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Uma névoa densa encobre nossos olhos, guiados pelo senso comum, e
somos obrigados a acreditar que não é possível contar histórias de terror
originalmente brasileiras. Mas há um indivíduo que cometeu milhares de atos
infratores contra esse estado de monopólio do terror: Rubens Francisco Lucchetti.
Um jovem que aos 12 anos começou a publicar suas histórias sob vários
pseudônimos, escreveu mais de 1500 livros, 300 histórias em quadrinhos, 25 roteiros
de filmes e programas de rádio e TV. Foi também o grande colaborador para a
impressão mítica em nosso imaginário do personagem emblemático do cinema de
horror brasileiro: Zé do Caixão, ao lado do cineasta José Mojica Marins.
Lucchetti nos lega, com sua vasta obra, uma luta incansável por uma
cultura do terror brasileira e mostra que foi e ainda é possível criar e produzir histórias
“pulp fiction” sem dever nada a nenhuma produção estrangeira do gênero, nos
apontando o caminho e dando a referência de que precisamos para continuar seu
trabalho.