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INSTITUTO DE FORMAÇÃO E EDUCAÇÃO TEOLÓGICA – IFETE

LICENCIATURA PLENA EM PEDAGOGIA.

MARIA DE FÁTIMA CASTRO DE ALBUQUERQUE

LUDICIDADE: UMA FORMA DE APRENDER BRINCANDO NA PRÉ-ESCOLA

MARTINÓPOLE – CE
2014
MARIA DE FÁTIMA CASTRO DE ALBUQUERQUE

0
LUDICIDADE: UMA FORMA DE APRENDER BRINCANDO NA PRÉ-ESCOLA

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado ao Curso de
Licenciatura Plena em Pedagogia do
Instituto de Formação e Educação
Teológica – IFETE, como parte dos
requisitos necessários à obtenção do
título de Licenciado em Pedagogia.
Orientadora: Profa. Renata Brito dos
Reis

MARTINÓPOLE – CE

2014

MARIA DE FÁTIMA CASTRO DE ALBUQUERQUE

1
LUDICIDADE: UMA FORMA DE APRENDER BRINCANDO NA PRÉ-ESCOLA

Monografia apresentada à Banca Examinadora:


Aprovada:__/__/__

__________________________________________________________

Profa. Renata Brito dos Reis – IFETE


Orientadora

__________________________________________________________

1o MEMBRO

Instituto de Formação e Educação Teológica-IFETE.

__________________________________________________________

2o MEMBRO

Instituto de Formação e Educação Teológica-IFETE.

2
“É pelo trampolim do riso e não pela lição de
moral que se chega ao coração das crianças”
José Paulo Paes
AGRADECIMENTOS

Em primeiro lugar a Deus pelas graças que derrama todos os dias sobre mim e
toda minha família.
3
Aos meus familiares pelo apoio e colaboração ao longo de minha formação
acadêmica.

A todos os professores pela paciência, dedicação, companheirismo e


incentivo.

À Profa. Renata Brito dos Reis pela ajuda, colaboração e dedicação ao longo
das orientações dispensadas na elaboração do referido estudo.

Aos meus colegas de turma pela amizade que fora construída no decorrer de
todo o período de duração do curso.

E às pessoas que de alguma forma contribuíram para a realização desse


estudo.

4
Dedico principalmente a Deus por todos os
dias presentear-me com dádivas e graças; e a
minha família pela dedicação, apoio e
compreensão ao longo do curso.

Dedico

RESUMO
O presente trabalho tem como finalidade mostrar a presença do lúdico no
cotidiano escolar de crianças da pré-escola da Escola de Ensino Infantil Cecílio
Porfírio Gomes. O estudo de como jogos e brincadeiras se mostram em
5
estratégias nas ações educacionais de alunos da escola acima citada e como
essa ferramenta pode ajudar alunos e professores tornar o estudo mais
prazeroso e trazer para dentro da sala de aula situações que simulam o dia-a-
dia desses educandos. Por ser uma ação intrínseca, a brincadeira torna-se
uma ferramenta eficiente no processo educacional da criança. Através de
pesquisas baseadas nos fundamentos de estudiosos e seguindo a realidade
escolar busca-se identificar que a presença do lúdico aliada a atividades
pedagógicas pode transformar o aprender numa ação prazerosa e que produz
resultados positivos. De forma mais específica verificou-se a utilização de
técnicas lúdicas no decorrer da atuação docente; identificaram-se as mesmas e
se descobriu a importância que os professores dão ao lúdico como uma
ferramenta pedagógica. Logo após a etapa de coleta de dados procedeu-se a
etapa de análise e tabulação dos resultados obtidos culminando com a
elaboração do relatório monográfico da pesquisa realizada.

Palavras-chaves: Lúdico; Ensino e Aprendizagem; Escola pública.

ABSTRACT

This work aims to show the playful presence in school life of children of pre -
school education at the School of Child Cecilio Porphyry Gomes. The study of

6
how sports and games are shown on strategies in educational activities of
students of the aforementioned school and how this tool can help students and
teachers become more pleasurable study and bring into the classroom
situations that simulate the day-to-day these students. Being an intrinsic action,
the game becomes a powerful tool in the educational process of the child.
Through research based on the fundamentals of scholars following the school
reality and seeks to identify the presence of the allied playful educational
activities can turn a pleasurable learning and action that produces positive
results. More specifically it was found to use playful techniques in the course of
teaching performance; identified the same and was discovered the importance
that teachers give to recreation as a pedagogical tool. Shortly after the stage of
data collection proceeded to the stage of analysis and tabulation of results
culminating in the preparation of monographic report of the survey.

Keywords: Playful; Teaching and Learning; Public school.

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO.......................................................................................... 09

2. OBJETIVOS.............................................................................................. 11
2.1. Objetivo Geral...................................................................................
11
2.1. Objetivos Específicos......................................................................

7
3. CAPITULO I: LUDICIDADE E EDUCAÇÃO INFANTIL........................... 11
3.1. Um breve histórico da educação infantil.................................... 12
3.2. O brincar na escola: um olhar a partir dos PCN’s.....................
12
4. CAPITULO II: O LÚDICO COMO FORMA DE ENSINO-
APRENDIZAGEM.......................................................................................... 17
4.1. Concepções sobre lúdico dentro da escola, como forma de
ensino............................................................................................ 22
4.2. A escola atual e sua função.........................................................
4.3. O professor na escola atual......................................................... 22
4.4. O lúdico como finalidade de aprendizagem............................... 26
5. CAPITULO III: EDUCAÇÃO INFANTIL E TRABALHO........................... 27
29
5.1. A Educação Infantil e suas
31
perspectivas....................................
31
5.2. Ludicidade e Pedagogia...............................................................
32
6. METODOLOGIA.......................................................................................
7. RESULTADOS E DISCUSSÕES.............................................................
8. CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................... 36
9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................ 38
ANEXOS.......................................................................................................
44
45
47

1. INTRODUÇÃO
Desde os primórdios da humanidade o uso de jogos e brincadeiras e
ludicidade como um todo está presente na vida humana. Na Grécia antiga,
assim como na idade média já havia a utilização de jogos. Nesse período, e por

8
muito tempo, a atividade lúdica era vista apenas como sinônimo de jogo e
divertimento o que fazia com que ela não tivesse um caráter sério.
Com o passar dos tempos e através de pesquisas de estudiosos sobre o
assunto, o lúdico foi trazido como um forte instrumento da educação.
Estudiosos como Vygotsky e Piaget fizeram análises do processo de
desenvolvimento educacional, mostrando a importância da presença do jogo na
vida humana, demostrando que elas favorecem não apenas a aprendizagem,
mas também o desenvolvimento e a interação social do indivíduo.
Apesar de vários estudos comprovarem a eficácia do lúdico no processo
de ensino e aprendizagem, muitos educadores ainda resistem a essa
ferramenta, acreditando ser impossível reunir brincadeira ao conteúdo
pedagógico, pois para esses profissionais brincar e aprender são duas coisas
totalmente distintas e incapazes de caminharem juntas.
Após presenciar inúmeras situações escolares em que existe a
verdadeira separação entre o aprender e o brincar, foi possível entrar em
contato com uma realidade em que as crianças eram estimuladas e educadas
através de atividades lúdicas. Surgiu, então, o interesse de estudar essa
realidade que trazia o lúdico como um elemento presente em sua proposta
Pedagógica.
O presente trabalho se constitui em um estudo sobre a presença do
lúdico no cotidiano escolar do ensino infantil, com um enfoque nas turmas de
pré-escola da Escola de Ensino Infantil Cecílio Porfírio Gomes, que é uma
escola da rede pública de ensino de Martinópole e é mantida pela prefeitura
municipal.
Iniciou-se o presente trabalho com pesquisas bibliográficas buscando
encontrar autores que propiciasse o suporte teórico necessário para a
abordagem do tema proposto. O estudo, avaliações e conceitos de vários
autores contribuíram para embasar o desenvolvimento do presente trabalho.
Também fizeram parte da pesquisa as Leis de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional.
A pesquisa de campo se concentrou na observação da rotina da escola
estudada. Através dela se buscou adquirir informações quanto a presença do
lúdico neste cotidiano e perceber de que forma essas atividades acontecem.

9
Foram observados tanto os momentos de brincadeira livre como o recreio,
atividades direcionadas fora e dentro da sala de aula.
A pesquisa apresentada tem como principal finalidade estudar e
demonstrar que utilização de práticas lúdicas em sala de aula na educação
pode colaborar no processo de aprendizagem das crianças. Apontando que o
lúdico aplicado pelas professores unido com as atividades contribui para o
processo de ensino aprendizagem de seus alunos.

