RESPOSTA TÉCNICA – Bebida vegetal à base de inhame

Bebida vegetal à base de

inhame
Informações sobre a produção de bebida vegetal à
base de inhame e sua comercialização

Agência de Inovação da USP – AUSPIN

Setembro/2019
 RESPOSTA TÉCNICA – Bebida vegetal à base de inhame

Resposta Técnica SANTOS, Ana Ligia dos

Bebida vegetal à base de inhame
Agência de Inovação da USP – AUSPIN 24/9/2019
Informações sobre a produção de bebida vegetal à base de
inhame e sua comercialização
Demanda Gostaria de fazer e envasar bebida vegetal à base de
inhame como substituto do leite. E como conseguir
comercializa-lá.
Assunto Fabricação de leites e queijos de soja ou de outros substitutos
vegetais do leite
Palavras-chave Bebida, vegetal, inhame, leite vegetal, produção, produção
vegetal

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Solução apresentada

Introdução

As bebidas naturais vêm ganhando espaço no mercado nos últimos anos devido aos
indicativos na melhoria da saúde com seu consumo diário, logo o mercado para atender
essa demanda vem crescendo e trazendo novas opções de bebidas naturais e aperfeiçoar
sua produção. O processamento dessas bebidas deve ser adequado para no final garantir o
seu caráter funcional, que pode ser conferido por componentes naturais da matéria-prima
que trazem benefícios à saúde (CAMARGO, 2007).

O inhame é naturalmente rico em vitaminas e minerais, como vitamina A, vitamina C e

vitaminas do complexo B, além de cálcio e fósforo. Pode ajudar no controle dos sintomas da
TPM e da menopausa. O leite de inhame é uma alternativa para substituir o leite de vaca
para pessoas com intolerância à lactose ou alergia alimentar às proteínas do leite, além de
ser um excelente forte de nutrientes diários (VICTORINO, 2019).

Porém, infelizmente no Brasil, diferentes espécies de plantas são conhecidas como inhame
e nem todas podem ser consumidas cruas ou apresentam as mesmas propriedades
nutricionais. Na região do Sudeste temos o inhame chamado popularmente de inhame taro
(Fig. 1), com nome científico Colocasia esculenta, que não pode ser consumido cru pois
contém uma enzima chamada oxalato de cálcio que faz mal ao organismo, o inhame
“verdadeiro” (Fig. 2) é Dioscorea sp., também conhecido no Nordeste como cará
(PEFRALLI, CARMO, CEREDA, PUIATTI, 2002).

Figura 1 – Colocasia esculenta Figura 2 - Dioscorea sp.

.

Fonte: iStock Fonte: Mundo Boa Forma

Preparação da bebida vegetal à base de inhame

Preparar leites ou bebidas vegetais é procedimento simples. Precisamos basicamente bater

o vegetal escolhido com água e depois peneirar ou usar um pano bem limpo para fazer a
filtragem e separar o resíduo sólido, ou simplesmente não coar e usar o leite totalmente
integral cheio de fibras.

Quando optamos por coar as fibras podem ser usadas para fazer biscoitos, bolos, pães e
outras preparações alimentícias. O processo de preparação da bebida vegetal ou leite varia
um pouco depende do vegetal ou grão a ser usado. Para bebida vegetal à base inhame
tenho dois principais tipos de produção que são apresentados a seguir:

Leite de inhame original

Ingredientes:

 300 g de inhame já descascado e cortados em cubos pequenos

 400 ml de água filtrada em temperatura ambiente

Modo de preparo: Coloque o inhame dentro de uma vasilha com água filtrada e deixei
descansar por 12 horas. Depois jogue a água fora e lavar o inhame em água corrente. Em
seguida rale o inhame e despeje em um liquidificador ou mixer com água. Bater em média

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por 5 minutos ou até que fique bem misturado e sem pedaços. Coar em peneira fina ou filtro
de pano e armazenar em recipiente fechado na geladeira.

Leite de inhame cozido

Ingredientes:

 300 g de inhame descascado e cortado em pedaços pequenos

 700 ml de água filtrada

Modo de preparo: descascar o inhame e cortar em pedaços pequenos, colocar em uma

panela de tamanho médio com água até a metade e cozinhar até ficar bem macio (pode
testar amassando com um garfo). Desprezar a água do cozimento e acrescentar no
liquidificador 700 ml de água filtrada e o inhame já cozido. Bater por 3 minutos em média,
coar e armazenar em recipiente fechado na geladeira.

Em média o tempo de conservação da bebida vegetal é 2 a 5 dias quando conservada na

geladeira.

