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ABAETETUBA- PA
2019
EVA CRISTINA PEREIRA GONÇALVES
Abaetetuba - PA
2019
EVA CRISTINA PEREIRA GONÇALVES
Conceito:____________________
BANCA EXAMINADORA
________________________________________
Prof.ª Esp. Maria Gilzete Rodrigues de Sousa
Orientadora
_________________________________________________
Prof.
Examinador 1
__________________________________________
Prof.
Examinador 2
Dedico este trabalho a Deus, ao meu
esposo Edson e aos meus familiares por
todo o apoio e por toda a confiança em
mim depositada durante toda a minha
vida.
AGRADECIMENTOS
INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 9
CAPÍTULO I – PSICOMOTRICIDADE: HISTORICIDADE E PRÁTICAS
EDUCACIONAIS ..................................................................................................... 11
1.1 Contexto Histórico da Psicomotricidade ........................................................ 11
1.2 As práticas da Psicomotricidade no Ambiente Escolar.................................16
1.3 A inclusão escolar de alunos com SD: direito ao desenvolvimento e a
aprendizagem...........................................................................................................17
1.4 Síndrome de Down e a Psicomotricidade........................................................26
INTRODUÇÃO
por esses estudos foram Arnold Gesell(1928) e Mytle Megraw (1935), que
entendiam o processo psicomotor como uma função inata ao homem e que se
desenvolve naturalmente a partir de sua maturação que capacita o desenvolvimento
motor e cognitivo do individuo fazendo com que ele possa se desenvolver de forma
gradativa ate chegar nos níveis mais autos de desenvolvimento.
Esses estudos ganham força a partir de 1940, quando surge a inquietação
de uma nova geração de pesquisadores em entender como funciona o
desenvolvimento psicomotor das crianças já na idade escolar e partindo desse
pressuposto que os estudos tiveram um grande avanço durante todo o século XX,
pois esses estudos ganharam destaques no meio acadêmico por ser de interesse de
estudiosos de varias áreas do conhecimento como a pedagogia, psicologia entre
outras. Segundo NICOLA, (2004) apud LUSSAC (2011) os estudos sobre
psicomotricidade:
Esta atrelada ao campo da Neurologia, da Pedagogia e da Psicologia, a
psicomotricidade compreende o corpo e seus aspectos neurofisiológicos,
anatômicos e locomotores, tendo assim como objeto de estudo o
homem, seu corpo, e sua relação com o mundo interno e externo. A
psicomotricidade estuda o homem na sua totalidade como pessoa
(NICOLA, 2004 apud LUSSAC, 2011).
Ainda segundo o mesmo autor essas fases, ou estágios, podem ser bem
definidas e organizadas da seguinte forma:
A primeira fase é conceituada como a de motora reflexa, os primeiros
movimentos de um feto são reflexos, esses que parecem servir como
equipamentos de teste neuromotor para mecanismos estabilizadores,
locomotores e manipulativos que serão usados mais tarde com controle
consciente pelo indivíduo. A segunda fase é dos movimentos
rudimentares, que são determinados pela maturação e caracterizam-se
por uma sequência de aparecimento altamente previsível. A terceira
fase é a dos movimentos fundamentais, que ocorrem na primeira infância
e constituem-se como consequência da fase anterior do período
neonatal. Este período do desenvolvimento motor representa um estágio,
no qual as crianças pequenas estão ativamente envolvidas na
exploração e na experimentação das capacidades motoras de seu corpo.
