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Curso Técnico em

ENFERMAGEM
Etapa 1
Autoridades Expediente
Utramig
CGP Solutions Ltda – EPP
Editoração, Impressão e Acabamento
Liza Prado
Presidenta Dilex Editoração Ltda.
Projeto Gráfico/Diagramação
Francisco José da Fonseca
Diretor de Planejamento, Gestão e Karina Layse Matos
Finanças Revisão de Textos

Lindomar Gomes
Diretor de Ensino Pesquisa

Vera Victer
Diretora de Qualificação e
Extensão

Tatiane Soares de Paula


Diretora de Ensino a Distância

Antônio Lúcio Utramig – Curso Técnico em Enfermagem –


Etapa 1
Gerente Responsável pelo Projeto
Português Instrumental / Respon-
sabilidade Social / Anatomia e Fisiologia
Michele Afonsa Humana / Higiene e Profilaxia / Nutrição e
Supervisora Pedagógica Dietética / Microbiologia / Fundamentos de
Responsável pelo Projeto Enfermagem / Noções de Administração. Belo
Horizonte: 2016.
800 páginas.

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Curso Técnico em

ENFERMAGEM
Etapa 1

Professores Organizadores de Conteúdo

Aline da Rocha Kallas


Andrea Guimaraes de Campos
Andrea Loyola França Canabrava
Carla de Oliveira Arcebispo
Carla Reis Simplicio
Cristiane Aparecida Salomão Penna
Elisa Castro Siqueira
Juliceli Márcia de Oliveira
Luiz Felipe da Silva Edmundo
Michele Cristina Silva Paiva Sales
Mônica Bandeira Menezes
Neidia Sena Guimarães Lopes
Pâmala de Freitas Oliveira
Rosemeire Fagundes Oliveira Cunha

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Curso Técnico em

ENFERMAGEM
Etapa 1


Conteúdos Específicos Página

Português Instrumental............................................................................. 7
Responsabilidade Social.......................................................................... 69
Anatomia e Fisiologia Humana.............................................................. 125
Higiene e Profilaxia / Nutrição e Dietética............................................ 327
Microbiologia........................................................................................ 423
Fundamentos de Enfermagem.............................................................. 545
Noções de Administração...................................................................... 561

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Etapa 1

PORTUGUÊS INSTRUMENTAL

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Português Instrumental

Disciplina: Português Instrumental


CH: 40H.

Critérios e Orientações para Distribuição de Créditos da Etapa (Dividida em


Dois Bimestres) para Verificação de Aprendizagem e Aproveitamento:

1º Bimestre Valor
CRITÉRIOS DE DISTRIBUIÇÃO DE PONTOS

Atividades/exercícios avaliativos diversos, em grupo, dupla e/ou individual 10

Práticas de Correspondências Técnicas (Apresentações e Portfólio) a crité- 10


rio do professor

Avaliação do 1º Bimestre/ cf. calendário acadêmico 20

Total de pontos 40

2º Bimestre Valor

Atividades/exercícios avaliativos diversos, em grupo, dupla ou individual a 15


critério do professor

Continuação e conclusão das apresentações e Portfólio das correspondên- 15


cias técnicas

Avaliação do 2º Bimestre/ cf. calendário acadêmico 30

Total de Pontos 60

*SOMATÓRIA DA ETAPA: 100 PONTOS

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Português Instrumental
Proposta de Recuperação de créditos: Regime de suplementar
Regime de Prova suplementar: Se o aluno não obtiver 60% do total do bimestre. Conforme
orientações do regimento escolar e estatuto regulamentar.
*A frequência mínima é de 75% do total da carga horária da etapa.

Objetivos gerais e competências:

• Desenvolver competências e habilidades sociocomunicativas referentes à sua área de pro-


fissionalização;

• Conhecer normas do código escrito, aplicando-as na legibilidade, coerência e pertinência


da mensagem escrita;

• Produzir mensagem com eficácia objetiva, clara e adequada, usando a concordância corre-
ta e as normas ortográficas;

• Conhecer normas e especificações que compõem o conjunto: redação técnica/correspon-


dência oficial e empresarial;

• Reconhecer/elaborar o texto técnico (correspondência oficial e empresarial);  Perceber o


texto em seus múltiplos significados e intenções;

• Conscientizar-se da importância da leitura;

• Realizar o hábito da leitura, reconhecendo-a como meio de aquisição e fonte de prazer.

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Português Instrumental

TEXTO DE AULA INAUGURAL


PARA ENTENDER O MERCADO DE TRABALHO

...Para quem não entende o que está acontecendo no mundo do trabalho ou experimenta seus
piores efeitos (o que ainda é a grande maioria), tudo isso pode parecer apenas mais uma crise. Po-
rém, a coisa não é tão simples assim. O que presenciamos neste momento no grande “aquário” não
significa um simples modismo ou coisa passageira. É algo que veio para ficar e mudar definitivamente
a maneira como todos nós trabalhamos e vivemos. É a consequência de uma transformação histórica,
fundamental, de raiz e que já dura algumas décadas. A introdução da tecnologia eletrônica tem deter-
minado uma aceleração nos meios de comunicação e nos processos produtivos, rompendo definitiva-
mente com todos os procedimentos e relações que marcaram a vida de corporações e trabalhadores
nos últimos trezentos anos. E não é um movimento localizado, parcial. É global, ou seja, envolve todo
o planeta e ninguém vai ficar de fora dessa grande transformação. Tudo isso tem criado um conjun-
to inesperado de circunstâncias: novas tecnologias, novos produtos e serviços, novos consumidores,
novas plataformas de negócio e novas configurações de mercado, impactando o quotidiano de todos
nós. São mudanças profundas, capazes de desconstruir ideias, carreiras e empresas que até então,
eram consideradas sólidas.
É bem o que o visionário professor Peter Drucker previu ao afirmar algumas décadas atrás:
“Aquilo que chamamos de Revolução da Informação é na realidade, uma revolução do conhecimento.
A Revolução da Informação vai ser semelhante à Revolução Industrial do final do século 18 e início do
século 19.”.
Para entender melhor o que está acontecendo, é preciso recolher muitas informações e depois
avaliá-las com calma. Para mim, que já vivi mais de meio século, fica um pouco mais fácil fazer as
comparações necessárias e juntar as peças desse quebra-cabeças, para ir formando uma imagem mais
clara da realidade que nos envolve atualmente. Sou do tempo do mimeógrafo a álcool e da máquina
de datilografar. Agora tenho que lidar com a impressão a laser, a internet e o tablet. Mais que isso,
curiosamente agora tenho que explicar o resumo desta ópera e suas implicações no mercado para
auditórios de profissionais e meus alunos na faculdade. Bem, esta é talvez a missão mais nobre para
quem viu o tempo passar e não ficou apenas assistindo como espectador passivo. Mesmo para não
envelhecer por dentro, é preciso acompanhar e analisar as transformações que vão acontecendo e
não simplesmente amoldar-se a elas.
Em rápidas pinceladas, eis aqui então, algumas das características que melhor definem a reali-
dade atual do mundo do trabalho.

• Evolução tecnológica acelerada.


• Novos procedimentos de trabalho.
• Substituição do homem pela máquina.
• Surgimento de novas áreas de trabalho.

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Português Instrumental
• Crescimento horizontal nas organizações.
• Maior produtividade com menores custos.
• Globalização do mercado.
• Extinção do modelo pirâmide nas organizações.
• Redução de emprego e crescimento do trabalho.
• Ganhos compatíveis com resultados.
• Forte tendência para a terceirização.
• Maior demanda de capacitação, qualidade e ética.
• Clientes mais informados e exigentes.
• Aumento da participação feminina no mercado.

NEGROMONTE, Ronaldo. Estratégias de sobrevivência no mundo do trabalho: 10 dicas para você vender seu pei-
xe.Belo Horizonte: Editora Artesã, 2012.

COMO SER CRIATIVO

20 Maneiras de ser mais criativo:


1. Saiba que há um tesouro em sua cabeça - uma mina de ouro entre suas orelhas. Cons-
truir um computador com as mesmas características do seu cérebro custaria mais do
que 3 bilhões de bilhões de dólares. Sabe como U$$ 3.000.000.000.000.000.000,00.
2. Todos os dias escreva pelo menos uma ideia sobre estes assuntos: como eu posso
fazer meu trabalho melhor; como eu poderia ajudar outras pessoas; como eu posso
ajudar minha empresa; como posso ajudar o meu país.
3. Escreva seus objetivos específicos de vida. Agora, carregue esta relação no bolso,
sempre.
4. Faça anotações. Não saiba sem papel e lápis ou algo para escrever. Anote tudo, não
confie na memória.
5. Armazene ideias. Coloque em cada pasta um assunto. Ideias para a casa, para au-
mentar a sua eficiência no trabalho, para ganhar mais dinheiro. Vá aumentando este
banco de dados com leitura, viagens, conhecimento com novas pessoas, filmes, com-
petições esportivas, etc.
6. Observe e absorva. Observe tudo cuidadosamente. Aproveite o que você observa. E
principalmente, observe tudo como se fosse a última vez que você fosse ver.
7. Desenvolva uma forte curiosidade sobre pessoas, coisas, lugares. Ao falar e com ou-
tras pessoas faça com que elas se sintam importante. Olhe no olho.

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Português Instrumental

8. Aprenda a escutar e ouvir, tanto com os olhos quanto com os ouvidos. Perceba o que
não foi dito.
9. Descubra novas fontes de ideias. Utilize-se de novas amizades de novos livros, de as-
suntos diversos e até de artigos como este que você está lendo.
10. Compreenda primeiro. Depois julgue.
11. Mantenha o sinal verde de sua mente sempre ligado, sempre aberto.
12. Procure ter uma atitude positiva e otimista. Isso ajuda você a realizar seus objetivos.
13. Pense todos os dias. Escolha uma hora e um lugar para pensar alguns minutos, todos
os dias.
14. Descubra o problema. Ataque seus problemas com maneiras ordenadas. Uma delas é
descobrir qual é realmente o problema, senão você não vai achar a solução. Faça seu
subconsciente trabalhar.Ele pode e precisa.Dia e noite.Fale com alguém sobre a ideia,
não a deixe morrer.
15. Construa GRANDES ideias, a partir de pequenas ideias. Associe ideias, combine, adap-
te, modifique, aumente, diminua, substitua, reorganize-as. E, finalmente, inverta as
ideias que você tem. 16. Evite coisas que enfraqueçam o cérebro: barulho, fadiga,
negativismos, dietas desequilibradas, excessos em geral.
17. Crie grandes metas. Grandes Objetivos.
18. Aprenda a fazer perguntas que desenvolvam o seu cérebro: Quem? Quando? Onde?
O quê? Por quê? Qual? Como?
19. Coloque as ideias em ação. Lembre de que uma ideia razoável colocada em ação é
muito melhor que um a grande ideia arquivada.
20. Use o seu tempo ocioso com sabedoria. Lembre-se de que a maior parte das grandes
ideias, os grandes livros as grandes composições musicais, as grandes invenções fo-
ram criadas no tempo ocioso dos criadores.

Somente para confirmar que a criatividade não é um dom, mas um potencial a ser explorado a
sua volta e dentro de você, vamos ver o que grandes inventores e pensadores escreveram sobre CRIAR:

“As pessoas que vencem neste mundo são as que procuram as circunstâncias de que precisam
e quando não as encontram, as criam.’’ (Bernard Show- Filósofo)
“Minhas invenções são fruto de 1% de inspiração e 99% de transpiração.”
(Thomas Edison - Inventor)
“As mentes são como os paraquedas; Só funcionam se estiverem abertas. ’’
(Ruth Noller - Pesquisadora da Universidade de Buffalo).
‘’As boas ideias vêm do inconsciente. Para que uma ideia seja relevante o inconsciente precisa
estar bem informado. (David Ogilvy - Publicitário)

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Português Instrumental
Entenda o processo de criação

Catherine  Patrick descreve as etapas do processo de criação em sua obra intitulada “O que é o
pensamento criativo”.

1. Preparação: consiste na etapa de manipulação da maior quantidade de dados e elementos


referentes a um determinado problema. Ler, escrever, reunir, consultar, fazer rabiscos, cul-
tivar sua concentração no assunto.
2. Incubação: Consiste na etapa onde o inconsciente entra em atividade e sem a inibição do
intelecto consegue desenvolver as conexoes inesperadas que fazem parte da essencia do
processo de criação.
3. Iluminação: É o momento da sintese e da genese da ideia para o homem criativo em incu-
bação nas situações mais inesperadas.
4. Verificação: Nesta etapa o lado intelectual finaliza a obra que o campo imaginativo deu ini-
cio. O criador julga, analisa e testa sua ideia para ver se ela de fato é adequada.
 

PROPOSTA DE PRODUÇÃO (INTERPESSOAL)

AUTORRETRATO

Nasceu no ano de 1892, na cidade de Quebrangulo-Alagoas


Foi casado por duas vezes e tem sete filhos ao todo
Altura 1,75m
Sapato numero 41
Colarinho numero 39
Evita andar
Nao tem apreço por vizinhos
Detesta tecnologias como radio, campainhas e telefone
Não gosta de pessoas que falam alto
Faz uso de óculos
Tem calvice
Em termos de comida nao tem preferencia
Não é fã de frutas nem de doces.
Não tem preferência musical
A Bíblia é a sua leitura predileta
Produziu a obra Caetés com 34 anos de idade

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Português Instrumental

Não dá preferencia por nenhum dos livros que publicou


Sua bebida preferida é aguardente
É ateu. Indiferente à Academia
Não gosta da burguesia
Gosta de crianças
Os romancistas brasileiros de sua preferencia sao: Machado de Assis, Manuel Anto-
nio de Almeida, Jose Lins do Rego, Jorge Amado e Rachel de Queiroz.
Dora palavrões falados e também escritos
Deseja que o capitalismo acabe
Seus livros foram escritos pela manha
Fuma cigarros “Selma” (cerca de tres maços por dia).
É inspetor de ensino, trabalha no Correio da Manhã
Apesar de o acharem pessimista, discorda de absolutamente tudo
So apresenta cinco ternos de roupa, estragados
Refez seus romances varias vezes
Esteve preso por duas vezes
É-lhe indiferente estar preso ou livre
Escreve a mão
Seus grandes amigos são: Capitão Lobo, José Lins do Rego, Jose Olympio e Cubano
Apresenta poucas dívidas
Quando foi prefeito de uma cidade interiorana, soltava os presos para trabalhar na
construção de estradas.
Espera morrer com 57 anos.

(Disponível em: http: //www.graciliano.com.br. Acesso em 10 out. 2006).

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Português Instrumental
A Importância da leitura para o melhoramento do conhecimento da língua portu-
guesa

Ler é a melhor solução

Você é o que você lê. Afinal, se tem uma fome que é insaciável é a minha fome de
ler, fome de livro. Que, aliás, tem uma vantagem sobre as outras fomes, já que o livro não
engorda. Este artigo é sobre ler. Porque para mim as pessoas são como estantes que vão
se completando a medida que empilham na memória os livros que vão lendo. E é por isso
que eu digo que quando uma velha pessoa morre, o mundo perde uma biblioteca. Ler um
livro é como ler uma mente, é saber o que o outro pensa. O que o autor pensa. Ler é poder.
Poder construir você mesmo tijolo a tijolo. Ou livro a livro, para ser mais exato.
Você Lê? Quanto? O quê? Eu leio o que pinta. Livros, revistas, pichações, frases de
banheiro público, poesia, placa de estrada, jornal, leio Capricho. Leio até errata. É claro
que ler não é substituto para viver. Viver é uma experiência que não se substitui com livro.
Mas pode ser enriquecida com vidas que estão neles. Também não estou dizendo que
você tem medo de se colocar em prática. Eu estou falando de praticar o lido para ficar
melhor. Em tudo. Na vida, não profissão, no papo, nas festas. Até no namoro.
Ás vezes, a gente não lê tanto quanto deveria porque não sabe o que ler. Mas se esse
é o seu caso, peça dicas. Eu sempre peço e dou. Para mim, indicar um livro é como contar
a alguém de um lugar que só eu sei onde fica. Por exemplo, quando eu era pequeno li Sítio
do Pica Pau Amarelo. Que imaginação tinha Monteiro Lobato! Eu viajei nas histórias. Ou-
tro Livro que me marcou foi um sobre a vida de Mayakovski, um poeta russo que viveu tal-
vez a época mais energética da era moderna: a revolução soviética. Ele fazia dos cartazes
de propaganda comunista uma forma de poesia. Viveu tão intensamente quanto a poesia
que escrevia. Existe, ainda, Jorge Luís Borges, que era um gênio (dizia que publicava livros
para se libertar deles), e Júlio Cortázar. Existe Fernando Pessoa, um homem que tinha a
capacidade de escrever assumindo personalidades diferentes, chamadas de heterônimos
(o contrário de homônimos). O poeta é um fingidor. Finge tão completamente, que chega
a fingir que é dor a dor que deveras sente’’. Isto é Fernando Pessoa. Caetano já cantou a
pessoa de Pessoa em sua música.
Outra descoberta: Ler é o melhor remédio. Exemplo: em 1990, eu e minha namora-
da nos separamos. Foi o momento mais duro de minha vida. E para não afundar, as minhas
boias foram dois livros, um de Krishnamurti, um pensador indiano, e outro chamado Ale-
gria e Triunfo. Estou sempre comprando livros e adoro os de frases. São frases de pessoas
conhecidas, artistas, escritores, atores. Tem coisas maravilhosas. “Se a sua vida é livre de
erros, você não está correndo riscos suficientes’’, “Amigo é um presente que você dá a
você mesmo!”, “Se você está querendo uma grande oportunidade, procure um grande
problema’’.

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Português Instrumental

Existe Drummond, João Cabral de Mello Neto, Nelson Rodrigues, James Joyce, Paul
Valéry, Thomas Mann, Sartre, Shakespeare, Ítalo Calvino. Existe romance, novela, conto,
ensaio, poesia, humor, biografia. Existe livro e autor para tudo quanto é leitor. E é por isso
que para mim o analfabetismo é coisa imoral, triste e vergonhosa. Porque ‘’se o livro é o
alimento do espírito, o analfabetismo é a fome da alma”. Uma fome que mata a possibili-
dade das pessoas serem tudo que podem. “Ler ás vezes enche o saco”, ás vezes dá sono,
ás vezes dá bode. Mas resista, lute contra essa preguiça dos olhos.O seu cérebro vai agra-
decer. Afinal, as respostas estão todas ali. Você só precisa achar as perguntas.

Alexandre Gama - Publicitário e sócio da Almap/BBDO. Folha de São Paulo, 12/10/07, Cotidiano, p. 7

1) No referido texto, Alexandre Gama procura tratar de forma direta com seu interlocutor.


a) Qual deve ser o pronome de tratamento utilizado pelo autor para se reportar a ele?
b) Quem é o interlocutor?
2)  A linguagem utilizada por Alexandre Gama é coerente. Por quê?
3)  Tal linguagem é coerente também ao objetivo proposto pelo texto e pelo interlocutor?
4)  A frase inicial é: Você é o que você lê. O predicativo da frase “o que você lê” é bem determinado.
Agora responda: Você é exatamente aquilo que você lê? Justifique.
5)  O publicitário faz referencia a varios autores que considera de fato importante. Relacione quais
sao esses autores, dentre os que foram citados você conhece ou de qual deles voce gosta mais.
6) Retire do texto e faça uma copia em seu caderno da frase que você considera a mais interessante.
Em seguida explique o porquê de sua escolha.
7) O autor fala que: Lê o que pinta.
a) O que o autor quer dizer com essa gíria?
b) Qual é sua opinião sobre a atitude tomada pelo autor?
c) Você tem o hábito de ler?
d) Qual é (ou quais são) seu tipo de leitura favorita?

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Português Instrumental

LER DEVIA SER PROIBIDO
Guiomar de Grammont

A pensar fundo na questão, eu diria que ler devia ser proibido.


Afinal de contas, ler faz muito mal às pessoas: acorda os homens para realidades
impossíveis, tornando-os incapazes de suportar o mundo insosso e ordinário em que vi-
vem. A leitura induz à loucura, desloca o homem do humilde lugar que lhe fora destinado
no corpo social. Não me deixam mentir os exemplos de Don Quixote e Madamme Bovary.
O primeiro, coitado, de tanto ler aventuras de cavalheiros que jamais existiram, meteu-se
pelo mundo afora, a crer-se capaz de reformar o mundo, quilha de ossos que mal sustinha
a si e ao pobre Rocinante. Quanto à pobre Emma Bovary, tomou-se esposa inútil para fo-
focas e bordados, perdendo-se em delírios sobre bailes e amores cortesãos.
Ler realmente não faz bem. A criança que lê pode se tornar um adulto perigoso,
inconformado com os problemas do mundo, induzido a crer que tudo pode ser de outra
forma. Afinal de contas, a leitura desenvolve um poder incontrolável. Liberta o homem
excessivamente. Sem a leitura, ele morreria feliz, ignorante dos grilhões que o encerram.
Sem a leitura, ainda, estaria mais afeito à realidade quotidiana, se dedicaria ao tra-
balho com afinco, sem procurar enriquecê-la com cabriolas da imaginação. Sem ler, o ho-
mem jamais saberia a extensão do prazer. Não experimentaria nunca o sumo bem de Aris-
tóteles: o conhecer. Mas para que conhecer se, na maior parte dos casos, o que necessita
é apenas executar ordens? Se o que deve, enfim, é fazer o que dele esperam e nada mais?
Ler pode provocar o inesperado. Pode fazer com que o homem crie atalhos para
caminhos que devem necessariamente ser longos. Ler pode gerar a invenção. Pode esti-
mular a imaginação de forma a levar o ser humano além do que lhe é devido.
Além disso, os livros estimulam o sonho, a imaginação, a fantasia. Transportam-nos
a paraísos misteriosos, nos fazem enxergar unicórnios azuis e palácios de cristal. Fazem-
nos acreditar que a vida é mais do que um punhado de pó em movimento. Que há algo a
descobrir. Há horizontes para além das montanhas, há estrelas por trás das nuvens. Estre-
las jamais percebidas. É preciso desconfiar desse pendor para o absurdo que nos impede
de aceitar nossas realidades cruas.
Não, não deem mais livros às escolas. Pais, não leiam para os seus filhos, podem levá-
-los a desenvolver esse gosto pela aventura e pela descoberta que fez do homem um ani-
mal diferente. Antes estivesse ainda a passear de quatro patas, sem noção de progresso e
civilização, mas tampouco sem conhecer guerras, destruição, violência. Professores, não
contem histórias, podem estimular um curiosidade indesejável em seres que a vida des-
tinou para a repetição e para o trabalho duro. Ler pode ser um problema, pode gerar se-
res humanos conscientes demais dos seus direitos políticos, em um mundo administrado,
onde ser livre não passa de uma ficção sem nenhuma verossimilhança. Seria impossível
controlar e organizar a sociedade se todos os seres humanos soubessem o que desejam.
Se todos se pusessem a articular bem suas demandas, a fincar sua posição no mundo, a
fazer dos discursos os instrumentos de conquista de sua liberdade.

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Português Instrumental

O mundo já vai por um bom caminho. Cada vez mais as pessoas leem por razões
utilitárias: para compreender formulários, contratos, bulas de remédio, projetos, manuais,
etc. Observem as filas, um dos pequenos cancros da civilização contemporânea. Bastaria
um livro para que todos se vissem magicamente transportados para outras dimensões,
menos incômodas. E esse o tapete mágico, o pó de pirlimpimpim, a máquina do tempo.
Para o homem que lê, não há fronteiras, não há cortes, prisões tampouco. O que é mais
subversivo do que a leitura?
É preciso compreender que ler para se enriquecer culturalmente ou para se divertir
deve ser um privilégio concedido apenas a alguns, jamais àqueles que desenvolvem tra-
balhos práticos ou manuais. Seja em filas, em metrôs, ou no silêncio da alcova… Ler deve
ser coisa rara, não para qualquer um. Afinal de contas, a leitura é um poder, e o poder é
para poucos.
Para obedecer, não é preciso enxergar, o silêncio é a linguagem do submisso. Para
executar ordens, a palavra é inútil.
Além disso, a leitura promove a comunicação de dores, alegrias, tantos outros senti-
mentos. A leitura é obscena. Expõe o íntimo, torna coletivo o individual e público, o secre-
to, o próprio. A leitura ameaça os indivíduos, porque os faz identificar sua história a outras
histórias. Torna-os capazes de compreender e aceitar o mundo do outro. Sim, a leitura
devia ser proibida. Ler pode tornar o homem perigosamente humano.

Fonte : PRADO, J. & CONDINI, P. (Orgs.). A formação do leitor: pontos de vista.


Rio de Janeiro. Argus, 1999. pp.71-3.

Figura 01

Fonte: Disponivel em : www.hongkiat.com. Acessado em 09/01/2016.

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Português Instrumental

A linguagem humana
A nossa civilização é marcada pela linguagem gráfica.
A escrita domina nossa vida: É uma instituição social tão forte quanto a Nação e
o Estado. Nossa cultura é basicamente uma cultura de livros. Pela escrita acumulamos
conhecimentos, transmitimos ideias, fixamos nossa cultura. Nossas religiões derivam de
livros: O Islamismo do Alcorão, escrito por Maomé, os Dez Mandamentos de Moisés foi
um livro escrito em pedra. O Cristianismo está contido em um livro: A Bíblia é a cartilha,
nosso primeiro livro escolar.
Mesmo a televisão e o cinema lançam mão dos recursos da linguagem escrita (le-
genda) para facilitar a comunicação.
Na engrenagem da sociedade moderna, a comunicação escrita senta-se em trono.
São as certidões, os atestados, os relatórios, os diplomas. O “documento é basicamente
um documento gráfico, e a simples expressão gráfica vale mais que todas as evidências.
Numa quase caricatura, podemos dizer que o atestado de óbito é mais importante que o
cadáver, o diploma mais que a habilitação. Sem a linguagem escrita é praticamente impos-
sível a existência no seio da civilização. O analfabeto é uma pátria que não se comunica
com o mundo, não influi e não é influenciado.
Ao lado da linguagem escrita, mais ainda comunicação gráfica, a linguagem dos
símbolos, conduzindo o tráfico, indicando a direção dos elevadores, prevenindo perigos,
interditando praias. Em muitos casos a própria palavra vira um signo: WC, “STOP UP”,
romperam com os limites do vernáculo e se transformaram em mensagens universais a
exemplo da seta e da flecha, das cores dos semáforos e dos sinas de trânsito.
Depois do rádio, a primeira ameaça a esse império foi representada pelo apareci-
mento das revistas e quadrinhos. A linguagem dos quadrinhos criou uma comunicação
que, muitas vezes, para a compreensão, dispensa o próprio texto. As crianças de todas
as línguas traduzem “o zzzzzzzzzz” como uma indicação de sono, o crasch e crack como
indicadores de ruídos representado objetos sendo quebrados, o click é o desligar do inter-
ruptor, o buum uma explosão, o rat-tatatat uma raja de metralhadoras”. Mas o quadrinho,
ou os “comics”, são comunicação escrita, ainda que um estágio superior ao lado da prosa
linear. O quadrinho não abalou o livro, levou-o mais cedo ao homem oferecendo às crian-
ças e aos semiletrados a possibilidade de letramento.

Fonte: R. A. Amaral Vieira. O futuro da Comunicação. 2ª edição. Rio de Janeiro. Edições Achiamé.

*Nota: WC= water closet= banheiro, “stop up” = pare, “comics”= histórias em quadrinhos.

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PROPOSTAS DE ATIVIDADES:

l)  Marque as alternativas que se apresentam no sentido denotativo(real):


A. ( ) “O livro usado na escola é importante”.
B. ( ) “…a linguagem escrita senta-se no trono”.
C. ( ) “Para todo documento, utiliza-se a linguagem escrita”.

2) A frase que se apresenta no sentido conotativo(figurado) é:
A. 
( ) “As crianças adoram ler revista em quadrinhos.”
B. 
( ) “O quadrinho não abalou o livro”.
C. 
( ) “As mensagens de texto enviadas pelo celular são muito usadas atualmente”
 
3) ”Nossa cultura é basicamente uma cultura de livros”. Marque a alternativa que melhor expli-
ca essa afirmativa.
A. 
( ) A escrita consegue dominar nossa vida.
B. 
( ) Diversas religiões sao derivadas de livros.
C. ( ) Pela escrita reunimos conhecimentos e expressamos ideias.
D. 
( ) O Cristianismo está presente em um livro chamado Bíblia.

4)  “O atestado de óbito é mais importante que o cadáver”. Essa Crítica é expressa na seguinte


alternativa:
A) ( ) A comunicação escrita goza de privilégios especiais.
B) ( ) Em nossa sociedade, os documentos valem mais que os fatos.

5)  Você  está de acordo que  “sem  a  linguagem  escrita  é  praticamente impossível  a  existên-
cia no seio da civilização?” Justifique sua resposta.

6)  Todos tem a percepção sobre o valor da linguagem que usam? Pode-se fazer uma compara-


ção entre linguagem à roupas? É aceitavel apresentar descuidos na linguagem?

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Prática de oralidade
O manifesto “Amazônia para sempre” cita o nome de Chico Mendes, que foi morto
pela causa que defendia. Leiam sua declaração postada no site do Instituto que leva seu
nome: “No começo pensei que estivesse lutando para salvar seringueiras, depois pensei
que estava lutando para salvar a floresta Amazônica. Agora percebi que estava lutando
pela humanidade”.

Fonte:Disponível em: http://www.chicomendes.org.br/1. Acessado em 09/01/2016.

Reflexão
• Registre os problemas e as dificuldades que ocorre próximo a você e que através de suas
ações poderiam ser amenizadas.
 • Observe o que seus amigos escreveram. Discutam sobre os problemas que se apresen-
tam de forma urgente e que merecem atenção redobrada.
 • Escolham um problema, optando por aquele que acharem mais importante para escre-
ver um manifesto. 
• Escrevam suas conclusoes para a posterior atividade de elaboração de texto. 

ANO INTERNACIONAL DA AGRICULTURA FAMILIAR – 2014
O Ano Internacional da Agricultura Familiar-AIAF 2014 tem por objetivo tornar mais visivel a agricul-
tura familiar e elevar também a visibilidade dos pequenos agricultores, chamando a atenção do mundo
para a importancia dessa atividade no processo de erradicação da fome e também da pobreza, melhoria
dos meios de subsistência, promoção da segurança alimentar e nutricional, gerenciamento dos recursos
advindos da natureza, preservação do meio ambiente e também para a sustentabilidade do país, principal-
mente nas areas rurais.
A meta do AIAF 2014 consiste em reposicionar a agricultura familiar, determinando espaços e opor-
tunidades para proporcionar uma mudança em direção a um desenvolvimento mais equitativo e harmô-
nico. O AIAF 2014 vai realizar uma ampla discussao e cooperação na esfera nacional, regional e também
global para elevar a consciência e a compreensão dos obstáculos que geralmente os pequenos agricultores
enfrentam e auxiliar na identificação de formas eficientes de apoio aos agricultores familiares.

O QUE É AGRICULTURA FAMILIAR?


A agricultura familiar corresponde a todas as atividades agricolas voltadas para a base familiar
e que estão associadas a varias areas do desenvolvimento rural. A agricultura familiar nada mais é do
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que uma forma de organização das produções da agricultura, florestal, pastoril, pesqueira e aquícola
que são gerenciadas e também operadas pela familia, sendo também dependente da mão de obra
familiar tanto de homens quanto de mulheres. Tanto nos paises desenvolvidos quanto nos países com
desenvolvimento ascendente, a agricultura familiar é a forma de agricultura que predomina no setor
de produção alimenticia.
No âmbito nacional, existem vários elementos que sao essenciais para o desenvolvimento quali-
ficado da agricultura familiar. Dentre esses elementos é possivel citar as condições agro ecológicas e os
atributos territoriais, o ambiente político, o acesso aos mercados e à terra bem como aos seus recursos
naturais, o acesso a tecnologia e aos serviços de extensao, o acesso ao financiamento, a disponibilidade de
educação especializada, as condições demográficas, esconomicas e socioculturais, dentre outros.

POR QUE A AGRICULTURA FAMILIAR É IMPORTANTE?


• Tanto a agricultura familiar como a de pequena escala estão associadas à segurança alimen-
tar mundial;
• A agricultura familiar conserva os alimentos que são tradicionais, sem contar que colabora
para uma alimentação mais equilibrada, para a proteção da agrobiodiversidade e também
para a utilização sustentavel dos recursos advindos da natureza;
• A agricultura familiar representa uma chance de impulsionar as economias locais, principal-
mente quando combinada com politicas especificas direcionadas a promoção da proteção
social e também do bem-estar das comunidades.

Disponível em:<http://www.gestaoconcurso.com.br/documentos/copasa_aux_serv_saneamento_cod1.pdf>
Proposta interdisciplinar: Responsabilidade social

Conceituando linguagem e discurso:

Fonte: chinchilamutante.blogspot.com/

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A fala do personagem revela um discurso
a) Capitalista
b) Idealista
c) Otimista
d) Legalista

Outras linguagens: Charge


Outra maneira de tornar sensivel a opinião pública é através das imagens. A charge é um gêne-
ro que, através de imagens, pode lançar criticas sobre fatos ou situações, bem como provocar o leitor a par-
tir de crítica contundente ou expor uma atitude de manifesto, como é o caso da charge a seguir.
Observe:

ANGELI. Folha de S. Paulo 27 nov. 2011,p. A2

a) Na imagem
• As ilustrações retorcidas, contundente das árvores, personificar com expressões humanas;
• A cor de fundo escura e sombria;
• O efeito provocado pela imagem de desespero, como se as “bocas” das árvores emitissem sons.

b) No texto verbal
“A mata urge.”
• A palavra urge é similar a um jogo com a inversão das letras da palavra ruge que quer dizer a
emissão de ruidos , voz de grandes felinos, como é o caso do leão e o tigre.
• O termo urgir, em sentido literal, quer dizer ‘ser urgente’, não
Admitir atraso, solicitar com insistência , reclamar, exigir.

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TEXTO: O TRAJE
Nunca nos lembramos desse nosso traje cotidiano que é a linguagem. Muitos a usam
como trapos, mas, se tomassem consciência disso, ligeiro tentariam melhorar, caprichar,
conseguir uma vestimenta mais adequada.
Por que será que somos tão displicentes com esse instrumento tão nosso, o que
mais empregamos, aquele que até crianças e analfabetos manejam a vida inteira?
Talvez nos tenhamos acostumado demais com ele. É demasiadamente nosso como
um braço, um olho, e nunca chegamos a nos dar realmente conta de que esse braço é
meio curto, o olho é meio vesgo, ou míope...
Não falo na linguagem oral, nessa comunicação espontânea que obedece a leis pró-
prias, que vão do menor esforço à coerção social. Falo na linguagem escrita, essa que os
analfabetos não manejam, mas que muito doutor esgrime como se não soubesse além da
cartilha.
Nem precisamos procurar nos mais ignorantes. Abre-se jornal, abre-se revista (de
cultura também, sim, senhores! ) e os monstrinhos nos saltam aos olhos.
Pontuação? Ninguém sabe. Vírgulas parecem derramadas pela página por algum
duende maluco, que quisesse brincar de fazer frases ambíguas, pensamentos tortos, ex-
pressões esmolambadas.
Verbos? “Detei-vos”, “intervido”. “mantesse” são mimos constantes. Não há sujeito
que concorde com o verbo numa página de fio a pavio. Lá pelas tantas um ouvido desedu-
cado, um escriba relaxado solta as maiores heresias.
E a ortografia? Acreditem ou não, ainda agora ouço universitários e professores afir-
mando que “acento, para mim não existe mais”!
Pobres alunos tão desanimados ou iludidos mestres: Lá vêm as crianças para casa
trocando acentos como os bêbados trocam as pernas.
Todas essas pessoas: estudantes, professores, jornalistas, intelectuais, morreriam de
vergonha se fossem apanhados em público de cuecas ou trapos. Mas, olhe lá, a linguagem
escrita de muita gente boa por aí não vai além de uma tanguinha de Adão, e muito mal
colocada...deixa de fora à mostra um bom pedaço de vergonha.

Fonte: Lya Lufty. Matéria do Cotidiano. Porto Alegre. Grafosu/IELRS, 1978.

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ESTUDO DO TEXTO:

1)  Entre parênteses há dois sinônimos para cada palavra do texto.
Sublinhe-os:
cotidiano (linha 12) : (diário, eventual, habitual)
displicente(6): (desleixados, negligentes, cuidadosos)
manejam(8): (empregam, utilizam, envolvem)
espontânea(16): artificial,comum, natural)
coerção(17): ( liberdade, coação, controle)
esgrime(19): (maneja, briga, utiliza)
duende(26): ( fantasma, assombração, professor)
ambíguas(27): (precisas, dúbias, confusas)
esmolambadas(28): (diferentes, esfarrapadas, rotas)
mimos(30) : (primores, oferendas, erros)
escriba(32): ( escrevinhado, aluno, mau escritor)
heresias(33): (disparates, contrassenso, verdades)

2) O que significa a expressão “de fio a pavio”?

3)  O que é utilizar a linguagem como trapos?

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PESQUISA

INIMIGOS DA NORMA CULTA


PRINCIPAIS VÍCIOS DE LINGUAGEM:

Fonte: www.fichasuja.org

AMBIGUIDADE ou ANFIBOLOGIA: Corresponde a uma mensagem que apresenta mais de um


sentido lógico. Isso se deve a má disposição dos termos na frase.

Anedotinhas

De manhã, o pai bate na porta do quarto do filho:


— Acorda, meu filho. Acorda, que está na hora de você ir para o colégio.
Lá de dentro, estremunhando, o filho respondeu:
— Ai, eu hoje não vou ao colégio. E não vou por três razões: primeiro, porque eu
estou morto de sono; segundo, porque eu detesto aquele colégio; terceiro, porque eu não
aguento mais aqueles meninos. E o pai responde lá de fora: — Você tem que ir. E tem que
ir, exatamente, por três razões: primeiro, por que você tem um dever a cumprir; segundo,
porque você já tem 45 anos; terceiro, porque você é o diretor do colégio.

Fonte:Anedotinhas do Pasquim. Rio de Janeiro: Codecri, 1981. p. 8.

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Ex: Como vai a cachorra de sua mãe? (Que cachorra? A mãe ou a cadela criada pela mãe).
BARBARISMO, PEREGRINISMO OU ESTRANGEIRISMO: É a utilização de termos, expressão ou
construção estrangeira em substituição a de equivalente vernácula.
Ex: “Comeu um roast-beef.” (anglicanismo), o mais adequado seria “comeu um rosbife.”

Fonte:<http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=36024>

PROLIXIDADE: Consiste na comunicação estabelecida através do uso de palavras em excesso. Sinô-


nimo de concisão.
Ex.: “Gostaria de dizer, antes de mais nada, que estarei firme no meu propósito.”
PLEBEÍSMO: Geralmente são usadas palavras inadequadas como gírias.
Ex: “Tá ligado nas quebradas, meu chapa.”
CACOFONIA OU CACÓFATO: Consiste em palavras com sentido desagradavel ou obceno, que se
forma pela articulação de termos contíquos.
Ex: “Vou- me já, pois estou em cima da hora.”
SOLECISMO: É um erro sintático na frase no que se refere a norma gramatical do idioma
Tipo1) Quanto à concordância:
Ex.: “Fazem três anos que não vou ao médico.” (O correto é dizer: “Faz três anos que não vou ao mé-
dico.”).
Tipo 2) Quanto à regência:
Ex.: “Eu namoro com Fernanda.” (O correto é dizer: “Eu namoro Fernanda.”).
Tipo 3) Quanto á colocação:
Ex.: “Me parece que ela ficou contente”. (O correto é dizer: “Parece-me que ela ficou contente.”).

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PLEONASMO: O Pleonasmo é considerado uma figura de linguagem. Consiste em uma repetição de
sentido desnecessária em uma frase, sendo portanto considerado um vicio de linguagem.

Fonte: <http://let006.blogspot.com.br/2011/09/figuras-de-linguagem.html>

GERUNDISMO:
Corresponde ao uso exagerado dos termos no gerundio(forma nominal terminada em ando, endo,
indo). Sua utilização prejudica a clareza da mensagem como “falam mal” de quem usa.
Ex.: “Senhor, vou estar transferindo sua ligação.”

NUNCA DIGA ...


Á nível de : Porque está associado a niveis de comparação de atitude entre mar e terra. O correto
é dizer “Em nível de”.
Ir de encontro a : Não q u e r d i z e r uma concordância, mas uma colisão. Ir de encontro quer
dizer chocar, bater, trombar.

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Pesquisa e estudo da Publicação Pampulha de abril /2007.
*Gabriela Cabral da Equipe Brasil Escola.

Fontetp://luiz33.wordpress.com/2007/10/07/sobre-o-gerundismo/>

Sobre a REFORMA ORTOGRÁFICA

UM PEQUENO HISTÓRICO SOBRE A REFORMA

Assinado em Lisboa, em 16 de dezembro de 1990, por Portugal, Brasil, Angola, São Tomé e Prín-
cipe, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e posteriormente, por Timor Leste. No Brasil, o acor-
do foi aprovado pelo Decreto Legislativo nº 54, de 18 de abril de 1995. Mas a gramática é diferen-
te. Iniciou-se no ano de 1990, passando a ter validade no Brasil somente agora a partir de 2009.
Acordo ortográfico assinado na cidade de Lisboa entre os países lusófonos. Acredita-se que so-
mente 0,5% dos termos em portugues sofreram o Acordo ortográfico.

Conhecendo Nova Ortografia

*Alfabeto composto de 26 letras: abcdefghijklmnopqrstuvwxyz

1) Não se utiliza mais trema na lingua portuguesa. Escrevemos: agüentar,conseqüência,-


cinqüenta,qüinqüênio,freqüência,freqüente,elequência, elequente, arguição,pinguim,-
tranquilo, linguiça.

2) Toda palavra paroxitona com terminação em ditongo aberto (ei, oi) não recebe mais
acento:Assembléia, platéia, idéia, colméia, bóia, paranóia, jibóia, apoio, heróico.

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3) Os hiatos não são mais acentuados: (“ ee ,oo”):


Crêem,dêem,lêem,vêem. (credeleve) e enjôo,vôo,corôo, perdôo.

4) Não existe mais o acento diferencial para palavras homógrafas.
Para (verbo), pela (verbo ou substantivo)
Pelo (substantivo), pera (substantivo)

Note que o único verbo a manter o acento será “pôde” (na 3ª pessoa do pret. perf. do indicati-


vo) e também no verbo “por”para poder diferenciar da preposição ‘por’.

Não se  acentua  mais  a  letra  “u” nas formas  verbais  rizotônicas,quando ela for  precedida de ‘g’
ou ‘q’ e antes de ‘e’ ou ‘i’ (gue, que, gui, qui). Observemos: argui, apazigúe, averigúe, enxágüe, enxagüe-
mos, obliqúe.
As letras ‘i’ e ‘u’ tônicos não são mais acentuadas em paroxítonas quando precedidos de diton-
go. Veja: baiúca,boiúna, feiura.

Emprego do hífen: hifenização
Expressões como  a vontade, cor de vinho, abaixo de, fim de semana, café com leite, sala de jan-
tar, cartão de visita, pão de mel, cão de guarda,
Exceções a regra (consagradas pelo uso): água-de-colônia, pé-de- meia, arco-da-velha, mais-que-
-perfeito, ao-Deus-dará, queima-roupa, cor-de-rosa.
Qual a regra se segue? Antessala, autorretrato, antirrevolucionário, antirrugas, arquiromântico,
autorregulamentação, contrassenha, extrarregimento, minirrádio, ultrassom, minirrestaurante.
Agora observe bem: hiper-requitando, hiper-requisitado, inter-racial, inter-relação, inter-regio-
nal, super-racional, super-realista, super-resistente.
Descubra a regra para: autoafirmação, autoajuda, autoaprendizagem, autoescola, autoinstru-
ção, autoestrada, contraexemplo, contraindicação, contraordem, extraescolar, extraordinário, extrao-
ficial, infraestrutura, antiaéreo, antiamericano, socioeconômico, semiaberto, semiembriagado.
Observe o porquê do hífen. Anti-herói, anti-higiênico, extra-humano, semi-herbáceo.
Assim  se  escreve: ex-senador, vice-presidente, vice-governador, ex-marido, ex-namorado,
pan-americano, pré-natal, pro-desarmamento, pós-graduação,  pré-história,  pré-escolar,  além-mar,
além-fronteiras, aquém-oceano,recém-nascidos,sem–número,sem-teto, anti-inflamatório, anti-ibéri-
co, anti-imperialista, anti-inflacionário, anti-infeccioso,semi-integral, arqui-inimigo, micro-ondas, mi-
cro-orgânico, micro-ônibus.

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Agora analise bem... hiper-requitando, hiper-requisitado, inter-racial, inter-relação,inter-regio-
nal, super-racional, super-realista, super-resistente, mal-estar, mal-humorado, mal-entendido,mal-e-
ducado, bem - quisto, bem-estar, bem – casados , bem-nascido.

Bem-vindos! Bien vindos! Welcome.
Temos por objetivo unir culturas, eliminar as diferenças de grafias entre os diversos países que
tem o Portugês como a lingua oficial. Eliminar as diferenças entre o português lusitano do brasileiro.
Dessa forma é possivel ter autores de Moçambique sem dificuldades com a grafia.
Língua, uma forma de conversão da sociedade, que apresenta regras e leis que se associam para
se respeitar. Mas de 80% das pessoas que falam de portugues do mundo moram em terras brasileiras.
Os países que apresentam a lingua portuguesa como seu idioma oficial são: (São Tomé e Prín-
cipe,Cabo verde, Moçambique, Portugal,Guiné-Bissau, Angola). Na Ásia está em Goa e Timor-Leste.

OBS.:  DISPONIBILIZAMOS  PARA  VOCÊ  UM  ENCARTE  ESPECIAL e  DESTACÁVEL  PARA  CONSUL-
TAS NO FINAL DA APOSTILA. SUGERIMOS PLASTIFICAÇÃO.

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Português Instrumental

Releituras de Carlos Drummond de Andrade

Aula de português
A linguagem
na ponta da língua,
tão fácil de falar
e de entender.
A linguagem
na superfície estrelada de letras,
sabe lá o que ela quer dizer?
Professor Carlos Góis, ele é quem sabe,
e vai desmatando
o amazonas de minha ignorância.
Figuras de gramática, esquipáticas,
atropelam-me, aturdem-me, sequestram-me.
Já esqueci a língua em que comia,
em que pedia para ir lá fora,
em que levava e dava pontapé,
a língua, breve língua entrecortada
do namoro com a prima.
O português são dois; o outro, mistério.

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ESTUDO DE PALAVRAS:

1)  Dê  o  sinônimo para as palavras ou expressões destacadas ou tente explicar seu significado:


2) a) Ai mordi a ponta da língua! Que dor!
b) Naquela época eu sabia as capitais da Europa na ponta da língua.
c) Nós, brasileiros, falamos a língua portuguesa.
d) O motorista irresponsável atropelou a criança e fugiu.
e) Ele estava tão nervoso que as palavras se atropelavam em sua fala.
f) Os juízes determinaram o sequestro dos bens do ex-presidente.
g) Terroristas fanáticos planejaram o sequestro do avião.

3) Observe:
O Rio Amazonas é um dos maiores do mundo.
Sentido próprio ou denotativo aquele em que a palavra aparece apenas com um sentido.
O garoto desmatava o amazonas da sua ignorância.
Sentido  figurado  ou  conotativo  aquele  em  que  a  palavra  aparece  com  um sentido  diferen-
te do que lhe é próprio, usual.

Identifique  os  trechos de  linguagem denotativa  ou conotativa:


a)  “Você  é  o  meu  caminho,  /Meu  vinho,  meu  vício,  /Desde  o  início  estava você.  /Meu  bálsa-
mo benigno, /Meu signo, meu guru...” (Caetano Veloso)
b) No jogo de ontem, Biro-Biro comeu a bola.
c) “Um  coqueiro, vendo-me inquieto e adivinhando a causa, murmurou  de
cima de si que não era feio que os meninos de quinze anos andassem nos cantos com as me-
ninas de quatorze”. (Machado de Assis)
d) O escritor Rubem Braga nasceu em 1913.
e) “Buscou no amor o bálsamo da vida”.
f) Não encontrou senão veneno e morte”. (Manuel Bandeira)
g) Até hoje não me conformo com sua morte.

4)  Empregue  as  palavras  abaixo  em  frases  dando  a  elas  sentido  denotativo e conotativo.Veja:
Os  cachorros uivavam  a  noite  / O  vento uivava  na  noite.

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Português Instrumental

a) Caminho:
b) Trevas:
c) Nuvem:
d) Colheita:
e) Asas:
f) Suavidade:

Proposta de redação:

Você  vai  preparar  um  texto  dissertativo  sobre  o  atual  ensino  brasileiro.  Procure
ler sobre o assunto e ouvir a opinião de algumas pessoas. Realize uma entrevista com al-
guém da área.
Antes de escrever, procure responder às seguintes questões:
1)  Que importância tem o sistema de ensino dentro de um país?
2)  Quais são os aspectos positivos do ensino atual?
3)  Quais são os aspectos negativos do ensino atual?
4)  No  Brasil,  há  escolas  oficiais  e  particulares.  Comente  esse  fato.  Não esque-
ça: Cite a rede particular e a pública.
5)  Quais seriam as causas da atual situação do ensino?
6)  Quais serão as consequências da atual situação?
7)  Seria possível melhorar a situação do atual sistema de ensino? Como?
8)  Qual sua ideia final, sua conclusão sobre o assunto?
9)  Transforme suas respostas em um texto dissertativo, organizando suas ideias da seguin-
te maneira:
• Introdução:  respostas à  questão  1.
• Desenvolvimento:  respostas às  questões  2,  3,  4,  5  e  6.
• Conclusão  :  respostas  às  questões  7  e  8.

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OS PLURAL? ONDE ESTÃO OS PLURAL?
Você  caminha  por  uma  rua  tranquila  da  cidade  e,  ao  passar  pela  porta  do res-
taurante  de  aparência  simpática,  não  pode  deixar  de  reparar  na  placa  que anun-
cia  “refeições  caseira”.  Um  pouco  adiante,  sua  aula  prática  de  concordância ga-
nha  um  novo  colorido:  um  vendedor  anuncia,  pelo  alto  falante  do  velho  caminhão,
“frutas fresquinha”, “morangos maduro” e “quatro caixa de caqui por oito real”.
Se uma associação de ideias o remeter imediatamente ao grande palco da tempora-
da da política em Brasília, não será mera coincidência: também na CPI dos Correios o s fi-
nal sucumbiu ao que se pode considerar a nova moda de tornar as palavras absolutamen-
te invariáveis, sem levar em conta se designam uma, duas, cinco ou 10 unidades.
Poupemos os nomes, já que este comentário, nem de longe, pretende engrossar as
fileiras do denuncismo. Mas, como ficar insensível diante de joias linguistas como “pesso-
as vinculada ao partido”, “nas últimas campanha”, “as regiões mais carente, mais distan-
te dos grandes centro” “os militante”, “os partido de base aliada”, “nos escritório dos Cor-
reio”, “esses detalhe”?
No  começo,  você  pensa  que  ouviu  mal,  que  não  estava  prestando  a  atenção  de-
vida. Por  isso,  apura  os  sentidos.  Aí  vem  a  surpresa:  a  linguagem  não  se  altera. In-
timamente,  você  pergunta-se,  a  exemplo  do  que  ocorreu  com  muitas  outras pes-
soas:  como  é  possível?  A final,  nas  10  ou  15  horas  de  depoimentos  e  perguntas
de cada sessão da CPI, cruzam-se as vozes de deputados, senadores, dirigentes de parti-
dos, secretárias de altos empresários.
Para  dizer  o  menos,  trata-se  de  pessoas  para  que  a  linguagem  constitui  impor-
tante forma de comunicação, de expressão ou  de convencimento.  Em maior  ou  menor
grau, frequentaram boas escolas (presume-se), tiveram acesso aos diversos níveis de en-
sino formal, muitas até exibem um anel universitário. Como admitir, então, tamanho des-
caso com o idioma?
Engana-se  quem  pensa  que  tudo  se  limitou  a  enunciar  ou  não  um  s  no  fim  das
palavras.  A  concordância  também  não  escapou  incólume  desse  escapamento ver-
bal:  “Indiquei  x  nomes.  Esses  nomes  foi  pra  cá  ou  pra  lá.”/  “A  Senhora  tem  tudo
pra  fazer  que  seja  reparado  os  danos  cometidos.”/  “O  que  me  traz  à  CPI  é  alguns
assuntos  como...”.  E  os  casos  clássicos  do  gênero,  claro,  dificilmente  ficariam au-
sentes:  “Haviam  muitos  problemas  a  resolver”,  “houveram  casos  que  eu  não gos-
taria  de  mencionar”,  “faziam  dois  anos  que  eu  vinha  alertando  os  dirigentes”,  “já fa-
zem 10 horas que estamos reunidos e nada se resolver até agora”.
O  nervosismo  do  momento  pode  justificar  um  ou  outro  erro  ocasional,  é  evi-
dente, mas  não,  depois  de  horas  de  depoimento,  pronúncias  como  “probrema”,  “cra-
ro”, “Pranarto”, “recramações”, “habeas corpio”, “seje”, “esteje”, “areoporto”, etc. Como
se  vê,  infelizmente,  não  é  apenas  de  honestidade  e  lisura  no  trato  dos  recursos públi-
cos que o país está precisando.

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Português Instrumental

ATIVIDADE

1)  Compare estas duas orações abaixo:
(1)  Os políticos cometem graves erros de concordância .
(2) O poeta transgrediu as regras de concordância .

Nesse  contexto,  qual a  diferença  entre  o  uso  das  palavras erros  e transgrediu?

2)  Porque o autor transgrediu as regras de concordância nominal no título dotexto?

3)  Como você observou, em nossa sociedade, as pessoas estão constantemente  sendo  avalia-
das pela sua forma de falar. Por uma questão de preconceito, costuma-se chamar de erro a varie-
dade da língua falada por pessoas de baixo nível social, econômico e cultural. Quando uma pessoa
pertence  a  uma  classe  social  mais  elevada  usa  uma  variedade  diferente  da culta,  geralmen-
te  se  diz  que  ela  cometeu  um  “deslize”.  De  que  forma  o  autor revela  essa  visão  preconceituo-
sa de nossa sociedade?

4)  Ao  dizer  que  “a linguagem constitui importante forma de comunicação, de expressão ou de con-


vencimento” para os que frequentaram boas escolas, o autor não atribui aos  pequenos  comercian-
tes a mesma função da linguagem. Você concorda com ele? Justifique sua resposta.

5)  De que forma o autor constatou que não se tratava de “um ou outro erro ocasional”?

6)  Como você pôde perceber, todos os exemplos, os quais o autor ironicamente chama de “joias lin-


guísticas”, são da linguagem oral. Em sua opinião, se essas pessoas estivessem dando um depoimen-
to por escrito, usariam o mesmo nível de linguagem? Explique.

7)  Identifique no texto os exemplos de “erros” de concordância NOMINAL e reescreva-os corrigindo:

8) Identifique no texto os exemplos de “erros” de concordância VERBAL e reescreva-os corrigindo .

9)  Você se considera uma pessoa que comete “erros” ou que já sabe como transgredir as regras de lín-


gua portuguesa? Explique.

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Português Instrumental
O VALOR DO BOM PORTUGUÊS

Falar e escrever bem ajuda na hora que arrumar emprego, conseguir promoção e até para con-
quistar namorado ou namorada. Mas não vá exagerar na dose e virar um patrulheiro da língua, por-
que geralmente “pega mal”.

É BOM FALAR O BOM PORTUGUÊS
Falar e escrever bem é importante na hora de conquistar um namorado ou namorada.Mas sem exa-
gerar!
“Eu gosto de escrever e sempre me correspondo com meus amigos, através de e- mail. Assim, co-
nheço  muitas  pessoas  por  esse  meio  de  comunicação.  Uma  vez, conversei  por  escrito  com  um  ra-
paz que escrevia bem, tinha um texto inteligente, irônico mas correto, sedutor. Fiquei muito impressio-
nada. Pena que “ao vivo”.
Não correspondia à boa conversa. O namoro foi um desastre; sem graça! Já namorei também um ga-
roto que escrevia muito mal, um texto desorganizado, com muitos erros. Não aguentei e corrigi seus er-
ros pela internet.

Resultado: Ele se ofendeu e o namoro acabou. Saber escrever demonstra cultura, conhecimen-
to,  mostra  que  a  pessoa  quer  evoluir.  “  Sou  chata,  não  gosto  de  ouvir  ou ler  verbos  mal  conjuga-
dos e palavras empregadas errado.”
(Luana, recepcionista)

“DISPENSEI UM FUNCIONÁRIO QUE ESCREVIA MAL”
“Há  um  mês  atrás,  mandei  embora  um  funcionário  da  área  administrativa  porque  ele escre-
via e falava muito mal. Ele tinha sérias dificuldades com a língua portuguesa.
Errava  ortografia,  concordância,  não  percebia  que  os  documentos  eram  formais  e exigiam  tex-
tos organizados e corretos.  Sua função era escrever relatórios a clientes e, para isso, a clareza e a cor-
reção gramatical são imprescindíveis.
Eu observo que conhecer bem  a  língua,  atualmente,  é  uma  necessidade,  e  por  isso, exijo
isso de meus funcionários. Não adianta querer fazer um cursinho rápido para aprender a escrever bem. A for-
mação e o ensino se alicerçam em muitos anos de estudo. Quem não dá importância a uma boa forma-
ção e não cultiva o hábito de leitura  vai  enfrentar  sérias  dificuldades para  trabalhar. Um dos  requisit-
os para admitir uma pessoa como funcionária da minha empresa é apresentar uma boa redação.”
(Pedro Luís, empresário)

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Português Instrumental
a) Quais são as semelhanças e as diferenças entre os depoimentos de Luana e Pedro?
b) Escreva no caderno um argumento a favor e uma crítica aos dois depoimentos.
c) Qual a sua opinião sobre o assunto?

Você observou que, em determinadas situações, é necessário utilizar a linguagem culta, a nor-
ma padrão. É o que as pessoas costumam chamar de “português correto”. Não é adequado chamar a “lín-
gua padrão” de “português correto”, porque todas as linguagens, todos os falares são corretos, depen-
dendo da situação em que estão inseridos.
A língua culta ou norma padrão é aquela usada, geralmente, em textos escritos, documentos, jor-
nais, televisão, revistas e nas situações de comunicação entre pessoas cultas. É valorizada porque sa-
ber usá-la dá certo poder ao falante em determinadas situações: arrumar um emprego, escrever uma dis-
sertação científica, etc.
Os períodos a seguir foram retirados de produções de alunos. Identifique os problemas de ortogra-
fia, concordância, ou significado e redija uma proposta de correção.
a) “O nosso ambiente ele estava muito estragado e muito poluído por causa que os ou-
tros não zela o ar puro.”
b) “O serumano no mesmo tempo no mesmo tempo que constrói também destrói, pois
nóis temos que nos unir para realizar parcerias”.
c) “Vamos mostrar que somos semelhantemente iguais”.
d) “Morrem queimados e asfiquiciados”.
e) “Hoje endia a natureza..”.
f) “O maios problema da floresta Amazonas é o desmatamento dos peixes”.

Manifesto 2.0 - por uma sociedade mais colaborativa

Fonte: Disponivel em : www.hongkiat.com. Acessado em 09/01/2016

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Português Instrumental
Estamos  descobrindo  maneiras  melhores  de  organizar  a  sociedade  em  todas  as suas  instân-
cias, através da colaboração, utilizando as ferramentas interativas que a Internet proporciona. É preci-
so reunir pessoas, através de uma mesma visão, que pensam, a partir de um novo paradigma para ace-
lerar a implantação desse novo ponto de vista. Através desta visão queremos valorizar e desenvolver:
• O uso criativo da rede digital para ajudar a resolver problemas complexos;
• A ampliação da participação de todos os cidadãos, como condição para a efetiva democra-
tização institucional, informacional, econômica e cultural.
• A aproximação entre as pessoas para promover diálogos, utilizando os meios mais adequa-
dos a cada contexto, sejam eles presenciais ou digitais.

Princípios do Manifesto 2.0

1.  Disseminar e debater que a Internet faz parte de uma revolução informacional e comunicacional.


2.  Disseminar e promover diálogos a partir do entendimento que esta mudança não é tecnológica, m
as informacional, pedra fundamental de uma nova civilização mais compatível com uma super-
população mundial e a complexidade que tal cenário impõem à nossa espécie;
3.  Disseminar  e  debater  que  tal  revolução  do  ambiente  informacional  trará  mudanças signifi-
cativas  e  profundas  na  gestão  da  sociedade  e  que  é  preciso  agir  com sabedoria,  rapi-
dez e eficiência para a ampliação dos benefícios coletivos para reduzir os possíveis sofrimen-
tos que tais mudanças radicais trarão ao mundo;
4.  Que  as  mudanças  significam  democratização  paulatina  institucional,  econômica  e informacio-
nal de todas as sociedades, através de uma nova forma de gerar valor para a humanidade mais co-
laborativa, dinâmica e inovadora;
5.  Buscar um novo modelo de compartilhamento dos lucros, em novas empresas que gerem va-
lor para a sociedade, respeitando os seres vivos, incluindo seus clientes e colaboradores;
6.  Sugere-se  uma  nova  plataforma  aberta  de  governo,  onde  os  dados  serão  de acesso  públi-
co e a sociedade poderá usá-los de forma a acompanhar o que está sendo feito e a customi-
zar o uso, gerando aplicativos que possam beneficiar tanto o próprio povo, quanto o governo, apro-
ximando assim os dois lados interessados nas políticas aplicadas àquele contexto;
7.  Defesa  de  escolas  que  adotem o uso  das  ferramentas  digitais  de  informação  e comuni-
cação  dentre  outras  estratégias  educacionais  para  desenvolver  competências e  habilidades
de  leitura  e  escutas  críticas,  do  diálogo,  da  capacidade  de  lidar  com  a diversidade  sem  pre-
conceitos, da construção coletiva de conhecimentos e criação de soluções colaborativas para os de-
safios complexos do mundo no qual vivem;
8.  Tais  alterações  significam  compreender  a  necessidade  do  compartilhamento aberto  e  li-
vre de ideias, através de novas formas criativas de remuneração, seja a distância ou no presencial;
9.  Sugere-se a todos que assinem esse manifesto que sejam estimulados a se aprofundar cada
vez mais  em  ferramental  teórico  e  prático  sobre  esse  novo ambiente, a  fim  de  pro-

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Português Instrumental
mover tais alterações, procurando, o máximo possível, coerência entre discur-
so e ações, em direção a um mundo mais colaborativo, estimulados por Gandhi “Seja a mu-
dança que você quer ver no mundo”;
10. Sugere-se ainda promover ações que minimizem a compulsão informacional que gera ansieda-
de, alienação, pouco significado e, portanto, repetição de modelos e não mudanças;
11. Sugere-se a formação de iniciativas na rede ou fora dela, para promoção de ações de todo tipo ba-
seados nesse manifesto, que deve ser aprimorado, a partir da discussão e da prática;
12. Que este manifesto sofra melhorias permanentes por aqueles que o apoiam.

Proposta interdisciplinar: Responsabilidade social

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Português Instrumental
TEXTO : DE OLHO NO LIXO

Você  já  reparou  na  quantidade  de  lixo  que  produz  todo  dia?  Por mais  cuidado que a gente te-
nha, sempre surgindo migalhas de pão, potes vazios, cascas de banana, papéis, restos de borracha, e ou-
tros ....  Fabricamos lixo o tempo todo.
Até hoje não conseguimos um jeito de evitar que isso aconteça. E o curioso é que, quanto mais in-
dustrializado é um pais, maior é a quantidade de lixo que ele produz.A história do lixo é tão antiga quan-
to a humanidade. Só que havia menos gente e eram jogados fora basicamente restos de comida e ma-
teriais orgânicos.
As  pessoas  moravam  em  cavernas  e,  quando  a  caça  diminuía,  simplesmente se muda-
vam.  O  lixo,  formado  de  sobras  de  alimentos  ia  se  decompondo  com  o passar  do  tempo.  O  proble-
ma da sujeira foi aumentando com a civilização e também com o surgimento das grandes cidades.
Pelo que se sabe, a Roma antiga foi uma das primeiras a enfrentar o problema, pois tinha mui-
tos  habitantes.  Os  romanos  despejavam  o  lixo  e  o  esgoto nos  rios,  onde  os  resíduos  eram  dissolvi-
dos pela correnteza e carregados para o mar.
Depois, na Idade Média, nos povoados que existiam na região que hoje é a Europa, o lixo se acumu-
lava nas ruas e facilitava a transmissão de doenças. Mais tarde,  as  cidades  cresceram  e ganharam siste-
mas  de esgoto e  novos  reservatórios de água, o que ajudava a manter a higiene e a limpeza. Mas a pop-
ulação e a produção de lixo foram aumentando.

PROBLEMA SÉRIO
No  século  20,  a  quantidade  de  lixo  aumentou  muito  e  o  assunto  virou preocupação  mun-
dial. Com o avanço da tecnologia, todo mundo passou a usar materiais  como  plástico,  isopor,  lâmpa-
das, e pilhas, que começaram a fazer parte do lixo e a poluir a natureza. Além disso, há toneladas de de-
tritos produzidos pelas fábricas, que jogam toneladas de sujeira nos rios e mares todos os dias.
Segundo os estudiosos só no Brasil cada um de nós fabrica mais de 300 quilos de lixo por ano. São 25 mil qui-
los de lixo durante a vida toda!
E  a  gente  começa  cedo,  pois  desde  bebês  usamos  fraldas  descartáveis  e produtos  em  poti-
nhos que depois serão jogados fora. Resultado: com apenas uma semana de vida, já produzimos uma pi-
lha  de lixo equivalente  a quatro  vezes  nosso tamanho.
Uma das saídas para dar fim à sujeira é fazer coleta seletiva, ou seja, recolher os materiais separa-
damente, o que facilita o seu reaproveitamento. Através da reciclagem. Além disso, é importante reci-
clar papel, plástico e vidro e construir usinas geradoras de energia elétrica que usam o lixo como com-
bustível.  O  legal  é que  todos  podem  e  devem  ajudar!  Esse  papel  participativo  é  para  todo  cidadão
responsável.

