ã o , a m
b a s u n i f o r m e m e n t e d i s t r i b u i d a s e de i n t e n s i d a d e c o n s t a n t e , p r o d u z e m
deflúvios d i r e t o s totais d i f e r e n t e s , então a d e s c a r g a d e s s e s deflúvi-
o s n o m e s m o t e m p o t q u a l q u e r , a p o s o i n i c i o d a s duas p r e c i p i t a ç õ e s
e s t ã o e n t r e s i na m e s m a p r o p o r ç ã o que o s r e s p e c t i v o s d e f l ú v i o s : d i -
retos totais; 3 ) - p r i n c i p i o da i n d e p e n d ê n c i a d o s d e f l ú v i o s s i m u l t á n e
o s d e c h u v a s d i v e r s a s : o t e m p o d e e s c o a m e n t o d o d e f l ú v i o d i r e t o de
m n a dada c h u v a i n d e p e n d e d o d e f l ú v i o d i r e t o , que a c a s o e s t e j a s i m u l
t a n e a m e n t e o c o r s e n d q , de c h u v a a n t e r i o r . Todos esses principios
s ã o e m p í r i c o s e p o d e - s e p r o v a r que n e n h u m d e l e s ê m a t e m a t i c a m e n -
te c e r t o , m a s f e l i z m e n t e , c o m o d i z e m J o h n s t o n e e C r o s s , a N a t u r e -
z a n ã o e s t a p r e v e n i d a d i s s o e , a s s i m s e n d o , c o n t i n u a de p e a t e o r i a
do f l u v i o g r a m a unitario, que v e m a s e r o f l u v i o g r a m a de uma unida-
d e de v o l u m e de d e f l ú v i o d i r e t o p r o d u z i d o p o r u m a c h u v a de d u r a ç ã o
unitaria, u n i f o r m e m e n t e distribuida s o b r e a b a c i a e de intensidade
c o n s t a n t e . A urtidade de v o l u m e e i n v a r i a v e l m e n t e t o m a d a c o m o s e n
d o o v o l u m e c o r r e s p o n d e n t e a u m a p r o f u n d i d a d e d'agua u n i t á r i a (1 cm>
o u i m m ) s o b r e a p r o j e ç ã o h o r i z o n t a l da á r e a da b a c i a ; a u n i d a d e de
d u r a ç ã o da c h u v a d e p e n d e d o t a m a n h o da b a c i a c o n t r i b u i n t e , do t i p o
d e r e g i s t r o p l u v i o m e t r i c o d i s p o n í v e l e da d e s e j a d a p r e c i s ã o d o e s t u -
d o . D e v e - s e s e m p r e , ao se r e f e r i r a u m fluviograma unitario, m e n
c i o n a r as duas unidades; a altura de deflúvio fvolume do deflúvio) e
& d u r a ç ã o da c h u v a ; a s s i m d i r e m o s , p o r e x e m p l o , f l u v i o g r a m a u n i -
t a r i o de 1 m m d e a l t u r a d e d e f l ú v i o p a r a c h u v a s de 10 m i n u t o s . De
r e g r a , p o r e m , t o m a - s e p a r a e s c a l a das o r d e n a d a s do f l u v i o g r a m a
unitário não o m ^ / s e g , ou outra s i m i l a r unidade, m a s a p e r c e n t a -
g e m d o d e f l ú v i o t o t a l que o c o r r e e m s u c e s s i v o s e c u r t o s i n t e r v a l o s
d e t e m p o , f o r m a n d o - s e o g r á f i c o de d i s t r i b u i ç ã o d e B e r n a r d , e m
l o r m a de d e g r a u s ( h i s t o g r a m a ) , p o i s a s o r d e n a d a s , a o i n v é s de d e s
c a r g a s i n s t a n t â n e a s , r e p r e s e n t a m o v o l u m e p e r c e n t u a l que s e e s c o a
em c a d a i n c r e m e n t o d o t e m p o . C o n t i n u a - s e , p o r t r a d i ç ã o , a f a l a r

» 5 4 -
e m f l u v i o g r a m a u n i t i í r i o d e S h e r m a n , m a s , na r e a l i d a d e , s ó s e u s a ,
na p r á t i c a , o d i a g ' í a m a u n i t á r i o d e B e r n a r d . O T E R C E I R O M É T O -
D O -• o d o " s t ç . e a m f l o w ro.uting" - p a r t e de u m a f o r m u l a s i m p l i f i c a -
d a da e q u a ç ã o d o a r m a z e n a m e n t o , p o i s c o m e ç a p o r a d m i t i r que a s m ¿
dias a r i t m é t i c a s das p r e c i p i t a ç õ e s ' e d o s d e f l ú v i o s , no i n i c i o e no f i m
de u m c u r t o p e r í o d o de t e m p p ( p e r í o d o de " r o u t i n g " ) e igual, irespecti
v ã m e n t e , a o v a l o r m e d i o da p r e c i p i t a ç ã o e d o d e f l ú v i o d u r a n t e o r e f e -
rido p e r í o d o . Usando o s uidices 1 e 2 para r e p r e s e n t a r o c o m e ç o
e o fim do p e r í o d o de "routing", p o d e - s e e s c r e v e r :

II + I2 Ol + Og

(3.1)
onde I designa a intensidade p l u v i o m e t r i c a da . p r e c i p i t a ç ã o . e x c e d e n -
tária, O a d e s c a r g a (deflúvio p o r unidade de t e m p o ) d o r i o no e x u l -
torio considerado, S o v o l u m e t e m p o r a r i a m e n t e a r m a z e n a d o na b a -
cia contribuinte e ¿ ^ t a d u r a ç ã o do p e r í o d o de " r o u t i n g " . A h i p ó t e s e
de que:

h + h - Ql ^ Q2
s = I e ^ ' * O

i m p l i c a e m admitir que p l u v i o g r a m a e f l u v i o g r a m a s ã o linhas q u e b r a -


