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esse quadro se inspira no trágico naufrágio, do verão de 1816, da fragata francesa chamada

Medusa dirigida a Senegal, cujos sobreviventes vagaram pelo oceano sobre uma balsa.
Géricault capta na tela o momento em que alguns náufragos avistam uma vela no horizonte
e parece como se na balsa de horror e morte ocorresse uma palpitação de vida e esperança.
É uma importante obra na pintura francesa do século 19, geralmente, considerada um ícone
do Romantismo. Representa um acontecimento cujos aspectos humanos e políticos
despertaram grande interesse em Géricault.
O pintor pesquisou em detalhes a história do naufrágio da fragata francesa Medusa na costa
do Senegal em 1816, com 150 pessoas a bordo. Fez vários esboços antes de decidir sobre sua
composição definitiva. Reuniu documentação e ouviu relatos dos sobreviventes.
O desastre do naufrágio foi agravado pela brutalidade e pelo canibalismo que se seguiram. A
pintura é uma visão sintética da vida humana abandonada ao seu destino.
Géricault decidiu representar a vã esperança dos marinheiros naufragados: o barco salva-
vidas é visível no horizonte, mas navega sem vê-los. Toda a composição é orientada para essa
esperança, culminando na figura negra do barco.
Ele trabalhou com figuras de cera, estudou cadáveres decepados em seu estúdio, usou
amigos como modelos e hesitou entre vários detalhes.
Os corpos pálidos recebem uma ênfase cruel de um claro-escuro ao estilo de Caravaggio.
Alguns se contorcem na euforia da esperança, enquanto outros desconhecem o navio que
passa. Estes últimos incluem duas figuras de desespero e solidão: uma luta por seu filho, a
outra lamentando seu próprio destino.
Este quadro está exposto no Museu do Louvre, na Salle Mollien, onde abriga também
grandes pinturas românticas francesas, incluindo a célebre Liberdade Guiando o Povo, de
Eugène Delacroix.
Em 2015, o Musée de La Vie Romantique realizou a exposição, “Visages de l’effroi”, onde
foram expostos pequenos quadros que Géricault que retratavam mãos e pés decepados,
pedaços de carne com uma exatidão assustadora. As peças traziam tanto realismo que
conseguiam causar enjoo, porque demonstravam uma crosta de tinta vermelha semelhante
ao volume da carne.
Através de uma reunião de obras francesas de Jacques-Louis David, Eugène Delacroix,
Théodore Géricault e Jean-Auguste Dominique Ingres, muitas vezes inéditas, a exposição
mostrou a passagem de uma violência dramática e controlada no final do século 18 para uma
forma francesa de fantasia e o romantismo negro.

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