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TEXTO 01: Eu te amo, bicho

FONTE: https://www.acessaber.com.br/tag/atividade-de-interpretacao-de-texto-1o-ano-
do-ensino-medio/

Qual é o melhor amigo do homem? Apesar de o ditado popular ter consagrado


o cachorro como dono desse título, esse é o tipo de questão que depende
dapreferência de cada um. Mas, quando falamos do nosso amigo mais antigo,
não cabe discussão: o primeiro animal a ser domesticado foi mesmo o cão. Ou,
para ser mais preciso, um ancestral comum dos lobos e cachorros atuais. A
relação começou na pré- história, há cerca de 30 mil anos, em diferentes partes
do mundo – como China, Europa e América do Norte. Era uma troca: os
cachorros ganhavam comida, e os humanos, proteção. Com o tempo, o vínculo
se aprofundou e se estendeu às várias outras espécies de animais de estimação.
Hoje, no Brasil, é mais comum ter bichos do que filhos. De cada 100 famílias, 62
abrigam algum animalzinho, enquanto só 36 têm crianças, segundo os dados
mais recentes do IBGE, de 2013. E essa relação traz uma série debenefícios
para o corpo e a mente: “O convívio com animais produz um efeito antiestresse,
fortalece o sistema imunológico e aumenta as chances de sobrevida para quem
tem problemas cardíacos. Além disso, eleva as possibilidades de interação
social”, explica a pesquisadora da Universidade de São Paulo (USP), Carine
Redígolo, estudiosa do comportamento animal. A ligação entre os humanos e os
bichos é tão poderosa que chega a interferir nos nossos hormônios.
Pesquisadores da Universidade de Azabu, no Japão, descobriram que basta uma
simples troca de olhares entre o cão e o dono para aumentar o nível da ocitocina
– a substância que ajuda a formar os laços entre mães e filhos. Se você gosta de
animais, conhece na prática essas descobertas da ciência. Interagir com essas
criaturas amorosas enche nossa rotina de alegria, das mais variadas formas. [...]
Revista Todos – A vida é feita de histórias. Qual é a sua? – Outubro/Novembro, p.14.

“Longa é crônica humanista do Japão atual”.


A obra acompanha Ryota, escritor fracassado que paga as contas como detetive. Em
certo momento, no meio da tempestade que dá título ao novo longa de
HirokazuKoreeda, o detetive Ryota(Hiroshi Abe), seu filho Shingo(TaiyôYoshizawa) e
sua ex-esposaKyoko(YôkoMaki)saem correndo atrás debilhetes de loteriacarregados
pelo vento incessante. É uma cena poética e carregada de sentido, em que o diretor
japonês tenta mostrar a seu protagonista que aquele momento, aquela cumplicidade,
aquela união é o prêmio valioso de verdade. Não o dinheiro que os bilhetes podem
trazer. Não que Ryota entenda totalmente a lição. Porque as pessoas não mudam quem
elas realmente são. Elas são imperfeitas. E ainda assim, é possível amá-las e entender
sua dor. E esse forte teor humanista é a matéria-prima de “Depois da Tempestade”,
belíssima obra de Koreeda que estreia nesta quinta-feira (17) nos cinemas. O longa
acompanha Ryota, escritor fracassado que paga as contas como detetive. Ou não paga as
contas, já que usa quase todo seu dinheiro apostando em corridas. O que fez a ex-
mulher Kyoko – cuja vida ele espiona obsessivamente – pedir o divórcio. Durante o 23º
tufão do ano no Japão, porém, eles acabam presos na casa de Yoshiko(a ótima
KirinKiki), mãe de Ryota, e o protagonista tem sua última tentativa de conquistar sua
família de volta. O melhor de “Tempestade” é que Koreeda não faz disso um grande
dramalhão moralista. O filme é uma pequena crônica da sociedade japonesa
contemporânea, narrada pelo cineasta com um humor sarcástico afiado e um olhar nada
romântico sobre seu protagonista. Ryota é frustrante, imaturo e, em alguns momentos
quando interage com o filho, quase imperdoável. E Koreeda não tenta idealizá-lo, pelo
contrário: ele é alvo de piadas de Kyoko, do colega de trabalho e da própria mãe, que
enxerga perfeitamente as falhas do filho que tem, tenta em vão corrigi-las, e o ama
mesmo assim. Nos diálogos inteligentes e impecáveis, você vai rir e se emocionar com
esses personagens porque eles são seres humanos que o excelente roteiro de Koreeda
torna absolutamente próximos e universais. Pessoas que sofrem a tempestade e, mesmo
sem saírem ilesas, sobrevivem e seguem em frente. E essa é a grande riqueza e o grande
trunfo do filme.
Disponível em: . Acesso em: 17 de novembro de 2016.

Não corra atrás das borboletas, cuide do seu jardim ... Muitas vezes, passamos um
longo tempo de nossas vidas correndo desesperadamente atrás de algo que desejamos,
seja um amor, um emprego, uma amizade, uma casa, etc. Muitas vezes, a vida usa
símbolos, acontecimentos que são sinais para que possamos entender que, antes de
merecermos aquilo que desejamos, precisamos aprender algo importante, precisamos
estar prontos e maduros para viver determinadas situações. Se isso está acontecendo na
sua vida, pare e reflita sobre a seguinte frase: “Não corra atrás das borboletas. Cuide do
seu jardim e elas virão até você!”. Devemos compreender que a vida segue seu fluxo e
que esse fluxo é perfeito. Tudo acontece no seu devido tempo. Nós, seres humanos, é
que nos tornamos ansiosos e estamos constantemente querendo “empurrar o rio”. O
rio vai sozinho, obedecendo ao ritmo da natureza. Se passarmos todo o tempo
desejando as borboletas e reclamando porque elas não se aproximam da gente, mas
vivem no jardim do nosso vizinho, elas realmente não virão. Mas, se nos dedicarmos a
cuidar de nosso jardim, a transformar o nosso espaço [a nossa vida] num ambiente
agradável, perfumado e bonito, será inevitável... as borboletas virão até nós! Dê o que
você tem de melhor e a vida lhe retribuirá...! Disponível em: <
http://www.acordacidade.com.br/>. Acesso em: 19 de novembro de 2016.