Texto Publicitário do Circuito Cultural da Praça Liberdade

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Português Instrumental
Documentário indicado: Lixo Extraordinário

TEXTO E INTERPRETAÇÃO

SUPERMERCADOS: AS CATEDRAIS DO CONSUMO

Numa sociedade onde ninguém quer engordar, o crescimento dos supermercados é


um tanto contraditório. A febre de emagrecimento deveria beneficiar o desenvolvimento
de pequenas quitandas e não desses monstruosos templos de consumo. Acontece que o
esforço para manter-se magro nasceu exatamente na esteira dos supermercados. O ho-
mem atual vive imprensado entre os dietéticos e os supermercados. Mais um pouco, e
será impossível reviver a dupla do Gordo e o Magro. Quando muito, conseguiremos uma
dupla formada pelo Gordo e o Menos Gordo.
É difícil fugir ao irresistível apelo dos supermercados. É nele que o homem satisfaz
a todas as necessidades de consumidor. A primeira intenção de quem entra num super-
mercado é comprar tudo. Um conhecido meu, consumidor consagrado, já confessou que
seu maior desejo é poder se atirar sobre as prateleiras, abrir pacotes, latas e caixas de bis-
coitos, queijo, compotas, doces e ficar ali esparramado, comendo até sair pelos ouvidos.
Os proprietários têm consciência dessa compulsão e arrumam suas mercadorias de
forma a poder deixar o consumidor como eles, proprietários, quando chegaram ao Brasil,
ou seja, de tanga. Curiosamente, a alimentação deixou de ser uma simples necessidade
para tornar-se um complicado sistema de “marketing” e pesquisa. Hoje, a gente nem sem-
pre compra o que quer. Compra-se o que eles querem vender. Vocês sabem, por exemplo,
por que o açúcar é colocado no fundo dos supermercados? Porque o açúcar é um artigo
comum a todos, e ficando no fundo obriga o consumidor a passar por várias outras seções
antes de encontrá-lo. E nessa passagem pode comprar mais alguma coisa. Para escapar
a esse risco, há uma solução: entrar pela porta dos fundos. Texto Publicitário do Circuito
Cultural da Praça Liberdade “Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais”
A colocação dos artigos nas prateleiras é matematicamente calculada. Os que têm
saída certa ficam embaixo. Os de venda difícil são colocados à altura dos olhos. Dos olhos e
principalmente das mãos. E há ainda as embalagens, feitas de forma a atrair o consumidor.
Tem muita gente que só compra pela embalagem, tem gente que ainda faz pior. Só come
a embalagem.
As últimas pesquisas demonstram que os homens já estão se equiparando às mulhe-
res na frequência aos supermercados. Revelam ainda que eles vêm mostrando um talento
incrível para donas-de-casa. Os homens são os melhores fregueses nas chamadas compras
de impulso - termo que surgiu com o supermercado - que são aquelas que não se coloca

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Português Instrumental

na lista. Você chega lá, olha para a mercadoria, verifica quanto tem no bolso e depois se
justifica: “Vou comprar só desta vez para experimentar”. As pesquisas assinalam ainda que
nas compras o impulso ocorre da classe média para cima. Abaixo da classe média, diminui
sensivelmente. Até mesmo porque, se houvesse impulso, não haveria dinheiro.
Na zona Sul o que mais se vende é o enlatado. Os artigos de toucador não saem mui-
to. O cidadão da zona sul não dorme de touca. Na zona norte, em primeiro lugar vem os
artigos de primeira necessidade, em segundo os de segunda necessidade e em terceiro os
de quarta necessidade. Os supermercados ainda não vendem os de terceira necessidade.
Ao todo, os supermercados cariocas vendem 80 por cento dos artigos comercializa-
dos. E eu fico aqui pensando como sobreviviam nossos antecessores sem supermercados.
Aliás, por que não instalam mais supermercados no nordeste para que o pessoal também
possa comer melhor? Em São Paulo a proporção é menor que no Rio. Ainda assim, o Jum-
bo, da cadeia do Pão de Açúcar, oferece quase 70.000 tipos de produtos. Os supermerca-
dos praticamente têm de tudo. Alguns tem até desabamento.
Os supermercados transformaram os hábitos de venda. Terminaram com os ven-
dedores. O que foi melhor pra eles. Com menos gente vendendo, sobra mais gente pra
comprar. E como se compra! Positivamente, isto aqui não é uma sociedade de lazer. Por
enquanto, é do comer. Sem os vendedores, acabaram as conversas e as pechinchas. O
supermercado é um dos poucos lugares onde não se pode dizer não à inflação. Não tem
a quem.
A única figura disponível para uma conversinha é a caixa. Mas seu trabalho diário ba-
tendo alucinadamente naquelas teclas da registradora, já as transformou em verdadeiros
autômatos. As caixas falam por números. Alguns sociólogos explicam que a presença de
toda a família é a forma de exercitar a conversa. Outros admitem que a família se reúne
para ir a um supermercado porque a família que compra unida continua unida. A grande
maioria dos estudiosos, porém, prefere acreditar que o supermercado seja um programa
tão atraente quanto um circo ou um parque de diversões. É também no supermercado
que os garotos tiram as frustrações do automóvel, dirigindo os carrinhos de compras.
Os garotos gostam tanto de dar trombadas no alheio que, no ano passado, quando
minha irmã perguntou ao filho o que ele queria de Natal, ele respondeu : um carrinho de
supermercado.
Há horários em que os carrinhos – com ou sem garotos - congestionam comple-
tamente os corredores. Já era tempo de colocar guardas de trânsito pelas esquinas dos
supermercados para evitar batidas, engarrafamentos e principalmente que as madames
larguem os carrinhos no meio do corredor para ir buscar seu feijão do outro lado.

(Carlos Eduardo Novaes)

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Português Instrumental
1) “Alguns sociólogos explicam que a presença de toda a família é a forma de exercitar a conver-
sa” De acordo com os sociólogos:
a) A comunicação em família, no lar, esta cada vez mais difícil.
b) O supermercado oferece maiores condições para as amizades.
c) O supermercado facilita a conversa, porque evita as discussões.
d) O silencio dos supermercados favorece o entendimento dos homens.
e)  A  troca  de  ideias  quanto  às  compras  no  supermercado,  estabelece  maior compreen-
são ente os familiares.

2) A única afirmativa CORRETA, de acordo com o texto é:
a) As compras de impulso são mais comuns entre as mulheres.
b) Os supermercados são verdadeiros circos e parques.
c) As compras de impulso estão sujeitas à disponibilidade de dinheiro.
d) Os nossos antepassados não se alimentavam bem pois não dispunham de supermercados.
e) A instalação de supermercados no nordeste resolveria os problemas de fome naquela região.

3) De acordo com texto a única alternativa FALSA é:
a) Os supermercados não favorecem o combate a inflação.
b) A classe média sempre se beneficia com as compras de impulso.
c) A família reunida nos supermercados dá expansão as suas conversas.
d) A ausência de vendedores nos supermercados evita o decréscimo no preço das mercadorias.
e)  As  compras  de  impulso  raramente  ocorrem  abaixo  da  classe  média,  por  se tratar  de  pesso-
as de minguado poder aquisitivo.

4) A única passagem que não denota ironia é:
a) “( ) Alguns tem até desabamento.”
b) “( ) ...  comendo até sair pelos ouvidos.”
c) “( ) ...  ele respondeu: um carrinho de supermercado
d) “( ) E os de venda difícil são colocados à altura dos olhos”
e) “( ) ...  a família que compra unida continua comendo unida”

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Português Instrumental
5) De acordo com o texto lido, compras de impulso são uma particularidade de :
a) Donas de casa sem lista de compras;
b) Maridos tentando colaborar com a prática do supermercado;
c) Crianças desmioladas e sem controle dos pais;
d) Donas de casa consumistas;
e) Irmãos mais velhos e sem juízo.

6) A assertiva abaixo que confirma o poder de oferta em 100% é:
a) Os supermercados praticamente têm de tudo. Alguns têm até desabamentos.
b) A única figura disponível para uma conversinha é o caixa.
c) O Jumbo, da cadeia do Pão de Açúcar, oferece quase 70.000 tipos de produtos.
d) Na zona sul o que mais vende é enlatados.
e) O Nordeste carece de supermercados.

Suporte: Jornal

Propaganda a ser limitada

É grande a força do lobby de cervejarias, TVs e agências de propaganda. Mais uma


vez, conseguiu evitar que a publicidade de cervejas fosse equiparada à das demais bebidas
alcoólicas e proibida das 6h às 22h.
O projeto de lei do Executivo restituindo um pouco de lógica à legislação que regula
a propaganda de álcool estava pronto para ser votado. Mas um acordo entre parlamenta-
res e governo conseguiu retirar a urgência da proposta, que agora fica sem prazo para ir ao
plenário. A julgar pelos precedentes, isso dificilmente ocorrerá antes dos Jogos Olímpicos
de Pequim, em agosto, ou quem sabe da Copa de 2014.
Em termos de saúde pública e ciência, não há justificativa para tratar a publicidade
de bebidas alcoólicas de qualquer gradação de forma diversa da do tabaco, que é vedada
quase totalmente.
O álcool é uma droga psicoativa com elevado potencial para provocar dependência.
Estudo da Organização Mundial da Saúde atribui ao abuso etílico 3,25% das mortes ocor-
ridas no planeta (cerca de 1,8 milhão de óbitos anuais). Metade delas tem como causa
doenças, e a outra metade, ferimentos. No Brasil, dados da Secretaria Nacional Antidrogas
(2005) apontam que 12,3% da população entre 12 e 65 anos pode ser considerada depen-
dente.

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Português Instrumental

Não se trata de proibir o consumo de álcool, mas esses números deixam claro, por
outro lado , que ninguém deveria ser estimulado a beber. A propaganda é uma atividade
legítima para a esmagadora maioria dos produtos e serviços existentes. O caso das drogas
lícitas é uma exceção. A Constituição Federal, em seu artigo 220, prevê restrições a esse
tipo de publicidade.
Não faz, portanto, sentido a campanha que a Associação Brasileira de Publicidade
mantém desde o final de abril afirmando que a restrição à publicidade de cervejas teria o
mesmo efeito que proibir “a fabricação de abridores de garrafa”.
Louvar as virtudes reais ou imaginárias de abridores de garrafa não costuma levar
jovens a consumir quantidades crescentes de drogas psicotrópicas. Já a propaganda de
cerveja o faz.

(Folha de São Paulo, 11/05/2008.Licenciado por Folhapress.)

1)  Qual é o tema abordado pelo editorial?

2) Por que esse tema estava sendo debatido no Brasil naquele momento?

3)  Segundo o texto qual é o motivo de esse projeto não ter sido votado e entrado em acordo?

4)  Coloque (F) para falso e (V) para verdadeiro:
( ) O editorial tem uma estrutura geralmente simples. Apresenta a tese (que apresenta
o ponto de vista do jornal), o desenvolvimento do tema através de argumentações e conclusão .
( ) Um editorial precisa necessariamente apresentar argumentos consistentes.
( ) Esse gênero privilegia a impessoalidade.
( ) A conclusão geralmente apresenta uma síntese das ideias expostas para a solução do proble-
ma abordado.

5)  Segundo o editorial, a votação do Projeto de lei não ocorrerá antes dos Jogos Olímpicos de Pe-


quim ou da Copa de 2.014. Por que o jornalista deduz isso?

6)  Cite  quais  são  as  principais  características  do  editorial?  Considere  a  finalidade do  gênero,  per-
fil dos interlocutores, suporte ou veículo, tema, estrutura e linguagem.

7)  Quais são os principais interessados em manter na mídia a publicidade das cervejarias?

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Português Instrumental
8)  Explique o último parágrafo do texto.

9)  Comente o trecho sublinhado no texto.

10) O texto nos remete a uma realidade combatida todos os dias. O que recentemente foi propos-
ta de redação do ENEM./2013. Comente sobre a Lei Seca no Brasil. (Parágrafo dissertativo).

TEXTO I

PAPOS
_ Me disseram...
_Disseram-me.
_Hein?
_O correto é “disseram-me”. Não, “me disseram”.
_Eu falo como quero. E te digo mais ...  ou é “digo-te?”- O quê?
_Digo-te que você ...
_O “te” e o “você” não combinam.
_ Lhe digo?
_Também não. O que você ia me dizer?(...)
_Dispenso as suas correções. Vê se esquece-me. Falo como bem entender.
_Mato-o. Mato-lhe. Mato você. Matar-lhe-ei-te. Ouviu bem?
_Pois esqueça-o e para-te.Pronome no lugar certo é elitismo!
_Se você prefere falar errado...
_Falo como todo mundo fala. O importante é me entenderem. Ou entenderem-me?
_No caso. Não sei.
_Ah! Não sabe? Não o sabes? Sabes-lo não?
_Esquece.
_Não. Com “esquece” ? Você prefere falar errado? E o certo é “esquece” ou
“esqueça”? Ilumine-me. Me diga. Ensines-lo-me, vamos.
_Depende.

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Português Instrumental

_Depende. Perfeito. Não o sabes. Ensinar-me-lo-ias se o soubesse. Mas não sabes-o.
_Está bem, está bem. Desculpe. Fale como quiser.
_Agradeço-lhe a permisão para falar errado que mas dás. Mas não posso mais
dizer-lo-te o que dizer-te-ia.
_Por quê?
_Porque, com todo este papo, esqueci-lo.

VERÍSSIMO.Luís Fernando, Comédias para se ler na escola. RJ. 2001.

QUESTÕES

1)  Uma  das  estratégias  do  narrador,  no  desenvolvimento  da  história,  é  explorar  a contradi-
ção de um dos personagens. Retire do texto um exemplo dessa estratégia.

2)  No texto de Luís Fernando Veríssimo, um dos personagens critica o uso dos pronomes oblíquos fa-
lados por outro personagem. Sobre o texto, pode-se afirmar que: (0.5)
A) O autor quis criticar a gramática normativa sobre o uso dos pronomes.
B) Os dois personagens do texto são intransigentes quanto ao uso da norma padrão da língua.
C) Um dos personagens acha inaceitável o uso da mesóclise durante um papo.
D) O dois personagens conhecem bem as regras de uso de colocação pronominal.
E) O autor, em forma de zombaria, critica o uso da norma padrão em situação de oralidade.

3)  “... Pronome no lugar certo é elitismo!”. RELACIONE  norma  padrão  e  elitismo. (1.0)

4)  As construções “Matar-lhe-ei-te”, “sabes-lo”, “Ensines-lo-me” e “esquecilo” não existem em por-
tuguês, nem na norma culta e muito menos na norma popular. No texto, portanto, elas têm uma fun-
ção especial, que é: (0.5)
A) Demonstrar que as regras de colocação pronominal são irrelevantes.
B) Identificar as características do personagem: ele é chato e gosta de parecer elitista.
C) Ironizar o falso conhecimento que o outro personagem tem das regras de colocação pronomi-
nal.
D) Satirizar as pessoas que falam errado.
E) Provocar um efeito de humor com as dificuldades do personagem.

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Português Instrumental
5)  O texto de Luís Fernando Veríssimo é uma crônica ficcional que tem como finalidade demons-
trar que: (0.5)
A) A boa comunicação depende da colocação pronominal.
B) Cada pessoa tem o direito de usar a língua como bem entender.
C) A preocupação excessiva com a gramática pode prejudicar a comunicação.
D) As regras de colocação pronominal são muito difíceis.
E) O aprendizado das regras gramaticais é muito importante.

Fonte:Http://cargocollective.com/ricardosantiago/jamoto

TEXTO  II:  “As  motos  Flex  da  Honda  emitem  menos  gás  carbônico  e  são  mais econômi-
cas na hora de abastecer. A natureza agradece. O seu bolso também.”
Disponível em: <http://cargocollective.com/ricardosantiago/jamoto>

6)  RELACIONE o símbolo “CO” com a palavra “ECONOMIZE” no plano da divulgação.

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Português Instrumental
7) Para anunciar a marca a uma postura ecológica, o anunciante se vale de certas estratégias.
I. Associação do símbolo do dióxido de carbono ao principal apelo da mensagem Economize.
II. Argumentação a favor da diminuição da emissão de gás carbônico.
III.Utilização da frase: “A natureza agradece” , que enaltece o anunciante.
IV.Emprego do enunciado. “No trânsito, somos todos pedestres”.
Estão corretas, apenas a alternativa...
A)  I , III, IV
B)  I, II, III
C)  I, II, IV
D)  II, III, IV

A era da falta d’água

Uma previsão catastrófica marca o colapso da água no mundo para o ano 2025. Foi
dada a largada para a corrida em busca de soluções. Veja o que se pode fazer para não en-
trarmos pelo cano
Por Claudio  Angelo,  Mariana  Mello  e  Maria  Fernanda  Vomero  colaboraram  Mô-
nica Rentschler,  de  Tóquio,  e  Daniel  Blumenthal,  de  Jerusalém  Se  você  se  comove
quando  vê  imagens  como  esta,  melhor  recolher  as  lágrimas  e  guardá-las.  Vai  piorar.
O  velho  pesadelo  dos  ambientalistas  de  que  as  reservas  mundiais  de  água  doce  vão
entrar  em  colapso  em  algum  momento  do  século  XXI  nunca  esteve  tão  próximo  de vi-
rar  realidade.  Um  estudo  das  Nações  Unidas  divulgado  este  ano  prevê  que  2,7 bi-
lhões  de  seres  humanos  -  45%  da  população  mundial  -  vão  ficar  sem  água  no  ano
2025. O problema já afeta 1 bilhão de indivíduos, principalmente no Oriente Médio e nor-
te da África
Daqui a 25 anos, Índia, China e África do Sul deverão entrar na estatística
“Nesses lugares, as reservas deverão se esgotar completamente”, alerta o autor do
estudo,  o  geólogo  Igor  Shiklomanov,  do  Instituto  Hidrológico  Estatal  de  São Petersbur-
go, Rússia
O  precário  abastecimento  d’água  desses  lugares  vai  falir  por  vários  moti-
vos. “Nos últimos cinquenta anos, a população mundial triplicou e o consumo de água
aumentou  seis  vezes”,  sintetiza  o  ecólogo  paulista  José  Galizia  Tundisi,  do  Institu-
to Internacional  de  Ecologia.  Com  a  população  cresce  também  a  agricultura,  a ativida-
de  humana  que  mais  consome  o  líquido.  “Os  países  em  desenvolvimento  vão aumen-
tar seu uso de água em até 200% em 25 anos”, disse Shiklomanov à SUPER

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Português Instrumental

Gente  demais  já  basta  para  tornar  a  situação  aflitiva  em  um  terço  do  plane-
ta. Para piorar, a saúde dos rios - as principais fontes de água doce da Terra - está pio-
rando. Metade  dos  mananciais  do  planeta  está  ameaçada  pela  poluição  e  pelo as-
soreamento.  Só  a  Ásia  despeja  anualmente  em  seus  cursos  d’água  850  bilhões  de
litros de esgoto. E cada litro de sujeira num rio inutiliza 10 litros da sua água. “A humani-
dade sempre tratou a água como um recurso inesgotável”, explica o hidrogeólogo Aldo Re-
bouças, da Universidade de São Paulo (USP). “Estamos descobrindo, da pior forma possí-
vel, que não é bem assim.”
As previsões são turvas, é verdade. Só que não estamos inexoravelmente condena-
dos a entrar pelo cano. Os mananciais degradados podem ser despoluídos.
Novas técnicas de tratamento cada vez mais reutilizam a água do esgoto em países
desenvolvidos. Melhoraram, bastante, as condições técnicas e econômicas para a explora-
ção de fontes alternativas, como a dessalinização da água do mar.
E nem só processos caros e sofisticados oferecem soluções para a crise.
É  o  caso  da  remota  vila  de  Baontha-Koyala,  no  noroeste  da  Índia.  Seus  habitan-
tes não tinham uma gota d’água para beber até meados da década de 80. No final dos
anos  90,  recuperaram  seus  lençóis  subterrâneos  e  o  principal  rio  da  região  voltou  a
ter  água.  O  que  fizeram?  Simples.  Cavaram  poços  no  quintal  das  casas  para reco-
lher água de chuva. É o óbvio. Mas ninguém havia feito antes. O exemplo serve para o Nor-
deste brasileiro. É só usar a cabeça.

Disponível em : super.abril.com.br/ciencia/a-era-da-falta-dagua. Acessado em 09.01.2016

A propósito do texto:

1-  Copie  as  principais  informações  de  cada  parágrafo. Lembre-se  de  que  nem  todos os  perío-
dos que formam os parágrafos apresentam informações essenciais. Agora, responda:
a) Qual é o principal fato transmitido pelo texto?
b) Qual é a sua causa?
c) Quais são as consequências desse fato?

2-  Sabendo  que  eco  –  significa  “causa,  meio  ambiente”,  hidro-  significa  “água”, geo  –  ter-
ra, e logo “ o que estuda”, tente explicar o que fazem um hidrogeólogo e um ecólogo. Há, no quarto pa-
rágrafo, algumas expressões que jornalistas usam com objetivo de aproximar-se do leitor. Transcre-
va-as e explique por que elas foram estrategicamente escolhidas para falar do assunto em questão.

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Português Instrumental
3- Substitua as palavras em destaque por sinônimos:
a) “... as reservas mundiais de água doce vão entrar em colapso em algum momento do sécu-
lo XXI ...”
b) “O precário abastecimento d’água desses lugares vai falir”
c) “ A humanidade sempre tratou a água como um recurso inesgotáveis...”
d) “Só que não estamos inexoravelmente condenados a entrar pelo cano.”

Fonte: twicsy.com/i/6Hz8M

4- Com base na tirinha, qual das ações apresentadas é avaliada NEGATIVAMENTE pelo persona-
gem, em decorrência da seca?
a) Cutucar o nariz
b) Olhar o céu azulão
c) Ver ipês floridos
d) Usar umidificador

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Português Instrumental
5- A tirinha abaixo foi dividida em três quadros:

Fonte: geografia1004.wordpress.com

Qual das alternativas apresenta um trecho de uma musica que corresponde CORRETAMEN-
TE ao quadro indicado entre colchetes?
a) “A vida aqui só é ruim / Quando não chove no chão / Mas se chover, dá de tudo / Fartura tem de por-
ção”. (Luiz Gonzaga) – [Correspondente ao quadro 2]
b) “Fogo, fogo de artifício / Quero ser sempre o menino / As estrelas deste mundo , Xan-
gô / Ai, São João, Xangô menino” (Caetano Veloso)– [Correspondente ao quadro 3]
c) “Olha pro céu, meu amor! / Veja como ele esta lindo ! / Olha para aquele balão multicor /
Que La no céu vai sumindo!” (Luiz Gonzaga) – [Corresponde ao quadro 2]
d) “Ver a terra rachada, amolecendo / A terra antes pobre, enriquecendo / O milho pro céu apontan-
do / O feijão pelo céu enramando!” (Gonzaga Jr) [ Corresponde ao quadro 1] 52

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Português Instrumental

DETALHES
O  velho  porteiro  do  palácio  chega  em  casa,  trêmulo.  Como  sempre  que  tem  bai-
le no palácio, sua mulher o espera com café da manhã reforçado. Mas desta vez ele nem
olha para a xícara fumegante, o bolo, a manteiga, as geleias. Vai direto à aguardente. Atira-
se na sua poltrona perto do fogão e toma um longo gole de bebida, pelo gargalo.
— Helmuth, o que foi? —  Espera, Helga. Deixa eu me controlar primeiro.
Toma outro gole de aguardente.
— Conta,  homem!  O  que  houve  com  você?  Aconteceu  alguma  coisa  no  bai-
le? — Co-começou  tudo  bem.  As  pessoas  chegando,  todo  mundo  de  gala,  todos  com
convite,  tudo  direitinho.  Sempre  tem,  é  claro,  o  filhinho  de  papai  sem  convite  que
quer levar na conversa, mas já estou acostumado. Comigo não tem conversa. De repen-
te, chega a maior carruagem que eu já vi. Enorme. E toda de ouro. Puxada por três pa-
relhas  de  cavalos  brancos.  Cavalões!  Elefantes!  De  dentro  da  carruagem, sal-
ta  uma  dona.  Sozinha.  Uma  beleza.  Eu  me  preparo  para  barrar  a  entrada  dela
porque mulher desacompanhada não entra no baile do palácio. Mas essa dona tão boni-
ta, tão sei lá, radiante, que eu não digo nada e deixo ela entrar.
— Co-começou  tudo  bem.  As  pessoas  chegando,  todo  mundo  de  gala,  to-
dos  com convite,  tudo  direitinho.  Sempre  tem,  é  claro,  o  filhinho  de  papai  sem  con-
vite  que quer  levar  na  conversa,  mas  já  estou  acostumado.  Comigo  não  tem  conver-
sa. De repente, chega a maior carruagem que eu já vi. Enorme. E toda de ouro. Puxada
por três parelhas de cavalos brancos. Cavalões! Elefantes! De dentro da carruagem, sal-
ta  uma  dona.  Sozinha.  Uma  beleza.  Eu  me  preparo  para  barrar  a  entrada  dela por-
que  mulher  desacompanhada  não  entra  no  baile  do  palácio.  Mas  essa  dona  tão boni-
ta, tão sei lá, radiante, que eu não digo nada e deixo ela entrar.
— Bom, Helmuth. Até aí..
— Espera.  O  baile  continua.  Tudo  normal.  Às  vezes  rola  um  bêbado  pela esca-
daria, mas nada de mais.  E então bate a meia-noite. Há um rebuliço na porta do palá-
cio.  Olho  para  trás  e  vejo  uma  mulher  maltrapilha  que  desce  pela  escadaria, corren-
do. Ela perde uma sapato. E o príncipe atrás dela.
— Bom, Helmuth. Até aí..
— Espera.  O  baile  continua.  Tudo  normal.  Às  vezes  rola  um  bêbado  pela esca-
daria, mas nada de mais.  E então bate a meia-noite. Há um rebuliço na porta do palá-
cio.  Olho  para  trás  e  vejo  uma  mulher  maltrapilha  que  desce  pela  escadaria, corren-
do. Ela perde uma sapato. E o príncipe atrás dela.
— O  príncipe? — Ele  mesmo.  E  gritando  para  mim  segurar  a  esfarrapada.  “Segu-
ra! Segura!” Me preparo para segura-la quando ouço uma espécie de “vum” acompanha-
do de um clarão. Me viro e..
— E o quê, meu Deus? O porteiro esvazia a garrafa com um último gole.
—  Você não vai acreditar.
— O príncipe?

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Português Instrumental

— Ele mesmo. E gritando para mim segurar a esfarrapada. “Segura! Segura!” Me


preparo para segura-la quando ouço uma espécie de “vum” acompanhado de um cla-
rão. Me viro e..
— E o quê, meu Deus? 186 O A tal carruagem. A de ouro. Tinha se transforma-
do numa abóbora.
— Numa o quê? — porteiro esvazia a garrafa com um último gole.
— Você não vai acreditar.
— Conta! ___ Eu disse que você não ia acreditar.
— Uma abóbora? ___ E os cavalos em ratos.
— Helmuth..
— Não tem mais aguardente? — Acho que você já bebeu demais por hoje.
— Juro que não bebi nada! — Esse trabalho no palácio está acabando com você, Hel-
muth. Pede para ser transferido para o almoxarifado.

VERÍSSIMO, L. F. O analista de Bagé. 100. ed. Porto Alegre: L&P Editora.

Pronomes de Tratamento para serem observados em correspondência técnica observan-


do abreviaturas

Fonte: Elaborado pelo autor

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Português Instrumental
Observando abreviaturas

Fonte: elaborado pelo autor

PARTE II

CORRESPONDÊNCIA TÉCNICA.(Proposta do portfólio)


Correspondência é uma forma de comunicação escrita estabelecida ente pessoas para tra-
tar de assunto particulares , empresariais ou oficiais.
As correspondências oficiais e empresariais obedecem a certos parâmetros técnicos e por isso re-
cebem o nome de correspondências técnicas, sendo objeto deste estudo.
Nota: A correspondência técnica exige: objetividade, concisão, clareza, elegância , coerência,-
cortesia, tudo isso amparado pela correção linguística e pela simplicidade de estilo.

ORIENTAÇÕES PARA APRESENTAÇÃO DE TRABALHOS ACADÊMICOS:

1. CAPA

2. FOLHA DE ROSTO

3. DEDICATÓRIA

4. AGRADECIMENTOS.

5. SUMÁRIO

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Português Instrumental
6. INTRODUÇÃO

7. DESENVOLVIMENTO

8. CONCLUSÃO

9. BIBLIOGRAFIA

1. CAPA : É a primeira folha do trabalho e tem como objetivo protegê-lo. Deve conter da-
dos do(s) autores e título. Pode trazer ilustrações.
2. FOLHA DE ROSTO: Apresenta o(s) nome(s) do(s) autor(es), o título, local e ano.
Deve conter informações sobre a apresentação do trabalho (nome da disciplina, do pro-
fessor orientador e da escola).
3. DEDICATÓRIA OU AGRADECIMENTO: São partes opcionais do trabalho. O agradecimen-
to  é  feito  a  pessoas  que  ajudaram  diretamente  na  execução  do trabalho.  A  dedicató-
ria é livre.
4. SUMÁRIO/SUMARIZAÇÃO: Enumeração dos capítulos e subdivisões, apresenta-
dos na mesma ordem e grafia com que aparecem no texto. O sumário corresponde ao es-
quema elaborado para desenvolvimento do trabalho.
5 .INTRODUÇÃO: É a apresentação ou exposição do trabalho. É a parte na qual se situa o lei-
tor diante do assunto que irá ler, mencionando os principais itens e traçando os objeti-
vos.
6. DESENVOLVIMENTO: É a parte na qual se desenvolve o assunto a ser tratado . É onde ex-
pomos os itens inicialmente destacados, analisando-os detalhadamente.
7. CONCLUSÃO: É a síntese do trabalho, onde expomos uma opinião crítica do assunto tra-
tado.
8.  BIBLIOGRAFIA: Registro dos documentos consultados escrito em ordem alfabética por so-
brenome do autor.
PROPOSTA  PRÁTICA:  Elaboração  de  uma  capa  /  folha  de  rosto  e  dedicatória acer-
ca de um assunto da escolha do aluno.

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Português Instrumental
ABNT - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS
Para a apresentação de todos os trabalhos acadêmicos são adotadas as recomendações de pa-
dronização e formatação contidas na NBR 14724 (ABNT, 2005).

1. Papel

A digitação deverá ser em papel branco, formato A4 (21,0 cm X 29,7 cm), sempre no anteverso (fren-
te) das folhas, tendo como única exceção a folha de rosto, onde, opcionalmente, deve ser coloca-
da no verso a ficha catalográfica do trabalho.
2. Capa

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Português Instrumental
Elemento obrigatório: A capa deve conter centralizada na folha:
• Nome da Instituição (fonte 14)
• Autoria (fonte 14)
• Título do trabalho (fonte 16)
• Subtítulo se houver (fonte 14)
• Cidade da publicação (fonte 14)
• Ano (fonte 14)

3.  Folha de rosto
3.1.2 Folha de rosto
Elemento obrigatório Autor: Nome do autor completo, centrado no alto da folha de rosto, mar-
gem vertical de 3,0 cm (fonte 14).
Título:  Centro  da  página  (fonte  tamanho  16),  quando  houver  subtítulo separar por dois pon-
tos e usar ( fonte 14) para o subtítulo.
Notas  de  apresentação:  Tabulação:  7  tab  –  tamanho  da  fonte:  10 Local:Cidade  da  institui-
ção onde deve ser apresentado: (fonte 14) Ano de depósito: Entrega ( fonte 14)
4.  Sumário
Elemento obrigatório identificado pela palavra “sumário”, escrita em letras maiúsculas e centra-
do. Obedece à margem mínima de 3,0 cm.
Os títulos de partes ou capítulos são indicados em letras maiúsculas e apenas a inicial maiúscu-
la para os títulos das subdivisões dos capítulos e partes.
Os  itens  ou  elementos  pré-textuais  (anteriores  ao  texto)  não  devem  fazer parte do sumá-
rio. Deve ser colocado como último elemento pré-textual (antes do texto da pesquisa)

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Português Instrumental
Os indicativos das seções devem ser alinhados à esquerda.

Fonte: print sreen do aplicativo operacional windows

5. Texto
5.1. Fonte
Arial ou Times New Roman Escolhidas a fonte, ela deverá ser utilizada para todo o trabalho, in-
cluindo notas de rodapé, citações e titulações.
Tamanho: 12
Cor: Automática
O tamanho da fonte deverá ser 12 para o desenvolvimento do texto, 10 para citações lon-
gas (mais de três linhas), paginação, notas de ilustração, rodapé e outras notas e 14 para títu-
los. A impressão do trabalho deverá ser em cor preta. Somente poderão ser utilizadas cores para as
ilustrações.
5.2. Parágrafo.
Parágrafo – o texto inicia-se a 2,0 cm a partir da margem esquerda e não é dado espaço en-
tre um parágrafo e outro.
Menu formatar – Parágrafo – Recuo – Especial de primeira linha – 2,0 cm

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Português Instrumental
5.3. Espaçamento entre linhas
O texto de todo o trabalho deve ser digitado com espaçamento entrelinhas 1,5 (um e meio). As ci-
tações longas e as notas de rodapé deverão ser digitadas com espaçamento simples nas entreli-
nhas, dentro do corpo do trabalho.
Externo ao corpo do trabalho, as referências bibliográficas, as legendas de ilustrações, a ficha ca-
talográfica, as tabelas e a nota de apresentação da folha de rosto deverão ser produzidas com es-
paço simples.
Menu formatar – Parágrafo - Espaçamento – entre linhas – 1,5

5.4 Paginação e margem


Menu arquivo - configurar página
Superior e esquerda = 3 cm
Inferior e direita = 2 cm

Fonte: print sreen do aplicativo operacional windows

Numeração da página
Para o trabalho a nível acadêmico, todas as folhas a partir da folha de rosto devem ser contabili-
zadas. A numeração deve ser realizada com algarismos arábicos, situada no canto superior à di-
reita da folha, a 2,0 cm a partir da borda superior e da borda direita. Em trabalhos que apresen-
tam mais volumes, deve-se manter a numeração sequencial das páginas.

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Português Instrumental
5.5 Títulos das seções e subseções
Os títulos das seções e subseções precisam ser fragmentadosdos do texto por dois espaços de
1,5cm de entrelinhas, tanto da parte anterior quanto superior do texto.
Não se pode utilizar pontuação no final do título da seção ou subseção.

6. Ilustrações (Figuras ou fotos), gráficos e tabelas Deverão ser inseridos sempre em uma cai-
xa de texto

7. Referências
Elemento obrigatório. É um conjunto de elementos que permitem a identificação de publica-
ções, no todo ou em parte. Esses elementos podem ser essenciais ou complementares e são ex-
traídos do documento que estiver sendo referenciado. Os elementos essenciais são informações
indispensáveis à identificação do documento e, quando necessário, vêm acrescidos de elemen-
tos complementares (informações acrescentadas para melhor caracterizar os documentos).
Ao final do trabalho, as identificações de todas as fontes efetivamente utilizadas na realiza-
ção do trabalho serão organizadas em uma lista alfabética denominada “referências”.

Dica O embasamento teórico é muito importante para realizar o trabalho acadêmico e ser con-
siderado científico. Assim, as obras consultadas devem fazer parte das referências bibliográfi-
cas, pois, sem elas, o trabalho perde o caráter científico.

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Português Instrumental

Bibliografias para internet


Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Glicemia. Acesso em 20/08/2013 ás 15:03h.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
• Martins, D. Silveira, ZilberKnop, L. Scliar.Português Instrumental São Paulo: Atlas, 2009
• Cegalla, Domingos Paschoal .Novíssima Gramática da Língua Portuguesa - Novo Acordo Ortográfi-
co - 48ª Nacional Ed. 2009
• Ferreira, Mauro.Aprender e Praticar Gramática/Mauro Ferreira. Ed.Renovada São Paulo:FTD.2007
• NEGROMONTE, Ronaldo. Estratégias de sobrevivência no mundo do trabalho: 10 di-
cas para você vender seu peixe. Belo Horizonte: Artesã, 2012. 208 p.
• GRAMÁTICA: texto, reflexão e uso/ Willian Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães. - 3.ed. re-
form -São Paulo : Atual ,2008
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Português Instrumental
• MARCUSHI, L. A. Gêneros textuais; constituição e práticas sociais. São Paulo; Cortez, (no prelo) •
SCHNEUWLY, B. E DOLZ, J. Os gêneros escolares – das práticas escolares aos objetos de ensino. Re-
vista Brasileira de Educação 11:5-6,1999.
• ABAURRE, Maria Luiza M .Português: contexto,interlocução e sentido/Maria Luiza Abaurre, Ma-
ria Bernadete M. Abaurre, Marcela Pontara_São Paulo:Moderna, 2008

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Português Instrumental

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Português Instrumental

Fonte: Imagem publicada no periódico do Colégio Edna Roriz.

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Curso Técnico em

ENFERMAGEM
Etapa 1

RESPONSABILIDADE
SOCIAL

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Responsabilidade Social

MENSAGEM DA COORDENAÇÃO

Prezado aluno,
Ao iniciar um novo semestre, um mundo novo de novos conhecimentos está se abrindo para
você.
É uma nova etapa, onde cada escolha que fizer fará a diferença, não só na sua vida, mas daqueles
que estão próximos a você.
Faça a escolha certa.
Faça a opção por mais conhecimento, por novos e incrementados desafios que, ao serem venci-
dos, trarão não somente a sensação de vitória, mas a sensação de que você é o responsável pelo seu
destino.
E, para iniciar esse novo semestre, essa nova etapa de sua vida, deixo você com a tradução do
poema Invictus, do britânico William Ernest Henley, que inspirou ninguém menos do que o grande
Nelson Mandela (ele, por si só, uma inspiração constante).
Professora Juliceli Márcia de Oliveira

Invictus 

Dentro da noite que me rodeia


Negra como um poço de lado a lado
Agradeço aos deuses que existem
por minha alma indomável

Sob as garras cruéis das circunstâncias


eu não tremo e nem me desespero
Sob os duros golpes do acaso
Minha cabeça sangra, mas continua erguida

Mais além deste lugar de lágrimas e ira,


Jazem os horrores da sombra.
Mas a ameaça dos anos,
Me encontra e me encontrará, sem medo.

Não importa quão estreito o portão


Quão repleta de castigo a sentença,
Eu sou o senhor de meu destino
Eu sou o capitão de minha alma. 

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Responsabilidade Social
Sobre a disciplina
A disciplina Responsabilidade Social está presente no quadro curricular de todos os cursos téc-
nicos da Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais, UTRAMIG.
Em alguns dos cursos ela é ministrada na 1ª etapa, em outros, na 2ª etapa.
Como um dos seus objetivos, a disciplina Responsabilidade Social busca desenvolver nos estu-
dantes um olhar diferenciado, aquele que faz com que ele olhe outro ser humano e, verdadeiramente,
o enxergue. Um olhar que faça com que ele perceba aquilo que está a sua volta e, dessa forma, seja
capaz de atuar sobre realidades diferentes de forma positiva.
De acordo com OLIVEIRA (2011):

“a disciplina Responsabilidade Social busca ultrapassar as fronteiras não somente da


sala de aula, como da escola como um todo, ampliando e diversificando o espaço de
trabalho, além de, entre outras coisas, contextualizar o conhecimento, levando em
consideração todo o conhecimento prévio do estudante.”

Sobre a Apostila
Esta apostila não pretende ser um manual, rígido, que engesse o professor e o impeça de de-
senvolver suas aulas de acordo com a turma, o curso e as circunstâncias que possam se apresentar.
Pelo contrário, pretende ser uma inspiração, para que o professor, a partir dela, possa construir
o melhor caminho para desenvolver o tão sonhado olhar diferenciado.
A apostila da disciplina Responsabilidade Social está estruturada em módulos, dessa forma, o
professor poderá definir a sequência em que os mesmos serão trabalhados, sem prejuízo algum para
a apreensão de conhecimentos por parte dos alunos.
Ao final de cada módulo há pelo menos um texto complementar sobre o assunto ou tema, de
alguma forma, a ele relacionado, para que os alunos possam se aprofundar ou para que o professor
possa utilizá-lo como base para uma atividade.
O conteúdo que aqui se apresenta é apenas uma parte de tudo que pode ser abordado na disci-
plina Responsabilidade Social. Cabe ao professor, junto com seus alunos, escolher entre tantos outros
caminhos que deseja percorrer. As possibilidades são infinitas.

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Responsabilidade Social

SUMÁRIO

Módulo I – Sensibilização................................................................................................................. 75
Para refletir................................................................................................................................ 75
Fome e Miséria.................................................................................................................. 75
Trabalho Escravo................................................................................................................ 76
Trabalho Infantil................................................................................................................. 77
Violência............................................................................................................................ 78
Violência contra a Mulher.................................................................................................. 79
Idosos................................................................................................................................. 79
Meio Ambiente.................................................................................................................. 80
Texto Complementar................................................................................................................. 81
Perguntas e respostas sobre trabalho escravo e a PEC 57A/199 (ex PEC 438/2001)................. 81

Módulo II – Responsabilidade Social e Conceitos Relacionados...................................................... 87


Responsabilidade Social............................................................................................................. 87
Responsabilidade Social Empresarial ........................................................................................ 88
Stakeholders.............................................................................................................................. 88
Texto Complementar 01............................................................................................................ 90
Generosidade: o quarto elemento do “triple bottom line”............................................... 90
Texto Complementar 02............................................................................................................ 92
Relacionamento com partes interessadas......................................................................... 92

Módulo III – Reflexões sobre Responsabilidade Social..................................................................... 95


Social X Econômico.................................................................................................................... 95
Instituto Ethos........................................................................................................................... 96
Federação das Indústrias de Minas Gerais – Fiemg................................................................... 96
Dia V........................................................................................................................................... 97
Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada – IPEA...................................................................... 97

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Responsabilidade Social
Texto Complementar................................................................................................................. 97
Responsabilidade social empresarial e sustentabilidade para a gestão empresarial........ 97

Módulo IV – Assistencialismo X Sustentabilidade.......................................................................... 100


Assistencialismo....................................................................................................................... 100
Sustentabilidade...................................................................................................................... 100
Texto Complementar............................................................................................................... 101
Artigo - O Assistencialismo e o Bolsa Família................................................................... 101

Módulo V – 8 Objetivos de Desenvolvimento do Milênio.............................................................. 103


Símbolos.................................................................................................................................. 104
ODM1 – Acabar com a Fome e a Miséria................................................................................ 104
ODM 2 – Educação Básica de Qualidade para Todos............................................................... 105
ODM 3 – Igualdade entre Sexos e Valorização da Mulher....................................................... 105
ODM 4 – Reduzir a Mortalidade Infantil.................................................................................. 106
ODM 5 – Melhorar a Saúde das Gestantes.............................................................................. 106
ODM 6 – Combater a AIDS, a Malária e Outras Doenças......................................................... 107
ODM 7 – Qualidade de Vida e Respeito ao Meio Ambiente.................................................... 107
ODM 8 – Todo Mundo Trabalhando pelo Desenvolvimento.................................................... 108
Texto Complementar............................................................................................................... 109
Declaração Universal dos Direitos Humanos................................................................... 109

Módulo VI – Programa 5 S.............................................................................................................. 114


Texto Complementar............................................................................................................... 115
Brasil: sociedade do desperdício..................................................................................... 115

Módulo VII – Responsabilidade Social no Contexto Profissional.................................................... 117


Texto Complementar............................................................................................................... 118
Trecho retirado do artigo Responsabilidade social e voluntariado no Brasil, de Renato
Arcúrio............................................................................................................................. 118
Considerações Finais................................................................................................................ 121
Fontes de Pesquisa.................................................................................................................. 123

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Responsabilidade Social
MÓDULO I – SENSIBILIZAÇÃO
Este módulo tem como propósito apresentar a Responsabilidade Social para os estudantes, atra-
vés de estatísticas sobre temas extremamente importantes que fazem parte do nosso dia a dia.
Se estes temas não são vivenciados pelos estudantes, eles podem ser percebidos nas ruas das
cidades, nos noticiários. Ou seja, de uma forma ou de outra, “esbarramos” com as situações apresen-
tadas e, como cidadãos, temos que, no mínimo, refletir sobre as mesmas para, quem sabe, passarmos
de expectadores a protagonistas na busca por soluções.
Mas as situações que aqui são apresentadas são somente o início das discussões.
A cada estatística, os estudantes podem tanto aprofundar a discussão sobre o tema quanto mu-
dar totalmente o rumo pensado pelo professor – isto depende, sempre, da turma, do nível de conhe-
cimento prévio sobre o assunto e, principalmente, da bagagem que os estudantes da turma trazem
consigo, de suas vivências.
Não é raro que este momento se transforme em uma série de depoimentos acerca de experiên-
cias vivenciadas por eles, diretamente, muitas vezes.
Felizmente, também não é raro que estas experiências levem a “finais felizes”, recheados de de-
talhes que nos dizem o quanto cada um pode ser protagonista de sua história, mas também o quanto
é importante que pessoas, aparentemente distantes da situação, tomem partido e deem início ao
processo de mudança de vida de um indivíduo ou de um grupo.

Para refletir...

Fome e Miséria

Disponível em: biadetective.album.uol.com.br/permita-se/9118299. Acesso em jan 2016.

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Responsabilidade Social
De acordo com o Relatório dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, 2011, elaborado pela
ONU, pelo mundo, 1 em cada 5 trabalhadores e suas famílias estão vivendo em situação de extrema
pobreza.
Vive em situação de extrema pobreza, de acordo com o Banco Mundial, aquela pessoa que
tem renda mensal de até $1,25 por dia.

Disponível em: robertoaalves.blogspot.com/. Acesso em 2016.

De acordo com o Censo 2010, o Brasil tem mais de 16 milhões de pessoas vivendo em situação
de extrema pobreza.

Trabalho Escravo

Disponível em: www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103. Acesso em jan 2016.

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Responsabilidade Social
De acordo com a legislação brasileira, quatro são os itens que definem o trabalho em condições
análogas à escravidão:
• Trabalho forçado.
• Jornada exaustiva.
• Condição degradante.
• Restrição de locomoção.
De acordo com a Comissão Pastoral da Terra (CPT), de 1995 a 2011, foram resgatados 41,6 mil
trabalhadores, em situação análoga à escravidão. Destes, a ONG Repórter Brasil estima que 28,31%
eram maranhenses, o que faz desse Estado um dos principais quando se trata da origem da maioria
dos trabalhadores que vivem em situação análoga à escravidão no país.

Trabalho Infantil

Disponível em: portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula. Acesso em jan 2016.

De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios 2012, PNAD, 3,5 milhões de
crianças e adolescentes entre 5 e 17 anos estão sujeitas ao trabalho infantil.
Apesar dos números altos, os mesmos representam uma diminuição de 5,41% em relação aos
números de 2011; ou seja, 156 mil crianças e adolescentes a menos.

Composição da População Pesquisada

Número de pessoas
Faixa etária
(aproximado)
5 a 9 anos 81.000
10 a 13 anos 473.000
14 a 17 anos 3.000.000

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Responsabilidade Social
Violência

Disponível em: ciencias-policiais.blogspot.com. Acesso em jan 2016.

De acordo com a pesquisa Mapa da Violência 2010: Anatomia dos Homicídios no Brasil, reali-
zada pelo Instituto Sangari, em 2007 foram mais de 47,7 mil homicídios, ou seja, uma média de 131
vítimas diariamente.

Homicídios por Faixa Etária – 2008

Faixa etária Nº de homicídios


0 a 4 anos 164
5 a 9 anos 111
10 a 14 anos 615
15 a 19 anos 7.543 Aproximadamente 63 ho-
20 a 24 anos 11.053 micídios por 100 mil jovens

25 a 29 anos 9.146
30 a 34 anos 6.241
35 a 39 anos 4.382
40 a 44 anos 3.266
45 a 49 anos 2.299
50 a 59 anos 2.684
60 a 69 anos 1.102
70 e mais anos 662
Dados de pesquisa ‘Mapa da Violência – 2011:
Os Jovens do Brasil’, realizada pelo Instituto
Sangari.

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Responsabilidade Social
Violência contra a Mulher

Disponível em: www.tinolima.blospot.com. Acesso em jan 2016.

De acordo com a pesquisa Mapa da Violência 2012 – Caderno Complementar 1: Homicídios de


Mulheres no Brasil, realizada pelo Instituto Sangari, em um período de 30 anos, de 1980 a 2010, 91
mil mulheres foram assassinadas. 43,5 mil somente na última década.
Nesse período de 30 anos, o número de mortes aumentou cerca de 217,6%, passando de 1.353
para 4.297 mortes.

Idosos

Disponível em: direitodoidoso.braslink.com/pdf/vitimasabandono.pdf. Acesso em jan 2016.

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Responsabilidade Social
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, IBGE, no Brasil existiam 21 mi-
lhões de pessoas com 60 anos ou mais, em 2012.
A Organização Mundial de Saúde, OMS, estima que o Brasil será o 6º país em número de idosos,
em 2025, quando deverá chegar a 32 milhões de pessoas com 60 anos ou mais.

Meio Ambiente

Disponível em: www.colegioweb.com.br/Desmatamento. Acesso em jan 2016.

De acordo com o Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia, IMAZON, em novembro


de 2013, foram detectados 37 km2 de desmatamento na Amazônia Legal, representando 33% de que-
da em relação ao mesmo período em 2012, quando foram desmatados 55 km2.
Apesar da diminuição no desmatamento, em novembro de 2013 foi possível monitorar somente
42% do território da Amazônia, enquanto que, em novembro de 2012, foi possível monitorar 50%.

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Responsabilidade Social

TEXTO COMPLEMENTAR

Perguntas e respostas sobre trabalho escravo e a PEC 57A/199 (ex PEC 438/2001)
Produzido pela Repórter Brasil a pedido da Comissão Nacional para a Erradicação do Trabalho
Escravo (Conatrae).

1) Em poucas palavras, o que é trabalho escravo?


É quando o trabalhador não consegue se desligar do patrão por fraude ou violência, quando é
forçado a trabalhar contra sua vontade, quando é sujeito a condições desumanas de trabalho ou é
obrigado a trabalhar tanto e por tantas horas que seu corpo não aguenta.

2) O conceito de trabalho escravo é frágil?


Não, não é. O artigo 149 do Código Penal, que prevê de dois a oito anos de cadeia para quem se
utilizar dessa prática, é de 1940 e foi reformado em 2003 para ficar mais claro. Ele prevê o crime em
quatro situações: cerceamento de liberdade de se desligar do serviço, servidão por dívida, condições
degradantes de trabalho e jornada exaustiva.

3) Quem concorda que o conceito atual é bom?


Tribunais já utilizam, sem problemas, o conceito de trabalho escravo. A maioria dos ministros
do Supremo Tribunal Federal tem aceitado processos por esse crime com base no artigo 149. A Orga-
nização Internacional do Trabalho reconhece o conceito brasileiro. A relatora para formas contempo-
râneas de escravidão das Nações Unidas, Gulnara Shahinian, elogia o conceito brasileiro (ao contrário
do que querem fazer crer algumas declarações de parlamentares que distorceram suas palavras). O
governo federal, as empresas do Pacto Nacional pela Erradicação do Trabalho Escravo (que reúne as
maiores empresas do país) e organizações sociais brasileiras defendem a manutenção do atual con-
ceito de trabalho escravo.

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Responsabilidade Social

Trabalhador resgatado em fazenda no Pará

4) Vale a pena ceder um pouco no conceito para aprovar a PEC?


Não. Todo o sistema de combate ao trabalho escravo no país está fundamentado no atual con-
ceito de trabalho escravo. Se ele for alterado, o sistema desmorona e milhares de trabalhadores fi-
carão sem receber seus direitos. Além disso, pela Constituição, o Brasil não pode retirar proteção do
trabalhador – o que aconteceria com mudanças no conceito como querem alguns parlamentares.

5) “Condições degradantes de trabalho” e “jornada exaustiva” são termos imprecisos, não?


De forma alguma. O que está tutelado no artigo 149 não é apenas a liberdade, mas sim a dig-
nidade da pessoa humana. Ou seja, é importantíssimo que se mantenha a punição para quem des-
respeita a dignidade do trabalhador, sujeitando-o a condições de alojamento, alimentação, trabalho,
saúde, segurança desumanas. Ou que o obrigue a trabalhar tanto e por tantas horas que o seu corpo
não suporte e ele acabe morrendo. Os auditores fiscais do trabalho utilizam instruções normativas e
normas regulamentadoras para cumprir seu papel. Mas a Justiça utiliza a CLT e a Constituição para
julgar se o trabalho é degradante ou não e se a jornada é exaustiva ou não. Ou seja, leis mais do que
consolidadas no país.

6) O atual conceito causa insegurança jurídica no campo porque ninguém sabe o que é trabalho
escravo.
Isso é uma falácia. A tentativa de mudar um conceito conhecido e aplicado é que vai levar à
insegurança jurídica, com milhares de processos tendo que tomar um novo rumo, trabalhadores des-

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Responsabilidade Social
conhecendo seus direitos, produtores rurais na dúvida de que decisões tomar. Até porque qualquer mu-
dança, seja no artigo 149, seja em lei específica, será questionado não apenas junto ao STF, por reduzir a
proteção do trabalhador, mas também nas Nações Unidas e na OIT. O que é melhor? Um produtor reco-
nhecer esse conceito como válido e se adequar ou uma guerra jurídica de anos, sendo que certamente
o Supremo concederia liminar para que a definição do 149 seguisse valendo até uma decisão final? Os
parlamentares consideram o conceito inseguro porque, na verdade, não concordam com ele.

Água utilizada por trabalhadores resgatados

7) Há produtores rurais que foram autuados por trabalho escravo devido à distância entre beli-
ches, espessura do colchão, falta de copos para beber água, de carteira assinada e de um local
adequado para refeições.
Esse é um argumento facilmente desconstruído. Quando um auditor fiscaliza um produtor, ele
emite autos de infração sobre todos os problemas encontrados. Mas não é auto de infração de col-
chão fino que configura o trabalho escravo. Quando ouvir um produtor ou parlamentar dizer isso,
pergunte sobre os outros autos de infração recebidos, sobre os quais nunca alguém quer falar. Além
do mais, não é apenas um auto que caracteriza trabalho escravo, mas um pacote deles, mostrando as
péssimas condições dos trabalhadores.

8) Gostaria de alguns números sobre trabalho escravo.


De 1995, quando o governo federal criou o sistema público de combate a esse crime, até 2012,
43.545 pessoas foram libertadas do trabalho escravo no Brasil.

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Responsabilidade Social
No mundo, a estimativa da OIT é que sejam, pelo menos, 21 milhões de escravos*.
Não há estimativa confiável do número de escravos no país. Por isso, o governo não usa nenhum
número.
Na zona rural, as principais vítimas são homens, entre 18 e 44 anos. Na zona urbana, há também
uma grande quantidade de sul-americanos, principalmente bolivianos. Nos bordéis, há mais mulheres
e crianças nessas condições.
Dos libertados entre 2003 e 2009, mais de 60% eram analfabetos ou tinham apenas o quarto
ano incompleto. Ou seja, eram adultos que não estudaram quando crianças. Trabalho escravo tam-
bém é filho do trabalho infantil.
O Maranhão é o principal fornecedor de escravos e o Pará é o principal utilizador.
As atividades econômicas em que trabalho escravo mais tem sido encontrado na zona rural são:
pecuária bovina, desmatamento, produção de carvão para siderurgia, produção de cana-de-açúcar, de
grãos, de algodão, de erva-mate, de pinus. Também há importante incidência em oficinas de costura
e em canteiros de obras nas cidades.

9) Por que se usa a expressão “trabalho análogo ao de escravo”?


Porque o trabalho escravo foi formalmente abolido em 13 de maio de 1888 e o Estado passou a
considerar ilegal um ser humano ser dono de outro. O que permaneceram foram situações semelhan-
tes ao trabalho escravo, tanto do ponto de vista de cercear a liberdade quanto de suprimir a dignidade
do trabalhador.

Mão de trabalhador machucada pelo trabalho e água que ele bebia

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Responsabilidade Social
10) Em caso de aprovação da PEC 57A/1999 (que na Câmara estava sob o número 438/2001), a de-
cisão de confisco da terra ficará na mão dos auditores fiscais do trabalho?
Não. O processo que levará ao confisco terá início após decisão judicial transitada em julgado
na esfera criminal ou trabalhista. Ou seja, a operação de fiscalização será avaliada pela Justiça em
primeira instância e, provavelmente, em segunda instância e por tribunais superiores. O que pode
levar anos para acontecer.

11) Por que a PEC 57A/1999 (ex- 438/2001) não diz nada sobre como ocorrerá o confisco de terras?
Por isso ficar a cargo de lei que regulamentará todo o processo. Uma proposta de rascunho des-
sa lei foi organizada pelos parlamentares favoráveis à PEC.

12) Confiscar propriedades está previsto na Constituição?


Sim, está. A PEC inclui o trabalho escravo no artigo 243 da Constituição, que já prevê o confisco
de terras com plantações de psicotrópicos. Além disso, a Constituição prevê que toda a propriedade
deve ter função social. Trabalho escravo é uma das maiores negações aos direitos humanos, repudia-
do em todo o mundo. Portanto, quem usa trabalho escravo não está cumprindo a função social de sua
propriedade.

13) A verdadeira intenção dessa lei é a reforma agrária, pois muitas terras serão confiscadas.
Não. Considerando o confisco de terras com psicotrópicos, já em vigor, de 2003 a 2007, 18
propriedades nessas condições – todas elas no Nordeste e com uma área total aproximada de 5.200
hectares – foram destinadas a assentamentos. De acordo com a Coordenação Geral de Polícia de
Repressão aos Entorpecentes da Polícia Federal, apenas em 2004, 36 plantações de maconha foram
destruídas em todo o país. Repare que o número de confiscos é pequeno se considerada a quantidade
de plantações encontradas e destruídas devido ao rigor das decisões judiciais. Ou seja, apenas um
número reduzido daqueles que forem flagrados é que devem perder efetivamente suas terras.

14) Não é justo apenas produtores rurais perderem suas propriedades. Por que a PEC não passa a
valer também para o meio urbano?
E ela vale. Devido a um pedido de parlamentares ligados aos produtores rurais, o texto da PEC
incorporou os imóveis urbanos em 2004.

15) O condenado por trabalho escravo irá perder todas as terras que possui por conta da lei?
Não. Apenas aquela em que trabalho escravo foi encontrado.

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Responsabilidade Social
16) Para que criar mais uma lei para combater trabalho escravo?
As leis existentes não têm sido suficientes para resolver o problema. Mesmo com a aplicação de
multas, o corte do crédito, a perda de clientes, os processos trabalhistas e criminais, usar trabalho es-
cravo ainda é um bom negócio para muitos empresários porque barateia os custos com mão de obra.
A prática tem demonstrado que uma medida drástica, que coloque em risco a perda da propriedade
em que foi utilizado trabalho escravo, ajudará a coibir com eficiência esse crime.

Motosserra encontrada em propriedade flagrada com trabalho escravo usado para desmatar a área

17) O que vocês chamam de trabalho escravo é apenas a cultura da região. 


A justificativa é falsa, embora seja comumente usada por alguns produtores rurais. Mesmo que
a prática fosse comum em determinada região – o que não é verdade, pois é utilizada por uma mino-
ria dos produtores rurais – jamais poderia ser tolerada. Todo e qualquer crime deve ser combatido,
com maior força exatamente onde for mais usual a sua prática. O desrespeito à dignidade ou o cer-
ceamento da liberdade não podem ser encarados como manifestação cultural de um povo, mas sim
como a imposição histórica da vontade dos mais poderosos. Além do mais, essa suposta “cultura da
região” é compartilhada apenas por aqueles que concordam com o trabalho escravo, uma vez que a
população mais pobre, vítima da escravidão, tem lutado desde a década de 70 para que seus direitos
sejam efetivados.

18) A fiscalização abusa do poder e é guiada por um viés ideológico. A Polícia Federal entra armada
nas fazendas.
As equipes móveis de fiscalização (compostas por auditores do Ministério do Trabalho e Empre-
go, procuradores do Ministério Público do Trabalho, policiais federais ou policiais rodoviário federais)

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Responsabilidade Social
devem ir prevenidas às ações de fiscalização uma vez que muitos seguranças, gatos, prepostos, ge-
rentes e vaqueiros das fazendas andam armados para intimidar trabalhadores. De revólveres a rifles,
o arsenal de algumas fazendas não é pequeno. Muitas vezes as equipes de fiscalização têm suas vidas
ameaçadas, tendo sido recebidas a bala. Além disso, cabe também à Polícia Federal abrir inquéritos e,
se necessário, prender os culpados quando confirmado o flagrante do crime.

19) A culpa não é do fazendeiro e sim de gatos, gerentes e prepostos. O empresário não sabe dos
fatos que ocorrem dentro de sua fazenda e por isso não pode ser responsabilizado.
O empresário é o responsável legal por todas as relações trabalhistas de seu negócio. A Cons-
tituição Federal de 1988 condiciona a propriedade ao cumprimento de sua função social, sendo de
obrigação de seu proprietário tudo o que ocorrer nos domínios da fazenda. Por isso, o fazendeiro tem
o dever de acompanhar com frequência a ação dos funcionários que a administram para verificar se
eles estão descumprindo alguma norma da legislação trabalhista, além de orientá-los no sentido de
contratar trabalhadores de acordo com as normas estabelecidas pela CLT.
Para mais informações sobre a PEC do Trabalho Escravo, acesse trabalhoescravo.org.br. Fotos:
Leonardo Sakamoto, no banco de imagens do Especial PEC do Trabalho Escravo. Reprodução autori-
zada desde que citada a fonte.
* Dados atualizados em maio de 2013.

PEC. Trabalho Escravo: Perguntas e Respostas. Disponível em: http://reporterbrasil.org.br/trabalho-escravo/per-


guntas-e-respostas/. Acesso em jan 2016.

MÓDULO II – RESPONSABILIDADE SOCIAL E CONCEITOS RELACIONA-


DOS
Responsabilidade Social
De acordo com o Instituto de Tecnologia Social, ITS Brasil, Responsabilidade Social é “o reconhe-
cimento presente nos cidadãos, individualmente e em conjunto, dos seus deveres para com a comu-
nidade em que vivem e a sociedade em geral.”
A Responsabilidade Social, na realidade, não é dissociada das nossas ações do dia a dia, já que
a mesma está relacionada com as atitudes que tomamos diante das necessidades e desafios que se
apresentam.
Quando pensamos em Responsabilidade Social, pensamos em como nossas atitudes irão impac-
tar não somente nossas vidas, mas a vida de outras pessoas.

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Responsabilidade Social
Responsabilidade Social Empresarial
O Instituto Ethos diz que a Responsabilidade Social Empresarial é uma “forma de gestão que
se define pela relação ética e transparente da empresa com todos os públicos com os quais ela
se relaciona e pelo estabelecimento de metas empresariais compatíveis com o desenvolvimento
sustentável da sociedade, preservando recursos ambientais e culturais para gerações futuras, respei-
tando a diversidade e promovendo a redução das desigualdades sociais”.
Vejamos esse conceito por partes:
a) “Relação ética e transparente da empresa com todos os públicos com os quais ela se rela-
ciona” – não é possível que uma empresa se estabeleça em uma comunidade e não se im-
porte com o que aconteça com a mesma. É preciso que a empresa seja ética e transparente,
com relação a suas atividades e aos impactos que as mesmas causarão, sejam estes sociais
e/ou ambientais.
E, não menos importante: a Responsabilidade Social é um movimento de dentro para fora,
portanto, a empresa deve se pautar pela ética, transparência e respeito também no relacio-
namento com seus colaboradores.
b) “Estabelecimento de metas empresariais compatíveis com o desenvolvimento sustentá-
vel da sociedade” – não é mais possível que uma empresa não se preocupe com a susten-
tabilidade ambiental e social. A empresa deve elaborar seu planejamento de maneira que,
se não for possível implantar uma atividade não poluidora, ou que mude a rotina cultural
de uma determinada localidade, pelo menos que ela amenize ao máximo os impactos ne-
gativos que a sua atividade impõe.
Reforçando: Responsabilidade Social está relacionada ao desenvolvimento sustentável. A
atitude de uma empresa deve ser de responsabilidade com o meio ambiente e com a socie-
dade – isso, com certeza, garantirá recursos para o futuro e também fortalecerá a imagem
da empresa, junto à comunidade.
c) “Respeitando a diversidade e promovendo a redução das desigualdades sociais” – promo-
ver ações inclusivas, que diminuam preconceitos e deem voz para aqueles que se sentem,
de alguma maneira, desrespeitados em seus direitos também faz parte da Responsabilida-
de Social.
A Responsabilidade Social deve ser associada a uma visão de negócios que contemple aspectos
que extrapolam a mera relação comercial/financeira das empresas.
Responsabilidade Social não se restringe ao relacionamento com públicos determinados (consu-
midores, por exemplo), mas engloba a comunicação e a interação com todos os públicos de interesse
e a própria sociedade, de modo que ela deve ser vista num sentido global.

Stakeholders
Stakeholder ou, em português, parte interessada refere-se a todos os envolvidos em um pro-
cesso. Por exemplo: clientes, colaboradores, investidores, fornecedores, comunidade, governo etc.

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Responsabilidade Social
O processo em questão pode ser de caráter temporário (como um projeto) ou duradouro (como o
próprio negócio da empresa ou a missão de uma organização sem fins lucrativos).
O envolvimento de todos os interessados não maximiza obrigatoriamente o resultado do pro-
cesso, mas permite achar um equílibrio de forças para minimizar riscos e impactos negativos na exe-
cução deste.

Fonte: Elaborado pelo autor

A Responsabilidade Social prevê:

A construção de um caminho pautado no tripé social, econômico e ambiental, o chamado


Triple Bottom Line;

Conduzido por um relacionamento coerente e sustentado com os diversos stakeholders.

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Responsabilidade Social
TEXTO COMPLEMENTAR 01
Generosidade: o quarto elemento do “triple bottom line”
Isso é o que diferencia uma empresa que adota critérios de sustentabilidade no modelo de ges-
tão das que dizem que o fazem, mas deslizam na superficialidade.

