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Poço seiscentista no Vale de Alcântara (Santa Isabel, Lisboa)

16th Century Well in the Alcântara Valley (Santa Isabel, Lisboa)


Luísa Batalha1 e Guilherme Cardoso2

Resumo Introdução
Apresentam-se os resultados da escavação Durante o acompanhamento arqueológico da
arqueológica, executada em 2008, no enchimento construção, adaptação e complemento da estação
de um poço seiscentista encontrado no vale de tratamentos de águas residuais de Alcântara,
d e Alcâ nt a ra durante o acompanh am ento realizado pela empresa de arqueologia EMERITA,
arqueológico da construção da nova ETAR de para a firma Somague, foi colocado à vista, em 2007,
Alcântara (Lisboa). um poço de alvenaria, escavado no substrato de
rochas ígneas que se encontrava selado por debaixo
Palavras-chave: Poço; faiança; louça vidrada; louça de um dos tanques da anterior ETAR do vale de
fosca: Lisboa. Alcântara (Figura 1), à cota dos 15 m.
Abstract Completamente alterada a paisagem onde se
Presents the results of the archaeological localizava o poço devido às obras do fecho da ribeira
excavation, executed in 2008, in the filling a de Alcântara e os diversos trabalhos posteriores, só
well of the 16th century in the valley of foi possível integrá-lo no espaço primitivo através de
Alca nt a ra , found duri ng the archaeo log i cal antigas plantas de Lisboa que referem o sítio na
monitoring of the new Waste Water Treatment margem esquerda da antiga Ribeira de Alcântara,
Station construction in Alcântara (Lisbon) lado oriental da actual Avenida de Ceuta, a nascente
da antiga Quinta de Vila Pouca, a norte da Quinta do
Keywords: Well; stoneware; glazed earthenware;
Sargento Mor, junto a habitações que davam para a
matte pottery; Lisbon.
antiga Azinhaga da Inglesa, após se ter implantado

Figura 1. (1) Localização do concelho de Lisboa em mapa administrativo de Portugal Continental e (2) do sítio arqueológico sobre extracto da Carta de
Portugal, na esc. 1:250.000 (IGeoE, 2008).

1
Arqueóloga, EMERITA Lda .
2
Arqueólogo da Assembleia Distrital de Lisboa. Mestre em Arqueologia.

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Figura 2. Vale de Alcântara em 1760 (fonte). A implantação do poço nesta planta através da topografia possibilitou, com alguma segurança, localizá-lo
numa propriedade que Sebastião José de Carvalho e Melo possuía entre Vila Pouca e o Alto dos Sete Moinhos.
Figura 3. Sobreposição da planta topográfica actual da zona envolvente do poço (a preto) e a sua sobreposição a uma planta topográfica colorida, de 1911.
O levantamento topográfico foi efectuado pelo topógrafo de obras e a sobreposição sobre a planta antiga foi executada por António Oliveira, da Cascais
Top.

Figura 4. Localização provável do poço em fotografia aérea do vale de Alcântara, tirada em 1945.
Figura 5. Localização do poço em imagem de satélite segundo Google, em 23/06/2007.

sobre o levantamento topográfico digital actual e da oriental da actual Avenida de Ceuta, na antiga
sua sobreposição, em CAD, pelo topógrafo António Quinta de Vila Pouca, a norte da Quinta do
de Oliveira. Sargento-Mor. Tem as seguintes coordenadas
UTM: 29S MC 484803 / 4285893. A altitude da
1. Localização boca era de 14,5 m, de acordo com a folha 431 da
O poço em questão estava situado na margem Carta Militar de Portugal, na escala 1:25000
esquerda da antiga Ribeira de Alcântara, no lado (1971).