Mas apesar do interesse de longa data sobre o tema, a inserção das praticas
e técnicas da psicomotricidade no processo educacional não foi rápida. A inclusão
desse estudos aconteceram lentamente, pois vários estudiosos de varias áreas de
conhecimento como Dupré (1909), Henry Wallon (19250, Edouard Guilmain (1935,
Julian de Ajuriaguerra (1947) procuraram estabelecer gradativamente as bases
teórico-metodológicas para a utilização dessas praticas meios no processo
educacional, pois esses mesmos transtornos psicomotores oscilavam entre os
estudos da neurológico e da psiquiátrico. Para esses estudiosos ao tratar da
psicomtricidade o mais importante era que as crianças pudessem aprender a
aprender. Dessa forma, sentiram a necessidade de criar modelos de ensino que
pudessem atender às necessidades reais educacionais, em virtude do
desenvolvimento científico, metodológico e tecnológico. Por muito tempo, as
pessoas envolvidas e preocupadas com a educação apresentavam interesse em
criar, desenvolver e aperfeiçoar praticas e técnicas pedagógicos, visando facilitar a
aprendizagem e promover melhoria da qualidade do processo educativo. Essas
práticas e técnicas didáticas foram inseridos no ambiente escolar com o nome de
“meios de ensino”. À medida que esses se mostravam importantes para o processo
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educativa que deixa em evidência o quanto é valioso que o professor articule seus
diversos saberes em função de acompanhar os mais recentes avanços nas praticas
educativas, como é o caso dos métodos e técnicas psicomotoras dentro do espaço
escolar.
A formação docente configura-se no contexto educacional com as mudanças
de caráter local, nacional e global que a cada dia redefinem a educação. Nesse
sentido torna-se indispensável comentar sobre as políticas educacionais, pois estas
trazem em sua essência “definições” para a educação e consequentemente para a
formação e o papel do docente quando tratamos da educação de crianças com SD e
de como se deve desenvolver as habilidades psicomotoras das mesmas. Além do
que a política educacional brasileira, como as demais políticas, está imbuída de
lutas, de negociação entre as mais diversas classes que estão ligadas à educação, o
que descaracteriza o conceito que se tem de que tal política está ligada somente, ou
melhor, é de responsabilidade do poder público; ao contrário, as políticas
educacionais surgem também a partir das relações entre os sujeitos da sociedade.
Pelas vias de acesso a dinâmica que envolve a organização escolar o
docente tende situar-se numa sociedade conflituosa trazida para dentro de sua sala
de aula, já que no dia-a-dia é perceptível vê que os alunos possuem suas
características individuais, as quais se concentram principalmente no campo social,
econômico, psicológico e familiar. O espaço escolar passou então a ser configurado
como um local de conciliação pedagógica e social, pois no decorrer do surgimento
das exigências no campo educacional, a instituição escolar precisa então se
sustentar, planejar-se e adequar-se a esta nova realidade principalmente quando se
trata do processo inclusivo.
A construção do conhecimento com base a relação teoria e prática, a ação e
a reflexão da própria ação para que posteriormente seja efetivada uma prática
pedagógica consistente tem nessas terminologias um campo fértil a ser analisado e
debatido com alvo de interpretações. Libâneo (2001) comenta que a as mudanças
na educação passa também pelo eixo da formação docente para que ele possa
avaliar os alunos de forma mais adequada e essas mudanças estão ligadas ao
panorama educacional vinculado a:
Essas mudanças atingem o sistema educacional, exigindo-lhe
adequação aos interesses do mercado de formação de profissionais
mais preparados para as modificações do processo de produção...
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docente deveria alinhar-se como objetivo maior a articulação entre teoria e a prática,
de modo que os profissionais entendam que a prática não se constrói no vazio, mas
sim numa relação onde a teoria está vinculada à ação humana e que, teoria e
prática assumem-se de forma dialética. Segundo a LDB, em seu Art.58 a educação
especial é contemplada, diretamente, nos itens § 1º, § 2º e § 3º, a seguir transcritos:
Art. 58. Entende-se por educação especial, para os efeitos desta Lei, a
modalidade de educação escolar oferecida preferencialmente na rede
regular de ensino, para educandos com deficiência, transtornos globais
do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação.
§ 1º Haverá, quando necessário, serviços de apoio especializado, na
escola regular, para atender às peculiaridades da clientela de educação
especial.