Por Rogério Ruschel*

Já não restam dúvidas científicas de que o desenvolvimento sustentável é o único modelo capaz
de evitar a degradação em velocidade geométrica das condições de vida e, finalmente, a inevitável
extinção de várias espécies de flora e fauna do planeta, entre as quais provavelmente a do  Homo
Sapiens – isto é, eu, você e nossos descendentes. Desconfie daqueles que se ocultam atrás de frases
como “a ciência mesmo tem dúvidas sobre…”. Eles procuram apenas um escudo para esconder sua
inércia, preguiça ou covardia.
Sabemos que, para buscar a sustentabilidade, uma pessoa ou organização deve adotar como pa-
drão de comportamento ou gestão ser ambientalmente correta, socialmente justa e economicamente
viável – o chamado  triple bottom line, conceito formulado pelo britânico John Elkington. Sabemos
também que a busca pela sustentabilidade é uma caminhada que deve ser trilhada com início urgen-
te, imediato, mas final inexistente.
Então, o que faz uma pessoa, um cidadão, mobilizar-se pelo assunto ou uma empresa adotar a
sustentabilidade no universo corporativo? Não sou um pensador estrangeiro, desses que todos ficam
achando mais inteligentes do que os brasileiros, mas entendo que fundamentalmente a diferença
está numa qualidade humana chamada generosidade – e que a generosidade é o quarto elemento
do triple bottom line.
Generosidade é a qualidade do que é generoso, pródigo, do que perdoa facilmente, nobre, leal;
a virtude de quem acrescenta algo ao próximo. Generosas são tanto as pessoas que sentem prazer
em dividir algo com mais indivíduos, porque isso lhes fará bem (em um contexto egocêntrico), quanto
aquelas pessoas que dividirão bens tangíveis ou intangíveis com outros, sem a necessidade de receber
algo em troca. É o contrário da ganância. E isto se aplica quase que literalmente para organizações,
porque empresas não pensam: por trás delas sempre estão gestores humanos.
No livro Princípios de Filosofia, René Descartes apresenta a generosidade como “uma desperta-
dora do real valor do Eu” e, ao mesmo tempo, uma mediadora para que “a vontade se disponha a acei-
tar o concurso do entendimento”. É filosófico, sim, mas é simples: a generosidade é uma qualidade de
quem coloca os interesses de terceiros no mesmo plano dos seus interesses pessoais, para resolver
um problema ou dilema que atinge a todos, que busca o entendimento. Não é exatamente disso que
uma sociedade sustentável necessita?
No campo do direito, isso se chama “interesses difusos” e, como sabemos, os interesses difu-
sos – aqueles próprios do conjunto da sociedade – são constitucionalmente inalienáveis. Resumindo,
a generosidade deveria ser um dos fundamentos da sociedade brasileira, até mesmo pelo que está
escrito em nossa Constituição: é um bem inalienável. E a ganância, o oposto da generosidade, deveria
ser execrada, porque ofende direitos constitucionais coletivos.
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No mundo corporativo, a generosidade pode ser traduzida como uma forma de altruísmo – e
aqui está a razão por que muitas empresas falam, mas poucas realmente adotam a sustentabilidade
no processo de gestão: altruísmo não combina com capitalismo selvagem, com a famosa “lei de Gér-
son”, aquela de que se deve levar vantagem em tudo.
No mundo corporativo, generosidade significa uma empresa ser menos gananciosa, tomar a
decisão de reduzir um pouquinho a margem de lucro ou aumentar em alguns meses o prazo de re-
torno de um investimento para ser ambientalmente correta e socialmente justa – sem deixar de ser
economicamente viável. Significa ter a coragem de contrariar práticas de gestão, regras de mercado,
de design de produtos e de formas de concorrência estabelecidas por força de um modelo de cresci-
mento a qualquer custo, que já se demonstrou completamente inviável do ponto de vista de recursos
naturais e de felicidade humana.
A generosidade é o que diferencia uma empresa que adota critérios de sustentabilidade no
modelo de gestão daquelas que dizem que o fazem, mas deslizam na superficialidade ou praticam
o greenwashing.
Generosidade corporativa significa também compartilhar gratuitamente seu aprendizado, seu
conhecimento, suas patentes, sua força e seus recursos em nome de interesses que ultrapassam os
limites da empresa. O jornalista Dal Marcondes, da Envolverde, costuma dizer que filantropia é dar
um peixe a quem tem fome, enquanto responsabilidade social é ensinar a pescar e sustentabilidade
é preservar o rio. Pois, no contexto da generosidade corporativa, este compartilhamento é liberar a
nascente do rio, caso ela esteja no seu terreno, e compreender a importância do fluxo e entorno até a
foz. E, além disso, é perceber o que de fato importa, em termos coletivos, para que possam continuar
existindo peixes.
Generosidade corporativa é perceber o problema de emissões de gases do efeito estufa não
apenas como um volume de particulados em suas chaminés, mas como um assunto de interesse co-
letivo – e ir além de metas de redução. Generosidade corporativa é compreender que não basta fazer
o seu papel; é preciso mobilizar seus parceiros de negócios e fornecedores e, para isso, poderá ser
necessário ceder em aspectos antes inegociáveis.
Mas a generosidade corporativa também oferece vantagens e oportunidades de negócios. Al-
guns exemplos, já clássicos:
• Em Bangladesh, a Danone francesa se associou a cooperativas de trabalhadores e ao Gra-
meen Bank para implantar 50 fábricas de iogurte de baixo custo. Com isso, os funcionários
passaram a ser sócios e consumidores ao mesmo tempo e se consegue atender crianças
subnutridas com redução de custos fixos de produção. Marketing? Sim, e inteligente, por-
que o modelo só funciona se houver redução da margem de lucro – uma opção generosa
para conquistar mercado;
• No começo dos anos 2000, a Sadia investiu na construção de dezenas de biodigestores nas
propriedades de pequenos produtores de suínos. E por que ela fez isso, se não está no ramo
de produção de energia? Porque, com esta iniciativa, passou a evitar dezenas (talvez cente-
nas) de multas ambientais pela contaminação do solo com os resíduos da criação, reduziu
os custos dos produtores, que passaram a gerar sua própria energia elétrica, agregou valor
à atividade para fixar os filhos dos produtores no campo, perpetuando o fornecimento de
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matéria-prima, e ainda gerou créditos de carbono! Puro negócio? Sim, mas a generosidade
está em investir “dinheiro bom” numa ideia coletiva, com prazo longo de recuperação;
• Evoluindo aos poucos durante os anos 1990, a Interfaceflor, empresa norte-americana fa-
bricante de tapetes, já está desenvolvendo produtos com 100% de fibras recicladas a partir
dos tapetes velhos de seus clientes. Ao fazer isso, percebeu uma ótima oportunidade. Como
tapete é artigo de decoração e sai de moda, a empresa mudou o modelo de negócio: está
propondo que seus clientes não comprem seus tapetes. Como num processo de “leasing”
de automóveis, as famílias podem ficar com o produto ou trocar por outro, ao fim do paga-
mento. Em 12 anos, o lucro da empresa cresceu 82%, num mercado que diminuiu 30% no
mesmo período. Coragem para mudar exige generosidade
Na linha do tempo da história, a generosidade é um dos traços da personalidade de pessoas
que trouxeram benefícios universais para a humanidade, como Mahatma Gandhi, Buda, Jesus Cristo,
Nelson Mandela, Martin Luther King, Wangari Maathai, Muhammad Yunus, Madre Teresa de Calcutá
e outros, mas também aparece em pequenos gestos de pessoas comuns em nosso dia a dia, os quais
merecem ser elogiados e replicados.
Se lhe parece complicado entender a importância da generosidade como parte da essência da
sustentabilidade, basta pensar no seu oposto, a ganância – que é a base de quase tudo de errado em
nossa sociedade. Aí com certeza você vai concordar comigo que a generosidade realmente vai ser re-
conhecida um dia como o necessário quarto elemento do triple (quadruple) bottom line.
* O jornalista Rogério R. Ruschel é consultor em sustentabilidade e diretor da Ruschel & Asso-
ciados.

Artigo publicado originalmente no Portal Envolverde, em março de 2010.

TEXTO COMPLEMENTAR 02
Relacionamento com partes interessadas
Pesquisa realizada pelo Uniethos em 2012 mostra que o relacionamento com stakeholders é um
processo intrínseco ao planejamento e à inovação.

Por Regi Magalhães*

O debate sobre a finalidade das empresas oscilou desde a década de 1950 entre o chamado
“capitalismo de stakeholders” e o “shareholder capitalism” (“capitalismo do acionista”). Um dos mar-
cos do início desse debate foi em 1951, quando Frank W. Abrams, então presidente do conselho da
Standard Oil of New Jersey, declarou: “O papel da administração é manter o equilíbrio equânime e
funcional entre reivindicações de distintos grupos de interesse diretamente afetados [...], acionistas,
funcionários, clientes e o público em geral”.

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Responsabilidade Social
O paradigma do “capitalismo do acionista” foi dominante na gestão empresarial durante toda
a segunda metade do século XX, pelo menos no contexto das companhias americanas e britânicas.
Mesmo assim, grandes empresas em muitos países são orientadas por interesses de stakeholders. Na
Alemanha, por exemplo, a Lei de Cogestão (Mitbestimmung) determina que os conselhos de super-
visão de grandes empresas sejam formados em igual número por representantes de acionistas e de
trabalhadores. A legislação da França também exige que representantes de trabalhadores ocupem
posição nos conselhos das empresas. Empresas japonesas também se orientam por interesses de
outros  stakeholders, além dos acionistas. Hiroshi Okuda, presidente do conselho da Toyota Motor
Corporation, afirmou que seria irresponsável administrar as empresas japonesas prioritariamente sob
o interesse dos acionistas.
Ainda que a gestão orientada para stakeholders  esteja presente em importantes economias,
o planejamento das empresas tem predominantemente como foco os resultados para os acionistas.
Nos últimos anos, porém, dois movimentos distintos vêm provocando mudanças de maneira mais
desafiadora.
O primeiro movimento é o conjunto de pressões de organizações sociais sobre empresas nas
cadeias de produção de madeira, agricultura, confecções, mineração, petróleo, eletrônicos e pescados
com relação aos impactos sobre florestas, biodiversidade, condições de trabalho, comunidades ou
populações indígenas. Em vários casos essas campanhas provocaram significativos danos à reputação
das empresas, dificultando, por exemplo, acesso a financiamentos, investimentos e mercados. Esse
novo contexto faz com que as empresas entrem num círculo vicioso, no qual, como disseram Michael
Porter e Mark Kramer no artigo Criação de Valor Compartilhado, a perda de legitimidade provoca a
redução da competitividade das empresas, a qual, por sua vez, limita ainda mais a capacidade de gerar
valor para a sociedade.
A mais importante reação de um número expressivo de empresas tem sido a criação de padrões
socioambientais de produção e de gestão de cadeias de valor que são construídos em processos de
diálogo com organizações da sociedade civil e governos, as chamadas “iniciativas multistakeholders”.
O segundo movimento que coloca em cheque o “shareholder capitalism” é a percepção de um
número crescente de líderes empresariais e investidores de que o foco no resultado para o acionista
tem levado a uma acentuada visão de curto prazo. Na medida em que as estratégias empresariais se
orientam quase que exclusivamente pelos balanços trimestrais, uma pesquisa realizada pelo J.P. Mor-
gan, em 2012, mostra que o horizonte temporal de 55% dos executivos é de um trimestre ou menos.
Por outro lado, segundo a McKinsey, o tempo necessário para investir em novos negócios é, em mé-
dia, de cinco a sete anos. O short-termismo ameaça investimentos de longo prazo, como em pesquisa
e inovação, por exemplo, ou coloca em risco empresas cujos negócios são afetados por mudanças de
longo prazo, como o aquecimento global. A maior ironia da ênfase nos resultados para os acionistas
é que o resultado no longo prazo é o enriquecimento dos executivos, mais do que os ganhos para os
próprios acionistas.
Críticas desse tipo fizeram com que líderes empresariais começassem a defender o movimento
iniciado pelo CEO da Unilever, Paul Polman, de não mais publicar relatórios trimestrais e desenvol-
ver incentivos para estratégias e ações de longo prazo. Empresas bem-sucedidas a longo prazo são
aquelas, como mostrou Rosabeth Moss Kanter, que agem como instituições sociais, constroem rela-

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Responsabilidade Social
cionamentos duradouros e criam valor para a sociedade, ou seja, são empresas cujas estratégias de
negócios dependem do envolvimento estratégico de stakeholders.
As empresas brasileiras estão preparadas para essas mudanças? Uma pesquisa realizada
pelo Uniethos em 2012, com 250 empresas que possuem estratégias de sustentabilidade integra-
das aos seus negócios, mostra que o relacionamento com stakeholders é um processo intrínseco ao
planejamento e à inovação. Mais de 60% dessas empresas mantêm parcerias com organizações da
sociedade civil e 50% afirmam ter relações contínuas com stakeholders, mas apenas 25% organizam
processos de consultas sobre as estratégias de negócios e uma pequena parcela de 10% das empresas
que possuem estratégias de sustentabilidade conta com stakeholders externos em seus sistemas de
governança.
A principal conclusão da pesquisa é que ampliar a capacidade de construir relacionamentos efeti-
vos, contínuos, duradouros e estratégicos com stakeholders é o primeiro dos grandes desafios. Ampliar
os relacionamentos com os poderes públicos, com organizações da sociedade, com comunidades ou
mesmo com fornecedores depende de clareza de objetivos e, especialmente, de habilidades sociais
que parecem ainda não estar consolidadas na maioria das empresas.
O desenvolvimento de negócios orientados por perspectivas de longo prazo e pela sustentabi-
lidade depende de um alinhamento das empresas com as expectativas e interesses dos stakeholders.
Estratégias bem-sucedidas de relacionamento com stakeholders são aquelas que integram alguns ele-
mentos-chaves, tais como:
• Os processos de relacionamento com stakeholders devem fazer parte dos sistemas de go-
vernança das empresas;
• Os relacionamentos com stakeholders devem fazer parte dos processos de planejamento
estratégico das empresas;
• Os planos de comunicação e de marketing das empresas devem ser integrados e coerentes
com as estratégias de relacionamento com stakeholders;
• Os líderes das empresas devem ser os principais responsáveis pelo relacionamento
com stakeholders;
• O planejamento das estratégias de relacionamento deve estar integrado com as estratégias
de negócios das empresas e coerentes com a abrangência geográfica (local e internacional),
com os diferentes setores e unidades de negócios;
• Os processos de relacionamento devem ser contínuos e de longo prazo, antecipando dile-
mas e desafios para os negócios e para a sociedade.

* Regi Magalhães é gerente executivo do Uniethos.

Este texto faz parte de uma série de artigos de especialistas promovida pela área de Gestão Sus-
tentável, do Instituto Ethos, cujo objetivo é subsidiar e estimular as boas práticas de gestão.

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Responsabilidade Social
MÓDULO III – REFLEXÕES SOBRE RESPONSABILIDADE SOCIAL
Este módulo procura ampliar as reflexões sobre Responsabilidade Social, demonstrando que o
tema já deve ser percebido de maneira mais ampla, relacionando-o inclusive a questões econômicas.
A relação Social X Econômico é percebida até mesmo quando refletimos sobre a postura das
empresas no que diz respeito a questões sociais, a seu protagonismo na busca por soluções para pro-
blemas diversos que vão além do seu dia a dia.

Social X Econômico
O momento atual nos leva à reflexões sobre o quanto as questões sociais podem, e interferem,
no dia a dia de cada um de nós e das empresas inclusive.
Perceber que não mais podemos ignorar que o modo como as pessoas vivem, a qualidade da
vida que têm fazem parte do conjunto de circunstâncias que atuam diretamente no modo, por exem-
plo, como o país está se desenvolvendo é imperativo, para que se possa promover ações para, pelo
menos, amenizar situações de risco social.
Uma empresa que está bem do ponto de vista econômico, porém que não sabe transformar seu
lucro financeiro em benefícios sociais não pode se vangloriar de seus resultados.
Estar bem quando tudo ao redor desmorona não é, definitivamente, estar bem.
No texto Gestão Social e Transformação da Realidade (publicado em 1999 e revisado em 2013),
Dowbor faz algumas afirmações que nos levam a refletir sobre a relação entre social e econômico.
Entre elas, podemos destacar:
• “Está se tornando evidente, já não numa visão de crítica sistemática anticapitalista, mas de
bom senso econômico e social, que um sistema que sabe produzir, mas não sabe distribuir,
simplesmente não é suficiente. Sobretudo se, ainda por cima, joga milhões no desemprego,
dilapida o meio ambiente e remunera mais os especuladores do que os produtores.”
• “Relatórios sobre o Desenvolvimento Humano, das Nações Unidas, qualificam de obsce-
nas as fortunas de pouco mais de quatrocentas pessoas no mundo, que dispõem de mais
riqueza pessoal do que a metade mais pobre da humanidade. Esta concentração de renda
é considerada tão vergonhosa como a escravidão e o colonialismo, sem lugar numa socie-
dade civilizada.”
• “A transformação é profunda. No decorrer de meio século, passamos de uma visão filantró-
pica, de generosidade assistencial, de caridade, de um tipo de bálsamo tranquilizador para
as consciências capitalistas, para a compreensão de que a área social se tornou essencial
para as próprias atividades econômicas.”
• “Esta mudança profunda de enfoque foi positiva. As áreas empresariais, com suporte de nu-
merosos estudos do Banco Mundial, passaram a entender que não se trata de simples cos-
mética social, mas das condições indispensáveis para a própria produtividade empresarial.
É a visão que leva, em numerosos países, a que as próprias empresas deem forte sustento

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Responsabilidade Social
político ao ensino público universal, a sistemas de saúde abrangentes e eficientes e assim
por diante.”

No Brasil, temos o Instituto Ethos, como suporte para aquelas empresas que desejam mudar de
postura e desenvolver uma forma de gestão mais ética, que esteja mais de acordo com o momento
atual. Um momento que demanda ética, enfoque no coletivo, pensamento não somente no lucro, mas
no que de bom pode advir do mesmo.

Instituto Ethos
• O Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social é uma Organização da Sociedade
Civil de Interesse Público, OSCIP, criada com a missão de mobilizar, sensibilizar e ajudar as
empresas a gerir seus negócios de forma socialmente responsável, tornando-as parceiras
na construção de uma sociedade sustentável e justa.
• Seus 1508 (dados de 10/03/2013) associados – empresas de diferentes setores e portes –
têm faturamento anual correspondente a cerca de 35% do PIB brasileiro e empregam cerca
de 2 milhões de pessoas, tendo como característica principal o interesse em estabelecer
padrões éticos de relacionamento com funcionários, clientes, fornecedores, comunidade,
acionistas, poder público e com o meio ambiente.

Porte Total %

Micro Empresa 287 19,03

Pequena Empresa 424 28,12

Média Empresa 270 17,90

Grande Empresa 468 31,03

Disponível em: www.ethos.org.br

Federação das Indústrias de Minas Gerais – Fiemg


“Empresas e Responsabilidade Social: um estudo sobre as ações sociais realizadas pelo setor
privado em Minas Gerais” (novembro de 2000).
• 3.590 empresas filiadas:
• 2.800 realizavam ações em parceria.

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Responsabilidade Social
• Investimento Social: R$165.500.000,00.
• 467 não atuavam, mas gostariam.

Dia V
• Promovido pela FIEMG, desde 2001:
• Primeira edição: mais de 11 mil voluntários, em 44 cidades.
• Em 2011: 60 mil voluntários, desenvolveram 3.740 ações, em 152 cidades.

Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada – IPEA


• Pesquisa “Ação Social das Empresas” – 2006
• Participação empresarial na área social: 69%.
• Aproximadamente 600 mil empresas atuando voluntariamente.
• Em 2004, foram cerca de R$ 4,7 bilhões aplicados.

• A solidariedade mineira:
• 81% das empresas mineiras declararam ter realizado algum tipo de ação social para a
comunidade.
• Dados comparativos:
• RJ: 59%
• SP: 67%

TEXTO COMPLEMENTAR
Responsabilidade social empresarial e sustentabilidade para a gestão empresarial
O artigo mostra como as retóricas e controvérsias em torno desses conceitos são uma cortina de
fumaça para a gestão das organizações.

Por Fernanda Gabriela Borger*

Nos últimos anos, as questões ambientais invadiram os negócios e mostraram a capacidade de


se criar valor para clientes, acionistas e outras partes interessadas. As forças da globalização levaram
empresas a incorporar a dimensão socioambiental na gestão.
Hoje, as empresas querem associar suas marcas a projetos, iniciativas e parcerias com ONGs,
divulgam as Metas do Milênio, os Princípios Pacto Global, ostentam as ISOs, apresentam relatórios.

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Responsabilidade Social
Por outro lado, os gestores recebem uma avalanche de informações, banalizando as práticas e as po-
líticas de responsabilidade social e os processos de gestão. Parece que as preocupações estão mais
direcionadas a mostrar que somos “socialmente responsáveis” e “sustentáveis” do que integrar a
dimensão socioambiental nos negócios. E ainda se supõe que “sustentável” se refere aos aspectos am-
bientais e “responsabilidade social” aos aspectos sociais, e que sustentabilidade é um novo modelo de
negócios, mais “moderno” do que responsabilidade social. Existe uma confusão sobre a definição de
sustentabilidade. Peter Senge1 afirma que evita usar a palavra “sustentabilidade”, ou a utiliza o menos
possível, porque é um termo tão genérico que as pessoas percebem como um “ideal a ser atingido”, é
interpretado como “ser menos mau” e envolve retóricas e controvérsias que não criam um ambiente
propício para a inovação e a busca de soluções.
Quais as razões para a confusão? O propósito deste artigo é mostrar a origem dos conceitos de
sustentabilidade e responsabilidade social empresarial (RSE) e como as retóricas e controvérsias são
uma cortina de fumaça para a gestão das organizações.
A ideia de sustentabilidade, ou desenvolvimento sustentável, começou em grande parte com
a preocupação ambiental, que acabou por envolver as dimensões econômica e social e, a partir dos
anos 1990, passou a incluir a responsabilidade social empresarial.
A evolução do conceito de responsabilidade social é diferente. Sua origem está nas questões
éticas que envolvem a relação entre empresas e sociedade e na filantropia empresarial.
O conceito teórico de responsabilidade social originou-se na década de 1950, quando a litera-
tura formal sobre responsabilidade social corporativa aparece nos Estados Unidos e na Europa. A pre-
ocupação dos pesquisadores daquela década era com a excessiva autonomia dos negócios e o poder
destes na sociedade, sem a devida responsabilidade pelas consequências negativas de suas ativida-
des, como a degradação ambiental, a exploração do trabalho, o abuso econômico e a concorrência
desleal. Para compensar os impactos negativos da atuação das empresas, empresários se envolveram
em atividades sociais para beneficiar a comunidade, fora do âmbito dos negócios das empresas, como
uma obrigação moral.
A filantropia empresarial surgiu como um novo campo de atuação que vem conquistando cres-
cente visibilidade no Brasil, vindo compartilhar e disputar espaços com outras formas de ações pri-
vadas em benefício público2. No entanto, a expressão “filantropia empresarial” está associada a refe-
rências históricas como caridade, paternalismo e assistencialismo, que têm uma conotação negativa,
porque não trouxeram transformações sociais e econômicas efetivas para o desenvolvimento das co-
munidades. Hoje, quando se pensa em filantropia empresarial nota-se consenso sobre a exigência de
que esse investimento ocorra como uma política da empresa, e não somente como um compromisso
pessoal do empresário. Assim, buscaram termos alternativos para designar as ações próprias a esse
campo, como investimento social, ação social empresarial, participação social ou comunitária da em-
presa ou desenvolvimento social2.
Uma das grandes questões que são levantadas em relação aos temas sociais e ambientais é se
estes afetam a competitividade das empresas. Segundo a visão clássica da empresa, incorporar as
questões sociais e ambientais além da obrigação legal eleva os custos e reduz o lucro das empresas. O
debate sobre o conteúdo e extensão da responsabilidade social nos negócios foi intenso, no sentido
de contrapor o desempenho econômico ao social e ambiental. O papel das empresas incluiria lucros,
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Responsabilidade Social
mas, em vez da maximização do lucro de curto prazo, os negócios deveriam buscar lucros de longo
prazo, obedecer às leis e regulamentações, considerar o impacto não mercadológico de suas decisões
e procurar maneiras de melhorar a sociedade por uma atuação orientada para a responsabilidade e
sustentabilidade dos negócios2.
O conceito de desenvolvimento sustentável está hoje totalmente integrado ao conceito de res-
ponsabilidade social: não haverá crescimento econômico em longo prazo sem progresso social e tam-
bém sem cuidado ambiental. Todos os lados devem ser vistos e tratados com pesos iguais. Mesmo
porque estes são aspectos inter-relacionados. Da mesma forma que o crescimento econômico não se
sustenta sem uma equivalência social e ambiental, programas sociais ou ambientais corporativos não
se sustentarão se não houver o equilíbrio econômico da empresa.
A figura a seguir apresenta a evolução de conceitos de RSE e sustentabilidade

O modelo da sustentabilidade é uma nova forma de fazer negócios, que tem como pressupos-
to o novo papel da empresa na sociedade. Sustentabilidade e responsabilidade social trazem para o
modelo de negócios a perspectiva de longo prazo, a inclusão sistemática da visão e das demandas
das partes interessadas, e a transição para um modelo em que os princípios, a ética e a transparência
precedem a implementação de processos, produtos e serviços.

* Pesquisadora e consultora da FIPE, Fernanda Gabriela Borger é professora da FIA e do Programa de Educação


Continuada GVPEC.

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Responsabilidade Social
____________
Notas
  SENGE, Peter. “The Sustainable Supply Chain an Interview with Peter Senge”, por Steven
1

Prokesch. Harvard Business Review, outubro de 2010.


 BORGER, Fernanda Gabriela. Responsabilidade Social: Efeitos da Atuação Social na Dinâmica
2

Empresarial (tese de doutorado), Departamento de Administração. São Paulo: USP, 2001.


______________

Este texto faz parte de uma série de artigos de especialistas promovida pela área de Gestão Sus-
tentável do Instituto Ethos, cujo objetivo é subsidiar e estimular as boas práticas de gestão.

MÓDULO IV – ASSISTENCIALISMO X SUSTENTABILIDADE


Assistencialismo
O assistencialismo tem, ao longo do tempo, para alguns, se tornado uma espécie de “monstro”,
quando se fala em resolver problemas relacionados a questões sociais. É como se, a grosso modo, não
fazer nada fosse melhor do que fazer algo pontualmente.
Infelizmente, em um país com tantas desigualdades (essa afirmação serve também para o mun-
do), ainda são necessárias ações pontuais, como a distribuição de cestas básicas, de sopões para mo-
radores de rua, campanhas de agasalhos no inverno e tantas outras.

Sustentabilidade
Quando se fala em sustentabilidade, automaticamente a relacionamos a questões ambientais.
O fato é que sustentabilidade está também relacionada a questões sociais.
De acordo com o Relatório de Desenvolvimento Humano 2011, do Programa das Nações Unidas
para o Desenvolvimento, PNUD, a sustentabilidade está relacionada aos princípios básicos de igualda-
de, entre eles justiça social e maior acesso a uma melhor qualidade de vida.
Para que se possa atender a esses princípios são necessárias ações que não sejam somente
pontuais. Pelo contrário, tais ações demandam empenho por parte dos envolvidos, sejam empresas,
organizações sociais, pessoas físicas.
Para mudarmos a realidade é necessária, muitas vezes, a união do assistencialismo com a sus-
tentabilidade.

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Responsabilidade Social
Não é raro que se consiga a participação de crianças moradoras de área de risco social em um
projeto que envolve educação, cultura, ou mesmo esporte, somente porque as refeições diárias fazem
parte do dia a dia do projeto; ou mesmo porque cestas básicas são distribuídas mensalmente.
Isso não tira o mérito do projeto, simplesmente explica como, muitas vezes, o chamado assis-
tencialismo é necessário.
Com certeza, um projeto interessante, criado a partir de necessidades reais vai atrair a atenção
dessas crianças, para que lá permaneçam e possam se desenvolver como cidadãos, mas, em um pri-
meiro momento, é preciso se pensar: quem tem fome aprende? Quem tem fome consegue praticar
esporte?
Essa é uma reflexão que pode, e deve ser feita.

TEXTO COMPLEMENTAR
Artigo - O Assistencialismo e o Bolsa Família

* Fabio Veras Soares

O programa Bolsa Família tem recebido críticas à esquerda e à direita. A principal acusação é
que ele seria um programa assistencialista. Na verdade o programa Bolsa Família como qualquer pro-
grama focalizado nos mais pobres é um programa de assistência social. No dicionário Aurélio o termo
“assistência social” é definido como “serviço gratuito, de natureza diversa, prestado aos membros da
comunidade social, atendendo as necessidades daqueles que não dispõem de recursos suficientes”.
Assistencialismo, que por sinal não consta no dicionário, é na verdade uma deformação na prestação
da “assistência social”, envolvendo troca de favores e critérios pouco claros na forma de seleção dos
beneficiários. Portanto, um programa assistencialista é um programa de “assistência social” utilizado
como mecanismo de troca de favores. Como a crítica ao Bolsa Família não se baseia apenas em numa
crítica à forma de gestão, mas sim à própria natureza do programa, pode-se concluir que o que se
questiona é a “oportunidade” de se ter um esse tipo de programa no Brasil. Nessa(s) visão(ões) crí-
tica(s) o programa seria ruim por: 1) acomodar o pobre que não buscaria mais trabalho e ascender
socialmente e 2) desperdiçar dinheiro público com assistência quando o que importa é gerar emprego
e renda, única maneira de tirar a população da pobreza. Dar dinheiro aos mais pobres é uma idéia tão
ruim assim? 
O que se esquece é que o Estado - desde sua origem - tributa e redistribui renda entre os diver-
sos segmentos da sociedade. Ou seja, além de prover bens públicos, a função do Estado é tirar de e
dar renda a diferentes segmentos da sociedade. Se essa redistribuição vai ajudar os mais pobres, ou os
mais ricos, ou vai ser neutra é uma questão que depende de fatores políticos, sociais e econômicos de
um determinado período histórico. Na Colônia e no Império medidas redistributivas se davam tanto
mediante programas assistenciais (ou o amparo social como se dizia à época) como, por exemplo, a
concessão de pensões a órfãos e a viúvas honestas, a ajuda à manutenção das casas de misericórdia,

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Responsabilidade Social
assim como por meio de concessões de mercês e monopólios para a exploração de certas atividades
econômicas. O amparo social era assistencialista porque baseado na troca de favores e não como uma
política pública - ou um direito - cujo objetivo seria o de proteger os que mais necessitam. A concessão
de mercês e monopólios, por sua vez, visava a manutenção do status quo e de privilégios em mãos
de poucos, não visando nem o bem comum nem o progresso econômico. Formas contemporâneas
desse tipo de transferência ainda persistem quando, por exemplo, os fundos públicos são chamados
a cobrir “buracos” de fundos privados que, em geral, se destinam aos grupos menos necessitados da
sociedade - uma fração diminuta da população, mas que abocanha a maior parte da renda nacional e,
em alguns casos, tem maior facilidade de acesso aos recursos públicos. Fenômeno que muitas vezes
não é explicado somente pelo retorno dos atributos produtivos desses segmentos da sociedade. 
Seria o Bolsa Família uma versão moderna das arcaicas esmolas reais/imperiais? Poderia o Bolsa
Família ter um efeito-preguiça generalizado entre os mais pobres de modo a prevenir não só a ascen-
são social das famílias beneficiárias como também atrapalhar o desenvolvimento econômico do país,
ao desviar recursos de investimentos prioritários? 
O chamado “efeito-preguiça” carece totalmente de base real. Em primeiro lugar, o benefício é
muito baixo para ter impactos significativos sobre a oferta de trabalho. É difícil imaginar que com um
benefício mensal de no máximo R$ 95,00 (o que equivale na melhor das hipóteses a uma renda per ca-
pita de R$ 23,70, isto é, a renda de um domicílio com um adulto e 3 crianças) o(s) membro(s) adulto(s)
daquele domicílio se retiraria(m) do mercado de trabalho ou abandonariam suas atividades de sub-
sistência. Além disso, as evidências empíricas baseadas em avaliações experimentais de programas
similares, como o Progresa/Oportunidades no México, mostram que o impacto é nulo sobre a oferta
de trabalho dos beneficiários (ver recente estudo de Emmanuel Skoufias e Vicenzo di Maro: http://
ideas.repec.org/p/wbk/wbrwps/3973.html). 
Os dados da PNAD 2004, por sua vez, indicam que os indivíduos que moram em domicílios onde
existe um beneficiário do Bolsa Família não têm uma taxa de participação no mercado de trabalho me-
nor do que seus contrapartes em domicílios sem beneficiários, mas com renda similar. Ao contrário, a
taxa de participação dos “beneficiários” tende a ser maior do que a taxa de participação dos “não-be-
neficiários”. Esse resultado vale tanto para chefes e chefas de domicílio como para seus respectivos
cônjuges. Por exemplo, entre os 10% mais pobres, a taxa de participação no mercado de trabalho dos
moradores adultos (18 a 64 anos) é de 73% para domicílios com beneficiários e 67% para domicílios
sem beneficiários. Essa maior participação se mantém para homens chefes (93% e 87%), homens
cônjuges (84% e 81%), mulheres cônjuges (60% e 47%) e é, praticamente, igual para mulheres chefes
(64,5% e 64,4%). Esse resultado é observado também para extratos um pouco menos pobres como o
segundo, o terceiro e o quarto décimos da distribuição. 
O temor de um impacto negativo sobre o crescimento também nos parece equivocado. Se for
verdade que é necessário crescer para melhorar o bem-estar de todos, também é verdade que o im-
pacto do crescimento sobre a pobreza é mediado pela distribuição inicial dos recursos de uma socie-
dade. Em sociedades extremamente desiguais como a brasileira, as taxas de crescimento necessárias
para reduzir a pobreza são bem mais elevadas do que em sociedades com menos desigualdade. Além
disso, também é verdade que pobreza e desigualdade de renda diminuem o potencial de crescimento
de uma economia. Deste modo, políticas que reduzam a desigualdade não só afetam diretamente

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a pobreza como aumentam o potencial do crescimento e magnificam o impacto do mesmo sobre
a redução da pobreza. Por esse motivo, políticas redistributivas são sempre muito bem vindas para
aqueles que acreditam que a pobreza deve ser reduzida o mais rapidamente possível. Nesse sentido,
vale a pena ver como o Bolsa Família tem se saído como um programa redistributivo. Os resulta-
dos de diversos estudos com períodos e metodologias diferentes apontam para um grande impacto
do Bolsa Família. No texto “Cash Transfer Programmes in Brazil: Impacts on Poverty and Inequality”
(http://www.undp-povertycentre.org/newsletters/WorkingPaper21.pdf) se mostra que entre os com-
ponentes que contribuíram para a redução da desigualdade - observada entre 1995 e 2004, o Bolsa
Família está em terceiro lugar - perdendo para a renda do trabalho e para pensões e aposentadorias
vinculadas ao salário mínimo -, sendo responsável por 13% da redução do índice de Gini no período,
mas corresponde a apenas 0,5% da renda total das famílias brasileiras. Estes resultados mostram que
mesmo uma pequena transferência pode ter um grande impacto sobre a desigualdade quando bem
focalizada. 
Dados os resultados acima o que surpreende é que se tenha levado tanto tempo para descobrir
uma maneira efetiva de reduzir a desigualdade e diminuir a pobreza: transferir renda (dinheiro) aos
mais pobres! E esse dinheiro não é simples assistencialismo, como rotineiramente se lê de maneira
pejorativa nos jornais. Trata-se, na verdade, de um programa de assistência social, cuja origem pode
ser rastreada de maneira embriônica às experiências em nível local com a renda mínima de Campinas
e o Bolsa Escola no Distrito Federal e que incorporou milhões de cidadãos brasileiros que estavam
completamente desamparados da rede de proteção social existente no país até então, particularmen-
te, as crianças em domicílios pobres. Uma política de proteção social é um elemento fundamental em
qualquer democracia que pretenda estender a todos os benefícios do desenvolvimento econômico.
Ainda há muito que fazer para aperfeiçoar o programa, mas transferir renda é uma função do Estado
e o fato de estar distribuindo a favor dos pobres é uma ótima noticia, também, para o crescimento
econômico. 

* Pesquisador do Ipea

Publicado: Correio Braziliense 14/08/2006 - O Globo 12/08/2006

MÓDULO V – 8 OBJETIVOS DE DESENVOLVIMENTO DO MILÊNIO


Os 8 Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, 8 ODM, são um conjunto de metas a ser atingi-
do até o ano de 2015.
Estes objetivos surgiram junto com a Declaração do Milênio, que foi aprovada pela ONU em 8
de setembro de 2000.
O Brasil, junto com 191 países-membros, assinou o pacto, se comprometendo com a sustenta-
bilidade do Planeta, como um todo.
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Responsabilidade Social
No Brasil, também conhecemos os 8 ODM como 8 Jeitos de Mudar o Mundo.

Símbolos
Adotados no mundo todo, os ícones que representam os 8 ODM foram criados voluntariamente,
em 2005, no Brasil, como parte da campanha Nós Podemos, pela agência McCann-Erickson. O mentor
e coordenador da campanha foi o publicitário Percival Caropreso.

Disponível em: www.pensamentoverde.com.br › Atitude. Acesso em jan 2016.

ODM1 – Acabar com a Fome e a Miséria

Disponível em: www.pensamentoverde.com.br › Atitude. Acesso em jan 2016.

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Responsabilidade Social
Propondo a erradicação da extrema pobreza e miséria, este objetivo também se relaciona à
diminuição da desnutrição, oferecendo condições para que todos tenham acesso a uma dieta mínima
diária, de acordo com o que preconiza a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimen-
tação – FAO.
Este objetivo também está relacionado à diminuição do número de pessoas em pobreza extre-
ma ou indigência.

ODM 2 – Educação Básica de Qualidade para Todos

Disponível em: www.pensamentoverde.com.br › Atitude. Acesso em jan 2016.

Propondo que todas as crianças, em todas as regiões – independente de gênero, etnia e condi-
ções sociais – terminem o ensino fundamental, este objetivo está também relacionado à diminuição
da evasão escolar, à melhoria da qualidade do ensino, à elevação do número de anos na escola e à
diminuição da defasagem idade-série.

ODM 3 – Igualdade entre Sexos e Valorização da Mulher

Disponível em: www.pensamentoverde.com.br › Atitude. Acesso em jan 2016.

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Responsabilidade Social
Este objetivo, além da igualdade entre os sexos em todos os níveis de ensino, propõe a busca
pela autonomia das mulheres, combate ao preconceito, ampliação das vagas e ascensão das mulheres
no mercado de trabalho, igualdade nos salários para mulheres e homens que desempenham a mesma
função; além do desempenho de papéis cada vez mais ativos no mundo, pelas mulheres.

ODM 4 – Reduzir a Mortalidade Infantil

Disponível em: www.pensamentoverde.com.br › Atitude. Acesso em jan 2016.

Este objetivo está relacionado, entre outras coisas, à melhoria das condições de saneamento
e higiene, promoção de campanhas de vacinação, melhoria dos serviços de saúde e ampliação do
acesso aos mesmos. Enfim, depende de políticas, programas, recursos direcionados não somente às
crianças mas também às famílias e comunidades em geral.

ODM 5 – Melhorar a Saúde das Gestantes

Disponível em: www.pensamentoverde.com.br › Atitude. Acesso em jan 2016.

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Responsabilidade Social
Este objetivo está diretamente relacionado à promoção da saúde integral das mulheres em ida-
de reprodutiva. Inclui elementos como planejamento familiar, acompanhamento pré-natal, melhoria
dos serviços de saúde e ampliação do acesso aos mesmos. Um elemento importante é a presença de
profissionais qualificados na hora do parto.

ODM 6 – Combater a AIDS, a Malária e Outras Doenças

Disponível em: www.pensamentoverde.com.br › Atitude. Acesso em jan 2016.

Este objetivo propõe deter a proliferação de doenças, o que necessita de ampliação do acesso às
informações por parte da população, também a meios de prevenção e de tratamento, além do com-
bate à discriminação. Também está relacionado à melhoria das condições de saneamento e de higiene
da população, da preocupação com questões ambientais e nutritivas.

ODM 7 – Qualidade de Vida e Respeito ao Meio Ambiente

Disponível em: www.pensamentoverde.com.br › Atitude. Acesso em jan 2016.

Este objetivo é bastante amplo e se refere às questões ambientais, como preservação dos
recursos naturais, recuperação de áreas degradadas e a transformação de remanescentes em áreas

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Responsabilidade Social
de preservação; também às questões relacionadas a emissões de CO2 e de outros agentes de poluição,
adoção de princípios de sustentabilidade nas políticas públicas e de forma geral, na cultura do povo.
Outras questões que fazem parte deste objetivo são o acesso à água potável, ao esgotamento sanitário
e à melhoria dos assentamentos precários.

ODM 8 – Todo Mundo Trabalhando pelo Desenvolvimento

Disponível em: www.pensamentoverde.com.br › Atitude. Acesso em jan 2016.

Este objetivo está relacionado ao estabelecimento de parcerias para que todos os objetivos an-
teriores sejam alcançados e a melhoria da qualidade de vida de toda a população seja estabelecida.
Busca também a participação de toda a sociedade em busca de um mundo melhor, mais justo e sus-
tentável, tanto no que se refere às questões ambientais quanto às sociais.
Os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio estão intimamente relacionados entre si. Por
exemplo, para que possamos, verdadeiramente, erradicar a fome e a miséria, é preciso garantir o
acesso a uma educação de qualidade, o que garantirá, no futuro, o acesso ao mercado de trabalho,
não em subempregos, mas em empregos que oferecerão condições daquela pessoa garantir sua qua-
lidade de vida e de sua família.

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Responsabilidade Social
TEXTO COMPLEMENTAR
Declaração Universal dos Direitos Humanos
Adotada e proclamada pela Assembleia Geral das Nações Unidas (resolução 217 A III) em 10 de
dezembro 1948.

Preâmbulo
Considerando que o reconhecimento da dignidade inerente a todos os membros da família hu-
mana e de seus direitos iguais e inalienáveis é o fundamento da liberdade, da justiça e da paz no
mundo.
Considerando que o desprezo e o desrespeito pelos direitos humanos resultaram em atos bár-
baros que ultrajaram a consciência da humanidade e que o advento de um mundo em que mulheres
e homens gozem de liberdade de palavra, de crença e da liberdade de viverem a salvo do temor e da
necessidade foi proclamado como a mais alta aspiração do ser humano comum.
Considerando ser essencial que os direitos humanos sejam protegidos pelo império da lei, para
que o ser humano não seja compelido, como último recurso, à rebelião contra a tirania e a opressão.
Considerando ser essencial promover o desenvolvimento de relações amistosas entre as nações.
Considerando que os povos das Nações Unidas reafirmaram, na Carta, sua fé nos direitos fun-
damentais do ser humano, na dignidade e no valor da pessoa humana e na igualdade de direitos do
homem e da mulher e que decidiram promover o progresso social e melhores condições de vida em
uma liberdade mais ampla.
Considerando que os Países-Membros se comprometeram a promover, em cooperação com as
Nações Unidas, o respeito universal aos direitos e liberdades fundamentais do ser humano e a obser-
vância desses direitos e liberdades.
Considerando que uma compreensão comum desses direitos e liberdades é da mais alta impor-
tância para o pleno cumprimento desse compromisso.
Agora portanto a Assembléia Geral proclama a presente Declaração Universal dos Direitos Hu-
manos como o ideal comum a ser atingido por todos os povos e todas as nações, com o objetivo de
que cada indivíduo e cada órgão da sociedade tendo sempre em mente esta Declaração, esforce-se,
por meio do ensino e da educação, por promover o respeito a esses direitos e liberdades, e, pela ado-
ção de medidas progressivas de caráter nacional e internacional, por assegurar o seu reconhecimento
e a sua observância universais e efetivos, tanto entre os povos dos próprios Países-Membros quanto
entre os povos dos territórios sob sua jurisdição.

Artigo 1
Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotados de razão e
consciência e devem agir em relação uns aos outros com espírito de fraternidade.

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Artigo 2
1. Todo ser humano tem capacidade para gozar os direitos e as liberdades estabelecidos nesta Decla-
ração, sem distinção de qualquer espécie, seja de raça, cor, sexo, língua, religião, opinião política
ou de outra natureza, origem nacional ou social, riqueza, nascimento, ou qualquer outra condi-
ção. 
2. Não será também feita nenhuma distinção fundada na condição política, jurídica ou internacional
do país ou território a que pertença uma pessoa, quer se trate de um território independente, sob
tutela, sem governo próprio, quer sujeito a qualquer outra limitação de soberania.

Artigo 3
Todo ser humano tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal.

Artigo 4
Ninguém será mantido em escravidão ou servidão; a escravidão e o tráfico de escravos serão
proibidos em todas as suas formas.

Artigo 5
Ninguém será submetido à tortura, nem a tratamento ou castigo cruel, desumano ou degradante.

Artigo 6
Todo ser humano tem o direito de ser, em todos os lugares, reconhecido como pessoa perante
a lei.

Artigo 7
Todos são iguais perante a lei e têm direito, sem qualquer distinção, a igual proteção da lei.
Todos têm direito a igual proteção contra qualquer discriminação que viole a presente Declaração e
contra qualquer incitamento a tal discriminação.

Artigo 8
Todo ser humano tem direito a receber dos tribunais nacionais competentes remédio efetivo
para os atos que violem os direitos fundamentais que lhe sejam reconhecidos pela constituição ou
pela lei.

Artigo 9
Ninguém será arbitrariamente preso, detido ou exilado.

Artigo 10
Todo ser humano tem direito, em plena igualdade, a uma justa e pública audiência por parte de
um tribunal independente e imparcial, para decidir seus direitos e deveres ou fundamento de qual-
quer acusação criminal contra ele.

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Artigo 11
1. Todo ser humano acusado de um ato delituoso tem o direito de ser presumido inocente até que
a sua culpabilidade tenha sido provada de acordo com a lei, em julgamento público no qual lhe
tenham sido asseguradas todas as garantias necessárias à sua defesa. 
2. Ninguém poderá ser culpado por qualquer ação ou omissão que, no momento, não constituíam
delito perante o direito nacional ou internacional. Também não será imposta pena mais forte de
que aquela que, no momento da prática, era aplicável ao ato delituoso.

Artigo 12
Ninguém será sujeito à interferência na sua vida privada, na sua família, no seu lar ou na sua
correspondência, nem a ataque à sua honra e reputação. Todo ser humano tem direito à proteção da
lei contra tais interferências ou ataques.

Artigo 13
1. Todo ser humano tem direito à liberdade de locomoção e residência dentro das fronteiras de cada
Estado. 
2. Todo ser humano tem o direito de deixar qualquer país, inclusive o próprio e a esse regressar.

Artigo 14
1. Todo ser humano, vítima de perseguição, tem o direito de procurar e de gozar asilo em outros
países. 
2. Esse direito não pode ser invocado em caso de perseguição legitimamente motivada por crimes
de direito comum ou por atos contrários aos objetivos e princípios das Nações Unidas.

Artigo 15
1. Todo ser humano tem direito a uma nacionalidade. 
2. Ninguém será arbitrariamente privado de sua nacionalidade, nem do direito de mudar de nacio-
nalidade.

Artigo 16
1. Os homens e mulheres de maior idade, sem qualquer restrição de raça, nacionalidade ou religião,
têm o direito de contrair matrimônio e fundar uma família. Gozam de iguais direitos em relação
ao casamento, sua duração e sua dissolução. 
2. O casamento não será válido senão com o livre e pleno consentimento dos nubentes. 
3. A família é o núcleo natural e fundamental da sociedade e tem direito à proteção da sociedade e
do Estado.

Artigo 17
1. Todo ser humano tem direito à propriedade, só ou em sociedade com outros. 

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Responsabilidade Social
2. Ninguém será arbitrariamente privado de sua propriedade.

Artigo 18
Todo ser humano tem direito à liberdade de pensamento, consciência e religião; esse direito
inclui a liberdade de mudar de religião ou crença e a liberdade de manifestar essa religião ou crença
pelo ensino, pela prática, pelo culto em público ou em particular.

Artigo 19
Todo ser humano tem direito à liberdade de opinião e expressão; esse direito inclui a liberdade
de, sem interferência, ter opiniões e de procurar, receber e transmitir informações e ideias por quais-
quer meios e independentemente de fronteiras.

Artigo 20
1. Todo ser humano tem direito à liberdade de reunião e associação pacífica. 
2. Ninguém pode ser obrigado a fazer parte de uma associação.

Artigo 21
1. Todo ser humano tem o direito de tomar parte no governo de seu país diretamente ou por inter-
médio de representantes livremente escolhidos. 
2. Todo ser humano tem igual direito de acesso ao serviço público do seu país. 
3. A vontade do povo será a base da autoridade do governo; essa vontade será expressa em eleições
periódicas e legítimas, por sufrágio universal, por voto secreto ou processo equivalente que asse-
gure a liberdade de voto.

Artigo 22
Todo ser humano, como membro da sociedade, tem direito à segurança social, à realização pelo
esforço nacional, pela cooperação internacional e de acordo com a organização e recursos de cada
Estado, dos direitos econômicos, sociais e culturais indispensáveis à sua dignidade e ao livre desenvol-
vimento da sua personalidade.

Artigo 23
1. Todo ser humano tem direito ao trabalho, à livre escolha de emprego, a condições justas e favorá-
veis de trabalho e à proteção contra o desemprego. 
2. Todo ser humano, sem qualquer distinção, tem direito a igual remuneração por igual trabalho. 
3. Todo ser humano que trabalha tem direito a uma remuneração justa e satisfatória que lhe asse-
gure, assim como à sua família, uma existência compatível com a dignidade humana e a que se
acrescentarão, se necessário, outros meios de proteção social. 
4. Todo ser humano tem direito a organizar sindicatos e a neles ingressar para proteção de seus in-
teresses.

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Artigo 24
Todo ser humano tem direito a repouso e lazer, inclusive a limitação razoável das horas de tra-
balho e a férias remuneradas periódicas.

Artigo 25
1. Todo ser humano tem direito a um padrão de vida capaz de assegurar a si e à sua família saúde,
bem-estar, inclusive alimentação, vestuário, habitação, cuidados médicos e os serviços sociais
indispensáveis e direito à segurança em caso de desemprego, doença invalidez, viuvez, velhice ou
outros casos de perda dos meios de subsistência em circunstâncias fora de seu controle. 
2. A maternidade e a infância têm direito a cuidados e assistência especiais. Todas as crianças, nas-
cidas dentro ou fora do matrimônio, gozarão da mesma proteção social.

Artigo 26
1. Todo ser humano tem direito à instrução. A instrução será gratuita, pelo menos nos graus elemen-
tares e fundamentais. A instrução elementar será obrigatória. A instrução técnico-profissional
será acessível a todos, bem como a instrução superior, esta baseada no mérito. 
2. A instrução será orientada no sentido do pleno desenvolvimento da personalidade humana e do
fortalecimento do respeito pelos direitos do ser humano e pelas liberdades fundamentais. A ins-
trução promoverá a compreensão, a tolerância e a amizade entre todas as nações e grupos raciais
ou religiosos e coadjuvará as atividades das Nações Unidas em prol da manutenção da paz. 
3. Os pais têm prioridade de direito na escolha do gênero de instrução que será ministrada a seus
filhos.

Artigo 27
1. Todo ser humano tem o direito de participar livremente da vida cultural da comunidade, de fruir
as artes e de participar do progresso científico e de seus benefícios. 
2. Todo ser humano tem direito à proteção dos interesses morais e materiais decorrentes de qual-
quer produção científica literária ou artística da qual seja autor.

Artigo 28
Todo ser humano tem direito a uma ordem social e internacional em que os direitos e liberdades
estabelecidos na presente Declaração possam ser plenamente realizados.

Artigo 29
1. Todo ser humano tem deveres para com a comunidade, na qual o livre e pleno desenvolvimento
de sua personalidade é possível. 
2. No exercício de seus direitos e liberdades, todo ser humano estará sujeito apenas às limitações
determinadas pela lei, exclusivamente com o fim de assegurar o devido reconhecimento e res-
peito dos direitos e liberdades de outrem e de satisfazer as justas exigências da moral, da ordem
pública e do bem-estar de uma sociedade democrática. 

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Responsabilidade Social
3. Esses direitos e liberdades não podem, em hipótese alguma, ser exercidos contrariamente aos
objetivos e princípios das Nações Unidas.

Artigo 30
Nenhuma disposição da presente Declaração poder ser interpretada como o reconhecimento a
qualquer Estado, grupo ou pessoa, do direito de exercer qualquer atividade ou praticar qualquer ato
destinado à destruição de quaisquer dos direitos e liberdades aqui estabelecidos.

UNICEF. Declaração Universal dos Direitos Humanos. Res. 217 AIII. 1948. Disponível em: http://www.unicef.org/
brazil/pt/resources_10133.htm. Acesso em jan 2016.

MÓDULO VI – PROGRAMA 5 S
Método que visa tornar os ambientes de trabalho organizados, ordenados, limpos e saudáveis,
o Programa 5S pode ser considerado a porta de entrada para a Qualidade Total.
O Programa 5S foi concebido por Kaoru Ishikawa em 1950, no Japão do pós-guerra (2ª Guerra
Mundial). Leva esse nome devido às iniciais das cinco palavras japonesas que sintetizam as cinco eta-
pas do programa: SEIRI, SEITON, SEISO, SEIKETSU, SHITSUKE.

JAPÃO SENSO DE AÇÃO


Utilização e
Seiri Selecionar o que é útil e descartar o que é inútil*.
Descarte
Identificar e ordenar os objetos selecionados e o local onde
Seiton Ordenação
estão.
Seiso Limpeza Limpar o local que foi ordenado.
Higiene e Segu- Criar hábitos para o local que foi limpo e para as pessoas que
Seiketsu
rança permanecem nele.
Criar disciplina na execução das etapas anteriores e, se for ne-
Shitsuke Autodisciplina
cessário, recomeçar.

* Tenha sempre em mente: o que é inútil para você pode ser útil para outra pessoa.
O programa 5S não se resume a mudar a aparência do local de trabalho ou outro local qualquer.
Na verdade, sua essência é outra: MUDAR ATITUDES E COMPORTAMENTO.

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Responsabilidade Social
TEXTO COMPLEMENTAR
Brasil: sociedade do desperdício
Em 2010, o País produziu 60,8 milhões de toneladas de lixo, quantidade 6,8% mais alta que a de
2009 e seis vezes maior que o crescimento populacional

Por  Reinaldo Canto — publicado 03/05/2011

Em 2010, o Brasil produziu 60,8 milhões de toneladas dos chamados resíduos sólidos urbanos.
Essa quantidade foi 6,8% mais alta que a registrada em 2009 e seis vezes maior que o crescimento
populacional que, no mesmo período, ficou em pouco mais de 1%. De todo esse resíduo, cerca de 6,5
milhões de toneladas foram parar em rios, córregos e terrenos baldios. Ainda 42,4%, ou seja, 22,9
milhões de toneladas foram depositados em lixões e aterros controlados e que não fazem o tratamen-
to adequado dos resíduos. Estas conclusões fazem parte do estudo Panorama dos Resíduos Sólidos
divulgado na semana passada pela Abrelpe (Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e
Resíduos Especiais).
Detalhes do mesmo relatório demonstram que estamos muito, mas muito distantes de tornar
o consumo consciente uma prática cotidiana na vida das pessoas em nosso país. Um bom exemplo é
que no ano passado, a média de lixo gerado por brasileiro ficou em 378 quilos, o que é 5,3% superior
aos 359 quilos de lixo per capita computados em 2009.

O que esperar do futuro 


Em uma sociedade de consumo que vem se caracterizando pelo culto ao descartável, a quanti-
dade de lixo é proporcional a falta de consciência e ações que passam por todos os setores, sejam eles
públicos ou privados, até chegar ao próprio cidadão.
Se por um lado podemos registrar com orgulho que no Brasil temos o mais alto nível de recicla-
gem de latinhas de alumínio do mundo, por outro, também é fácil afirmar que existem materiais tão
diversos como papel, papelão, vidro, isopor, garrafas PET, sacolas plásticas e tantos outros que são
perfeitamente recicláveis e que simplesmente não o são, por falta de apoio a coleta e comercialização.
Pelo menos 30% dos lixos domiciliares são compostos de materiais recicláveis, mas apenas 1% acaba
sendo, efetivamente, recuperado pela coleta seletiva.
É muito triste imaginar que toneladas de material reciclável entopem os lixões e aterros quando
poderiam voltar a ser utilizados por empresas em produção de novos produtos. Um caso exemplar
é o do vidro. Um quilo de vidro é totalmente aproveitado na reciclagem num círculo virtuoso que
contribui para que não sejam necessárias as extrações de matérias-primas existentes na natureza.
Isso vale para todos os outros materiais que são descartados. Papéis reutilizados e reciclados evitam
o corte de árvores; sacolas plásticas reutilizadas e recicladas deixam de entupir bueiros, poluir rios e
mares etc.
As razões para esse estado de coisas são inúmeras: ausência de políticas públicas efetivas de
incentivo a coleta e reciclagem e de educação ambiental para a população; uma parte da iniciativa
privada que não se empenha em tratar resíduos e criar ações para reaproveitamento de materiais
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Responsabilidade Social
na sua linha de produção e o cidadão que desperdiça, não reutiliza, não recicla e ainda joga lixo nas
praças, ruas, rios e lagos.

Política Nacional de Resíduos Sólidos para mudar a realidade 


Boa parte das esperanças para reverter esse quadro reside na Política Nacional de Resíduos Só-
lidos (PNRS), regulamentada em dezembro de 2010 e que estabelece o princípio da responsabilidade
compartilhada em relação à destinação dos resíduos. Todos os integrantes da cadeia produtiva sejam
eles fabricantes, distribuidores, importadores, comerciantes e até mesmo os consumidores serão res-
ponsáveis por todo o processo de ciclo de vida do produto até a disposição final, também conhecido
como logística reversa. Nessa conta de responsabilidades também estarão inseridos os serviços de
limpeza públicos e de manejo dos resíduos sólidos. A lei prevê ainda o fim dos lixões em todos os
municípios brasileiros até 2014.
Diante do aumento da geração de lixo, os desafios propostos pela nova política são enormes e
vão requerer esforços dobrados nos próximos anos. Portanto, é preciso também trazer outras ques-
tões para a discussão que contribuam para avançar nesse processo.

Cobrar o que é de graça, aumentar o preço do que for muito barato 


Um caminho é dar o devido valor ao que hoje é tratado como lixo. Se o poder público garantisse
preços convidativos para os materiais hoje menos atrativos, tenho certeza que teríamos mais plás-
ticos, papéis, vidros, isopores, entre outros, sendo recolhidos com eficiência e, consequentemente,
voltariam para a cadeia produtiva ao invés de descartados.
Vivemos situações críticas em várias áreas vitais para a sobrevivência humana, a questão da
geração do lixo, da contaminação das águas, o desmatamento e o aquecimento global estão entre as
principais. Infelizmente, medidas isoladas sejam do poder público, sejam da iniciativa privada e até de
cidadãos mais conscientes são louváveis, mas de resultado limitado.
Cobrar por todos esses materiais e embalagens dando valor ao que as pessoas hoje descartam
seria uma maneira rápida de mudar a realidade tenebrosa do desperdício, do descarte inconsequente
e da falta de educação.
O melhor, é claro, seria conquistar consciências, mas é óbvio também que os resultados tem
sido modestos até mesmo nos países ditos desenvolvidos e educados.

Boa notícia chega do varejo! 


Falando em outros países, algo que já foi adotado fora do Brasil vai chegar por aqui nos próximos
dias: a cobrança pelas sacolas plásticas!
No próximo dia 9 de maio, um acordo será assinado pela APAS (Associação Paulista de Super-
mercados) e o Governo do Estado de São Paulo prevendo, inicialmente, uma campanha de 6 meses
para a conscientização do consumidor para a importância de usar sacolas retornáveis, caixas ou carri-
nhos de feira no transporte das compras. Após esse período, ou seja, meados de novembro, as sacolas
plásticas tradicionais, que demoram cerca de 100 anos para se decompor, serão substituídas por saco-
linhas feitas à base de amido. Essa nova sacola se decompõe no máximo em 180 dias e será vendida

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Responsabilidade Social
pelo preço de custo (R$ 0,20 a unidade).
Essa experiência já foi adotada com sucesso em Jundiaí, cidade de 370 mil habitantes, próxima
a Campinas. Hoje apenas 5% dos consumidores acabam por adquirir as sacolinhas biodegradáveis. A
maioria esmagadora já se acostumou a nova realidade e, como em outros países, abandonou o uso
das sacolas descartáveis.
Quem sabe se com mais ações como essa e um pouquinho mais de consciência, os números do
Panorama de Resíduos Sólidos em 2012 não poderão apresentar surpresas mais agradáveis que os
deste ano?

Canto, R. Sociedade do Desperdício. Artigo publicado em 2011. Disponível em: http://www.cartacapital.com.br/


sociedade/brasil-perde-de-goleada-para-a-sociedade-do-desperdicio. Acesso em jan 2016.

MÓDULO VII – RESPONSABILIDADE SOCIAL NO CONTEXTO PROFIS-


SIONAL
De acordo com OLIVEIRA (2011), “a globalização que requer novas tecnologias e mudanças na
produção demanda também um novo tipo de profissional, flexível, criativo, capaz de compreender
todo o processo por trás da atividade que exerce. Esse profissional deve também entender o papel
fundamental que pode ter em sua comunidade, buscando seu desenvolvimento pessoal, porém sem
prejuízo para o coletivo.”
Em um mundo que apresenta tantos desafios, não é possível que um profissional, de qualquer
área, não se preocupe com o peso das suas decisões e ações.
Utilizar suas habilidades técnicas para buscar soluções para problemas vivenciados por um de-
terminado grupo de pessoas é somente uma das vertentes da Responsabilidade Social no contexto
profissional.
Dependendo da área onde atua, o profissional já desenvolve ações que têm um contexto social,
ou ambiental, bastante explícito. É o caso, por exemplo, de profissionais da educação, saúde, assis-
tência social, de funcionários de ONGs. A atividade que estes profissionais desempenham exigem que
eles estejam em sintonia com questões sociais.
O mesmo acontece, por exemplo, com um Técnico em Meio Ambiente, cuja atuação já é desen-
volvida tendo sempre como foco a sustentabilidade ambiental.
Mas, o que acontece com profissionais de áreas que, aparentemente, não estão relacionadas a
contextos sociais ou ambientais?
Em algumas áreas, a falta de sintonia com questões sociais ou ambientais é somente aparente.
Aparente porque a Responsabilidade Social está em todas as áreas.

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Responsabilidade Social
Um Técnico em Eletrônica, por exemplo, pode desenvolver um novo modelo de cadeira de rodas
motorizada. Além do produto em si ser totalmente relacionado à Responsabilidade Social, a mesma
estará mais em evidência se o profissional pensar em uma solução para diminuir o custo de tal cadeira;
possibilitando assim que mais pessoas com necessidades especiais possam ter acesso a esse recurso.
Para quem pensa que a área de exatas está fora do contexto social, isso não é verdade.
Esta área está recheada de recursos que são desenvolvidos para melhorar a qualidade de vida
das pessoas.
Mas, o profissional pode, e deve, ir além das suas atividades profissionais. Isto nos leva a uma
outra vertente da Responsabilidade Social no contexto profissional: o voluntariado.
De acordo com a Organização das Nações Unidas, “voluntário é o jovem, adulto ou idoso que,
devido a seu interesse pessoal e seu espírito cívico, dedica parte do seu tempo, sem remuneração, a
diversas formas de atividades de bem estar social ou outros campos.”
No Brasil, o artigo 1º da Lei 9.608, de 18 de fevereiro de 1998, define como serviço voluntário
“a atividade não remunerada, prestada por pessoa física a entidade pública de qualquer natureza, ou
a instituição privada de fins não lucrativos, que tenha objetivos cívicos, culturais, educacionais, cientí-
ficos, recreativos ou de assistência social, inclusive mutualidade.”
Independente da forma como é definido o voluntariado, o que fica claro, quando o assunto é
abordado é que o voluntário é aquele que pensa no outro, que se dispõe a doar seu tempo em prol
do coletivo, seja desenvolvendo ações que são relacionadas a seu dia a dia profissional, seja desenvol-
vendo ações que o levem a sair de sua zona de conforto.
Seja qual for a definição, o voluntário é alguém que “respira” Responsabilidade Social, no seu
mais profundo sentido.

TEXTO COMPLEMENTAR
Trecho retirado do artigo Responsabilidade social e voluntariado no Brasil, de Renato Arcúrio

Um objetivo comum e a cada dia mais presente na vida das organizações é a respon-
sabilidade social e entre as pessoas o voluntariado, que juntos estão ganhando força
e crescendo em busca de um desenvolvimento sustentável.

Renato Arcúrio

[...] Trabalho Voluntário


Ser voluntário é doar o tempo para causas de interesses sociais. A ação voluntária requer pre-
paração e responsabilidades. O voluntariado é uma forma de participação cidadã, da qual todos os
indivíduos, sem restrição física, social, de escolaridade ou financeira, podem participar.

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Responsabilidade Social
O papel dos voluntários, antes tido como filantrópico e assistencialista, hoje representa um mar-
co de transformação social que amplia o alcance desse serviço em diferentes atividades e agrega
valores.
Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), no Manual do Voluntário: “o voluntário é o
jovem ou adulto que, devido ao seu interesse pessoal e ao seu espírito cívico, dedica parte de seu
tempo, sem remuneração alguma, a diversas formas de atividades, organizadas ou não, de bem-estar
social ou outros campos”.
No Brasil, a Lei 9.608 de 18 de fevereiro de 1998, que dispõe sobre os serviços voluntários,
define o voluntariado como o trabalho não-remunerado realizado por pessoas físicas, que não gera
nenhum tipo de vínculo empregatício, obrigações trabalhistas ou previdenciárias.
O voluntário é aquele que está disposto a olhar o outro, importando-se com ele e fazendo algo
de bom pela pessoa que pretende ajudar, doando para isso seu tempo, trabalho e talento. Em situ-
ações de desastres, os voluntários, devidamente capacitados e em sintonia com os órgãos oficiais
responsáveis, podem contribuir trazendo novas idéias, executando tarefas, exercendo funções especí-
ficas e, principalmente, multiplicando esforços.
Por canalizar esforços de pessoas de diferentes áreas e diferentes níveis hierárquicos num pro-
pósito comum, muitos voluntários concordam que as ações de voluntariado derrubam quaisquer bar-
reiras impostas pela rotina do trabalho. Além disso, estimulam o sentimento de equipe, o que propicia
uma integração ainda maior.

Voluntariado no Brasil
Desde nossa colonização temos trabalho voluntário no Brasil, só que com características e obje-
tivos diferentes, e o que é interessante é que ele sempre foi importante para a sociedade. A caridade,
o assistencialismo, e a militância política deram lugar à solidariedade, ao desejo de fazer o bem, ao
exercício de cidadania.
O trabalho voluntário nos últimos 10 anos assumiu um significado muito especial e significativo,
pois de um caráter muito mais voltado para a caridade e o altruísmo, o trabalho voluntário passa a
ter uma característica de vontade de mudança e transformação. Esta característica está muito ligada,
talvez, a um sentimento de responsabilidade e de culpa que, entre outros, contribuíram para o nasci-
mento da visão de responsabilidade social. Um breve histórico do trabalho voluntário na Brasil, para
termos uma idéia de sua evolução e de sua compreensão atual.
Séc. XVI – primeiras manifestações de assistência social, baseadas em princípios da caridade
cristã. Segunda metade do séc. XIX – “cruzada filantrópica” em vista da disseminação de doenças
contagiosas (órfãos, alienados, inválidos, delinquentes), trabalho essencialmente feminino com enfo-
que na caridade. A partir de 1930 – conceito de filantropia – a partir da transferência do Estado para
a sociedade civil da atenção social à grande massa de trabalhadores sem carteira assinada. Final da
década de 50 – movimentos sociais reivindicatórios estruturam organizações, sofrendo retração de
1965 a 1980 por influência do Estado. Anos 80 – corresponsabilidades das questões sociais entre Es-
tado, sociedade civil (ONGs, Fundações e empresas). Anos 90 – voluntário é o cidadão motivado pela
solidariedade e participação em prol de causas de interesse social e comunitário.

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Responsabilidade Social
Segundo Lima(2010), o caráter de mudança e ajuste social, que o trabalho voluntário propõe
atualmente, não há dúvida de sua importância, pois que esse movimento de pessoas que se dispõem
a ajudar, pressupõe um movimento de mudança de atitude e, portanto, mudança de ética, já que ela
– orientadora da conduta individual e social - é o determinante de fato do quadro de exclusão.
Além da importância natural que têm os esforços voltados ao trabalho e aos estudos em busca
de desenvolvimento acadêmico e profissional, ganha cada vez mais relevância no currículo o campo
dedicado aos trabalhos voluntários. Um dos motivos para que isso ocorra é a preocupação das pró-
prias empresas com o conceito de sustentabilidade. Pela lógica das empresas, se elas querem ser bem
vistas do ponto de vista sócio-ambiental, é essencial que seus funcionários dêem o exemplo primeiro.

Ética no Voluntariado
O trabalho solidário, por meio do voluntariado, respeita valores, regras e princípios éticos, como
em qualquer profissão. Todo voluntário possui uma motivação e, independente desta, é essencial in-
tegrar responsabilidades e ética na função a ser executada.
Sobre isso, Srour (2000, p.51) afirma:

“Os dispositivos que compõem os códigos morais traduzem valores, princípios, nor-
mas ou idéias e vão sendo aplicados pelos agentes a situações concretas. Funcio-
nam, portanto, como receituários, compêndios de prescrições ou manuais a seguir
nas mais diversas ocorrências.”

Ao optar por assumir esse papel de voluntário, o cidadão deve ter em mente que em conjunto
a isto deve adotar uma postura ética que esteja de acordo com o papel que ele está se propondo a
exercer.
De acordo com Srour apud Souza (2000, p. 57), “a ética não é uma etiqueta que a gente põe
e tira, é uma luz que a gente projeta para segui-la com os nossos pés, do modo que pudermos, com
acertos e erros, sempre e sem hipocrisia”.
Esse conceito confirma a importância da ética em todos os momentos, seja ele profissional ou
pessoal, e no trabalho voluntário a ética deve estar sempre alinhada de acordo com o objetivo do bem
social para que o trabalho tenha sentido e resultados satisfatórios para a sociedade.
Sobre isso, Neto e Froes (2001, p. 15) afirmam, “A ética da responsabilidade social veio para
superar os efeitos perversos da ética da irresponsabilidade social, dos globalismos ideologizantes, do
domínio do dinheiro em estado puro e consumismos desenfreados.”
Com isso percebemos que não basta apenas ter a idéia de adotar uma causa social, para ser um
voluntário devemos adotar a ética como fonte de princípios e como um caminho que devemos seguir
diariamente em busca dos objetivos sócias.

