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Considerações sistêmicas sobre a evolução da Judicialização da Saúde em Tribunais

Brasileiros
Resumo

O propósito desta investigação é realizar uma análise autodescritiva de um subsistema


social, a judicialização da saúde em Tribunais Brasileiros, a fim de que seja observada
a justiciabilidade de direitos sociais, a exemplo do direito à saúde e suas implicações
de procedimento na gestão pública da saúde.
A importância desta temática, sob a ótica do sistema jurídico, reside no reconhecimento
constitucional do artigo 196 da Constituição Federal de 1988, o qual estabeleceu o
acesso universal e igualitário às ações e serviços de saúde organizados pelo SUS.
Portanto, a autorreferencialidade do sistema jurídico proporcionou o fechamento
operacional do sistema para que as demandas judiciais fossem concedidas sempre em
favor dos requerentes em pedidos individuais. Isto ocasionou uma forma de
interpretação do direito à saúde de maneira absolutizada, ou seja, de concessão absoluta
dos bens e serviços em saúde.
A realização da investigação inicia-se com o levantamento bibliográfico pertinente
sobre evolução sistêmica e seus reflexos na justiciabilidade dos direitos sociais.
Observa-se que a Constituição Brasileira é o símbolo que tem por função realizar o
acoplamento estrutural entre os subsistemas jurídico, político e sanitário. Neste cenário,
analisa-se as distinções entre sistema e meio, e observa-se que o subsistema
Judicialização da Saúde se abre cognitivamente para a interpretação dos juízes sobre o
direito à saúde, caracterizando a evolução jurisprudencial sobre o direito de acesso a
saúde em matéria de medicamentos.
Definido o ambiente e a fundamentação teórica, apresenta a questão central que
pretende-se desenvolver com a presente investigação: Diante do cenário do
crescimento de demandas judiciais sobre o acesso a medicamentos, como ocorre a
evolução sistêmica do subsistema Judicialização da Saúde em tribunais brasileiros?
Assim propugna-se como objetivo principal desta investigação: analisar as
autodescrições do sistema jurídico nas relações entre o fenômeno da Judicialização da
Saúde nos tribunais e seus reflexos na gestão administrativa da saúde pública. A
hipótese central deste trabalho é definida como resposta provisória na seguinte
abordagem: “a evolução do subsistema da Judicialização da saúde é construída no
sistema autopoiético de direito em que a distinção significativa consiste em observar o
sistema em operações autorreferenciais e heterorrferenciais, em que é imprescindível
na base de fechamento operativo do sistema, as produções de normas próprias, mas
também a abertura cognitiva aos textos jurisprudenciais que interpretam o conteúdo
do direito social à saúde, e as pesquisas científicas que relatam as experiências dos
reflexos da Judicialização na administração pública da saúde.
O referencial empírico é um conjunto de casos judiciais que constituem a linha
evolutiva do fenômeno da Judicialização nos Tribunais. A abordagem metodológica da
pesquisa inclui a lógica heurística de construção de problema, bem como a identificação
de soluções.

Palavras-chave: Evolução Sistêmica – Direitos Sociais – Teoria de Sistemas – Direito


à saúde.

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