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FAQ – COTA NOS CONCURSOS PÚBLICOS DA AMAZUL

1) O que são as cotas nos concursos públicos da AMAZUL?


As cotas são uma parcela reservada de vagas no concurso, destinada
exclusivamente a um determinado grupo de pessoas dentre os candidatos do
certame.

2) Quais cotas a AMAZUL estabelece em seu concurso?


Dependendo do número de vagas disponíveis, a AMAZUL estabelece duas
cotas:
a) A cota para pessoas com necessidades especiais (PNE); e
b) A cota para pessoas negras ou pardas.

3) Qual é o fundamento da reserva de vagas?


Ao reservar as vagas em concurso, a AMAZUL obedece à legislação vigente.
No caso de PNE, a cota é estabelecida pelo art. 37, §1º, do Decreto nº
3.298/1999.
Já a cota para pessoas negras ou pardas foi instituída pela Lei nº 12.990/2014.
A validade jurídica das cotas foi reconhecida pelo Supremo Tribunal Federal –
STF na Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental - ADPF nº
186/DF. Embora a ação tenha questionado especificamente a cota racial no
vestibular de uma Universidade pública, a solução dada pelo STF fundamenta
também a reserva de vaga nos concursos públicos.
Em resumo, entendeu o STF que a ação afirmativa de reserva de vagas para
determinados grupos, a partir de critérios étnico-raciais ou sócioeconômicos,
não contraria o princípio de igualdade; em verdade, esta política prestigia esse
princípio, ao permitir a superação de desigualdades decorrentes de situações
históricas particulares, mediante correção (ou diminuição, ao menos) de
distorções resultantes de uma aplicação meramente formal do princípio da
igualdade.
Leia aqui o Acórdão do STF que julgou válida a cota racial.
s.conjur.com.br/dl/acordao-adpf-186-cotas-raciais.pdf
4) Como o candidato exerce o seu direito de cotista?
Candidatos portadores de necessidades especiais podem exercer o seu direito
de cotista apresentando, no momento indicado no Edital, laudo médico
atestando a espécie e o grau ou nível da deficiência, indicando a Classificação
Internacional de Doença – CID, e a sua provável causa – art. 39, IV, do
Decreto nº 3.298/1999.
Candidatos negros ou pardos exercem o seu direito de cotista mediante
autodeclaração, conforme art. 2º da Lei nº 12.990/2014. O meio para emitir
essa declaração é disciplinado no Edital do Concurso (preenchimento de opção
no sítio eletrônico da banca organizadora, encaminhamento de carta escrita de
próprio punho, etc).
Geralmente, o formulário a ser preenchido para a inscrição no concurso
permite ao candidato indicar essa condição.

5) O que ocorre quando o candidato, mediante declaração falsa, atua de


forma fraudulenta, pretendendo valer-se da cota sem possuir esse
direito? A AMAZUL avalia essa questão?
A Administração Pública tem o dever de checar a veracidade dos documentos
que lhe são apresentados, não somente em concursos públicos, mas em todos
os processos administrativos que promove. Na qualidade de empresa pública,
a AMAZUL também é obrigada a adotar tal cautela.
Assim, todos os documentos apresentados no concurso são avaliados
criteriosamente pela empresa, com especial destaque para aqueles que geram
pontuação (ex. títulos) ou que concedem uma condição especial, distinta e
mais benéfica ao candidato (ex. cotas, isenção da taxa de inscrição, etc).
A confirmação da condição especial do candidato PNE será avaliada após a
convocação para assumir a vaga, no momento do exame médico admissional,
pela equipe multidisciplinar de que trata o art. 43, §1º, do Decreto nº
3.298/1999.
A veracidade da autodeclaração do candidato negro ou pardo se dá no
concurso público, na forma da Orientação Normativa SEGES/MP nº 3, de 1º de
agosto de 2016. Em obediência à referida norma, a AMAZUL dispõe de
Comissão designada para tal finalidade que, nos termos do art. 2º, §1º, avalia a
veracidade da autodeclaração considerando os “aspectos fenotípicos” do
candidato.
Declarações falsas ensejam a eliminação do candidato do concurso público,
sem prejuízo de outras sanções cabíveis.
6) Quais são os percentuais de vagas reservadas para PNE e pessoas
negras ou pardas?
A legislação estipula esses percentuais.
No caso de PNE, no mínimo, 5% (cinco por cento) de vagas reservadas, até o
limite de 20% (vinte por cento), devendo a fração ser elevada sempre para o
número inteiro subsequente.
Ou seja, o concurso que conte com até 4 (quatro) vagas, não há vaga
reservada a PNE. Concursos que possuam 5 (cinco) ou mais vagas terão vaga
reservada para PNE, respeitando-se os limites acima citados.
No caso da cota para negros ou pardos, a lei assegura 20% (vinte por cento)
de vagas reservadas, nos certames que possuam 3 (três) ou mais vagas.
Quando esse percentual de 20% resulta em quantitativo fracionado, este será
aumentado para o número inteiro subsequente, caso a fração seja igual ou
maior que 0,5 (cinco décimos). Se a fração for menor que o referido numeral,
arredonda-se para baixo.
Exemplo:
Num concurso que disponibilize 8 (oito) vagas, a fração de 20% resulta em 1,6
(um inteiro e seis décimos), correspondendo então a uma vaga e uma fração
de 0,6 (seis décimos). Como esta fração supera 0,5 (cinco décimos),
arredonda-se para o número inteiro subsequente, ou seja, 2 (dois). Nesse caso
hipotético, a cota será assegurada em 2 (duas) vagas.
Situação diferente ocorrerá se o concurso compreender 7 (sete) vagas.
Aplicando-se o percentual de 20% (vinte por cento), alcança-se a fração de 1,4
(um inteiro e quatro décimos). Uma vaga fica assegurada e a sobra resulta no
fracionamento de 0,4 (quatro centésimos). Nessa hipótese, apenas 1 (uma)
vaga será reservada a negros e pardos eis que a fração restante (0,4) é inferior
a 0,5 (cinco décimos), devendo a cota corresponder ao número imediatamente
inferior.