2. OBJETIVOS
2.1. Objetivo geral

Identificar metodologias de ensino-aprendizagem que contemplem os


conteúdos das diversas áreas de linguagens na fase do pré-escolar, que
contemplem o lúdico de maneira motivadora e sedutora.

2.2. Objetivos específicos

 Desmistificar a primeira infância;


 Identificar conceito e importância da Pré-escola;
 Reconhecer a importância do papel do lúdico, na atividade pedagógica
como elemento facilitador do processo maturacional das funções e

10
habilidades psicomotoras, referenciando estudo de acordo com as
abordagens dos autores como: Piaget, Montessori e outros;
 Destacar as fases do desenvolvimento infantil de acordo com Piaget,
caracterizando a importância dos jogos e brinquedos para a formação da
criança;
 Verificar a influência da ludicidade nas diversas metodologias de ensino;
 Identificar na escola a forma como a ludicidade é trabalhada;
 Demonstrar a importância da ludicidade no processo de ensino-
aprendizagem, bem como no desenvolvimento global da criança;
 Inspecionar o trabalho do professor e seu material didático pedagógico.

3. CAPITULO I: LUDICIDADE E EDUCAÇÃO INFANTIL


3.1. Um breve histórico da educação infantil
O conceito e a importância da educação infantil reporta-se a uma breve
historização da compreensão social e da formação e desenvolvimento dos
sentimentos da infância.
Segundo o historiador ARIES(1981), a idade média representa o ponto
de partida para a compreensão, e consequentemente preocupação com a
formação e educação infantil, graças ao desenvolvimento do iluminismo que
retomou importantes concepções advindas da antiguidade, especialmente na
Grécia, onde se privilegiou a educação de crianças e adolescentes.
Desta forma, a gênese da Educação Infantil, é, a bem da verdade, uma
retomada histórica que reorienta o próprio pensamento educativo.
Vale ressaltar que, na idade média, não existia um conceito formado
sobre a infância, o que consequentemente resultaria na falta de conhecimentos
quanto as peculiaridades infantis.
11
Nessa época quando era considerado normal o alto índice de
mortalidade infantil, as crianças que sobreviviam a essa fase eram retiradas de
suas famílias e levadas a companhias de outras pessoas, recebendo educação
segundo a seus princípios, ingressando, assim, no mundo dos adultos sem
distinguir-se deles.
Com as mudanças sociais e o avanço da ciência, ameniza-se a
mortalidade infantil, a família passa a exercer a função de educar, surgindo
assim, o sentimento de “paparicação” que considera a criança ingênua, gentil e
graciosa, servindo muitas vezes como distração ao adulto.
ARIES(1981), afirma que no século XVII, com a critica dos moralistas e
educadores, surge um novo sentimento de “natureza infantil”, dando ênfase ao
aspecto psicológico e a preocupação com a formação moral, preservando a
criança das influências negativas do meio.
Aliada a esses sentimentos, somou-se posteriormente a preocupação
com ascensão: a burguesia.
Dentro dessas perspectivas, conclui-se que o sentimento de infância
nem sempre foi o mesmo, surgindo e modificando-se ao mesmo tempo em que
ocorrem as transformações na sociedade, onde na sociedade medieval a
criança desempenha um papel de adulto e na sociedade moderna é vista como
um ser que necessita de cuidados e educação como preparação para a vida
futura, generalizando as crianças das diversas classes sociais.
A classe burguesa em ascensão difundiu a ideologia dominante que
sustenta até hoje o conceito universal de que todas as crianças são iguais,
independente das condições sociais, econômicas e culturais que permitem a
realidade brasileira.

“A expansão da educação infantil no Brasil e no mundo tem


ocorrido de forma crescente nas ultimas décadas,
acompanhado a intensificação da urbanização, a participação
da mulher no mercado de trabalho e as mudanças na
organização e estrutura das famílias. Por outro lado, a
sociedade está mais consciente da importância das
experiências da primeira infância” PCN’s (1998, v.1,p.11)

12
A necessidade de instituições pré-escolares aparece decorrente do
sentimento de infância gerado pelas transformações sociais, especificamente a
Revolução Industrial que fez com que as mães ingressassem no mercado de
trabalho e, não tendo onde colocar seus filhos o colocasse em locais
denominados creches, que tinham como objetivo guardar e proteger as
crianças da exploração do sistema capitalista em expansão.
Surge assim, na Europa no século XVIII, especialmente na França e na
Inglaterra, as primeiras instituições de amparo ás crianças, visando atender
suas necessidades imediatas de alimentação, vestuário e abrigo, com caráter
eminentemente assistencialista e filantrópico, sem uma preocupação educativa
propriamente definida.
Somente no século XIX, é que foi atribuído a pré-escola uma conotação
crianças pelas famílias.

“A pré-escola, nesse caso, é um recurso benéfico, enquanto se


propõe a ser um ambiente intermediário, entre o lar e a escola,
no período de vida em que a personalidade começa a se
formar. Cabe ao professor proporcionar um ambiente agradável
que facilite a adaptação da criança, nesse primeiro contato com
a escola, demostrando que gosta dela e se interessa por ela,
uma vez que a transição dá um impacto muito grande e, por
isso mesmo, exigirá, tanto do professor quanto dos pais,
grande compreensão e paciência” BORGES (1987, p.3).

Criam-se nesse mesmo século, os chamados “Jardim de Infância”, pelo


alemão Frederico Frobel, nas favelas da Alemanha, com o fim de educar as
crianças no sentido intelectual, físico, emocional e moral, considerando-se seu
desenvolvimento natural e a educação através de atividades lúdicas.
Ressaltando que foi Frobel o primeiro a destacar a importância do lúdico como
recurso pedagógico na educação infantil.
Segundo ARIES (1981), com o fim da segunda guerra mundial, acentua-
se a questão da educação compensatória, como meio de suprir as deficiências
das crianças privadas culturalmente, dentro de uma visão universal burguesa
de infância, que considera todas as crianças iguais, porém, as que provem de
classes menos favorecidas são conhecidas como “carentes”, deficientes e
“inferiores”, na proporção em que não correspondem ao padrão estabelecido
pela sociedade e, portanto, precisam ser compensadas.
13
Com o proposito de suprir tais carências, surgem diversos programas de
educação pré-escolar de cunho compensatório, influenciados por estudos e
pesquisas que atribuem a pré-escola a função de superar a privação cultural
sofridas pelas crianças de classes populares. Concebida dessa forma em sua
função preparatória, a pré-escola resolveria o elevado índice de fracasso
escolar.
Influenciado pelo discurso de que a educação compensatória resolveria
os problemas sociais pela educação, esta chega ao Brasil na década de
70(setenta) como aquela que iria solucionar os males da educação brasileira,
pois, segundo a educação compensatória, a criança ao chegar na escola, não
possui vocabulário, lateralidade, coordenação motora, sociabilidade, entre
outras habilidades, devido as carências nutricionais e afetivas, cabendo a
escola a responsabilidade de contribuir não venha a ter dificuldades de
aprendizagem.
“... Em suma deve-se oferecer a criança, oportunidade de ser
estimulada, no momento conveniente e respeitar o tempo
necessário para ela amadurecer e, portanto, deixar que uma
aquisição tão marcante como é a da leitura e da escrita, ocorra
quando a criança estiver pronta para adquirir, com interesse e
sucesso. Assim sendo, a pré-escola é um poderoso
socializador e educador, levando a criança a desenvolver sua
criatividade, promovendo, também, um equilíbrio geral”
BORGES(1987, p.3).

No final da década de 70(setenta), começam as críticas a educação


compensatória, sob o questionamento de não proporcionar as crianças
oportunidade de não terem um bom desempenho escolar, dando prioridade as
de maior poder aquisitivo, se expandindo lentamente para a grande massa.
Instala-se um movimento de conscientização que critica os poucos
benefícios da educação compensatória ás crianças das classes populares.
Como proposta imediata, o MEC em 1981, elabora uma “proposta política”,
através do Programa Nacional de Educação Pré-escolar, objetivando promover
o desenvolvimento global e harmônico da criança, visindo suas características
físicas e psicológicas, com ênfase a valorização das experiências culturais,
particulares da faixa etária e adequadas a realidade na qual se encontra.
Segundo esse programa nacional de educação, a pré-escola não tinha
como objetivo prepara a criança para ingressar no 1º grau (hoje Ensino
14
Fundamental), mas poderia contribuir indiretamente para superação de
problemas de ordem socioeconômica, que influenciam o processo educativo,
sendo assim, a pré-escola deixa de ser no discurso politico apenas
compensatória, passando a ter uma função em si mesma, ou seja, deverá
atender as características peculiares das crianças de 0(zero) a 6(seis) anos,
sem ter uma articulação definida com as outras séries, assim como critérios
mínimos de qualidade.