A paz se constrói a cada instante. Muitos homens sabem que a paz não se estabeleceu
de uma vez por todas e para sempre. Então, pensam bastante em tudo o que é preciso
fazer para construí-la e evitar a guerra. A paz pode ser semeada em qualquer lugar, o
tempo todo. Ela se constrói quando aprendemos a história do mundo, quando
dialogamos com aqueles que têm ideias diferentes, quando reagimos diante das
injustiças. Na escola, os maiores chantageiam os menores. Um dos alunos vai falar com
o diretor para acabar com essa chantagem: esse aluno, não fechando os olhos para o que
acontece, reagindo, está construindo a paz. O diretor procura os aproveitadores, aplica-
lhes uma punição e explica por que estão sendo punidos: ele está construindo a paz.
Aparece um artigo no jornal propondo que se proíba a transmissão de jogo de futebol
pela televisão. Milhares de pessoas reagem e publicam artigos para dizer que não estão
de acordo: elas ajudam a construir a paz. Os líderes de todas as religiões do mundo se
reúnem para falar do que têm em comum, de tudo o que é semelhante em suas crenças,
da importância da vida. Mostram que é possível dialogar; mesmo não estando de
acordo em tudo: eles constroem a paz. Os homens optam por não esquecer o passado:
juntos, lembram-se do fim de uma antiga guerra. Certo dia, em suas famílias ou
comunidades, os mais velhos contam aos jovens como aquela guerra começou, como
era a vida naquele período, o que poderiam ter feito para evitá-la: eles constroem a paz.
Em diversas cidades da Europa, por exemplo, para recordar o fim da Segunda Guerra
Mundial, os homens construíram monumentos em homenagem aos que morreram
lutando. Assim, as pessoas não se esquecem que a guerra existe e que é necessário
prestar atenção para que ela não volte. Nas escolas, os professores ensinam História.
E, juntamente com os alunos, tentam compreender por que as guerras explodem em
todo o mundo. Raciocinam em conjunto e se perguntam: será que elas podem voltar a
acontecer? O que pode ser feito para evitá-las? Agindo assim, eles constroem a paz.
Brigitte Labbé e Michel Puech. A guerra e a paz. São Paulo: Scipione, 2002

Engenho mostra um pouco do que gosta O “Engenho Teatral” vive na contramão: ao


contrário dos filmes americanos e das novelas brasileiras, não representa o mundo
como conflito de personagens. A vida não se resume a relações pessoais, afetivas, à
psicologia e ao caráter desse ou daquele. Nem sempre historinhas pessoais, fábulas, dão
conta de relações fundamentais entre os homens. O açúcar, o ouro ou o café brasileiro
já foram as principais mercadorias do mundo. O que ficou dessa riqueza para escravos,
mineiros, colonos? A quem serviu essa exploração desenfreada? Hoje, vivemos
novamente situação semelhante: a descoberta de petróleo em camadas profundas do
nosso litoral (no chamado pré-sal) aponta para um novo surto de riquezas absurdas.
Quem vai levar isso? O “Engenho” se pergunta: interessa representar essa questão no
palco? E ela se explica através do caráter e das relações afetivas e pessoais do
presidente da Petrobrás, da Shell ou do presidente do Brasil? As histórias, briguinhas e
intrigas nos moldes do filme americano e da novela dão conta de questões como essa,
que são fundamentais em nossa vida e destino? Obviamente, as formas, o jeito de
representar a vida que predomina na indústria cultural, não são gratuitos, não são
neutros nem inocentes e, muito menos, refletem uma suposta natureza humana. Mas
formam nosso gosto, nossa maneira de olhar, sentir, pensar e reelaborar o mundo. Essa
forma define um padrão (pode ser o padrão global): ao plantar em nosso cérebro uma
maneira aparentemente “natural” de ser, pensar e sentir, o padrão também determina o
que é bom e o que é ruim, o que tem qualidade e o que não tem, o que pode e o que não
pode, o que queremos ou deixamos de querer. Por isso, muitas vezes, emocionados,
pensamos e sentimos: “é assim mesmo que a vida é” ou “hoje, o capítulo da novela foi
de arrebentar” ou “aquele filme é demais!”. No sentido contrário, perdemos o
interesse por determinados assuntos ou formas de representá-los: “ah, é muito chato!”
(e isso, quase sempre, se volta contra aquilo que foge aos padrões estabelecidos;
ainda assim, achamos que nós é que pensamos dessa maneira, que essa é a maneira
“natural”, que isso faz parte de “nossa” “natureza humana” e não que isso foi
produzido em nós por uma história e interesses). Repetimos: o “Engenho Teatral” vive
na contramão, tenta representar essa história e esses interesses, tenta enxergar aquilo
que as formas da indústria cultural e nosso dia a dia escondem. [...]
Disponível em: . Acesso em: 22/10/16

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