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Figura 6. Tirada em 21 de Junho de 2007, durante os trabalhos de remoção Figura 7. Tirada em 22 de Outubro de 2007, após a identificação do poço.
de terras do “Multiflou 5”. A rampa que se observa de frente era o local Repare-se na laje de betão partida pela retroescavadora quando retirava
onde se localizava o poço. as terras da rampa, o que levou ao desmoronamento do lado poente do
poço
2. Contexto de descoberta
de alvenaria que constituía a estrutura interna
Durante o acompanhamento arqueológico da
do poço e as camadas superiores de terra que
Empreitada de Concepção, Construção da
colmatavam o seu interior, devido ao
Adaptação e Complemento da ETAR de
deslizamento das terras provocado pela pressão
Alcântara foi colocado à vista um poço escavado
exercida pela máquina quando puxava o balde
no substrato magmático que se encontrava
para cima (Figura 7), a 22 de Outubro de 2007.
selado por debaixo de um dos tanques da
anterior ETAR do Vale de Alcântara. No próprio dia os trabalhos de construção na
área do poço foram suspensos para avaliar os
A sua identificação só possível após se ter estragos provocados e enquanto não chegaram
retirado a rampa de acesso às máquinas as devidas autorizações superiores para sua
utilizadas nos trabalhos de abertura do grande escavação.
alicerce do “Multiflou 5” (Figura 6) verificando-
-se então que tinha estado encoberto pela laje 3. A campanha arqueológica
de betão armado, de 34 cm de espessura, da 3.1. A equipa
antiga ETAR.
Chefiou a equipa operacional a signatária coadjuvada
A remoção das terras da rampa, através da pelos arqueólogos Guilherme Cardoso e Inês Alves
utilização de uma máquina de rastro com braço Ribeiro. Auxiliaram nos trabalhos uma equipa de
me câ n ico a parti r da parte supe r i o r d a seis serventes cedidos pela Entidade Executante
plataforma, danificou o lado poente do poço, (Somague) que procederam à remoção das terras de
provocando o aluimento da maioria da parede revolvimento e o seu transporte manual.

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Figura 9 . Terra solta no interior do poço com materiais arqueológicos. 22


de Outubro de 2007.

devido ao perigo de desmoronamento. Durante os


trabalhos realizados com uma retro-escavadora,
inadvertidamente, foram retiradas as duas
camadas superiores, a II e III (Figura 8), que ainda
permaneciam em parte no interior do poço.

3.3. Resultados
3.3.1. Trabalhos
3.3.1.1. Primeira fase
Figura 8. O poço após remoção da camada I. 22 de Outubro de 2007.
Identificação do poço
estragos provocados e enquanto não chegaram Como já dissemos anteriormente, a sua identificação
as devidas autorizações superiores para sua só possível após se ter retirado a laje de betão
escavação. armado, de 34 cm de espessura, da antiga ETAR, que
aquando da sua construção já tinha cortado a parte
3. A campanha arqueológica superior do poço.
3.1. A equipa
Chefiou a equipa operacional a signatária O aluimento de parte do muro de alvenaria, que
coadjuvada pelos arqueólogos Guilherme Cardoso constituía a parede interna da estrutura e as camadas
e Inês Alves Ribeiro. Auxiliaram nos trabalhos superiores de terra que colmatavam o interior,
uma equipa de seis serventes cedidos pela Entidade possibilitou verificar que estávamos em presença de
Executante (Somague) que procederam à remoção um poço de planta circular.
das terras de revolvimento e o seu transporte Inicialmente para uma melhor compreensão da
manual. estrutura do poço e da época da sua fundação e
O levantamento topográfico foi realizado pelos laboração, procedeu-se ao seu rigoroso
topógrafos da empresa Somague e o tratamento posicionamento topográfico, a um registo
das plantas pelo topógrafo António de Oliveira. O fotográfico exaustivo e fez-se um primeiro desenho
desenho arqueológico de campo e o registo da estrutura e dos estratos então visíveis junto à
fotográfico são da autoria de Guilherme Cardoso. base do poço. Ainda no dia do seu aparecimento
retirou-se manualmente a camada I, constituída
3.2. Metodologia por terras soltas (Figura 9), deixou-se as restantes
por se encontrarem compactadas e retiraram-se os
Na semana anterior à escavação do poço foram materiais arqueológicos soltos que se encontravam
removidas as pedras que subsistiam no talude

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arqueológicos constituídos por faianças decoradas


essencialmente a azul e raras a azul e vinhático,
louça de vidrado plumbífero e fosca de pasta
vermelha e esbranquiçada, vidros de garrafas e
copos, bem como raros ossos de animais;
• Camada II: constituída por terra castanha escura e
grande quantidade de blocos de calcário de grandes
dimensões e raros materiais arqueológicos;
• Camada III: terra negra compacta, com bolsas de
argila fina e raros materiais.