§ 2º O atendimento educacional será feito em classes, escolas ou
serviços especializados, sempre que, em função das condições
específicas dos alunos, não for possível a sua integração nas classes
comuns de ensino regular.
§ 3º A oferta de educação especial, dever constitucional do Estado, tem
início na faixa etária de 0 (zero) a 6 (seis) anos, durante a educação
infantil. (BRASIL, 1999, p. 19).
Ainda segundo a LDB, em seu Art.59, afirma que é dever dos sistemas de
ensino:
Essa concepção de avaliação trás em si uma nova proposta que visa superar
a concepção tradicional de inclusão que há anos vem sendo um entrave na
construção do conhecimento escolar desses alunos tanto por parte dos
professores quanto dos alunos, essa nova concepção de inclusão é parte
integrante e intrínseca do processo educacional, pois vem se contrapor ao
tradicionalismo discriminatório que causa um atraso no sucesso escolar de vários
alunos, principalmente os alunos com SD, durante vários anos segundo esse
documento o direito a educação deve ser entendida como um conjunto de
atuações com a função de alimentar, sustentar e orientar a intervenção
pedagógica tanto do professor como de todo corpo pedagógico da escola, pois a
mesma deve ser construída, contínua e sistematicamente por meio da
interpretação qualitativa do conhecimento construído pelo aluno. Mas ela só
poderá ser efetivada se integradas às situações didáticas propostas com as reais
capacidades dos alunos: a inclusão da aprendizagem só poderá acontecer se
forem relacionadas com as oportunidades oferecidas, isto é, analisando a
adequação das situações didáticas propostas aos conhecimentos prévios dos
alunos e aos desafios que estão em condições de enfrentar. De acordo com essa
lei em seu Art. 28, em seus itens I e II, o Estado tem papel de grande importância
para o sucesso desse processo inclusivo, pois:
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Ainda segundo esse mesmo Artigo nos itens III, V, VI, VII, IX e X, os sistemas de
ensino tem que se adequar para efetivar esse processo de inclusão:
Logo, neste caso o portador desta síndrome no seu par de números 21 possui
um cromossomo a mais resultando em 47 cromossomos. Esses indivíduos são
caracterizados, por uma história natural e aspectos fenotípicos bem definidos, sendo
causado pela ocorrência de três cromossomos 21 (trissomia), um a mais do que o
normal na sua porção fundamental.
O diagnóstico pré-natal permite detectar que durante a gravidez se o feto é ou
não acometido pela síndrome, tendo como indicações para o diagnóstico: idade
materna acima dos 35 anos de idade, filho anterior com a SD, um dos dois (pais)
portadores de translocação cromossômica envolvendo o cromossomo 21, e
malformações fetais diagnosticadas pelo ultrassom, testes de triagem pré-natal
alterado.
De acordo com Alves (2008), nem sempre as crianças com a SD apresentam
todos os sinais e sintomas, algumas apresentam um retardo mental de leve a
moderado, algumas não apresentam retardo e se situam entre as faixas limítrofe e
média baixa, e outros ainda podem apresentar o retardo mais severo. Quanto aos
sinais e sintomas é importante salientar os seguintes: hipotonia muscular, reflexo de
moro débil, hiperflexibilidade articular, frouxidão ligamentar, face de perfil achatado,
fendas palpebrais inclinadas para cima, orelhas pequenas, ponte nasal achatada e
pequena, língua proeminente, mãos e pés pequenos com dedos curtos, prega
palmar única, boca pequena, pele na nuca em excesso, malformações
cardiovasculares (defeitos dos septos ventricular e atrioventricular, sopro, entre
outros), infecções respiratórias (rinite, adenoidite, bronquite, brocopneumonia,),
anomalias na visão (estrabismo e miopia), anomalias auditivas (surdez, defeito
funcional da tuba auditiva,), hipotireoidismo, instabilidade osteoarticular
(instabilidade atlantoaxial), a dentição costuma ser tardia ou pode haver falta de
alguns dentes, costuma ser um pouco obesa.