das cujos segmentos retilineos unem o s pontos de ordenadas c o r r e s -
pondentes aos e x t r e m o s d o s p e r í o d o s de " r o u t i n g " e m que f o r a m d i v i -
didas as b a s e s daqueles h i d r o g r a m a s . A s s i m sendo, a c o n d i ç ã o i m -
p o s t a a o p e r í o d o d e " r o u t i n g " e que e l e s e j a s u f i c i e n t e m e n t e c u r t o pa
r a que as h i p ó t e s e s a c i m a p o s s a m s e r a c e i t a s s e m dar c a u s a a e r r o
s e n s í v e l , i s t o e , que a s c u r v a s d o p l u v i o g r a m a e c o r r e s p o n d e n t e f l u -
v i o g r a m a p o s s a m ser substituidas, s e m grande d i s c r e p â n c i a , por l i -
nhas quebradas cujos v é r t i c e s p r o j e t a d o s s o b r e o e i x o d o s x , d e t e r -
mineun p e q u e n o s s e g m e n t o s i g u a i s , d e e x t e n s ã o i d ê n t i c a a o p e r í o d o d e
"routing". A d m i t e - s e q u e , na e q u a ç ã o ( 3 . 1 ) d o a r m a z e n a m e n t o ,
II, I2, 0 | e Sj^ s ã o c o n h e c i d o s e q u e O2 e S2 d e v e m s e r d e t e r m i n a d o s .
C o m o ha duas i n c ó g n i t a s t o r n a - s e n e c e s s á r i o , p a r a s o l u ç ã o d o p r o b l e -
m a , u m a s e g u n d a r e l a ç ã o e n t r e arm8i[zenamento e d e f l ú v i o . A g r a n d e
d i f i c u l d a d e d o m é t o d o r e s i d e na d e t e r m i n a ç ã o d e s s a s e g u n d a e q u a ç ã o ,
v a r i á v e l e m sua f o r m a de u m a b a c i a p a r a outra, não havendo r e g r a
f i x a p a r a sua p e s q u i s a , e m b o r a , c o m o e o b v i o , e s s a s e m p r e c o m e c e
pela e x p e r i m e n t a ç ã o de f u n ç õ e s ja o b t i d a s : e m b a c i a s a n t e r i o r m e n t e
e s t u d a d a s . D e f r o n t a - s e a q u i c o m o m e s m o p r o b l e m a a n a l í t i c o que s e
a p r e s e n t a no m é t o d o de L a r r i e u quando s e t e m de p r o c u r a r a função
representativa do f l u v i o g r a m a unitario instantâneo das á r e a s i s o r e ô -
cronas elementares. A s nossas pesquisas para a determinação d e s -
sa segunda r e l a ç ã o entre armazenéunento e deflúvio, no c a s o do rio
Rainha, f o r a m exaustivas e d e v e m o s c o n f e s s a r que a s o l u ç ã o e n c o n -
trada, e m b o r a aparentemente animadora pelo regular ajustamento dos

- 5 5 -
pontos pk>tado6, nao conduski, Wà. extrapxalaçao, 2U>s resultados pre-
vistos à luz dos demais métodos empregados".

4 . 4 . 3 . Método racional

A f o r m t d a ma&s g e r a l p a r a o calcxilp d e v a z õ e s d e c h e i a s
d e urna h a c i a h i d r o g r á f i c a , p e l o m é t o d o r e c i o n a l e a s e g u i n t e :

Q = C i A

A s s i m , a vazao e c a l c u l a d a e m f u n ç ã o d o c o e f i c i e n t e d e
e s e ó a m e n t o superficial ( C ) , a r e a | A ) da hacia contribuinte e a inten-
s i d a d e ( i ) d e imia c h u v a c u j a d u r a ç ã o s e j a i g u a l a o t e m p o d e c o n c e n -
t r a ç ã o da b a c i a .

Esta última c o n d i ç ã o é importante para que toda a a r e a


d« d r e n a g e m esteja contribuindo para a s e c ç ã o do posto f l u v i o m é t r i -
co c o n s i d e r a d o ,

Muitos estudiosos j ã e s t a b e l e c e r a m a s formulas para o


c a l c u l o da i n t e n s i d a d e d e c h u v a s e m f u n ç ã o d e d u r a ç ã o e p e r i o d o d e
retorno para muitas cidades do Brasil,

P a r a a cidade de São Paulo, c o m o e x e m p l o p o d e m o s c i -


tar a seguinte e x p r e s s ã o :

3462,7
i X . . m m / h , de autoria do
.1, 0 2
+ 22r Eng. Paulo Wilken.

P a r a a cidade de Curitiba:

.99,154
i » . . . . . . m m / m i n . , de autoria
1,15
it + 26) do Prof, Parigot de
Souza.

P a r a a Guanabara, c o m chuvas de Jardim Botânico, o s


engenheiros Ulysses M . A , de Alcântara e Aguinaldo Rocha L i m a ,
d o D e p a r t a m e n t o d s E s g o t o s S a n i t á r i o s d o E s t a d o d a Guanabara,, d e -
t e r m i n a r a m a seguinte formula:

= • 5 6 -
1239 T ° - " .

Nessas três fórmulas

i . . . . . . . . . . intensidade de chuva e m m m / h ou
mm/min,

T p e r í o d o de r e t o r n o e m a n o s

t ......... d u r a ç ã o de chuva, que p a r a a p l i c a ç ã o


d e s s a s f o r m u l a s na p r e v i s ã o d e en-
chentes m á x i m a s pelo m é t o d o r a c i o -
nal d e v e s e r i g u a l a o t e m p o d e c o n c e n
tração.

Cabe notar que p a r a a p l i c a ç ã o d o m é t o d o r a c i o n a l julga -


m o s de grande importância a publicação " A s Chuvas Intensas no B r a -
s i l " , d e a u t o r i a d o E n g . Otto P f a f s t e t t e r , na qual e n c o n t r a m - s e c a l -
c u l a d a s c h u v a s i n t e n s a s p a r a v á r i o s p o n t o s ,^do p a í s .

O t e m p o de c o n c e n t r a ç ã o pode s e r c a l c u l a d o c o m r a z o á v e l
p r e c i s ã o pela f ó r m u l a de G e o r g e R i b e i r o :

16 L
^ U, 05 - o, 2 p ) UOO s ) " .

onde, t = t e m p o de c o n c e n t r a ç ã o e m m i n u t o s
LI = d e s e n v o l v i m e n t o do talvegue e m k m
s = declividade media do talvegue e m m/m
p = relação entre a area coberta de vegetação e a area
t o t a l da b a c i a .

P a r a d e t e r m i n a r o vzilor d o c o e f i c i e n t e d e e s c o a m e n t o s u -
perficial varios estudiosos procuraram estabelecer fórmulas e m fun-
ç ã o da d u r a ç ã o e i n t e n s i d a d e d a s c h u v a s , t e m p e r a t u r a m e d i a a n u a l ,
p o r c e n t a g e m d e i m p e r m e a b i l i z a ç ã o e f o r m a da b a c i a .