Figura 10. Tipo de alvenaria que forrava internamente o poço.

nas terras que entretanto tinham deslizado para a


base do talude onde o poço estava aberto. Este
trabalho foi executado rapidamente devido ao
perigo eminente de derrocada de algumas das pedras
da estrutura que se conservavam na parte superior
do talude (Figura 10).

Figura 12. Trabalhos de escavação do lado sul da base do poço. 31 de


Janeiro de 2008.

Conservação de estruturas
No próprio dia os trabalhos de construção na área
do poço foram suspensos enquanto não chegaram
as devidas autorizações superiores para sua
escavação. Com a finalidade de proteger o que
restava do poço procedeu-se à sua cobertura com
manga plástica preta em toda a área de corte para
Figura 11. Topo do poço. Tirada em 22 de Outubro de 2007, após a
identificação do poço. evitar mais deslizamentos provocados pela
pluviosidade atmosférica.
Verificou-se que no meio da terra que se mantinha
agarrada a algumas pedras no topo da estrutura se
encontravam pequenos fragmentos de faiança, 3.3.1.2. Segunda fase: escavação do poço
cerâmica fosca e um fragmento de cana de cachimbo Nesta fase procedeu-se à escavação do que restava
de cerâmica de pasta branca. da camada III, terra negra compacta, com bolsas de
argila fina e alguns fragmentos de alcatruzes
Após terem sido retirados todos os materiais camada, e da IV, terra negra, um pouco argilosa, com
arqueológicos da terra depositada na zona fronteira abundantes fragmentos de alcatruzes, raros
ao talude, onde se localizava o poço, (Figura 11) fez- fragmentos de faiança portuguesa e pedras de
se o desenho dos estratos arqueológicos do interior tamanho médio, através de processos manuais
da estrutura do poço, constatando-se a existência os (Figura 12).
três seguintes estratos:
Após se remover à enxada e pá a camada superior de
• Camada I: terra castanha escura pouco compactada,
terra revolvida, aprofundou-se manualmente, por
pedras de vários calibres, abundantes materiais
camadas artificiais, com cerca de 10 cm, a metade

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Verificou-se que a base do poço tinha sido aberta


directamente nos estratos geológicos constituídos
por rochas plutónicas macias do complexo vulcânico
de Monsanto. Para criar uma plataforma estável, os
construtores tinham colocado na base troncos de
pinheiro verde na horizontal, encaixados na parede
lateral, e só depois construíram uma parede de
alvenaria seca (Figura 15).
• Camada III: vestígios da parte inferior desta camada
de terra negra compacta, com bolsas de argila fina e
alguns fragmentos de alcatruzes.
• Camada IV: terra negra, um pouco argilosa, com
abundantes fragmentos de alcatruzes, raros
Figura 13. Pormenor dos fragmentos de alcatruz e de faiança no meio das fragmentos de faiança portuguesa e pedras de
pedras da base. 31 de Janeiro de 2008.
tamanho médio. Dois fragmentos de toros de
norte do enchimento do poço e posteriormente a pinheiro verde que restaram do arranque das pedras
restante metade sul (Figura 13). da estrutura do poço.

3.3.1.3. Terceira fase: crivagem de terras


Numa última fase todas as terras provenientes dos
trabalhos de derrube da estrutura do poço, que
tinham sido colocadas à parte, foram crivadas pelo
arqueólogo Nuno Banha e recolhidos os materiais
arqueológicos ali encontrados constituídos por
apenas fragmentos de alcatruzes.