Todas essas características fazem com que essas crianças apresentem
algumas peculiaridades em seu desenvolvimento escolar e principalmente
psicomotor, pois conceitos e práticas básicas como lateralidade, orientação espacial,
entre outros tem que ser trabalhados de forma diferenciada, pois os mesmos
apresentam além de suas características genéticas um atraso do ponto de vista
intelectual dificultando a aquisição dessas habilidades. Segundo afirma Alves (2008):
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Esses aspectos genéticos do aluno com síndrome de Down fazem com que o
trabalho do professor tenha que ser mais bem elaborado porque ao propor suas
atividades não pode fazê-la de forma diferenciada e muito menos isolada para esses
alunos, pois o relacionamento com outros alunos é de suma importância para o
sucesso do desenvolvimento psicomotor dessas crianças.
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CAPÍTULO II
METODOLOGIA DA PESQUISA.
É essa busca de objetivação das praticas propostas pelo professor que vai
contribuir ou não para o sucesso desse desenvolvimento psicomotor das crianças
em deixar de levar em consideração o aspecto da afetividade gerada nesse
processo, pois essa afetividade também é fator determinante para o sucesso desse
processo junto às crianças.
A teoria Walloniana apresenta grandes contribuições para o entendimento das
relações entre professor e aluno, uma vez que sua teoria engloba um movimento
dialético a afetividade, a cognição e os níveis biológicos e socioculturais e também
traz contribuições para o processo ensino-aprendizagem; valoriza a relação
professor e alunos e a escola como elementos fundamentais no processo de
desenvolvimento da pessoa completa; apresenta uma visão política de uma
educação mais justa para uma sociedade democrática, além de apontar que a
escola é um meio fundamental no desenvolvimento dos sujeitos.
interessante que a criança sinta-se acolhida pelo professor na sala de aula, além do
mais, segundo Mahoney; Almeida (2005, p. 12) “O processo de ensino-
aprendizagem é o recurso fundamental do professor: sua compreensão, e o papel
da afetividade nesse processo, é um elemento importante para aumentar sua
eficácia”
De acordo com este pensamento, o autor nos faz refletir que no contexto
escolar, a vivência e as relações que se estabelecem em sala de aula criam vínculos
que interferem e podem contribuir para o a aperfeiçoamento do ensino, por meio da
troca de ideias e de conhecimentos prévios por parte dos alunos, desta forma, a
escola torna-se um local de construção de pensamentos, desejos, ideais e contribui
para a aprendizagem.
Outro autor que discorre sobre essa necessidade de o professor ter total
conhecimento prévio das atividades e praticas psicomotoras para poder trabalhar de
forma efetiva na educação infantil é Le Bouch (1984), ao afirmar que “a educação
psicomotora atingirá seus objetivos quando trabalhada na escola, nas séries inicias,
pois é nessa fase que a criança passa a conhecer a si, seu corpo, suas vontades,
constrói sua personalidade, definindo conceitos, pensamentos, ideias, crenças,
enfim, torna-se um ser consciente”.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A presente pesquisa teve por objetivo analisara relação que se estabelece no
espaço escolar na importância da aplicação das praticas e técnicas da
psicomotricidade pelos professores com alunos com síndrome de Down e a
importância dessa pratica para o desenvolvimento motor afetivo e cognitivo desses
alunos de forma a influenciar na aprendizagem dos mesmos, especialmente na
educação infantil.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
https://efdeportes.com/efd147/psicomotricidade-relacional-na-educacao-infantil.htm
. Acesso em: 07 de jun. de 2019.
https://criancadiferente.blogspot.com/2009/04/psicomotricidade-relacional.html.
Acesso em: 20 de Ag. de 2019.
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S010412902003000200008&
lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 17 de maio de 2019.
<http://www.tccmonografiaseartigos.com.br/pesquisa-bibliografica-metodologia>.
Acesso em: 15 de maio de 2019.