H o r n e r a p r e s e n t a imia t a b e l a c o m o s v a l o r e s d o c o e f i c i e n t e
d e e s c o a m e n t o s u p e r f i c i a l e m f u n ç ã o da d u r a ç ã o d e c h u v a s , f o r m a da
b a c i a e p o r c e n t a g e m de i m p e r m e a b i l i z a ç ã o . E s t a b e l e c e u ainda a s e -
guinte e x p r e s s ã o :

C = O, 364 l o g t -I- O, 0042 p - 0 , 1 4 5

onde, p = p o r c e n t a g e m de i m p e r m e a b i l i z a ç ã o
t = t e m p o de duração das chuvas e m minuto

- 5 7 -
F a n t o l i e l a b o r o u u m a b a c o q u e dá Ç e m f u n ç ã o d o p r o d u
t o da i n t e n s i d a d e de c h u v a e s u a d u r a ç ã o e u m c o e f i c i e n t e d e i m p e r -
m e a b i l i d a d e da b a c i a que é a r e l a ç ã o e n t r e a á r e a i m p e r m e á v e l e a
permeável.

E s s e m é t o d o , e m b o r a c h a m a d o d e " r a c i o n a l " , n o s pare<^


c e pouco racionai, pois os hidrólogos são obrigados a adotar certas
g r a n d e z a s "a p r i o r i " o q u e d e p e n d e m u i t o d e c r i t é r i o p e s s o a l .

N o c a s o d o s a f l u e n t e s d o r i o Paraíl>a, j u l g a m o s m a i s
conveniente fixar o s v a l o r e s do coeficiente de deflúvio ou e s c o a m e n -
to superficial, analizando o s dados dos r i o s ja estudados e semelhan
tes do ponto de v i s t a f l u v i o - m o r f o l o g i c o s .

No n o s s o entender este m é t o d o s o deve s e r adotado em


casos excepcionais.

4 . 4 . 4 , - Hidrogrztma unitario

A a p l i c a ç ã o d e s s e m é t o d o e bastante trabalhoso; Porém,


para uma b a c i a h i d r o g r á f i c a onde exista alguns dados l i m n í g r a f i e o s
e p l u v i o g r a f i c o s é ainda o m e l h o r que d i s p o m o s no m o m e n t o .

Não se pode contar c o m uma chuva isolada caindo unifor-


m e m e n t e distribuida s o b r e a bacia c o m intensidade constante, como
seria ideal. A l é m disto e dificil determinar o hidrograma do d e f l ú -
vio direto separando do deflúvio b á s i c o ou vazão b á s i c a , porquanto a
v a r i a ç ã o do deflúvio b á s i c o durante a enchente e praticamente d e s c o -
n h e c i d a . N a r e a l i d a d e , m e s m o o i n s t a n t e e m que c e s s a o e s c o a m e n -
t o s u p e r f i c i a l e d i f i c i l f i x a r n o s h i d r o g r a m a s . P o r t a n t o , na p r a t i c a
adotam-se certas simplificações para contornar o problema.

P o r é m , o mais grave inconveniente deste m é t o d o é deter


m i n a r a chuva excedente que é a chuva efetiva e m e x c e s s o s o b r e a
c a p a c i d a d e d e i n f i l t r a ç ã o e r e t e n ç ã o no s o l o . A s s i m , a r i g o r d e v e -
m o s c o n h e c e r a capacida.de da i n f i l t r a ç ã o n o s o l o c u j a e q u a ç ã o e a
seguinte;

^t = ^c + K -

onde, f^ = c a p a c i d a d e d e i n f i l t r a ç ã o no i n s t a n t e t

f^ = capacidade de infiltração final

- 5 8 -
f = capacidade de infiltração para t = o
o
k s constante

t =t tennpo d e c o r r i d o de p r e c i p i t a ç ã o .

A determinação dos parâmetros dessa equação se faz


e m f u n ç ã o de p l u v i o g r a m a s e f l u v i o g r a m a s c o r r e s p o n d e n t e s , e , e m
geral, e bastante trabalhoso,

Existem, fórmulas praticas para o c a l c u l o das v a z õ e s


m á x i m a s b a s e a d a s na t e o r i a d o h i d r o g r a m a u n i t a r i o q u e a s e g u i r
exporemos,

Snyder estabeleceu um c e r t o n ú m e r o de f ó r m u l a s para


a s b a c i a s da r e g i ã o d o s A p a l a c h e s , n o s E s t a d o s U n i d o s , q u e vi-
s a m d e t e r m i n a r a v a z ã o de p i c o , o t e m p o b á s i c o e o t e m p o de r e -
t a r d a m e n t o o u d e f a z a g e m ( i n t e r v a l o d e t e m p o que s e p a r a o c e n t r o
de gravidade do i e t o g r a m a e o p i c o do f l u v i o g r a m a ) ,

tp = 1, 38 ( L h)^' ^

ende, tp = t e m p o de r e t a r d a m e n t o e m h o r a s

= c o n s t a n t e que d e p e n d e d a s u n i d a d e s e s e o »
I l i d a s e das c o n d i ç õ e s f l u v i o - m o r f o l o g i c a s
d a b a c i a , Na r e g i ã o d e A p a l a c h e s v a r i a eg.
t r e 1,8 a 2 , 2 .

L = c o m p r i m e n t o e m quilômetro do c u r s o d'ã -
gua p r i n c i p a l , do p o s t o f l u v i o m é t r i c o à l i -
nha d o d i v i s o r d e a g u a s .

L = distância e m quilômetro ao longo do c u r s o


principal, do posto fluviométrico ao centro
d e g r a v i d a d e da b a c i a .

P a r a o t e m p o de d u r a ç ã o das chuvas unitárias s u g e r e a


seguinte f o r m u l a :

tç = — 5 5 ~ ' ®™ h o r a s .

O v a l o r da v a z ã o d e p i c o d o h i d r o g r a m a u n i t á r i o p a r a u -
m a c h u v a u n i t á r i a que p r o v o c a u m e s c o a m e n t o s u p e r f i c i a l d e u m A p j g i ^
l e g a d a e dada p e l a e x p r e s s ã o :

- 5 9
onde, q = vaxao de p i c o e m m e t r o s c ú b i c o s p o r s e g u n -
do

A = á r e a da b a c i a e m q u i l ô m e t r o s quadrados

C p SC c o e f i c i e n t e que v a r i a d e O, 56 a O, 69

P r o c u r a m o s e s t a b e l e c e r algimias formulas semelhantes


às do Snyder, válidas para as b a c i a s dos aEuentes do P a r a í b a . E m -
b o r a o s d a d o s d i s p o n í v e i s s e j a m ainda i n s u f i c i e n t e s p a r a f a z e r um
estudo m a i s aprofundado, p o d e m o s calcular g r o s s e i r a m e n t e o c o e f i -
c i e n t e d o t e m p o de r e t a r d a m e n t o . Vér Figuras VI-4.4-1,

Segundo r e l a t ó r i o da H i d r o s e r v i c e , t e m o s p a r a o R i b e i r ã o
dos Motas, e m B a i r r o do Tamandaré, adotando-se o s m e s m o s s í m b o -
l o s das fórmulas do Snyder:

30 km 15 km

T e m p o de
Data Chuva m e d i a
defazagem
(mm)
(minutos)

9-10/1/61 27,3 260


23-24/1/61 11, 9 300
30-31/1/61 36, 1 300
21-22/2/61 10,6 170
22-23/2/61 53,8 320

P a r a R i b e i r ã o T a b o ã o , eni HARAS MONDESIR:

L 30 k m L = 15 km

T e m p o de
Data Chuva m e d i a defazagem
1962 (mm) (minutos)

1 5- 16/1 71,3 230


2-3/2 33,7 210
11-12/2 39.0 205
16-17/2 28, 5 200
2-3/3 27,1 215
12-13/3 36.2 205

- 6 0
o t e m p o m e d i o de d e f a z a g e m p a r a R i b e i r a o d o s M o t a s s e

ra:

TP = 4,5 horas

e para Taboão:
tp = 3, 5 horas

P o d e m o s e n t ã o c a l c u l a r a c o n s t a n t e da f ó r m u l a d o t e m p o
de r e t a r d a m e n t o de S n y d e r :

1.38 t
C. = 2_

para Motas = 0,82

para Taboão = 0,83

são resultados praticamente iguais e b e m inferiores aos


a d o t a d o s p a r a a r e g i ã o d o s A p a l a c h e s , o n d e v a r i a d e 1, 8 a 2 , 2 .

P a r a o Una, t e m o s o s s e g u i n t e s r e s u l t a d o s :

Data T e m p o de r e t a r d a m e n t o

1 /12/60 9,0 horas


1 9/1 2 / 6 0 8, O
3 / 1/61 8,0
5/1/61 7,0
2 7 / 2/61 6, 3
1 2 / 3/61 6, O
1 4 / 3/61 6, 3
2 7 / 3/61 6, 3

O R i o Una, e m R e m é d i o s , a p r e s e n t a o s s e g u i n t e s d a d o s :

L = 35,0 km

L = 7, 5 km

A = 280,0 km^

- 6 1 -

Ui:^.::-.^-^-^^'^-^^
Média d o s t e m p o s de retardamento:

M e d i a total. * 7 h o r a s e 13 m i -
nutos

M e d i a d o s m e s e s de j a n . f e v .
e marca = 6 h o r a s e 50 m i -
nutos

M é d i a d o s m e s e s de f e v . e m a r . = 6 h o r a s e 22 m i -
nutos.

O d e c r é s c i m o que s e nota d é 9 , O h o r a s a 6, O n o f i m d e
f e v e r e i r o e explicado pela saturação do s o l o devido as p r e c i p i t a ç õ e s
intensas de janeiro # f e v e r e i r o .

C o m a m é d i a |?dos t e m p o s d e r e t a r d a m e n t o o b s e r v a d o s ,
tem-se:
Ct X - i,3a X 7.25^ ^ . 1,88
Í35.0 X 7, 5)°'3

Este v a l o r c a i dentro' do limite fixado p o r Snyder para


Apa.laçhes.

1. 8 < C^ < 2, 2

N ã o p o d e m o s ainda t i r a r c o n c l u s õ e s o u f i x a r c o e f i c i e n t e s
definitivos p á r a e s s e s r i o s , p o i s o n u m e r o de dados e i n s u f i c i e n t e .

Ha n e c e s s i d a d e de s e e f e t u a r t r a b a l h o s h i d r o r n é t r i c o S m a -
is intensos n e s s e s e S k o m t r o s ^ios, afim de tornar p o s s í v e l o estabeleci-
m e n t o de algtmias f o r m u l a s praticas c a p a z e s de dar resultados satisfa
t o r i o s , p e l o megi^os:: p a r a e s t u d o s p r e v i o s d e p r e v i s ã o d e e n c h e n t e s
nas pequenas b a c i a s h i d r o g r á f i c a s .

C r e m o s q u e ainda p o r m u i t o t e m p o o m é t o d o d o h i d r o g r a -
m a unitario, e m b o r a trabalhoso, sera a n o s s a a r m a para r e s o l v e r as
d i f i c u l d a d e s da e s t i m a t i v a d e v a z õ e s m á x i m a s .

4 . 4 . 5 . - O "Streamflow Routing"

6 2 -
4 . 4 . 5 . - O "Streamflow Routing"

4 . 4 . 5 . 1 . - Método gráfico

____ "**

Este método b a s e i a - s e na equação do armazenamento ou


equação do amortecimento de ^ n d a s de c" "heôte,

A solução dessa equação foi v i s t a anteriormente na ei-


taçao do item 4 . 4 . 2 deste capitulo, em linhas g e r a i s .

Os poucos conhecimentos dos f a t o r e s que influem nas


condições de armazenamento nas bacias contribuintes impede ainda
a utilização frequente deste método. A fim de contornar as dificul-
dades existentes p r o p o r e m o s a seguir um método p a r a d e t e r m i n a r
graficamente "curvas c a r a c t e r í s t i c a s " que r e p r e s e n t a m as l e i s de
armazenamento em função de dados de chuvas e do deflúvio c o r r e s -
pondente. D e s c r e v e r e m o s também, a determinação grafica de v a -
zoes m á x i m a s em função dessas "curvas c a r a c t e r í s t i c a s " e dos da
dos pluviograficos, c o m b a s e nas seguintes c o n s i d e r a ç õ e s :

A equação do armazenamento e;

1 2
At- 2 At = s - s = A s
2 1

onde, I = intensidade da chuva excedente

O = vazão do r i o na secção considerada

S = volume t e m p o r a r i a m e n t e armazenado na bacia

t - tempo

- Vamos a s s i m i l a r ou substituir o volume t e m p o r a r i a m e n t e a r -


mazenado na bacia contribuinte por um volume retido num
" r e s e r v a t ó r i o único" que apresente " c a r a c t e r i s t i c a s de a r -
mazenamento" igual ao efeito de toda a bacia contribuinte.

- Substituir I (chuva excedente) por Q , vazão que entra e no


" r e s e r v a t ó r i o único".

- Substituir O (vazão do r i o na secção considerada) por Q , s

vazão que sai do " r e s e r v a t ó r i o único" a t r a v é s de um "extra


v a s o r imaginario".
Nota: A s e x p r e s s õ e s , "reservatório único", "características
de armazenamento" e "extravasor imaginario", estão
e n t r e a s p a s , p o i s s ã o termos u s a d o s s o m e n t e n e s t e
trabalho.

Com essas considerações podemos iniciar a solu


ç i o grafica.