Benefícios do Trabalho Voluntário


O voluntariado tem um impacto significativo e positivo na comunidade. Mas também traz van-
tagens para o próprio voluntário. Pode trazer: maior estabilidade emocional, possibilidade de fazer o

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Responsabilidade Social
que realmente gosta, oportunidade de fazer novas amizades e ampliar o seu círculo de relacionamen-
tos, descoberta de novas potencialidades, que não havia percebido antes, mudanças de pontos de vis-
tas sobre o seu próprio valor, melhorando inclusive a auto-estima, opções de impulsionar sua carreira,
entre outros. O voluntariado é uma excelente ferramenta para ajudar a desenvolver sua comunidade
e causar um impacto positivo na qualidade de vida das pessoas.
Peter Drucker, certamente o maior consultor do século, há décadas já dizia que o funcionário
que presta serviços voluntários, por ser solidário à dor do próximo, é mais produtivo.
Cada vez mais comum nas entrevistas de emprego e estágio, o questionamento sobre a realiza-
ção de trabalhos temporários ou mesmo voluntários são muito importantes para descrever o perfil de
um candidato.
Isso porque a impressão passada é de que o profissional investe parte do seu tempo em outras
pessoas e possui qualidades como facilidade de relacionamento interpessoal e capacidade de ouvir.
Mas o principal aspecto positivo dessa ação é que o candidato não é acomodado. Ele realiza ações
importantes - mesmo não ganhando para isso – e deixa claro que seu objetivo não é apenas o salário,
mas também o projeto que realiza.
Mas não é apenas pela melhoria da forma como a empresa é vista perante a sociedade que faz
do voluntariado algo valorizado. Esse tipo de iniciativa leva o profissional a desenvolver valores como
iniciativos e trabalho em grupo, o que é útil especialmente para pessoas em início de carreira cuja
pouca experiência pode limitar a disputa por vagas. Outra habilidade desenvolvida por profissionais
engajados em causas voluntárias é a de alcançar objetivos por meio da gestão de recursos escassos,
característica inerente a grande parte dos projetos sociais.
Para as empresas, é ótimo ter colaboradores com esse perfil, pois eles são capazes de fazer a
diferença em situações em que a maioria não reage. Já os candidatos, precisam estar atentos ao fato
de que o voluntariado exige tempo de dedicação, frequência e disponibilidade.
Existem inúmeras vantagens para as pessoas que desenvolvem um trabalho voluntário que po-
demos citar, porém a maior vantagem que pode ser percebida é a de que o voluntário está caminhan-
do de mãos dadas com a sociedade em busca de um mundo melhor.

Considerações Finais
Muita gente não dá tanta credibilidade ao trabalho voluntário. Entretanto, quem já participou
de uma atividade como essa sabe o quanto é gratificante. Além de gerar benefícios pessoais, este é o
tipo de ação que pode contribuir para o seu crescimento profissional.
No caso da empresa, a marca fica fortalecida, a produtividade aumenta e os funcionários passam
a se comprometer ainda mais, resultando na conquista de um número maior de clientes. Além disso, o
voluntariado favorece o trabalho em equipe e deixa o ambiente na organização mais agradável.
Para o empregado, ele promove a possibilidade de trabalho em grupo, desenvolvendo várias ha-
bilidades, como capacidade de resolver problemas e de propor soluções. Outra vantagem do trabalho
voluntário é que ele pode enriquecer o seu currículo e abrir portas para um novo emprego.

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Responsabilidade Social
Apesar de tudo, os verdadeiros beneficiados são aqueles que recebem este tipo de ação. Por
isso, não deixe de ajudar, pois não há forma melhor de fazer bem a si mesmo, do que fazendo o bem
a outras pessoas.
Assim, finalizo este projeto mostrando que a responsabilidade social e o trabalho voluntário es-
tão caminhando juntos nesse processo de sustentabilidade e que com o empenho de todos na busca
do bem comum, podemos viver em uma sociedade cada vez melhor.

ARCÚRIO,R. Responsabilidade social e voluntariado no Brasil. Disponível em: http://www.contabilidadetoledo.


com.br/pv_art006.htm. Acesso em jan 2016.

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Responsabilidade Social

FONTES DE PESQUISA

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quenosqueremos.org.br/sustainability.php>. Acesso em jan 2016.

Centro Regional de Informação das Nações Unidas: www.unric.org. Disponível em:<http://www.unric.


org/html/portuguese/uninfo/DecdoMil.pdf>. Acesso em jan 2016.

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, IBGE: www.ibge.gov.br. Disponível em: <http://www.


ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/censo2010/trabalho_infantil/default_xls.shtm>. Acesso em
jan 2016.

Instituto de Tecnologia Social, ITS Brasil: www.itsbrasil.org.br. Disponível em: <http://www.itsbrasil.


org.br/conceito-de-responsabilidade-social>. Acesso em jan 2016.

Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia, Imazon: www.imazon.org.br. Disponível em:


<http://www.imazon.org.br/publicacoes/transparencia-florestal/transparencia-florestal-amazonia-
-legal/boletim-do-desmatamento-sad-novembro-de-2013>.

Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social: www.ethos.org.br. Disponível em: <http://


www3.ethos.org.br/cedoc/responsabilidade-social-empresarial-e-sustentabilidade-para-a-gestao-
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<http://www3.ethos.org.br/cedoc/relacionamento-com-partes-interessadas/#.Uqyi5PRDuQ5>.

<http://www3.ethos.org.br/cedoc/relacionamento-com-partes-interessadas/#.UqzM0PRDuQ5>.

<http://www3.ethos.org.br/cedoc/generosidade-o-quarto-elemento-do-triple-bottom-line/#.UqzL-
BPRDuQ4>.

Ladislau Dowbor: www.dowbor.org.br. Disponível em: <http://dowbor.org/2013/05/gestao-social-e-


-transformacao-da-sociedade.html/>

Mapa da Violência: < http://mapadaviolencia.org.br/>

Mestrado em Gestão Social, Educação e Desenvolvimento Local – UNA: http://www.mestradoemg-


sedl.com.br/. Disponível em: <http://www.mestradoemgsedl.com.br/wp-content/uploads/2010/06/
Disserta%C3%A7%C3%A3o_Juliceli-M%C3%A1rcia-de-Oliveira.pdf>.

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Responsabilidade Social
Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome: www.mds.gov.br. Disponível em:

< http://www.mds.gov.br/saladeimprensa/migracao/noticias/artigo-o-assistencialismo-e-o-bolsa-fa-
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Organização das Nações Unidas, ONU: www.onu.org.br. Disponível em:

<http://www.onu.org.br/faca-parte-da-onu/voluntariado/>.

ONG Repórter Brasil: www.reporterbrasil.org.br. Disponível em: <http://reporterbrasil.org.br/2013/12/


trabalho-escravo-e-tema-de-serie-de-reportagens-especiais-da-globo-news/>.

Portal Brasil: www.brasil.gov.br. Disponível em: <http://www.brasil.gov.br/cidadania-e-justi-


ca/2013/09/pnad-2012-trabalho-infantil-registra-156-mil-casos-a-menos>

Portal da Administração: www.administradores.com.br. Disponível em: <http://www.administrado-


res.com.br/artigos/carreira/responsabilidade-social-e-voluntariado-no-brasil/58643/>

Portal do Planalto: www.planalto.gov.br. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/


L9608.htm>.

Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD): www.pnud.org.br. Disponível em:<ht-
tp://www.pnud.org.br/ODM.aspx>.

UNICEF. Declaração Universal dos Direitos Humanos. Res. 217 AIII. 1948. Disponível em: http://www.
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ARCÚRIO,R. Responsabilidade social e voluntariado no Brasil. Disponível em: http://www.contabilida-


detoledo.com.br/pv_art006.htm. Acesso em jan 2016.

Canto, R. Sociedade do Desperdício. Artigo publicado em 2011. Disponível em: http://www.carta-


capital.com.br/sociedade/brasil-perde-de-goleada-para-a-sociedade-do-desperdicio. Acesso em jan
2016.

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Curso Técnico em

ENFERMAGEM
Etapa 1

ANATOMIA E
FISIOLOGIA HUMANA

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SUMÁRIO

1 Introdução à Anatomia..................................................................................................................128
2 Anatomia Topográfica....................................................................................................................132
3 Citologia.........................................................................................................................................137
4 Histologia.......................................................................................................................................141
5 Sistema Ósseo ..............................................................................................................................156
6 Sistema Muscular .........................................................................................................................176
7 Sistema Circulatório ......................................................................................................................189
8 Sistema Respiratório .....................................................................................................................205
9 Sistema Digestivo ..........................................................................................................................220
10 Sistema Urinário .........................................................................................................................239
11 Sistema Reprodutor Masculino ..................................................................................................252
12 Sistema Reprodutor Feminino ....................................................................................................259
13 Sistema Nervoso .........................................................................................................................267
14 Sistema Sensorial ........................................................................................................................289
15 Sistema Endócrino ......................................................................................................................300

Exercícios .........................................................................................................................................310

Referências Bibliográficas ................................................................................................................325

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Anatomia e Fisiologia Humana
DISTRIBUIÇÃO DE PONTOS

1º Bimestre

• 20,0 pts - a critério do professor;
• 20,0 pts – Avaliação Bimestral

**Avaliação Suplementar (notas menores que 24,0 pts)

2º Bimestre

• 20,0 pts – a critério do professor;
• 10,0 pts – Mostra Científica;
• 30,0 pts – Avaliação Final;

**100,0 pts – Recuperação final (notas finais da etapa entre 40 e 59 pontos)

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Anatomia e Fisiologia Humana
1 INTRODUÇÃO À ANATOMIA

No  seu  conceito  mais  amplo,  a  Anatomia  é  a  ciência  que  estuda  macro  e microscopicamen-
te, a constituição e desenvolvimento dos seres organizados.

Ramos da Anatomia:
• Citologia: estudo da célula.
• Histologia: estudo dos tecidos e de como estes se organizam para a formação de órgãos.
• Embriologia: estudo do desenvolvimento do indivíduo.
Especificamente  a  Anatomia  (ana  =  em  partes;  tomein  =  cortar)  macroscópica  é estuda-
da pela dissecação de peças previamente fixadas por soluções apropriadas.
O  homem  pode  ser  visto  como  uma  organização  de  pequenas  unidades  chamadas célu-
las, um agregado de células diferenciadas e semelhantes compõem um tecido. Os tecidos por sua vez for-
mam órgãos e os órgãos formam sistemas.
Os  sistemas  que  compõe  o  organismo  do  indivíduo  são:  Tegumentar;  Esquelético; Muscu-
lar; Nervoso; Circulatório; Respiratório; Digestório; Urinário; Genital Masculino e Feminino; Endócri-
no e o Sensorial.

Variação Anatômica.
São  as  diferenças  morfológicas  são  denominadas  variações  anatômicas  e  podem apresentar-
-se externamente ou em qualquer dos sistemas do organismo, sem que isso traga prejuízo funcio-
nal para o indivíduo.
Para o anatomista o padrão é o normal. Quando o desvio do padrão anatômico altera a fun-
ção, diz-se que trata de uma anomalia.
Se  a  anomalia  for  tão  acentuada  de  modo  a  deformar  profundamente  a  construção do  cor-
po  do  indivíduo,  sendo  incompatível  com  a  vida  denomina-se  monstruosidade,  por ex. a agene-
sia do encéfalo.
Os  fatores  que  determinam  as  variações  anatômicas  são:  idade,  sexo,  raça, biótipo  (longilí-
neo, brevilíneo, mediolíneo) e a evolução.

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Anatomia e Fisiologia Humana
Figura – Divisão anatômica do corpo humano.

Disponível em: www.harpenden-skinfold.com. Acesso em jan 2016.

Divisão do Corpo Humano:

Posição Anatômica
A posição anatômica é uma convenção adotada em anatomia para descrever as posições espa-
ciais dos órgãos, ossos e demais componentes do corpo humano.
Indivíduo em posição ereta (em pé, bípede), com a face voltada para a frente, o olhar dirigi-
do  para  o  horizonte,  membros  superiores  estendidos,  aplicados  ao  tronco  e com  as  palmas  volta-
das para frente, membros inferiores unidos, com as pontas dos pés dirigidas para frente.
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Anatomia e Fisiologia Humana
Planos de delimitação e secção do corpo humano
Na posição anatômica o corpo humano pode ser delimitado por planos tangentes à sua superfície.
a)  Dois  planos  verticais,  um  tangente  ao  ventre  (plano  ventral  ou  anterior)  e  outro  ao dor-
so (plano dorsal ou posterior).
∗  As  denominações  ventral  e  dorsal  são  reservadas  ao  tronco  e  anterior  e  posterior  aos
membros. Ex: Planos frontais = paralelos a fronte.
b)  Dois planos verticais tangentes aos lados do corpo plano lateral direito e plano lateral es-
querdo.
c)  Dois  planos  horizontais  tangentes  à  cabeça  (plano  cranial  ou  superior)  e  à  planta  dos
pés (plano podálico ou inferior). Ex: Plano caudal = (cóccix) tronco isolado.

Planos de Secção:
a)  Plano  mediano:  É  um  plano  vertical  que  passa  através  do  eixo  mais  longo  que  cru-
za o  corpo,  dos  pés  até  a  cabeça.  Divide  o  corpo  humano  em  metades  direita  e es-
querda.  O  que  quer  que  esteja  situada  próximo  a  este  plano  é  chamado  medial,  e  o
que está longe dele, lateral.  Toda  secção  do  corpo  feita  por  planos  paralelos  ao media-
no é uma secção sagital.

Figura- Plano anatômico

Disponível em: pt.slideshare.net. Acesso em jan 2016.

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Anatomia e Fisiologia Humana
b)  Plano  Coronal  ou  Frontal:  Passa  pelo  eixo  maior  (dos  pés  à  cabeça),  mas  é per-
pendicular  ao  plano  mediano,  separando  a  frente  do  corpo,  ou  ventre,  da  parte  de
trás,  ou  dorso.  Algo  em  posição  a  frente  do  plano  frontal  é  chamado  anterior,  ao  passo
que algo situado atrás desse plano é chamado posterior. Os planos de secção que são para-
lelos aos planos ventral e dorsal são frontais. A secção também é frontal.
Figura- Plano anatõmico

Disponível em: pt.slideshare.net. Acesso em jan 2016.

Figura- Plano anatõmico

Disponível em: pt.slideshare.net. Acesso em jan 2016.

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Anatomia e Fisiologia Humana
c)  Plano  horizontal,  transverso  ou  axial:  Os  planos  de  secção  que  são  paralelos  aos pla-
nos cranial, podálico e caudal são horizontais. A secção é transversal. Atravessa o eixo me-
nor do corpo, do dorso até o ventre, isto é, da posição posterior para a anterior. Divide a es-
trutura atravessada em porções superior e inferior.

Eixos do Corpo Humano:
São linhas imaginárias traçada no indivíduo.
a) Sagital, ântero-posterior: une o centro do plano ventral ao centro do plano dorsal.
b)  Longitudinal, crânio-caudal: une o centro do plano cranial ao centro do plano podálico.
c)  Transversal,  látero-lateral:  une  o  centro  do  plano  lateral  direito  ao  centro  do  plano late-
ral esquerdo.

Decúbitos
É um termo médico que se refere a posição da pessoa que está deitada, não necessariamen-
te dormindo.
a)  Decúbito dorsal ou supina: pessoa que deita com a barriga voltada para cima;.
b)  Decúbito ventral ou prona: pessoa que deita de bruços.
c)  Decúbito lateral: pessoa que deita de lado esquerdo ou direito.

2 ANATOMIA TOPOGRÁFICA
É  a  anatomia  que  visa,  essencialmente,  a  orientação  para  aplicação  médico- cirúrgia.  Estu-
da os vários segmentos do corpo humano, divididos em regiões chamadas topográficas, e os órgãos ne-
las contidos. A divisão segue-se esquematizada abaixo:

I) PESCOÇO:
a)  Região  anterior  do  pescoço.  Ex.:  tireóide,  paratireoide,  faringe,  laringe,  traquéia, esôfa-
go cervical.
b)  Região lateral direita e esquerda. Ex.: linfonodos.
c)  Região posterior. Ex.: linfonodos, coluna vertebral, medula espinhal.

II) TÓRAX:
a)  Cavidade pleural direita e esquerda. Ex.: pulmão direito e esquerdo, brônquios direito e es-
querdo, árvore brônquica direita e esquerda.

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Anatomia e Fisiologia Humana
b)  Mediastino.  Ex.:  osso  esterno,  traquéia,  coração,  aorta  torácica,  esôfago  torácico, colu-
na vertebral.

III) ABDOME:
a)  Região do hipocôndrio direito. Ex.: fígado, vesícula biliar.
b)  Região do epigástrio. Ex.: Estômago, cabeça do pâncreas, duodeno, coluna vertebral, aor-
ta abdominal.
c)  Região do hipocôndrio esquerdo. Ex.: baço, pâncreas (corpo e cauda).
d)  Região do flanco direito. Ex.: rim direito, supra renal direita, cólon ascendente.
e)  Região do mesogástrio. Ex.: cólon transverso, intestino delgado (jejuno e íleo), ureteres di-
reito e esquerdo, aorta abdominal, coluna vertebral.
f) Região do flanco esquerdo. Ex.: cólon descendente, rim esquerdo e supra renal esquerdo.
g)  Região  inguinal  direita  ou  fossa  ilíaca.  Ex.:  apêndice  cecal  ou  vermiforme,  ceco,  ovário
D e tuba uterina D.
h)  Região do hipogástrio. Ex.: bexiga, reto, coluna vertebral, útero, próstata, vesículas semi-
nais.
i) Região inguinal esquerda ou fossa ilíaca esquerda. Ex.: Cólon sigmoide, tuba uterina E, ová-
rio E.

Outra forma de divisão do corpo humano se dá através das linhas convencionais: Subcostal, bi-
-ilíaca e as hemiclaviculares. As regiões delimitadas pelas quatro linhas são:
a)  ímpares 
mediastino
epigástrio
mesogástrio
hipogástrio
b)  pares 
cavidade pleural Direito e Esquerdo.
hipocôndrios Direito e Esquerdo -flancos Direito e Esquerdo.
região inguinal ou fossa ilíaca Direita e Esquerda.

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Anatomia e Fisiologia Humana
Figura-Divisão anatômica da região abdominal.

Disponível em: www.comentarium.com.br › Gastroenterologia. Acesso em jan 2016.

Disponível em: www.comentarium.com.br › Gastroenterologia. Acesso em jan 2016.

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Anatomia e Fisiologia Humana
IV) MEMBROS SUPERIORES:
Regiões:
a)  Deltoidiana f) Terço superior do antebraço
b)  Terço superior do braço g)  Terço médio do antebraço
c)  Terço médio do braço h)  Terço inferior do antebraço
d)  Terço inferior do braço i)   Punho
e)  Cotovelo - prega do cotovelo j)   Dorsal da mão.

V) MEMBROS INFERIORES.
Regiões:
a) Glútea f) Terço superior da perna
b) Terço superior da coxa g) Terço médio da perna.
c) Terço médio da coxa h) Terço inferior da perna
d) Terço inferior da coxa i)  Dorsal do pé
e) Joelho - poplítea.

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Anatomia e Fisiologia Humana
Figura-Divisão do corpo humano.

Disponível em: https://es.pinterest.com/pin/432767845418542132/. Acesso em jan 2016.

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Anatomia e Fisiologia Humana
3 CITOLOGIA
É o ramo da anatomia que estuda a célula e seu funcionamento. A organização dos seres vi-
vos possui a seguinte sequência: Moléculas → células → tecidos → órgãos → sistemas → indivíduo.
A célula foi observada pela 1ª vez por um cientista chamado Robert Hooke, ao examinar pe-
daços de cortiça. Com os microscópios da época, as células se apresentavam como minúsculas ce-
las vazias, de onde o cientista retirou o nome CÉLULA. Com a melhoria dos microscópios, descobriu-
-se que as células não são vazias e sim compostas por uma complexa estrutura.
Dessa forma, a célula é a unidade morfofisiológica dos seres vivos, ou seja, é a unidade funda-
mental dos seres vivos. Todo ser vivo é formado por células, exceto o vírus.
De acordo com a organização de uma célula, ela pode ser classificada em procariota e eucario-
ta, dependendo se não possui ou se possui carioteca delimitando o núcleo.
A estrutura básica de uma célula eucariota é formada de membrana plasmática, citoplasma e nú-
cleo. Já a célula procariota por não possuir carioteca, tem o seu material nuclear disperso no citoplas-
ma. Este material recebe o nome de nucleóide.
Figura- Tipos de célula.

Disponível em: neetescuela.com › Biología. Acesso em jan 2016.

A  célula  dos  vegetais  também  é  uma  célula  eucariota,  diferenciando-se  da  célula dos ani-
mais  por  apresentar  externamente  à  membrana  plasmática  a  parede  celular, constituída  quimica-

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Anatomia e Fisiologia Humana
mente de celulose, o que lhe confere mais rigidez, e no seu interior existem organelas especializa-
das em realizar a fotossíntese. (cloroplastos – ricos em clorofila, pigmento verde).
Figura- Célula vegetal.

Disponível em: www.flickr.com. Acesso em jan 2016.

O corpo humano é pluricelular, isto é, composto por um número muito grande de células.

Formas das células
As células possuem formas variadas. Elas podem ser: cilíndricas, estreladas, fusiformes, discói-
des, alongadas e etc.
Figura- Formas celulares.

Disponível em: slideplayer.com.br/slide/3196905/. Acesso em jan 2016.

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Anatomia e Fisiologia Humana
A célula compõe-se de três partes: membrana plasmática, citoplasma e núcleo.
  Membrana  plasmática:  lipoproteica  (proteínas  e  lipídios).  Função  de  envolver  e prote-
ger a célula; regular a entrada e saída de substâncias; semipermeável; seletiva.
  Citoplasma:  é  toda  porção  da  célula  compreendida  entre  a  membrana  e  o  núcleo.  Nele
existem água, muitas substâncias dissolvidas e as organelas citoplasmáticas que desempe-
nham diversas funções vitais para a célula. Todo esse material viscoso no citoplasma cha-
ma-se hialoplasma.
  Núcleo:  apresenta-se  como  uma  organela  arredondada,  situada  geralmente,  no  centro
da célula. O núcleo é responsável pelo controle de todas as atividades da célula. É nele que
encontramos os cromossomos (cromatina – filamentos de DNA) responsáveis pela trans-
missão  das  características  hereditárias  dos  seres  vivos.  O núcleo  é  dividido  nas  seguin-
tes partes: membrana nuclear ou carioteca, suco nuclear ou cariolinfa, nucléolos e a croma-
tina (cromossomos).
A cariolinfa é um material gelatinoso presente no núcleo. O nucléolo é uma região de concen-
tração de RNA, responsável pela síntese de proteínas.
Como a membrana plasmática, a carioteca também se apresenta toda perfurada por poros. Atra-
vés desses poros ocorre troca de substâncias com o citoplasma.
Na maioria das células, elas possuem um núcleo. Existem casos, como as células do fígado, algu-
mas do estômago e da bexiga com dois núcleos.
As fibras musculares possuem vários núcleos cada uma. As hemácias nos mamíferos não pos-
suem núcleo.
A seguir será descrito um estudo das partes das célula e suas funções.
Figura- Partes da célula.

Disponível em: https://luisamariaarias.wordpress.com/2012/01/05/la-celula/. Acesso em jan 2016.

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Anatomia e Fisiologia Humana
Organelas citoplasmáticas
São estruturas encontradas no citoplasma e que desenvolvem funções vitais na célula. Elas são: mi-
tocôndria, complexo de Golgi, retículo endoplasmático, centríolo, ribossomos, lisossomos.
Figura- Célula animal

Disponível em: ciencias-mix.blogspot.com/2013/01/celula-animal.html. Acesso em jan 2016.

Mitocôndria: 
onhecida como “centro de energia” da célula, pois é nela que a glicose se converte em ener-
gia, a energia indispensável para o trabalho celular. Função: respiração celular.

Complexo de Golgi: 
Apresenta-se  como  um  empilhamento  de  bolsas  achatadas,  rodeadas de  pequenos  vacúo-
los e vesículas. Função: secreção celular; armazenamento e empilhamento de proteínas; síntese de li-
pídios e glicoproteínas.

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Anatomia e Fisiologia Humana
Ribossomos: 
São pequenos grãos constituídos por RNA e proteínas, presentes no citoplasma livre ou aderi-
dos às membranas do R. E. R. Função: síntese proteica.

Retículo Endoplasmático: 
Esta organela apresenta-se sob as formas de uma vesícula achatada e túbulos que se anastomo-
sam entre si. Há 2 tipos de retículos: liso (R.E.L.) e rugoso (R.E.R.).
  R.  E.  Rugoso  ou  Ergastoplasma:  possui  aderidos  ao  lado  externo  das  membranas grânu-
los chamados ribossomos.
  R. E. Liso: constituído apenas por membranas, não possui ribossomos nas membranas.
Função:  R.E.L.:  síntese  de  lipídios;  funciona  como  via  de  transporte  no  interior  da  cé-
lula; armazenamento  de  substâncias.  /  R.E.R.:  todas  do  R.E.L.  mais  síntese  protéi-
ca. Centríolos:  têm  forma  de  bastonetes  e  ocupam  uma  posição  próxima  ao  núcleo.  São  2
centríolos dispostos perpendicularmente. Função: atua na divisão celular; responsáveis por determi-
nados movimentos da célula; originam os cílios e flagelos.

Lisossomos:
Pequenas vesículas com enzimas hidrolíticas (digestivas). Função: digestão intracelular.

4 HISTOLOGIA
É o ramo da biologia que estuda os tecidos e suas funções. Ao conjunto de células semelhan-
tes entre si, que realizam a mesma função e tem a mesma origem embrionária, dá-se o nome de te-
cido.
a)  Tecido Epitelial 
• De revestimento.
• Glandular.
b)  Tecido Conjuntivo 
• Tec. Conjuntivo propriamente dito.
• Tec. Adiposo - Tec. Cartilaginoso.
• Tec. Ósseo - Tec. Sanguíneo.
c)  Tecido Muscular.
d)  Tecido Nervoso.
Os  tecidos  constituem  os  órgãos.  Em  nosso  corpo,  praticamente  todos  os  órgãos são forma-
dos pela associação de mais de um tipo de tecido. No estômago, por exemplo, há um tecido especiali-

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Anatomia e Fisiologia Humana
zado no revestimento interno, outro que dá resistência à parede estomacal, outro que permite a con-
tração do órgão, e assim por diante.

Tecido Epitelial
Possui células justapostas, com pouca ou nenhuma substância intercelular.
Reveste o corpo, forra as cavidades internas e forma as glândulas.
Não possui vasos sanguíneos e sua nutrição é feita pelo tec. conjuntivo adjacente.
Função: proteção do corpo, absorção de substâncias do meio, secreção de substâncias e percep-
ção de sensações, dependendo do órgão onde se localizam.

a) Tecido Epitelial de Revestimento
Figura- Tipos de epitélio

Disponível em: https://biolouco.wordpress.com/tag/tecidos/. Acesso em jan 2016

Reveste o corpo, as cavidades e órgãos. Recebe nome variado de acordo com o local onde é en-
contrado (pele, mucosa e serosa).
Os tecidos epiteliais que forram as cavidades de órgãos são chamados de mucosas (boca, na-
riz e etc.), e os que revestem os órgãos são as serosas (peritônio, pleura e pericárdio) .
Quanto ao número de camadas pode ser: simples, estratificado ou pseudo- estratificado.
Quanto a forma das células pode ser: cúbicas, pavimentosas, prismáticas ou de transição.

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Anatomia e Fisiologia Humana
b) Tecido Epitelial Glandular
Ao invés de formar lâminas, são aglomerados, podendo ou não ter canais excretores. As glân-
dulas são estruturas formadas pelo acúmulo de células epiteliais. De acordo com o destino da secre-
ção, as glândulas são classificadas em:
• Glândulas exócrinas: cujas secreções são lançadas fora da corrente sanguínea.
Elas possuem um canal ou duto de saída para as secreções. Exemplo: salivares, lacrimais, su-
doríparas.
• Glândulas endócrinas: cujas secreções são lançadas dentro da corrente sanguínea. Suas se-
creções são os hormônios. Não possuem duto. Exemplo: tireóide, hipófise, supra-renais.
• Glândulas  Anfícrinas  ou  mistas:  são  glândulas  que  possuem  uma  porção endócri-
na e uma exócrina. Exemplo: pâncreas, testículo e ovário.
Figura- Tecido epitelial glandular

Disponível em: www.sobiologia.com.br. Acesso em jan 2016.

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Anatomia e Fisiologia Humana

Disponível em: www.diabetescontrolada.ga. Acesso em jan 2016.

Em relação à maneira de eliminar a secreção, as glândulas podem ser:
• Holócrinas – as células secretoras são eliminadas junto com a secreção. Ex.: glândulas sebáceas.
• Merócrinas – só elimina a secreção, a célula fica intacta. Ex.: glândulas salivares, sudorípa-
ras, lacrimais e gástricas.
• Apócrinas – as células perdem parte do seu protoplasma (membrana plasmática, citoplas-
ma e organelas), junto com a secreção. Ex. glândula mamária.
Figura- Tipos de células

Disponível em: histologiaalalcancedeunclick.blogspot.com. Acesso em jan 2016.

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Anatomia e Fisiologia Humana
Tecido Conjuntivo
Une outros tecidos, sustentando-os e dando conjunto ao corpo. Não apresentam células justa-
postas, como os tecidos epiteliais. Apresenta grande quantidade de substância intercelular.
Está amplamente distribuído pelo nosso corpo, realizando diversas funções como a de sustenta-
ção, preenchimento, conexão, defesa e regeneração.
São cinco as variedades do tecido conjuntivo. São elas: conjuntivo propriamente dito, adipo-
so, cartilaginoso, ósseo e sanguíneo.

a) Tecido Conjuntivo Propriamente Dito – TCPD
É chamado de conjuntivo típico, rico em substância intercelular com função de sustentar e nu-
trir  os  tecidos  que  não  possuem  vascularização,  como  o  tecido  epitelial; preenchimento  de  espa-
ços, e fazer conexão em dois tecidos diferentes.
O TCPD é constituído de:
• S.F.A  (Substância  Fundamental  Amorfa)  é  uma  espécie  de  gelatina  que  envolve  as célu-
las e as fibras.
• Fibras.
Colágenas: proteína mais abundante no organismo. São grossas e resistentes. As fibras pre-
sentes na derme evitam que a pele rasgue quando esticadas;.
Elástica: proteína derivada da proteína elastina. Tem a propriedade de distender e retor-
nar ao cumprimento original.
Reticular: derivada do colágeno. Liga o tecido conjuntivo aos tecidos vizinhos.
• Apresenta  ainda  vários  tipos  de  células,  apresentando  como  principais  tipos celula-
res do T C P D:
• Fibroblasto: produz SFA e fibras. Principal tipo celular.
• Células mesenquimais:  são  células  indiferenciadas,  capazes  de  originar  outras  células
do conjuntivo (pode originar fibroblasto, células adiposas, etc.), pois mantêm a potenciali-
dade de células embrionárias. Confere ao tec. conjuntivo alta capacidade de regeneração.
• Macrófagos: são células especializadas na defesa dos tecidos, realizam fagocitose e pinoci-
tose.
• Plasmócitos: células produtoras de anticorpos.
• Mastócitos: células produtoras de heparina e histamina.
Dependendo  da  quantidade  de  fibras,  o  tec.  conjuntivo  pode  ser  classificado  como frou-
xo ou denso.

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Anatomia e Fisiologia Humana
Figura- Tecido conjuntivo

Disponível em: www.sobiologia.com.br/conteudos/Histologia/epitelio13.php. Acesso em jan 2016

O T.C.P.D. é também chamado de tecido conjuntivo frouxo, é delicado, flexível e está espalha-
do por todo o corpo envolvendo órgãos e preenchendo o espaço entre eles.
O  tecido  conjuntivo  denso  possui  maior  concentração  de  fibras  colágenas  e  é  mais resisten-
te. É encontrado nos tendões ( liga o músculo ao osso) e ligamentos ( liga os ossos entre si).

b) Tecido Adiposo
Tecido formado por células que acumulam gordura no seu interior, com isso o citoplasma e o nú-
cleo ficam deslocados para a periferia da célula. Estas células são chamadas de adipócitos. Este te-
cido  funciona  como  reserva  de  energia,  proteção  contra perda  de  calor,  contra  choques  mecâni-
cos e modelagem do corpo.
Figura- Reserva de gordura na celula

Disponível em: nutrindovidasaudavel.blogspot.com. Acesso em jan 2016.

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Anatomia e Fisiologia Humana
c) Tecido Cartilaginoso
É formado à partir de células mesenquimais que se transformam em condroblastos (células car-
tilaginosas jovens), responsáveis pelo crescimento da cartilagem. Estas fabricam a substância interce-
lular flexível. Os condroblastos crescem e transformam-se em condrócitos (células cartilaginosas adul-
tas), que ficam alojados em lacunas no interior da cartilagem.
É  um  tecido  rico  em  colágeno  e  elastina,  sem  vascularização.  Ao  redor  da cartilagem  o  teci-
do conjuntivo denso forma o pericôndrio (vascularizado e nutre a cartilagem), esse possui uma ca-
mada de células que pode dar origem a novos tipos de células, para regenerar o tecido cartilaginoso.
De acordo com a quantidade de fibras, as cartilagens podem ser classificadas em:
• Hialinas: cartilagem moderada de fibras colágenas, é a mais comum, bem homogênea, en-
contrada na traquéia, laringe, brônquios, superfície articulares dos ossos (longos) e na liga-
ção das costelas com o esterno.
• Elásticas: além de possuir as fibras colágenas, possui também fibras elásticas, o que lhe con-
fere maior elasticidade, encontrada na epiglote, pavilhão auditivo e septo nasal.
• Fibrosas: são cartilagens ricas em fibras colágenas o que confere maior resistência, encon-
tradas principalmente formando os discos intervertebrais, pubis.
As cartilagens normalmente estão associadas aos ossos e junto com os ossos compõe a susten-
tação do organismo.

d) Tecido Ósseo
É  o  tecido  formador  dos  ossos.  Formado  por  tecido  conjuntivo  no  qual  as  células secre-
tam  fibras  colágenas  e  fosfato  de  cálcio.  Os  cristais  de  fosfato  de  cálcio  associados às  fibras,  fa-
zem com que os ossos sejam muito mais duros do que as cartilagens.
É  um  tecido  de  sustentação  que  reúne  duas  propriedades:  rigidez  e  resistência.  Há três  ti-
pos de ossos: longos, chatos e curtos. O exame da parte interna desses ossos mostra regiões compac-
tas (sem cavidades) e regiões esponjosas (com cavidades).

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Anatomia e Fisiologia Humana

Disponível em: www.sobiologia.com.br. Acesso em jan 2016.

Um  osso  longo  possui  duas  epífises  e  uma  diáfise.  Ao  corte,  vê-se  o  tecido  ósseo esponjo-
so, em cujas lacunas se localizam a medula óssea vermelha (produtora de células do sangue) e na re-
gião  central  do  osso  (diáfise)  localiza-se  a  medula  amarela  (tutano), onde  ocorre  o  armazenamen-
to de gordura.
A estrutura microscópia da região periférica de um osso consiste de inúmeras unidades, chama-
das de sistemas de Havers. Cada sistema apresenta camadas concêntricas de células óssea, deposita-
das ao redor do canal de Havers onde existem vasos sanguíneos e nervos.
Os ossos são revestidos por bainhas de tecido conjuntivo o periósteo.
Figura- Periósteo

Disponível em: brasilescola.uol.com.br/biologia/tecido-osseo.htm. Acesso em jan 2016.

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Anatomia e Fisiologia Humana
Figura- Constituição óssea

Disponível em: www.ebah.com.br/content/ABAAAAipsAG/enfermagem. Acesso em jan 2016.

O tecido ósseo é constituído de células e substância intercelular. Tipos de células do osso:
• Osteoblastos:  células  jovens,  apresentam  longas  projeções  citoplasmáticas  e secre-
tam a substância intercelular.
• Osteócitos: células maduras e sem projeções citoplasmáticas.
• Osteoclastos: são células especialmente ativas na destruição de áreas lesadas ou envelheci-
das do osso, abrindo caminho para a regeneração do tecido pelos osteoblastos.
Funções  dos  ossos:  sustentação  e  proteção;  apoio  aos  músculos,  funcionam  como  um siste-
ma de alavanca; hemacitopoese ou hematopoese (formação de células sanguíneas); suprem de cál-
cio  o  organismo  (quando  o  plasma  sanguíneo  está  com  excesso  de  cálcio, o  excesso  é  deposita-
do nos ossos e quando o sangue está deficiente, o osso fornece o cálcio.

e) Tecido Sanguíneo:
O sangue é o único tecido líquido do nosso corpo e é formado por uma parte sólida (elemen-
tos figurados) e uma parte líquida (plasma).

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Anatomia e Fisiologia Humana

Disponível em: www.blog.mcientifica.com.br. Acesso em jan 2016.

Os elementos figurados do nosso sangue são constituídos pelos seguintes tipos celulares:
• Hemácia (Glóbulo Vermelho ou Eritrócito): é responsável pelo transporte de gazes no in-
terior  do  nosso  corpo.  São  produzidas  principalmente  na  medula  óssea  vermelha.  É
uma célula achatada em forma de disco e anucleada, vida curta de 120 dias. São as célu-
las mais abundandantes no sangue. No interior da hemácia encontramos o pigmento res-
piratório chamado hemoglobina, rico em ferro que pode se associar ao oxigênio (oxihemo-
globina) ou ao gás carbônico (carbohemoglobina).

Disponível em: pt.slideshare.net/../1-a-6tecidos-hematopoieticos. Acesso em jan 2016.

• Leucócitos  (Glóbulos  Brancos):  responsáveis  pela  defesa  do  organismo  (produzir anticor-
pos e realizar fagocitose). É uma célula esférica. Há dois tipos: os granulares (apresentam
grânulos no citoplasma) e os agranulares (não apresentam grânulos no citoplasma).
Os granulares são:
• Neutrófilos: são os mais numerosos, fagocitam bactérias e corpos estranhos, o núcleo é tri-
lobado.
• Eosinófilos  (ou  acidófilo):  participam  de  reações  alérgicas,  produzem  histamina  e  o nú-
cleo é bilobado.
• Basófilos:  menos  numerosos,  possuem  heparina  (anticoagulante)  e  histamina (substân-
cia vasodilatadora liberada nos estados alérgicos), núcleo irregular.

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Anatomia e Fisiologia Humana
Os agranulares são:
• Linfócitos: (B e T) - participam dos processos de defesa imunitária , produzindo e regulan-
do a produção de anticorpos, participam dos mecanismos de rejeição de enxertos, destro-
em células anormais como as cancerosas ou as infectadas por vírus e o núcleo é esférico.
• Monócitos: originam macrófagos e osteoclastos, células especializadas em fagocitar micro-
organismos, resíduos e células mortas, núcleo oval ou reniforme.
OBS.:  Os  neutrófilos,  eosinófilos,  basófilos  e  monócitos  são  produzidos  na  medula verme-
lha dos ossos. Já os linfócitos são produzidos nos tecidos linfóides (timo, baço, gânglios linfáticos, ton-
silas).

Disponível em: www.ebah.com.br/content/ABAAAANqIAG/histologia. Acesso em jan 2016.

• Plaquetas (trombócitos): participam do mecanismo de coagulação sanguínea. São fragmen-
tos de células.
O plasma corresponde a parte líquida do sangue e cerca de 60% de seu volume total. É inco-
lor e contém substâncias de natureza proteica como albumina; lipídios; sais minerais; glicose; água; vi-
taminas;  anticorpos;  enzimas;  substâncias  de  excreção  e  o fibrinogênio,  que  em  vasos  traumatiza-
dos, transforma em fibrina (coagulação).
Funções do sangue: transporte de oxigênio e nutrientes para as células; recolhe gás carbôni-
co e excreções das células; produz células sanguíneas; transporte de hormônios; defesa; termorregu-
lador e garante o equilíbrio hídrico e osmótico.

Tecido Muscular
É  um  tecido  formado  por  células  altamente  especializadas  em  se  contrair, produzindo  movi-
mentos.  As  células  são  chamadas  de  fibras  musculares,  porque  são alongadas  e  possuem  filamen-
tos de miofibrilas (proteínas contráteis).
A  membrana  plasmática  das  células  é  chamada  de  sarcolema  e  o  citoplasma  de sarcoplas-
ma. É um tecido vascularizado. Os tipos de tecido muscular são:

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Anatomia e Fisiologia Humana
• Tecido  Muscular  Estriado  Esquelético:  é  formado  por  células  multinucleadas. Apresen-
tam estrias transversais que representam as miofibrilas. É um tecido que se encontra pre-
so ao esqueleto, de contração rápida e voluntária e suas fibras não possuem ramificações.
• Tecido  Muscular  Estriado  Cardíaco:  é  o  formador  do  coração,  possui  estrias transver-
sais, com contrações rápidas, involuntárias e ritmadas. Suas fibras são longas e com rami-
ficações.  Apresentam  discos  intercalares  que  aumentam  a  coesão  das células,  permitin-
do a passagem rápida do estímulo. Possuem um ou dois núcleos centrais.
• Tecido Muscular Liso: Tecido com células mononucleadas, fusiformes, sem estrias e é encon-
trado nas paredes dos órgãos ocos. Apresentam contração involuntária e geralmente len-
ta. O músculo liso também pode ser encontrado ao redor de glândulas e  presos  aos  pêlos.
Figura- Fibras musculares

Disponível em: quartoanoanatomia.blogspot.com. Acesso em jan 2016.

Tecido Nervoso
É um tecido especializado em condutibilidade elétrica comportando-se como sentinela do cor-
po, sensível a estímulos externos e internos. A condução dos impulsos nervosos é feita com muita ra-
pidez, fator fundamental para a integração de complexas funções do organismo.
É  responsável  por  receber,  transportar,  interpretar  e  responder  a  estímulos externos e inter-
nos. É formado por células altamente especializadas, os neurônios e por células da neuróglia.
A célula nervosa propriamente dita é denominada neurônio, especializada na condução de impul-
so elétrico. Apresenta prolongamentos citoplasmáticos (dendritos ou axônios) que partem de um cor-
po celular e possuem a seguinte estrutura:

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Anatomia e Fisiologia Humana
•Corpo celular: é capaz de receber estímulos , não regenera, possui núcleo e grande par-
te das organelas citoplasmáticas. Pode ser esférico, piramidal ou estrelado.
• Axônio: prolongamento único, longo, especializado na condução de impulsos que
transmitem informações do neurônio a outras células (nervosas, musculares, glan-
dulares). A porção final do axônio, em geral muito ramificada (telodendro), termina
na célula seguinte por meios de botões terminais, essenciais à transmissão de informa-
ções para elementos adiante. Em geral, as informações são recebidas a nível dos dendri-
tos e do corpo celular e são emitidas pelo axônio.
• Dendritos: prolongamentos numerosos especializados na função de receber os estímu-
los do meio ambiente, de células epiteliais sensoriais ou de outros neurônios.
As Células da Neuróglia ou Glia são as células do tecido nervoso que não conduzem impul-
sos nervosos, no entanto, desempenham funções importantes. Podem ser:
• Astrócitos: relacionadas com a nutrição e sustentação dos neurônios.
• Oligodendrócitos: também participam da nutrição e sustentação dos neurônios.
• Microgliócitos ou Micróglia: associam-se com o mecanismo de defesa por fagocito-
se no S.N.C.
Figura- Célula do neurônio

Disponível em: www.sogab.com.br


www.sogab.com.br. Acesso em jan 2016.

Disponível em:https://www.premedhq.com/neuroglia. Acesso em jan 2016.

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Anatomia e Fisiologia Humana
• Células Empendimárias: revestem as cavidades naturais do S.N.C. e em alguns pontos espe-
cializam-se para secreção do líquor.

Tipos de neurônios:
• Sensitivos: levam o impulso para o S.N.C.
• Motores: levam o impulso do S.N.C. para os efetuadores (músculos e glândulas).
• Associação: fazem a conexão entre os neurônios sensitivos e motores.
Os nervos são fibras nervosas que se agrupam em feixes no S.N.P. sua classificação é:
a)  Quanto à posição no sistema nervoso:
• Cranianos: quando saem do encéfalo.
• Raquidianos: quando saem da medula.

Disponível em: alunosonline.uol.com.br/../nervos-sistema-nervoso-periferico. Acesso em jan 2016.

b)  Quanto à condução do impulso:
• Sensitivos (aferentes): transmitem o impulso dos órgãos sensoriais para os centros nervo-
sos.
• Motores (eferentes): transmitem o impulso dos centros nervosos para os órgãos efetuado-
res (músculos e glândulas).
• Mistos: têm fibras dos dois tipos, aferentes e eferentes.

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Anatomia e Fisiologia Humana
Figura- Arco reflex patelar

Disponível em: www.auladeanatomia.com/neurologia/tecidonervoso.htm. Acesso em jan 2016.

Chamamos de sinapse, a região de conexão entre as ramificações de dois neurônios. A sinap-
se mais comum é entre o axônio de um neurônio e os dendritos de um outro neurônio.
Quando  o  axônio  termina  nas  fibras  musculares  denomina-se  placa  motora  e quando  o  axô-
nio termina nas glândulas denomina-se junção neuro glandular.

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Anatomia e Fisiologia Humana
Figura- Glândulas neurais

Disponível em: www.sobiologia.com.br/conteudos/Corpo/Organizacao3.php. Acesso em jan 2016.

5 SISTEMA ÓSSEO
O osso é uma estrutura formada por tecido ósseo, um tipo de tecido conjuntivo muito rígido ca-
racterizado pela presença de cálcio e fibras de colágeno.
São órgãos esbranquiçados e duros que se unem aos demais por articulações para formar o es-
queleto do corpo.
O esqueleto humano é formado por 206 ossos.

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Anatomia e Fisiologia Humana
Figura- esqueleto humano

Disponível em: www.slideshare.com. Acesso em jan 2016.

Os ossos formam o sistema esquelético de todos os animais vertebrados, desempenhando mui-
tas funções:
• Sustentação dos tecidos moles;
• Proteção de órgãos;
• Mobilidade;
• Armazenamento e liberação de minerais na corrente sanguínea;
• Produção de células do sangue;
• Reserva de energia (triglicérides).
• O esqueleto humano é formado por 206 ossos.
Existem  dois  tipos  de  esqueleto:  o  articulado  e  o  desarticulado.  Os  tipos  de substân-
cia óssea são a compacta formada por lamínulas de tecido ósseo estão fortemente unidas sem dei-
xar espaço  entre elas.  E  a  esponjosa  formada  por  lamínulas óssea arranjam de forma a deixar en-
tre si espaços.

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Anatomia e Fisiologia Humana
Classificação dos ossos
Eles são classificados de acordo com sua forma:
a)  Ossos longos: são aqueles em que o comprimento predomina sobre a largura e a espessu-
ra. Exemplos: ossos dos membros, como o fêmur (no membro inferior) e o úmero (no mem-
bro superior).

Disponível em: solucaoperfeita.com/magnesio/coxa-e-o-femur/.Acesso em 2016.

b)  Ossos curtos: são aqueles em que as três dimensões se equivalem.


Exemplos: tarsos, carpos e calcâneo.

Disponível em: pt.slideshare.net/savagner/cintura-escapular-5291068. Acesso em jan 2016.

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Anatomia e Fisiologia Humana
c)  Ossos planos ou chatos: são aqueles em que a espessura é bem menor que o comprimen-
to e a largura. Exemplos: escápula, esterno e os ossos da bacia.

Disponível em: pt.slideshare.net/savagner/cintura-escapular-5291068. Acesso em jan 2016

d)  Ossos alongados: são as costelas, que se diferenciam dos ossos longos pela ausência de ca-


nal medular.

Disponível em: www.estudamos.com.br/ciencias/atividade_costelas.php. Acesso em jan 2016.

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Anatomia e Fisiologia Humana
e)  Ossos irregulares: são as vértebras, que não apresentam forma definida.

Disponível em: www.sogab.com.br/anatomia/colunavertebraljonas.htm. Acesso em jan 2016.

f) Ossos pneumáticos: são aqueles que apresentam cavidades com ar. Exemplos: ossos fron-
tais. Ex: osso esfenóide.

Disponível em: www.monografias.com › Anatomia. Acesso em jan 2016.

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Anatomia e Fisiologia Humana
g)  Osso sesamóide:  desenvolvem-se  na  substância  de  certos  tendões  ou  da  cápsula fibro-
sa que envolve certas articulações. Ex.: patela.

Disponível em: marciorubin.com.br/joelho/anatomia/. Acesso em jan 2016.

Divisão do Sistema Esquelético
O esqueleto humano pode ser dividido em duas partes:
1- Esqueleto axial: formado pela caixa craniana, coluna vertebral caixa torácica.
2- Esqueleto apendicular: compreende a cintura escapular, formada pelas escapulas e clavícu-
las; cintura pélvica, formada pelos ossos ilíacos (da bacia) e o esqueleto dos membros (su-
periores ou anteriores e inferiores ou posteriores).
O  esqueleto  axial  apresenta  80  ossos;  são  os  ossos  do  crânio  (22),  ossos  da orelha  (ouvi-
do) (6), costelas (24) e vértebras (26), esterno (1), e hióide (1).
E o esqueleto apendicular apresenta os ossos dos membros superiores e inferiores, cintura es-
capular e pélvica (126). Somando um total em um adulto de 206 ossos.

Disponível em: www.laifi.com/laifi.php?id_laifi=1223. Acesso em jan 2016.


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Anatomia e Fisiologia Humana

Disponível em:  http://www.sobiologia.com.br/conteudos/Corpo/sistemaesqueletico4.php. Acesso em jan 2016.

Esqueleto Axial

1. Ossos do crânio
O crânio é uma estrutura óssea que protege o cérebro e forma a face, e é formado por 22 os-
sos separados, o que permite seu crescimento e a manutenção da sua forma.
A maioria dos ossos cranianos forma pares, um do lado direito e o outro do lado esquerdo.
Para tornar o crânio mais forte, alguns desses pares, como os dos ossos frontais, occipitais e es-
fenóides, fundem-se num osso único.
Os pares de ossos cranianos mais importantes são os parietais, temporais, maxilares, zigomáti-
cos, nasais e palatinos.

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Anatomia e Fisiologia Humana
O crânio possui os seguintes ossos importantes:
• Frontal;.
• Parietais;.
• temporais;.
• occipital;
• Esfenoide;
• Nasal;
• Zigomático;
• Maxilar e mandíbula

Disponível em: www.afh.bio.br/sustenta/sustenta1.asp. Acesso em jan 2016

Disponível em: https://biointerativas.wordpress.com/../anatomia-humana. Acesso em jan 2016.

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Anatomia e Fisiologia Humana

Disponível em: https://biointerativas.wordpress.com/../anatomia-humana. Acesso em jan 2016.

Disponível em: pt.slideshare.net/../atlas-bsico-de-anatomia-8629507. Acesso em jan 2016.

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Anatomia e Fisiologia Humana

Disponível em: pt.slideshare.net/../atlas-bsico-de-anatomia-8629507. Acesso em jan 2016.

Observações:  Temos  na  caixa  craniana  a  fontanela  ou  moleira  que  é  o  nome  dado  a re-
gião  alta  e  mediana,  da  cabeça  da  criança,  que  facilita  a  passagem  da  mesma  no  canal do  par-
to; após o nascimento, será substituída por osso.

Disponível em: www.slideshare.com. Acesso em jan 2016.

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Anatomia e Fisiologia Humana
2. Ossos do tronco
O  tronco  é  formado  pela  coluna  vertebral,  pelas  costelas  e  pelo  osso  esterno (caixa  toráci-
ca). O tronco e a cabeça formam o esqueleto axial.

Disponível em: pt.slideshare.net/dionam/sist-esqueltico. Acesso em jan 2016.

A  coluna  vertebral  ou  espinha  dorsal  é  constituída  por  33  ossos,  as  vértebras.  A sobre-
posição  dos  orifícios  presentes  nas  vértebras  forma  um  tubo  interno  ao  longo  da coluna  verte-
bral, onde se localiza a medula nervosa.

Disponível em: pt.slideshare.net/dionam/sist-esqueltico. Acesso em jan 2016.

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Anatomia e Fisiologia Humana
A  coluna  vertebral  é  composta por  quatro  regiões:  cervical,  torácica,  lombar  e  sacro- coccí-
gea. São 7 vértebras cervicais, 12 vértebras torácicas, 5 vértebras lombares, 5 vértebras sacrais e cer-
ca de 4 vértebrascoccígeas.
Figura- Divisão da coluna vertebral

Disponível em: www.institutodeconti.com.br/coluna_normal.htm. Acesso em jan 2016.

As principais funções da coluna vertebral são:
• Realizar a proteção da medula espinhal e também dos nervos espinhais;.
• Atuar como suporte para o peso do corpo;.
• Apresenta um papel fundamental na postura e também na locomoção;.
• Serve como ponto de fixação para as costelas, a cintura pélvica e os músculos do dorso;.
• Promove flexibilidade para o corpo, podendo fletir-se para frente, para trás e para os la-
dos e ainda dar um giro sobre seu eixo maior.
O forame ou canal vertebral segue as distintas curvas da coluna vertebral. Apresenta um forma-
to grande e similar a um triangulo nas áreas onde a coluna tem maior mobilidade (cervical e lombar)
e se apresenta com um formato menor e mais redondo nas áreas onde a coluna nao apresenta muita
mobilidade (torácica).

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Anatomia e Fisiologia Humana
Ele é formado pela junção das vértebras e serve para dar proteção à medula espinhal.

Figura- Canal Vertebral

Disponível em: www.sogab.com.br. Acesso em jan 2016.

Existem discos intervertebrais situados entre os corpos de duas vértebras adjacentes indo desde
a 2º vértebra cervical até a região do sacro. Composto por um disco fibroso periférico constituido por
tecido tibrocartilaginoso sendo chamado de anel fibroso, e também por uma substância interna, de
aspecto elástico e macio, que recebe o nome de núcleo pulposo. Os discos intervertebrais formam
articulações resistentes, permitindo dessa forma vários movimentos da coluna vertebral, além de
absorver os impactos.

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Anatomia e Fisiologia Humana

Disponível em: anatomiaonline.com/articulacoes/coluna/coluna.html. Acesso em jan 2016.

3. Caixa Torácica
Formada pelas costelas e pelos osso externo eles protegem o coração, os pulmões e os princi-
pais vasos sanguíneos. A musculatura da caixa torácica é responsável, juntamente ao diafragma, pe-
los movimentos respiratórios.
É formada pelas costelas, que são ossos achatados e curvos que se unem, dorsalmente a co-
luna vertebral e, ventralmente, ao esterno. A maioria das pessoas possui 12 pares de costelas. Algu-
mas tem uma extra (mais comum em homens que mulheres).
Os dois últimos pares de costelas são ligados à coluna vertebral, não se ligam ao esterno (as cos-
telas flutuantes).
Elas são 24 e estão dispostas em 12 pares:
• Verdadeiras: I a VII possuem cartilagem própria e articulam com o esterno.
• Falsas: VIII a X não articulam com o esterno, mas com a cartilagem da VII costela.
• Flutuantes: XI e XII não possuem cartilagem, são livres.

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Anatomia e Fisiologia Humana
Figura- Osso externo

Disponível em: anatomiaprofunda.blogspot.com/2011/05/osso-externo.html. Acesso em jan 2016.

Figura- Anatomia do torax

Disponível em: pt.slideshare.net/PatrciaBorges3/anatomia-do-trax. Acesso em jan 2016.

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Anatomia e Fisiologia Humana
Esqueleto Apendicular

1. Membros Superiores
Estão incluídos os ossos da cintura escapular, braço, antebraço e mão. São todos em pares.
A união do esqueleto axial com o apendicular se faz por meio das cinturas escapular e pélvica.
A  cintura  escapular  possui  dois  pares  de  ossos:  uma  clavícula  e  uma  escápula, sen-
do um de cada lado. A clavícula mede aproximadamente quinze centímetros de comprimento pare-
cendo ser reta se vista em sua porção anterior, porém é curva quando vista superiormente.
A escápula é um osso triangular, plano, que possui duas faces: a costal, localizada próxima às cos-
telas e a dorsal; possui três bordas, a medial, a lateral e a superior, e três ângulos, o superior, o late-
ral e inferior.
O  complexo  do  ombro  não  apenas  proporciona  uma  ampla  variação  para  a coloca-
ção das mãos como também executa importantes funções de estabilização para o uso da mão, le-
vantar  e  empurrar,  elevação  do  corpo,  inspiração  e  expiração  forçadas  e até  mesmo  sustenta-
ção de peso como andar de muletas ou “plantar bananeira”.
Figura- Vista frontal do torax

Disponível em: commons.wikimedia.org. Acesso em jan 2016.

Os ossos dos membros superiores podem ser divididos em quatro segmentos:
• Cintura Escapular - Clavícula e Escápula.
• Braço - Úmero.
• Antebraço - Rádio e Ulna.
• Mão - Ossos da Mão

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Anatomia e Fisiologia Humana
Figura- Anatomia dos membros superiores

Disponível em: www.ebah.com.br. Acesso em jan 0216.

Os ossos do carpo são: 8 ossos: trapézio, trapezóide, capitato, hamato, piramidal, psiforme, se-
milunar, escafoide. O metacarpo é compostos por 5 ossos: os metacarpianos.
Já as falange são dividias em proximal, média, distal.
Figura- Anatomia dos membros superiores

Disponível em: https://en.wikipedia.org/wiki/Finger. Acesso em jan 2016.

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Anatomia e Fisiologia Humana
Figura- Ossos da mão

Disponível em: https://souenfermagem.com.br/artigo/ossos-da-mao. Acesso em ja 2016.

2. Membros Inferiores
Os ossos dos membros inferiores podem ser divididos em quatro segmentos:
• Cintura Pélvica - Ilíaco (Osso do Quadril);.
• Coxa - Fêmur e Patela;.
• Perna - Tíbia e Fíbula;.
• Pé - Ossos do Pé.
Os membros inferiores tem função de sustentação do peso corporal, locomoção, tem a capaci-
dade de mover-se de um lugar para outro e manter o equilíbrio. Os membros inferiores são conecta-
dos ao tronco pela cintura pélvica. Da mesma forma que a cintura escapular é a junção entre mem-
bros superiores e tronco, a cintura pélvica é a junção entre membros inferiores e tronco. Preste atenção,
quando falamos em osso do quadril estamos nos referindo ao ílio, ísquio e púbis.

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Anatomia e Fisiologia Humana

Disponível em: https://www.pinterest.com/pin/39617671694520420. Acesso em jan 2016.

Disponível em: www.ebah.com.br. Acesso em jan 0216.

O tarso é composto por 7 ossos: talus, calcâneo, cubóide, navicular, cuneiforme medial, cunei-
forme intermédio, cuneiforme lateral. O metatarso é composto por 5 ossos, os metatársicos. E as fa-
langes são divididas em proximal, média, distal.

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Anatomia e Fisiologia Humana
Figura: Complexo tornozelo-pé

Disponível em: reflexologiabrasilia.blogspot.com/2010/11/o-pe-humano.html. Acesso em jan 2016.

O esqueleto humano apesar de ter seus ossos definidos apresenta diferenças entre o sexo femi-
nino e o masculino, dentre elas destaca-se:
Figura- Esqueleto humano

Disponível em: www.fategidio.com.br/materia_didatico2.pdf. Acesso em jan 2016.


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Anatomia e Fisiologia Humana
6 SISTEMA MUSCULAR
Qualquer movimento executado, mesmo os que são mais discreto, como movimentar o dedo da
mão ou então piscar os olhos, tudo se utiliza a musculatura.
Os músculos estão distribuidos por todo o corpo, sendo responsáveis por  qualquer movimen-
to, seja ele intencional ou não.
O sistema muscular é formado pelo conjunto de músculos do nosso corpo.
Existem  cerca  de  600  músculos  no  corpo  humano;  juntos  eles  representam  de  40  a  50%
do peso total de uma pessoa.
Os músculos são capazes de se contrair e de se relaxar, gerando movimentos que nos permi-
tem: andar, correr, saltar, nadar, escrever, impulsionar o alimento ao longo do tubo digestório, promo-
ver a circulação do sangue no organismo, urinar, defecar, piscar os olhos, rir, respirar, etc.
A nossa capacidade de locomoção depende da ação conjunta de ossos, articulações e múscu-
lo, sob a regulação do sistema nervoso.  O tecido muscular apresenta como principal caracteristica
a sua capacidade “elástica” de para se contrair e se distender.
Para que um músculo realizar um determinado movimento é preciso que haja um comando
cerebral- que é enviado através dos nervos motores e cujo resultado consiste na contração muscular.
O musculo acaba perdendo a sua tonicidade a medida que fica paralidado por um tempo prolon-
gado e isso acaba dificultando ou mesmo impedindo a sua movimentação. Os músculos podem variar
em relação ao seu volume quando exercitados constantemente, o que os torna mais desenvolvidos e
delineados, como geralmente se observa nos atletas.
*** Tonicidade – estado no qual os músculos apresentam vigor ou energia; o seu oposto é a fla-
cidez.

Características
O músculo é composto por fibras, apresenta forma alongada, parte central alargada (ventre, por-
ção carnosa contrátil) e extremidades com aspecto afunilado que ficam afixados aos ossos ou então
aos órgãos através de tendões ou aponeuroses.
Cada fibra muscular corresponde a uma célula fina e longa, que apresenta vários núcleos e fila-
mentos que preenchem seu citoplasma. O conjunto de fibras compõe o feixe muscular e cada músculo
apresenta varios feixes.

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Anatomia e Fisiologia Humana

Disponível em: slideplayer.com.br/slide/2456639/. Acesso em jan 2016.

Classificação
Dependendo da função que exerce, algumas áreas do corpo acabam apresentando uma muscu-
latura difereciada:

a) Musculatura estriada esquelética
Esta musculatura encontra-se presente nas camadas mais superficiais do corpo e está ligada às
cartilagens e também aos ossos através de tendões ou aponeuroses. Seus movimentos são voluntá-
rios, ou seja, responde a comandos pela vontade. Reveste todo a parte óssea, possibilitando um maior
controle dos movimentos da face, braços, pernas, etc.

b) Musculatura lisa ou visceral
É responsável pelo movimento de alguns órgãos como o estômago, esôfago e os intestinos, so-
fre contrações involuntárias, ou seja, que independe de nossa vontade. Faz parte da grande maioria
dos vasos e também controla o fluxo sanguíneo por meio das artérias e veias.
** Cólicas: corresponde a fortes contrações que envolvem as fibras musculares lisas, e por isso
acaba provocando dores intensas.

c) Musculatura estriada cardíaca
Corresponde ao músculo também conhecido como miocárdio, é responsavel pelos batimentos
cardíacos e se contrai de forma involuntária e vigorosa embora seja composto por fibras estriadas.

Principais Músculos do Corpo Humano

1. Músculos da Cabeça
Os músculos que compõem a cabeça estão reunidos em duas categorias: os músculos da região
da face e os músculos que atuam na mastigação.

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Anatomia e Fisiologia Humana
• Músculos da face e pescoço
Os músculos da face sofrem contrações e também relaxam diversas vezes fazendo com que seja
possivel demonstrar certas sensações como chorar, sorrir, sentir dor, raiva, espanto, etc.
Em cada uma dessas expressões estão presentes movimentos de varios músculos da face tam-
bem chamados de músculos mímicos.
Quando nos alimentamos é necessario haver o processo de mastigação, que exige a interferen-
cia dos musculos mastigadores.
Os músculos da face são:  
Frontal: é um músculo plano que cobre o osso frontal. Sendo que sua ação determina a eleva-
ção das sobrancelhas, promovendo um aspecto de surpresa.
Músculo do supercílio: executa os movimentos de subida e também de aproximação das so-
brancelhas;
Orbicular do olho: é um músculo em forma de esfíncter, que circunda a abertura das pálpe-
bras. Um esfíncter é um músculo circular que controla o tamanho de uma abertura.
A  contração  desse  músculo  fecha  o  olho  e  auxilia  no  ato  de  piscar,  pestanejar  e  manter  os
olhos semicerrados
Orbicular da boca: é um músculo em forma de esfíncter que circunda a abertura da boca. A con-
tração deste músculo ajuda a fechar a boca, falar e apertar os lábios. Ele às vezes é referido como o “mús-
culo do beijo”.
- Músculo do nariz: atua no movimento de franzir o nariz;
Bucinador: é um músculo que se insere no m. orbicular da boca e comprime (achata) a bochecha quan-
do contraído. É usado para assobiar e tocar instrumentos de sopro, como o trompete, sendo também conhe-
cido como “músculo do trombeteiro”. Também é classificado como um músculo auxiliar da mastigação, por-
que, quando contraído, ele auxilia o posicionamento do alimento entre os dentes, para ser mastigado.
Zigomático: é o músculo do sorriso, que se estende dos cantos da boca até o osso zigomático.
Músculo  depressor  do  lábio  inferior:  responsavel pela  projeção  do  lábio  inferior  e também
pela contração do queixo.
Figura: Musculos da face

DIsponível em: pt.slideshare.net/Thamyfs/sistema-estomatognatico-10251887. Acesso em jan 2016.

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Anatomia e Fisiologia Humana
• Músculos da Mastigação
Os músculos da mastigação também são chamados de músculos mastigadores.
Todos  eles  estão  inseridos  na  mandíbula  e  são  considerados  alguns  dos  músculos  mais for-
tes do corpo.
Masseter: é um músculo que se estende do arco zigomático até a mandíbula. A contração des-
se músculo fecha a boca. Ele age sinergicamente (isto é, trabalha em conjunto) com o músculo tem-
poral para fechar a boca.
Temporal: é um músculo em forma de leque que se estende da porção plana do osso tempo-
ral até a mandíbula. Ele age sinergicamente com os outros músculos da mastigação.
Figura- Músculos da face

Disponível em: lefavescience.weebly.com. Acesso em jan 2016.

Principais músculos do pescoço
Muitos músculos estão envolvidos no movimento da cabeça e dos ombros e participam da movi-
mentação das estruturas da garganta. Os principais são: esternocleidomastóideo, platisma e trapézio.
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Anatomia e Fisiologia Humana
Esternocleidomastóideo: 
Como o nome indica, se estende do esterno e da clavícula até o processo mastóide do osso tem-
poral, no crânio. A contração de ambos os músculos de cada lado do pescoço determina a flexão da ca-
beça.  Como  a  cabeça  fica  fletida  na posição  de  oração,  algumas  pessoas  se  referem  a  esse  múscu-
lo como o “músculo da oração”. A contração de apenas um dos músculos esternocleidomastóideos causa a
rotação  da  cabeça.  Um  espasmo  desse  músculo  pode  causar  torcicolo.  Essa  condição  é caracteriza-
da pela torção do pescoço e rotação da cabeça para um dos lados.

Trapézio: 
Se insere na base do osso occipital na cabeça, e nos processos espinhosos das vértebras da par-
te superior da coluna vertebral (cervicais e. torácicas). A contração do trapézio estende a cabeça, tra-
cionando-a na direção posterior, de maneira que a face olha para cima. O trapézio funciona de maneira
antagônica ao músculo esternocleidomastóideo, que flexiona e inclina a cabeça para frente. O tra-
pézio também está fixado no ombro.

Platisma: 
Participa no processo de rotação da cabeça
Figura- Músculos da face e pescoço

Disponível em: www.ericasitta.wordpress.com. Acesso em jan 2016.