7) Como se dá a ordem de convocação quando são reservadas as cotas


PNE e racial?
As vagas da cota racial e da cota PNE serão intercaladas com as de ampla
concorrência, respeitando-se a proporcionalidade estabelecida em lei,
inclusive o regramento estipulado para o quantitativo fracionado.

Ou seja, dentre as 5 (cinco) primeiras vagas, será a 3ª a reservada a negros


ou pardos, justamente porque na 3ª vaga é que se alcança a fração de 0,6
(seis décimos) (5 x 20% = 0,6) e, posteriormente, na 8ª vaga. E a 5ª será
reservada a PNE (5% até o limite de 20%), retomando a convocação nesta
última lista somente na 21ª vaga. Nessa linha de raciocínio, a ordem de
convocação das vagas ficaria da seguinte forma:

POSIÇÃO LISTA
1ª vaga Ampla concorrência
2ª vaga Ampla concorrência
3ª vaga (0,6) Cota racial (Lei nº 12.990/2014)
4ª vaga Ampla concorrência
5ª vaga (5%, até o limite de 20%) PNE (Leis nº 8.112/90 e Decreto nº 3.298/99
6ª vaga Ampla concorrência
7ª vaga Ampla concorrência
8ª vaga (1 + 0,6) Cota racial (Lei nº 12.990/2014)
9ª vaga Ampla concorrência
10ª vaga Ampla concorrência
11ª vaga Ampla concorrência
12ª vaga Ampla concorrência
13ª vaga (2 + 0,6) Cota racial (Lei nº 12.990/2014)
14ª vaga Ampla concorrência
15ª vaga Ampla concorrência
16ª vaga Ampla concorrência
17ª vaga Ampla concorrência
18ª vaga (3 + 0,6) Cota racial (Lei nº 12.990/2014)
19ª vaga Ampla concorrência
20ª vaga Ampla concorrência
21ª vaga (5%, até o limite de 20%) PNE (Leis nº 8.112/90 e Decreto nº 3.298/99

8) Fui aprovado na ampla concorrência e na cota. Como será a minha


convocação?
Os candidatos cotistas concorrem concomitantemente às vagas reservadas e
às vagas destinadas à ampla concorrência. No momento de convocação,
aplicar-se-á a condição mais benéfica ao candidato.
9) Fui aprovado em 1º lugar na cota para negros ou pardos. Tenho,
portanto, direito à 3ª vaga, conforme legislação vigente. Verifiquei que
já foram feitas mais de 3 (três) convocações para o meu cargo no
Diário Oficial da União e eu ainda não fui chamado. O que acontece?
É necessário esclarecer a diferença entre “convocação” e “contratação”.
A 3ª vaga é reservada ao cotista negro ou pardo e coincidirá com a 3ª
convocação somente se os dois primeiros candidatos da ampla concorrência
efetivamente assumirem o emprego público.
Caso algum deles desista da vaga, a AMAZUL fará nova convocação para a
ampla concorrência, até preencher 2 (duas) vagas. Preenchidas as 2 (duas)
primeiras vagas, a empresa fará a convocação para a 3ª vaga, esta sim
reservada a negros ou pardos.

10) Fui aprovado em 2º lugar na cota para negros ou pardos. O cotista


classificado em 1º lugar desistiu da vaga. Como fica a minha situação?
Nesse caso, o candidato assume a colocação do 1º cotista e tem direito à 3ª
vaga do concurso (art. 3º, §2º, da Lei nº 12.990/2014).

11) O art. 3º, §1º, da Lei nº 12.990/2014 dispõe que “os candidatos negros
aprovados dentro do número de vagas oferecidos para ampla
concorrência não serão computados para o efeito do preenchimento
das vagas reservadas”. Como a AMAZUL aplica essa disposição
legal?
Inicialmente, reforça-se que o candidado cotista concorre concomitantemente
às vagas da ampla concorrência e às reservadas aos negros e pardos, não
perdendo a sua condição de cotista por ter sido aprovado na ampla
concorrência.
A AMAZUL aplica o art. 3º, §1º, da Lei nº 12.990/2014 da seguinte forma:
- Se o candidato cotista for aprovado nas vagas reservadas e na ampla
concorrência e, no momento da convocação, não se beneficiar do sistema
previsto na Lei nº 12.990/2014, a AMAZUL não computa o candidato como
cotista. Exemplo: num concurso de 10 (dez) vagas, o candidato se classificou
em 2º na ampla concorrência e em 1º na cota. Será convocado na ampla
concorrência e não será computado como cotista.
- Se o candidato cotista for aprovado nas vagas reservadas e na ampla
concorrência e, no momento da convocação, beneficiar-se do sistema de
cotas, a AMAZUL computa o candidato como cotista. Exemplo: num concurso
de 10 (dez) vagas, o candidato se classificou em 8º na ampla concorrência em
1º na cota. Ao ser convocado para assumir a 3ª vaga, reservada a negros e
pardos, o candidato assumirá a vaga de cotista.

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