No Grafico VI=-4.4.5'=1 conhecemos:

- Qg » f (t) d a d o p e l o l i m n í g r a f o da s e c ç ã o e m e s t u d o ( d e f l ú v i o
direto)

- Qg * f (t) d a d o p e l o s p l u v i ó g r a f o s i n s t a l a d o s na b a c i a c o n t r i -
buinte ( c h u v a s e x c e d e n t e ) , i

- Q e A * calculado e m função d e A * adotado a p r i o r i (é uma


reta.

O problema consiste c m determinar "curvas c a -


r a c t e r í s t i c a s da b a c i a " , p a r a c a d a p a r d e c u r v a s Qg = f (t) e Qg =
í (t). Essas curvas características traduzirão todos o s efeitos a m o r -
t e c e d o r e s da b a c i a c o n t r i b u i n t e , e p i f o r m a d e u m " r e s e r v a t ó r i o ú n i c o " .

P o d e r í a m o s t r a ç a r e s s a s curvas para o s pares de


v a l o r e s Q ^ , Q^ de d e z e m b r o , j a n e i r o , f e v e r e i r o e m a r ç o , e t c . para
cada m ê s do t e m p o das chuvas, p o i s a s c o n d i ç õ e s de r e t e n ç ã o e e s c o a -
mento das á r e a s drenantes s ã o diferentes e m função das p r e c i p i t a ç õ e s ,
v e g e t a ç õ e s e tantos o u t r o s f a t o r e s .

Assim, podemos traçar "curvas características"


m e d i a s da b a c i a " , para cada m ê s .

E m função d e s s a s "curvas c a r a c t e r í s t i c a s ' m e d i a s


da b a c i a " e d o s pluviogramas ja levantados, p o d e - s e estimar o s deflú-
v i o s d i r e t o s p o r a c a s o d e s c o n h e c i d o s p o r falta d e d a d o s iimnígrafá«cís.

C o m as v a z õ e s a s s i m determinadas p o d e r - s e - ã e s
t i m a r v a z õ e s de enchente ã l u z de qualquer d o s m é t o d o s p r o b a b i l í s t i c o s
ja conhecidos.

P o d e r - s e - ã também, fazer uma analise estatística


das " c u r v a s c a r a c t e r í s t i c a s das b a c i a s " , i s t o é, e x t r a p o l a n d o - a s p a r a
a s v a z õ e s d e Q ^ e Qg m a i o r e s q u e a s o b s e r v a d a s . U m a v e z p r e p a r a
d o e s s e g r a f i c o e s t i m a - s e o i e t o g r a m a d e u m a c h u v a m á x i m a . E m fun~
ç ã o d e s s e i e t o g r a m a d e t e r m i n a - s e a c u r v a Qg = f (t) ^que s e r ã l a n ç a d a
n o g r á f i c o j á p r e p a r a d o . A d e t e r m i n a ç ã o da v a z ã o m á x i m a s e g u i r a o
m e s m o p r o c e s s o grafico do p r o b l e m a do a m o r t e c i m e n t o de uma onda de
enchente p o r u m r e s e r v a t ó r i o de acumxilação.

^ 6 4 -
DETERMINAÇÃO DA "CURVA CARACTERÍSTICA DA BACIA"

auryct
carae i¡»r/a^ic,
da haaia.

" D e t e r m i n a ç ã o do ponto B a partir do ponto A» s o b r e curva


Qg e A s o b r e a c u r v a c a r a c t e r í s t i c a .

- São c o n h e c i d o s Q e = f (t) e Qg = f (t) e At (fixo).

- Seguindo a n u m e r a ç ã o das setas, p o d e r á determinar fácilmente


o p o n t o B q u e d e v e e s t a r s o b r e a c u r v a c a r a c t e r í s t i c a procura^,
da.

Graf, V I - 4 . 4 . 5 - 1
•V

E s s e método apresenta inconvenientes análogos ao do


h i d r o g r a m a unitário, pois defronta-se c o m o p r o b l e m a de determina^
ç ã o da c h u v a e x c e d e n t e e d e f l ú v i o d i r e t o .

O método proposto adapta-se b e m para determinar a


c u r v a d e a s c e n s ã o d o h i d r o g r a m a , ate a t i n g i u o p i c o . A s s i m , j u l g a -
m o s que para a estimativa do p i c o de enchentes e s t e m é t o d o p o d e r á
s e r bastante útil a p ó s u m estudo m a i s a c u r a d o que o feito até a q u i .

4 . 4 . 5 . 2 . - Exemplo de aplicação do m é t o d o gráfico

Para compreender melhor este método faremos uma


aplicação pratica, c o m o s dados do r i o Rainha.

Da p á g i n a 123 d e V A Z A O M Á X I M A D O R I O R A I N H A ,
d e a u t o r i a d o Eng^ U l y s s e s M á x i m o A u g u s t o d e A l c â n t a r a , t e n a o s :

a- Chuva d o d i a 2 2 - 1 - 1 9 6 2 na b a c i a d o R i o R a i n h a , à m o n t a n -
te d a U n i v e r s i d a d e C a t ó l i c a ( G u a n a b a r a ) , q u e a p r e s e n t a se^
guintes c a r a c t e r í s t i c a s :

- á r e a da b a c i a , 260 h e c t a r e s
- índice de c o n f o r m a ç ã o . O, 33
- índice de c o m p a c i d a d e 1, 29
- densidade de d r e n a g e m . 2 , 27 k m / k m ^
- declividade equivalente constante = 18%
- d e c l i v i d a d e m é d i a d o s t e r r e n o s da bacia = 46%

b - Características da c h u v a e d e f l ú v i o d i r e t o :

- altura da c h u v a . 3 9 , 5 nam
- d u r a ç ã o da c h u v a 80 m i n u t o s

T r a n s c r e v e m o s apenas o s dados relativos as chuvas


eatb«d#¿t»s e deflúvios d i r e t o s , que s e r ã o utilizados a o m é t o d o
grafico.

- 6 5 -
m Período Chuva e x c e d e n t e Deflúvio direto
por períçdo por período
nmi m^ • m3. '

X 19h20m às 19h30m 1,05 2.726 : 491


2 30 40 1.54 4,009 1.429
3 40 50 0,51 1.336 1.807
4 50 60 0, 3 1 802 1,563
5 20h OOm à s 20h 10 m 0, 29 748 1 . 140
6 10 20 0.12 321 T72
7 20 30 0,10 267 613
8 30 40 0,14 348 504
9 40 50 es»
411
10 50 60 352
11 21h OOm à s 2 1 h l 0 m 298

N o e s t u d o d o Ri© R a i n h a f o i f i x a d o c o m o f i m d o e s c o a -
mento direto 23 h o r a s e 4 0 m i n u t o s .