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Anatomia e Fisiologia Humana
2. Músculos dos Membros Superiores
Seria  difícil  contar  durante  todo  um  dia  os  diversos  movimentos  realizados  pelos bra-
ços, como pentear-se, pegar objetos, dirigir, abraçar uma pessoa querida, etc.
Determinados movimentos necessitam dos músculos flexores, que participam da retração mus-
cular; outros, dos músculos extensores, que permitem a extensão do membro.
Deltóide: 
Músculo volumoso e em forma de triângulo, que cobre a cintura escapular a estrutura do om-
bro. A ação deste músculo permite a elevação lateral do braço até aos 90 graus.
Bíceps braquial: 
Principal músculo do braço, sua principal ação é a flexão do cotovelo; localiza-se na porção an-
terior  do  braço,  e atua na  flexão  do  antebraço  sobre si  mesmo  –  apresenta-se de forma delinea-
da em pessoas que praticam esportes; - Tríceps braquial: é conhecido como “músculo do tchauzi-
nho”, está localizado na porção posterior do braço e atua no movimento de extensão do cotovelo.
Braquiorradial: 
É um músculo do antebraço que age na flexão dele no cotovelo. Também é capaz de promo-
ver a pronação e supinação, dependendo da posição do antebraço.
O movimento do antebraço é limitado, o que lembra uma dobradiça. Porém, as mãos execu-
tam  movimentos  precisos  e  delicados,  como  abotoar  uma  blusa,  fazer  uma trança,  digitar  um  tex-
to, dentre muitos outros utilizados no dia-a-dia.
Para a prática de seu serviço duas posições do antebraço são muito úteis: supina, quando o an-
tebraço se encontra com a palma da mão para cima, e prona, quando a palma está virada para baixo.
Os principais músculos do antebraço são:
Flexor dos dedos – situa-se na parte anterior do antebraço e promove a flexão dos dedos;
Extensor dos dedos – localiza-se na parte posterior do antebraço, sendo responsável pelo afas-
tamento dos dedos.
Figura- Músculo supinador

Disponível em: http://es.slideshare.net/CarlosPerezBarahona/trabajo-de-biomecanica-articulaciones-2. Acesso em jan 2016

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Anatomia e Fisiologia Humana

Disponível em: slideplayer.com/slide/8964040. Acesso em jan 2016.

Figura- Músculos extensores e flexores do membro superior

Disponível em: slideplayer.com/slide/8964040. Acesso em jan 2016

3. Principais músculos do tronco
Os  músculos  do  tronco  estão  envolvidos  na  respiração,  nos  movimentos  da  coluna verte-
bral e na formação das paredes do abdome e da pelve.

Músculos Envolvidos na Respiração
Os músculos do tórax incluem os músculos intercostais e o diafragma. Esses músculos são os prin-
cipais responsáveis pela respiração.
Os músculos intercostais (externos e internos) estão situados entre as costelas, e são responsá-
veis por elevar e abaixar o arcabouço costal durante a respiração.

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Anatomia e Fisiologia Humana
Figura- Músculos do tórax

Disponível em: disciplinas.stoa.usp.br/mod/resource/view.php?id=87863. Acesso em jan 2016.

O diafragma é um músculo em forma de domo (cúpula), que separa a cavidade torácica da ca-
vidade abdominal e é o principal músculo da inalação, a fase inspiratória da respiração. Sem a con-
tração e o relaxamento dos músculos intercostais e do músculo diafragma, a respiração não pode-
ria ocorrer.
Peitoral Maior: Atua na adução, rotação medial, flexão e flexão horizontal do ombro.
Grande dorsal – situa-se na região inferior das costas, tendo como função principal levar o bra-
ço para trás; - Grande dentado – situa-se na parte lateral do tórax, promovendo a elevação das coste-
las, ajudando, dessa forma, o processo de respiração.

Disponível em: slideplayer.com/slide/3859047. Acesso em jan 2016.

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Anatomia e Fisiologia Humana
4 Músculos Abdominais
A parede do abdome consiste de quatro músculos arranjados de tal maneira que promovem fir-
meza considerável.
Os músculos estão estendidos em camadas, de forma que as fibras de cada um dos quatro mús-
culos percorrem quatro direções diferentes. Este arranjo permite aos músculos conter, suportar e pro-
teger os órgãos abdominais.
A contração dos músculos abdominais permite a realização de outras funções; assim, ela deter-
mina a flexão da coluna vertebral e a compressão sobre os órgãos abdominais durante os atos de uri-
nar e defecar e durante o trabalho de parto.
Os quatro músculos abdominais incluem: -
Reto do abdome: como o nome indica, as fibras do m. reto do abdome correm no sentido crâ-
nio-caudal, ou na direção longitudinal. Ele se estende do esterno ao osso púbis (parte do osso do qua-
dril). A contração desse músculo flete a coluna vertebral.
Oblíquo externo: o músculo oblíquo externo sustenta a parede lateral do abdome. As fibras cor-
rem em sentido oblíquo, isto é, elas são inclinadas no sentido súpero-inferior.
Oblíquo  interno:  o  músculo  oblíquo  interno  constitui  uma  parte  da  parede  lateral  do abdo-
me. Ele reforça o músculo oblíquo externo, com suas fibras percorrendo no sentido inverso.
Transverso do abdome: o músculo transverso do abdome forma a camada mais interna dos mús-
culos da parede ântero-lateral do abdome. Suas fibras correm horizontalmente, ao longo do abdome.

Figura- Músculos abdominais

Disponível em: www.musculaçao.net. Acesso em jan 2016.

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Anatomia e Fisiologia Humana
5. Músculos dos membros inferiores
Sartório: Sua ação é a flexão, abdução e rotação lateral da coxa e flexão e rotação medial do joelho.
Quadríceps  -  situa-se  na  parte  anterior  da  coxa,  sendo  responsável  pela  extensão  da perna;
- Vasto medial: é dividido em duas porções, uma proximal: vasto medial longo e outra distal: vas-
to medial oblíquo. Suas funções principais são: estabilização medial da patela, extensão da perna e fle-
xão da coxa.
Reto Femoral: Sua ação é a flexão da coxa e extensão da perna.
Vasto lateral: é um músculo que tem como função a flexão do quadril e extensão do joelho.
Tibial Anterior: O tibial anterior é um músculo que fica na região anterior da perna e que se in-
sere no tarso e na base do dedo grande do pé através do seu tendão. O tibial anterior é o principal res-
ponsável pela flexão dorsal do pé (puxar a ponta do pé para cima).
Gastrocnêmio: É um  músculo  que fica na região posterior da  perna  abaixo dos  joelhos  e  re-
cobre outro músculo chamado Sóleo (este conjunto é chamado de Panturrilha). Agem como flexo-
res plantares, ou seja, fletem o pé para baixo.
Gastrocnêmio  também  age  como  flexor  dos  joelhos  quando  a  perna  não  estiver suportan-
do o peso.
Grande glúteo ou glúteo superior - localiza-se nas nádegas e permite a extensão da coxa;
Costureiro - é o músculo mais longo do corpo: inicia-se no quadril, cruza a coxa e termina na la-
teral interna do joelho; sua função é aproximar a coxa do abdome;
Bíceps crural ou femoral – localiza-se na face posterior da coxa, permitindo o movimento de fle-
xão das pernas; Os pés apresentam movimentos de extensão flexão e rotação – possíveis devido à uti-
lização dos músculos extensores e flexores neles inseridos por meio dos tendões.
Figura- Quadríceps

Disponível em: pt.slideshare.net/ananthatiger/thigh. Acesso em jan 2016.

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Anatomia e Fisiologia Humana
Figura- Músculo Reto femoral

Disponível em: pt.slideshare.net/ananthatiger/thigh. Acesso em jan 2016.

Disponível em: pt.slideshare.net/ananthatiger/thigh. Acesso em jan 2016.

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Anatomia e Fisiologia Humana

Disponível em: pt.slideshare.net/ananthatiger/thigh. Acesso em jan 2016.

Figura- Músculos e tendões- membros superiors e inferiores

Disponível em: www.ebah.com.br/content/ABAAABGVcAD/pae-cad1?part=7. Acesso em jan 2016.

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Anatomia e Fisiologia Humana
Figura- Músculos do corpo humano

Disponível em: www.ebah.com.br/content/ABAAABq8MAI/anatomia. Acesso em jan 2016.

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Anatomia e Fisiologia Humana
7 SISTEMA CIRCULATÓRIO
É formado por: coração, vasos sanguíneos, o sangue, linfa e vasos linfáticos.Também  chama-
do de sistema cardiovascular.
A circulação do sangue permite o transporte e a distribuição de nutrientes, gás oxigênio e hor-
mônios  para  as  células  de  vários  órgãos.  O  sangue  também  transporta resíduos  do  metabolis-
mo para que possam ser eliminados do corpo.
As funções do sistema circulatório são:
• Transporte de gases: os pulmões, atuam na obtenção de oxigênio e na eliminação de dióxi-
do de carbono, comunicando-se com os demais tecidos corporais através do sangue.
• Transporte de nutrientes: no tubo digestivo, os nutrientes que resultam da digestão pas-
sam po rmeio de um epitélio fino e alcançam o sangue. Por meio desse caminho, os nu-
trientes são levados em direção aos tecidos do corpo, nos quais se difundem para o líqui-
do intersticial que é responsável por banhar as células.
• Transporte de resíduos metabólicos: a atividade metabólica das células do corpo dá origem
aos resíduos, mas somente alguns órgãos são capazes de eliminá- los para for a do organis-
mo. O transporte dessas substâncias, do seu local de origem até os órgãos responsáveis por
sua excreção, é realizado pelo sangue.
• Transporte  de  hormônios:  hormônios  são  secretados  por meio de  certos  órgãos, dis-
tribuídas  pelo  sangue  e  são capazes  de  alterar  a função  de  outros  órgãos  do cor-
po.  A  colecistocinina,  por  exemplo,  é  produzida  pelo  duodeno,  durante  a  passagem
do alimento, e lançada no sangue. Um de seus efeitos é estimular a contração da vesícu-
la biliar e a liberação da bile no duodeno.
• Intercâmbio de materiais: algumas substâncias são geradas ou armazenadas em uma par-
te do corpo e utilizadas em outra parte. Células do fígado, por exemplo, armazenam molécu-
las de glicogênio, que, ao serem quebradas, liberam glicose, que o sangue conduz para ou-
tras células do corpo.
• Transporte  de  calor:  o  sangue  também  é  usado  na  distribuição  homogênea  de  calor pe-
las  várias  partes  do  organismo,  contribuindo  na  manutenção  de  uma  temperatura está-
vel  em  todas  as  regiões;  permitindo  ainda  conduzir o calor até a  superfície  corporal,
onde pode ser dissipado.
• Distribuição de mecanismos de defesa: os anticorpos e as células fagocitárias que são as
céluas de defesa do organismo contra agentes infecciosos, também circulam pelo sangue.
• Coagulação  sanguínea:  pelo  sangue  circulam  as  plaquetas,  pedaços  de  um  tipo celu-
lar  da  medula  óssea,  com  função  na  coagulação  sanguínea.  O  sangue  contém ainda fa-
tores de coagulação, capazes de bloquear  eventuais vazamentos em caso de rompimen-
to de um vaso sanguíneo.

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Anatomia e Fisiologia Humana
Sangue
O sangue é um líquido presente em um compartimento fechado no aparelho circulatório que se
mantem em movimento constante e unidirecional, sendo que esta ocorre em função das contrações
rítmicas do coração. Em um adulto o volume total de sangue é de aproximadamente 5,5 litros
As funções do sangue são:
1.  dar suporte às carências alimentares dos tecidos;
2.  fazer o transporte dos detritos para for a das celulas;
3.  conduzir gases e outras substâncias de uma parte a outra do corpo;
4.  Permitir o bom funcionamento das células.
Sua composição é:
• Plasma: parte líquida;
• Glóbulos vermelhos: Elementos figurados que representam a porção sólida constituida por
células e também por fragmentos de células.
O  plasma  corresponde a  56%  do  volume  sangüíneo total e é composto em sua maioria por
água, ou seja, cerca de 90% do plasma é somente água. Outras substâncias também fazem parte do
plasma tais como as proteinas, aminoácidos, hormônios, sais inorgânicos, vitaminas, lipoproteínas,
glicose e gases - oxigênio, gás carbônico e nitrogênio -, todos diluídos em seu meio.
Figura- Composição do sangue

Disponível em: www.diabetescontrolada.ga. Acesso em jan 2016.

Pressão osmótica:
Corresponde a força composta por água e sais minerais que exerce uma pressão sobre a pasas-
gem da água por entre uma membrana do meio menos concentrado para outro mais concentrado.

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Anatomia e Fisiologia Humana
Os principais sais minerais são o sódio, potássio, o cloreto, o cálcio e o magnésio.

Proteínas do Plasma:
Albumina: realiza o transporte de medicamentos, ácido biliar e bilirrubina, alem de manter a
pressão osmótica uniforme no plasma, proporcionando a troca de água entre o sangue e os tecidos.
Globulinas: realizam o transporte de ferro e outros metais,  vitaminas, hormônios, lipídios. - ga-
maglobulinas (anticorpos): realizam a proteção do organismo e por essa razao recebem o nome de
imunoglobulinas.
Fibrinogênio: é um composto necessário para a formação de fibrina, na etapa final da coagula-
ção sangüínea.

Glóbulos vermelhos:
Também conhecidos como hemáceas ou eritrócitos, estes elementos estão em maior quantida-
de no sangue. Não apresentam núcleo e seu pigmento é rico em ferro, chamado de hemoglobina, que
faz com que o sangue apresente a coloração avermelhada e apresenta a função de conduzir o oxigênio
para as células. Quando ocorre alguma interferência no transporte de oxigênio para as celulas aconte-
ce o que chamamos de cianose.
As hemáceas sao produzidas nas medulas vermelhas presentes nos ossos longos e vivem cerca
de 120 dias. Quando morrem sao conduzidas pelo próprio sangue para a região do baço, onde serão
fragmentadas.
O  valor  de referência dos  eritrócitos  é  de  4,5  a  5  milhões/ml  de  sangue, o  hematócrito, ou
seja, a porcentagem de eritrócitos no sangue é de 45%.

Tipos sanguíneos:
As células do sangue apresentam certos elementos (aglutinógenos), geneticamente estabeleci-
dos, que recebem o nome convencional de A e B. Essas células estabelecem o tipo sanguíneo apre-
sentado pelo indivíduo, e são:
• tipo A – com hemácias que só contêm o elemento A;.
• tipo B - com hemácias que só contêm o elemento B;.
• tipo AB - com hemácias que contêm os dois elementos;.
• tipo O - com hemácias “vazias”, ou seja, sem aglutinógeno.
Além destes , existe também o fator Rh. A grande maioria da população apresenta o aglutinóge-
no Rh, sendo chamadas de Rh+.

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Anatomia e Fisiologia Humana
Glóbulos Brancos
Também conhecidos como leucócitos, estas células estão presentes no sangue em menor quan-
tidade quando comparadas as hemácias.
Os glóbulos brancos são responsáveis pela defesa do organismo, promovendo a destruição dos
agentes invasores, além de produzir a histamina, que é uma substância presente nas reações alérgi-
cas, e também a heparina, que é um anticoagulante.
Quando estão suspensos no sangue os leucócitos apresentam um formato esférico e se classifi-
cam como granulócitos ou também chamado de poliformonucleares e agranulócitos, de acordo com
suas caracteristicas celulares. Durante a fase de maturação os leucocitos se diferenciam em outras
células.
Os granulócitos são formados em sua maioria por neutrófilos (65% a 70%), e em menor porcen-
tagem estão os eosinófilos (2% a 4%) e os basófilos (1%). Esses componentes sao formados na medula
óssea e são destruidos e descartados pelo baço, figado, secreções glandulares, muco-bronquial e tam-
bém por autodestruição.
Os glóbulos brancos realizam a defesa do organismo durante a fase aguda do processo inflama-
tório e infeccioso. Os eosinófilos fazem parte de processos alérgicos.
Os agranulócitos são formados pelos linfócitos e monócitos. Os linfócitos representam 25%-
40% dos leucócitos e são produzidos nos tecidos linfóides, onde ficam armazenados (timo e baço).
Uma pequena quantidade circula pelo corpo e atua de forma lenta nos processos inflamatórios
crônicos em função do seu poder de destruição reduzido sobre as bactérias. Entretanto esse elemento
é essencial nas reações de defesa contra proteínas estranhas ao organismo.
Os monócitos são formados na medula óssea e atuam no combate de infecções crônicas, corres-
pondendo a 3%-6% dos leucócitos.

Plaquetas:
As plaquetas também são consideradas elementos de grande relevância no sangue.
O corpo apresenta cerca de 250 a 450 mil plaquetas/ml de sangue, e elas atuam no processo
de coagulação sanguínea, onde caso nao existissem correriamos o risco de perder todo o sangue por
meio de qualquer ferimento.

Cascata de Coagulação:
A partir do momento em que um vaso sanguíneo é lesionado, um processo chamado de hemos-
tasia é iniciado para imperdir a perda de sangue. O vaso que sofreu a lesão, se contrai, movimento
este chamado de vasoconstrição, e as plaqueas que circulam pelo sangue passam a ficar agregadas no
local da lesão, formando assim um tampão plaquetário.

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Anatomia e Fisiologia Humana
Durante o processo de agregação das plaquetas, os fatores dos vasos lesados, do plasma sanguí-
neo e também das plaquetas possibilitam a interação em cascata de 13 proteínas plasmáticas dando
origem a fibrina e também formando uma rede que captura leucócitos, plaquetas e eritrócitos.
É formado então o coágulo sanguíneo, que é mais firme e consistente em relação ao tampão
plaquetário. Estando protegido pelo conágulo, a parede do vaso sanguíneo que foi lesionada restaura-
se pela formação de tecido novo. Ao final, a ação de enzimas plaquetárias e plasmáticas faz com que
haja a remoção do coágulo.
Figura- Cascata de coagulação

Disponível em: http://coagulacaosanguinea.blogspot.com/. Acesso em jan 2016.

 Vias de Circulação Sanguínea
Os v.asos sanguíneos são inervados pelo nervo simpático, que apresenta ação vasoconstritora,
ou seja, ele reduz o calibre dos vasos, e também pelo nervo parasimpático, que possui efeito contrário
ao do nervo simpático, ou seja, ele apresenta ação vasodilatadora, elevando o calibre dos vasos. A
ação desses dois feixes nervosos é que mantém a tonicidade e o diâmetro dos vasos sanguíneos Os
vasos sanguíneos são constituidos por tubos que recebem o nome de artérias e veias. A diferenciação
entre ambos se dá por meio do fluxo que cada um segue e também pela tipicidade do sangue que por
eles passam. Qualquer interrupção desse fluxo pode causar a morte da célula e portanto ocasionar
uma lesão tecidual.
Formam uma rede de tubos que transportam sangue do coração em direção aos tecidos do cor-
po  e  de  volta  ao  coração.  Os  vasos  sanguíneos  podem  ser  divididos  em sistema arterial e sistema
venoso:
a)  Sistema Arterial: Constitui um conjunto de vasos que partindo do coração, vão se ramifican-
do, cada ramo em menor calibre, até atingirem os capilares.
b)  Sistema Venoso: Formam um conjunto de vasos que partindo dos tecidos, vão se formando
em ramos de maior calibre até atingirem o coração.

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Anatomia e Fisiologia Humana
Artérias:
Atuam conduzindo o sangue com elevado teor nutricional e substâncias essenciais como é o
caso do oxigênio por exemplo, para as células.
Suas paredes são resistentes, sendo constituidas por musculatura do tipo lisa (involuntária),
tendo em vista que conduzem o sangue sob alta rpessão para que o seu fluxo seja tão rápido quanto
necessário.
As artérias são palpáveis principalmente em locais onde existem arterias de alto calibre e que
são mais superficiais como nas regiões articulares por exemplo.

Veias:
As veias por sua vez apresentam parede muscular fina, que se contrai ou se expande de acordo
com a necessidade. Não apresentam pulsação e atuam como reservatórios do sangue que por elas se
movimentam.
Conduzem o sangue já utilizado pelo organismo, sendo este rico em detritos e gás carbônico. A
medida que se aproxima do coração o diâmetro das veias vão aumentando de forma gradativa.
Apresentam válvulas na parte interna, em especial nos membros inferiores e superiores, para di-
recionar o fluxo sangüíneo no sentido do coração e evitar o refluxo.
Quando essas válvulas perdem parte de sua funcionalidade as veias se dilatam e surgem as varizes.
Figura- Tipos de vasos sanguíneos

Disponível em: http://sinaisvitaisnobonfim.blogspot.com/2010/02/arterias-veias-e-capilares.html.


Acesso em jan 2016.

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Anatomia e Fisiologia Humana
Vasos capilares
Os vasos capilares são tubos finos constituidos por uma camada de céluas. Todos os órgãos
apresentam redes capilares. É nesses tubos que o sangue arterial é transformado em sangue venoso.
O sangue disponibiliza nutrientes e também oxigênio às celulas e recebe delas o gás carbônico e os
resíduos. Os vasos capilares representam as ultimas ramificações das vênulas e das arteríolas. São
responsáveis por fazer a comunicação entre o sistema arterial e o venoso.
  Feixe vásculo - nervoso: quando artéria, veia(s) e nervo(s) formam um conjunto.
As artérias caracterizam-se pela sua pulsação. Quando cortadas, sangram em esguicho.
As veias são mais numerosas do que as artérias, não pulsam e portanto a hemorragia não ocor-
re em esguicho. O sangue move nas veias das partes distais para o coração e não em sentido oposto.
Válvulas são para impedir o refluxo, encontradas nas veias, mais numerosas nos membros; au-
sentes na maioria das veias do tronco ( sistema porta e vertebral).
Os músculos das panturrilhas e das coxas atuam como bombas, impulsionando o sangue des-
de os pés, em sentido ascendente, até o coração.
A pressão sanguínea, significa, a pressão que o sangue exerce junto a parede interna das artérias. A pres-
são sistólica ou máxima é quando o coração bombeia sangue com pressão para dentro das artérias e es-
tas se distendem; é a das artérias no fim da contração (sístole) do V.E.(120 mmHg). A pressão diastólica ou mí-
nima é a que se verifica no final da diástole, quando as paredes das artérias voltam à posição inicial; é a
das artérias no fim da fase de repouso (diástole) do V.E. (80 mmHg).
As pressões arteriais normais são mantidas: pela ação de bomba premente do V.E.; pela resis-
tência  periférica;  pela  quantidade  de  sangue  nas  artérias;  pela  viscosidade do  sangue  e  elasticida-
de das paredes das artérias.
Pulsação é a onda de expansão e contração de uma artéria e é uma reflexão da pressão cria-
da pela ejeção de sangue do coração.
O aumento da pressão endoventricular, (contração ventricular), determina o fechamento das val-
vas atrioventriculares e a vibração que resulta deste fechamento é a “1º bulha cardíaca”. O fechamen-
to das valvas aórtica e pulmonar é a “2º bulha cardíaca”.
Sopro cardíaco: ruído anormal, válvulas não fecham direito, permite o retorno do sangue.
Auscultação: sons cardíacos são ouvidos com o uso do estetoscópio.
Trombose: é a coagulação do sangue no interior do vaso; pode ser por depósito de lipídios, dimi-
nui o calibre do vaso, o sangue coagula dentro deste vaso, pode ser como resultado de lesões do en-
dotélio dos vasos, diminuição da velocidade do fluxo sanguíneo por excessiva imobilidade no leito, in-
fecções intensas. Pode ocorrer com artéria ou veia.
Aneurisma:  dilatação  da  artéria  pode  romper  ocasionando  derrame,  e  quando  ocorre den-
tro  do  crânio,  aumenta  a  pressão  intracraniana,  comprime  o  cérebro.  No  aneurisma, pode  ocor-
rer trombose.

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Anatomia e Fisiologia Humana
Estrutura dos Vasos:
Túnica externa: é composta basicamente por tecido conjuntivo. Nesta túnica encontramos pe-
quenos filetes nervosos e vasculares que são destinados à inervação e a irrigação das artérias. Encon-
trada nas grandes artérias somente.
Túnica média: é a camada intermediária composta por fibras musculares lisas e pequena quan-
tidade de tecido conjuntivo elástico. Encontrada na maioria das artérias do organismo.
Túnica íntima: forra internamente e sem interrupções as artérias, inclusive capilares. São consti-
tuídas por células endoteliais.

Disponível em: simbiotica.org/circulatorio.htm. Acesso em jan 2016.

Diapedese
Passagem dos leucócitos do sangue para os demais tecidos. Faz-se atravessando os vasos capila-
res. Este processo ocorre geralmente quando uma parte do organismo fica lesionada, onde o proces-
so de inflamação é necessário. Resumidamente, a diapedese é a saída dos glóbulos brancos dos va-
sos sanguíneos.
Figura- Diapedese

Disponível em: sara-cienciasnaturais7.blogspot.com/2012/02/diapedese.html. Acesso em jan 2016.

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Anatomia e Fisiologia Humana
 Coração
O  coração  é  um  órgão  musculoso  do  tamanho  aproximado  de  um  punho  fechado
e com peso em média de 400 g, tem cerca de 12 cm de comprimento por 8 a 9 cm de largura.
O  coração  quase  sempre  continua  a  crescer  em  massa  e  tamanho  até  um  período avança-
do da vida; este aumento pode ser patológico. O coração atua como uma bomba muscular que pro-
move a circulação do sangue por todo o corpo. Para tanto possui movimentos sistólicos (contração)
e diastólicos (relaxamento), por meio dos quais o sangue penetra no seu interior e a partir desse mo-
mento é impulsionado para os vasos sanguíneos.
  Está situado na porção central da cavidade torácica chamada de mediastino, mais precisamen-
te o mediastino médio, e é envolto por um saco fibrosseroso que apresenta paredes duplas e recebe
o nome de pericárdio.
A estrutura cardíaca é composta por três camadas musculares:
• epicárdio (camada externa);.
• miocárdio (camada média e a mais espessa);.
• endocárdio (camada interna).

Ao todo o coração apresenta quatro  câmaras, que recebem o nóme de átrios (superiores)
e ventrículos (inferiores). Os átrios armazenam o sangue oriundo das veias, motivo este que faz com
que suas paredes sejam delgadas.
Os ventrículos por sua vez apresentam uma parede muscular mais espessa tendo em vista que
eles são responsáveis por inserir sangue nas artérias e por isso necessitam de maior força para vencer
a resistência vascular. Figura- Estrutura anatômica do coração Disponível em: www.algosobre.com.br
› Vestibular › Biologia. Acesso em jan 2016.

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Anatomia e Fisiologia Humana

Disponível em: www.algosobre.com.br › Vestibular › Biologia. Acesso em jan 2016.

Os movimentos cardíacos são ritmados, apresentando uma média de 80 batimentos por minu-


to em um adulto. Como na criança o espaço a ser percorrido pelo sangue é menor seus batimentos
cardíacos tendem a ser mais rápidos. Ao colocar a mão ou o diafragma do estetoscópio sobre a por-
ção referente ao terço inferior do osso esterno, é possível sentir ou escutar o pulso referente ao ápi-
ce do coração, que recebe o nome de pulso apical.
E em cada movimento sistólico você notará que um grande volume sanguíneo é impulsiona-
da para fora do coração, visando a manutenção da vida.
Para evitar que o sangue, impulsionado dos ventrículos durante a sístole, reflua durante a diás-
tole, há válvulas localizadas junto aos orifícios de abertura da artéria aorta e da artéria pulmonar, cha-
madas válvulas semilunares.
Outras válvulas que impedem o refluxo do sangue são a válvula tricúspide, situada entre a au-
rícula e o ventrículo direito, e a válvula bicúspide ou mitral, entre a aurícula e o ventrículo esquerdo.
A  sístole  ventricular  segue-se  imediatamente  a  sístole  auricular.  A  contração ventricu-
lar é mais lenta e mais energética.
As cavidades ventriculares se esvaziam quase que por completo com cada sístole, depois, o co-
ração fica em um completo repouso durante um breve espaço de tempo.

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Anatomia e Fisiologia Humana
Figura- Cavidades ventriculares

Disponível em: pt.slideshare.net/carlaximenes7/corao-e-pericrdio. Acesso em jan 2016

Figura- Circulação do sangue pelo coração

Disponível em:pt.slideshare.net/carlotabuchi/corao-4958085. Acesso em jan 2016.

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Anatomia e Fisiologia Humana

Disponível em: http://www.29rba.abant.org.br/resources/anais/1/1402005765_ARQUIVO_PapercoracaoartificialMari-


solMarinipdf.pdf. Acesso em jan 2016.

O coração é um órgão inervado tanto por nervos simpáticos como parassimpáticos, que por
sua vez afetam a função cardíaca, modificando sua frequência ou força de contração do miocárdio.
O nervo simpático promove o aceleramento dos batimentos do coração e eleva a força de contração

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Anatomia e Fisiologia Humana
miocárdica, e como consequência um maior volume de sangue é expulso do coração. O nervo
parassimpático por sua vez atua de modo contrário ao nervo simpático.
O coração atua de forma automática por ação do sistema nervoso e o impulso para execução
de sua atividade cardíaca tem origem nele próprio – processo este chamado de sistema de condução
do coração, que é resposável pelas contrações espontâneas.
É constituido pelo nó sinusal (ou sinoatrial), que está localizado no átrio direito, mais precisa-
mente próximo à desembocadura da veia cava superior – que é o ponto de origem de todos os estí-
mulos, e por isso é chamado de marca-passo cardíaco.
Os estímulos que ele produz são transmitidos através de fibras musculares ao nó atrioventri-
cular, situado nas proximidades do septo atrial. Pela musculatura ventricular, esses estímulos alcan-
çam o feixe de His e seguem pelas fibras de Purkinge, direita e esquerda.

Disponível em: dicionariosaude.com › Doenças de A a Z. Acesso em jan 2016.

O controle automático do coração sofre interferencias externas como temperatura (a febre au-


menta a frequência cardíaca), mudanças na concentração sérica de cálcio e também de potássio que
podem causar uma redução da sua frequência cardíaca e também na sua força de contração, parada
cardíaca e contração espástica.

 Mecanismos do sistema circulatório

1. Pequena circulação (Pulmonar)
Na pequena circulação, o sangue venoso que se encontra no ventrículo direito vai para as ar-
térias pulmonares dirigindo-se para os pulmões percorrendo os capilares pulmonares, onde se reali-
za a hematose, ou seja, as trocas gasosas.
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Anatomia e Fisiologia Humana
O sangue arterial volta ao coração através das veias pulmonares, entrando no átrio esquerdo.
Ventrículo direito → Pulmões → Átrio esquerdo (Coração → pulmão → Coração)

Disponível em: ijcnaturais.blogspot.com/2011/11/fisiologia-do-coracao.html. Acesso em jan 2016.

2. Grande circulação (sistêmica)
A grande circulação, ou circuito sistêmico, é a designação dada à parte da circulação sanguí-
nea que se inicia no ventrículo esquerdo. Dali, o sangue (sangue arterial) é bombeado pela contra-
ção do ventrículo esquerdo para a artéria aorta. Esta divide-se para os órgãos principais do nosso cor-
po (com exceção dos pulmões), onde se utiliza o oxigênio.
O sangue venoso ou seja, o que é pobre em oxigênio, (nesta etapa da circulação, já que o mes-
mo  não  acontece  na  pequena  circulação)  volta  ao  coração  pelas  veias  cavas, introduzindo-se  as-
sim na aurícula direita.
Da aurícula o sangue passa para o ventrículo direito através do orifício atrioventricular, onde exis-
te a válvula tricúspide. Assim, a grande circulação começa no ventrículo esquerdo e termina no átrio di-
reito.
Ventrículo esquerdo → Tecidos → Átrio direito (Coração → corpo → coração)

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Anatomia e Fisiologia Humana

Disponível em: ijcnaturais.blogspot.com/2011/11/fisiologia-do-coracao.html. Acesso em jan 2016.

Simplificando: Enquanto o ventrículo direito impulsiona o sangue para os pulmões (através da pe-
quena circulação), o ventrículo esquerdo o impulsiona para os tecidos do corpo (através da grande cir-
culação), sob pressão bem maior.
 Vasos linfáticos
Além do sistema cardiovascular , o corpo também apresenta outro sistema que atua com fluxo
de líquido corporal: o sistema linfático. Esse sistema nada mais é do que o conjunto formado pelos va-
sos linfáticos, pela linfa e também pelos órgãos como o baço, linfonodos, as tonsilas palatinas e o timo. 
A linfa consiste em um líquido de cor clara, ligeiramente amarelado, que circula lentamente pelo
nosso corpo por meio dos vasos linfáticos. Parte do plasma presente no sangue extravasa de forma
continua dos vasos capilares, e esse excedente acaba formando um material líquido entre as celulas
teciduais do organismo. Esse líquido recebe o nome de líquido intercelular ou intersticial.
Uma porção desse líquido intersticial sofre refluxo para os capilares sanguíneos, carregando
consigo vários resíduos e tambem gás carbônico. A outra parte que corresponde a linfa é recolhida
pelos capilares linfáticos onde estes transporta a linfa até os vasos de maior calibre, que são chamados
de vasos linfáticos. Esses vasos são similares às veias, por sua vez terminam em grandes veias, onde a
linfa é finalmente liberada e acaba se misturando com o sangue.
Ao longo de sua trajetória, os vasos linfáticos passam por dentro de pequenos órgãos globulares
chamados de linfonodos. Os vasos linfáticos passam também por certos órgãos como as tonsilas pala-
tinas, também conhecidas como amídalas, e o baço.
Os  linfonodos  atuam na  filtragem  da  linfa, e dela  removem  as  partículas estranhas  e,  tam-
bém destroem as bactérias. Portanto, os linfonodos desempenham um papel importante, promoven-
do a retenção de microrganismos ou células mortas, evitando dessa forma que um processo infeccio-
so se instale no organismo ou cause pertubações em outros pontos.
No entanto, por vezes, o processo infeccioso é tão forte que causa uma proliferação significativa
das células dos linfonodos.
O  sistema linfático nao apresenta um órgão que seja equivalente ao coração. Dessa forma a
linfa, não é bombeada como o sangue. Ainda assim, ela se desloca tendo em vista que as contrações
musculares acabam comprimindo os vasos linfáticos causando assim o fluxo da linfa.

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Anatomia e Fisiologia Humana
Os vasos linfáticos apresentam válvulas que por sua vez impedem o retorno da linfa para seu
interior. Com isso, ela acaba circulando pelo vaso linfático em sentido único. O sistema linfático ajuda
o sistema cardiovascular na coleta e distribuição de ácidos graxos e gliceróis que foram absorvidos no
intestino delgado, na remoção de resíduos e tambem contribui para a defesa do organismo pois pro-
duz determinados leucócitos como é o caso dos linfócitos por exemplo.
As circulações linfáticas e sanguíneas estão intimamente relacionadas. A macro e a microcircu-
lação de retorno dos órgãos e/ou regiões é feita pelos sistemas venoso e linfático.
As moléculas pequenas vão, em sua maioria, diretamente para o sangue, sendo conduzidas pe-
los capilares sanguíneos, e as grandes partículas alcançam a circulação através do sistema linfático.
Entretanto,  mesmo  macromoléculas  passam  para  o  sangue  via  capilares  venosos, sen-
do que o maior volume do fluxo venoso faz com que, no total, o sistema venoso capte muito mais pro-
teínas que o sistema linfático.
Contudo, a pequena drenagem linfática é vital para o organismo ao baixar a concentração pro-
teica  média  dos  tecidos  e  propiciar  a  pressão  tecidual  negativa fisiológica  que  previne  a  forma-
ção do edema e recupera a proteína extravasada.
Figura- Sistema linfático

Disponível em: integraestetica.com.br/artigo5.html. Acesso em jan 2016.

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Anatomia e Fisiologia Humana
8 SISTEMA RESPIRATÓRIO
É um conjunto de órgãos que fornece oxigênio e remove gás carbônico do organismo, auxilian-
do as células no metabolismo, atuando em conjunto com o sistema circulatório. O sistema respirató-
rio também esta envolvido com a vocalização.
O sistema respiratório humano é constituído por um par de pulmões e por vários órgãos que con-
duzem o ar para dentro e para fora das cavidades pulmonares.
As duas funções do Sistema Respiratório são:
• Trocas  Gasosas:  absorção  de  gás  oxigênio  pelas  células  e  a  eliminação  de  gás carbôni-
co para o ambiente.
• Produção de energia: o gás oxigênio se combina à glicose proveniente dos alimentos nas mi-
tocôndrias e libera gás carbônico, água e a energia necessária à manutenção do organismo.
O Sistema Respiratório é formado pelas fossas nasais, faringe, laringe, traquéia, brônquios, bron-
quíolos, alvéolos pulmonares e pulmões.
Figura- Sistema Respiratório

Disponível em: www.situado.net. Acesso em jan 2016.

Divisão funcional
Porção condutora: cavidade nasal, boca, nasofaringe, faringe, laringe, traquéia, brônquios (pri-
mário, secundário, terciário), bronquíolos e bronquíolos terminais.

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Anatomia e Fisiologia Humana
Porção respiratória: bronquíolos respiratórios, ductos alveolares, sacos alveolares e alvéolos.

Zona de Condução
1. Faringe
2. Epiglote
3. Laringe
4. Esôfago

Porção de condução e respiração

1. Traqueia
2. brônquio primário
3. brônquio secundário
4. brônquio terciário
5. bronquíolo terminal
6. bronquíolo respiratório
7. alvéolos

Boca
A boca só participa do sistema devido à necessidade de liberar o ar interno durante a fala.

Fossas Nasais
São duas cavidades paralelas que começam nas narinas e terminam na faringe.
Elas são separadas uma da outra por uma parede cartilaginosa denominada septo nasal.
Em seu interior há dobras chamada cornetos nasais, que forçam o ar a turbilhonar. Têm as fun-
ções de filtrar, umedecer e aquecer o ar.
Possuem um revestimento dotado de células produtoras de muco e células ciliadas, também pre-
sentes nas porções inferiores das vias aéreas, como traquéia, brônquios e porção inicial dos bronquí-
olos.

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Anatomia e Fisiologia Humana
No teto das fossas nasais existem células sensoriais, responsáveis pelo sentido do olfato.

Disponível em: www.retinoplastiacuritiba.com.br. Acesso em jan 2016.

A cavidade nasal contém várias aberturas de drenagem, pelas quais o muco dos seios parana-
sais é drenado.
Os seios paranasais compreendem os seios maxilares, frontal, etmoidal e o esfenoidal.

Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Sinusite. Acesso em jan 2016.

Faringe
É um canal comum aos sistemas digestório e respiratório e comunica-se com a boca e com as fos-
sas nasais. O ar inspirado pelas narinas ou pela boca passa necessariamente pela faringe, antes de atin-
gir a laringe.
Integra tanto o sistema respiratório (pois conduz o ar para a laringe) como o digestório (pois re-
passa os alimentos para o esôfago).

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Anatomia e Fisiologia Humana
Entre a faringe e a laringe existe uma abertura chamada glote que é fechada por uma válvu-
la chamada epiglote.
Quando nós engolimos, para que o alimento não passe para a laringe, a epiglote se fecha, en-
tão, o alimento vai para o esôfago.
Caso  isso  não  ocorra,  o  alimento  vai  para  a  laringe  e  o  indivíduo  engasga, provocando  tos-
se e a eliminação do alimento das vias respiratórias.

Disponível em: www.recursosparaeldeporte.blogspot.com. Acesso em jan 2016..

Laringe
É um tubo sustentado por peças de cartilagem articuladas, situado na parte superior do pesco-
ço, em continuação à faringe.
O  pomo-de-adão,  saliência  que  aparece  no  pescoço,  faz  parte  de  uma  das  peças cartilagino-
sas da laringe.
O epitélio que reveste a laringe apresenta pregas, as cordas vocais, capazes de produzir sons du-
rante a passagem de ar.

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Anatomia e Fisiologia Humana

Disponível em: megablogs-djpatron303.blogspot.com. Acesso em jan 2016.

Traquéia
É  um  tubo  de  aproximadamente  1,5  cm  de  diâmetro  por  10-12  centímetros  de comprimen-
to, cujas paredes são reforçadas por anéis cartilaginosos.
Bifurca-se na sua região inferior, originando os brônquios, que penetram nos pulmões. Deles par-
tem algumas ramificações conhecidas como bronquíolos, que desembocam nos alvéolos pulmonares.
Seu epitélio de revestimento muco-ciliar adere partículas de poeira e bactérias presentes em sus-
pensão no ar inalado, que são posteriormente varridas para fora (graças ao movimento dos cílios) e en-
golidas ou expelidas.

Disponível em: www.ebah.com.br. Acesso em jan 2016.

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Anatomia e Fisiologia Humana
Pulmão
É um órgão duplo, elástico devido a sua função, localizado no interior da caixa torácica. O direi-
to é composto por três partes, denominadas lobo superior, lobo médio e lobo inferior. Já o esquer-
do possui apenas dois lobos: o superior e o inferior.
Os  pulmões  humanos  são  órgãos  esponjosos,  com  aproximadamente  25  cm  de comprimen-
to, sendo envolvidos por uma membrana serosa denominada pleura.
Nos pulmões os brônquios ramificam-se profusamente, dando origem a tubos cada vez mais fi-
nos, os bronquíolos.
O conjunto altamente ramificado de bronquíolos é a árvore brônquica ou árvore respiratória.
Os pulmões são dois órgãos de estrutura esponjosa e têm forma de pirâmide com a base des-
cansando sobre o diafragma.
O direito é maior que o esquerdo, pois consta de três partes ou lóbulos, enquanto que o ou-
tro só tem dois.
Cada  pulmão  se  compõe  de  numerosos  lóbulos,  os  quais  por  sua  vez,  contém  os alvéo-
los,  que  são  dilatações  terminais  dos  brônquios;  as  pleuras  são  membranas  que recobrem  os  pul-
mões e os fixam na cavidade torácica.
Os brônquios são ramificações da porção final da traquéia que penetram nos pulmões e pos-
suem bolsas de ar ricamente vascularizadas.
A hematose é a troca de gases onde há transformação de sangue venoso em sangue arterial.
A função principal do pulmão é a hematose, na qual tanto o oxigênio como o dióxido de car-
bono atravessa a barreira sangue-ar, em forma passiva, por diferenças de concentração (difusão) en-
tre as duas fases.
Também participa na regulação da temperatura corporal. A camada que recobre o pulmão é de-
nominada de pleura.

Brônquios
Cada brônquio principal estende-se da bifurcação da traqueia, ao hilo do pulmão correspondente.
O brônquio principal direito tem 3 cm de comprimento, é mais curto e mais calibroso que o es-
querdo que possui 5 cm de comprimento e é menos calibroso.
Os brônquios penetram no pulmão através do hilo do pulmão. Esses brônquios ramificam-se vá-
rias vezes, originando os bronquíolos, que terminam nos alvéolos pulmonares onde ocorre a troca ga-
sosa.
Os brônquios têm estruturas semelhantes a da traqueia. Quando penetram nos pulmões, jun-
to a eles entram as artérias, vasos linfáticos e nervos.

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Anatomia e Fisiologia Humana
Brônquio Principal Direito:
• Brônquio lobar superior D
• Brônquio lobar médio D
• Brônquio lobar inferior D

Brônquio Principal Esquerdo:
• Brônquio lobar superior E
• Brônquio lobar inferior E

Disponível em: fernandoigorbioifes.wordpress.com. Acesso em jan 2016.

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Anatomia e Fisiologia Humana

Disponível em: http://nonaenfermaria.blogspot.com.br/2009/06/derrame-pleural-achados-semiologicos.html. Acesso


em jan 2016.

Pulmão Direito
• 3 lobos: superior, médio e inferior
• 2 lobos: superior e inferior

Pulmão Esquerdo
• 2 fissuras: oblíqua e horizontal
• 1 fissura: oblíqua

Disponível em: www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/corpo../pulmoes.php. Acesso em jan 2016.

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Anatomia e Fisiologia Humana
Na  face  medial,  cada  um  dos  pulmões  apresenta  uma  fenda,  o  hilo  pulmonar,  pelo qual en-
tram ou saem brônquios, vasos e nervos pulmonares constituindo a raiz do pulmão.

Diafragma
A base de cada pulmão apoia-se no diafragma, um fino músculo que separa o tórax do abdô-
men (presente apenas em mamíferos) promovendo, juntamente com os músculos intercostais, os mo-
vimentos  respiratórios.  Localizado  logo  acima  do  estômago, o  nervo  frênico  controla  os  movimen-
tos do diafragma
Figura- Diafragma

Disponível em:  https://www.nlm.nih.gov/medlineplus/ency/imagepages/19380.htm. Acesso em jan 2016.

Músculos da respiração
Os músculos que fazem aumentar ou diminuir de volume o tórax, são chamados músculos res-
piratórios e são: -
• Diafragma: separa o tórax do abdome e é o mais importante da respiração (inspiração e ex-
piração).
• Intercostais externos: forçam o esterno para frente, alargando o diâmetro do tórax (inspira-
ção).
• Intercostais internos: forçam o esterno para trás, diminuindo o diâmetro do tórax (expira-
ção).
• Grande e pequeno peitoral: numa respiração forçada.

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Anatomia e Fisiologia Humana
Divisão das Vias Aéreas
As  vias  aéreas  têm  como  função  principal  conduzir  o  ar  entre  o  meio  ambiente  e os pul-
mões  (alvéolos  pulmonares),  proporcionando  a  entrada  de  ar  filtrado,  aquecido  e rico  em  oxigê-
nio, assim como a saída de ar rico em dióxido de carbono do aparelho respiratório, participando as-
sim do processo da respiração. Dividem-se em vias aéreas superiores e vias aéreas inferiores.
Vias Aéreas Superiores:

• Cavidade nasal (nariz);.
• Cavidade oral (boca);.
• Faringe (Nasofaringe, orofaringe e laringofaringe ou hipofaringe).
Destas três, a nasofaringe é exclusivamente via aérea, a laringofaringe é exclusivamente via di-
gestiva e a orofaringe é um caminho comum ao ar e aos alimentos.Vias Aéreas Inferiores:
• Laringe.
• Traquéia;.
• Brônquios/bronquíolos;.
Pulmões/alvéolos pulmonares.
O acesso às vias aéreas superiores é direto e sua visualização é quase completa, exceto pela na-
sofaringe (região posterior à cavidade nasal e póstero-superior à úvula - “campainha”.

Fisiologia da Respiração
A  respiração  pode  ser  interpretada  como:  processo  de  trocas  gasosas  entre  o organis-
mo e o meio, conjunto de reações químicas do metabolismo energético (respiração celular).
A entrada e saída de ar nos pulmões depende da diferença entre a pressão atmosférica e a pres-
são intrapulmonar (ação dos músculos respiratórios - músculos intercostais e diafragma); O ar se mo-
vimenta do local de maior pressão para o local de menor pressão.
O Processo Respiratório está dividido em:
Inspiração: Processo pelo qual o ar atmosférico penetra pelo nariz e chega até os pulmões.
• Contração dos músculos intercostais e diafragma;.
• Aumento do volume da caixa torácica;.
• Diminuição da pressão intrapulmonar;.
• Entrada de ar.
Expiração: Processo pelo qual o ar atmosférico presente nos pulmões é liberado para o ambiente.
• Relaxamento dos músculos intercostais e diafragma;.
• Diminuição do volume da caixa torácica;.

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Anatomia e Fisiologia Humana
• Aumento da pressão intrapulmonar;.
• Saída de ar

Fonte: Elaborado pelo autor

Figura- Movimentos respiratórios

Disponível em: fabianoyasminbioifes.wordpress.com. Acesso em jan 2016.

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Anatomia e Fisiologia Humana

Ventilação pulmonar
O movimento de inspiração provoca a entrada de ar nos pulmões por meio da contração do
diafragma e também dos músculos intercostais.
A medida que o diafragma abaixa, as costelas elevam-se causando o aumento da caixa torácica
e isso faz com que a pressão interna diminua em relação a pressão externa, forçando o ar a entrar nos
pulmões. A expiração por sua vez provoca a saída de ar dos pulmões através do processo inverso, ou
seja, por meio do relaxamento do diafragma e dos músculos intercostais.
A medida que o diafragma eleva-se, as costelas abaixam fazendo com que haja uma redução
do volume da caixa torácica e com isso a pressão interna aumenta forçando o ar a sair dos pulmões.

Disponível em: www.odevi.org. Acesso em jan 2016.

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Anatomia e Fisiologia Humana
Transporte de gases respiratórios
A hemoglobina é uma proteína responsável pelo transporte de gás oxigênio pelo corpo. Cada
molécula dessa proteína associa-se com 4 moléculas de gás oxigênio formando as chamadas oxi-he-
moglobina.
Nos alvéolos pulmonares o gás oxigênio presente no ar difunde-se para os capilares sanguíneos
e dessa forma penetra nas hemácias, onde no interior das hemácias o gás oxigênio vai se combinar
com a hemoglobina, enquanto que o gás carbônico será liberado para o meio externo. Esse processo
recebe o nome de hematose.

Disponível em: gervidigital.no.sapo.pt/6ano2p/6ano.htm. Acesso em jan 2016.

Nos tecidos ocorre um processo inverso: o gás oxigênio dissocia-se da hemoglobina e difunde-
-se pelo líquido tissular, atingindo as células.
Grande parte do gás carbônico (cerca de 70%) que é liberado pelas células em direção ao líquido
tissular consegue penetrar nas hemácias e reage com a água, dando origem ao ácido carbônico, que
logo será dissociado dando origem a ions H+ e também a bicarbonato (HCO3-), que se difunde para
o plasma sanguíneo, onde dessa forma auxiliam na manutenção do grau de acidez do sangue. Cerca
de 23% do gás carbônico liberado pelos tecidos conseguem se associar à propria hemoglobina, dando
origme a chamada carboemoglobina. O restante de gás carbônico se dissolve no plasma.

Hematose
Transformação  ocorrida  no  sangue,  antes  rico  em  gás  carbônico  e  depois  rico  em oxigê-
nio, nos pulmões. Nos glóbulos vermelhos encontra-se um pigmento que dá cor ao sangue, denomi-
nado hemoglobina.
Nos  pulmões  a  hemoglobina  combina  com  o  oxigênio  formando  oxiemoglobina. Esta  liga-
ção é instável, quando o sangue atinge os tecidos, desfaz a ligação e o oxigênio é cedido para as cé-
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Anatomia e Fisiologia Humana
lulas.  A  nível  celular,  ocorre  a  respiração  ou  combustão  dos  alimentos energéticos  com  o  consu-
mo de oxigênio e produção de gás carbônico e água.
A energia liberada no processo da respiração mantém a temperatura do organismo e permi-
te a realização das atividades vitais. A água é desprendida na forma de vapor e parte do gás carbôni-
co se liga a hemoglobina para formar carboemoglobina. Ao chegar aos pulmões, o CO2 é desprendi-
do para o ar atmosférico.

Tipos de respiração
• Eupneia: respiração normal.
• Apneia: parada dos movimentos respiratórios.
• Taquipneia: aumento da frequência respiratória.
• Bradipneia: diminuição da frequência respiratória.
• Anóxia: falta ou deficiência de oxigênio nos tecidos.
• Cianose: designação dada a cor azulada da pele e mucosas causadas por baixas concentra-
ções de oxiemoglobina. A cor azul é mais pronunciada nos lábios, orelhas e pontas dos de-
dos. É sinal visível de anóxia.

Controle da respiração
Estando em repouso, a frequência respiratória é de 12 a 20 movimentos por minuto. A respira-
ção é regulada de forma automática por meio de um centro nervoso situado na região do bulbo.
Desse centro partem os nervos que são responsáveis pela contração muscular do sistema respi-
ratório (diafragma e músculos intercostais).
O centro nervoso também transmite sinais nervosos por meio da coluna espinhal onde estes
sinais seguem para os músculos da respiração.
O músculo de maior relevância na respiração é o diafragma, pois ele recebe os sinais respirató-
rios por meio de um nervo especial chamado nervo frênico que parte da medula espinhal, na porção
superior do pescoço, e segue em direção para baixo por meio do tórax até chegar ao diafragma.
Os sinais enviados para os músculos que atuam no movimento de expiração são transmitidos
para a parte baixa da medula espinhal, para os nervos espinhais que inervam os músculos.
É possivel que a respiração seja afetada pelos impulsos gerados pela estimulação psíquica ou
sensorial do córtex.
Estando sob condições normais, o centro respiratório gera a cada 5 segundos um impulso nervo-
so que promove a estimulação da contração muscular torácica e também do diafragma, dando inicio
ao movimento de inspiração.
O centro respiratório pode elevar ou reduzir tanto a amplitude quanto a frequência dos movi-
mentos respiratórios, tendo em vista que ele apresenta quimiorreceptores, sendo estes muito sensí-
veis ao pH do plasma.

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Anatomia e Fisiologia Humana
Essa capacidade possibilita aos tecidos receber a quantidade necessária de oxigênio, sem contar
que ainda remove adequadamente o gás carbônico.
A partir do momento em que o sangue se torma mais ácido em função da elevação do gás car-
bônico, o centro respiratório acaba induzindo a aceleração dos movimentos respiratórios. Com isso,
tanto a amplitude, quanto a frequência da respiração acabam se tornando elevadas em função da
excitação do centro respiratório. Em sentido contrário está a depressão do centro respiratório, pois
nessa condição ocorre a redução da amplitude e da frequência respiratórias. A respiração ainda é o
principal meio de controle do pH sanguíneo.

Disponível em: slideplayer.com.br/slide/3242901. Acesso em jan 2016.

Mecanismos de defesa do sistema respiratório

Contra microorganismos do meio externo e sangue:
• Retenção nas fossas nasais (partículas > 10 µm).
• Retenção no muco do epitélio (2 a 10 µm).
• Reflexo de tosse.
• Macrófagos.
• BALT (linfócitos T)
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Anatomia e Fisiologia Humana
9 SISTEMA DIGESTIVO
Os  alimentos  só  podem ser absorvidos  pelo  organismo  após  sofrerem modificações  quími-
cas que possibilitem sua absorção pela corrente circulatória. Os nutrientes não absorvidos são elimi-
nados sob a forma de fezes.
Depois de comermos, vários processos transformam aquilo que ingerimos em um composto di-
gerido, formado por partes diminutas que poderão passar pelas paredes dos nossos órgãos. Chama-
mos esses processos de sistema digestivo, ou sistema digestório.
A digestão é o processo pelo qual grandes moléculas orgânicas presentes nos alimentos - como pro-
teínas, carboidratos, lipídeos, etc. - são quebradas em moléculas menores pela ação de enzimas di-
gestivas - processo chamado de catabolismo.
Substâncias químicas que realizam a digestão são conhecidas como enzimas e elas precisam en-
trar  em  contato  com  os  grupamentos  atômicos  que  formam  os  alimentos para poder desmontá-
-los. Assim, quanto menor for o pedaço de comida, maior será o contato da enzima com ele.
Estas  enzimas  diferem  entre  si  pela  substância  que  irão  digerir  (substrato),  locais de atua-
ção ao longo do tubo digestivo e condições de acidez (pH) ideais para seu funcionamento.
Digestão:  processo  em  que  as  grandes  moléculas  que  constituem  o  alimento  são transforma-
dos em pequenas moléculas solúveis em água, através de um mecanismo químico conhecido por hidrólise.
Trajeto: boca --- faringe --- esôfago --- estômago --- intestino delgado --- intestino grosso -- - ânus.

Estruturas:
O tubo digestivo é constituído pela boca, faringe, esôfago, estômago, intestino delgado, intesti-
no grosso, ampola retal ou reto e ânus, e por órgãos auxiliares da digestão denominados órgãos ane-
xos: o pâncreas, a vesícula biliar e o fígado.
Os órgãos digestivos são revestidos por células epiteliais cuja função é fabricar o muco que per-
mite o deslizamento do bolo alimentar e secretar as enzimas que irão quebrar as grandes moléculas.

Disponível em:www.abcdasaude.com.br. Acesso em jan 2016.

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Anatomia e Fisiologia Humana

Disponível: pt.slideshare.net/JosVitorAlves/aula-7-sistema-digestrio. Acesso em jan 2016.

 Boca
É  o  primeiro  órgão  do  aparelho  digestivo.  Possui  duas  estruturas  importantes  para a  diges-
tão: a língua e os dentes.

Disponível em: mundobiologico-geral.blogspot.com/p/sistema-digestorio.html. Acesso em jan 2016.

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Anatomia e Fisiologia Humana
O palato é o teto da cavidade bucal, que se divide em palato duro (anterior e ósseo) e o pala-
to mole (posterior e muscular). Separa a cavidade nasal da cavidade bucal. No palato mole medial-
mente encontra-se a úvula e lateralmente entre os arcos palatoglosso e o arco palatofaríngico a ton-
sila palatina (amígdala).
A Língua é um órgão musculoso, dotado de muita mobilidade para poder misturar os alimen-
tos com saliva e permitir a mastigação. Serve para engolir os alimentos, ou seja, para a deglutição.

Disponível em:  http://www.scientificpsychic.com/workbook/sentidos-humanos.html. Acesso em jan 2016.

Os dentes correspondem a estruturas calcárias que atuam cortando e triturando os alimentos


facilitando assim o processo da digestão. Sua ação consiste em reduzir os alimentos em pequenos
pedaços que, ao se misturarem a saliva, facilitam a ação enzimática.

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Anatomia e Fisiologia Humana
  Características dos dentes: 
Apresenta uma estrutura rígida, calcificada, que se prende ao maxilar superior e mandíbula, e
tem como principal função a mastigação.

Disponível em: efsaudecef10.blogspot.com/2013/03/tipos-de-dentes.html. Acesso em jan 2016.

Em sua primeira dentição o ser humano apresenta 20 peças que são chamadas de dentes de
leite. A medida que os maxilares vão crescendo, os dentes de leite vão sendo substituidos por outros
32 dentes do tipo permanente.

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Anatomia e Fisiologia Humana
 Os dentes são formados pela coroa (sua parte visível); uma ou mais raízes (inseridas no alvéo-
lo do osso) e colo (localizado entre a coroa e a raiz).
Estruturalmente, são constituídos por uma porção não calcificada, a polpa, e duas porções cal-
cificadas, o esmalte e a dentina.

Disponível em: slideplayer.com.br/slide/5247775/. Acesso em jan 2016.

A língua permite a movimentação do alimento na boca, a partir do momento em que conduz o


alimento em direção a garganta para que seja deglutido. Na superfície da língua existem várias papi-
las gustativas onde suas células sensoriais conseguem perceber os quatro sabores primários: azedo,
doce, salgado e amargo. Da combinação desses sabores resultam milhares de outros sabores diferen-
tes. A distribuição das papilas gustativas pela superficie da língua nao é homogênea.

 Glândulas Salivares
Existem três pares de glândulas salivares que expelem sua secreção diretamente na cavidade
bucal: sublingual, submandibular e parótida. Os sais da saliva promovem a neutralização das subs-
tâncias ácidas e também consegue manter na boca um pH neutro a levemente ácido, sendo que esta
condição é ideal para a ação da ptialina.
Ela apresenta-se no estado líquido aquoso, incolor, insípido. E suas principais funções são:
• Digestiva: possui enzima ptialina (amilase salivar) que vai agir sobre o amido. pH 7.
• Umedece a mucosa da boca, língua e faringe facilitando a mastigação, fonação e deglutição.
• Protege  a  cavidade  bucal  diluindo  substâncias  irritantes  e  ajustando  temperaturas al-
tas ou baixas dos alimentos.
• Remove os resíduos de alimentos ( limpeza dos dentes).
• Lubrifica o bolo alimentar e inicia a digestão.
• É o solvente universal dos alimentos.
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Anatomia e Fisiologia Humana
Glândulas salivares: responsáveis pela produção e secreção salivar.
Glândula parótida: situada lateralmente na face e anterior ao pavilhão auditivo; maior; o proces-
so infeccioso a parotidite é conhecido como caxumba.
Glândula submandibular: abaixo da mandíbula.
Glândula sublingual: é a menor; lateralmente e inferiormente à língua.

Disponível: pt.slideshare.net/../salivary-glands-3789. Acesso em jan 2016.

 Faringe
A faringe é um órgão tubular que com prolongação para baixo no pescoço com a forma de um fu-
nil, seu tamanho varia de 12 à 15 cm de comprimento e de cerca de 35 mm em seu início e cer-
ca de 15 mm no seu término. Possui comunicação com o esôfago, fossas nasais e os ouvidos.
A faringe situa-se atrás das fossas nasais e a frente às vértebras cervicais, se mantém ligada a la-
ringe e o esôfago.

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Anatomia e Fisiologia Humana
A laringofaringe ou faringe inferior, é denominada a continuação da orofaringe ou faringe mé-
dia, pela frente possui ligação com a laringe o por baixo com o esôfago.
A orofaringe ou faringe média está ligada pela parte anterior com a cavidade bucal e comunica-
-se com a faringe superior.
A nasofaringe, rinofaringe ou faringe superior, é ligada pelas cavidades nasais, fazendo uma liga-
ção com a orofaringe, é a parte mais espessa da faringe, compreende-se da base do crânio até o pa-
lato mole (céu da boca).
A função da faringe é a circulação de alimentos e ar. Ao respirarmos o ar entra nas fossas na-
sais  ou  pelo  orifício  da  boca  passando  pela  faringe,  encaminhando-se  para traqueia  e  pelos  brôn-
quios até chegar aos pulmões.
No caso dos alimentos, eles sempre entram pelo orifício da boca, seguindo até a faringe mé-
dia, indo ao esôfago e seguem para o estômago. É graças à presença da epiglote que ocorre essa du-
pla função na faringe.
Ela  situa-se  na  parte  superior  da  laringe  e  serve  para  controlar  a  entrada  de  ar para a larin-
ge e os alimentos para o esôfago, pois, durante a deglutição ela fecha-se, não permitindo a entra-
da do alimento na laringe.

 Esôfago
O esôfago corresponde ao canal que faz a ligação entre a faringe e o estômago, está situado
entre os pulmões logo atrás do coração e atravessa o músculo diafragma, que é o músculo que separa
o tórax do abdômen. O bolo alimentar leva em torno de 5 a 10 segundos para percorre-lo.  O Esôfa-
go continua o trabalho da Faringe, transportando os alimentos até o estômago, devido aos seus movi-
mentos peristáltico s (contrações involuntárias).

Disponível em: www.webciencia.com. Acesso em jan 2016.

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Anatomia e Fisiologia Humana

 Estômago
O estômago é um órgão do tubo digestivo, caracterizando-se por ser um segmento dilatado, situ-
ado na cavidade abdominal, abaixo do diafragma, vindo logo após o esôfago e anteriormente ao duode-
no. Este órgão exerce funções endócrinas e exócrinas, digerindo os alimentos e secretando hormônios.
Suas principais funções são continuar a digestão de carboidratos que foi iniciada na boca atra-
vés da adição de um fluído ácido ao alimento ingerido, transforma este bolo alimentar no denomina-
do quimo (massa viscosa) através da atividade muscular e, através da enzima pepsina, iniciar a diges-
tão das proteínas.
Produz  também  uma  lípase  gástrica,  que  com  o  auxílio  da  lípase  lingual,  digere  os triglicerí-
deos.  O  estômago  dos  seres  humanos  possui  um  volume  de,  aproximadamente 50 mL quan-
do está vazio, podendo expandir para 4L de capacidade. Quando está vazio, tem o formato de um
“J” maiúsculo, onde duas partes se unem por ângulos agudos, para estudos anatômicos o estôma-
go é divido em partes, como visualizado na figura abaixo:

Disponível em: www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/corpo../estomago-1.php. Acesso em jan 2016.

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Anatomia e Fisiologia Humana
 Suco Gástrico
O suco gástrico corresponde a um líquido claro, com elevado teor ácido e que apresenta ácido
clorpidrico, muco, sais e enzimas em sua composição. O ácido clorídrico faz com que o pH da porção
interna do estômago fique entre 0,9 e 2,0. Ele também dissolve o chamado cimento intercelular dos
tecidos alimentares, ajudando na fragmentação mecânica que é iniciada pela mastigação.
O bolo alimentar pode ficar armazenado no estômago por até 4 horas ou mais e quando se
mistura ao suco gástrico transforma-se em uma espécie de massa cremosa ácida e semilíquida que
recebe o nome de quimo.

   Intestino Delgado
O intestino delgado consiste em um tupo que mede cerca de 6 m de comprimento por 4 cm
de diâmetro e se divide em 3 regiões: duodeno (maior porção), jejuno (porção intermediária) e íleo
(menor porção).
A região do duodeno situa-se na parte superior do intestino e apresenta a forma de ferradura
no qual compreende o piloro, esfíncter muscular da porção inferior do estomago no qual este elimi-
na seu conteúdo no intestino.

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Anatomia e Fisiologia Humana
O intestino delgado está localizado entre o estômago e o intestino grosso. É revestido por uma mu-
cosa enrugada, apresentando inúmeras projeções. Segrega várias enzimas digestivas, dando origem à
moléculas pequenas e solúveis (glicose, aminoácidos, glicerol etc.
O duodeno é a primeira porção do intestino delgado, a receber o quimo (massa branca e es-
pumosa), que vem do estômago. Quando o quimo chega ao duodeno, ainda está muito ácido e irri-
ta a mucosa duodenal.
Em seguida o quimo é banhado pela bile, uma substância secretada pelo figado e armazenada
na vesicula biliar, sendo composta de bicarbonato de sódio e sais biliares, que atual emulsificando a
gordura, fragmentando suas gotas em milhares de microgotículas. O quimo também recebe o suco
pancreático que é gerado no pâncreas e contém água, enzimas e uma quantidade considerável de
bicarbonato de sódio que faz com que o quimo seja neutralizado.
 Em pouco tempo, a “papa” alimentar do duodeno, vai-se tornando alcalina e gerando condi-
ções necessárias para ocorrer a digestão intra-intestinal.
O jejuno e o íleo é a parte do intestino delgado onde o trânsito do bolo alimentar é rápido, fican-
do a maior parte do tempo vazio, durante o processo digestivo.

Disponível em:  http://www.myh360.com/jinrihuati/duanchang.html. Acesso em jan 2016.

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Anatomia e Fisiologia Humana
Ao longo do intestino delgado, depois que todos os nutrientes foram absorvidos, sobra uma pas-
ta  grossa,  com  detritos  não  assimilados  e  com  bactérias,  já  fermentado, que  segue  para  o  intesti-
no grosso.

Disponível em: flipper.diff.org/app/items/info/1572. Acesso em jan 2016.

Disponível em: imgbuddy.com/major-duodenal-papilla.asp. Acesso em jan 2016.

 Intestino Grosso
O intestino grosso é a região do intestino onde ocorre a absorção de água, tanto a que é inge-
rida quanto a das demais secreções digestivas. Está dividido em seis porções: ceco, cólon ascenden-
te, transverso, descendente, curva sigmóide e reto.

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Anatomia e Fisiologia Humana
No ceco, a primeira porção do intestino grosso, os resíduos alimentares, já constituindo o bolo fe-
cal,  passam  ao  cólon  ascendente,  depois  ao  transverso,  em  seguida ao  descendente.  Nesta  por-
ção, o bolo fecal permanece estagnado por muitas horas, preenchendo as porções da curva sigmoi-
de e do reto.
O sistema digestivo não consegue digerir nem absorver as fibras vegetais e por isso elas passam
por todo o tubo digestivo formando no final uma boa porcentagem da massa fecal. As glândulas da
mucosa intestinal secretam muco que atua lubrificando o bolo fecal, o que facilita o seu trânsito e
consequentemente a sua eliminação.

Disponível em:  http://abcblogs.abc.es/eat-fit/2015/06/12/sindrome-del-colon-irritable/. Acesso em jan 2016.

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Anatomia e Fisiologia Humana

Disponível em:  http://abcblogs.abc.es/eat-fit/2015/06/12/sindrome-del-colon-irritable/. Acesso em jan 2016.

Órgãos Anexos

 Pâncreas
O pâncreas consiste em uma glândula do tipo mista, que mede cerca de 15cm de comprimento
e apresenta um formato triangular. Situa-se de forma transversal sobre a parede posterior da cavidade
abdominal, mais precisamente na alça formada pelo duodeno, sob o estômago.
 O pâncreas é composto por uma cabeça, um corpo e uma cauda afilada. A sua cabeça se encaixa
perfeitamente no quadro duodenal.
A secreção externa é direcionada para o duodeno através dos canais de Wirsung e de Santorini.
O canal de Wirsung termina ao lado do canal colédoco na ampola de Vater.
O pâncreas apresenta dois órgãos imbricados: pâncreas exócrino e o pâncreas endócrino. O
primeiro é responsável por produzir enzimas digestivas em estruturas chamadas de ácinos. Estes por
sua vez estão associados por meio de condutos finos, que é por onde a sua secreção é conduzida até
um condutor maior, que termina no duodeno, durante a digestão.
O pâncreas endócrino é responsável por secretar os hormônios insulina e glucagon, já trabalha-
dos no sistema endócrino.