“Art. 53 – A criança e o adolescente tem direito a educação,


visando ao pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparo
para o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho,
assegurar-lhes:
I - Igualdade de condições para o acesso e permanência na
escola;
II - Direito de ser respeitado por seus educadores;
III - Direito de contestar critérios avaliativos, podendo recorrer
ás instancias escolares superiores;
IV - Direito de organização e participação em entidades
estudantis;
V - Acesso a escola publica e gratuita próximo a sua
residência”(Estatuto da Criança e do Adolescente: 1997, p.20).

Nos PCN’s, titulo II, do Direito à Educação e do Dever de Educar, art. 4º,
IV, se afirma que: “o dever do Estado com educação escolar pública será
efetivado mediante a garantia (...) atendimento gratuito em creches e pré-
escolas às crianças de zero a seis anos de idade”. Tanto as creches para as
crianças de zero a três anos como as pré-escolas, para as de quatro a seis
anos, são consideradas como instituições de educação infantil. A distinção
entre ambas é feita apenas pelo critério de faixa etária.
No entanto, vale ressaltar que para a construção de uma prática
educativa de qualidade que venha atender a todas as necessidades,
habilidades e potencialidades das crianças e que tenha como objetivo o
desenvolvimento global da mesma, faz-se necessário a elaboração de um
currículo que faça a articulação entre a realidade sociocultural da criança,
considerando os conhecimentos que ela já possui, seu desenvolvimento e as
características próprias do momento em que ela está vivendo.
Tendo a pré-escola como suporte, um currículo dessa natureza terá
maior possibilidade de desenvolver a linguagem e as varias formas de
15
expressão, favorecendo a exploração da realidade em que está inserida,
percebendo diferenças e semelhanças. Sendo assim, a criança aprende a
conhecer o mundo através da experimentação, observação e questionamentos.
DEFONTAINE apud Oliveira (1998) diz ser necessário que a criança
tenha condições de questionar seu meio, que experencie as situações de seu
corpo em relação ao espaço e que realize um trabalho mental que lhe permitirá
organizar-se, organizar e representar seu espaço.
Analisando a história da pré-escola desde seu surgimento ate os dias
atuais, não se pode negar que houve uma evolução do trabalho das instituições
de Educação Infantil, pois se no inicio, elas tomavam conta das crianças,
distraindo-as assim a simples função de guardar, hoje a situação é outra,
preocupação dos educadores com o desenvolvimento da criança nessa faixa
etária (0 a 6 anos).
De acordo com a nova lei de Diretrizes e Bases da Educação – LDB,
sobre os profissionais da educação no Art. 61 comenta: a formação de
profissionais da educação, de modo a atender aos objetivos dos diferentes
níveis e modalidade de ensino e as características de cada fase do
desenvolvimento do educando, terá como funcionamentos:

I – a associação entre as teorias e praticas, inclusive mediante a


capacitação de serviços;
II – aproveitamento da formação e experiências anteriores em
instituições de ensino e outras atividades;
Todavia, além de conscientização de realidade pré-escolar, é necessário
ao professor ter formação adequada, ser uma pessoa criativa, voltada para
pesquisa, possuindo respaldo teórico para exercer de tudo, que se dê
condições para que possa desempenhas um bom trabalho, com recursos
didáticos, espaço e remuneração digna.

3.2. O brincar na escola: um olhar a partir dos PCN’s

16
As novas formas de organização urbana decorrentes do acelerado
progresso nas grandes metrópoles favorece o enfraquecimento do contato
entre crianças de diferentes idades, bem como os adultos. Sobre estes
aspectos afirma WEIRS: “ o ambiente físico urbano é hostil a criança; não há
muitos lugares para ela e desta maneira, uma serie de jogos coletivos tendem
a desaparecer sendo um prejuízo ao desenvolvimento infantil.
Neste âmbito, reconhece-se a importância e a necessidade de
recuperação dos jogos e brinquedos, considerados como alternativas eficazes
para o fortalecimento dos processos interativos e enriquecimento da cultura
infantil. Assim é que, estudos de natureza etnográfica procuram explicar o
brinquedo infantil dentro de cada cultura investigando o cotidiano da criança.
Na área da educação, teóricos assinalaram a importância do brinquedo infantil
como recurso para educar e desenvolver a criança, desde que respeitadas as
características da atividade lúdica.
Assim, o brinquedo representa uma parte indispensável no
desenvolvimento infantil, por manifestar o universo interior da criança,
demonstrar as possibilidades de evolução no espaço emocional, afetivo,
psicomotor, cognitivo, e social. Por conseguinte, brincar é a maior e mais
importante ocupação da criança e, de sobremaneira, esquecida pelo adulto. A
atividade lúdica, nesse sentido, confunde-se com a própria infância.
É possível que através do brincar, perceber como a criança está se
sentindo e conhecer ainda que superficialmente, seu caráter e personalidade.

“Brincando com bonecas que representam pessoas de sua


casa – papai, mamãe, etc. – as crianças demonstram o que
sentem em relação a cada uma delas. Além disso, da razão a
certos impulsos que são forçadas a recalcar na vida real:
agressividade para com os pais e para o irmãozinho, ou uma
grande afeição para uma pessoa da família” BARROS (1991, p.
118).

Varias são as informações que se pode obter de uma criança através da


brincadeira. Quando se observa uma criança brincando, pode-se perceber a
forma espontânea com que se expressa, cria ideias, inventa estórias e
situações. Experimenta varias possibilidades de ação dentro de uma realidade

17
que, inclusive, podem ser transformadas conforme suas necessidades e
vontades.
“Todas as vezes que a realidade se torna aos olhos da criança difícil de
ser produzida ela cria, combinando-a de modo a compensar seus aspectos
menos assimiláveis” OLIVEIRA (1984, p. 28).

“Brincando e jogando, a crianças reproduzem suas próprias


vivencias, transformando o real de acordo com seus desejos e
interesses. Por isso pode-se dizer que, através do brinquedo e
do jogo, a criança expressa, assimila e constrói a sua
realidade” RIZZI e HAYDT (1987, p.15)

“ a brincadeira é uma linguagem infantil que mantem um


vinculo essencial com aquilo que é o “não-brincar”. Se a
brincadeira é uma ação que ocorre no plano da imaginação isto
implica que aquele que brinca tenha o domínio da linguagem
simbólica. Isto quer dizer que é preciso haver consciência da
diferença existente entre a brincadeira e a realidade imediata
que lhe forneceu conteúdo para realizar-se” PCN’s (1998, p
27).

Nesse sentido, para brincar é preciso apropriar-se de elementos da


realidade imediata de tal forma a atribuir-lhes novos significados. Essa
peculiaridade da brincadeira ocorre por meio da articulação da imaginação e a
imitação da realidade. Toda brincadeira é uma imitação transformada, no plano
das emoções e das ideias, de uma realidade anteriormente vivenciada.
Isso significa que a criança que, por exemplo, bate ritmicamente com os
pés no chão e imagina-se cavalgando um cavalo, está orientado sua ação pelo
significado da situação e por uma atitude mental e não somente pela
percepção imediata dos objetos e situações.
O principal indicador da brincadeira, entre as crianças, é o papel que
assumem enquanto brincam. Ao adotar outros papeis na brincadeira, as
crianças agem frente a realidade de maneira não literal, transferindo e
substituindo suas ações cotidianas pelas ações e características do papel
assumido, utilizando-se de objetos substitutos.
A brincadeira favorece a autoestima das crianças, auxiliando-as a
suportar progressivamente suas aquisições de forma criativa. Brincar contribui
assim, para a interiorização de determinados modelos de adulto, no âmbito de