3.3.2. Estratigrafia
Finalizada a escavação arqueológica a estratigrafia
do seu enchimento ficou assim definida:
Figura 14. Fundo do poço após a sua escavação. 31 de Janeiro de 2008.
- Camada I: terra castanha escura pouco compactada,
Recolheram-se raros fragmentos de faiança e pedras de vários calibres, abundantes materiais
pedaços de alcatruzes, no meio de uma camada de arqueológicos constituídos por faianças decoradas
terra negra com alguma argila e pedras de pequenas essencialmente a azul e raras a azul e vinhático,
dimensões, o que evidenciou que se tratava de um louça de vidrado plumbífero e fosca de pasta
estrato da época da fundação do poço (Figura 14). vermelha e esbranquiçada, vidros de garrafas e
copos, bem como raros ossos de animais;
- Camada II: terra castanha escura com grandes
blocos de pedra e raras cerâmicas;
- Camada III: terra negra compacta, com bolsas de
argila fina e alguns fragmentos de alcatruzes;
- Camada IV: terra negra, um pouco argilosa, com
abundantes fragmentos de alcatruzes, raros
fragmentos de faiança portuguesa e pedras de
tamanho médio.

3.3.3. Estruturas
O poço de forma circular, de 4 m de diâmetro,
Figura 15. Fundo do poço após a sua escavação. Observe-se tronco de encontrava-se aberto directamente nos estratos
pinho in situ. 31 de Janeiro de 2008. geológicos constituídos por rochas ígneas, macias,
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do complexo vulcânico de Monsanto, selado sobre a faiança, apresentam coloração entre o branco
base de um dos tanques da antiga ETAR. amarelado (Munsell 2.5Y8/3) e o rosa claro (Munsell
5YR8/4), A fractura é irregular, granulosa, fina, por
Encontrava-se forrado com blocos irregulares de vezes com aspecto foliáceo, apresentando alguns
calcário e basalto (Figura 15), apoiados na base em vacuolos devido a deficiente amassadura.
troncos de pinho verde encaixados, horizontalmente,
em buracos laterais, para criar uma plataforma Observa-se que as peças de pasta mais clara não
estável e só depois construíram uma parede de apresentam quartzo, salvo raras excepções; a mica é
alvenaria seca. Embora os troncos já não se rara e minúscula, o prato brasonado e outras peças
encontrassem na sua primitiva posição, devido a apresentam nódulos redondos ou laminares de
terem sido removidos pela máquina aquando do óxido de ferro vermelho, muito duro, idênticas a
desmonte das pedras, foi possível reconstituir o outras recolhidas na Rua de Buenos Aires, Lisboa, e
local do seu encaixe. de onde os barros serão originários (Batalha et al.,
2013).
3.3.4. Espólio Vidrados e pintura
No interior do poço encontraram-se fragmentos de As peças de faiança portuguesa apresentam o
cerâmica, vidro, metais, raros ossos de animais e característico vidrado estanífero a imitar a porcelana,
conchas. Alguns destes materiais estão decoradas normalmente a azul-cobalto e a
documentados em fotografia (Figuras 19 a 30) e manganês.
desenho (Estampas 1 a 14).
3.3.4.1.2. Louça
3.3.4.1. Cerâmicas Vidrada
Foram vários os fragmentos de faianças e de louça Da cerâmica de vidrado plumbífero transparente ou
de barro vermelho e branco, fosca e vidrada entre os colorido a verde e a amarelo. O reportório é o
quais o fragmento de uma boquilha de cachimbo de habitual de se ver em louças domésticas da época
caulino, que se encontrava na parte superior do constituídas fundamentalmente por alguidares,
poço. saladeiras, potes e bispotes.

3.3.4.1.1. Faianças Fosca


Da base do poço saíram dois pequenos fragmentos A cerâmica fosca é praticamente de pastas
de faiança branca malagueira, um fundo com base vermelhas, existindo fragmentos de panelas,
vazada e um fragmento de parede espessada do púcaras, tachos, frigideiras, alguidares, potes e
mesmo tipo, juntamente a outros fragmentos de púcaros. Recolheram-se três fragmentos de medidas
faiança azul e branca de pratos e taças, podendo as de líquidos duas delas apresentam grafitos junto ao
mais antigas datar-se dos meados do século XVII, e bordo (Figura 28).
foram recolhidas no fundo do poço, na camada IV, Apareceu um pequeno fragmento de parede de uma
junto a alcatruzes. A maioria da faiança é de panela de pasta grosseira brunida internamente e
produções lisboetas, dos séculos XVII inícios do XVIII externamente, de cerâmica manual, que se pode
e foram recolhidas fundamentalmente na camada I. associar a produções das ilhas Canárias (Figura 29) e
Para além do maioritário número de fragmentos de que têm aparecido em contextos dos finais do século
faiança portuguesa apareceu um pequeno fragmento XVII inícios do XVIII (Barros e Cardoso, 2008).
de bordo de prato de pasta branca macia, coberto de
vidrado estanífero espesso de boa qualidade, de cor 3.3.4.2. Vidros
azul claro, decorado, junto ao bordo, com pequenos
As peças de vidro são copos lisos, frascos, garrafas
frutos azuis delimitados por um azul mais forte
bojudas e quadrangulares, em verde-claro e verde-
certamente de produção italiana (Figura 20).
escuro, tudo de fabrico manual com o auxílio da
Pastas cana de sopro.
As pastas cerâmicas, correspondentes à loiça de