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Anatomia e Fisiologia Humana
Figura- Anatomia do pâncreas

Disponível em: equipedigestorio.blogspot.com/2009/06/pancreas.html. Acesso em jan 2016.

 Fígado
Corresponde ao maior órgão interno do nosso corpo e também é considerado um dos órgãos
vitais. Dentre as visceras é a que possui maior volume, pensando cerca de 1,5kg em um homem adulto
e na mulher chega a pesar entre 1,2 e 1,4 kg.
Sua cor é arroxeada, apresenta uma superfície lisa e recoberta por uma cápsula própria. Está
localizado no quadrante superior direito da cavidade abdominal.
O  tecido  hepático  é  composto  por  pequenas formações  que  são chamadas  de lobos,  consti-
tuidos por colunas de células hepáticas ou hepatócitos, e rodeadas por canalículos, pelos quais pas-
sa a bile, secretada pelos hepatócitos.
A união desses canais forma o que chamamos de ducto hepático onde, juntamente com o ducto
proveniente da vesícula biliar, compõe o ducto comum da bile, que descarrega seu conteúdo no duo-
deno.

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Anatomia e Fisiologia Humana
As células hepáticas auxiliam o sangue a absorver as substâncias ricas em nutrientes e também
a excretar os materiais residuais e as toxinas, assim como também os esteróides e outros hormônios.
O fígado corresponde a um órgão bastante versátil pois além de armazenar glicogênio, cobre,
ferro e vitaminas, também produz carboidratos a partir de lipídios ou de proteínas, assim como tabém
produz lipídios a partir de proteínas ou de carboidratos.
 Esse órgão também promove a síntese do colesterol e purifica muitos fármacos e muitas outras
substâncias. Quando se tem alguma inflamação no fígado como ocorre com a cirrose por exemplo,
dizemos que a pessoa está com um quadro de hepatite.

Funções:
• Eliminar a bile, líquido este que age na emulsão das gorduras que são ingeridas, favorecen-
do, a ação da enzima lipase;.
• Retirar moléculas de glicose presentes no sangue, reunindo-as através de processos quími-
cos para formar glicogênio, que é armazenado. Nos momentos de carência, o glicogênio é
reconvertido em glicose que voltam para a corrente sanguínea;.
• Armazenar vitaminas e ferro em suas células;.
• Realizar a metabolização dos lipídeos;.
• Promover a síntese de várias proteínas existentes no sangue, de fatores imunológicos e de
coagulação e também de substâncias que transportam oxigênio e gorduras;.
• Degradar o álcool e outras substâncias tóxicas, favorecendo a desintoxicação do organis-
mo;.
• Destruir hemácias (glóbulos vermelhos) velhas ou anormais, convertendo sua hemoglobi-
na em bilirrubina, que é o pigmento castanho-esverdeado presente na bile.

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Anatomia e Fisiologia Humana
Figura- Anatomia do fígado

Disponível em:www.somosmulheres.com. Acesso em jan 2016..

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Anatomia e Fisiologia Humana
 Vesícula Biliar e Vias Biliares
A vesícula biliar é uma pequena bolsa muscular de armazenamento que contém bile, uma se-
creção digestiva viscosa verde-amarelada produzida pelo fígado. A bile sai do fígado através dos duc-
tos hepáticos direito e esquerdo, os quais se unem para formar o ducto hepático comum.
Em  seguida,  esse  ducto  une-se  a  um  outro  proveniente  da  vesícula  biliar, denominado  duc-
to  cístico,  formando  o  ducto  biliar  comum.  O  ducto  biliar  comum desemboca  no  intestino  delga-
do (na sua parte superior), ao nível do esfíncter de Oddi, alguns centímetros abaixo do estômago.
Aproximadamente 50% da bile secretada entre as refeições é desviada através do ducto císti-
co para a vesícula biliar. O restante da bile flui diretamente através do ducto biliar comum para o inte-
rior do intestino delgado.
Quando  uma  pessoa  alimenta-  se,  a  vesícula  biliar  contrai,  drenando  a  sua  bile para o inte-
rior do intestino para ajudar na digestão de gorduras e de determinadas vitaminas.
A  bile  é  constituída  por  sais  biliares,  eletrólitos,  pigmentos  biliares  (p.ex., bilirrubina),  coles-
terol  e  outras  gorduras  (lipídeos).  Ela  é  responsável  pela  eliminação  de certos  produtos  metabóli-
cos  do  organismo,  sobretudo  os  pigmentos  provenientes  da destruição  de  eritrócitos  e  o  coleste-
rol em excesso, e auxilia na digestão e na absorção de gorduras.
Os sais biliares aumentam a solubilidade do colesterol, das gorduras e das vitaminas lipossolú-
veis (solúveis em gordura) para ajudar na sua absorção do intestino.
A  hemoglobina  originária  dos  eritrócitos  é  transformada  em  bilirrubina  (o  principal pigmen-
to na bile) e excretada na bile como produto metabólico. Além disso, várias proteínas que possuem pa-
péis importantes na função biliar são secretadas na bile.

Disponível em: www.colombiaparatodos.net. Acesso em jan 2016.

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Anatomia e Fisiologia Humana
Os cálculos  biliares podem obstruir o fluxo da bile da vesícula biliar, causando  dor (cólica bi-
liar) ou inflamação da vesícula biliar (colecistite). Os cálculos também podem migrar da vesícula bi-
liar para o ducto biliar, onde eles podem causar icterícia ao bloquearem o fluxo normal da bile até o in-
testino. O fluxo também pode ser bloqueado por tumores e por outras causas menos comuns.

Disponivel em: www.nutricion.pro/wp-content/uploads/2008/07/vesicula.biliar.gif. Acesso em jan 2016.

Processo Digestório
O processo digestório é iniciado na boca, que por sua vez é composta pelos dentes, lingua, pala-
to duro, palato mole e três pares de glândulas: as parótidas, as lublinguais e as submandibulares, que
são responsáveis pela liberação da saliba, chamadas de glândulas salivares maiores tendo em vista
que além delas também existem glândulas salivares esparsas e pequenas.
Estas glândulas eliminam em torno de um litro a um litro e meio de saliva todos os dias, e esta é
constituida por água que ajuda na diluição do bolo alimentar e também por enximas.
O alimento é triturado pelos dentes e com a ajuda da língua ele é empurrado no sentida da farin-
ge em um processo chamado de deglutição. Na boca o alimento alem de ser triturado já sofre o inicio
da digestão por meio da atuação de uma enzima que é liberada pelas glândulas salivares, chamada
de amilase salivar ou ptialina, onde sua função consiste em digerir o amido e também os carboidratos
presentes no bolo alimentar.
As glândulas salivares são reguladas por meio do sistema nervoso autônomo, no entanto alguns
fatores físico-quimicos podem interferir no seu processo de secreção.
Para evitar que restos de alimentos fiquem retidos entre os dentes e venham a apodrecer, cau-
sando  cáries,  o  que  dificulta  a  mastigação  e  conseqüentemente  a  digestão, todas  as  pessoas  de-
vem, após as refeições ou consumo de doces em horários intermediários, realizar uma higiene bu-
cal correta, mediante uma boa escovação.

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Anatomia e Fisiologia Humana
Durante o processo de deglutição do alimento, este passa por uma espécie de válvula chamada
epiglote, que promove o fechamento da laringe evitando que o bolo alimentar penetre nas vias aére-
as e posteriormente pela faringe, que é uma estrutura que também faz parte do sistema respiratório
pois se comunica com a boca, laringe. Favidade nasal e esôfago.    O alimento segue da faringe até o
esôfago, que promove o seu transporte até o estômago em função dos movimentos peristálticos que
existem nessa região.

Disponível em:  http://es.slideshare.net/CarlettAzamar/cancer-de-vesicula-y-vias-biliares. Acesso em jan 2016.

Figura- Processo de deglutição

Disponível em: www.wakepeopleup.com. Acesso em jan 2016.

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Anatomia e Fisiologia Humana
Antes de chegar ao estômago, o alimento passa também por outra válvula chamada cárdia, que
tem como função principal evitar o refluxo do bolo alimentar para a região do esôfago. EM crianças,
como a cárdia ainda está em formação é comum que o refluxo aconteça com frequência.
Chegando ao estômago o processo digestório continua pela metabolização dos hidratos de car-
bono que tiveram sua digestão iniciada na boca e os alimentos ingeridos se transformam mediante
contração muscular em uma espécie de massa semilíquida de teor ácido chamada de quimo. No es-
tômago, o bolo alimentar sofre a ação do suco gástrico, que é uma secreção estomacal rica em ácido
clorídrico, onde também estão presentes duas enzimas, a renina e a pepsina, que são secretadas pela
mucosa estomacal.
Ao chegar no duodeno, o quimo é neutralizado pela ação do bicarbonato de cálcio, que é libera-
do pela mucosa do intestino, sendo induzido por um hormônio chamado secretina. Com a sua acidez
neutralizada o bolo alimentar passa a ser chamado de quilo.
Posteriormente o suco entérico atuara sobre o quilo. Esse suco é liberado por várias glândulas
que existem na mucosa do intestino, no qual contém as enzimas enteroquinase, que atua ativando a
tripsina, e a peptidases, que é responsável pela digestão dos peptídeos.
Gerado na região do pâncreas, o suco pancreático é conduzido até o duodeno por meio do canal
colédoco. Nele estão presentes as enzimas quimiotripsina e tripsina, que vão dar inicio a digestão das
proteínas, a lipase pancreática, que vai digerir os lipídios e a amilase pancreática que dará continuida-
de a digestão do amido que não foi digerido na boca pela ação da ptialina.
É também na regiao duodenal que o bolo alimentar sofre a ação da bile. Essa substância é
produzida no figado e fica armazenada na vesícula biliar. A bile não é uma enzima, mas sais que
vão atuar emulsificando, ou seja, quebrando as moléculas grandes de gordura, transformando-as em
moléculas menores para facilitar a ação da lipase.

Absorção dos Nutrientes
Os  nutrientes  resultantes  do  quilo  são  absorvidos  por  células  da  mucosa  intestinal (intestino
delgado)  em estruturas denominadas microvilosidades, posteriormente transferidas para a corren-
te sangüínea, que se encarregará de levá-los para todo o corpo.
Por meio de um esfíncter chamado íleo-cecal, os resíduos que não sofreram absorção pelo intes-
tino delgado, vão sendo direcionados para o intestino grosso.
Chegado ao intestino grosso, esses resíduos perderão água e endurecerão, formando o chama-
do bolo fecal, o qual passará pela ampola retal através de movimentos peristálticos, sendo posterior-
mente eliminado pelo ânus pelo processo de defecação.

10 SISTEMA URINÁRIO
O sistema urinário é composto pelos órgãos uropoéticos que são responsáveis por produzir a
urina e armazena-la de forma temporária até que a mesma tenha a chance de ser eliminada para for

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Anatomia e Fisiologia Humana
a do organismo. Na urina estão presentes algumas substâncias tais como ácido úrico, sódio, uréia,
potássio, bicarbonato.
O aparelho urinário pode ser dividido em órgãos secretores que geram a urina e órgãos excreto-
res que são responsáveis pelo processo de drenagem da urina para o meio externo.
Contribui para manter a homeostase, produzindo urina que elimina água, resíduos do metabo-
lismo, eletrólitos e não-eletrólitos que encontram-se em excesso no organismo como a uréia, glicose
e outros.
Os órgãos do sistema urinário compreendem:
• 2 rins.
• 2 ureteres.
• 1 bexiga.
• 1 uretra

Disponível em: www.estudopratico.com.br/como-funciona-o-sistema-excretor/. Acesso em jan 2016.

Além dos rins, as demais estruturas que integram o sistema urinário atuam como um encanamen-


to que compõe as vias do trato urinário. As estruturas como ureteres, bexiga e uretra não alteram a uri-
na no decorrer do caminho. Pelo contrário, elas armazenam e transportam a urina do rim para for a
do organismo.

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Anatomia e Fisiologia Humana
Rins
São  órgãos  pares  em  forma  de  grão  de  feijão;  Localizados  logo  acima  da  cintura pélvica,  en-
tre o peritônio e a parede posterior do abdome; Possui coloração vermelho parda.
Os  rins  são  recobertos  pelo  peritônio  e  circundados  por  uma  massa  de  gordura  e de te-
cido  areolar  frouxo.  Cada  rim  tem:  Cerca  de  11,25cm  de  comprimento;  5  a  7,5cm  de largura;  Cer-
ca de 2,5cm de espessura; O esquerdo é um pouco mais comprido e mais estreito do que o direito.
São órgãos glandulares que atuam poupando ou excretando a água e os sais nas quantidades
suficientes para conservar a normalidade e o meio em que as céluals vivem.
São responsáveis pela eliminação dos detritos que as células liberam e depositam no organis-
mo, recolhidas pelo sangue (uréia, creatinina, ácido úrico).
O acúmulo dessas substâncias pode ser letal, tendo em vista que prejudica o funcionamento de
vários órgãos e sistemas importantes como coração, pulmão, sistema nervoso, etc. O peso do rim de
um homem adulto pode variar entre 125 a 170g. No caso da mulher esse peso varia entre 115 a 155g.
O rim direito normalmente situa-se ligeiramente abaixo do rim esquerdo devido ao grande ta-
manho do lobo direito do fígado.
Possuem formato de grão de feijão, com uma borda convexa e outra côncava, na qual se encon-
tra o hilo (bacinete), de onde sai e entram o ureter, os nervos e vasos sanguíneos.
O hilo possui também dois ou três cálices, que se reúnem para originar a pélvis renal, parte su-
perior dilatada do ureter.
Os  rins  são  formados  por  uma  capsula  de  tecido  conjuntivo  denso,  a  zona  cortical (cama-
da mais externa e pálida) e a zona medular (camada mais interna e escura).
A  zona  medular  é  composta  por  10  a  18  pirâmides  medulares  ou  de  Malpighi, cujos  vérti-
ces apresentam saliências nos cálices renais, denominadas papilas, que desembocam nos ductos co-
letores, pelos quais a urina passa alcançando a pelve renal e o ureter.

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Anatomia e Fisiologia Humana

Disponível em: www.myshared.ru/slide/1022960/. Acesso em jan 2016.

Cada rim é constituído por 1 a 4 milhões de néfrons; São as unidades funcionais dos rins, pois são ca-
pazes de realizar todas a funções renais.

Cada rim apresenta:

• duas faces: anterior e posterior.
• duas bordas: medial e lateral. Na medial possui o hilo renal, por onde passa a artéria re-
nal, veia renal e ureter.
• duas extremidades (pólos): superior (possui a glândula supra-renal) e inferior.
Os rins estão envolvidos por uma cápsula fibrosa. Internamente são formados por duas cama-
das:

• Camada cortical, córtex renal (Cápsulas de Bowman e os glomérulos renais).
• Camada medular, medula renal (pirâmides de Malpighi – é o conjunto das alças de Hen-
le e túbulos coletores).
A projeção do córtex tem a forma de colunas, colunas renais e separam porções cônicas da me-
dula  denominadas  pirâmides  renais.  A  pelve  renal  (bacinete):  cálices  renais maiores  e  cálices  re-
nais menores.

Néfrons
O néfron corresponde a unidade morfologica e funcional da urina do rim. Cada rim apresenta
cerca de um milhão de néfrons. O formato do néfron é bem diferenciado e também inconfundível
onde se adequa perfeitamente para a sua função de produção de urina. O néfron é constituido por:

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Anatomia e Fisiologia Humana
• Corpúsculo Renal: Cápsula Glomerular (de Bowman);.
• Glomérulo: Rede de capilares sanguíneos enovelados dentro da cápsula glomerular.
• Túbulo Renal: Túbulo contorcido proximal;.
• Alça do Néfron (de Henle);.
• Túbulo contorcido distal;.
• Túbulo coletor.

Disponível em: mariafandjoaol.blogspot.com. Acesso em jan 2016.

Funções dos Rins
Os rins executam o trabalho principal do sistema urinário, com as outras partes do sistema atu-
ando principalmente na:
• Filtração do sangue ;.
• Formação da urina;.
• Homeostasia (auto regulação) dos líquidos do corpo de várias maneiras.
• Regulação da composição iônica do sangue;.
• Manutenção da osmolaridade do sangue;.
• Regulação do volume sanguíneo;.
• Regulação da pressão arterial;.
• Regulação do pH do sangue;.
• Liberação de hormônios;.
• Regulação do nível de glicose no sangue;.
• Excreção de resíduos e substâncias estranhas.

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Anatomia e Fisiologia Humana
Glândulas Supra-renais
As glândulas supra-renais (adrenais) estão situadas entre as faces supero- mediais dos rins e o
músculo  diafragma.  Cada  glândula  supra-renal, é envolta por uma cápsula fibrosa e um coxim de
gordura e apresenta 02 partes: O córtex e a medula supra-renal, sendo que ambas geram hormônios
distintos.
A primeira parte, ou seja, o córtex secreta hormônios que são essenciais à vida, enquanto que
a medula supra-renal secretam hormônios de menor relevância quando comparados aos hormônios
secretados pelo córtex.
A  medula  da  supra-renal  pode  ser retirada, sem provocar danos  que comprometem  a  vida.
A medula supra-renal secreta dois hormônios: epinefrina (adrenalina) e norepinefrina. Já o córtex su-
pra-renal secreta os esteróides.

Disponível em: www.mdsaude.com › Endocrinologia. Acesso em jan 2016.

Ureteres
Correspondem a dois tubos que conduzem a urina dos rins até a região da bexiga. São órgãos
de pequeno calibre e apresentam menos de 6mm de diâmetro podendo medir entre 25 a 30 cm de
comprimento. A pelve renal é a extremidade superior do ureter, situada na parte interna do rim.
Descendo de forma obliqua para baixo , o ureter percorre por entre a parede posterior do ab-
dome, penetrando em seguida na cavidade pélvica, onde se abre no óstio do ureter localizado no
assoalho da bexiga urinária.
Por conta da sua trajetória, os ureteres se distinguem em duas partes:  abdominal  e pélvi-
ca.  Os  ureteres  podem realizar  contrações  rítmicas  chamadas de peristaltismo.  A  urina  se  deslo-
ca ao longo dos ureteres em resposta aos movimentos peristalticos e também à gravidade.

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Anatomia e Fisiologia Humana

Disponível em: www.calculorenal.org/calculo-renal-sistemaurinario.htm. Acesso em jan 2016.

Bexiga
A bexiga urinária atua como uma espécie de reservatório temporário para que a urina seja ar-
mazenada.  Quando se encontra  vazia,  a  bexiga localiza-se  na porção inferior  ao peritônio  e poste-
rior à sínfise púbica: quando está cheia, ela se eleva invadindo a cavidade abdominal.
É um órgão oco, elástico que nos homens está situado anterior ao reto e nas mulheres se en-
contra presente à frente da vagina e logo abaio do útero. Quando a bexiga está cheia, sua superfície
interna fica lisa.
Uma  área  triangular  na  superfície  posterior  da  bexiga  não  exibe  rugas.  Esta  área  é chama-
da trígono da bexiga e é sempre lisa. Este trígono é limitado por três vértices: os pontos de entra-
da dos dois ureteres e o ponto de saída da uretra. O trígono é importante clinicamente, pois as infec-
ções tendem a persistir nessa área.
A saída da bexiga urinária contém o músculo esfíncter chamada esfíncter interno, que se con-
trai involuntariamente, prevenindo o esvaziamento.

Disponível em: www.iad-goiania.com.br/node/71. Acesso em jan 2016.

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Anatomia e Fisiologia Humana

Disponível em: aplicacaodebotox.blogspot.com. Acesso em jan 2016.

O esfíncter externo situa-se na porção inferior ao músculo esfíncter, que envolve a parte supe-
rior da uretra e se for controlado voluntariamente possibilita a resistência quanto a necessidade de
urinar. A capacidade média da bexiga urinária é de cerca de 700 a 800ml, sendo menor ans mulheres
pois o útero ocupa um espaço maior situado acima da bexiga, o que comprime o espaço da bexiga
urinária fazendo com que ela apresente uma capacidade menor em relação aos homens.

Uretra
A  uretra  corresponde a um tubo que transporta a urina da bexiga para o meio externo. Sua
estrutura é revestida por mucosa e a uretra se abre para o meio externo através do óstio externo da
uretra. A uretra masculina tende a ser maior que a uretra feminina.

1. Uretra Masculina
A uretra masculina se estende do orifício interno da bexiga urinária até o orifício uretral externo
situado na extremidade do pênis. É dividida em 3 partes: Prostática, Membranácea e Esponjosa. Na
uretra masculina existe uma pequena abertura em forma de fenda chamada de ducto ejaculatório.

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Anatomia e Fisiologia Humana

Disponível em: www.esteticas.com.br/cancer_prostata.htm. Acesso em jan 2016.

Disponível em: uroped.blogspot.com/2012/02/uretra.html. Acesso em jan 2016.

2. Uretra Feminina
Consiste em um canal formado por membranas, sendo estreito e que se estende da bexiga ao
orifício externo no vestíbulo. Está situada dorsalmente à sínfise púbica, incluida na parede anterior da
vagina. É levemente curva, apresentando a cavidade direcionada para frente.
Quando não está dilatada, seu diâmetro é de cerca de 6mm. Sua abertura externa situa-se na
frente do orifício vaginal e mede cerca de 2,5 cm dorsalmente à glande do clitóris. Várias glândulas

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Anatomia e Fisiologia Humana
uretrais se abrem na região da uretra, sendo que as maiores delas são as glândulas parauretrais, cujos
ductos terminam exatamente no interior do óstio uretral.

Disponível em: pt.slideshare.net/../sistema-reprodutor-feminino-33922279. Acesso em jan 2016.

Disponível em: www.gineco.com.br › O Corpo da Mulher. Acesso em jan 2016.

Diferenças das uretras masculina e feminina
As uretras masculinas e a femininas se diferenciam em seu trajeto. Na mulher, a uretra é cur-
ta (3,8cm) e faz parte somente do sistema urinário. Seu óstio externo fica localizado na aprte ante-
rior da vagina e entre os lábios menores.

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Anatomia e Fisiologia Humana
Já no homem, a uretra é mais mais longa (20cm) e faz parte dos sistemas reprodutor e urinário.
Quando a uretra masculina deixa a bexiga, ela passa através da próstata e se estende ao longo do
comprimento peniano.
Assim, a uretra masculina apresenta duas finalidades: transportar a urina e o esperma.

Disponível em: sociencias.wordpress.com. Acesso em jan 2016.

Processo de Filtração
O sangue, que é impulsionado para a artéria aorta, segue pelas demais artérias, penetra nos rins
por meio da artéria renal, que se subdivide até se transformar em várias arteríolas que penetram em
pequenos grãozinhos que existem nos rins e são chamadas de cápsulas de Bowman.
No interior das cápsulas de Bowman, as arteríolas assumem o calibre de capilares e enrolam-se
sobre si mesmas, formando os chamados  glomérulos, onde o sangue é filtrado.
No  trajeto  seqüencial,  os  capilares  enovelados  assumem novamente  o  calibre  de arterío-
las e saem das cápsulas sob a denominação de arteríolas eferentes. Uma vez dentro dos gloméru-
los, o sangue deixa passar água e sais pelas paredes permeáveis dos capilares.
Os  materiais  filtrados  são  também  absorvidos  pelas  paredes permeáveis  das cápsu-
las de Bowman, que os deixam passar pelo funil em que estão inseridas.
Assim, os filtrados penetram em tubos sinuosos chamados de túbulos contorcidos proximais,
onde é nesse local que ocorre a absorção de água e íons necessários para o funcionamento do orga-

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Anatomia e Fisiologia Humana
nismo como cloro, sódio, cálcio, glicose, fosfato e magnésio.
Após várias voltas, que permitem uma maior absorção, os túbulos formam grandes alças que
recebem o nome de alças de Henle, onde o excesso de água e também parte do sódio são absorvidos
passando novamente a formar tubos contorcidos dessa vez chamados de túbulos contorcidos distais,
os quais finalizam a absorção das alças que os antecedem e terminam em túbulos coletores.
Os túbulos coletores por sua vez, terminam em vias de grande calibre (ductos capilares, que fi-
cam dispostos lado a lado, organizados em forma de pirâmides, com os vértices voltados para a parte
interna do rim.
Esses vértices penetram em estruturas similares ao nome que possuem: cálice renal , que é o
local para onde o filtrado flui, quase que em sua totalidade, alterado para urina. Cada conjunto de 3 ou
4 cálices se reune num cálice maior que estabelece comunicação com a maior das câmaras de saída:
a pelve renal.
Essas câmaras (uma para cada rim) recebem a urina e afunilam-se formando os ureteres, pe-
los  quais  ela  é  depositada  numa  bolsa  muscular,  a  bexiga,  capaz  de armazenar mais de um li-
tro  de  líquido A  ineficiência  renal,  por  qualquer  fator  traumático  ou  por  doenças,  pode  levar  à
perda desnecessária de água e de substâncias importantes para o organismo, bem como à elimina-
ção excessiva de água e de elementos indispensáveis ao nosso corpo, como as proteínas, por exemplo.

Disponível em: fisiologiarenalhumana.blogspot.com/. Acesso em jan 2016.

Excreção: eliminação de resíduos celulares.
Existem  outros  resíduos  formados  por  substâncias  não  utilizadas  pelas  células  ou prejudi-
ciais ao organismo. Além dos rins, as vias respiratórias (CO2) e a pele (suor) funcionam como órgãos ex-
cretores.
Gás carbônico: retirado das células pelo sangue e transportado aos pulmões, é eliminado pelo sis-
tema respiratório (vapor de água, álcool, éter, etc., quando essas substâncias são introduzidas no or-
ganismo).

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Anatomia e Fisiologia Humana
Suor:  fabricado  pelas  glândulas  sudoríparas  que  estão  na  pele  (axilas).  Suor  (  água,
uréia, ácido úrico, cloreto de sódio). O suor sai pelos poros na superfície do corpo e participa da regu-
lação térmica, temperatura do corpo.
Obs.: As fezes são resíduos alimentares não digeridos e não absorvidos, não se refere a excreção.

Regulação da Função Renal
A regulação da função renal relaciona-se basicamente com a regulação da quantidade de líqui-
dos do corpo.
Havendo necessidade de reter água no interior do corpo, a urina fica mais concentrada, em fun-
ção da maior reabsorção de água; havendo excesso de agua no corpo, a urina fica menos concentra-
da, em função da menor reabsorção de água.

Cálculo Renal
São  formações  sólidas  de  sais  minerais  e/ou  uma  série  de  outras  substâncias, como  oxala-
to de cálcio e ácido úrico que se cristalizam.
Essas  cristalizações  podem  migrar  pelas  viaa urinárias  causando  muita  dor  e complica-
ções. Os cálculos podem atingir variados tamanhos, que vão de grãos com alguns milímetros, até o ta-
manho do próprio rim. Eles se formam tanto nos rins quanto na bexiga.

Disponível em: www.sunshinenaturalhealing.com/kidney. Acesso em jan 2016

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Anatomia e Fisiologia Humana
11 SISTEMA REPRODUTOR MASCULINO
O sistema reprodutor humano, também chamado de sistema genital, é formado
por órgãos que constituem o aparelho genital masculino. O sistema reprodutor masculino é forma-
do por:
• Pênis e bolsa escrotal (órgãos externos);.
• Testículos (gônadas) ;.
• Túbulos seminíferos, epidídimo, canal deferente e uretra (vias espermáticas);.
• Próstata, vesículas seminais e glândulas bulbouretrais ( glândulas anexas)

Disponível em:www.brasilescola.uol.com.br. Acesso em jan 2016.

Testículos
São as gônadas masculinas. Cada testículo é composto por um emaranhado de tubos, os duc-
tos seminíferos. Esses ductos são formados pelas células de Sértoli (ou de sustento) e pelo epité-
lio germinativo, onde ocorrerá a formação dos espermatozoides.
Glândulas mistas: Espermatozoide = Exócrina / Testosterona = Endócrina Homens que apresen-
tam os testículos embutidos na cavidade abdominal, anomalia denominada criptorquidia, não for-
mam espermatozóides, sofrendo esterilidade temporária.

Espermatozóide:
É formado de três partes: cabeça, colo e cauda ou flagelo. Os espermatozóides movimentam-
-se num líquido chamado esperma, para se movimentarem, vibram a cauda com rapidez.

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Anatomia e Fisiologia Humana

Disponível em: www.sobiologia.com.br. Acesso em jan 2016.

Disponível em: www.sobiologia.com.br. Acesso em jan 2016.

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Anatomia e Fisiologia Humana
Testosterona
Em meio aos ductos seminíferos, as células intersticiais produzem os hormônios sexuais mas-
culinos, sobretudo a testosterona, responsáveis pelo desenvolvimento dos órgãos genitais masculi-
nos e dos caracteres sexuais secundários.

Funções:
• Estimular os folículos pilosos para que façam crescer a barba masculina e o pelo pubiano.
• Estimular o crescimento das glândulas sebáceas e a elaboração do sebo.
• Produzir o aumento de massa muscular nas crianças durante a puberdade, pelo aumen-
to do tamanho das fibras musculares.
• Ampliar a laringe e tornam mais grave a voz.
• Faz com que o desenvolvimento da massa óssea seja maior, protegendo contra a osteopo-
rose.

Hormônios Masculinos

Fonte: Elaborado pelo autor

Epidídimos
São dois tubos enovelados que partem dos testículos, onde os espermatozoides são armazena-
dos. No epidídimo os espermatozoides são armazenados e passam pela fase de diferenciação (cria-
ção de flagelo). Encontramos também células de Sertoli, com função de nutrição dos espermatozoides

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Anatomia e Fisiologia Humana
Canais deferentes
Cada ducto deferente é uma continuação do epidídimo. O ducto parte do epidídimo entra na ca-
vidade abdominal através do canal inguinal, contorna a bexiga e se liga ao ducto da vesícula semi-
nal, formando o canal ejaculador, este por sua vez se liga a uretra.

Disponível em: slideplayer.com.br/slide/3637930/. Acesso em jan 2016.

Ducto Ejaculador
Fusão dos canais deferentes sob a bexiga: forma o duto ejaculador que desemboca na uretra.

Uretra
A uretra é comumente um canal destinado para a urina, mas os músculos na entrada da be-
xiga se contraem durante a ereção para que nenhuma urina entre no sêmen e nenhum sêmen en-

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Anatomia e Fisiologia Humana
tre na bexiga. Duto comum aos sistemas reprodutor e urinário do homem. Todos os espermatozói-
des não ejaculados são reabsorvidos pelo corpo dentro de algum tempo.
Próstata Glândula localizada abaixo da bexiga urinária. Secreta substâncias alcalinas que neutra-
lizam a acidez das secreções vaginais e dão motilidade aos espermatozoides; Produz secreção prostá-
tica que é nutritiva para os espermatozoides Esta substância compõe o sêmen.
Exame  de  toque:  Devido  ao  elevado  número  de  câncer  de  próstata,  faz  necessário  o exa-
me após os 40 anos de idade (exame de toque).

Disponível em:  http://www.soc.ucsb.edu/sexinfo/article/prostate-gland. Acesso em jan 2016.

Glândulas Bulbo Uretrais
Sua secreção transparente é lançada dentro da uretra para limpá-la e preparar a passagem dos es-
permatozoides. Também tem função na lubrificação do pênis durante o ato sexual.

Vesículas seminais
São responsáveis pela produção de um líquido, que será liberado no ducto ejaculatório que, jun-
tamente com o líquido prostático e espermatozoides, entrarão na composição do sêmen.
O líquido das vesículas seminais age como fonte de energia para os espermatozoides e é cons-
tituído principalmente por frutose, apesar de conter fosfatos, nitrogênio não proteico e prostaglandi-
nas que são hormônios produzidos em numerosos tecidos do corpo.

Pênis
Órgão masculino da cópula, é uma estrutura flácida, quando não estimulada. É ligado às pare-
des anterior e lateral do arco pubiano.
É composto de três colunas longitudinais - duas de corpos cavernosos e um esponjoso - de teci-
do erétil (capaz de aumentar de tamanho quando repleto de sangue).

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Anatomia e Fisiologia Humana
A estimulação sexual é parassimpática dilata as artérias que suprem o pênis e uma grande quan-
tidade de sangue sob pressão entra nos espaços cavernosos do tecido erétil. Na extremidade do pê-
nis encontra-se a glande - cabeça do pênis, onde podemos visualizar a abertura da uretra.
Com  a  manipulação  da  pele  que  a  envolve  –  o  prepúcio  -  acompanhado  de estímulo  eróti-
co, ocorre a inundação dos corpos cavernosos e esponjoso, com sangue, tornando-se rígido, com con-
siderável aumento do tamanho (ereção).
O prepúcio deve ser puxado e higienizado a fim de se retirar dele o esmegma (uma secreção se-
bácea espessa e esbranquiçada, com forte odor, que consiste principalmente em células epiteliais des-
camadas que se acumulam debaixo do prepúcio).
Quando  a  glande  não  consegue  ser  exposta  devido  ao  estreitamento  do  prepúcio,  diz-se
que a pessoa tem fimose.
Circuncisão: procedimento cirúrgico para a correção da fimose.

Disponível em: www.auladeanatomia.com.br. Acesso em jan 2016.

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Anatomia e Fisiologia Humana

Disponível em: slideplayer.com.br/slide/3272673. Acesso em jan 2016.

Bolsa Escrotal
Um espermatozoide leva cerca de 70 dias para ser produzido. Eles não podem se desenvolver ade-
quadamente na temperatura normal do corpo (36,5°C). Assim, os testículos se localizam na parte exter-
na do corpo, dentro da bolsa escrotal, que tem a função de termorregulação (aproximam ou afastam os tes-
tículos do corpo), mantendo-os a uma temperatura geralmente em torno de 1 a 3 °C abaixo da corporal.

Disponível em: www.grandesimagenes.com/escroto. Acesso em jan 2016.

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Anatomia e Fisiologia Humana
Figura- Sistema reprodutor masculino

Disponível em: www.ebah.com.br. Acesso em jan 2016.

12 SISTEMA REPRODUTOR FEMININO
Ele está localizado no interior da cavidade pélvica. A pelve constitui um marco ósseo forte que re-
aliza  uma  função  protetora.  É  dividido  em  órgãos  internos  (ovários, tubas  uterinas,  útero  e  vagi-
na) e externos (orifício externo da vagina, lábios e clítoris).
É constituído por: dois ovários; duas tubas uterinas (trompas de Falópio); um útero; uma vagi-
na; uma vulva.

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Anatomia e Fisiologia Humana
Órgãos Internos

Disponivel em: www.cientic.com. Acesso em jan 2016.

Disponível em: www.estudopratico.com.br. Acesso em jan 2016.

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Anatomia e Fisiologia Humana
Útero Órgão  oco  situado  na  cavidade  pélvica  anteriormente  a  bexiga  e  posteriormente  ao
reto, de parede muscular espessa (miométrio) e com formato de pera invertida. É revestido interna-
mente por um tecido vascularizado rico em glândulas - o endométrio.
É possível distinguir duas partes:a superior ou corpo, mais volumosa onde desembocam as trom-
pas de Falópio; a inferior, mais estreita, chamada colo ou cérvix que comunica com a vagina.
Função: recebe embriões que se implantam no endométrio, e desenvolve vasos sanguíneos ex-
clusivamente para esta função.
Camadas: endométrio, miométrio e perimétrio.
• Perimétrio: peritônio envolve o útero.
• Miométrio: fibras musculares lisa, maior parte do útero.
• Endométrio:  reveste  a  cavidade  uterina,  é  a  que  sofre  modificações  com  a  fase do  ci-
clo menstrual e na gravidez.
Meios de fixação do útero: ligamento largo do útero e ligamento redondo do útero.
O endométrio prepara para receber o óvulo, há aumento de volume, formação de redes de capi-
lares. Não ocorrendo fecundação, essa camada do endométrio sofre descamação. O sangue e os res-
tos da mucosa são eliminados através da vagina. Este fenômeno é a menstruação. Primeira: menar-
ca, 11 a 13 anos e a última: menopausa, 45 a 52 anos.

Disponível em: www.draalessandramatos.com.br/sistema-reprodutor.php. Acesso em jan 2016.

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Anatomia e Fisiologia Humana
Ovários
Órgãos em forma de amêndoa, localizados na cavidade abdominal, onde são formados os gâ-
metas  (óvulos).  São  as  gônadas  femininas,  produzem  estrógeno  e progesterona,  hormônios  sexu-
ais femininos.

Funções: 
1 – produção de estrógeno e progesterona, que controlam o desenvolvimento e funcionamen-
to dos demais órgãos genitais e também o desenvolvimento dos caracteres sexuais secun-
dários. 
2 – produção de óvulos.

Tubas Uterinas
Canais com 12 a 14 cm de comprimento, que se estendem desde cada um dos ovários até à par-
te superior do útero. Iniciam-se por uma porção em forma de funil - pavilhão - que envolve parcial-
mente o ovário.
O  seu  epitélio  de  revestimento  é  formado  por  células  ciliadas  e  os  batimentos  dos cílios  mi-
croscópicos e os movimentos peristálticos impelem o gâmeta feminino até o útero. Local onde ocor-
re a fecundação do óvulo (ampola da tuba).

Disponível em: drcaiojr.site.med.br. Acesso em jan 2016.

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Anatomia e Fisiologia Humana

Disponível em: www.sobiologia.com.br/conteudos/Corpo/reproducao2.php. Acesso em jan 2016.

Laqueadura

Disponível em:www.maeaflordapele.com.br. Acesso em jan 2016.

Vagina
A vagina é um canal de 8 a 10 cm de comprimento, de paredes elásticas, que liga o colo do úte-
ro aos genitais externos. Contém de cada lado de sua abertura, internamente, duas glândulas deno-
minadas glândulas de Bartholin, que secretam um muco lubrificante.
A entrada da vagina é protegida por uma membrana circular - o hímen – que fecha parcialmen-
te o orifício vulvo-vaginal e é quase sempre perfurado no centro, podendo ter formas diversas. Geral-
mente, essa membrana se rompe nas primeiras relações sexuais.

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Anatomia e Fisiologia Humana

Disponível em: pt.slideshare.net/LUAHUFT/sistema-genital-feminino-9994497. Acesso em jan 2016.

Canal do órgão sexual feminino dos mamíferos, que se estende do colo do útero à vulva. A fun-
ção da vagina é receber o pênis no coito e dar saída ao feto no momento do parto, assim como expul-
sar o conteúdo menstrual.

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Anatomia e Fisiologia Humana

Disponível em: professorcampelobiologia.blogspot.com/. Acesso em jan 2016.

Órgãos Externos

Vulva
Estruturas de proteção, sensibilidade e prazer.

Lábios
Pregas  cutâneo-mucosas  intensamente  irrigadas  -  os  grandes  lábios.  Pregas cutâneo-muco-
sas que envolvem a entrada da vagina - os pequenos lábios.
Função: proteção

Clítoris
Pequeno órgão de grande sensibilidade, localizado sobre uma depressão na qual se abrem o ori-
fício urinário e genital. É formado essencialmente por tecido esponjoso.
Orifício que corresponde à abertura da vagina. Permite a saída do sangue menstrual, a entra-
da do pênis quando da relação sexual e a expulsão da criança, no nascimento.

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Anatomia e Fisiologia Humana

Disponível em: slideplayer.es/slide/1132875/. Acesso em jan 2016.

Hormônios
Desde o nascimento, a mulher apresenta em seu ovário cerca de 400.000 folículos, sendo que
destes 300 irão se tornar maduros desde o período da menarca, que corresponde a primeira menstru-
ação e geralmente acontece em torno de 11 a 13 anos, até a menopausa, que corresponde ao periodo
em que a mulher apresenta sua ultima menstruação.
A partir da menarca, a cada ciclo de 28 dias, um folículo migra para a superficie do ovário. Os
ovarios são responsáveis pela produção dos óvulos, que liberam de forma alternada os folículos pro-
duzindo os hormônios progesterona e estrogênio.
Estes hormônios por sua vez aceleram o processo de maturação final do folículo, fazendo com
que ele se rompa e dessa forma libere o óvulo, sendo este processo chamado de ovulação e que dura
em torno de 14 dias.
Caso o óvulo nao seja fecundado, ele é reabsorvido pelo organismo e os ovários paralisam a sua
produção até que um novo ciclo comece e um novo folículo seja liberado.
Nesta circunstância, o endométrio, que é uma camada superficial com elevada vascularização,
descama e elimina uma determinada quantidade de sangue através da vagina, sendo este processo
conhecido como menstruação.
Agora caso o óvulo venha a ser fecundado, ele migra para a região do útero, onde se fixa no
endométrio, fenômeno este conhecido como nidação.

Estrógeno
O  estrógeno  induz  as  células  de  muitos  locais  do  organismo,  a  proliferar,  isto  é,  a aumen-
tar em número. Por exemplo, a musculatura lisa do útero, aumenta tanto que o órgão, após a puber-
dade, chega a duplicar ou, mesmo, a triplicar de tamanho.
O estrogênio também provoca o aumento da vagina e o desenvolvimento dos lábios que a cir-
cundam, faz o púbis se cobrir de pêlos, os quadris se alargarem e o estreito pélvico assumir a for-

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Anatomia e Fisiologia Humana
ma ovóide, em vez de afunilada como no homem.
Provoca o desenvolvimento das mamas e a proliferação dos seus elementos glandulares, e, fi-
nalmente, leva o tecido adiposo a concentrar-se, na mulher, em áreas como os quadris e coxas, dan-
do-lhes o arredondamento típico do sexo.

Progesterona
A progesterona age em todo o corpo físico da mulher preparando-a para a gravidez. Sua maior con-
seqüência é a amenorréia, ou falta de menstruação. É um hormônio essencial na manutenção da gra-
videz, pois evita a descamação do endométrio, que ocasionaria um aborto.

Disponível em: professorcampelobiologia.blogspot.com/. Acesso em jan 2016.

13 SISTEMA NERVOSO
O  sistema  nervoso,  juntamente  com  o  sistema  endócrino,  capacitam  o  organismo a  perce-
ber as variações do meio (interno e externo), a difundir as modificações que essas variações produ-
zem e a executar as respostas adequadas para que seja mantido o equilíbrio interno do corpo (ho-
meostase).

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Anatomia e Fisiologia Humana
São os sistemas envolvidos na coordenação e regulação das funções corporais.
Em termos gerais, o sistema nervoso é responsável por controlar a maioria das funções do cor-
po, por meio do controle das contrações dos músculos esqueléticos, lisos dos órgãos internos e tam-
bém a velocidade de secreção das glândulas exócrinas e endócrinas. As glândulas exócrinas secretam
substâncias para fora do organismo como o suor por exemplo. Ja as glândulas endócrinas secretam
substâncias para dentro do corpo.

Célula Nervosa
O tecido nervoso é composto por células nucleadas especiais, chamadas neurônios, que apre-
sentam prolongamentos extensos capazes de receber estímulos externos como frio, calor, dor. Sua
morfologia é complexa, mas geralmente apresentam três componentes.
 

Disponível em: saude.hsw.uol.com.br/cerebro2.htm. Acesso em jan 2016.

Os dendritos são prolongamentos que atuam como receptores dos estimulos externos, de célu-
las epiteliais sensoriais ou também de outros neurônios.
O corpo celular ou pericário corresponde ao o centro de passagem dos impulsos nervosos da célula.
O axônio por sua vez corresponde a um prolongamento único, especializado na condução de
impulsos que levam informações do neurônio para outras células nervosas, glandulares e musculares.
Os axõnios ficam envoltos por uma camada gelatinosa que atua como isolante e recebe o nome de
bainha de mielina.

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Anatomia e Fisiologia Humana

  Disponível em: ajudaescolar.weebly.com/tecido-nervoso.html. Acesso em jan 2016.

Disponível em: pt.slideshare.net/Marco_Antonioo/aula-7-sistema-nervoso. Acesso em jan 2016.

Células da Neuróglia ou Glia: são as células do tecido nervoso que não conduzem impulsos ner-
vosos, no entanto, desempenham funções importantes. Podem ser:
 Astrócitos: relacionadas com a nutrição e sustentação dos neurônios.
 Oligodendrócitos: também participam da nutrição e sustentação dos neurônios.
 Microgliócitos  ou  Micróglia:  associam-se  com  o  mecanismo  de  defesa  por fagocito-
se no S.N.C.
 Células Empendimárias: revestem as cavidades naturais do S.N.C. e em alguns pontos espe-
cializam-se para secreção do líquor.

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Anatomia e Fisiologia Humana
Transmissão Nervosa
Para que haja a transmissão de um impulso nervoso entre os neurônios é necessário a presença
de uma estrutura chamada sinapse.

Disponível em: www.psiqweb.med.br/site/?area=NO/LerNoticia&idNoticia. Acesso em jan 2016.

Sinapses
Quando  o  potencial  de  ação  chega  ao  fim  do  axônio,  encontra  fendas,  as sinapses, separan-
do um neurônio do outro ou do efetor. O neurônio que transmite o impulso é chamado de neurô-
nio pré-sináptico, enquanto o que recebe, de neurônio pós- sináptico.

Disponível em: www.uff.br/WebQuest/pdf/ionico.htm. Acesso em jan 2016.

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Anatomia e Fisiologia Humana

Disponível em: enemquiz.com.br/simulado/biologia/tecido-nervoso. Acesso em jan 2016.


Há 2 tipos de sinapses: elétrica e química.
1 -  Sinapse  elétrica:  o  potencial  de  ação  pode  ser transmitido  diretamente  para  outra célu-
la, por meio de conexões célula-célula, as “gap junctions”.
A transmissão do impulso nestas sinapses é muito rápida.
2  -  Sinapse  química:  a  fenda  entre  as  duas  células  é  de  mais  de  20nm  e  o  impulso ner-
voso  não  consegue  “saltar”  a  fenda  para  chegar  na  outra  célula.  Assim,  é  necessário
que  compostos  químicos,  os  neurotransmissores,  conduzam  a  mensagem  neural  através
das sinapses. Após atravessar a fenda sináptica, os neurotransmissores ligam-se à recepto-
res específicos na membrana plasmática do neurônio pós-sináptico.

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Anatomia e Fisiologia Humana
O grupo de axônios constitui às fibras nervosas, cuja união forma os feixes ou tractos do siste-
ma nervoso central e os nervos do sistema nervoso periférico. A junção dos corpos neuronais consti-
tui uma substância cinzenta denominada córtex.

Disponível em: www.ebah.com.br/content/ABAAABt_cAJ/sistema-nervoso. Acesso em jan 2016.

Disponível em: www.ebah.com.br/content/ABAAABt_cAJ/sistema-nervoso. Acesso em jan 2016.

Funcionamento do sistema nervoso
O funcionamento do sistema nervoso vai depender do que chamamos de arco reflexo com-
posto pela ação das vias aferentes, sensitivas ou centrípetas, que atuam na condução dos impulsos
originados nos receptores externos ou internos que estão presentes em vários órgãos e sensíveis às

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Anatomia e Fisiologia Humana
mudanças químicas, à pressão ou tensão. Também faz parte da sua composição os centros nervosos
que formam a resposta aos estímulos enviados pelas vias sensitivas, a via eferente, centrífuga ou mo-
tora que é responsável por conduzir a resposta voluntária ou involuntária dos centros nervosos para
os tecidos glandular e muscular.
• Neurônios Eferentes – Transportam impulsos do SNC para os órgão efertores;.
• Neurônios Aferentes – Regulação reflexa e ajustes;.
• Neurônios  Simpáticos-  Se  divide  em  neurônios  pré  ganglionares  curtos  e  pós gangliona-
res longos;.
• Neurônios Parassimpáticos - Se divide em neurônios pré ganglionares longos e pós ganglio-
nares curtos;.
• Neurônios entéricos – Coleção de fibras nervosas que inervam o TGI, pâncreas e vesícula bi-
liar,independe do SNC e controla a motilidade, secreções exócrinas e endócrinas e a micro-
circulação do TGI.
Divisão do Sistema Nervoso

Disponível em: www.estudiaronline.org. Acesso em jan 2016.

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Anatomia e Fisiologia Humana
No que se refere a anatomia,  o  sistema  nervoso  está dividido em  sistema nervoso central
(SNC) e sistema nervoso periférico (SNP).

Sistema Nervoso Central
O SNC é constituido pelo encéfalo e pela medula espinhal, onde o primeiro situa-se no inte-
rior da caixa craniana e o segundo na coluna vertebral.

Fazem parte do encéfalo: o cérebro, diencéfalo, cerebelo e tronco encefálico (mesencéfalo, pon-


te e medula oblonga). Sua porção central é composta por uma substância esbranquiçada; a parte ex-
terna é compsota por uma substância cinzenta.
O cérebro divide-se em duas partes simétricas (hemisférios direito e esquerdo) cuja troca de im-
pulsos é feita pelo corpo caloso. Sua superfície evidencia pregas (giros) e reentrâncias (sulcos e fissu-
ras) do córtex cerebral.

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Anatomia e Fisiologia Humana
Figura- Composição do Sistema nervoso

Disponível em: meucerebro.com › Cérebro. Acesso em jan 2016.

Disponível em: bio-neuro-psicologia.usuarios.rdc.puc-rio.br/telencefalo.html. Acesso em jan 2016.

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Anatomia e Fisiologia Humana

Disponível em: bio-neuro-psicologia.usuarios.rdc.puc-rio.br/telencefalo.html. Acesso em jan 2016.

Os sulcos e fissuras promovem a divisão dos hemisférios em lobos que atuam por meio de fun-


ções específicas – como sensitivas, auditivas, visuais, movimentação voluntária, memória, concentra-
ção, raciocínio, linguagem, comportamento, entre outras.

Disponível em: www.valeapenaviverpcs.blogspot.com. Acesso em jan 2016.

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Anatomia e Fisiologia Humana

Disponível em:www.serendip.brynmawr.edu. Acesso em jan 2016.

Disponível em: www.myshared.ru/slide/309479/. Acesso em jan 2016.


Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Anatomia e Fisiologia Humana

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Anatomia e Fisiologia Humana
O diencéfalo forma a parte central de maior relevância do encéfalo e é composto pelo tálamo e
pelo hipotálamo.
Através do tálamo passam todas as vias sensitivas que informam as percepções da sensibilida-
de dos órgãos dos sentidos, com exceção do olfato, e também percebe sensações tais como pressão,
calor extremo e dor intensa. O  hipotálamo,  está situado  abaixo  do  tálamo, aloja  a  hipófise  e tam-
bém controla as principais funções vegetativas e endócrinas do corpo.
O hipotálamo representa uma das vias mais importantes de saide de controle do sistema límbi-
co, que corresponde ao circuito neuronal que regula as emoções e também os impulsos motivacionais.

Disponível em: weheartit.com/entry/group/52002363. Acesso em jan 2016.

Disponível em: cmapspublic3.ihmc.us. Acesso em jan 2016.

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Anatomia e Fisiologia Humana

Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=JjHt-fr0lLU. Acesso em jan 2016.

O cerebelo promove a regulação da tonicidade, dos movimentos e também participa da manu-


tenção do equilíbrio corporal. O tronco cerebral une todas as partes encefálicas à medula espinhal,
também conhecida vulgarmente como espinha.
Cerebelo: coordenação motora.
• Hemisférios cerebelares (2);.
• Folhas cerebelares (substância cinzenta-corpos de neurônios);.
• Substância branca

CEREBELO

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Anatomia e Fisiologia Humana
O tronco cerebral realiza funções especiais de controle, da respiração, da função gastrintestinal,
do sistema cardiovascular, do equilibrio, de alguns movimentos estereotipados do corpo e também
dos movimentos dos olhos.
Esse órgão atua como uma estação que retransmite os sinais de comando advindos de centros
neurais ainda mais superiores que controlam o tronco cerebral de modo que este dê inicio ou altere
as funções de controle específico por todo o corpo.
A medula espinhal está presente no interior do canal formado pelas vértebras da coluna verte-
bral. Dela partem 33 pares de nervos espinhais, tanto à direita quanto à esquerda, que inervam o pes-
coço, tronco e membros, ligando o encéfalo ao resto do corpo e vice- versa.

Disponível em: sistemanervosocentral.jimdo.com. Acesso em jan 2016.

Sistema Nervoso Periférico

Corresponde aos nervos  cranianos  e  espinhais.  Estes partem do tronco cerebral onde há 12
pares de nervos cranianos que apresentam funções específicas e nem sempre estão sob controle vo-
luntário.
Os nervos que apresentam fibras de controle involuntário recebem o nome de sensitivos. Já os
nervos de controle voluntário são chamados de motores.

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Anatomia e Fisiologia Humana
A partir dos órgãos dos sentidos e dos receptores (terminações nervosas sensitivas), presen-
tes em várias partes do corpo, o SNP conduz impulsos nervosos para o SNC, e deste para os múscu-
los e glândulas.
Os nervos espinhais estão divididos e denominados conforme a sua localização na coluna verte-
bral: 8 cervicais, 12 torácicos, 5 lombares, 5 sacrais e um coccígeo.

Disponível em: www.auladeanatomia.com. Acesso em jan 2016.

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Anatomia e Fisiologia Humana

Disponível em: www.pinterest.com. Acesso em jan 2016.

No que se refere a fisiologia, o sistema nervoso apresenta a seguinte divisão:


• sistema nervoso voluntário: que controla a musculatura estriada esquelética
• sistema nervoso autônomo ou involuntário: que atua no controle da musculatura lisa, do
músculo cardíaco, da secreção glandular digestiva e sudoríapra e também de alguns órgãos
endócrinos.

Nervos cranianos:
I - Nervo Olfatório
II - Nervo Óptico
III - Nervo Oculomotor
IV - Nervo Troclear
V – Trigêmeo
VI - Nervo Abducente
VII - Nervo Facial
VIII - Nervo Vestibulococlear
IX - Nervo Glossofaríngeo
X - Nervo Vago
XI - Nervo Acessório
XII - Nervo Hipoglosso Os motores (puros) são os que movimentam o olho, a língua e acesso-
riamente os músculos látero-posteriores do pescoço. 
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Anatomia e Fisiologia Humana
São eles:
III - Nervo Oculomotor
IV - Nervo Troclear
VI - Nervo Abducente
XI - Nervo Acessório
XII - Nervo Hipoglosso
Os  sensitivos  (puros)  destinam-se  aos  órgãos  dos  sentidos  e  por  isso  são chamados  senso-
riais e não apenas sensitivos, que não se referem à sensibilidade geral (dor, temperatura e tato). 
Os sensoriais são:
I - Nervo Olfatório
II - Nervo Óptico
VIII - Nervo Vestibulococlear
Os mistos (motores e sensitivos) são em número de quatro:
V - Trigêmeo
VII - Nervo Facial
IX - Nervo Glossofaríngeo
X - Nervo Vago
Funções:
1º - Olfativo ou olfatório: (sensitivo) conduz até o cérebro os impulsos responsáveis pela per-
cepçaõ do olfato;
2º - Óptico: (sensitivo) conduz ao cérebro os estímulos que produzem as sensações visuais;
3º  -  Motor  ocular  comum  ou  oculomotor:  atuam  na movimentação  dos  olhos  e também na
constrição (motor) pupilar;
4º - Troclear: (motor) atua de forma participativa nos movimentos dos olhos;
5º  Trigêmeo:  (misto)  age  sobre  o  músculo  temporal  e  masseter,  percebendo  as sensa-
ções da face e sendo responsável pelas expressões;
6º - Abducente: (motor) atua no desvio lateral dos olhos;
7º -  Facial: (misto) um de seus ramos age sobre os músculos mímicos da face; o outro, Promo-
ve a inervação das glândulas salivares e lacrimais, além de conduzir a sensação de paladar
captada na região da língua;
8º - Acústico: (sensitivo) possui ramos que possibilitam a audição e outros, o equilíbrio;
9º - Glossofaríngeo: (misto) sua parte motora conduz estímulos da faringe e a parte sensitiva
permite que o paladar seja percebido;
10º - Vago: (misto) abdominais; atua na inervação de órgãos toráxicos e regula os batimentos
cardíacos;
11º - Espinhal ou acessório: (motor) é responsável por inervar os músculos da região do pesco-
ço e do tronco; 12º - Hipoglosso: (motor) auxilia nos movimentos da língua

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Anatomia e Fisiologia Humana

Disponível em: carolvillefort.blogspot.com. Acesso em jan 2016.

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Anatomia e Fisiologia Humana
A maioria das funções do Sistema Nervoso Autônomo são articuladas juntamente com o Siste-
ma Nervoso Central, principalmente o hipotálamo.
Com relação ao aspecto anatômico e funcional, o SNA está dividido em sistema simpático e pa-
rassimpático, que atua de modo antagônico, porem em equilíbrio.
O sistema simpático trabalha estimulando as atividades realizadas durante situações emergên-
ciais e estressantes, onde os batimentos cardíacos ficam acelerados e a pressão arterial aumenta.
 O sistema parassimpático por sua vez estimula as ações que preservam e restauram os recursos
corpóreos (por exemplo, diminuição dos batimentos cardíacos).

Fonte: Elaborado pelo autor

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Anatomia e Fisiologia Humana
Cada porção do SNA apresenta duas cadeias neuronais. O corpo celular do primeiro neurônio
está situado na coluna visceral do encéfalo e também da medula espinhal. O correspondente ao se-
gundo neurônio está presente num gânglio autônomo, externo ao SNC.
O axônio referente ao primeiro neurônio recebe o nome de fibra pré-sináptica ou pré-ganglio-
nar. Já o que corresponde ao segundo neurônio é chamado de fibra pós-sináptica ou pós-ganglionar.
Os gânglios situam-se ao longo da coluna vertebral, nas proximidades ou na parte interna dos órgãos
que são inervados por ele, e também na cavidade abdominal.
As fibras pós-ganglionares utilizam uma artéria, um nervo independente ou então se liga aos
nervos espinhais para alcançar a musculatura.
 No sistema simpático, os corpos celulares dos neurônios préganglionares localizam-se na subs-
tância cinzenta (corno lateral) da medula espinhal, começando no primeiro segmento torácico e ter-
minando no segundo ou terceiro segmento lombar.
Os corpos celulares dos neurônios pós-ganglionares situam-se nos gânglios para-vertebrais e pré-
vertebrais.  Por  liberarem  adrenalina  ou  noradrenalina,  as terminações  pós-ganglionares  simpáti-
cas são conhecidas como adrenérgicas.
No sistema parassimpático, os corpos celulares dos neurônios pré-ganglionares estão situados
nos núcleos dos pares III, VII, IX e X dos nervos cranianos no tronco encefálico e no 2º, 3º e 4º segmen-
tos sacrais da medula espinhal.
As fibras pré-ganglionares realizam sinapse utilziando o corpo celular pertencente a um neurô-
nio pós-ganglionar parassimpático, que esteja próximo ou que se localiza na parede do órgão-alvo. Em
função de liberarem acetilcolina, grande parte das terminações pós-ganglionares parassimpáticas são
chamadas de colinérgicas.

Disponível em: pt.slideshare.net/gueste74a91/sistema-nervoso-1888015. Acesso em jan 2016.

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Anatomia e Fisiologia Humana
Proteção do SNC
O SNC é completamente envolvido por um sistema especial de formação protetora, representa-
do por três membranas denominadas meninges, que impedem o seu atrito com a caixa óssea.
A  função  das  meninges  vai  além  de  uma  proteção  mecânica,  pois  é  através  de sua  cama-
da mais interna, a pia-máter, que passam os vasos sangüíneos que fazem a irrigação cerebral.
A camada seguinte, denominada aracnóide, é presa à meninge mais externa, fibrosa e resisten-
te: a dura-máter.
Mas  entre  a  pia-máter  e  a  aracnóide  existe  um  espaço  denominado  espaço subaracnói-
deo, por onde circula o líquido cefalorraquidiano ou líquor.

Disponível em: pixshark.com. Acesso em jan 2016.

Semelhantemente  ao  coração,  o  encéfalo  também  possui  quatro  cavidades,  os ventrícu-


los, que se comunicam como os cômodos de uma casa.
Produzido pelo  plexo coróide  e pelo epitélio dos  ventrículos  e  espaço subaracnóide,  o  líqui-
do flui dos ventrícuos através dos forames laterais e medial, preenchendo as superfícies cerebrais e es-
pinhais dentro deste espaço. Sua reabsorção se dá nos vilos aracnóides, predominantemente ao lon-
go do seio sagital superior.
O líquor é um líquido transparente - semelhante à água cristalina - que circula pelos ventrícu-
los e por todo o SNC, protegendo-o de impactos (funcionando como amortecedor) e agentes invaso-
res.
Exerce ainda a função de manter a estabilidade da pressão cerebral, sendo continuamente fabri-
cado nos ventrículos laterais do SNC (III e IV), drenado e reabsorvido.
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Anatomia e Fisiologia Humana
Como  vimos,  o  sistema  nervoso  é  o  centro  de  comando  do  organismo,  capaz de  influen-
ciar os atos voluntários, involuntários e reflexos.
Por isso, exige do profissional de saúde - durante procedimentos como a localização adequa-
da para a administração de medicamentos intramusculares, por exemplo - cuidados especiais no sen-
tido de sua preservação.

14 SISTEMA SENSORIAL
Diariamente, o ambiente que nos circunda repassa uma diversidade de estímulos que são capta-
dos pelo organismo – o chamado sentido ou sensação. Os ruídos, a claridade, o clima, o cheiro e o sa-
bor dos alimentos, por exemplo, são fatores sempre presentes.
Alguns órgãos, compostos por células sensíveis são especializados em reconhecer determinados
estímulos externos, levando a informação para a respectiva área do cérebro. O conjunto desses órgãos
é chamado de órgãos dos sentidos.
Fazem parte desse conjunto os olhos(permite a visão), a lingua (permite o paladar), o nariz (per-
mite o olfato), a orelha (permite a audição) e a pele (percebe o estímulo através do tato).

Olhos – Visão
Os olhos estão situados no interior de duas cavidades ósseas da face, chamadas de órbitas ocu-
lares.
Possuem  dois  globos  oculares  que são  compostos  por  três diferentes membranas  chamadas
de  esclerótica,  coróide e  retina.Na  porção  anterior  do globo  ocular,  a  membrana  esclerótica,  for-
ma uma camada transparente que recebe o nome de córnea.
Na  coróide,  estão situados os  vasos  sangüíneos.  A  retina, que corresponde a sua membrana
mais interna e também a mais sensível, é composta por uma extensão do nervo óptico.
Na parte interna do globo ocular, está presente uma substância que ocupa sua maior parte. Esta
recebe o nome de humor vítreo e apresenta uma consistência gelatinosa e transparente, estando
situada logo atrás do cristalino, atuando, portanto, como uma espécie de lente que regula a imagem
com nitidez.
O cristalino altera-se devido a ação dos músculos ciliares, que são comandados pelo SNA.
Entre o cristalino e a córnea há uma substância líquida e transparente denominada humor aquo-
so. Na parte anterior do olho, a coróide forma um disco cuja cor é variável para cada pessoa, denomi-
nada íris.
Em seu centro existe um orifício cujo tamanho altera-se de acordo com a quantidade de luz que so-
bre ele incide, a pupila, também conhecida como “menina dos olhos”.

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Anatomia e Fisiologia Humana

Disponível em: https://www.clinicadam.com/../8867.htm. Acesso em jan 2016.

Disponível em: pt.slideshare.net/faustobarros9/sistema-sensorial-45706912. Acesso em jan 2016.

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Anatomia e Fisiologia Humana

A ideia da criação da máquina fotográfica originou-se a partir da observação do funcionamen-
to do olho humano. Para sua utilização, faz-se necessário filme, luz e lentes.
Numa correlação com nossa matéria, o filme corresponderia à retina - onde são fixadas as ima-
gens; a lente, ao cristalino - que, para melhorar a nitidez da imagem, se altera de acordo com o foco de-
sejado. Por sua vez, a luz é fator indispensável à visão, sem ela nada se enxerga, nem nenhuma foto-
grafia é revelada.
Existem  seis  músculos  que  controlam  o  movimento  do  globo  ocular.  Caso apresentem  algu-
ma disfunção, ocorre o estrabismo - desvio do olhar em sentido oposto ao do olho normal, circuns-
tância em que, na maioria dos casos, é indicado o uso de óculos ou até mesmo cirurgia para a corre-
ção do problema.

Disponível em: drerickabrasilmassa.site.med.br/areadopaciente/index.asp. Acesso em jan 2016.

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Anatomia e Fisiologia Humana
A miopia, a hipermetropia e o astigmatismo correspodem a alterações da visão que ocorrem
com mais frequência. O astigmatismo é uma deformidade da córnea que causa um desvio da imagem,
fazendo com que seja necessário a utilização de lentes cilíndricas para corrigir esse defeito.
No caso da hipermetropia, a imagem é formada atrás da retina, sendo necessário o uso de len-
tes do tipo convergente para que a imagem volte a localizar-se sobre a retina.
A miopia corresponde a formação da imagem na frente da retina, e apra corrigir esse defeito é
preciso fazer uso de lentes do tipo divergente, que facilitarão o afastamento da imagem para que está
coincida sobre a própria retina.
Na porção anterior dos olhos estão situadas as pálpebras e os cílios que também são responsá-
veis pela proteção da visão, evitando a entrada de corpos estranhos.
No canto interno da pálpebra estão presentes dois orifícios pequenos chamados de ponto la-
crimal superior e inferior. É por meio deles que as lágrimas saem, seja por alguma reação física ou
mesmo emocional.
A sobrancelha também é considerada fator de proteção, por dificultar a passagem do suor da tes-
ta para os olhos.

Disponível em: drerickabrasilmassa.site.med.br/areadopaciente/index.asp. Acesso em jan 2016.

Língua – Paladar
A alimentação corresponde a um ato de prazer e necessidade, desde que realizada de forma
moderada pode trazer vários benefícios para o corpo.
São uma variedade de sabores que atraem muitas pessoas. Seja pelo doce, salgado, amargo ou
azedo é na lingua que a distinção entre esses sabores será efetuada.
A lingua atua na emissão do som, composta por uma massa de tecido muscular estriado, que
é recoberta por uma mucosa. Apresenta forma achatada e ligeiramente cônica. É formada por duas
partes:  

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Anatomia e Fisiologia Humana
1.  A superior ou dorsal, está situada nas papilas gustativas, onde suas terminações nervosas
acabam transmitindo a sensação do gosto, processo este em que a saliva desempenha uma
função importante, tendo em vista que sua viscosidade facilita a captação dos estímulos.
2.  A ventral ou inferior, que pode ser notada quando a ponta da língua é elevada no sentido
do palato (céu da boca).

Disponível em: www.healthtap.com. Acesso em jan 2016.

Nariz – Olfato
O nariz, corresponde ao órgão olfativo composto por 2 cavidades, que são chamadas de fossas
nasais, onde encontram-se separadas pelo septo. Seus oríficios anteriores e posteriores estabelecem
comunicação respectivamente com o meio externo (narinas) e com a faringe (coanas). Na parte su-
perior das fossas nasais existe um revestimento mucoso composto por células olfativas situadas nas
terminações do nervo olfativo, o que nos permitir perceber o olfato. Esse sentido sofre estímulos por
meio de substÂncias químicas que ficam espalhadas no ar, motivo este que faz com que ele seja con-
siderado um sentido “químico”.
Dentro das fossas nasais estão presentes os pêlos, que tem como função a de filtrar o ar que
é inalado. Estes pêlos em conjunto com o muco promovem a retênçao de poluentes, sem contar os
vários microrganismos que são trazidos pelo ar.

Disponível em:www.2.ibb.unesp.br. Acesso em jan 2016.

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Anatomia e Fisiologia Humana

Disponível em: www.anatomiahumana.com.br. Acesso em jan 2016

Orelha – Audição
A orelha, é constituida por três partes:  a orelha externa, a média e a Interna. Este corresponde
ao órgão responsável pela audição.