18
grupos sociais diversos. Essas significações atribuídas ao brincar transformam-
no em um espaço singular de constituição infantil.
A intervenção do educados é necessária para que, na instituição
sozinhas, ampliar suas capacidades de apropriação dos conceitos, dos códigos
sociais e das diferentes linguagens, por meio da expressão e comunicação de
sentimentos e ideias, da experimentação, da reflexão, da elaboração de
perguntas e respostas, da construção do objetos e brinquedos. Para isso, o
educador deve conhecer e considerar as singularidades das crianças de
diferentes idades, com as quais trabalham respeitando suas diferenças e
ampliando suas pautas de socialização.
Um aspecto importante da brincadeira é possibilitar a criança a
satisfação de atuar livremente sobre determinadas situações. Muitas vezes o
adulto impede que a criança desenvolva suas habilidades por não estar ciente
de que a brincadeira para a criança é necessária uma vez que ela traz enormes
contribuições ao desenvolvimento dessas habilidades , visto que as
brincadeiras facilitam o crescimento corporal, de força e resistência física, de
coordenação preceptora.
Brincando a criança aprende a decidir, ter opinião própria, descobre seu
papel e seus limitas. Através do brinquedo ela descobre o prazer e satisfação
de habilidades de comunicação, nas mais varias formas, facilitando a auto
expressão. Além de colaborar no desenvolvimento intelectual por meio de
exercício de atenção, e também pelo uso progressivo de processos mentais
mais complexos como comparação e discriminação, e pelo estimulo à
imaginação.
“ A criança em idade pré-escolar envolve-se num ilusório e imaginário
onde os desejos não realizáveis podem ser realizados e esse mundo é o que
chamamos de brinquedo!” VYGOTSKY (1992, p.92).
As brincadeiras, quer através de jogos ou não, propiciam ainda a
socialização, pelo o exercício de vários papéis sociais, com as suas normas de
conduta e pela a formação de lealdades sociais. Ajudam a descoberta do EU e
do OUTRO ( social e cultural) contribuindo para a difícil construção da
identidade cultural.

19
“Jogo supõe relação social, interação. Por isso, a participação
em jogos e brincadeiras contribui para a formação de atitudes
sociais, respeito mutuo, solidariedade, iniciativa pessoal e
grupal. É jogando e brincando que a criança aprende o valor do
grupo com força integradora e o sentido de competição e da
colaboração consciente e espontânea” RIZZI e HAYDT (1987,
p.15).

Quando brinca a criança, alivia tensões, descarrega energia, assimila a


realidade do mundo que a cerca. Beneficia-se culturalmente, pois os modelos
de comportamentos, conhecimentos, crenças e valores são graças as
brincadeiras mais facilmente transmitidas de uma geração a outra, e cujo
desdobramento é instigado pelas atividades criadoras.
“ Sendo parte integrante da vida em geral, a atividade lúdica
tem uma função vital para o individuo, não so para distração e
descarga de energia, mas principalmente como forma de
assimilação da realidade, além de ser expressão de ideias
culturalmente útil para sociedade como comunitárias” RIZZI e
HAYDT (1987).
Através da atividade lúdica, a criança faz pequenos ensaios sobre os
papeis que possivelmente irá desempenha quando adulta, pois quando brinca,
por exemplo, de faz de conta, a criança geralmente assume a identidade do
adulto. Tudo a aquilo que na vida real passa desapercebido pela criança, passa
a receber destaque quando esta começa a brincar. Daí é que através das
atividades lúdicas, a criança exercita sua capacidade de percepção e
assimilação do real.

20
4. CAPITULO II: O LÚDICO COMO FORMA DE ENSINO-APRENDIZAGEM

4.1. Concepções sobre lúdico dentro da escola, como forma de


ensino

A frase abaixo é de Pitágoras (580 a.C. - 497 a.C.)

"Observa o teu culto à família e cumpre teus deveres para com teu pai, tua
mãe e todos os teus parentes. Educa as crianças e não precisarás castigar os
homens."

Desde os primórdios, um matemático como Pitágoras, já havia percebido


que o desenvolvimento da educação e social de uma criança começa no seio
familiar. Então só para esclarecer um pouquinho, depois dessa explicação
inicial, um conceito é importante: a primeira infância.

A primeira infância é a fase da vida entre zero e seis anos de idade. O


papel dessa época da vida no desenvolvimento mental, emocional, de
aprendizagem e de socialização dessa criança talvez seja tão ou mais
importante que a evolução física e neurológica. As primeiras sensações que a
criança percebe vêm de seu próprio corpo: satisfação, dor, sensações
sensoriais, movimentações e deslocamentos. Dessa forma seu corpo é
comandado por ações, conhecimento e relação com o mundo exterior. O
desenvolvimento da criança, portanto, esta intimamente ligada ao esquema
21
corporal, o qual depende da maturação do sistema nervoso (RODRIGUES,
1989). Para o autor o corpo tem uma ligação direta com o psiquismo.

Na primeira infância a imaginação é muito forte, e peculiar da faixa


etária. A criança, nessa fase, encontra se no período das representações
mentais. As atividades lúdicas podem favorecer o símbolo e auxiliar a criança
no seu desenvolvimento.

Brincando [...] as crianças aprendem [...] a cooperar com os


companheiros [...], a obedecer às regras do jogo [...], a
respeitar os direitos dos outros [...], a acatar a autoridade [...], a
assumir responsabilidades, a ceitar penalidades que lhe são
impostas [...], a dar oportunidades aos demais [...], enfim, a
viver em sociedade. (KISHIMOTO, 1993, p.110)

Diferentemente do que se pensa no primeiro momento a atividade lúdica


não é apenas brincadeiras sem fim algum, pelo contrario essas atividades
devem visar o desenvolvimento intelectual do aluno quanto ser pensante,
aprendendo a interagir dentro de regras e em grupo. A metodologia lúdica faz
com que a criança aprenda com prazer, alegria e entretenimento, sendo
relevante ressaltar que a educação lúdica está distante da concepção ingênua
de passatempo, brincadeira vulgar, diversão.
A atividade lúdica deve partir da necessidade de fazer com que os
alunos aprendam de uma forma dinâmica, em que os alunos entre si e alunos e
professor possam interagir afim de tornar o aprendizado mais interessante e
prazeroso. Não se pode esquecer que as atividades devem partir também da
proposta pedagógica, fazendo com que a escola possa cumprir com aquilo que
a mesma propõe.
Desde o ensino infantil a criança está diretamente ligada a necessidade
do lúdico, pois essas atividades proporcionam-lhes o desenvolvimento
cognitivo, intelectual, pisco e motor, brincando a criança aprende, se diverte,
exercita seu corpo e ainda constrói conhecimento, essas mesmas
manifestações proporcionam as crianças experimentar várias sensações como:
o medo, a dor, a alegria, a tensão, etc.

22
Segundo Piaget(1978) as etapas do conhecimento são divididas por
períodos de acordo com os interesses e necessidades das crianças em suas
diferentes faixa etárias. São elas:
Sensório-motor (0 – 2 anos)
Nessa fase o bebe tem reflexos neurológicos básicos, esquemas são
construídos para assimilar o meio, as noções de espaço e tempo são
construídas pela ação. O contato com o meio em que se encontra é imediato,
sem planejamento.
Pré-operatório ( 2 – 7,8 anos)
É caracterizada principalmente pera a interiorização de esquemas construídos
na fase anterior, a criança é um ser egocêntrico centrada em si mesmo.

O espaço a criança passa a representar tanto o objeto quanto a si


mesmo e pode se situar em um espaço que a cerca. Para Piaget, o ser
humano é um ser ativo em todas as etapas de sua vida e procura conhecer e
compreender o que se passa a sua volta. O que se pretendeu aqui de forma
resumida foi mostrar estas duas etapas da primeira infância e suas relevâncias.
Seguido esse pensamento levantaram-se algumas considerações sobre a
criança pré-escolar e Piaget, segundo os fundamentos do desenvolvimento
infantil.

A educação pré-escolar é a primeira etapa da educação básica e


destina-se às crianças com idades a partir de 2 a 3 anos de idade. Visa o
desenvolvimento integral da criança e tem características próprias que a
distinguem dos outros níveis de ensino. Enquanto ato educativo baseia-se em
experiências significativas às quais se desenvolvem num ambiente estimulante,
acolhedor e favorecedor das aprendizagens.