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Figura 16. Desenho do poço: corte. Estratos: I – Terra castanha escura pouco compactada, pedras de vários calibres, abundantes materiais arqueológicos
constituídos por faianças decoradas essencialmente a azul e raras a azul e vinhático, louça de vidrado plumbífero e fosca de pasta vermelha e
esbranquiçada, vidros de garrafas e copos, bem como raros ossos de animais; II – Terra castanha escura com grandes blocos de pedra e raras cerâmicas;
III – Terra negra compacta, com bolsas de argila fina e alguns fragmentos de alcatruzes; IV – Terra negra, um pouco argilosa, com abundantes fragmentos
de alcatruzes, raros fragmentos de faiança portuguesa e pedras de tamanho médio.

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Figura 17. Desenho do poço: corte da base.

Figura 18. Desenho do poço: planta da base.

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Figura 19. Fragmentos de faiança da base do poço. À esquerda base de taça vazada e à direita fragmentos de boca de garrafa ou de castiçal.

Figura 20. Fragmento de bordo de prato, majólica italiana. Figura 21. Fragmentos de prato de faiança brasonada, decorado a azul e
vinhático.

Figura 22. Fragmento de fundo de prato de faiança azul e vinhático, Figura 23. Fragmento de aba de prato de faiança com decoração a
decorada com coelho. desenho miúdo, a azul e vinhático na frente e no tardoz.

Figura 24. Fragmento de prato de faiança, bordo ondulado e vestígios de Figura 25. Fragmentos de jarro de medida em faiança decorada a azul e
possível brasão. vinhático.

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Figura 26. Fragmentos de malga e prato em faiança decorada a azul. Figura 27. Fragmentos de malgas em faiança com monogramas no fundo.

Figura 28. Fragmentos de medidas de líquidos com grafitos junto ao bordo.

Figura 29. Fragmento de parede de possível cerâmica das Canárias.

Figura 30. Fragmentos de gargalos: garrafa, frasco e copos de vidro.

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do século XVII (Ferreira, 2012: 91, fig. 6, nº 16-21). 11 (2). Lisboa: 347-360.
Para as garrafas em forma de bolbo, Figura 30,
Batalha, L.; Campôa, A.; Cardoso, G.; Neto, N.; Rebelo, P.; Santos, R.
Estampa 15, nos 118-121, temos paralelos em Lisboa (2013) - Vestígios de um centro produtor de faiança dos séculos XVII e
datadas dos finais do século XVII a inícios do XVIII XVIII – Dados de uma Intervenção Arqueológica na Rua de Buenos Aires,
(Ferreira, 1997, Plate 2, II, 1) e na Judiaria de Almada, nº 10, Lisboa, Velhos e Novos Mundos. Estudos de Arqueologia Moderna.
Congresso Internacional de Arqueologia Moderna, 6 a 9 de Abril de 2011,
para o século XVIII (Medici, 2005: 563, 12.111). Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de
Lisboa. Lisboa: 389-400.
3.3.4.3. Metais Cabral, J.; Cardoso, G.; Encarnação, J, d’ (2009) - Sondagens arqueológicas
Recolheram-se apenas dois pequenos fragmentos no palácio dos Condes da Guarda. Carvalho, A., e Santos, C. (Coord.) A
casa dos azulejos de Cascais de palácio dos Condes da Guarda a Paços do
de metal: uma cavilha de ferro e um bocal de tubo de Concelho. Cascais: 200-241.
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Espaço e no Tempo Contexto Editora, Lda. Lisboa: 138–139.
4. Conclusões
Cardoso, G. (2009) - Sondagens arqueológicas no Convento de Nossa
O poço terá sido construído em meados do século Senhora das Neves (Serra de Montejunto, Cadaval). Actas do 1º encontro
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XVII ou mesmo na primeira metade do referido cultural no concelho do Cadaval, 19 de Maio de 2007. Cadaval: 43-82.
século. Serviria para abastecimento de água à
Cardoso, G.; Luna, I. (2006) - Nota preliminar sobre as cerâmicas
horta, pomar e casa da quinta que no século XVIII provenientes do poço dos Paços do Concelho de Torres Vedras. Actas do
pertenceu a Sebastião José de Carvalho e Melo 3º Seminário do Património da Região Oeste. Cadaval: 99-112.
(Marquês de Pombal), confirmado pela legenda Cardoso, G.; Rodrigues, S. (1999) - Tipologia e cronologia de cerâmicas
que se encontra na planta do Vale de Alcântara de dos séculos XVI, XVIII e XIX encontradas em Cascais. Arqueologia
1760 (Figura 2). Medieval, 6. Porto: 193-212.