Legislação pertinente

Abaixo segue legislação pertinente ao assunto para ser consultada:

BRASIL. Decreto Lei nº 986, de 21 de outubro de 1969.Institui normas básicas sobre

alimentos. Diário Oficial da União. Brasília, DF. Disponível em: <
http://www.agricultura.gov.br/assuntos/inspecao/produtos-vegetal/legislacao-1/biblioteca-de-
normas-vinhos-e-bebidas/decreto-lei-no-986-de-21-de-outubro-de-1969.pdf>. Acesso em: 24
set. 2019

BRASIL. Decreto Lei nº 8.918, de 14 de outubro de 1994. Dispõe sobre a padronização, a

classificação, o registro, a inspeção, a produção e a fiscalização de bebidas, autoriza a
criação de Comissão Intersetorial de Bebidas e dá outras providências. Diário Oficial da
União. Brasília, DF, 4 de junho de 2009. Disponível em:<
http://www.agricultura.gov.br/assuntos/inspecao/produtos-vegetal/legislacao-1/biblioteca-de-
normas-vinhos-e-bebidas/lei-no-8-918-de-14-de-julho-de-1994.pdf>. Acesso em: 24 set.
2019.

BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RDC Nº

272, de 22 de setembro de 2005. Regulamento técnico para produtos de vegetais, produtos
de frutas e cogumelos comestíveis. Diário Oficial da União. Brasília, DF, 29 de agosto
2005. Disponível em:<http://www.agricultura.gov.br/assuntos/inspecao/produtos-
vegetal/legislacao-1/biblioteca-de-normas-vinhos-e-bebidas/resolucao-rdc-no-272-de-22-de-
setembro-de-2005.pdf>. Acesso em: 24 set. 2019.

Ressalta-se que as legislações indicadas podem passar por atualizações, e que a procura
por eventuais alterações é de responsabilidade do cliente.

Conclusões e recomendações

A presente resposta técnica buscou apresentar informações sobre fabricação de bebida

vegetal à base de inhame. Pela consulta a literatura buscou-se primeiro esclarecer possíveis
procedimentos para produção da bebida nos modos mais tradicionais. Por fim, como não foi
possível localizar dentro da literatura trabalhos sobre bebida vegetal à base de inhame,
foram apresentadas receitas de sites da internet no intuito que elas sirvam de base para
fabricação de um produto de qualidade.
É importante ressaltar que as informações apresentadas nesta Resposta Técnica devem ser
consideradas apenas como uma indicação orientadora, sujeitas a sucessivos testes e
reformulações. Desta forma, recomenda-se a realização de testes baseados nestas
informações, as quais podem auxiliar no melhoramento e aprimoramento do produto para
que este seja seguro, de qualidade e possa ser comercializado. Ressalta-se também que

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todo fabricante atuante no ramo de processamento e fabricação de alimentos deve

necessariamente adotar as Boas Práticas de Fabricação (BPF), que são um conjunto de
medidas que visam garantir a qualidade sanitária dos produtos alimentícios.

Lembramos que nossas respostas são elaboradas por meio de busca e análise das
informações disponíveis em fontes especializadas (documentos, bases de dados e
especialistas) e, portanto, nem sempre completas e não-exaustivas.
Ressalta-se a necessidade buscar por uma fonte especializada para obter maiores
informações.

Indica-se a leitura das seguintes Respostas Técnicas:

SERVIÇO BRASILEIRO DE RESPOSTAS TÉCNICAS – SBRT. Extrato aquoso de

inhame. Respostas Técnicas elaborada por: Renata Cardoso. Rio de Janeiro: Rede de
Tecnologia e Inovação do Rio de Janeiro - REDETEC, 2015. Disponível em:
<http://sbrt.ibict.br/acessoRT/31208>. Acesso em: 24 set. 2019.

SERVIÇO BRASILEIRO DE RESPOSTAS TÉCNICAS – SBRT. Fornecedores e processo

de registro para leite vegetal. Respostas Técnicas elaborada por: Elisa Farias Sauwen de
Almeida. Rede de Tecnologia e Inovação do Rio de Janeiro – REDETEC, 2013. Disponível
em:< http://sbrt.ibict.br/acessoRT/25584>. Acesso em: 24 set. 2019.

Indica-se a leitura das seguintes Dossiês Técnicos:

SERVIÇO BRASILEIRO DE RESPOSTAS TÉCNICAS – SBRT. Rotulagem de alimentos e

bebidas. Dossiê Técnico elaborado por: Elisa Farias Sauwen de Almeida. Rede de
Tecnologia e Inovação do Rio de Janeiro – REDETEC, 2013. Disponível em:<
http://sbrt.ibict.br/acessoDT/27689>. Acesso em: 24 set. 2019.