Para Montessori, o período sensível da primeira infância oferece a


ocasião única de incentivar um desenvolvimento real. Ela considerava a
educação social como elemento importante dessa fase, visto que, a
autodeterminação deve receber a orientação de outrem para que o indivíduo
possa atingir a perfeição enquanto ser social. Assim ela descreve este
processo:

23
Nenhum coração sofre com o bem de outrem, mas o triunfo de
um, fonte de encantamento e de alegria para os outros, cria
frequentemente imitadores. Todos têm um ar feliz e satisfeito
de fazer “o que podem”, sem que o que os outros fazem
suscite uma vontade ou uma terrível emulação. O pequeno de
três anos trabalha pacificamente ao lado de um menino de
seis; o pequeno esta tranquilo e não inveja a estatura do mais
velho. Todos crescem na paz. (MONTESSORI, 1969, p. 33).

Sobre o material didático, Montessori diz que estes têm a função de


ajudar a criança a crescer na paz, a fim de que esta adquira um senso elevado
de responsabilidades. Para Montessori, o material didático se constitui para um
ambiente preparado, este deve ser metodicamente concebido e padronizado
de maneira que a criança possa escolher livremente, se ocupar de um dos
objetos propostos se encontrar localizada em uma situação previamente
determinada e ir conduzida, sem saber, a encarar seu desígnio intelectual. Para
melhor exemplo disso é o exercício de encaixar: cilindros de diferentes
tamanhos devem ser introduzidos nas cavidades adaptadas; uma única
solução é possível e, a criança pode aprender seu erro quando o cilindro não
pode ser introduzido.

O material didático deve operar como uma escala, para retomar a


expressão a que se afeiçoa Montessori: devia permitir à criança a tomar a
iniciativa e progredir na sua vida de realização, de acordo com seu pensamento
ele devera ter a ludicidade, que deve se comunicar com a criança e
consequentemente modelá-la.

O material sensorial pode ser considerado desse ponto de vista


como ‘uma abstração materializada’... Quando a criança se
encontra com o material, ela responde com um trabalho
concentrado, sério, que parece extrair o melhor de sua
consciência. Parece que realmente as crianças estão atingindo
a maior conquista de que seus espíritos são capazes: o
material abre a inteligência vias que, nessa idade, seriam
inacessíveis sem ele. (MONTESSORI, 1969, p. 197-198).

Adotando essa abordagem, o professor pode deixar o centro do


processo educativo e partir para sua periferia. Sua tarefa mais urgente é
praticar uma observação científica e empregar sua intuição em descobrir as

24
possibilidades e as novas necessidades da criança. O desenvolvimento da
criança deve ser dirigido de maneira responsável de acordo com o espírito
científico.

Diante do exposto, nos mais diferentes enfoques, pode-se perceber que


a criança como um todo, nas suas dimensões gerais, pode-se afirmar que a
criança precisa de espaço adequado, meio social condizente com sua faixa
etária, acompanhamento específico, ludicidade para o seu bom
desenvolvimento psicossocial.

O brinca principalmente é essencial nessa fase, o material didático


empregado pelo professor também faz todo um diferencial. O lúdico e a
brincadeira constitui-se em uma estratégia importante para o desenvolvimento
e aprendizagem de qualquer criança, pois o lúdico, além de contribuir e
influenciar na aprendizagem dos conteúdos escolares, também auxilia no
desenvolvimento dos aspectos cognitivos, afetivos e psicomotores da criança.

4.2. A escola atual e sua função


O século XXI destaca-se entre outros fatores o aumento pela expectativa
de vida ou pelo menos pela melhora na vida das pessoas; pelo crescimento
acelerado das coisas; por novas descobertas; pela necessidade de sempre
sabermos mais alguma coisa, etc. Tendo como base os estudos de Braslavsky
(2005), uma educação de qualidade seria aquela que permitisse o indivíduo se
beneficiar de forma justa e igualitária frente aos obstáculos do mundo sempre
de forma positiva, mais a mesma autora afirma que muitos dos nossos jovens
perecem não usar esse nova ordem global em beneficio próprio e dos outros.

Em face das turbulências do mundo contemporâneo e das


fragilidades das estruturas da família e de outras instituições
sociais, (...) a escola está prestes a se tornar o principal
instrumento de preservação e de transmissão de valores
fundamentais, dos quais dependem a coesão das sociedades
futuras.( PAPADOPOULOS, 2005, p. 24)

25
A escola serve para cumprir uma função social, ou seja, passar
conhecimento de geração em geração oferecidas pela sociedade. Os
conhecimentos que a escola deve oferecer são os de equalizar as
oportunidades, de tornar as pessoas criticas transformadoras, conscientes,
criadoras e democráticas. A escola deve além de transmitir esses
conhecimentos também tornar seu ambiente chamativo e interessante para que
os alunos que a frequentam sintam-se interessados a aprender o que lhes é
oferecido.
Diante das constantes mudanças ocorridas na sociedade é pertinente
refletirmos sobre a organização do espaço escolar dentro de uma “sociedade
técnica/científico-informal” (LIBÂNEO, 2001, p. 40)
É dever também da escola acompanhar as mudanças que acontecem no
mundo, uma vez que essas mudanças são provocadas pelo comportamento
das pessoas, pessoas estas que são o público alvo da escola, mesmo não
sendo alunos na atualidade, mas que suas vidas dependem daqueles que
frequentam a escola, por serem os futuros, professores, médicos, vereadores,
prefeitos, etc. Enfim a escola deve procurar novas técnicas que à auxilie no
processo de ensino e aprendizagem, esse trabalho tem como base nesse
processo o a ludicidade no dia a dia da escola, usando-a como ferramenta de
ajuda.

4.3. O professor na escola atual


A natureza da ação corresponde à natureza da compreensão. Se a
compreensão é crítica ou preponderantemente crítica, a ação também o será.
Se é mágica a compreensão, mágica será a ação. ( FREIRE, 1986, p. 106).
O processo de ensino e aprendizagem não exige apenas ensinante ou
aprendente, exige sim uma via de mão dupla onde os dois precisam caminhar
juntos a fim de chegar ao objetivo principal que é o de que o aprendente possa
desenvolver suas habilidades e consiga dispor de tais na sua vida. Mas tal
processo às vezes encontra pelo caminho problemas “extra” que precisam ser
resolvidos para que o caminho não seja interrompido ou feito de maneira
incerta, é certo que os educadores de um modo em geral precisam
proporcionar um ambiente escolar em que os educandos possam sentir-se a
26
vontade e assim desenvolvam suas habilidades propostas de maneira
satisfatória.

Saber produzir essa mediação não é um dom, embora alguns o


tenham; não é uma técnica, embora requeira uma excelente
operacionalização técnico-estratégica; não é uma vocação,
embora alguns a possam sentir. É ser um profissional de
ensino, legitimado por um conhecimento específico exigente e
complexo. (ROLDÃO, 2007, p.102)

O professor atual precisa está preparado para um processo que a cada


dia parece ser um pouco mais complicado. Novos alunos, com novos
pensamentos e novas perspectivas todos os dias aparecem em nossas
escolas, decorrentes da globalização e das inúmeras ferramentas por ela
concedida. É papel dos educadores estarem preparados para essa luta diária
que todos enfrentam, com mudanças frequentes, responsabilidade de preparar
os educandos segundo as bases pedagógicas, promover um ambiente com
novas metodologias e preparar esse alunos para um futuro não tão distante em
que sejam capazes de enfrentar o mundo sozinhos.
Conforme Pacheco (1995), processo de aprender a ensinar resulta da
articulação teoria e prática, destacando-se quatro componentes processuais,
sendo eles: metacognição, descontinuidade, individualização e socialização.
A metacognição envolve mudanças de natureza cognitiva, afetiva,
condutivas, resultantes da articulação teoria e prática. O professor
reconceitualiza aquilo que aprende numa instituição, orientado pela
necessidade de um conhecimento prático e útil.
A descontinuidade marca a passagem do aluno a professor. Choque de
transição, no confronto ideal x realidade. Nesse processo descontínuo o
professor passa por diferentes etapas evolutivas de preocupações que marcam
o seu percurso profissional; fase de impacto nos alunos, preocupação com a
aprendizagem dos alunos e sua relação interpessoal com eles.
A individualização embasada na teoria cognitivo-desenvolvimentista,
considera o professor um adulto aprendente. Aprender a ensinar é um
processo que envolve mudanças cognitivas sendo que altos níveis de
desenvolvimento psicológico se associam a maior capacidade do professor de
27
resolver problemas conferindo-lhe mais segurança e autoimagem positiva com
práticas mais reflexivas, inovadoras, flexíveis, etc.
A socialização ocorre em vários níveis, frutos de influências que
contribuem para a construção de identidades profissionais, formando olhares,
saberes e significados.