P a r a o p r o c e s s o g r a f i c o basta i r até 21 h o r a s e I o m i -
nutos apenas c o m o e x e r c í c i o .

. .V A c u r v a de r e c e s s ã o p a r a v a l o r e s b a i x o s d e vaaão po -
dera também ser determinada por analogia c o m outros hidrogramas,
c o m boa precisão.

Para a aplicação grafica transformemos e m vazão as


chuvas excedentes p o r p e r í o d o e deflúvio direto p o r p e r í o d o .

S e n d o o p e r í o d o e s c o l h i d o d e ¿ ^ t - 10 m i n u t o s = 600 s e -
g u n d o s , é s u f i c i e n t e d i v i d i r o s v a l o r e s e m ( n i 3 ) p o r 600 p a r a t e r m o s
a vazão em m 3 / s .

-segue quadro-

6 6
Qe Qs

Chuva e x c e d e n t e Deflúvio direto


N9 Período v a z ã o m e d i a no v a z ã o m e d i a no
período ( m ^ / s ) período (m 3/s)

1 19h20mà8 l9h30m 4 , 54 0,82


2 30 6,18 2,36
3 40 2 , 23 3,00
4 50 1,34 2, 60
5 20h OOm à s 20h lOm 1, 2 5 1, 80
6 10 20 P> 34 h 29
7 20. 30 0,45 1,02
8 30 40 0, 58 0.84
9 40 50 0,00 0,69
10 50 60 0,00 0. 58
11 21h OOm à s 21h lOm 0,00 0. 50

E s s e s dados foram transportados a u m diagrama cartesi-


a n o , o n d e m a r c o u - s e n o e i x o d a a b c i s s a p o s i t i v a o t e m p o e no e i x o
da o r d e n a d a a s v a z õ e s Qg e Qg e no e i x ó da a b c i s s a n e g a t i v a , o s
v o l u m e s . A s s i m , t e m o s p s h i d r o g r a m a s Q ^ e Q^ n o p r i m e i r o e
u m a r e t a Q g , ¿ ^ t n o s e g u n d o q u a d r a n t e . V i d e G r a f i c o V I - 4 . 4 . 5, 2 - 1 ,

A reta Qe¿\t f o i c a l c u l a d a da s e g u i n t e f o r n o a :

= ,¿\, t = 10 m i n u t o s = 600 segundos

- Qg = O * Qe/^t = O

> Qg = 10 m V s Qe A t = 6000 m V s .

T r a ç a r a " c u r v a c a r a c t e r í s t i c a da h a c i a " neste diagrama


é urna o p e r a ç ã o i m e d i a t a .

1 - a o r i g e m d a s c o o r d e n a d a s ( Q g , Qg e v o l u m e ) i g u a i s a
zero pertence a curva característica.

2 - a partir deste ponto e e m função d o s h i d r o g r a m a s Q^ e Qg


d e t e r m i n a m o s o p o n t o A da c u r v a .

3 - t r a ç a - s e vima r e t á p a r a l e l a a Q g A * a- p a r t i r da o r i g e m
( e a p r o p r i a r e t a Qg A t)

4 - A t - 10 m i n u t o s ( a d m i t i d o p r e v i a m e n t e )

6 7
5 - d « 9 h o r a s e 20 m i n u t o s + .... ^ » - » i s t o é, 9 h o r a s e 2 5
minutos levanta-se u m a vertical que c o r t a a c u r v a Qe e m

6 - d e A j t r a ç a - s e imia h o r i z o n t a l q u e c o r t a a r e t a p a r a l e l a
a Qe (esta p r i m e i r a paralela é coincidente c o m a
p r o p r à a Qg ¿ 2 ^ t) t r a ç a d a da o r i g e m ( p o n t o p e r t e n c e n t e a
curva p r o c u r a d a ) , e m A j .

7 - de A j t r a ç a - s e uma reta vertical que corta a horizontal


q u e p a s s a p e l o p o n t o A^ da c u r v a Q ^ ( e s t e A j é o p o n t o
d e i n t e r s e c ç a o da v e r t i c a l l e v a n t a d a d e (19h 20 m i n . + >A^t)=
» 19 h 30 m i n , c o m a c u r v a Q g ) e m A q u e e p o n t o p r o c u
rado.

8 = repetindo-se a operação determina-se o s pontos A , B, C,


D, E , F , G, e t c ,

O b t é m = s e a s s i m duas c u r v a s ; u m a c o r r e s p o n d e a o p e r i o -
do de a s c e n s ã o do hidrograma e a outra ao de r e c e s s ã o . Portanto,
e m f u n ç ã o d e p a r e s d e c u r v a s Qg e Q ^ p o d e r - s e - a e s t u d a r e s s e s
d o i s t i p o s d e c u r v a s c a r a c t e r í s t i c a s m e d i a s , U m a p e s q u i s a xn&is d e -
t a l h a d a s o b r e e s t a s c u r v a s n ã o f o i e f e t u a d a p o r falta d e d a d o s s i g n i f i -
cativos .

U m a v e » e s t a b e l e c i d a s a s " c u r v a s c a r a c t e r í s t i c a s da b a -
c i a " é imediata a determinação do hidrograma de enchente p r o v o c a -
da p o r u m a d e t e r m i n a d a c h u v a , P a r a i s t o t r a n s f o r m a - s e a c h u v a e x -
c e d e n t e e m v a z õ e s Qg , E m f u n ç ã o d a s c u r v a s c a r a c t e r í s t i c a s d e t e r
m i n a - s e o h i d r o g r a m a Qg s e g u n d o p r o c e s s o g r a f i c o a n á l o g o a o e s t u
do do a m o r t e c i m e n t o de onda p o r u m r e s e r v a t ó r i o de acxunulação e
u m e x t r a v a s o r que foi assunto do i t e m V I - 3 . 2 , 2 .

6 8
DETERMINAÇÃO DAS "CURVAS CARACTERÍSTICAS DA B A C I A "
 M O N T A N T E DA UNIVERSIDADE C A T Ó L I C A - GUANABARA
MÉTODO GRAFICO "STREAMFLOW ROUTING"

T T 1 1 r
ÍO 20 30 4-0 ÕO
íeh 20h 21 h

Grai, VI-4.4.5.2-1
VII " CONCLUSÕES FINAIS

1 - V a z õ e s m í n i m a s de p e q u e n a s b a c i a s

- A s v a z õ e s fornecidas pelas leituras diárias de reguas ( m e d i a


da l e i t u r a d e m a n h ã e o u t r a a t a r d e ) s ã o d a d o s r e p r e s e n t a t i -
v o s quando se tratar de v a z õ e s m í n i m a s .