Cardoso, G.; Rodrigues, S. (2002) - Conjunto de Peças de Cerâmica do


Num primeiro momento funcionou uma nora para Século XVII do Convento de N.ª Sr.ª da Piedade de Cascais. Actas do 3º
elevar a água do poço, de que existem fragmentos Encontro de Arqueologia Urbana. Almada: 269-288.
de alcatruz recolhidos na base do poço (estratos Cardoso, J. M. (1988) - Carta Arqueológica do concelho de Lisboa. Revista
III e IV). Municipal, 23, 2ª série. Lisboa: 3–25.

Casimiro, T. M. (2011) – Estudo do espólio de habitação setecentista em


A desactivação do poço deve ter ocorrido já durante Lisboa. O Arqueólogo Português, 1, série 5. Lisboa: 689-726.
o século XVIII, devido a um possível desabamento da
Castelo-Branco, F. (1956) - Lisboa Seiscentista. Lisboa: 112-115.
parte superior, ao que se lhe juntou o acumular de
terras e pedras encontradas no fundo. A camada III Castilho, J. de (1942) - A Ribeira de Lisboa – Descrição Histórica da
Margem do Tejo a Madre de Deus até Santos-O-Velho, 3. Publicações
parece, assim, corresponder a um desabamento a Culturais da Câmara Municipal de Lisboa. Lisboa: 71-99.
que se segui o seu entulhamento. Nessa altura passa
Custódio, J. (2002) – A Real Fábrica de Vidros de Coina [1719-1747] e o
a servir para depósito de lixos domésticos durante vidro em Portugal no séculos XVII e XVIII, aspectos históricos,
um curto período de tempo, o que se observa atrás tecnológicos, artísticos e arqueológicos. Cadernos IPPAR, 5. Lisboa.
de raros restos de fauna de ossos de ovicabrinos, Diogo, A. M. D.; Trindade, L. (1995) - Duas novas intervenções
parte do esqueleto de um pequeno cão, conchas de arqueológicas em Lisboa (Rua da Madalena e Rua do Ouro). Revista de
berbigão, tudo no meio de pedras, terras e cerâmicas Arqueologia da Assembleia Distrital de Lisboa, 2. Lisboa: 63-75.

que o colmataram, estando afastada a hipótese de Diogo, A. M. D.; Trindade, L. (1995) - Cerâmicas de Lisboa provenientes
ter ruído com o terramoto de 1 de Novembro de 1755, de contextos datados. Materiais de uma lareira de cozinha destruída
pelo terramoto de 1755. Actas das 1as Jornadas de Cerâmica Medieval e
e posteriormente sido entulhado, pois no seu interior Pós-Medieval. Tondela: 163-170.
não foram encontrados materiais posteriores ao 2º
Diogo, A. M. D.; Trindade, L. (1995a) – Intervenção arqueológica na Rua
quartel do século XVIII. João do Outeiro, nº 36-44, na Mouraria, em Lisboa. Actas das 2as
Jornadas de Cerâmicas Medievais e Pós-Medievais, métodos e resultados
para o seu estudo. Tondela: 257-266.
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Amesterdão: 19-26. Medievais e Pós-Medievais, métodos e resultados para o seu estudo.
Tondela: 349-354.