4.4. O lúdico como finalidade de aprendizagem


A palavra lúdico vem do latim ludus e significa brincar. Neste brincar
estão incluídos os jogos, brinquedos e divertimentos e é relativa também à
conduta daquele que joga que brinca e que se diverte. Por sua vez, a função
educativa do jogo oportuniza a aprendizagem do indivíduo, seu saber, seu
conhecimento e sua compreensão de mundo. O lúdico refere-se a abstração
que supostamente remete alguma pessoa a uma situação de forma simulada.

A atividade lúdica se caracteriza por uma articulação muito


frouxa entre o fim e os meios. Isso não quer dizer que as
crianças não tendam a um objetivo quando jogam e que não
executem certos meios para atingi-lo, mas é frequente que
modifiquem seus objetivos durante o percurso para se adaptar
a novos meios ou vice-versa [...], portanto, o jogo não é
somente um meio de exploração, mas também de invenção
(BROUGÈRE, 1998, p.193).
A atividade lúdica se articula de forma em que a criança e o processo de
ensino-aprendizagem sejam dados com certa maleabilidade. Quando a criança brinca
ela tende a ter um objetivo e acaba buscando meios para atingir o mesmo, mas,
durante a brincadeira pode surgir algum tipo de dificuldade e isso fará com ela mude
esse objetivo para poder adaptar-se e conseguir alcançar o que pretendia no início.
Conforme Wadsworth (1984, p. 44),
Lúdico é formado por um conjunto linguístico que funciona
dentro de um contexto social; possui um sistema de regras e se
constitui de um objeto simbólico que designa também um
fenômeno. Portanto, permite ao educando a identificação de
um sistema de regras que permite uma estrutura sequencial
que especifica a sua moralidade.
O lúdico acaba por ser formado dentro do um determinando contexto
linguístico determinado pelo contexto social. Possuindo regras e constituindo
um objetivo simbólico e designando assim um fenômeno. Permitindo que a
28
criança adeque-se as essas regras e construa uma sequencia especifica para
realizar as atividades que lhe forem propostas.
Friedman, 1996, p. 41considera que:
Os jogos lúdicos permitem uma situação educativa cooperativa
e interacional, ou seja, quando alguém está jogando está
executando regras do jogo e ao mesmo tempo, desenvolvendo
ações de cooperação e interação que estimulam a convivência
em grupo.

O lúdico faz com que os educando despertem o interesse pelo o


aprendizado do jogo, afim de ganhar de seu oponente, se dentro desse jogo
propõe-se ensinar algo automaticamente a intenção será cumprida com êxito,
uma vez que ao aprender as regras inconscientemente o aluno também
aprenderá o que se intencionou ensinar. Os jogos lúdicos oferecem condições
do educando vivenciar situações-problemas, a partir do desenvolvimento de
jogos planejados e livres que permitam à criança uma vivência no tocante às
experiências com a lógica e o raciocínio e permitindo atividades físicas e
mentais que favorecem a sociabilidade e estimulando as reações afetivas,
cognitivas, sociais, morais, culturais e linguísticas.

29
5. CAPITULO III: EDUCAÇÃO INFANTIL E TRABALHO
5.1. A Educação Infantil e suas perspectivas

Quando almejamos que a educação infantil seja um lugar que acolha


com carinho e dedicação as crianças, famílias e profissionais, pensamos em
alguns princípios orientadores que precisam ser transformados em práticas
cotidianas, independente do campo de ação. Esses princípios tornam-se
balizadores dos planejamentos e das ações a serem vividas no ambiente da
escola.

Esse ambiente de educação infantil permite criar e consolidar encontros


e relações com pessoas diferentes, além de vivências relativas aos diversos
saberes. Ela oferece à criança o contato com o contexto cultural ao qual
pertence, ampliando sua visão de mundo, em um local planejado e preparado
para ser agradável e instigante à sua curiosidade, no qual aprende o valor da
beleza dos detalhes e do bem viver e onde pode ser ouvida e respeitada.

Essas praticas pedagógicas fazem com que os adultos envolvidos


tenham compromisso em grupo de oferecer atenção e assumir uma atitude de
confiança na criança que está ali para participar dos acontecimentos com os
adultos, aprendendo a conviver nesse mundo que se apresenta a ela. Mas em
contrapartida as crianças não aprendem passivamente. Elas interagem
assimilando, rejeitando, transgredindo e transformando a si mesmas, as outras
crianças, aos adultos e ao mundo.

É peculiar desse espaço em relação a outros a outros locais de


aprendizado para as crianças, , como a família, é a de que os adultos possuem
uma intencionalidade pedagógica referenciada não apenas em valores
pessoais e contingentes, mas em interpretações coletivas dos princípios
debatidos e estabelecidos na sociedade através de suas legislações e teorias
educacionais que foram apropriadas em programas de formação profissional
30
que criam uma identidade institucional Assim, regida pela ética do respeito à
criança, pela política de conhecer e compreender seu contexto social e suas
culturas e também atenta à estética do mundo simbólico infantil a escola
oportuniza a multiplicidade de formas de representação e os princípios políticos
de participação e liberdade de expressão tão caros a uma sociedade
democrática e sustentável.

Nesse sentido, reafirmando as atuais Diretrizes Curriculares Nacionais


da Educação Infantil (1999) foram desdobrados cinco princípios educativos
visando a sua concretização na prática. São eles: “Diversidade e
singularidade”, “Democracia, sustentabilidade e participação”,
“Indissociabilidade entre educar e cuidar”, “Ludicidade e brincadeira” e,
finalmente, “Estética como experiência individual e coletiva”. Cabe destacar
que esses princípios foram extraídos da consulta nacional sobre as práticas
cotidianas na educação infantil e também que não há entre eles hierarquia ou
predominância, mas inevitável interlocução, pois dizem respeito às dimensões
da vida pessoal e comunitária desde a infância.

5.2. Ludicidade e Pedagogia

KISHOMOTO (1995), ao influenciar a história da pedagogia pré-escolar


brasileira, a partir de uma entrada através do movimento da Escola Nova, os
pensamentos Froebeliano, Montessoriano e Decrolyano tem-se transformado,
principalmente após os anos 70, com a priorização dos programas de
educação compensatória, em menos instrumentos didáticos. A autora observou
mais recentemente uma tendência das pré-escolas brasileiras em trabalhar
com as crianças através de materiais didáticos, brinquedos pedagógicos e
métodos lúdicos de ensino e alfabetização como fins em si mesmos,
descontextualizando seu uso dos processos cognitivos e históricos
experienciados pelas crianças. Utilizando métodos que não restrinja as
crianças a exercício repetidos de discriminação viso motora e auditiva, através
do uso de brinquedos, desenhos coloridos e impressos e musicas ritmadas. Ao
fazer isso, ao mesmo tempo em que bloqueia a organização independente das
31
crianças para a brincadeira, essas práticas pré-escolares, através do trabalho
lúdico didatizando, enfatizando os alunos, como se sua ação simbólica servisse
apenas para exercitar e facilitar para o professor, a transmissão de
determinada visão do mundo, definida a priori pela a escola.

“É fundamental que se assegure a criança o tempo e o espaço


para que o caráter lúdico do lazer seja vivenciado com
intensidade capaz de formar a base solida para a criatividade e
participação cultural e, sobretudo para o exercício do prazer de
viver, e viver, como diz a canção... como se fora brincadeira de
roda...” MARCELLINO (1996, p.38).

É papel da educação formar pessoas criticas e criativas, que criem,


inventem, descubram, que sejam capazes de construir e reconstruir
conhecimento. Não devem reproduzir simplesmente o que os outros já fizeram,
aceitando tudo que lhe é oferecido. Daí a importância de se ter alunos que
sejam ativos, que cedo aprendam a descobrir, adotando assim uma atitude
mais de iniciativa do que de expectativa.

Considerando-se função da escola infantil promover o desenvolvimento


global da criança; para tanto é necessário considerar os conhecimentos que ela
já possui proporcionar a criança a vivenciar seu mundo, explorando,
respeitando e reconstruindo. Nesse sentido a Educação Infantil deve trabalhar
a criança, tomando como ponto de partida que esta é um ser com
características individuais e que precisa de estímulos para crescer criativa,
inventiva e, acima de tudo critica.

A brincadeira na pré-escola deveria ser a estratégia fundamental a ser


utilizada pela escola.

AMORIM (1986) embasa que quando é colocado na prática as


atividades lúdicas, o que tem verificado na maioria das pré-escolas é uma
forma combinada de orientações; ênfase na disciplina e exercícios de
adestramento para o ensino fundamental.