- O s b o l e t i n s f l u v i o m e t r i c o s dão e s s e s dados que p o d e m sertra^


balhados s e m m a i s , s o b r e t u d o p a r a d e t e r m i n a ç ã o das m i n i -
mas anuais.

2 - V a z õ e s m e d i a s de pequenas b a c i a s .

- A s m é d i a s d i á r i a s dadas p e l a s l e i t u r a s d i á r i a s de r é g u a s dão
resultados i m p r e c i s o s nos p e r í o d o s de chuvas e significati -
v o s n o t e m p o da sé"ca ( m í n i m a s ) ,

- A s m é d i a s m e n s a i s e anuais dadas pelas l e i t u r a s d i á r i a s dão


resultados significativos.

3 - V a z õ e s m á x i m a s de pequenas b a c i a s .

- A s s i m p l e s l e i t u r a s d i á r i a s de r é g u a s f l u v i o m é t r i c a s d ã o re-
s u l t a d o s c o m p l e t a m e n t e f o r a da r e a l i d a d e ,

- Ê n e c e s s á r i a a instalação de limnígrafos e a r e a l i z a ç ã o de
m e d i ç õ e s sistemáticas nos dias de enchentes.

- P a r a a análise estatística de v a z õ e s m á x i m a s t e m o s v á r i o s
m é t o d o s que d ã o r e s t i l t a d o s d e n t r o d e u m a f a i x a d e d i s p e r s ã o
a c e i t á v e l , c o m p a t í v e l c o m a p r e c i s ã o da m e d i d a no c a m p o .

. 6 9 -
Para a melhor aplicação de métodos racionais devem s e r e »
fetuados trabalhos de m e d i ç ã o de chuvas (pluviógrafos) e v a -
Siões ( l u n n í g r a f o s ) , q u e p e r m i t a m e s t a b e l e c e r a s e x p r e s s õ e s
de estimativa d e chuva e c o e f i c i e n t e s d e e s c o a m e n t o superfi
cial. "

P a r a o d e s e n v o l v i m e n t o d o s m é t o d o s d o h i d r o g r a m a unitario
e do "Streamflow Routing" julgamos indispensável intensifi-
c a r o s t r a b a l h o s d e c a m p o , v i s a n d o m e d i ç ã o d e c h u v a s (plu -
viragrafos) e v a z õ e s ( l i m n í g r a f o s ) .

P a r a o Visâe d o P a r a í b a r e c o m e n d a m o s f o r m u l a s s e m e l h a n t e s
às d o Snyder, para o calculo de enchentes de seus afluentes,
u m a v e z q u e p a r a o R i o P a r a í b a e m si e x i s t e m d a d o s s i g n i f i -
c a t i v o s de v a z õ e s m á x i m a s (grande b a c i a ) , rnuitos d e l e s j ã
analizados p o r técnicos de renomada experiencia.

O p r o c e s s o grafico que propusemos para aplicação do método


d e " S t r e a m f l o w R o u t i n g " podtsra s e r a p l i c a d o c o m c e r t a s v a n
t a g e n s apos u m e s t u d o m a i s a p r o f u n d a d o d a s " c u r v a s caracte"-
r í s t i c a s das b a c i a s " q u e r e p r e s e n t a m m e l h o r a s l e i s d e a r m a
zenamento. Este método e de aplicação bastante s i m p l e s . A -
p e s a r da sua s i m p l i c i d a d e traduz p o r é m , globalmente todo o
complicado m e c a n i s m o das funções hidrológicas das b a c i a s .

e» « e> cs o s

7 o
VIII - B I B L I O G R A F I A

Alcântara, Ulysses Maximo Augusto - A V a z ã o do R i o Rainha -


SURSAN = Julho d e 1 9 6 3 .

Atlas Fluviométrico do Brasil - Boletim n? 5 - Ministério da


A g r i c u l t u r a - 1948.

Bandini, A l f r e d o - O A p r o v e i t a m e n t o do R i o T i e t ê à montante de
P i r a p o r a - São Paulo - 1954.

Bandini, Alfredo - Plano Geral de Regularização do Rio P a r a í -


ba - D . A . E . E . - são P a u l o - 1956.

Bandini, A l f r e d o e C u o m o , A n g e l o - V a l o r e s M á x i m o s das V a -
z õ e s M e d i a s D i a r i a s D u r a n t e a s E n c h e n t e s na B a c i a d o R i o T i e t ê -
R e v i s t a d o D . A . E . - n9 47 - d e z e m b r o d e 1 9 6 2 .

B a n d i n i , A l f r e d o - V a l o r e s M á x i m o s da V a z õ e s M é d i a s D i á r i a s
D u r a n t e a s E n c h e n t e s na B a c i a d o R i o P a r a í b a - R e v i s t a d o D . A .
E . - n9 50 - s e t e m b r o de 1 9 6 3 .

B o l e t i m F l u v i o m é t r i c o n9 4 - B a c i a d o R i o Paraíi:>a - Ministério
da A g r i c u l t u r a .

Beard, L. R. - Statistical A n a l y s i s in H y d r o l o g y - Proc. Am.


Soc. C. E. - 1942, 6 8 , 3 0 1 / 4 .

B o u c h e r A . et F o u r r e y E . = Cours de Navigation Interieure


E y r o l l e s - P a r i s - 1954,

C . E . P . A . L . - M i s s i o n Conjunta d e L a C . E . P . A . L . y E l C o n s e -
j o Federal de Inversiones - L o s R e c u r s o s Hidráulicos de A r g e n -
tina - m a i o de 1963.

Davis - Handbook of Applied Hydraulics - McGraw-Hill C o . , -


N e w Y o r k , 1942.

- 7 1 -
= F a i r and G e y e r - W a t e r Suppîy and W a s S e - W a t e r D i s p o s a i - "
J o h n W ü e y and S o n s , N e w Y o r k - 1 9 5 4 .

- F o s t e r , H . A . - Duration Curves - P r o c . A m , S o c . C . E .
1934 - p a g , 1 4 0 / 5 , 5 3 0 / 4 3 , 6 9 8 / 7 0 9 .

- Fuller, W . E , ™ Discussion Flood Flow Characteristics - Trans.