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Luísa Batalha e Guilherme Cardoso

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Trindade, L.; Diogo, A. M. D. (1997) - Intervenção arqueológica na
Diogo, A. M. D.; Trindade, L. (2003) - Cerâmicas de barro vermelho da Travessa da Madalena, nº 18 (Lisboa). Revista de Arqueologia da
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Lisboa. Actas das 3as Jornadas de Cerâmica Medieval e pós Medieval.
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Poço seiscentista no Vale de Alcântara (Santa Isabel, Lisboa)
Luísa Batalha e Guilherme Cardoso

Estampa 1. Faiança: 1, bordo de prato; 2, fundo vazado, 3 e 4, castiçal/ garrafa; 5, jarro; 6, asa.

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Poço seiscentista no Vale de Alcântara (Santa Isabel, Lisboa)
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Estampa 2. Faiança: 7-11, pratos decorados a azul e manganês.

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Poço seiscentista no Vale de Alcântara (Santa Isabel, Lisboa)
Luísa Batalha e Guilherme Cardoso

Estampa 3. Faiança: 12 e 13, pratos; 14, 15, 17 e 18, covilhetes, decoração a azul e manganês. 16, covilhete em chacota.

128 EMERITA - Estudos de Arqueologia e Património Cultural, 1 (2013), www.emerita.pt


Poço seiscentista no Vale de Alcântara (Santa Isabel, Lisboa)
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Estampa 4. Faiança: 19-23, pratos decorados a azul.

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Poço seiscentista no Vale de Alcântara (Santa Isabel, Lisboa)
Luísa Batalha e Guilherme Cardoso

Estampa 5. Faiança: 24-26, tigelas; 27, 28 e 30, malgas; 31 e 32, tigelas, decoração a azul e manganês. 29, chacota.

130 EMERITA - Estudos de Arqueologia e Património Cultural, 1 (2013), www.emerita.pt


Poço seiscentista no Vale de Alcântara (Santa Isabel, Lisboa)
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Estampa 6. Faiança: 33-36, saladeiras, decoradas a azul.

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Poço seiscentista no Vale de Alcântara (Santa Isabel, Lisboa)
Luísa Batalha e Guilherme Cardoso

Estampa 7. Faiança: 37 e 38, penicos; 39 e 40, bacias, decoração a azul e manganês.

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Estampa 8. Cerâmica modelada: 41, bilha; 42-44, púcaros: Louça fosca: 46-48, medidas; 50 e 51, púcaros; 52 e 53, púcaras; 54, asa de duplo rolo torcido;
55 e 56, infusas; 57, cântaro. Louça vidrada: 49, boião.

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Poço seiscentista no Vale de Alcântara (Santa Isabel, Lisboa)
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Estampa 9. Louça fosca: 58-61, pratos/ tampas; 62-67, panelas. Louça vidrada: 59, saladeira.

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Estampa 10. Louça fosca: 68-73, panelas.

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Poço seiscentista no Vale de Alcântara (Santa Isabel, Lisboa)
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Estampa 11. Louça fosca: 74 e 77, caçoulas; 76, tigela; 78, frigideira; 81-83, tachos. Louça vidrada: 75, tigela, 79, frigideira; 80, caçoula.

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Estampa 12. Louça fosca: 85 e 88, alguidares. Louça vidrada: 84, 86, 87 e 89, alguidares

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Poço seiscentista no Vale de Alcântara (Santa Isabel, Lisboa)
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Estampa 13. Louça vidrada: 90-92, bispotes.

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Poço seiscentista no Vale de Alcântara (Santa Isabel, Lisboa)
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Estampa 14. Louça fosca: 93-110, alcatruzes.

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Estampa 15. Vidros: 111-114, copos; 115-117, garrafas; 118-121, garrafões. Ferro: 122, prego. Chumbo: 123, tubo.

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