32
A escola, porem, não aproveita os conhecimentos trazidos pelas
crianças, criando com isto a separação entre a realidade vivida por ela na
escola.

A escola agindo desta forma estará comprometendo a própria


espontaneidade da criança, que não se sentira tão a vontade em sala de aula a
ponto de deixar fluir naturalmente sua imaginação e emoção.

A ação de brincar segundo ALMEIDA (1994), é algo natural na criança e


por não ser uma atividade sistematizada e estruturada acaba sendo a própria
expressão de vida da criança.

RIZZI e HAYDT(1987. P.14), convergem para a mesma perspectiva


quando afirmam: “ o brincar corresponde a um impulso da criança, e este
sentido, satisfaz uma necessidade interior, pois o ser humano apresenta uma
tendência lúdica”.

O lúdico aplicado a pratica pedagógica não apenas contribui para a


aprendizagem da criança, como possibilita o educador tornar suas aulas mais
dinâmicas e prazerosas.

CUNHA (1994) ressalta que a brincadeira oferece uma “situação de


aprendizagem delicada”, isto é, o educador precisa ser capaz de respeitar e
nutrir o interesse da criança, dando-lhe possibilidades para que evolua em seu
processo, ou do contrario perde-se a riqueza que o lúdico apresenta.

Nesse sentido é responsabilidade do educador na educação infantil


ajudar a criança a ampliar de fato a sua possibilidade de ação. Proporcionar a
criança brincadeiras que possam contribuir para seu desenvolvimento
psicossocial e consequentemente para sua educação.

Atualmente, o jogo está presente também entre aqueles que estudam as


representações mentais. Entre os teóricos mais relevantes que subsidiam esta
perspectiva, encontram-se os expoentes da psicologia genética como Wallon,
Piaget, Vygotsky, Bruner e outros que mostram a importância do jogo para o
desenvolvimento infantil ao propiciar a descentralização da criança, a aquisição
de regras, a expressão do imaginário e a apropriação do conhecimento. Há
33
ainda pesquisadores que se dedicam a analise de representações sociais a
cerca da concepção de jogo, dentro de uma perspectiva interdisciplinar.

“As funções essências da inteligência consiste em


compreender e inventar, em outras palavras, construir
estruturas estruturando o real. E, de fato, é cada vez mais
patente que estas duas funções são indissolúveis e que, para
compreender um fenômeno ou acontecimento, é preciso
reconstruir as transformações de que elas são resultantes, e
ainda, para reconstruí-las, faz-se mister primeiramente elaborar
uma estrutura de transformação, o que supõe uma parte de
invenção ou de reinvenção” PIAGET apud Oliveira (1998, p.91).

Há de se planejar brincadeiras diversificadas e lhes facilitar a


experimentação. É necessária estimular a participação ativa e a imaginação
criadora, pois conforme VYGOTSKY (1991), quando a criança brinca por
exemplo de “faz de conta”, atinge estágios de desenvolvimento.

Quem apenas sugere que a criança apenas deva brincar ou quem tenta
controlar suas brincadeiras em demasia, está tolhendo o horizontes lúdicos da
criança.

KISHOMOTO (1994, p.35), afirma que “se a atividade lúdica não for de
livre escolha e seu desenvolvimento não depender da própria criança, não se
tem brincadeira, mas trabalho”.

O lúdico enquanto recurso pedagógico deve ser encarado de forma séria


e usado de maneira correta, pois como afirma ALMEIDA (1994), o sentido real,
verdadeiro, funcional da educação lúdica estará garantindo se o educador
estiver preparado para realiza-lo.

Considerando a importância do jogo na aprendizagem da criança é


relevante destacarmos o papel do professor, que deve intervir de forma
adequada, deixando que o aluno adquira conhecimentos e habilidades, sendo
que qualquer atividade por ele realizada na escola visa sempre a um resultado,
em uma ação dirigida e orientada para a busca de finalidades pedagógicas.

Sendo o jogo entendido como ação livre, tendo um fim em si mesmo,


iniciado e mantido pelo aluno, pelo simples prazer de jogar deve ser em um
lugar atraente que possibilite a sua exploração. Nesse sentido o ambiente pré-
escolar deve encorajar as crianças a fazerem uma serie de descobertas ao lhe
34
dar estímulos imediatos para o seu sucesso. A criança necessita de
oportunidades para correr, pular, balançar-se de forma livre e espontânea. Daí,
a necessidade de estar em espaços amplos e abertos.

A educadora FERREIRO (1989), já apontava para a importância de se


oferecer a criança ambientes agradáveis onde se sinta bem a vontade, pois a
criança deverá se sentir como parte integrante do meio em que está inserida..

O ser se constrói, através do movimento que realiza organizando e


criando novas experiências. Assim como afirma LUCKESI (1994), através do
lúdico e da criatividade a escola torna-se um lugar privilegiado para construir a
vida humana na direção de sua plenitude.

Conceber o lúdico como atividade apenas de prazer e diversão, negando


seu caráter educativo é uma concepção ingênua e sem fundamento. A
educação lúdica e uma ação inerente na criança e no adulto e aparece sempre
como uma forma transacional em direção a algum conhecimento.

A criança aprende através de atividade lúdica a encontrar na própria


vida, nas pessoas reais, a complementação para suas necessidade. Para
tanto, OLIVEIRA COMENTA(1998,p.112): “Privar a criança de agir, é
incapacita-la para a própria vida”.

35
6. METODOLOGIA
Para a realização deste trabalho foi realizado pesquisas bibliográfica e
pesquisa de campo.
Durante o processo de revisão bibliográfica e com vista a conhecer de
forma singular a aplicabilidade do tema pesquisado, foram aplicados
questionários com os professores da Escola Cecílio Porfírio Gomes.
Segundo Gil (2002), a pesquisa ora realizada, tendo em vista seus
objetivos, pode ser classificada como: Pesquisa exploratória – aquela pesquisa
que tem como objetivo proporcionar maior familiaridade com o problema, com
vistas a torna-lo mais explicito. Pode envolver levantamento bibliográfico,
entrevistas com pessoas experientes no problema pesquisado. Geralmente,
assume a forma de pesquisa bibliográfica e estudo de caso.

7. RESULTADOS E DISCUSSÕES

36
Inicialmente foi realizada uma visita a Escola Cecílio Porfirio Gomes no
turno da manhã com o intuito de realizar uma triagem, definindo assim os
professores que participariam da pesquisa de campo. Este momento foi
importante também para verificar a relação professor aluno em sala de aula.
No momento da visita a gestora da escola acima citada Maria Gorete
Gomes fez o direcionamento a todos os espaços físicos da escola, fez a
apresentação de funcionários desta instituição, nesta ocasião foi possível
constatar a organização do trabalho pedagógico, sendo possível perceber que
o corpo técnico docente da escola trabalha de acordo com as normas definidas
pelo Ministério da Educação para a educação infantil. Destaca-se a decoração
bem elaborada, a limpeza do espaço físico, o carinho notório dispensados
pelas professoras às crianças e o pleno desenvolvimento cognitivos dos
alunos.
Pode-se observar na pratica cotidiana o que pressupõe a teoria de Jean
Piaget quando defende que o desenvolvimento da criança na educação infantil
ocorra de forma lúdica.
A sala de aula de destacou que se destacou durante a visita é composta
por 26 alunos sendo 12 meninas e dez meninos, e tendo como docente a
professora Katiane Barros Passos, pôde-se observar a boa aceitação dos
alunos em relação a docente acima citada. A principio as crianças ficaram
inquietas com a presença de estranhos, momentos depois começaram a
mostrar seus brinquedos e suas tarefas e a interação entre a equipe visitante e
corpo discente foi fluindo naturalmente. Esta visita foi fator determinante para
tornar esta pesquisa gratificante e capaz de contribuir de forma positiva com a
formação pedagógica de todos envolvidos.
O questionário foi aplicado com cinco professores que atuam na
educação Infantil da Escola Cecílio Porfírio Gomes, este questionário era
composto por 16 questões, oito abertas e oito fechadas.
Quando questionadas sobre o acompanha mento das crianças na escola
pela família e professores disseram ser importante e ser fundamental para que
essa criança apresente um melhor desenvolvimento do seu aprendizado.
Ao serem questionados sobre os maiores desafios para o educador que
atua na educação infantil os entrevistados apontaram como maior desafios a