Disponível em: brasilescola.uol.com.br/fisica/a-audicao-humana.htm. Acesso em jan 2016.

O pavilhão auditivo apresenta uma depressão com o formato oval e flexível em função do tecido


cartilaginoso que a compõe.

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Anatomia e Fisiologia Humana
Seu canal auditivo externo direciona o som apra dentro do ouvido, atuando como uma espécie
de receptor sonoro.
Neste canal existem pêlos e glândulas cuja função consiste em proteger a porção interna do
ouvido contra a ação de agentes externos.

Disponível em:www.euroaudiologia.com.br. Acesso em jan 2016.

O tímpano situa-se na porção final do canal auditivo externo e na parte inicial do pavilhão audi-
tivo médio. É formado por uma membrana fina que sofre vibrações conforme as ondas sonoras que
passam por ela.
Além dele, estão presentes no pavilhão auditivo médio três ossículos que recebem o nome de
martelo, bigorna e estribo. Esses ossículos se articulam percebendo a vibração da membrana timpânica.
É na região do pavilhão auditivo médio que se inicia um canal flexível onde este se estende até a
região da faringe, chamado de trompa de Eustáquio, que tem como função a de manter o equilíbrio da
pressão atmosférica no interior da orelha média. Essa porção também é chamada de caixa do tímpano.

Disponível em:www.euroaudiologia.com.br. Acesso em jan 2016.

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Anatomia e Fisiologia Humana
No pavilhão auditvo interno está presente o vestíbulo, que é uma escavação no osso tempo-
ral onde a cavidade superior estabelece comunicação com os canais semicirculares e por isso recebe
o nome de utrículos.
A cavidade inferior recebe o nome de sáculo, que se prolonga até a cóclea ou caracol, nomes
estes que de certo modo explicam o seu formato de tubo enrolado.
Este tubo apresenta em sua parte interna o órgão de Corti, que é formado por células auditi-
vas contendo ramificações  do  nervo  auditivo, sendo este o  principal responsável pelo processo de
captação de estímulos sonoros.
Quando há qualquer tipo de som, suas ondas entram por meio do pavilhão auditivo externo e
quando chegam até a membrana timpânica faz com que ela sofra vibrações. Os ossículos por sua vez
recebem esta vibração e a direcionam ao pavilhão auditivo interno.
Desta forma, as vibrações chegam à cóclea ou caracol, onde os estímulos sonoros são capta-
dos e identificados devido a presença de terminações do nervo auditivo.

Situado no pavilhao auditivo interno, os canais semicirculares atuam promovendo o equilibrio


corporal.
Quando acontece alguma inflamação ou problemas circulatórios, estes podem acabar gerando
uma disfunção no labirinto o que ocasiona a perda do equilibrio, condição esta presente em pacientes
com problemas hormonais, diabeticos, hipertensos, etc.

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Anatomia e Fisiologia Humana

Pele – Tato
O tato é o sentido transmitido através da pele, órgão este que promove o revestimento do cor-
po e apresenta em suas camadas mais profundas as terminações nervosas, que são responsáveis por
enviar a mensagem da sensação até o cerebro. Somente com um toque de mão é possivel notar dife-
renças entre o liso e o áspero, o grande e o pequeno, o mole e o duro, dentre outras diferenciações.
  Além disso é possivel também identificar a necessária utilização da visão.
A  pele possui diversos tipos de receptores sensoriais, que são formados por fibras nervosas
onde o seu agrupamento constitui os corpúsculos sensoriais, que são especializados em realizar a
captação de determinados tipos de sensação, como por exemplo a pressão, a dor, a ardência, etc.
A pele é o maior órgão do corpo humano e ela envolve o corpo estabelecendo seu limite com o
meio externo. Sua estrutura representa cerca de 16% do peso corporal.
Dentre as principais funções da pele estão: defesa orgânica, regulação térmica, funções senso-
riais e proteção contra a ação de agentes externos.
As principais camadas que formam a pele são:
• Epiderme.
• Derme.
• Hipoderme

Epiderme
É a camada mais externa, mais superficial da pele, é constituída por células epiteliais que so-
frem processo de queratinização ou corneificação, que dá origem à camada córnea, composta basica-
mente de queratina, uma proteína responsável pela impermeabilização da pele.

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Anatomia e Fisiologia Humana
A renovação celular constante da epiderme faz com que as células da camada córnea sejam gra-
dativamente eliminadas e substituídas por outras.
Além  dos  queratinócitos  encontram-se  também  na  epiderme:  os  melanócitos, que  produ-
zem o pigmento que dá cor à pele (melanina), varia com a raça. Sarda e pinta são acúmulos circuns-
critos de melanina.

Derme
Camada localizada entre a epiderme e a hipoderme. É responsável pela resistência e elasticida-
de da pele.
É  constituída  por  tecido  conjuntivo  (fibras  colágenas  e  elásticas  envoltas  por substância  fun-
damental),  vasos  sanguíneos  e  linfáticos,  nervos  e  terminações nervosas.  Os  folículos  pilossebáce-
os e glândulas sudoríparas, originadas na epiderme, também localizam-se na derme.
A faixa na qual a epiderme e a derme se unem é chamada de junção dermo- epidérmica. A epi-
derme se projeta em forma de dedos na direção da derme, formando as cristas epidérmicas. Estas au-
mentam a superfície de contato entre as 2 camadas, facilitando a nutrição das células epidérmicas pe-
los vasos sanguíneos da derme.
Hipoderme Também  chamada  de  tecido  celular  subcutâneo,  é  a  porção  mais  profunda  da
pele. Rica em tecido adiposo (gordura, adipócitos) e varia de acordo com a região.
Sua  estrutura  fornece  proteção  contra  traumas  físicos  (mecânicos),  perda  de  calor  e depósi-
to de calorias.

Anexos da pele
São eles: Unhas, pelos, glândulas sudoríparas e glândulas sebáceas.
As  unhas  são  formadas  por  células  corneificadas  (queratina)  que  formam lâminas  de  con-
sistência  endurecida.  Esta  consistência  dura  confere  proteção  as falanges  distais  dos  de-
dos das mãos e dos pés.
Os pelos são uma característica fundamental dos mamíferos. Existem por quase toda a superfí-
cie cutânea, exceto nas palmas das mãos e plantas dos pés.
Coloração do pelo depende da quantidade de pigmento.
Apresenta duas partes: -
• Haste: acima da pele.
• Raiz: está na derme ou hipoderme num tubo epidérmico denominado folículo piloso.
• Bulbo piloso é a parte dilatada do folículo piloso.
• Músculo eretor do pelo: feixe de fibras musculares lisas. 

Função: provoca a ereção do pelo.

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Anatomia e Fisiologia Humana

As  Glândulas  Sudoríparas  produzem  o  suor  e  têm  grande  importância  na regula-


ção  da  temperatura  corporal.  Possuem  um  longo  e  tortuoso  ducto  excretor  que abre  na  superfí-
cie da pele por meio de um poro.
São  de  dois  tipos:  as  écrinas,  que  são  mais  numerosas,  existindo  por  todo  o corpo  e  produ-
zem o suor eliminando-o diretamente na pele e as apócrinas, existentes principalmente nas axilas, re-
giões genitais e ao redor dos mamilos. São as responsáveis pelo odor característico do suor, quan-
do a sua secreção sofre decomposição por bactérias.
As Glândulas Sebáceas produzem a oleosidade ou o sebo da pele e servem para lubrificar a pele e os pe-
los. Mais numerosas e maiores na face, couro cabeludo e porção superior do tronco, não existem nas pal-
mas das mãos e plantas dos pés. Estas glândulas eliminam sua secreção no folículo piloso.
As  Glândulas  Mamárias  são  formadas  de  glândulas  cutâneas  modificadas  que se  especiali-
zam  na  produção  de  leite  após  a  gestação.  Situam-se  ventralmente  aos músculos  da  região  peito-
ral, entre as camadas superficial e profunda da tela subcutânea.
A pele ainda apresenta terminações nervosas, que são divididas em dois tipos:
1.  Livres: dor
2.  Em corpúsculos:
• Receptores de Krause: Frio.
• Receptores de Ruffini: Calor.
• Discos de Merkel: Tato e pressão.
• Receptores de Vater-Pacini: Pressão.
• Receptores de Meissner: Tato

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Anatomia e Fisiologia Humana

Disponível em: http://www.10emtudo.com.br/aula/ensino/receptores_cutaneos/. Acesso em jan 2016.

15 SISTEMA ENDÓCRINO
O sistema endócrino apresenta estruturas que atuam na liberação de determinadas substâncias
na corrente sanguínea, que vão regular o funcionamento de diversas células e também de alguns ór-
gãos essenciais para nossa sobrevivência.
As estruturas que o constituem recebem o nome de glândulas endócrinas, que, por sua vez, li-
beram substâncias chamadas de hormônios.
As glândulas endócrinas, estão situadas em várias partes do corpo, são a hipófise ou pituitá-
ria, a pineal, a tireóide, as paratireóides, as supra–renais, o pâncreas, os ovários e os testículos.

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Anatomia e Fisiologia Humana

Disponível em: pt.slideshare.net/DouglasBarreto/sistema-endcrino-29089792. Acesso em jan 2016.

Em nosso corpo além das glândulas com função endócrina também existe órgãos que realizam
essa função e não chegam a produzir hormônios, mas conseguem secretar substâncias que serão libe-
radas na corrente sanguínea como é o caso do rim, que é responsável pela produção da renina, que
por sua vez irá atuar na regulação da pressão arterial.

Hipófise ou pituitária
Corresponde a uma glândula pequena, similar a um grão de ervilha, que está situada no encéfa-
lo, fixa a uma região chamada de hipotálamo. Essa glândula apresenta uma importância significativa
para o corpo, tendo em vista que é responsável pelo controle do funcionamento de outras glândulas
tais como a tireóide, as sexuais e as supra-renais. A glândula hipofisiana também produz uma grande
quantidade de hormônios como por exemplo:
• hormônio somatotrófico: atuam no crescimento, metabolismo de Proteínas;.
• hormônio ocitocina: promove a contração uterina;.
• hormônio antidiurético – ADH: regula o volume de água no Organismo;.
• hormônio tireotrófico – TSH: estimula as glândulas tireóide;.
• hormônio adrenocorticotrófico ou corticotrofina – ACTH: estimula as glândulas supra-adre-
nais.
Os três tipos de hormônios gonadotróficos são responsáveis pelo desenvolvimento de glându-
las e órgãos sexuais, exercendo influência nos processos de menstruação, ovulação, gravidez e lacta-
ção. São eles:

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Anatomia e Fisiologia Humana
• hormônio folículo estimulante (FSH): age sobre a maturação dos espermatozóides e folícu-
los ovarianos;.
• Hipófise ou pituitária.
• Hormônio luteinizante (LH): estimula os testículos e ovários e provoca a ovulação e forma-
ção do corpo amarelo;.
• Prolactina: que mantém o corpo amarelo e sua produção de hormônios, atuando no desen-
volvimento das mamas e interferindo na produção de leite.

Disponível em: www.psiqweb.med.br/site/?area=NO/LerNoticia&idNoticia. Acesso em jan 2016.

Disponível em: https://museudinamicointerdisciplinar.wordpress.com. Acesso em jan 2016.

Pineal
A glândula pineal também conhecida como epífise, situa-se na região do diencéfalo e fica rpesa
à porção posterior do teto do 3º ventriculo por meio de uma haste. É composta por serotonina, que é
precursora da melatonina.

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Anatomia e Fisiologia Humana
Essa glândula converte impulsos nervosos em descargas hormonais e atua de forma participati-
va do ritmo circadiano de 24 horas, além de outros ritmos biológicos, sendo por isso considerada um
transdutor neuroendócrino.
A pineal normal responde à luminosidade, e por isso é mais ativa durantea noite, quando a pro-
dução de serotonina apresenta-se maior quando comparada a produção que acontece durante o dia.

Tireóide
Esta  glândula  fica sob  a regulação  do  hormônio hipofisário  TSH (hormônio tireotrófico). Está
situada na região do pescoço, logo abaixo da laringe e na porção frontal da traquéia.
A tireóide libera os hormônios calcitocina e tiroxina, que elevam a atividade de todas as células
do organismo. A tiroxina é responsável por todas as reações que acontecem no interior do corpo. A
cacitocina atua no processo de controle de cálcio no sangue.
Se a glândula produzir excesso de hormônio (hipertiroidismo) o paciente vai apresentar palpita-
ções, suor intenso, agitação, ansiedade, nervosismo, tremores de extremidades, insônia, aumento do nú-
meros de evacuações, febre (temperatura corporal elevada), intolerância ao calor, perda de peso, pres-
são arterial alta, fraqueza e cansaço excessivo. Há casos graves em que a pessoa que tem hipertireoidismo
apresenta aumento da tireoide (bócio endêmico) e a pessoa pode apresentar exoftalmia (olhos para fora).

Disponível em: www.sobiologia.com.br/conteudos/../hormonio3.php. Acesso em jan 2016.

Se a glândula apresentar redução na produção hormonal (hipotiroidismo) o paciente vai apre-
sentar  cansaço,  desânimo,  sonolência  excessiva,  constipação intestinal,  intolerância  ao  frio,  me-
mória  ruim,  lentidão  nos  movimentos,  pressão  arterial baixa,  retenção  de  líquido  (edema),  ga-
nho de peso, pele ressecada.
Os  dois  distúrbios  podem  causa  problemas  sexuais  de  perda  de  libido  e impotência.  Os  exa-
mes da tireóide consistem basicamente em dosar no sangue os hormônios além de realizar ultras-
som da região cervical (pescoço).

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Anatomia e Fisiologia Humana
A falta de tiroxina causa uma doença que chamamos de cretinismo. Isso ocorre em razão da fal-
ta de iodo na alimentação da mãe, principalmente durante os primeiros três meses de gestação. O creti-
nismo causa atraso no crescimento dos ossos e retardo mental. Esse problema pode ser detectado atra-
vés do teste do pezinho, que verificará se a tireoide está produzindo pouco ou nenhum hormônio.

Paratireóide
As glândulas da paratireóide estão presentes no corpo em um total de 4 e situam-se aos pares
do lado das tireóides. Essas glândulas são responsáveis por secretar um hormônio chamado parator-
mônio que também controla a quantidade de fosfato e de cálcio no sangue.

Disponível em: nutritionalmuscletesting.com/index.php. Acesso em jan 2016.

Supra-renais
Estas duas glândulas estão situadas sobre cada rim e apresentam 2 partes: a mais externa, cha-
mada de córtex e a mais itnerna que recebe o nome de medula. O córtex da supra-renal produz e
também libera diversos hormônios, dentre eles a aldosterona que auxilia na manutenção constante
da quantidade de sódio e potássio no organismo.
Outro  hormônio  é  o  cistrol,  cortisona  ou  hidrocortisona,  que estimula o uso de proteinas e
gorduras como fontes de energia, eleva a taxa de glicose no sangue e também participa no processo
inflamatório, sendo por isso usada como medicação.
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Anatomia e Fisiologia Humana
Também produz o andrógeno, o hormônio que atua no desenvolvimento dos caracteres sexu-
ais secundários masculinos.
A medula da supra-renal produz e também libera a adrenalina e noradrenalina, que é liberada
no sangue em situações de fortes reações emocionais como ansiedade, medo, perigos iminentes, etc.
A adrenalina estimula a ação cardíaca, eleva o seu batimento e promove a dilatação dos brôn-
quios. A noradrenalina eleva a pressão arterial e reduz o calibre dos vasos.
A adrenalina também produz taquicardia (aumento do ritmo cardíaco), aumento da pressão ar-
terial e maior excitabilidade do sistema nervoso. Essas alterações metabólicas permitem que o orga-
nismo de uma resposta rápida à situação de emergência.
A noradrenalina é liberada em doses mais ou menos constantes pela medula adrenal, indepen-
dentemente da liberação de adrenalina. Sua principal função é manter a pressão sanguínea em ní-
veis normais.
Os  hormônios  produzidos  pelo  córtex  adrenal  são  esteróides,  isto  é,  derivados do  coleste-
rol e conhecidos genericamente como corticosteróides. Os principais são os glicocorticóides e os mi-
neralocorticóides.
Os glicocorticóides atuam na produção de glicose a partir de proteínas e gorduras. Esse proces-
so aumenta a quantidade de glicose disponível para ser usada como combustível em casos de respos-
ta a uma situação estressante.
O principal glicocorticóide é o cortisol, também conhecido como hidrocortisona.
Além  de  seus  efeitos  no  metabolismo  da  glicose,  a  hidrocortisona  diminui  a permeabilida-
de  dos  capilares  sanguíneos.  Por  causa  dessas  propriedades,  a hidrocortisona  é  usada  clinicamen-
te para reduzir inflamações provocadas por processos alérgicos, entre outras coisas.
Deve-se  evitar  o  uso  prolongado  de  hidrocortisona,  pois  essa  substância  tem  a proprieda-
de de deprimir o sistema de defesa corporal, tornando o organismo mais suscetível a infecções.
Os  mineralocorticóides  regulam  o  balanço  de  água  e  de  sais  no  organismo.  A aldostero-
na é um hormônio que estimula a reabsorção de sais pelos rins (sódio e potássio). Isso causa reten-
ção de água, com consequente aumento da pressão sanguínea.

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Anatomia e Fisiologia Humana

Pâncreas
Esta  glândula  localiza-se  na  cavidade  abdominal  e  possui  duas  funções:  uma exócrina  e  ou-
tra endócrina.
Na exócrina, produz o suco pancreático que será liberado fora da corrente sangüínea, mais pre-
cisamente no duodeno, auxiliando o processo digestivo. Na função endócrina, produz dois hormô-
nios: a insulina, que transporta a glicose através da membrana celular, diminuindo-a da corrente san-
güínea, e o glucagon, que contribui, estimulando o fígado, para o aumento da glicose no sangue.
A  insulina  e  o  glucagon  influenciam  a  quantidade  de  açúcar  (glicose)  na corrente  sangüí-
nea. A disfunção do pâncreas causa o Diabetes mellitus.
A insulina facilita a entrada da glicose nas células (onde ela será utilizada para a produção de ener-
gia) e o armazenamento no fígado, na forma de glicogênio. Ela retira o excesso de glicose do san-
gue,  mandando-o  para  dentro  das  células  ou  do fígado.  Isso  ocorre,  logo  após  as  refeições,  quan-
do a taxa de açúcar sobe no sangue.
A falta ou a baixa produção de insulina provoca o diabetes, doença caracterizada pelo exces-
so de glicose no sangue (hiperglicemia).

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Anatomia e Fisiologia Humana
Já  o  glucagon  funciona  de  maneira  oposta  à  insulina.  Quando  o  organismo  fica muitas  ho-
ras sem se alimentar, a taxa de açúcar no sangue cai muito e a pessoa pode ter hipoglicemia, que dá a sen-
sação de fraqueza, tontura, podendo até desmaiar.
Quando ocorre a hipoglicemia o pâncreas produz o glucagon, que age no fígado, estimulando-
-o a “quebrar” o glicogênio em moléculas de glicose. A glicose é, então enviada para o sangue, nor-
malizando a taxa de açúcar.

Disponível em: saude.hsw.uol.com.br/diabete1.htm. Acesso em jan 2016.

Ovários
Os ovários são duas glândulas, uma de cada lado do corpo, que integram o aparelho reprodu-
tor feminino e localizam-se abaixo da cavidade abdominal, em uma região denominada pelvis ou cavi-
dade pélvica. Ligam-se ao útero através de dois ligamentos denominados ligamentos do ovário.
Os ovários são responsáveis pela produção e liberação de dois hormônios, o estrogênio ou hor-
mônio folicular e a progesterona.
O estrogênio controla o desenvolvimento das características sexuais femininas, como aumen-
to dos seios, depósito de gordura nas coxas e nádegas, aparecimento de pêlos pubianos e estímu-
lo ao impulso sexual.
A progesterona, responsável pela implantação do óvulo fecundado na parede uterina e pelo de-
senvolvimento inicial do embrião, estimula o desenvolvimento das glândulas mamárias e da placen-
ta e inibe a secreção de um dos hormônios gonadotróficos.
Além de produzir hormônios, os ovários são também responsáveis pela produção das células se-
xuais femininas, os ovócitos.
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Anatomia e Fisiologia Humana

Disponível em: slideplayer.com/slide/8492941. Acesso em jan 2016.

Testículos Em número de dois, localizam-se na pelvis e fazem parte do aparelho reprodutor mas-


culino. Protegidos por uma bolsa denominada bolsa escrotal ou escroto, produzem o hormônio deno-
minado testosterona, que controla as características sexuais masculinas como aparecimento de bar-
ba, pêlos no tórax, desenvolvimento da musculatura e impulso sexual.
Além da produção de hormônio, os são também responsáveis pela produção das células sexu-
ais masculinas, os espermatozóides.

Disponível em:www.danutaw.webnode.com.br. Acesso em jan 2016.

: Disponível em:www.danutaw.webnode.com.br. Acesso em jan 2016.

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Anatomia e Fisiologia Humana

EXERCÍCIOS

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Anatomia e Fisiologia Humana

Capítulo 1: Introdução à Anatomia
1.  Conceituar:
a) Anatomia
b) Normal em anatomia
c) Variação anatômica
d) Anomalia
e) Monstruosidade

2.  Citar os fatores gerais de variação anatômica.
3.  Definir longilíneo, brevilíneo, mediolíneo e citar suas características morfológicas.
4.  Citar as partes constituintes do corpo humano.
5.  Descrever Posição Anatômica.
6.  Citar os planos de delimitação, secção e eixos do corpo humano.
7.  Quais os decúbitos existem? Explique cada um deles.
8. Por que estes conceitos são importantes na prática de saúde?

Capítulo 2: Anatomia Topográfica

1.  Qual a finalidade do estudo da anatomia topográfica?
2.  Quais são as regiões chamadas topográficas do corpo humano?
3.  Quais são as linhas convencionais (imaginárias) usadas na anatomia topográfica?
4.  Cite as divisões de cada região:
a)  Pescoço
b)  Tórax
c)  Abdome
d)  Membros superiores
e)  Membros inferiores
5.  Desenhe na figura abaixo as linhas convencionais e dê o nome de cada região. Em seguida cite a lo-
calização dos órgãos indicados:
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Anatomia e Fisiologia Humana

a) Bexiga
b) Tireóde
c) Pulmão direito
d) Aorta abdominal
e) Tuba uterina esquerda
f) Estômago
g) Baço
h) Vesícula biliar
i) Ovário direito
j) Rim direito
k) Cólon ascendente
l) Duodeno
m) Intestino delgado (jejuno e íleo)
n) Coração
o) Fígado
p) Próstata
q) Útero
r)  Pulmão esquerdo
s) Pâncreas (corpo e cauda)

Capítulo 3: Citologia

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Anatomia e Fisiologia Humana

1)  Definir célula:
2)  Qual é a classificação da célula?
3)  Qual é a estrutura básica de uma célula eucariota e procariota?
4)  Definir organelas citoplasmáticas.
5)  Cite as funções das organelas citoplasmáticas.
6)  Qual é a função do núcleo celular?
7)  Como é dividido o núcleo?
8)  Defina nucléolo.
9)  Citar as funções dos cromossomos e sua localização.
10)  Citar as partes fundamentais da célula.
11)  Citar a função da membrana plasmática.
12) Defina o que é cariolinfa.
13) Citar a função da carioteca.
14) Caracterize os diferentes processos de trocas entre o interior e o exterior da célula.
15) Diferencie fagocitose de pinocitose.
16) Desenhe uma célula eucariota animal e identifique as estruturas celulares.
17) Desenhe uma célula procariota e identifique as estruturas celulares.
18) Definir osmose e permeabilidade celular.

Capítulo 4: Histologia

1)  Cite as características e funções do tecido epitelial.
2)  Como se divide o tecido epitelial?
3)  O que são mucosas e serosas? Dê exemplos
4)  Como  é  feita  a  classificação  do  tecido  epitelial  de  revestimento  de  acordo  com  ascama-
das das células?
5)  Como é feita a classificação do tecido epitelial de acordo com a forma das células?
6)  Que estruturas podem ocorrer na superfície livre das células epiteliais?
7)  O que são glândulas?
8)  Como se classificam as glândulas quanto ao destino da secreção?

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Anatomia e Fisiologia Humana
9)  Como se classificam as glândulas quanto ao tipo.

TECIDO CONJUNTIVO

1)  Cite as características e funções do tecido conjuntivo.
2)  Como se divide o tecido conjuntivo?
3)  O que é tecido conjuntivo propriamente dito (T.C.P.D.)?
4)  Cite os tipos de tecido conjuntivo quanto a quantidade de fibras e suas características.
5)  Cite e explique as principais células do T.C.P.D.
6)  Quais são as principais funções do T.C.P.D.?
7)  Quais são as fibras do tecido conjuntivo típico?
8)  Defina S.F.A.
9)  O que é tecido adiposo? O que são adipócitos?
10) Quais são as funções do tecido adiposo?
11) O que é tecido cartilaginoso?
12) Definir condroblasto e condrócito.
13) Qual é a classificação das cartilagens? Dê exemplos.
14) O que é tecido ósseo?
15) Quais as principais células do tecido ósseo?
16) Quais são as funções do tecido ósseo?
17) De que é constituído o tecido sanguíneo?
18) Quais são os elementos figurados do nosso sangue e suas respectivas funções?
19) Cite as funções do sangue.
20) Definir: leucocitose; leucopenia; leucemia e anemia.
21) Qual a função da hemoglobina em uma hemácia?
22) Por que a permanência prolongada em elevadas altitudes resultam em maior produção de hemá-
cias?

TECIDO MUSCULAR

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Anatomia e Fisiologia Humana

1)  O que é tecido muscular?
2)  Quais são os tipos de tecido muscular?
3)  Complete o quadro abaixo:

Características Tec.  Musc.  Estriado Tec.  Musc.  Estriado Tec.  Muscular  liso
esquelético cardíaco
Formas
Estrias  transversais
Núcleos
Discos  intercalares
Contração
Local onde é encontrado

4) O que são actina e miosina?

TECIDO NERVOSO

1)  O que é tecido nervoso?
2)  Qual a função do tecido nervoso?
3)  Defina:
a) Corpo celular:
b) Axônio:
c) Dendritos:
d) Células da neuróglia:
e) Sinapse:
4)  O que são nervos?
5)  Dê a classificação dos nervos quanto a posição.
6)  Dê a classificação dos nervos quanto a condução de impulsos.
7)  Cite as células da Glia.

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Anatomia e Fisiologia Humana
8)  O que são fibras aferentes e eferentes?

Capítulo 5: Sistema Ósseo

1)  Qual a função do esqueleto.
2)  Defina ossos longos, curtos, alongados, laminares, irregulares, pneumático e sesamóide.
3)  Defina substância óssea, compacta e periósteo.
4) O esqueleto pode se dividir em: axial e apendicular. Qual a composição dessa divisão.
5)  Qual a função da coluna vertebral.
6)  Quantas vértebras possui coluna vertebral? Fale sobre sua divisão.
7)  Defina atlas e áxis.
8)  Para que serve o canal vertebral?
9)  Qual a função dos discos intervertebrais?
10)  O ser humano possui 12 costelas, quantas são verdadeiras, falsas e flutuantes.
11)  Qual a diferença do esqueleto do homem para a mulher.
12)  Descreva a constituição do sistema esquelético.
13) O que é um osso? Quais tecidos o constitue? Como se faz a nutrição?
14) O que é matriz óssea?
15) O que há no interior dos ossos?
16) Descreva as funções do esqueleto.
17) Quais são os tipos de esqueleto?
18) Como o esqueleto se divide?
19) Como é a feita a união entre o esqueleto axial e apendicular?
20) Quantos ossos existem no indíviduo adulto?
21) O que ossos longos? O que há de importante neles? Cite exemplos.
22) O que são ossos curtos? Cite exemplos.
23) O que são ossos laminares? Cite exemplos.
24) O que são ossos irregulares? Cite exemplos.
25) O que são ossos pneumáticos? Cite exemplos.
26) O que são ossos sesamóides? Cite exemplos.
27) Quais as diferenças entre o esqueleto masculino e feminino? 2
8) Desenhe o esqueleto humano.

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Anatomia e Fisiologia Humana
Capítulo 6: Sistema Muscular
1)  Qual a unidade funcional do sistema muscular?
2)  Para  que  a  célula  muscular  possa  apresentar  respostas  aos  estímulo  externos  é necessá-
rio que seja ativado um outro sistema do nosso corpo qual seria ele?
3)  Descreva quais são os elementos que constituem o músculo e cite qual a função que cada um de-
les desempenha. Ilustre-os.
4)  Quais são os tipos de músculo existentes? Cite as diferenças entre eles e onde são encontrados.
5)  Faça uma ilustração dos músculos da face.
6)  Quais são os músculos envolvidos no processo de mastigação? Cite a função de cada.
7)  Quais músculos estão presentes na região do pescoço e qual a função que eles desempenham ?
8)  Quais são os músculos presentes nos membros superiores? Cite a função de cada.
9)  Cite quais são os músculos do tronco e qual a função que eles desempenham? 10) Quais múscu-
los estão presentes nos membros inferiores? Cite a função de cada.

Capítulo 7: Sistema Circulatório

1)  Quais as estruturas formam o sistema circulatório?
2)  Quais as funções do sistema circulatório?
3)  O que é o sangue?
4)  Quais as funções do sangue?
5)  Qual a composição do sangue?
6)  O que é pressão osmótica?
7)  Quais são as proteínas do plasma? Qual a função de cada?
8)  Quais são os glóbulos vermelhos do sangue?
9)  Quais são os tipos sanguíneos existem?
10) Quais são os glóbulos brancos? Qual a função deles?
11) Como os glóbulos brancos são dividos?
12) Qual a função das plaquetas?
13) Explique a sequência de acontecimentos da cascata de coagulação.
14) Quais são as vias de circulação sanguíneas? Aponte as principais diferenças de cada.
15)  Explique como se dá a estrutura dos vasos sanguíneos?
16) O que é diapedese?

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Anatomia e Fisiologia Humana
17) Quais as funções do coração?
18) Quais as estruturas formam o coração?
19) O que é sístole? E diástole?
20) Como é a estrutura cardíaca?
21) Como funciona a inervação do coração?
22) Explique o mecanismo da pequena e grande circulação.
23) Quais os componentes do sistema linfático? Qual a função desse sistema?
24) O que é linfa?
25) O que são linfonodos e quais as suas funções?
26) Desenhe o coração e suas as partes internas e externas descrevendo o nome das estruturas.

Capítulo 8: Sistema Respiratório

1)  Definir:
a) Inspiração:
b) Expiração:
c) Respiração:
2)  Cite e defina os órgãos respiratórios.
3)  Cite a importância das conchas nasais.
4)  Cite as partes da faringe.
5)  Cite as cartilagens da laringe.
6)  Definir pleura.
7)  Cite as diferenças do pulmão D e E.
8)  Cite os músculos que participam da respiração.
9)  Explique:
a) Ar circulante
b) Ar residual
c) Capacidade respiratória total
10)  Explique os fenômenos mecânicos e químicos da respiração.
11)  Explique o que é hematose e onde ocorre.
12)  Definir:
a) Hemoglobina

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Anatomia e Fisiologia Humana
b) Oxiemoglobina
c) Carboemoglobina
d) Eupneia
e) Apneia
f) Taquipneia
g) Bradipneia
h) Anóxia
i) Cianose

13) Definir frequência respiratória.

Capítulo 9: Sistema Digestivo

1)  O que é digestão?
2)  Quais as substâncias químicas que realizam a digestão das substâncias presentes nos alimentos?
3)  Quais as estruturas compõem o sistema digestivo?
4)  Como é o tecido que reveste os órgãos do sistema digestivo? Descreva suas características.
5)  Quais as estruturas da boca são importantes no processo de digestão? Descreva as característi-
cas de cada.
6)  Quais as papilas gustativas existem na língua? Descreva os gostos do paladar que cada uma pro-
porciona.
7)  Descreva os tipos de dentes que existem e a função de cada uma. Quais as partes de um dente?
8)  Quais as funções das glândulas salivares? Quais glândulas existem?
9)  Diferencie as três partes da faringe, dando as características de cada.
10) Como o esôfago participa no processo digestório?
11) Quais as funções do estômago? Faça um desenho esquemático diferenciando as partes do estô-
mago e os esfíncteres nele presentes.
12) O que é suco gástrico? Para que ele serve?
13) Descrevas as características de cada parte do intestino delgado, descrevendo a função de cada.
14) Quais as porções do intestino grosso? Dê a função desse órgão.
15) Quais são os órgãos anexos do sistema digestivo. Dê a função de cada.
16) Quais as três partes formam o pâncreas? Qual substância esse órgão produz e para que ela serve?

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Anatomia e Fisiologia Humana
17) Descreva os caminhos (ductos) por onde passam o sulco pancreático até chegarem no duodeno.
18) Como o pâncreas é dividido? Explique as substâncias produzidas por cada parte.
19) Quais as funções do fígado?
20) Quais as partes constituem o fígado? Quais vasos sanguíneos estão presentes em sua estrutura?
21) Explique o caminho percorrido pela bile no fígado dando os nomes dos ductos.
22) O que é vesícula biliar? O que é bile qual a sua função?
23) O que é colecistite? Dê suas características.
24) Explique o funcionamento e a seqüência de como ocorre o processo digestório.
25) Explique como ocorre a absorção dos nutrientes no trato digestivo.
26) Descreva o que é digerido nas seguintes enzimas: amilase salivar, ptialina, pepsina, lípase, renina,
secretina, enteroquinase, tripsina, peptidase, quimiotripsina.
27) Desenhe os órgãos do sistema digestivo e descreva as partes principais de cada.
28) Desenhe os órgãos anexos ao sistema digestivo e descreva as partes de cada.
29) Desenhe os ductos responsáveis pelo transporte da bile e suco pancreático.

Capítulo 10: Sistema Urinário

1) Qual a função do sistema urinário?
2) Quais são os componentes da urina?
3) Como o sistema urinário é dividido? Descreva quais as estruturas de cada.
4) Como o sistema urinário contribui para a homeostase?
5) Quais órgãos compõem o sistema urinário?
6) Onde os rins se localizam? Quais as suas características?
7) Quais as funções dos rins?
8) Qual a diferença entre o rim direito e o esquerdo?
9) O que compõe o hilo renal?
10) Descreva as características do córtex e da medula renal.
11) O que são néfrons?
12) Como o néfron é formado?
13) Onde se localizam as glândulas suprarrenais? Quais as suas características e funções?
14) O que é produzido no córtex das glândulas adrenais? E na medula?

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Anatomia e Fisiologia Humana
15) O que são ureteres? Para que eles servem?
16) Quais as duas porções do ureter? Com quais estruturas eles fazem comunicação?
17) Descreva as características da bexiga. Onde ela se localiza?
18) O que é trígono da bexiga? Quais orifícios se encontram nessa parte?
19) Como se dá a saída de urina da bexiga? Explique seu funcionamento.
20) O que é uretra? Qual a sua função?
21) Descreva as características da uretra feminina. E a masculina?
22) Como a uretra masculina é dividida?
23) Quais as principais diferenças da uretra feminina e masculina?
24) Explique o processo de filtração glomerular.
25) Como se dá a regulação da função renal?
26) O que é o cálculo renal? Quais as suas consequências?
27) Desenhe as estruturas que se pede, dando nome as principais estruturas:
a) Nefron;
b) Rim
c) Bexiga
d) Ureteres
e) Uretra feminina
f) Uretra masculina

Capítulo 11: Sistema Reprodutor Masculino

1)  Quais os órgãos reprodutores masculinos externos? Dê as características e as funções de cada.


2)  Quais são os órgãos reprodutores masculinos internos? Dê as características e as funções de cada.
3)  O que é criptorquidia?
4)  Qual o hormônio sexual masculino? Onde ele é produzido? Quais as suas funções?
5)  O que é vasectomia? Como ela é realizada?
6)  Qual a função da próstata no sistema reprodutor masculino?
7)  O que é o exame de toque masculino? Porque ele é indicado? Em que idade é indicado?
8)  Como ocorre a estimulação sexual do pênis. Explique a fisiologia.
9)  Descreva as partes e divisões do pênis.

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Anatomia e Fisiologia Humana
10)  O que é circuncisão? Pra que ela serve?
11) O que é fimose?
12) Como a bolsa escrotal realiza o controle da temperatura?
13) Faça um desenho esquemático que demostre:
a) Órgãos reprodutores internos masculinos;
b) Órgãos reprodutores externos masculinos;
c) Partes e camadas do pênis interna e externa;
d) Partes e camadas dos testículos;
e) Espermatozoide e suas partes;
f) Partes da uretra;

Capítulo 12: Sistema Reprodutor Feminino

1)  Quais os tipos de cromossomos existem no nosso organismo?
2)  Diferencie a carga genética sexual do homem e da mulher.
3)  Como o sistema reprodutor feminino é dividido? Quais órgãos compõem cada um.
4)  Descreva as funções e as características de cada órgão do sistema reprodutor feminino.
5)  O que é laqueadura? Como é realizada?
6)  Quais as partes do útero? E suas camadas?
7)  O que é o Fundo do Saco de Douglas?
8)  O que é o colo do útero?
9)  Explique o processo de maturação do óvulo e a ovulação.
10) O que é síndrome do ovário policístico?
11) Onde ocorre a fecundação?
12) O que é hímen?
13) Quais os hormônios sexuais femininos? Onde eles são produzidos? Quais as suas funções?
14) Faça um desenho esquemático que demostre:
a) Órgãos reprodutores internos femininos;
b) Órgãos reprodutores externos femininos;
c) Camadas e partes do útero;
d) Partes da tuba uterina;

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Anatomia e Fisiologia Humana

Capítulo 13: Sistema Nervoso

1)  Quais as funções do sistema nervoso?
2)  Descreva as características da célula nervosa.
3)  Quais os tipos de neurônios existem?
4)  Faça um desenho esquemático mostrando a estrutura do neurônio.
5)  Qual o sentido do fluxo da transmissão nervosa?
6)  O que é sinapse? Quais as estruturas participam desse processo?
7)  Quais os tipos de sinapses? Explique as diferenças entre elas.
8)  Quais os principais neurotransmissores existem? Descreva as funções de cada.
9)  Defina fibra, feixe e gânglio nervoso.
10)  Diferencie substância cinzenta e branca.
11)  Qual a constituição do arco reflexo? Caracterize cada.
12)  Diferencie os tipos de neurônios presentes no arco reflexo.
13) Como  o  sistema  nervoso  é  dividido? 14) Faça um esquema demostrando a divisão do siste-
ma nervoso central.
15) Qual a constituição do sistema nervoso central.
16) Qual a constituição do encéfalo? Dê as suas características.
17) Como ocorre a divisão dos hemisférios cerebrais?
18) O que são sulcos cerebrais? E giros? Quais as suas funções?
19)  O  que  são  lobos  cerebrais?  Faça  um  desenho  esquemático  demonstrando  a localiza-
ção de cada e a função de cada área.
20) Quais as estruturas compõem o diencéfalo? Quais as suas características e funções?
21) O que é corpo caloso?
22) O que é o sistema límbico?
23) Quais as funções do cerebelo?
24) Quais as funções do tronco encefálico? Quais as estruturas o compõem? Descreva as característi-
cas de cada.
25) Descrevas as características e as funções da medula espinhal e faça um desenho esquemático evi-
denciando as estruturas da mesma.
26) Quais as funções do sistema nervoso periférico? Como ele é dividido?

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Anatomia e Fisiologia Humana
27) Como são divididos os nervos espinhais?
28) Qual a função do sistema nervoso autônomo e do somático?
29) Descreva o nome e as funções dos nervos cranianos.
30) Quais são os nervos cranianos sensitivos? E os motores? E os cranianos?
31) Como o sistema nervoso autônomo é dividido? Dê as funções de cada parte.
32)  Diferencie  a  atuação  do  sistema  nervoso  simpático  e  parassimpático  nas diferentes  estrutu-
ras do organismo humano.
33) Onde os gânglios nervosos do sistema nervoso periférico se situam? Quais as suas funções e ca-
racterísticas?
34) Quais estruturas liberam adrenalina? E a acetilcolina?
35) Como se dá o controle da postura e do movimento corporal pelo sistema nervoso? Explique.
36) Quais as funções dos impulsos nervosos emitidos pelo sistema nervoso no controle do movimen-
to e postura corporal?
37) O que é sistema piramidal? E extrapiramidal? Dê as características de cada.
38) Como é feita a proteção do SNC?
39) O que é meninge? Quais as camadas existem? Dê as características de cada.
40)  O  que  é  líquor?  Qual  a  sua  função?  Explique  como  acontece  a  produção  e  a circulação  do  lí-
quor no sistema nervoso evidenciando as estruturas importantes para esse mecanismo.

Capítulo 14: Sistema Sensorial

1)  Defina sistema sensorial e descreva suas funções.
2)  Quais são os sentidos do corpo humano?
3)  Descreva quais órgãos exercem a função de cada sentido
4)  Faça  um  desenho  esquemático  evidenciando  as  estruturas  internas  e  externas que  com-
põem o olho humano.
5)  Descreva as características de cada estrutura presente no olho humano.
6)  Descreva as seguintes patologias relacionadas a visão: estrabismo, hipermetropia, miopia e astig-
matismo.
7)  Quais são as alterações da pupila?
8) Como funciona o mecanismo da visão e formação da imagem?
9) Quais as estruturas que realizam a proteção dos olhos?

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Anatomia e Fisiologia Humana
10) Descreva as funções e as características da língua.
11) Quais as partes da língua? Caracterize-as.
12) Descreva as estruturas que compõem o órgão responsável pelo olfato?
13) Como o ouvido é dividido? Quais as estruturas que compõem cada parte. Faça um desenho esque-
mático mostrando as mesmas.
14) Descreva as características de cada estrutura do ouvido.
15) O que é labirinto? Qual a sua função?
16) Explique o processo da recepção do estímulo da audição.
17) Quais as características do tato humano?
18) Desenhe as camadas da pele.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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• SILVERTHORN, D. U. Fisiologia Humana – Uma Abordagem Integrada. Porto Alegre: Editora Art-
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• ABRAHAMS, P. H; HUTCHINGS, R. T; MARKS Jr, S. C. Atlas Colorido de Anatomia Humana de Mc-
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• McARDLE, W. D; KATCH, F. I; KACTH, V. L. Fisiologia do Exercício – Energia, Nutrição e Desempe-
nho Humano.Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 3a. Ed. 1993.

• NETTER, F. Atlas de Anatomia Humana. Porto Alegre: Artmed, 1998.

• SOBOTTA,  J;  BECKER.  Sobota  –  Atlas  de  Anatomia  Humana.  Rio  de  Janeiro: Guanabara  Koo-
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• SPENCE, AP. Anatomia Humana Básica. São Paulo: Manole, 2a. Ed., 1991.

• CASTRO, Sebastião Vicente de. Anatomia Fundamental. 3ed. São Paulo: Makron Books, 1985.

• DÂNGELO,  José  Geraldo;  FATTINI,  Carlo  Américo.  Anatomia  Humana  Sistêmica  e Segmen-
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• FREITAS, Valdemar de. Anatomia – Conceitos e Fundamentos. São Paulo: Artmed, 2004.

• LATARJET, Michel. Anatomia Humana. 2ed. V1/V2. São Paulo: Panamericana, 1996.

• MACHADO, Ângelo. Neuroanatomia Funcional. Rio de Janeiro/São Paulo: Atheneu, 1991.

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Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Book_Enfermagem.indb 325 11/02/2016 13:00:02


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• MOORE, Keith L. Anatomia Orientada para a Prática Clínica. 4ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koo-
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• GUYTON, A.C. Fisiologia Humana. 5ª ed., Rio de Janeiro, Ed. Interamericana, 1981.

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Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

326

Book_Enfermagem.indb 326 11/02/2016 13:00:02


Curso Técnico em

ENFERMAGEM
Etapa 1

HIGIENE E PROFILAXIA/
NUTRIÇÃO E DIETÉTICA

Book_Enfermagem.indb 327 11/02/2016 13:00:02


Higiene e Profilaxia/Nutrição e Dietética

SUMÁRIO

1- Processo Saúde e Doença........................................................................................................... 329


2- Higiene........................................................................................................................................ 331
3- Terminologias.............................................................................................................................. 332
4- História Natural das Doenças...................................................................................................... 336
5- Vigilância Epidemilogica.............................................................................................................. 338
6- Saneamento dos Alimentos........................................................................................................ 342
7- Saneamento de Resíduos Solidos e Qualidade de Vida.............................................................. 350
8- Prevenção de Acidentes com Animais Peçonhentos................................................................... 353
9- Gerenciamento de Resíduos Sólidos em Saúde.......................................................................... 356
10- Equipamentos de Proteção Individual e de Uso Coletivo.......................................................... 362
11- CIPA........................................................................................................................................... 366
12. Grupos de Nutrientes................................................................................................................ 367
13. Aspectos Socioeconômicos da Alimentação do Povo Brasileiro................................................ 388
14. Definindo Pobreza e Fome ........................................................................................................ 390
15. Constituição dos Alimentos....................................................................................................... 396
16. Educação Alimentar................................................................................................................... 399
17. Dietoterapia............................................................................................................................... 403
18 – Exercícios de Fixação............................................................................................................... 408
19- Referências bibliográficas.......................................................................................................... 421

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Higiene e Profilaxia/Nutrição e Dietética
1- PROCESSO SAÚDE E DOENÇA
Definições de Doença X Saúde
Saúde: Segundo a OMS( Organização Mundial da Saúde) “ a saúde é um estado de completo
bem estar físico, mental e social e não mera ausência de moléstia ou enfermidade”.
Doença: É o desequilíbrio do indivíduo com as forças de seu ambiente externo e interno.

Processo Saúde/Doença
O processo saúde-doença é uma expressão usada para fazer referência a todas as variáveis que
envolvem a saúde e a doença de um indivíduo ou população e considera que ambas estão interligadas
e são consequência dos mesmos fatores.

História Causal
• As Interpretações Mágico – Religiosas Dominante entre os povos da antigüidade, o pensa-
mento mágico-religioso será responsável pela manutenção da coesão social e pelo desen-
volvimento inicial da prática médica.
• As Interpretações Mágicas – Religiosas Nas diferentes culturas, o papel da cura estava en-
tregue a indivíduos iniciados: os sacerdotes incas; os xamãs e pajés entre os índios brasilei-
ros; as benzedeiras e os curandeiros na África.
• As Primeiras Explicações Racionais: medicina- Mágica/religiosa -Explicação para a saúde e a
doença.
• Hipócrates defende o equilíbrio entre homem/ ambiente.
• Há Rompimento com a superstição e as práticas mágicas e o surgimento de explicações
racionais para os fenômenos de saúde e doença.
• Saúde e Doença na Idade Média: entre o castigo e a redenção- evidenciaram-se o declínio
da cultura urbana e a decadência da organização e das práticas de saúde pública;
• A Idade Média foi marcada pelo sofrimento impingido pelas inúmeras pestilências e epide-
mias à população
• A expansão e o fortalecimento da Igreja são traços marcantes desse período.
• Na Idade Média é que surgem os primeiros hospitais. Originados da igreja, nas ordens mo-
násticas, inicialmente estavam destinados a acolher os pobres e doentes.
• Não havia evidência do elemento comunicável que não aqueles já sugeridos por Hipócrates.
• Igreja desautorizou avanços;
• Renascimento: novos olhares- Surgimento de defensores dentro da igreja sobre conheci-
mento de higiene e saúde da civilização greco-romana;

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Higiene e Profilaxia/Nutrição e Dietética
• No campo da saúde, passam a ser desenvolvidos estudos de anatomia, fisiologia, e de indi-
vidualização da descrição das doenças, fundadas na observação clínica e epidemiológica
• Médicos fazem especulações sobre a origem das epidemias e o fenômeno do adoecimento
humano.
• O Surgimento da Medicina Social-Condições objetivas de existência, o desenvolvimento
teórico das ciências sociais permitiu, no final do século XVIII, a elaboração de uma teoria
social da Medicina.
O ambiente, origem de todas as causas de doença, deixa, momentaneamente, de ser natural
para revestir-se do social.
É nas condições de vida e trabalho do homem que as causa das doenças deverão ser buscadas.
A Era Bacteriológica e a Discussão da Causalidade- O desenvolvimento das investigações no
campo das doenças infecciosas e da microbiologia resultou no aparecimento de novas e mais eficazes
medidas de controle, entre elas a vacinação.
À medida que eram identificados transmissão e vetores específicos, várias melhorias sanitárias
e das condições de vida dos habitantes foram incentivadas.
Teoria Unicausal

Teoria Multicausal

Disponível em: http://slideplayer.com.br/slide/2857136/. Acesso em Jan 2016.

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Higiene e Profilaxia/Nutrição e Dietética
2- HIGIENE
Higiene significa limpeza; asseio; inter-relação entre o homem e o meio ambiente, no sentido da
preservação da saúde. Existem vários tipos de higienização:
• Individual (banho, cabelos, unhas e mãos, boca, dentes e vestuário);
• Coletiva (saneamento básico, água, esgoto, lixo, vetores);
• Mental (equilíbrio, costumes morais e sociais);
• Do trabalho (riscos físicos, químicos e biológicos);
• Ambiental (limpeza de móveis, utensílios e estrutura).

Profilaxia
Profilaxia é a aplicação de meios que tendem evitar doenças ou contágios. As medidas profiláti-
cas interrompem a interação entre o agente causador da doença e o organismo. Alguns exemplos de
doenças sujeitas a profilaxia são peste bubônica, hepatite, verminoses, DSTs, infecções hospitalares.
Higiene e profilaxia estão intimamente ligadas, pois a higienização, em todas as suas formas,
evita a transmissão e/ou contágio por agentes infectocontagiosos, logo é uma medida profilática.

Disponível em: http://www.ebah.com.br/content/ABAAAgTEkAJ/02-termos-tecnicos-parasitologia.


Acesso em Jan 2016

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Higiene e Profilaxia/Nutrição e Dietética
3- TERMINOLOGIAS
Em sentido amplo, refere-se simplesmente ao uso e estudo de termos, ou seja, especificar as
palavras simples e compostas que são geralmente usadas em contextos específicos.

Disponível em: rios-vasquez-willians.blogspot.com. Acesso em Jan 2016.

TERMINOLOGIAS EM ENFERMAGEM
Abdução – afastamento de um membro do eixo do corpo.
Abscesso – coleção de pus externa ou internamente.
Absorção – penetração de líquido pela pele ou mucosa.
Abstinência – contenção, ato de evitar.
Adiposo – gordura.
Adução – mover para o centro ou para a linha mediana.
Afagia – impossibilidade de deglutir.
Afasia – impossibilidade de falar ou entender a palavra falada.
Afebril – sem febre.
Alopecia – é a queda total ou parcial dos cabelos.
Alucinação – percepção de um objeto, que na realidade não existe.
Amenorreia – falta de menstruação.
Analgesia – abolição da sensibilidade a dor.
Anasarca – edema generalizado.
Anemia – é a diminuição dos números de hemácias.

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Higiene e Profilaxia/Nutrição e Dietética
Anisocoria – desigualdade de diâmetro das pupilas.
Anorexia – falta de apetite, inapetência.
Anterior – a parte da frente.
Anúria – ausência da eliminação urinária.
Apnéia – parada dos movimentos respiratórios.
Ascite – edema localizado na cavidade peritoneal com acúmulo de líquido
Asfixia – sufocação, dificuldade da passagem do ar.
Atrofia – diminuição do tamanho ou peso natural de um órgão ou tecido
Benigno – que não ameaça a saúde nem a vida. Não maligno, como certos tumores.
Biópsia – extirpação de um fragmento de tecido vivo com finalidade diagnóstico.
Bócio – hiperplasia da glândula tireóide.
Borra de café – aspecto do vômito ou da defecação que contém sangue.
Bradicardia – diminuição das batidas cardíacas.
Bradipnéia – movimento respiratório abaixo do normal.
Bucal – oral, referente à boca.
Cãibra – contração muscular, dolorosa.
Calafrio – contrações involuntárias da musculatura esquelética com tremores e bater dos dentes.
Caquexia – desnutrição adiantada, emagrecimento severo.
Cefaleia – dor de cabeça.
Choque – síndrome que se manifesta com pele fria, queda de temperatura, cianose e morte.
Cianose – cor azulada da pele por falta de oxigênio no sangue.
Cianótico – com cianose.
Cirrose – fibrose com destruição do tecido.
Cistite – inflamação da bexiga.
Clister – introdução de pequena quantidade de água, medicamento no intestino.
Coagulação – espessamento de um líquido formando coágulo.
Colecistite – inflamação da vesícula biliar.
Colostomia – abertura artificial para saída de fezes a nível do cólon.
Coma – estado de inconsciência.
Congênito – doença herdada no nascimento.
Constipação – retenção de fezes ou evacuações insuficientes.

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Higiene e Profilaxia/Nutrição e Dietética
Contaminação – presença de micróbios vivos.
Convalescença – caminha para o restabelecimento.
Convulsão – contrações violentas involuntárias do músculo, agitação desordenada.
Debridamento – limpeza de um tecido do infectado ou necrótico de um ferimento.
Decúbito – posição deitada.
Dermatite – inflamação da pele.
Desidratação – perda exagerada de líquido no organismo.
Diarreia – evacuações frequentes e líquidas.
Diplopia – visão dupla.
Dispneia – dificuldade respiratória.
Disseminado – espalhado.
Distensão – estiramento de alguma fibra muscular, intumescimento ou expansão.
Disúria – micção difícil e dolorosa.
Diurese – secreção urinária.
Edema – retenção ou acúmulo de líquidos no tecido celular.
Entérico – relativo ao intestino.
Epistaxe – sangramento nasal.
Eritema – vermelhidão na pele.
Eructação – emissão de gases estomacais pela boca, arroto.
Erupção – lesões visíveis na pele.
Escara de decúbito – úlcera perfurante em região de proeminências ósseas.
Escoriações – abrasão, erosão, perda superficial dos tecidos.
Espasmo – contrações involuntárias, violenta e repentina de um músculo ou grupo de músculo;
pode acometer as vísceras ocas como estômago e os intestinos.
Etilismo – vício do uso de bebidas alcoólicas, intoxicação crônica pelo álcool etílico.
Etilista – alcoólatra.
Etiologia – estudos das causas da doença.
Euforia – sensação de bem estar.
Eupneia – respiração normal.
Excreta – os resíduos eliminados do corpo.
Exsudato – substância líquida eliminada patologicamente.

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Higiene e Profilaxia/Nutrição e Dietética
Fadiga – cansaço, esgotamento.
Faringite – inflamação da faringe.
Fatal – causador de morte, desastroso.
Ferida – lesão.
Fétido – mau cheiro.
Fisiologia – estudo das funções do organismo.
Flebite – inflamação de uma veia.
Fulminante – de marcha rápida e fatal.
Gangrena – necrose maciça dos tecidos devido a falta de irrigação sanguínea.
Garrote – curativo compressivo para deter hemorragia, faz-se com um torniquete, é preciso
afrouxar a cada hora, para evitar isquemia e gangrena.
Gástrico – relativo ao estômago.
Gastrite – inflamação do estômago.
Gengivite – inflamação da gengiva.
Genitália – os órgãos genitais.
Geriatria – estudo das doenças dos idosos.
Halitose – mau hálito.
Hematêmese – vômito com sangue.
Hematoma – extravasamento de sangue fora da veia.
Hematúria – presença de sangue na urina.
Hemiparesia – fraqueza muscular em um lado do corpo.
Hemiplegia – paralisia de metade do corpo.
Hemorragia – sangramento, escape do sangue dos vasos sanguíneos.
Hidrocefalia – aumento anormal da quantidade de líquidos na cavidade craniana.
Hipertensão – aumento da pressão arterial.
Hipotensão – baixa pressão arterial.
I.A.M – infarto agudo do miocárdio.
Icterícia – coloração amarelada da pele e mucosa.
Indolor – sem dor.
Ingestão – ato de engolir, alimentos ou outras substâncias.
Insônia – falta de sono, impossibilidade de dormir.

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Higiene e Profilaxia/Nutrição e Dietética
Intra – dentro.
Isquemia – insuficiência local de sangue.
Luxação – separação das superfícies óssea de uma articulação.
Melena – fezes escuras e brilhantes, com presenças de sangue.
Menarca – primeira menstruação.
Micção – ato de urinar.
Mictúria – micção frequente a noite.
Midríase – dilatação da pupila.
Miose – contração da pupila.
Náusea – enjôo, vontade de vomitar.
Necrose – morte dos tecidos localizados, de uma região do corpo.
Obeso – gordo.
Obstrução – bloqueio de um canal.
Oligúria – deficiência de eliminação urinária “escassez”
PCR – parada cardiorrespiratória.
SARA – síndrome da angústia respiratória no adulto (edema pulmonar).

4- HISTÓRIA NATURAL DAS DOENÇAS


História natural da doença é o nome dado ao conjunto de processos interativos compreen-
dendo as inter-relações do agente, do suscetível e do meio ambiente que afetam o processo global e
seu desenvolvimento. Logo, a prevenção só faz sentido quando em relação com o conhecimento da
história natural das doenças.
A história natural da doença tem desenvolvimento em dois períodos sequenciados: período
epidemiológico e período patológico:
Período epidemiológico: o interesse é dirigido para as relações suscetível-ambiente.
Período patológico: interessam as modificações que se passam no organismo vivo.

Período da Pré- Patogênese


O primeiro período da história natural: é a própria evolução das inter-relações dinâmicas, que
envolvem, de um lado, os condicionantes sociais e ambientais e, do outro, os fatores próprios do sus-
cetível, até que se chegue a uma configuração favorável á instalação da doença. Envolve:

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Higiene e Profilaxia/Nutrição e Dietética
• As inter-relações entre os agentes etiológicos da doença;
• O suscetível e outros fatores ambientais que estimulam o desenvolvimento da enfermida-
de; e
• As condições sócio-econômico-culturais que permitem a existência desses fatores.
No neste há a interação entre agente, hospedeiro e fatores ambientas, sem que estrutura orgâ-
nica ou psíquica do homem seja alterada. Sendo assim se por um determinado motivo, ou mais fre-
quentemente pela interação de vários, rompe-se essa espécie de equilíbrio, e os agentes infecciosos
penetram no ser humano, constituindo-se em um estímulo que vai alterar a estrutura orgânica.
Período de Patogênese
O período patogênico começa quando se inicia a ação de um estímulo que irá alterar a estrutura
orgânica ou psíquica do homem.
A história natural da doença tem seguimento com a sua implantação e evolução no homem.
É no período da patogênese que se inicia com as primeiras ações que os agentes patogênicos
exercem sobre o ser afetado. Seguem-se as perturbações bioquímicas em nível celular, continuam
com as perturbações na forma e na função, evoluindo para defeitos permanentes, cronicidade, morte
ou cura.
Prevenção
É prever antes que aconteça, ou mesmo cuidar para que não aconteça.
A prevenção primária é limitar a ocorrência da doença pelo controlo das causas e fatores de
risco.
A prevenção secundária resume-se no reduzir as consequências mais importantes da doença
através do seu diagnóstico precoce e respectivo tratamento.
A prevenção terciária tem por finalidade reduzir a progressão ou as complicações da doença já
estabelecida. Vejamos abaixo exemplos de prevenções:

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Higiene e Profilaxia/Nutrição e Dietética

5- VIGILÂNCIA EPIDEMILOGICA
Ciência que estuda os padrões da ocorrência de doenças em populações humana e os fatores
determinantes propondo medidas específicas de prevenção ou controle de erradicação e doenças
indicadores que sirvam de suporte ao planejamento e avaliação de saúde.
A partir do quadro, em que havia grave acometimento de grandes parcelas populacionais por
doenças transmissíveis, criou-se a necessidade de analisar as manifestações dessas doenças.
Foi o surgimento e desenvolvimento da ciência epidemiológica, que possibilitou o estudo da
distribuição dos determinantes da frequência das doenças no homem. Houver maior conhecimento
sobre as melhores condições e fatores que favoreciam a ocorrência das moléstias como: faixa etária,
sexo, lugares, épocas do ano, ocupações (profissionais do sexo, operários da construção civil) e outras
condições de interesse. Surge então, os serviços de vigilância epidemiológica. Tendo como objetivo

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Higiene e Profilaxia/Nutrição e Dietética
desenvolver atividades de coleta e análise de dados, determinando, assim, as medidas a serem apli-
cadas ao ambiente e aos doentes ou às pessoas em risco de adoecer. Com as ações epidemiológicas
surge controle da transmissão do agente infeccioso.
A partir da obtenção de um controle relativo sobre as doenças transmissíveis, ocorreram im-
portantes mudanças sociais, geradas pelo processo de industrialização, êxodo rural e crescimento
das cidades. Começaram, então, a aumentar o número de casos de doenças não- transmissíveis e
de indivíduos acometidos por agravos, fortemente influenciados por fatores externos relacionados a
um estilo de vida pouco saudável, tais como dieta inadequada, excesso de trabalho, vida sedentária,
consumo excessivo de bebidas alcoólicas, estresse, abuso de drogas, violência urbana e no trânsito,
dentre outros. O aumento da ocorrência dessas disfunções e agravos passou a despertar a atenção
das autoridades sanitárias pelo impacto promovido na população economicamente ativa.
O alto índice de pessoas afastadas do trabalho por longos períodos, bem como a ocorrência
de pedidos de aposentadoria precoce por invalidez parcial ou total e aumento do número de óbitos
a elas relacionados fizeram com que os profissionais de saúde começassem a questionar se também
não seria necessária a elaboração de medidas. Sendo assim, surge um novo desafio para o perfil epi-
demiológico: voltar a intensificar ou até mesmo criar novas ações de vigilância epidemiológica que
atinjam as doenças transmissíveis; e voltar a atenção da vigilância epidemiológica para as doenças
não-transmissíveis;
• Doença transmissível: Qualquer doença causada por um agente infeccioso e/ou parasitá-
rio específico; ou por seus produtos tóxicos; ou pelos produtos tóxicos de outros agentes
biológicos. Manifesta-se pela transmissão desse agente ou seus produtos, de uma pessoa
ou animal infectado, ou de um reservatório a um hóspede suscetível. Pode transmitir-se de
forma direta, ou indireta por meio de um hospedeiro intermediário de natureza vegetal ou
animal, de um vetor, ou do ambiente. Exemplo: Tuberculose.
• Doença-não transmissível: enfermidade que não é transmitida de uma pessoa para outra.
Exemplos: câncer, respiratórias crônicas, diabetes.

Vigilância Epidemiológica
É um serviço que reúne um conjunto de ações que permite acompanhar a evolução das doenças
na população.
Funciona como um “termômetro” um indicador de que ações devem ser priorizadas no planeja-
mento da assistência à saúde.
As ações de prevenção e controle devem partir do estudo do comportamento das doenças e
agravos à população, é importante seguir algumas etapas:
• Coleta de dados;
• Processamento dos dados;
• Análise dos dados;
• Recomendação de medidas de controle e prevenção;

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Higiene e Profilaxia/Nutrição e Dietética
• Promoção das ações de controle e prevenção avaliação da eficácia das medidas;
• Divulgação das informações.
Coleta de dados: consiste em buscar junto às fontes de dados (população, imprensa, serviços
de saúde, escolas, creches, presídios e indústrias) as informações relevantes que possam colaborar na
identificação de situações de risco.
Processamento dos dados: significa reunir todos os dados coletados e agrupá-los de acordo
com seu grau de importância e relevância.
Análise dos dados – busca interpretar as informações coletadas, procurando estabelecer as
relações causais.
Recomendação de medidas de controle e prevenção: aponta que precauções podem ser reco-
mendadas no controle e prevenção da ocorrência da doença.
Promoção das ações de controle e prevenção: consiste em planejar e executar ações como vaci-
nações, tratamento dos doentes, controle do ambiente, divulgação de informações sobre precauções
para transmissão de doenças;
Avaliação da eficácia das medidas: é a análise dos resultados das ações, visando identificar se
as metas propostas foram alcançadas e avaliar seu impacto na saúde coletiva.
Divulgação das informações – objetiva mostrar os resultados: alcançados de forma simples e
clara, de modo que todos os interessados possam compreendê-los.

Variáveis Epidemiológicas
PESSOA: QUEM? Características herdadas ou adquiridas (idade, sexo, cor, escolaridade, renda,
estado nutricional e imunitário, etc.); etc. Atividades (trabalho, esportes, práticas religiosas, costumes,
etc.); etc. Circunstâncias de vida (condição social, econômica e do meio ambiente).
TEMPO: QUANDO? A cronologia de uma doença é fundamental para a sua análise epidemiológi-
ca. A distribuição dos casos de determinada doença por períodos de tempo (semanal, mensal, anual)
permite verificar como a doença evolui.
A distribuição cronológica apresenta- apresenta-se como:
Tendência Secular: são as variações na incidência/prevalência ou mortalidade/letalidade de do-
enças observadas por um longo período de tempo, geralmente dez anos ou mais.
Variação cíclica: são variações com ciclos periódicos e regulares. O comportamento cíclico das
doenças resulta de recorrências nas suas incidências, que podem ser anuais ou de periodicidade men-
sal ou semanal. Na variação cíclica, portanto, um dado padrão é repetido de intervalo em intervalo.
Variação Sazonal: ocorre quando a incidência das doenças aumenta sempre, periodicamente,
em algumas épocas ou estações do ano, meses do ano, dias da semana, ou em horas do dia. Por
exemplo, dengue (nas épocas quentes do ano), acidentes de trânsito (horas de muita movimentação
urbana – deslocamento para o trabalho ou escola).

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Higiene e Profilaxia/Nutrição e Dietética
LUGAR: ONDE? Utiliza-se a distribuição geográfica para identificar de que forma as doenças se
distribuem no espaço (urbano/rural, distrito sanitário, bairro, Município, etc.), associando a sua etc.
alta ocorrência. Exemplo: Exemplo: à baixas coberturas vacinais, precariedade no saneamento básico,
mananciais contaminados por microorganismos, existência ou não de uma rede básica de atenção à
saúde, etc. etc.
Em relação ao local de transmissão, os casos podem ser classificados como:
• Caso autóctone: é o caso confirmado que foi detectado no mesmo local onde ocorreu a
transmissão
• Caso alóctone: é o caso confirmado que foi detectado em um local diferente daquele onde
ocorreu a transmissão.

Formas de Ocorrência das Doenças


Caso esporádico: ocorre quando, em uma comunidade, verifica-se o verifica- aparecimento de
casos raros e isolados de uma certa doença, a qual não estava prevista, esses casos são chamados
de casos esporádicos. Exemplo: Exemplo: peste (transmitida pela picada de pulgas infectadas com a
bactéria Yersinia pestis).
Conglomerado temporal de casos: um grupo de casos para os quais se suspeita de um fator
comum e que ocorre dentro dos limites de intervalos de tempo, significativamente, iguais, medidos a
partir do evento que, supostamente, foi a sua origem. Exemplo: Exemplo: leptospirose (doença infec-
ciosa causa pela bactéria do gênero Leptospira).
Endemia: quando a ocorrência de determinada doença apresenta variações na sua incidência
de caráter regular, constante, sistemático. Assim, endemia é a ocorrência de uma determinada doença
que, durante um longo período de tempo, acomete, sistematicamente, populações em espaços deli-
mitados e caracterizados, mantendo incidência constante ou permitindo variações cíclicas ou sazonais
ou atípicas. Exemplo: tuberculose (causada pelo Mycobactrium tuberculosis) e malária (causada por
protozoários do tuberculosis) gênero Plasmodium.
Epidemia: caracterizam-se pelo aumento do número de caracterizam- casos acima do que se
espera, comparado à incidência de períodos anteriores. O mais importante, contudo, é o caráter desse
aumento descontrolado, brusco, significante, temporário. Se, em temporário. uma dada região, ine-
xiste determinada doença e surgem dois ou poucos casos, pode-se falar em epidemia, dado o pode-
seu caráter de surpresa. Exemplo: o aparecimento de dois casos de sarampo em uma região que, há
muitos anos, não apresentava um único caso. Exemplo: epidemia de dengue.
Surto epidêmico: Costuma-se designar surto quando dois ou mais casos de uma determinada
doença ocorrem em locais circunscritos, como instituições, escolas, domicílios, edifícios, cozinhas co-
letivas, bairros ou comunidades, aliados à hipótese de que tiveram, como relação entre eles, a mesma
fonte de infecção ou de contaminação ou o mesmo fator d e risco, o mesmo quadro clínico e ocorrên-
cia simultânea.