Por fim, recomenda-se também o contato com as seguintes instituições:

CALTECH – CONSULTORIA EM ALIMENTOS UFSC

Rodovia Admar Gonzaga, 1346, Centro de Ciências Agrárias UFSC – Itacorubi
Florianópolis/ SC
CEP: 88034-000
Tel.: (48) 3721-5396/ (48) 99803-9663
E-mail: <mktcaltech@gmail.com>.
Site: <https://www.caltechconsultoria.com>. Acesso em: 24 set. 2019.

CONSULTORIA EM ENGENHRIA DE ALIMENTOS – CONSEA JR.

Departamento de Ciência dos Alimentos – Universidade Federal de Lavras
Av. Doutor Sylvio Menicucci, 1001 – Centro
Lavras/MG
CEP: 37200-000
E-mail: <marketing.conseajr@hotmail.com>.
Site: <http://www.conseajr.com.br/index.php/fale-conosco>. Acesso em: 24 set. 2019..

CONSULTORIA EM ENGENHARIA DE ALIMENTOS – QUALIMENTOS JR.

Av. Duque de Caxias, 225 – Centro
Pirassununga/SP
CEP: 13635-900
Tel.: (19) 3565-4101
Site: <https://qualimentosjr.com.br/>. Acesso em: 24 set. 2019.

EJEQ – CONSULTORIA EM ALIMENTOS UFPR

Avenida Coronel Francisco Heráclito dos Santos, 210 - Jardim das Américas
Curitiba/ PR
CEP: 81530-000
Tel.: (41) 3361-3053
E-mail: <contato@ejeq.com.br>

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Site: <https://www.ejeq.com.br/>. Acesso em: 24 set. 2019.

GEPEA CONSULTORIA EM ALIMENTOS UNICAMP

R. Monteiro Lobato, 80 – Cidade Universitária
Campinas/SP
CEP: 13083-862
Tel.: (19) 3521-4098
E-mail: <gepea@gepea.com.br>.
Site: <http://gepea.com.br>. Acesso em: 24 set. 2019.

NUTRI JR.
Avenida Doutor Arnaldo, nº 795 – Pinheiros
São Paulo/SP
CEP: 05406-150
Tel.: (19) 99301-8110
E-mail: <nutrijr.empresa@gmail.com>.
Site: <https://www.nutrijr.com.br/>. Acesso em: 24 set. 2019.

O SBRT não tem qualquer vínculo com as empresas citadas. Para encontrar mais
instituições deste segmento, sugere-se busca direta via internet (sites). É de
responsabilidade de cada cliente a realização do contato direto com as instituições, para
solicitar mais informações a respeito do tema.
A listagem aqui apresentada serve apenas como referência inicial, tendo sido obtida na
internet. O SBRT não tem qualquer responsabilidade pela idoneidade e veracidade das
empresas ou instituições e informações por ela fornecidas nem se responsabiliza pelos
serviços a serem prestados pelas instituições/profissionais listados. A responsabilidade pela
escolha, o contato, uso e a negociação cabem totalmente ao cliente, já que o SBRT apenas
efetua indicações de fontes encontradas em provedores públicos de informação.

Fontes consultadas

CAMARGO, Gisele; CONSOLI, Larissa; LELLIS, Ivy Cristini S.; MEILI, Juliana; SASSAKI,
Érick K. Bebidas naturais de frutas: perspectivas de mercado, componentes
funcionais e nutricionais. BioEng, Campinas, 1 (2): 179-205, mai./ago., 2007.

PEFRALLI, G.; CARMO, Carlos A. Simões do; CEREDA, Marney; PUIATTI, Mário. Uso de
nomes populares para as espécies de Araceae e Dioscoreaceae no Brasil. Horticultura
Brasileira, Brasília, v. 20, n. 4, p. 530-532, dezembro 2002. Disponível
em:<http://www.scielo.br/pdf/hb/v20n4/14485.pdf>. Acesso em 24 set. 2019.

VICTORINO, Camila. Faça leite de inhame corretamente [S.l.], [201? ]. Disponível em:
<http://www.pensandoaocontrario.com.br/2018/07/faca-leite-de-inhame-corretamente-
veja.html>. Acesso em 24 set. 2019.

MATERNIDADE COLORIDA. Leite inhame é feito com inhame cru ou cozido? [S.l.],
[200?].Disponível em: <https://www.maternidadecolorida.com.br/leite-inhame-e-feito-com-
inhame-cru-ou-cozido/>. Acesso em: 24 set. 2019.

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