37
falta de formação especializada, a desvalorização, turmas heterogenias e falta
de material pedagógico para desenvolver um trabalho de qualidade.
Quanto as aulas na Pré-escola os professores ressaltaram que estas
aulas costumavam ser ministradas de acordo com o planejamento executado
ao nível municipal pela secretaria de educação, proporcionando assim
interação entre professores de uma mesma etapa e compartilhamento de
experiências exitosas.
Quanto a possibilidade das crianças aprenderem brincando, os
professores consideram o lúdico como procedimento importante para que a
aula não fundamental dizer que se faz necessário que os educadores estejam
conscientes e comprometidos com o grande desafio de educar na etapa da
educação infantil. Seus planos de ensino devem atender as reais necessidades
das crianças e serem maleáveis o suficiente para abraçar as inúmeras
realidades encontradas numa mesma sala de aula. Vários estudos sobre a
educação infantil buscam estimular o professor a trabalhar com o lúdico
desenvolvendo atividades dinâmicas, despertando o interesse, a criatividade e
o raciocínio dos educandos.
A análise dos dados foi feita numa perspectiva de aprimorar e melhorar a
metodologia do professor, para que este possa desenvolver um bom trabalho.
Para entender melhor, os dados obtidos serão representados
graficamente: Gráfico 1 – O professor permite que a criança tenha liberdade
de propor a temática a ser trabalhada?

Quando falou-se em permissão do professor para o aluno realizar a


atividade com liberdade podemos observar que 80% dos professores acreditam
que deixar a criança propor que a atividade para ser trabalhada em outro

38
momento dar mais significação a construção de sua personalidade, 20%
acreditam que isso pode vir acontecer, mas não com muita frequência.

Gráfico 2: Você considera o lúdico na Pré-escola uma metodologia


motivadora?

Entre os professores entrevistados 80% responderam que o lúdico é


uma forma motivadora, enquanto 20% dos educadores responderam que o
lúdico não é uma metodologia educadora.

Gráfico 3:É possível desenvolver estratégias de ensino que ao mesmo tempo


motive as crianças?

Dos professores entrevistados 60% responderam que é possível


desenvolver estratégias de ensino as crianças, 40% responderam que esta
junção ocorre às vezes.

Gráfico 4: Ao planejar suas aulas você prioriza as atividades lúdicas como


metodologias adequadas e correntes `formação da criança?

39
Dos professores entrevistados 60% disseram que priorizam as
atividades lúdicas ao prepararem suas aulas, 20% priorizam às vezes e 20%
não costumam priorizar o lúdico.

Gráfico 5: Com relação ao brincar você educador objetiva previamente


resultados a serem aplicados?

Dos entrevistados 80% disseram que objetivam previamente os


resultados a serem alcançados, e 20% disseram que apenas algumas vezes.

Gráfico 6: É considerável que a aprendizagem através do lúdico acontece


diariamente?

40
Dos professores entrevistados 60% disseram que a aprendizagem
através do lúdico ocorre diariamente, 20% acreditam que às vezes essa
aprendizagem se desenvolve.

Gráfico 7: Com a presença da ludicidade é possível perceber uma motivação


maior por parte das crianças?

Todos os professores por entrevistados responderam por unanimidade


que o lúdico é sempre motivador.

Gráfico 8: No momento da construção de sua prática educativa você considera


analisar o conhecimento prévio de cada criança?

41
Dos educadores entrevistados 60% disseram ser importante analisar o
conhecimento prévio da criança no início do ano letivo, 20% disseram que às
vezes é necessário, 20% disseram não ser importante.

42
8. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A pesquisa realizada para a elaboração deste projeto permitiu uma
análise criteriosa sobre a importância das atividades lúdicas a serem aplicadas
com crianças a partir da fase pré-escola, de forma a contribuir para o
desenvolvimento cognitivo, social, afetivo e motor dos mesmos.
A execução deste trabalho proporcionou a relevância de um
aprofundamento teórico no que se refere à aprendizagem.
Pois percebemos as diversas causas dos distúrbios relacionados a
aprendizagem e a importância da participação da família, resultando no
interesse e um melhor desempenho cognitivo.
Estes estudos foram de grande importância tanto para reaver a e
metodologia, quanto para recuperar ou prevenir possíveis dificuldades
encaradas pelo professor em sala de aula.
Podendo assim, ver seu aluno como ser único, com suas diferenças e
capacidades próprias dando a atenção merecida a ele.
Os educadores devem mudar seu modo de pensar, de agir, usando
resultados positivos com seus alunos, pois a cada dia está ficando mais
evidente a evolução tecnológica e linguística e os alunos necessitam
desenvolver estratégias interpretativas para compreender seu meio social.

9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

43
AIRES, Philippe. História Social da Criança e da Família. Rio de Janeiro:
Guanabara, 1981.

Autores Associados, 1996.

BROUGÈRE, Gilles. Jogo e educação. Tradução Patrícia Chittoni Ramos>


Porto Alegre: Artes Médicas, 1998.

FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 14ª


ed. 1986.

KISHIMOTO, Tizuko Morchida. Jogos tradicionais Infantil: O jogo, a criança e


a educação. Petrópolis: Vozes 1993.

LIBÂNEO, José Carlos. Produção de saberes na escola: suspeitas e


apostas. In:

MARCELLINO, N. C. Políticas públicas setoriais de lazer. Campinas :

MONTESSORI, M.M. Apresentação. In: Congresso Brasileiro de Educação


Montessoriana. São Paulo, 1974. Anais do 1º. Congresso Brasileiro de
Educação Motessoriana. São Paulo: CBEM, 1974.

NETO, C.A. F. Motricidade e jogo na infância. Rio de Janeiro: Sprint, 2001

OLIVEIRA, M.K. de Vygotsky. Aprendizagem e desenvolvimento. São Paulo:


Spicione, 1997.

PACHECO, J. A. O Pensamento e a ação do professor. Porto: Porto Editora,


1995.

PIAGET, L. E. A formação do símbolo na criança. Tradução de A. Cabral e C.


M. Oiticica. Rio de Janeiro: Zahar, 1971.

RODRIGUES, M. Manual teórico-prático de educação física infantil. São


Paulo: Ícone Editora, 1989.

44
ROLDÃO, M. do Céu. Função docente: natureza e construção do
conhecimento profissional. Portugal. Revista brasileira de Educação. v.12
n.34 jan/abril 2007.

WADSWORTH, Barry. Jean Piaget para o professor da pré-escola e 1º grau.


São Paulo, Pioneira, 1984.

45
ANEXO:
QUESTIONÁRIO ABERTO

1. A criança que é acompanhada diariamente pela a família apresenta um


melhor desenvolvimento no seu aprendizado?

2. Quais são os maiores desafios para o educador que atua na educação


infantil?

3. Como é feito e aplicado seu plano de aula?

4. Como deve ser trabalha a metodologia do professor?

5. Na sua concepção a criança aprende e se desenvolve brincando?

6. Qual a missão do professor diante dos alunos?

7. O que a criança reproduz jogando e brincando?

8. Você se considera preparado para lidar com as dificuldades


apresentadas pelos alunos?

QUESTIONÁRIO FECHADO

1. O professor permite que a criança tenha liberdade de propor a temática


a ser trabalhada?
( ) Sim ( ) Não ( ) Às vezes ( ) Não soube responder

2. Você considera o lúdico na Pré-escola uma metodologia motivadora?


( ) Sim ( ) Não ( ) Às vezes ( ) Não soube responder

46
3. É possível desenvolver estratégias de ensino que ao mesmo tempo
motive as crianças?
( ) Sim ( ) Não ( ) Às vezes ( ) Não soube responder

4. Ao planejar suas aulas você prioriza as atividades lúdicas como


metodologias adequadas e correntes à formação da criança?
( ) Sim ( ) Não ( ) Às vezes ( ) Não soube responder

5. Com relação ao brincar você educador objetiva previamente resultados


a serem aplicados?
( ) Sim ( ) Não ( ) Às vezes ( ) Não soube responder

6. É considerável que a aprendizagem através do lúdico acontece


diariamente?
( ) Sim ( ) Não ( ) Às vezes ( ) Não soube responder

7. Com a presença da ludicidade é possível perceber uma motivação maior


por parte das crianças?
( ) Sim ( ) Não ( ) Às vezes ( ) Não soube responder

8. : No momento da construção de sua prática educativa você considera


analisar o conhecimento prévio de cada criança?
( ) Sim ( ) Não ( ) Às vezes ( ) Não soube responder

47

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