A m , S o c . C . E , =" 1926, 8 9 , 9 8 5 / 1 . 0 3 2 ,

- G a r c e z , Lucas Nogueira - Construções Hidráulicas •= E d g a r d


B l u c h e r - Editor - 1962,

Ginocchio, R, = Aménagements Hydroélectriques ,= C o l l e c t i o n


du L a b o r a t o i r e N a t i o n a l D ' H y d r a u l i q u e - E y r o l l e s =• E d i t e u r P a
r i s - 1959,

Gtimbel, E . J . - L e s I n o n d a t i o n s et L a T e o r i e d e L a P l u s Grande
Valeur - Comptés Rendus, 203, 3 5 4 / 7 ,

=• G u m b e l , E , J . - D i s c u s s i o n on Statistical Analysas in Hydrology=


P r o c . A m . S o c . C E , , 1943, 6 9 , 9 9 5 / 1 0 0 5 ,

= Gumbel, E,J. " S t a t i s t i c a l T h e o r y o f E x t r e m e V a l u e s and S o m e


P r a c t i c a l A p l i e a t i o n s - N a t i o n a l B u r e a u o f S t a n d a r t s - 1954
VÏÏI 51 p .

H a z e n , A . - F l o o d F l o w : A Study o f F r e q u e n c i e s and M a g n i t u d e s »
1930, J o h n W ü e y , N e w Y o r k , 199 p .

Hidrobrasileira COTHA = Anteprojeto do Aproveitamento do Va


le do Rio Piaguf - S . V . P , - D . A , E , E . = 1958.

=• Hidrobirasileira - COTHA - Estudos P r e l i m i n a r e s Gerais P a r a o


A p r o v e i t a m e n t o d o V a l e d© P a r a í b a - S . V . P . - D . A . E . E , - 1958..

H i d r o s e r v i c e ° E s t u d o s e A n t e p r o j e t o de R è g u l a r i z a ç ã o d o s R i b e i -
r õ e s d o s M o t a s e São G o n ç a l o , no E s t a d o d e São P a u l o = S . V . P . -
í D . A . E . E . - 1961,

H i d r o s e r v i c e - Estudos e A n i e p r o j e t o de R e g f d a r i z a ç ã o do R i b e i r ã o
T a b o ã o , E s t a d o de São P a u l o - S . V . P , - D . A . E . E , - 1 9 6 2 .

•=• í L a b o r a t õ r i o d e H i d r á u l i c a da E . P , U . S . P . - V a z ã o S o l i d a e L í q u i d a
d o V a i e d o Una - R e l a t ó r i o s P a r c i a i s - S ã o P a u l o - 1959 a 1 9 6 4 .

L i n s l e y , K o h l e r and P a u l h u s Applied Hydrology - McGraw Hül


B o o k , New Y o r k - 1949.

7 Z
Maksoud, Henry - Características Funcionais e F í s i c a s das B a -
c i a s Fluviais - Centro P a n a m e r i c a n o de A p e r f e i ç o a m e n t o para
P e s q u i s a s de R e c u r s o s Naturais - I. P . G . H . - O . E . A . - R i o
de J a n e i r o - 1957.

M a l l e t et P a c q u a n t - Les Barrages em Terre - Grenoble -


1951.

M a r t i n s , J o s é A u g u s t o - C u r s o de B a r r a g e n s - C u r s o P r o f e s -
s a d o na F a c u l d a d e d e H i g i e n e P u b l i c a d e s ã o P a u l o - 1 9 5 8 .

- Meinzer, Oscar E, - Hydrology - Dover Publications, Inc. -


New Y o r k - 1942.

N a v a r r o , J o s é L u i z G o m e s - A r a c i l , J o s é Juan - Saltos de  -
gua y P r e s a s d e E m b a l s e - T i p o g r a f i a A r t í s t i c a - Madrid
1952.

P a c i c o n - P a c i f i c C o n s u l t a n t s d o B r a s i l - V a l e d o O r o b o >= A p r o
veitamento Múltiplo - Anteprojeto - G o v e r n o do Estado do E s p i -
r i t o Santo - 1 9 6 0 .

- P a c i c p n . - P a c i f i c C o n s u l t a n t s d o B r a s i l - V a l e d o Una - -A-pro^ '


v e i t a m e n t o M ú l t i p l o - A n t e p r o j e t o - S. V . P . - D . A . E . È . - 1963

- P e d r o s a , H o m e r o X . de Andrade ~ Hidráulica Aplicada - Hidr£


l o g i a - Editora Científica - R i o de J a n e i r o - 1957.

- R o c h e , M . H y d r o l o g i e de Surface - Gauthier - Villars Editeur-


P a r i s - 1963.

- R o c h e f o r t , M i c h e l - R a p p o r t s E n t r e L a P l u v i o s i t é et L ' E c o u l e
m e n t dans L e B r é s i l S u b t r o p i c a l et L e B r é s i l T r o p i c a l A t l a n t i q u e -
P a r i s , Institut d e s H a u t e s É t u d e s d e L ' A m é r i q u e L a t i n e , 1 9 5 8 .

R é m é n i é r a s , G. - L ' H y d r o l o g i e de L'Ingénieur - E y r o l l e s - i960

- Saratos J r . , A d o l f o - D a s C h e i a s d o R i o Paraílaa - R e v i s t a "Enge-:»


n h a r i a " - A n o X X I - V o l . X X I - F e v e r e i r o d e 1963 - n9 243 -
p a g . 285 a 2 9 2 ,

Silva L e m e , R . A , - Os E x t r e m o s de A m o s t r a s O c a s i o n a i s e Suas
A p l i c a ç õ e s à E n g e n h a r i a - T e s e - U n i v e r s i d a d e de S ã o P a u l o -
1954, 167 p .

Silva L e m e , R . A . - C u r s o de E s t a t í s t i c a = C a d e i r a de E c o n o m i a
Política, Estatística Aplicada, Organizações Administrativas - Uni-
v e r s i d a d e d e s ã o P a u l o , E s c o l a P o l i t é c n i c a - S ã o P a u l o , 1958,

- 7 3 -
Ven T« Chow •» A General Formula for Hydrologie Frequency
Analysis - Trans. Am. Geophysics Union - Vol. 32 - pp. 231-
237 - aprU 1951.

Tassttda, E . R . - Hidrologia - Çürso Professado na Faculdade


de Higiene e Saúde Pública de São Paulo, 1958.

Weiss, L . L . - A Nomogram for Liog-Normal Frequency Analy-


sis - Trans. Am. Geophysics Union - Vol. 38 - pp. 33 - 37 -
1957.

Wisler and Brater - Hydrology - John Wiley and Sons - Mew


York - W49

- 7 4 -
CONTRIBUIÇÃO PARA O E S T U D O DAS VAZÕES
MÍNIMAS. MÉDIAS E MÁXIMAS D E PEQUENAS
BACÍAS HIDROGRÁFICAS

KOKEI UEHARA

Tese apresentada à Comissão


Julgadora do Concurso de
Livre Docência da Cadeira n"*
40 - Hidráulica Aplicada da
Escola Politécnica da U8P.

D.L.P. '
GRÊMIO POUTÉCNiCO
Ref.: AP-40/008

Você também pode gostar