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Higiene e Profilaxia/Nutrição e Dietética
Pandemia: Dá-se o nome de pandemia à ocorrência epidêmica caracterizada por uma larga
distribuição espacial que atinge várias nações.

6- SANEAMENTO DOS ALIMENTOS


Os alimentos de origem animal ou vegetal, frescos ou processados, incluindo a água, podem
veicular diversos microrganismos patogênicos, causadores de diversas perturbações fisiológicas nas
pessoas que os consomem.
A preocupação com a qualidade e sanidade do produto, inicia-se na origem da matéria prima,
passa pela manipulação industrial, artesanal e comercial, segue pelo transporte e completa-se nos
setores de armazenamento estocagem e exposição para a venda ao consumidor.
Os hábitos higiênicos ajudam a impedir a contaminação. Afinal, de nada adianta que os produ-
tores e comerciantes ofereçam bons produtos se, o preparo da matéria prima e dos alimentos forem
a causa das toxiinfecções alimentares.
O saneamento dos alimentos é um conjunto de medidas necessárias para assegurar a inocuida-
de, a salubridade e a boa conservação dos produtos alimentares em todos os estágios.

Produção primária (colheita, abate, ordenha)


Preparação, Transformação, Fabrico, Embalagem, Armazenagem, Transporte, Distribuição, Ma-
nuseamento, Venda e Consumo.
A higiene dos alimentos consiste na adoção de medidas preventivas e de controle para a remo-
ção de agentes causadores de doenças, com o objetivo de conferir proteção específica contra as doen-
ças transmitidas por alimentos, proporcionando condições adequadas para a produção e o consumo
higiênico dos mesmos.

Segurança Alimentar
Significa garantir acesso ao alimento em quantidade e qualidade adequadas, de forma perma-
nente; aproveitar ao máximo os nutrientes; e preparar alimentos de forma que não ofereçam perigo
à saúde.

Manipulador de Alimentos
Todas as pessoas que trabalham com alimentação são considerados “manipuladores de alimen-
tos”, ou seja, quem produz, coleta, transporta, recebe e prepara par distribuir o alimento.

Perigo
Classifica-se no saneamento de alimentos perigo tudo aquilo que pode causar algum mal à saú-
de da pessoa.

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Higiene e Profilaxia/Nutrição e Dietética

Disponível em: www.blogaquapharma.com. Acesso em jan 2016.

Onde eles estão?

Disponível em: www.alimentos.uff.br. Acesso em Jan 2016.

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Higiene e Profilaxia/Nutrição e Dietética
E também nas pessoas...

Disponível em: www.emaze.com. Acesso em jan 2016.

Microrganismos
Bactérias, bolores, protozoários e vírus.

Fontes de contaminação por bactérias


• Alimentos crus e/ou cozidos;
• Contaminação física;
• Contaminação química;
• Alimentos de alto risco;
• Presença de insetos e roedores;
• Presença de animais domésticos e silvestres;
• Poeira, terra, sujidades;
• Lixo e restos de alimento.

Fatores que favorecem o desenvolvimento das bactérias


• Composição dos alimentos;
• Temperatura;

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Higiene e Profilaxia/Nutrição e Dietética
• Humidade;
• Presença de oxigênio;
• Ph;
• Tempo;

Disponível em: pt.slideshare.net. Acesso em jan 2016

Composição dos alimentos


Quanto mais ricos forem em substâncias nutritivas, mais favorecem o crescimento de microrga-
nismos. Produtos ricos em açucares ou proteínas (natas, maioneses, gelados, carnes, etc.), são favorá-
veis ao desenvolvimento bacteriano.

Temperatura
A temperatura tem ação preponderante sobre a atividade metabólica dos microrganismos

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Higiene e Profilaxia/Nutrição e Dietética

Disponível em: slideplayer.com.br/slide/357516. Acesso em jan 2016.

Umidade
Os alimentos com altos teores de proteínas, pois contém alto teor de umidade natural, são os
preferidos pelas bactérias.
Tempo
Num ambiente que proporciona calor, umidade e alimento, as bactérias iniciam a sua multiplica-
ção em 10 a 20 minutos, podendo num espaço de 30 minutos, se multiplicar até um número suficiente
para causar intoxicação alimentar.
ph
• ph 7 é ótimo para o desenvolvimento da bactéria;
• ph<4 ou > 9 limita muito o desenvolvimento de qualquer tipo de agente biológico;
Doenças Transmitidas por Alimentos
São atribuídas à ingestão de alimentos e/ou água contaminados por agentes de origem biológi-
ca, física, química ou pela produção de toxinas por determinados agentes, cuja presença no organismo
em determinadas concentrações pode afetar a saúde humana, em nível individual ou coletivo.
Acontecem devido a:
• Falta de higiene de utensílios, mãos e equipamentos;
• Cruzamento entre alimentos crus e cozidos (principalmente na arrumação da geladeira);
• Uso de alimentos contaminados;
• Exposição prolongada dos alimentos a temperatura inadequada
• ou cozimento insuficiente (tempo e temperatura).

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Higiene e Profilaxia/Nutrição e Dietética
Os alimentos mais envolvidos em casos de DTA são:
• Pratos muito manipulados (empadão, salpicão etc.);
• Preparações a base de maionese;
• Pratos preparados de véspera quando mal conservados (feijoada, carne assada, cozido etc.);
• Doces e salgados recheados.

Sintomas
Diarréia;
• Náusea;
• Vômito;
• Cefaléia;
• Dor abdominal;
• Febre;
• Formação de gases;
• Fadiga;
• Perda de apetite.

Boas Práticas
Controlando os perigos:
• Adequação e manutenção das instalações;
• Prevenção da contaminação por utensílios, equipamentos e ambientes;
• Prevenção da contaminação por colaboradores;
• Prevenção da contaminação pelo ar ambiente (ar condicionado, condensação etc.);
• Prevenção da contaminação por produtos químicos;
• Controle de pragas;
• Garantia da qualidade da água (ex: limpeza da caixa d’água);
• Cuidado com o lixo.

Qualidade da água
Deve ser de boa qualidade, ou seja, sem gosto, sem cheiro, transparente e livre de microrganis-
mos perigosos.

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Higiene e Profilaxia/Nutrição e Dietética

Disponível em: www.alimentos.uff.br. Acesso em Jan 2016.

Controle de pragas
Moscas, baratas, formigas, ratos, pássaros, gatos e outros animais podem representar grande
risco de contaminação.

Disponível em: ojornalismodaasas.blogspot.com. Acesso em jan 2016.

Cuidados com o lixo


O lixo acumulado na cozinha é uma fonte perigosa de microrganismos. Por isso:
• É importante removê-lo diariamente, ou tantas vezes quanto forem necessárias durante o
dia;
• Ele deve estar sempre ensacado e em recipientes apropriados, com tampa;
• Quando removido dos ambientes, o lixo deve ser armazenado em local fechado e frequen-
temente limpo, até a coleta pública ou outro fim a que se destine.

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Higiene e Profilaxia/Nutrição e Dietética
Higienização

Limpeza e Desinfecção

Disponível em: www.sesc.com.br. Acesso em Jan 2016

Resíduos de alimentos deixados no ambiente e materiais para fora de uso favorecem o apare-
cimento de pragas. Sendo os produtos de limpeza guardados em locais separados dos alimentos. E
também deve-se higienizar os: ambientes, os utensílios e equipamentos

Disponível em: www.sesc.com.br. Acesso em Jan 2016

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Higiene e Profilaxia/Nutrição e Dietética
7- SANEAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS E QUALIDADE DE VIDA
Nível de informação sobre o meio ambiente

Disponível em: www.mma.gov.br. Acesso em Jan 2016.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) define saneamento como o controle de fatores que atu-
am sobre o meio ambiente e que exercem, ou podem exercer, efeitos prejudiciais ao bem estar físico,
mental ou social do homem.
O objetivo final do saneamento é a promoção da saúde, um direito fundamental de todos os
seres humanos.
A cada R$ 1,00 investido em saneamento, as cidades economizam R$ 5,00 em medicina curativa
da rede hospitais e ambulatórios públicos. (Sistema Único de Saúde)
A pobreza, combinada com baixos índices de saneamento básico, é responsável pela morte de
uma criança a cada 10 segundos. (PNSB-IBGE).

IBGE 2010
No Brasil, apenas 52% dos municípios e 33% dos domicílios têm serviço de coleta de esgoto.
Na Região Norte, 2% dos domicílios tem rede de esgoto. Os 68,5% dos resíduos das grandes cidades
são jogados em lixões e alagados.Apenas 451 municípios dos 5.507 existentes no Brasil fazem coleta
seletiva.

Dados do Estado de Minas Gerais


O impacto do lixo a cada dia é descartado 2 milhões de toneladas de lixo domiciliar no mundo.
É um volume diário que equivale a 10 montanhas como o Pão de Açúcar.

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Higiene e Profilaxia/Nutrição e Dietética
Política nacional de resíduos sólidos - Novos rumos para o lixo
• Obrigatoriedade em separar o lixo em seco e úmido;
• Responsabilização dos municípios pela coleta e gerenciamento do lixo urbano;
• Caberá as indústrias e importadores o gerenciamento dos resíduos decorrentes de suas
atividades;
• Criação da empresa ou entidade recicladora, que será isenta de impostos;
• Incentivo à formalização das cooperativas de catadores.

Política nacional de resíduos sólidos - Ações Educativas


• Conscientização da população sobre a importância do consumo consciente e sustentável;
• Redução de resíduos através de atividades ou tecnologias ambientalmente sustentáveis;
• Valorização de resíduos - através da reutilização, reciclagem, valorização energética e trata-
mento para fins de compostagem;
• Capacitar recursos humanos envolvidos em atividades relacionadas com o gerenciamento
de resíduos sólidos, bem como de catadores de materiais recicláveis.

Destino do Lixo no Brasil – Fonte IBGE

Fonte: Elabroado pelo autor

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Higiene e Profilaxia/Nutrição e Dietética
Destino do Lixo no Brasil - Aterros sanitários
Critérios de engenharia e normas operacionais para o controle da poluição e proteção à saúde
pública
Camadas sucessivas de lixo compactado são recobertas por camadas de terra. Há um tratamen-
to especial para o chorume e para os gases oriundos da decomposição do lixo
Desde que projetado para essa finalidade, o aterro sanitário permite o aproveitamento do gás
gerado pela decomposição do lixo, para a produção de calor e energia, para indústrias próximas ou
como combustível da frota pública de veículos. 

Vantagens:
• Impede a proliferação de ratos e insetos;
• Permite a recuperação de áreas, que um dia foram aterros sanitários, para atividades como
recreação e esporte populares;

Aterro industrial ou resíduos especiais


Os resíduos sólidos industriais podem ser extremamente nocivos ao solo. Compete ao órgão
estadual de saneamento ambiental aprovar o método de disposição final para cada tipo de resíduo
sólido industrial.
Os aterros industriais são áreas que possuem características apropriadas para a disposição final
dos resíduos industriais no solo, utilizados no mundo inteiro.
Entre os componentes nocivos destacam-se os metais pesados (o cádmio, chumbo etc.); os ma-
teriais radioativos (o chamado lixo radioativo) e muitos tipos de produtos químicos e tóxicos.

Incineradores
Local onde é feita a queima do lixo, indicada para o lixo hospitalar por eliminar os contaminan-
tes.
Os incineradores devem ter sistema de filtragem para eliminar a fuligem e substâncias químicas
cancerígenas como dioxinas e furanos.

Vantagens:
• Redução significativa do volume de lixo;
• Possibilidade de transformação do lixo em energia;
• Não há contato direto dos trabalhadores com o lixo.

Práticas sustentáveis
Desenvolvimento Sustentável é uma forma de desenvolvimento que procura conciliar as neces-
sidades da sociedade atual com a preservação dos recursos naturais sem comprometer a capacidade
das futuras gerações de atender suas necessidades.

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Higiene e Profilaxia/Nutrição e Dietética
Essa noção de limite é a única capaz de colocar um freio a um processo já em curso, mas ainda
reversível: o fim dos recursos naturais do planeta e consequentemente destruição da atual humani-
dade.

8- PREVENÇÃO DE ACIDENTES COM ANIMAIS PEÇONHENTOS


Artrópodes
Animais invertebrados que possuem vários pares de pernas. Podem ser aquáticos ou terrestres.
Sua reprodução sexuada e respiração aeróbica.

Divididos em grupos:
• Insetos: gafanhotos, borboletas, mosca, barbeiro etc.
• Aracnídea: aranhas e escorpiões
• Ácaros: pulgas e carrapatos
• Crustáceos: caranguejo
• Quilópodes: centopeia
• Diplópodes: Embuás

Disponível em: bioglossa.wikispaces.com. Acesso em jan 2016.

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Higiene e Profilaxia/Nutrição e Dietética
INSETOS: Barata ,borboleta, barbeiro, moscas e abelhas
ARACNÍDEOS: Aranhas e escorpiões.
ÁCAROS: Pulgas e carrapatos
QUILOPODES: Centopeias/lacraias
DIPLÓPODES: Embuás

Doenças causadas pelos artrópodes: Carrapatos

Doença Sintomas

Babesiose Febre, anorexia e anemia

Borreliose Febre, anorexia, poliartrite,

febre, problemas respiratórios, edema e vômitos,


Ehrlichiose
na fase aguda

Fonte: Elaborado pelo autor

Doenças causadas pelos artrópodes


Ácaros: Alergias respiratórias e cutâneas.
Aranha marrom: Os primeiros sintomas de envenenamento são uma sensação de queimadura e
formação de ferida no local da picada. O tratamento é feito com soro antiaracnídico.
Baratas: Febre tifoide, verminoses intestinais, amebíase, giardíase, helmintíase, entre muitas
outras, que podem ser adquiridas nos alimentos, onde elas passam.
Barbeiros: Doença de Chagas.

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Higiene e Profilaxia/Nutrição e Dietética
Doenças causadas pelos artrópodes

Doenças causadas pelos artrópodes: Carrapatos

Doença Sintomas

Dor de cabeça, febre, náusea, fadiga, suor intenso,


Malária
dor no corpo, falta de ânimo,
Febre alta, dor de cabeça, dor no corpo, dor atrás dos
Dengue olhos, dor nas articulações, fadiga, perda de apetite,
náuseas e vômito.
Febre alta ,calafrios, dor de cabeça, dor lombar,
Febre amarela dor no corpo, prostração, náusea, vômito, diarreia,
icterícia.

Fonte: Elaborado pelo autor

Doenças causadas pelos artrópodes


Moscas domésticas: Febre tifoide (Salmonela typhosa) diarreia, conjuntivites, erisipelas, cólera,
etc.
Leishmaniose: Febre por mais de 15 dias, palidez, falta de apetite, hepatoesplenomegalia, cau-
sando dor abdominal, emagrecimento e fraqueza.

Prevenção
• Limpar quintais e jardins;
• Remover entulhos e lixo;
• Examinar peças de roupas e sapatos antes de usá-los;
• Utilizar equipamentos apropriados em área de risco, como luvas, sapatos fechados, calça de
comprimento longo , etc.

Roedores
Constituem a maior ordem de mamíferos com placenta. Formam mais de 2.000 espécies, 40%
da classe dos mamíferos.
São de ambiente aquático ou terrestre.
Todos possuem uma dentição especializada para roer.

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Higiene e Profilaxia/Nutrição e Dietética
Classificação:
• Ciuromorfos: esquilos, serelepes;
• Miomorfos: rato de telhado, ratazana;
• Histricomorfos: capivaras, cutias.

Doenças causadas pelos roedores


Leptospirose: prostração , dor no corpo, principalmente na panturrilha e febre.
Hantavirose: Febre, dores musculares e dificuldade para respirar. (Desde que o paciente tenha
ido a zona rural nos últimos 60dias).
Febre da mordida do rato: Febre, calafrios, dor de cabeça, dor muscular, fraqueza e dor de gar-
ganta. Depois aparecem erupções, geralmente nas mãos e nos pés.

Prevenção: Evitar os 4 A:
• Acesso;
• Abrigo;
• Água;
• Alimento.

9- GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS EM SAÚDE


Resíduos sólidos de serviços de saúde (RSSS) são detritos gerados nos estabelecimentos de saú-
de durante a prestação de serviços assistenciais e de diagnóstico, podendo tornar-se risco à saúde,
devido às suas características. É formado em sua maioria por seringas, agulhas, luvas, fraldas, sondas,
cateteres e demais materiais descartáveis. Esse lixo representa um grande perigo à saúde, uma vez
que pode estar contaminado com microrganismos causadores de doenças.
O gerenciamento dos RSS constitui-se em um conjunto de procedimentos planejados e imple-
mentados, a partir de bases científicas, técnicas, normativas e legais. (RDC No 306, de 7 de dezembro
de 2004 e Resolução CONAMA No 358/2005).

Objetivos do Gerenciamento de RSS


Minimizar a produção de resíduos, proporcionar aos resíduos gerados um encaminhamento
seguro, de formas eficientes, visando à proteção dos trabalhadores, a preservação da saúde pública,
dos recursos naturais e do meio ambiente.

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Higiene e Profilaxia/Nutrição e Dietética
Criar uma cultura organizacional de segurança e de não desperdício. Portanto, estas orientações
visam melhorar os aspectos referentes ao gerenciamento interno dos resíduos, com uma metodologia
eficiente.

Etapas do PGRSSS
1- SEGREGAÇÃO: Consiste naseparação dos resíduos no momento e local de sua geração, de acordo
com as características físicas, químicas, biológicas, o seu estado físico e os riscos envolvidos.
2- ACONDICIONAMENTO: Consiste no ato de embalar os resíduos segregados, em sacos ou recipien-
tes que evitem vazamentos e resistam às ações de punctura e ruptura. A capacidade dos recipien-
tes de acondicionamento deve ser compatível com a geração diária de cada tipo de resíduos.
3- IDENTIFICAÇÃO: Consiste no conjunto de medidas que permite o reconhecimento dos resíduos
contidos em sacos e recipientes, fornecendo informações ao correto manejo dos RSSS.
4- TRANSPORTE INTERNO: Consiste no traslado dos resíduos dos pontos de geração até o local des-
tinado ao armazenamento temporário ou armazenamento externo de apresentação para a coleta.
5- ARMAZENAMENTO: Consiste na guarda dos recipientes contendo os resíduos acondicionados.
6- TRATAMENTO: Consiste na aplicação de método, técnica ou processo que modifique as caracte-
rísticas dos resíduos, reduzindo ou eliminando o risco de contaminação, de acidentes ocupacio-
nais ou de danos ao meio ambiente. Esse tratamento pode ser realizado através da esterilização,
desinfecção ou incineração.
7- COLETA E TRANSPORTE EXTERNO: Consistem na remoção dos RSSS do armazenamento até a
unidade de tratamento ou disposição final, utilizando-se técnicas que garantam a preservação
das condições de acondicionamento e a integridade dos trabalhadores, da população e do meio
ambiente, devendo estar de acordo com as orientações dos órgãos de limpeza urbana.
8- DISPOSIÇÃO FINAL: Consiste na disposição de resíduos no solo, previamente preparado para re-
ceber esses, obedecendo a critérios técnicos de construção e operação, e com licenciamento
ambiental de acordo com a Resolução CONAMA n°.237/97.
OBS: O PGRSS a ser elaborado deve ser compatível com as normas locais relativas à coleta,
transporte e disposição final de resíduos gerados nos serviços de saúde, estabelecidas pelos órgãos
responsáveis pelas etapas citadas.

Medidas de Biossegurança
O pessoal envolvido diretamente com o gerenciamento de resíduos deve ser mantido sob edu-
cação continuada para as atividades de manejo de resíduos. Essa capacitação deve abordar a impor-
tância da utilização dos EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPI) e das MEDIDAS DE BIOSSE-
GURANÇA.
Os trabalhadores devem ser imunizados em conformidade com o Programa.
Nacional de Imunização-(PNI) e realizar controle laboratorial sorológico para avaliação da res-
posta imunológica, bem como serem submetidos a exame médico admissional e periódico.

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Higiene e Profilaxia/Nutrição e Dietética
Classificação de Descarte dos RSS

Grupo A – Resíduos com possível presença de agentes

Biológicos
A1 - Culturas e estoques de microrganismos; vacinas de microrganismos vivos ou atenuados;
resíduos de atenção à saúde humana e animal com suspeita ou certeza de contaminação Classe de
Risco 4 (elevada periculosidade para o ser humano); bolsas transfusionais contendo sangue ou hemo-
componentes, sobras de laboratórios com sangue ou líquidos corpóreos.
A2 - Carcaças, peças anatômicas, vísceras e outros resíduos provenientes de animais inoculados
com microrganismo sem agentes Classe 4.
A3 - Peças anatômicas humanas (membros) e produtos de fecundação sem sinais vitais menor
que: 500 gramas, 25 cm e 20 semanas gestacionais.
A4 - Kits de linhas arteriais, endovenosas e dialisadores; sobras de amostras de laboratórios
contendo fezes, urina e secreções, sem agentes Classe de Risco 4; peças anatômicas e resíduos de
procedimentos cirúrgicos e outros resíduos sem inoculação de microrganismos.
A5 - Órgãos, tecidos, fluídos orgânicos e materiais perfurocortantes, entre outros, com suspeita
ou certeza de contaminação por príons.

Grupo A – Resíduos Biológicos

Tipo de Resíduo e Descarte


Resultantes da assistência a paciente: luvas, gazes, curativos, sondas, drenos, abaixador de lín-
gua, bolsas, fraldas, papel higiênico, equipamentos contaminados, seringas sem agulhas e contamina-
das, avental e sapatilhas. O deve descartar em saco branco
Sangue e hemonoderivados descarte: bolsas e equipos de sangue após transfusão. Bolsas de
sangue com prazo vencido e/ou sorologia positiva. Se não autoclavar, descartar em saco branco, ou
autoclavar, descartar em saco preto.
Cirúrgico, anatomo e patológico: peças anatômicas e tecidos humanos resultantes de cirurgia
ou experimentos: órgãos, fetos e resíduos contaminados. Descartar em saco branco duplo.
Resultante de análise laboratorial: sangue total ou soro em tubos de ensaio; líquidos biológi-
cos; secreções, excreções e meios de cultura após análise laboratorial; e urina e fezes. O descarte deve
ser: autoclavar, autoclavar e descartar em saco preto, ou no vaso sanitário.

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Higiene e Profilaxia/Nutrição e Dietética
Grupo B – Resíduos contendo substâncias químicas

• Produtos hormonais; antimicrobianos; citostáticos; antineoplásicos; antiretrovirais; imu-


nossupressores; imunomoduladores e digitálicos.
• Saneantes; desinfetantes; germicidas; solventes; mercúrio de termômetro; ácido crômico;
efluentes de processadores de imagem; amálgama; pilhas; baterias; óleo lubrificante e ou-
tros produtos perigosos.
Drogas quimioterápicas e resíduos químicos

Medicamentos vencidos; ampolas e frascos ampola abertos, drogas quimioterápicas e produtos


por ela contaminados, resíduos químicos e perigosos. O descarte deve ser: encaminhar à seção de
farmácia, descartar em caixa própria para material perfuro cortante; descartar em recipiente próprio
e encaminhar para
Incineração; rejeitos ácidos e básicos (neutralizar/água corrente); rejeitos metais pesados e
insolúveis em água (frasco de rosca, identificado); rejeitos inflamáveis, corrosivos, explosivos,
armazenar em galões identificados com o símbolo de material.
Grupo C – Resíduos que contenham radionuclídeos

Rejeitos sólidos ou líquidos provenientes de laboratórios de análises clínicas; serviços de medi-


cina nuclear e radioterapia, segundo a Resolução CNEN 6.05. Descartar em containeres de chumbo
até decaimento.
Grupo D – Resíduo Comum: sem risco biológico, químico ou radioativo

Resíduos provenientes de áreas administrativas (escritórios), de limpeza de jardins; restos ali-


mentares de refeitórios e de pacientes; fraldas e papel de uso sanitário. Exemplo: embalagens, latas,
plásticos, papel toalha, papelão, papel higiênico de uso público, seringas sem agulha não contamina-
das, papel em geral. Descartar este em: saco plástico preto, recipiente próprio para reciclagem.
Grupo E – Materiais perfuro-cortantes ou escarificantes

Lâminas de barbear; agulhas; ampolas de vidro; lâminas debisturi; brocas; escalpes; utensílios;
vidros quebrados e similares. Descartar em: recipiente próprio para material perfuro cortante; reci-
piente específico para agulha do sistema a vácuo; caixas de papelão forrados com saco plástico branco
e acondicionados em saco branco.

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Higiene e Profilaxia/Nutrição e Dietética

Disponível em: www.farmaceuticodigital.com. Acesso em Jan 2016.

Disponível em: pt.slideshare.net. Acesso em Jan 2016.

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Higiene e Profilaxia/Nutrição e Dietética

Disponível em: pt.slideshare.net. Acesso em Jan 2016.

Coleta Seletiva
É um sistema de recolhimento de materiais recicláveis previamente separados e encaminhados
para o beneficiamento, para que estes possam ser reutilizados ou reciclados. A reciclagem é a trans-
formação de um material, que tem sua primeira utilidade terminada em outra, sendo a coleta seletiva
de lixo sua maior aliada.
Seus benefícios visam minimizar a quantidade de resíduos destinados ao tratamento, coleta e
destino final e assim aumentar a vida útil dos aterros sanitários, minimizar a utilização de matéria pri-
ma, incentivar o crescimento das indústrias de reciclados, preservar os recursos naturais e economizar
energia na produção de materiais novos.
A coleta é feita com o material a ser descartado é colocado em lixeira específica e recolhido pos-
teriormente pelos responsáveis pela coleta. Para facilitar o descarte, as lixeiras são diferenciadas por
cores: azul para papeis, vermelho para plásticos, verde para vidros e amarelo para metais.

Os 3 “Rs”
Os 3 Rs se referem as palavras-chave para a boa utilização do material:
Reduzir: É possível reduzir o material descartado revisando seus hábitos de consumo e repen-
sando na necessidade da sua utilização ou descarte.
Reutilizar: Muitos materiais podem ser reaproveitados, mesmo com outra função, sem passar
pela reciclagem.
Reciclar: Transformar materiais já usados, por processo artesanal ou industrial, em novos pro-
dutos.

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Higiene e Profilaxia/Nutrição e Dietética
Observação: Dentro do hospital, alguns materiais recebem um descarte especial e tem como
destino a incineração ao invés do aterro ou da reciclagem. O lixo infectante, ou seja, material que pode
estar contaminado após o uso; como luvas e curativos, deve ser descartado nas lixeiras de sacos bran-
cos. Já os materiais perfuro-cortantes como agulhas, frascos de ampola, bisturis e lancetas, devem ser
depositados nas caixas de descarte logo após o uso.
Esse tipo de material não deve ser reciclado nem descartado em sacos comuns; isso evita aci-
dentes e diminui os riscos para o profissional e os usuários do serviço de saúde.

10- EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL E DE USO COLETIVO


Os equipamentos de proteção individual objetivam proteger a saúde do trabalhador e minimi-
zar os riscos de acidentes ocupacionais. O uso de EPI é uma exigência da legislação trabalhista brasi-
leira através da Norma Regulamentadora (NR) nº6.
O Ministério do Trabalho atesta a qualidade dos EPIs disponíveis no mercado emitindo o Cer-
tificado de Aprovação (C.A.). O fornecimento ou a comercialização de EPI sem o C.A. é considerado
crime, de modo que comerciante e empregador ficam sujeitos às penalidades previstas em lei.

Equipamentos de Proteção Individual (EPI)


Os equipamentos de proteção individual, que tem o seu uso regulamentado, pelo Ministério do
trabalho e Emprego, em sua Norma Regulamentadora no6 (NR no6). Esta Norma define que equipa-
mento de proteção individual é todo dispositivo de uso individual, destinado a proteger a saúde e a
integridade física do trabalhador. Ela preconiza que a empresa está obrigado a fornecer aos empre-
gados, gratuitamente, equipamento de proteção individual adequado ao risco e em perfeito estado
de conservação e funcionamento, nas seguintes circunstâncias: - Sempre que as medidas de proteção
coletiva forem tecnicamente inviáveis ou não oferecerem completa proteção contra os riscos de aci-
dentes do trabalho e/ou doenças profissionais; enquanto as medidas de proteção coletiva estiverem
sendo implantadas e para atender a situações de emergência.
 Uma situação que ocorre, constantemente, em estabelecimentos de saúde, e que expõe outras
pessoas a riscos desnecessários, é o uso dos equipamentos de proteção individual fora do ambiente,
no qual o seu uso está previsto. Esta situação vai contra o preconizado na NR no6. Aconselho afixar
avisos sobre a proibição e a permanência, principalmente nos lugares mais frequentados pelos
profissionais, portando indevidamente seus EPI.
A melhor maneira de sensibilizar e informar o uso correto de EPI, é através de palestras, cursos
e discussões em canais teóricos, sobre Biossegurança, mostrando a minimização dos riscos quando se
utiliza, adequadamente esses equipamentos. Algumas situações são previstas pela NR nº 6, quanto às
obrigações dos empregados, frente aos equipamentos de proteção individual: usá-los apenas para a
finalidade a que se destina; responsabilizar-se por sua guarda e conservação; não portá-los para fora
da área técnica e comunicar ao empregador qualquer alteração que o torne impróprio para uso.
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Higiene e Profilaxia/Nutrição e Dietética
Como o próprio nome já diz, esses equipamentos conferem proteção a cada profissional indivi-
dualmente. Para melhor entendimento, a referida proteção é dada à cabeça, ao tronco, aos membros
superiores, aos membros inferiores, à pele e ao aparelho respiratório do indivíduo.
Equipamentos de proteção individual, mais usados em estabelecimentos de saúde, São:

Proteção à Cabeça
• Protetores faciais destinados à proteção dos olhos e da face contra lesões ocasionadas por
partículas, respingos, vapores de produtos químicos e radiações luminosas intensas;
• Óculos de segurança para trabalhos que possam causar ferimentos nos olhos, provenientes
de impacto de partículas;
• Óculos de segurança, contra respingos, para trabalhos que possam causar  irritação nos
olhos e outras lesões decorrentes da ação de líquidos agressivos;
• Óculos de segurança para trabalhos que possam causar irritação nos olhos, provenientes de
poeiras e
• Óculos de segurança para trabalhos que possam causar irritação nos olhos e outras  le-
sões decorrentes da ação de radiações perigosas.

Proteção para os Membros Superiores


• Luvas e/ou mangas de proteção e/ou cremes protetores devem ser usados em trabalhos em
que haja perigo de lesão provocada por:
• Materiais ou objetos escoriantes, abrasivos, cortantes ou perfurantes;
• Produtos químicos corrosivos, cáusticos, tóxicos, alergênicos, oleosos, graxos, solventes or-
gânicos e derivados de petróleo;
• Materiais ou objetos aquecidos;
• Choque elétrico;
• Radiações perigosas;
• Frio e;
• Agentes biológicos.

Proteção para os membros inferiores:


• Calçados impermeáveis para trabalhos realizados em lugares úmidos, lamacentos ou en-
charcados;
• Calçados impermeáveis e resistentes a agentes químicos agressivos;

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Higiene e Profilaxia/Nutrição e Dietética
• Calçados de proteção contra agentes biológicos agressivos e
• Calçados de proteção contra riscos de origem elétrica.

Proteção do tronco
Aventais, capas e outras vestimentas especiais de proteção para trabalhos em haja perigo de
lesões provocadas por:
• Riscos de origem radioativa;
• Riscos de origem biológica; e
• Riscos de origem química.

Proteção respiratória
Para exposição a agentes ambientais em concentrações prejudiciais à saúde do trabalhador, de
acordo com os limites estabelecidos na NR15:
Respiradores contra poeiras, para trabalhos que impliquem produção de poeiras; respiradores
e máscaras de filtro químico para exposição a agentes químicos prejudiciais à saúde; aparelhos de iso-
lamento (autônomo ou de adução de ar), para locais de trabalho onde o teor de oxigênio seja inferior
a 18% em volume.
Antes de se usar, ou mesmo antes de se adquirir qualquer equipamento de proteção individual,
o profissional deverá conhecer de que ele terá de se proteger, quais os risco - biológicos, físicos e/ou
químicos, aos quais ele estará exposto. Ele tendo estas respostas, estará apto a adquirir e usar esses
equipamentos e trabalhar com mais segurança.

Observações:
Poderão existir dificuldades para se adquirir esses equipamentos, desde o momento em que
se vai solicitar ao setor de compras ou mesmo quem vai direto à loja adquiri-los, pois as suas espe-
cificações são muitas vezes difíceis de serem descritas. Torna-se mais fácil fazer a descrição desses
equipamentos a partir de algumas indagações feitas junto ao fabricante, como: a proteção a que se
destina dar ao trabalhador, a sua vida útil, os limites de sua utilização e como realizar a sua limpeza e
conservação, com estas perguntas antes de se adquirir os equipamentos, estará o profissional, respal-
dado em sua compra, pois estas perguntas deverão ser respondidas nas propostas apresentadas pelas
empresas candidatas ao fornecimentos desses equipamentos.
Antes de se decidir por algum EPI, solicitar ao fabricante que informe se esses equipamentos
possuem o Certificado de Aprovação concedido pelo Ministério do Trabalho e Emprego. No caso des-
ses equipamentos serem de fabricação de origem não brasileira, e mesmo que eles possuam o referi-
do Certificado do país de origem, mesmo assim, terá que apresentar o Certificado de Aprovação emiti-
do pelo Ministério do Trabalho e Emprego do Brasil, pois sem ele o próprio Ministério não o reconhece
como equipamento de proteção individual.

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Higiene e Profilaxia/Nutrição e Dietética

Disponível em: www.carvresgate.com. Acesso em jan 2016

EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO COLETICA (EPC)


 Como o próprio nome sugere, os equipamentos de proteção coletiva (EPC) dizem respeito ao
coletivo, devendo proteger todos os trabalhadores expostos a determinado risco. Como exemplo
podemos citar o enclausuramento acústico de fontes de ruído, a ventilação dos locais de trabalho,
a proteção de partes móveis de máquinas e equipamentos, a sinalização de segurança, a cabine de
segurança biológica, capelas químicas, cabine para manipulação de radioisótopos, extintores de in-
cêndio, dentre outros.

Disponível em:www.segurancamonitoramento.org. Acesso em Jan 2016

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Higiene e Profilaxia/Nutrição e Dietética
11- CIPA
Definição
 CIPA é a sigla para Comissão Interna de Prevenção de Acidentes que visa à prevenção de aciden-
tes e doenças relacionadas ao trabalho, buscando conciliar o trabalho com a preservação da vida e a
promoção da saúde de todos os trabalhadores.
Ela é composta de representantes dos Empregados e do Empregador, seguindo o dimensiona-
mento  estabelecido, com ressalvas as alterações disciplinadas em atos normativos para os setores
econômicos específicos.
 Sua atribuição consiste em identificar os riscos de execução da relação de trabalho, elaborar o
mapa de risco, contando para isso, com a participação do maior número de trabalhadores, tendo a
assessoria do SESMT para realizar suas atribuições.
 A CIPA tem como principal atividade à prevenção de acidentes e doenças ocupacionais, auxilian-
do o SESMT - Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho. A diferença
básica entre esses dois órgãos internos da empresa reside no fato de que o SESMT é composto exclu-
sivamente por profissionais especialistas em segurança e saúde no trabalho, enquanto a CIPA é uma
comissão partidária constituída por empregados normalmente leigos em prevenção de acidentes.
O  desenvolvimento  das  ações preventivas  por parte da CIPA, consiste, basicamente, em ob-
servar e relatar as condições de riscos nos ambientes de trabalho; solicitar medidas para reduzir e
eliminar os riscos existentes ou até mesmo neutraliza-los; discutir os acidentes ocorridos, solicitando
medidas que previnam acidentes semelhantes e ainda, orientar aos demais trabalhadores quanto à
prevenção de futuros acidentes na SIPAT (Semana Interna de Prevenção de Acidentes).

Disponível em: www.cipa2015.org/. Acesso em Jan 2016

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Higiene e Profilaxia/Nutrição e Dietética
12. GRUPOS DE NUTRIENTES
Conceito
Nutrição  é um  processo  biológico  em que os  organismos  (animais e vegetais), utilizando-se
de alimentos, assimilam nutrientes para a realização de suas funções vitais.
A Dietética é uma área de intervenção interdisciplinar cujo objetivo primordial consiste na apli-
cação das ciências da nutrição e da dietética na prevenção e no tratamento de doenças e na promoção
e educação da saúde, a nível individual e coletivo, assim como nas áreas da investigação, gestão e
ensino.
Os Grupo de nutrientes são:
• Vitaminas;
• Lipídeos;
• Glicídeos;
• Proteínas;
• Sais minerais
• Vitaminas

Disponível em: www.slideshare.net. Acesso em Jan 2016

Grupos e Nutrientes – Vitaminas


As  vitaminas  são compostos orgânicos, presentes nos alimentos, essenciais para o funciona-
mento normal do metabolismo.

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Higiene e Profilaxia/Nutrição e Dietética
Em caso de falta ou excesso pode levar a doenças.
A disfunção de vitaminas no corpo é chamada de hipovitaminose no caso de carência e hipervi-
taminose no caso de excesso da mesma no organismo humano.

Vitaminas Hidrossolúveis
As Vitaminas são classificadas em Hidrossolúveis e Lipossolúveis.
As vitaminas hidrossolúveis são vitaminas solúveis em água. O organismo somente usa o ne-
cessário, eliminando o excesso, ou seja, não são armazenadas em nosso organismo em quantidades
apreciáveis. As vitaminas hidrossolúveis quando ingeridas em altas doses não provocam distúrbios já
que seu excesso é eliminado na urina. 
As vitaminas hidrossolúveis são muito sensíveis ao cozimento e se perdem facilmente na água
em que as verduras e legumes são cozidos. Por isso longos cozimentos devem ser evitados.
São as vitaminas C e do complexo B.

Disponível em: www.searchhomeremedy.com. Acesso em Jan 2016

Vitaminas Lipossolúveis
As vitaminas lipossolúveis são as vitaminas solúveis em lipídios e não-solúveis em água.
Para serem absorvidas é necessária a presença de lipídios. As vitaminas lipossolúveis são a vita-
mina A, a vitamina D, a vitamina E e a vitamina K. As vitaminas A e D são armazenadas principalmente
no fígado e a E nos tecidos gordurosos e, em menor escala, nos órgãos reprodutores. O organismo
consegue armazenar pouca quantidade de vitamina K.
As lipossolúveis quando ingeridas em altas doses ficam retidas no organismo podendo causar
distúrbios.
Atualmente é reconhecido que os seres humanos necessitam de 13 vitaminas diferentes, sendo
que o nosso corpo só consegue produzir vitamina D.

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Higiene e Profilaxia/Nutrição e Dietética
Dentre as mais importantes podemos destacar:

Vitamina A

Disponível em: www. pt.slideshare.net/elisabyo/vitaminas-. Acesso em 2016

Fontes: Fígado de aves, animais e cenoura.


Doenças provocadas pela carência (hipovitaminoses): Problemas de visão, pele seca, diminui-
ção de glóbulos vermelhos, formação de cálculos renais.
Funções no organismo:  Ajuda na formação dos ossos, pele; funções da retina.

Vitamina B1

Disponível em: www. pt.slideshare.net/elisabyo/vitaminas-. Acesso em 2016

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Higiene e Profilaxia/Nutrição e Dietética
Fontes: Cereais, carnes, verduras, levedo de cerveja.
Doenças provocadas pela carência (hipovitaminoses): Beribéri (fraqueza muscular e dificulda-
de respiratória)
Funções no organismo: Atua no metabolismo energético dos açúcares.

Deficiência da B1

Disponível em: pt.yesshare.com/bubslarissa/vitaminas. Acesso em Jan 2016

Vitamina B2

Disponível em: www. pt.slideshare.net/elisabyo/vitaminas-. Acesso em jan 2016

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Higiene e Profilaxia/Nutrição e Dietética
Fontes: Leites, carnes, verduras.
Doenças provocadas pela carência (hipovitaminoses): Inflamações na língua, anemias, sebor-
réia (É uma erupção comum, com o aparecimento de manchas avermelhadas com escamas amarela-
das e finas, distribuídas no couro cabeludo, sobrancelhas, orelhas).
Funções no organismo: Atua no metabolismo de enzimas, proteção no sistema nervoso.

Vitamina B3
Fontes: Ervilha, amendoim, fava, peixe, feijão, fígado.
Doenças provocadas pela carência (hipovitaminoses): Insônia, dor de cabeça, dermatite, diar-
réia,depressão.
Funções no organismo: Manutenção da pele, proteção do fígado, regula a taxa de colesterol no
sangue.

Deficiência da B3

Disponível em: pt.yesshare.com/bubslarissa/vitaminas. Acesso em Jan 2016

Vitamina B5
Fontes: Fígado, cogumelos, milho, abacate, gema de ovo, leite, legumes, frutas.
Doenças provocadas pela carência (hipovitaminoses): Fadigas, cãibras musculares, insônia.
Funções no organismo: Regula o metabolismo de proteínas, gorduras e açúcares.

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Higiene e Profilaxia/Nutrição e Dietética
Vitamina B6
Fontes: Carnes, banana, laranja, levedo, repolho.
Doenças provocadas pela carência (hipovitaminoses): Seborréia, anemia, distúrbios de cresci-
mento.
Funções no organismo: Crescimento, proteção celular, metabolismo de gorduras e proteínas,
produção de hormônios.

Vitamina B9 (ácido fólico)


Fontes: Cogumelos, hortaliças verdes, fígado, integrais...
Doenças provocadas pela carência (hipovitaminoses): Anemias e atraso no crescimento.
Funções no organismo: Metabolismo dos aminoácidos, formação das hemácias e tecidos nervo-
sos (fechamento do tubo neural).

Vitamina B12

Disponível em: www. pt.slideshare.net/elisabyo/vitaminas-. Acesso em 2016

Fontes: Fígado, rim, coração de ruminantes, ostras.

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Higiene e Profilaxia/Nutrição e Dietética
Doenças provocadas pela carência (hipovitaminoses): Anemia perniciosa (doença autoimune
que resulta na perda da função das células gástricas). Além disso, altera sensibilidade das mãos e dos
pés.
Funções no organismo: Formação de hemácias e multiplicação celular.

Vitamina C
Fontes: Laranja, limão, abacaxi, kiwi, acerola, morango, brócolis, melão, manga.
Doenças provocadas pela carência (hipovitaminoses): escorbuto (uma doença que tem como
primeiros sintomas hemorragias nas gengivas, tumefação purulenta das gengivas (inchaço com pus),
dores nas articulações, feridas que não cicatrizam).
Funções no organismo: Atua no fortalecimento de sistema imunológico e aumenta a absorção
do ferro pelo intestino.

Deficiência de vitamina C

Disponivel em: profadnair.blogspot.com. Acesso em Jan 2016

Vitamina D
Fontes: Óleo de peixe, fígado, gema de ovos...
Doenças provocadas pela carência (hipovitaminoses): Raquitismo e osteoporose.
Funções no organismo: Regulação dos níveis de cálcio no sangue e de fósforo, aumenta a reab-
sorção dos ossos.
A síntese de vit. D é ativada pela radiação ultravioleta (RUV), visto que seu precursor está pre-
sente na pele.

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Higiene e Profilaxia/Nutrição e Dietética
Vitamina D – relação com o sol

Disponível em: uberhumor.com. Acesso em Jan 2016

Síntese de Vitamina D

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Higiene e Profilaxia/Nutrição e Dietética
Deficiência da vitamina D – Raquitismo

Disponível em: signosclinicos.es.tl. Acesso em Jan 2016

Disponível em: www. pt.slideshare.net/elisabyo/vitaminas-. Acesso em 2016

Fontes: Azeite, fígado, brócolis, soja, ovo..


Doenças provocadas pela carência (hipovitaminoses): Dificuldades visuais e alterações neuro-
lógicas.
Funções no organismo: Atua como agente antioxidante, previne doença cardíaca por evitar ate-
rosclerose.

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Higiene e Profilaxia/Nutrição e Dietética
Vitamina H
Fontes: Nozes, amêndoas, castanhas, lêvedo de cerveja, leite, gema de ovo, arroz integral, cho-
colate, amendoim torrado.
Doenças provocadas pela carência (hipovitaminoses): Exaustão, dores musculares, dermatite.
Funções no organismo: Atua no metabolismo de gorduras.
Deficiência de vitamina H

Disponível em: www.ebah.com.br/content/ABAAAfZXMAB/vitaminas. Acesso em Jan 2016.

Vitamina K
Fontes: Fígado e verduras de folhas verdes, abacate.
Doenças provocadas pela carência (hipovitaminoses): Deficiência na coagulação do sangue,
hemorragias e tem maior importância no neo nato.
Funções no organismo: Atua na coagulação do sangue, previne osteoporose, ativa a osteocalci-
na (importante proteína dos ossos).
Lipídeos

Disponível em: sosdocabelo.blogspot.com. Acesso em Jan 2016

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Higiene e Profilaxia/Nutrição e Dietética
• Lipídeos são representados por gorduras, óleos, ceras, hormônios sexuais.
• São insolúveis em água;
• Fisicamente caracterizadas por serem insolúveis em água, e solúveis em solventes orgâni-
cos, como o álcool, benzina, éter, clorofórmio e acetona. 
• A gordura é um tipo de lipídio. Alguns alimentos ricos neste composto são: manteiga, mar-
garina, frituras, doces, biscoitos recheados, carnes gordas, queijo amarelo, leite integral,
requeijão, embutidos.

Disponível em:pt.slideshare.net/ValentinaQueiroz/lipdios-10296783. Acesso em jan 2016.

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Higiene e Profilaxia/Nutrição e Dietética
Por causa de sua origem em nossa alimentação, é costumeiro se ver uma classificação trivial e
útil na nutrição das gorduras em gordura animal e gordura vegetal. Um exemplo de gordura animal é
a banha de porco, uma gordura vegetal comum é o azeite de oliva.
O lipídeo mais conhecido são os ácidos graxos que representam uma importante fonte de ener-
gia para as células.
Após uma refeição rica em lipídios, o sangue fica com um aspecto leitoso. É importante levar em
consideração que os alimentos crocantes são os que mais contêm gordura trans, e evitar o consumo
de carne com gordura visível é um cuidado simples e muito benéfico. O excesso de alimentos adiposos
pode resultar em doenças cardiovasculares. Porém, a ausência destes no nosso corpo pode resultar
em raquitismo. Por isso, é necessário que haja um equilíbrio.

Glicídios
Os glicídios são moléculas orgânicas constituídas fundamentalmente por átomos de carbono,
hidrogênio e oxigênio. São também conhecidos como açúcares, carboidratos.

Disponível em: 900igr.net. Acesso em Jan 2016

São a principal fonte de energia para os seres vivos, tendo duas funções: gerar energia e atuar
na formação de partes dos corpos dos seres vivos.

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Higiene e Profilaxia/Nutrição e Dietética

Disponível em: mulheresperta.com.br/dieta/a-dieta-do-leite-e-do-mel/. Acesso em Jan 2016

Classificação do Glicídios

Dividido de acordo com sua complexidade estrutural em:


• Monossacarídeos;
• Dissacarídeos;
• Polissacarídeos.
Monossacarídeos: Os glicídios mais simples são os monossacarídeos, que apresentam fór-
mula geral Cn(H2O)n. O valor de n pode variar de 3 a 7, e, de acordo com ele, os monossacarídeos
são chamados respectivamente de trioses, tetroses, pentoses, hexoses e heptoses. Exemplos de
monossacarídeos são glicose, frutose, galactose, ribose e desoxirribose. 
Dissacarídeos: Dissacarídeos são moléculas formadas pela união de dois monossacarídeos. A
reação de formação de um dissacarídeo é uma síntese por desidratação: um dos monossacarídeos
perde um hidrogênio ( -H ) e o outro perde uma hidroxila ( -OH ); os dois monossacarídeos se unem, e
o hidrogênio e a hidroxila liberados formam uma molécula de água.

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Higiene e Profilaxia/Nutrição e Dietética

Disponível em: www.chemieunterricht.de/dc2/tip/03_12.htm. Acesso em jan 2016.

A sacarose - o açúcar de cana - é um dissacarídeo formado pela união de uma molécula de gli-
cose e uma de frutose.
Outro exemplo de dissacarídeo é a lactose - o açúcar do leite -, constituído por uma glicose liga-
da a uma galactose. 
Polissacarídeos: Polissacarídeos são moléculas grandes, formadas de centenas ou milhares de
monossacarídios. Exemplos de polissacarídeos são amido, glicogênio, celulose, quitina, entre outros.

Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=3Ae-4Eg-Ems. Acesso em Jan 2016

Em nosso organismo ocorre armazenamento de polissacarídeos. Depois de uma refeição, as


células do fígado absorvem moléculas de glicose do sangue, unindo-as de maneira a formar polissa-
carídeos.

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Higiene e Profilaxia/Nutrição e Dietética
Quando a taxa de glicose no sangue abaixa nos períodos entre as refeições, as células do fígado
quebram o glicogênio reconvertendo-o em moléculas de glicose que são lançadas no sangue.
Os Glicidios possuem enorme importância. Apenas como exemplo, lembramos que a celulose
está presente na madeira, em tecidos (algodão e linho), é matéria-prima na fabricação de papel, ce-
lulóide, celofane, etc.

Disponível em: www.suzano.com.br/portal/suzano-papel-e-celulose.htm. Acesso em jan 2016.

O amido por sua vez é um alimento  fundamental para os homens e animais.


Os glicídios aparecem também nos chamados ácidos nucléicos, que são constituintes funda-
mentais das células vivas.
É importante ainda lembrar que o estudo dos glicídios já passa a ser objeto da BIOQUÍMICA,
que, como o nome diz, é a parte da química que estuda os compostos e as reações que ocorrem nos
seres vivos. A Bioquímica nasceu da Química Orgânica e hoje é uma ciência autônoma e altamente
desenvolvida.

As proteínas
São componentes de tecidos, membranas, determinam a ocorrência de reações químicas do
organismo.
São polímeros compostos por aminoácidos.
Obtemos proteínas na alimentação, elas são digeridas no tubo digestório (estomago).

Os Aminoácidos no nosso corpo


Para formar as proteínas ha ligações entre os aminoácidos – as ligações peptídicas. O numero de
aminoácidos nas proteínas e muito variável.
Existem 20 tipos de aminoácidos. Que são diferenciados pelo radical R.

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Book_Enfermagem.indb 381 11/02/2016 13:00:07


Higiene e Profilaxia/Nutrição e Dietética
Esse 20 aminoácidos são divididos em:
• Naturais: que o corpo produz;
• Essenciais: que obtemos da alimentação.

ESTRUTURA DE UM AMINOÁCIDO

Disponível em: www.quimica.net.Acesso em jan 2016.

Disponível em: www.slideplayer.com.br. Acesso em jan 2016.

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Book_Enfermagem.indb 382 11/02/2016 13:00:08


Higiene e Profilaxia/Nutrição e Dietética

Disponível em: www. slideplayer.com.br. Acesso em jan 2016.

Disponível em: pt.slideshare.net/ronniebio/aula-proteinas. Acesso em jan 2016.

Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Enfermagem – Etapa 1

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Book_Enfermagem.indb 383 11/02/2016 13:00:08


Higiene e Profilaxia/Nutrição e Dietética
Funções das proteínas
Estrutural ou plástica: São aquelas que participam dos tecidos dando-lhes rigidez, consistência
e elasticidade. São proteínas estruturais: 
• Colágeno (constituinte das cartilagens), 
• Actina e miosina (presentes na formação das fibras musculares), 
• Queratina (principal proteína do cabelo), 
• Fibrinogênio (presente no sangue), 
• Albumina (encontrada em ovos).

Hormonal: Exercem alguma função específica sobre algum órgão ou estrutura de um organismo


como, por exemplo, a insulina que retira a glicose em excesso do sangue (embora tecnicamente a in-
sulina seja considerada apenas um polipeptídios, devido a seu pequeno tamanho).
Defesa: Os anticorpos são proteínas que realizam a defesa do organismo, especializados no re-
conhecimento e neutralização de vírus, bactérias e outras substâncias estranhas.
O fibrinogênio e a trombina são outras proteínas de defesa, responsáveis pela coagulação do san-
gue e prevenção de perda sanguínea em casos de cortes e ferimentos.
Energética: Obtenção de energia a partir dos canais que compõem as proteínas. Durante a fase
de crescimento as crianças são especialmente sensíveis às deficiências de nutrientes, sobretudo pro-
teínas. Deficiência de  calorias  ou proteínas na dieta desvia as proteínas para a função energética,
levando à deficiência de crescimento.
A necessidade diária de proteínas é de cerca de 1g/kg durante essa fase e 0,8-0,9g/kg na fase
adulta.

Disponível em: pt.slideshare.net/ronniebio/aula-proteinas. Acesso em jan 2016.

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Book_Enfermagem.indb 384 11/02/2016 13:00:08


Higiene e Profilaxia/Nutrição e Dietética

Disponível em: pt.slideshare.net/ronniebio/aula-proteinas. Acesso em jan 2016

Disponível em: pt.slideshare.net/ronniebio/aula-proteinas. Acesso em jan 2016.

SAIS MINERAIS
Os sai minerais e as vitaminas, funcionam como “cofatores” do metabolismo no organismo. Sem
eles as reações metabólicas ficariam tão lentas que não seriam efetivas.

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Higiene e Profilaxia/Nutrição e Dietética
Os sais minerais desempenham função vitais no nosso corpo como:
• Manter o equilíbrio dos fluidos;
• Controlar a contração muscular;
• Oxigenar os músculos
• Regular o metabolismo energético.
Embora presentes na dieta, alguns minerais não são ingeridos na quantidade suficiente para sa-
tisfazer as necessidades metabólicas, especialmente durante a fase de crescimento, estresse, trauma,
perda de sangue e algumas doenças. Muitos corredores também têm deficiência de minerais. Isto
porque o exercício vigoroso acelera a perda desses minerais pela urina e pelo suor.

FERRO
É um componente fundamental da hemoglobina e de algumas enzimas do sistema respiratório.
A deficiência desse mineral, resulta em anemia.
É importante saber que sem a vitamina C, a quantidade de ferro obtida pela ingestão de vegetais
é irrisória. O feijão, por exemplo, é rico em ferro. Porém nosso organismo consegue absorver apenas
10% desse mineral contido no cereal. No entanto se o feijão for acompanhado de um alimento rico
em vitamina C, como suco de laranja por exemplo, a absorção de ferro pode chegar a 40%. As carnes
são diferentes, pois estão entre as melhores fontes de ferro e nesse caso as moléculas do mineral não
precisam da ajuda da vitamina para melhor serem absorvidos pelo nosso organismo.
As melhores fontes de ferro são:
• Carne bovina;
• Carde frango;
• Carne suína;
• Peixes;
• Feijão
• Ovos;
• Legumes.
A deficiência de ferro é comum mulheres, principalmente pela perda desse mineral pela mens-
truação. Os atletas também devem estar atentos para a ingestão adequada de ferro, uma vez que
ao perderem este mineral pela urina e pela transpiração, a própria atividade física pode atrapalhar a
habilidade de absorção de ferro pelo organismo.

CÁLCIO
As necessidades de cálcio são geralmente suprimidas pelos laticínios, especialmente o leite. A
maior parte de cálcio, cerca de 90% é armazenada nos ossos, realizando uma troca constante desse
mineral com o sangue e tecidos.

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Higiene e Profilaxia/Nutrição e Dietética
Sendo fundamental para o fortalecimento de osso e dentre, o cálcio também é necessário para
o funcionamento adequado do sistema nervoso e imunológico, contração muscular, coagulação san-
guínea e pressão arterial.
As principais fontes o encontramos o cálcio são:
• Leites;
• Queijos;
• Iogurtes;
• Alguns legumes, como brócolis e repolho.

FÓSFORO
O fósforo tem um papel importante na produção de energia, juntamente o cálcio. A energia
química do corpo é armazenada em combinações de “fosfato de alta energia”.
O elemento fósforo é altamente venenoso, não é tóxico quando ingerido em forma de fosfato
na dieta.
Principais fontes de fósforo:
• Carnes;
• Ovos;
• Leites.

MAGNÉSIO
Pesquisas revelaram que o magnésio tem um papel fundamente na performance em esportes
de resistência. Este mineral encontra-se armazenado principalmente em músculos e ossos, onde atua
na contração muscular e no metabolismo energético.
Principais fontes de magnésio:
• Alimentos de grãos integrais;
• Frutos do mar;
• Nozes.

IODO
A deficiência de iodo pode causar o bócio, que é o crescimento patológico da glândula tireoide.
Habitantes das zonas costeiras, geralmente recebem o suprimento adequado de iodo.
Principais fontes de iodo:
• Sal iodado;
• Peixes marinhos.

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Higiene e Profilaxia/Nutrição e Dietética
SÓDIO
Este mineral é um eletrólito importante para a transmissão nervosa, contração muscular e equi-
líbrio de fluidos no organismo. Atletas praticando corridas longas, devem prestar atenção na reposição
de sódio para evitar a hiponatremia. O excesso de sódio na dieta pode causar a hipertensão em pes-
soas com predisposição genética.
Principais fontes de sódio:
• Sal;
• Alimentos processados.

POTÁSSIO
Este mineral é um eletrólito importante para a transmissão nervosa, contração muscular e equi-
líbrio de fluidos no organismo. Sintomas de deficiência de potássio incluem: fraqueza muscular, deso-
rientação e fadiga.
Principais fontes de potássio:
• Banana;
• Carnes;
• Batata;
• Grãos integrais.

13. ASPECTOS SOCIOECONÔMICOS DA ALIMENTAÇÃO DO POVO BRA-


SILEIRO
Pré- história:
A trajetória do homem apresenta muitos mistérios. Acontece o mesmo quando se trata de sua
alimentação.
Ninguém sabe de que frutos e raízes o homem se alimentava nem de onde surgiu o instinto irra-
cional que o fez consumir tais alimentos sem conhecer seus valores nutricionais.
Os frutos parecem ter sido mesmo o cardápio inicial do homem e nenhum estudo arqueológico
provou o contrário. Acredita-se que a primeira “sobremesa” foi o mel de abelhas. Nessa época foi que
o homem descobriu o fogo.
Agricultura: (500.000 a.C. a 1.000 a.C.), o homem ainda não conhecia a agricultura e a domes-
ticação de animais e a subsistência era garantida com a coleta de frutos e raízes, além da pesca e da
caça bastante diversificada de animais.

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Higiene e Profilaxia/Nutrição e Dietética
A escassez de alimentos e a hostilidade do meio ambiente obrigavam os grupos humanos a
viver como nômades (povos sem habitação fixa). Enquanto andavam de um lugar para outro, foram
percebendo que as sementes que caíam sobre a terra multiplicavam suas colheitas em poucos meses.
Tornaram-se agricultores e com isso, trocaram a vida nômade pela vida em pequenas aldeias.
A invenção do arco e da flecha e do arremessador de lanças, nessa mesma época, foi outro marco
importante.
Idade dos Metais: Aconteceram grandes transformações, como o desenvolvimento da agricul-
tura e a criação de animais.
A caça já era de animais menores, característicos da fauna atual: javalis, lebres, pássaros, além
da criação de bovinos, ovinos, caprinos e suínos. É nessa época que se inicia a base de nossa alimen-
tação tradicional, que é a cultura de cereais, e principalmente de trigo e centeio, usados na fabricação
de pães.
Antiguidade: Os médicos da Antiguidade (séculos V a X d. C.), em geral, conheciam os efeitos
preventivos e terapêuticos da alimentação.
Para o combate de doenças era feito o cultivo de cevada, trigo, favas, grão-de-bico, lentilhas,
gergelim. A criação de bovinos, suínos, ovinos e de cães (para consumo); a caça de javalis, lebres,
raposas e aves; a pesca de peixes e moluscos; consumo de queijos, frutas secas e frescas, hortaliças
como alho. Principal bebida era o vinho.
Idade Média: As cozinhas da Idade Média (séculos X a XV d. C.) destacavam três sabores funda-
mentais.
• Forte: devido às especiarias (ou temperos).
• Doce: graças ao uso do açúcar.
• Ácido: referente ao vinagre, ao vinho e aos sucos de frutas cítricas.
Mas as pessoas dessa época preocupavam-se mais com a aparência do que com o sabor dos
pratos.
Idade Moderna: Na Idade Moderna (séculos XV a XVIII), a agricultura que antes era de subsis-
tência, passa a ter fins comerciais.
Produtos como tomate, batata, milho, arroz e outras espécies alimentares tornam-se importan-
tes na alimentação ocidental. O pão era bastante consumido por todas as classes sociais e as crises na
produção de cereais durante esse período tiveram impacto direto sobre a mortalidade.
Idade Contemporânea: A agricultura de mercado continuou crescendo na Idade Contemporâ-
nea (séculos XIX a XX) .
Com isso, passou a ser cultivada e consumida uma variedade cada vez maior de frutas e ver-
duras. Houve aumento no consumo de ovos e especialmente de gorduras, tanto de origem vegetal
quanto animal.
Atualmente, o homem pode contar com uma variedade enorme de produtos alimentícios. As
novidades surgem diariamente e acompanhar as mudanças na área de alimentos tornou-se um de-

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Higiene e Profilaxia/Nutrição e Dietética
safio. Até mesmo produtos como alface ou tomate podem ser modificados através de processos so-
fisticados como cultivos em condições especiais e até mesmo mudanças genéticas. Alguns exemplos
são os alimentos congelados e pré-cozidos, enlatados, conservas, drive-thru, fast-food, delivery e self
service, entre muitos outros.

14. DEFININDO POBREZA E FOME


Dos três problemas, a pobreza talvez seja o mais fácil de definir. De modo bastante simples,
pode-se dizer que pobreza corresponde à condição de não satisfação de necessidades humanas ele-
mentares como comida, abrigo, vestuário, educação, assistência à saúde, entre várias outras. A des-
nutrição ou, mais corretamente, as deficiências nutricionais porque são várias as modalidades de
desnutrição são doenças que decorrem do aporte alimentar insuficiente em energia e nutrientes ou,
ainda, com alguma frequência, do inadequado aproveitamento biológico dos alimentos ingeridos ge-
ralmente motivado pela presença de doenças, em particular doenças infecciosas.
A fome é certamente o problema cuja definição se mostra mais controversa. Haveria inicial-
mente que se distinguir a fome aguda, momentânea, da fome crônica. A fome aguda equivale à ur-
gência de se alimentar, a um grande apetite, e não é relevante para nossa discussão. A fome crônica,
permanente, a que nos interessa aqui, ocorre quando a alimentação diária, habitual, não propicia ao
indivíduo energia suficiente para a manutenção do seu organismo e para o desempenho de suas ati-
vidades cotidianas. Nesse sentido, a fome crônica resulta em uma das modalidades de desnutrição: a
deficiência energética crônica.
A diferenciação entre fome, desnutrição e pobreza ficará possivelmente mais clara por meio de
exemplificações. Um indivíduo pode ser pobre sem ser afetado pelo problema da fome, bastando que
sua condição de pobreza se expresse por carências básicas outras que não a alimentação o instinto
de sobrevivência do homem e de todas as outras espécies animais faz com que suas necessidades
alimentares tenham precedência sobre as demais. A situação inversa, ocorrência da fome na ausência
da condição de pobreza, não ocorre ou ocorre apenas excepcionalmente e por tempo limitado por
ocasião de guerras e catástrofes naturais.
Fome e desnutrição tampouco são equivalentes, uma vez que, se toda fome leva necessaria-
mente à desnutrição de fato, a uma modalidade de desnutrição: a deficiência energética crônica nem
toda deficiência nutricional se origina do aporte alimentar insuficiente em energia, ou, sendo mais di-
reto, da falta de comida. Ao contrário, são causas relativamente comuns de desnutrição, sobretudo na
infância, o desmame precoce, a higiene precária na preparação dos alimentos, o déficit específico da
dieta em vitaminas e minerais e a incidência repetida de infecções, em particular doenças diarreicas e
parasitoses intestinais. Ainda que também não equivalentes, os terrenos da pobreza e da desnutrição
infantil são os que mais se aproximam, pois o bom estado nutricional da criança pressupõe o atendi-
mento de um leque abrangente de necessidades humanas, que incluem não apenas a disponibilidade
de alimentos, mas também a diversificação da dieta, condições salubres de moradia, o acesso à edu-
cação e a serviços de saúde, entre outras. Ainda assim, a presença da pobreza torna mais freqüente,
mas não compulsória, a presença da desnutrição na criança, sendo extremamente importante a mo-
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Higiene e Profilaxia/Nutrição e Dietética
dulação que pode ser exercida por programas bem planejados de assistência integral à saúde infantil.
Em suma, embora igualmente graves e indesejáveis e ainda que compartilhem causas e vítimas, fome,
desnutrição e pobreza não são a mesma coisa. A Figura 1 procura representar espacialmente os domí-
nios próprios e comuns desses três problemas em uma população hipotética.

Disponível em: www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103. Acesso em jan 2016.

Aferindo a extensão da pobreza, desnutrição e fome em uma população


Definições operacionais de pobreza geralmente levam em conta a renda (monetária e não mo-
netária) das famílias e uma linha de pobreza (nível crítico de renda) baseada no custo estimado para
aquisição das necessidades humanas básicas. Contabilizam-se como pobres as famílias cuja renda
seja inferior à linha da pobreza. Quando a linha da pobreza se baseia apenas no custo da alimentação,
fala-se em pobreza extrema, indigência ou mesmo em insegurança alimentar.
Como a maioria das doenças, as deficiências nutricionais podem ser diagnosticadas por meio de
exames clínicos e laboratoriais. Por serem biologicamente mais vulneráveis a diversas deficiências nu-
tricionais, as crianças são habitualmente escolhidas como grupo indicador da presença de desnutrição
na população, admitindo-se que o percentual de crianças com retardo de crescimento, uma das pri-
meiras e mais precoces manifestações de desnutrição na infância, propicie uma excelente indicação
do risco de deficiências nutricionais a que está exposta uma coletividade.
As dificuldades técnicas em se medir de forma confiável a ingestão alimentar habitual dos in-
divíduos e suas correspondentes necessidades energéticas tornam difícil a mensuração direta da
extensão da fome ou da deficiência energética crônica em uma população. De modo mais prático,
essa aferição é feita a partir da avaliação das reservas energéticas dos indivíduos, mais especifica-
mente avaliando-se a relação entre peso e altura, admitindo-se que o percentual de indivíduos com
insuficiente relação peso/altura, portanto emagrecidos, expresse razoavelmente bem a magnitude
da deficiência energética crônica na população. Uma vez que a deficiência energética crônica pode
apresentar um componente sazonal importante e variar intensamente de ano para ano, em função
de variações no clima e na produção e disponibilidade de alimentos, recomenda-se que, em áreas de

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Higiene e Profilaxia/Nutrição e Dietética
risco, a avaliação das reservas energéticas dos indivíduos seja feita de modo contínuo, sob a forma de
sistemas de monitoramento.  

A dimensão da fome
Conforme mencionado anteriormente, a aferição da dimensão da fome ou da deficiência ener-
gética crônica em uma população pode ser feita a partir da avaliação das reservas energéticas dos
indivíduos ou, mais especificamente, a partir da proporção de indivíduos emagrecidos. Embora a de-
ficiência energética crônica seja um evento essencialmente familiar, acometendo simultaneamente
crianças e adultos, sua aferição se torna mais específica quando feita sobre indivíduos adultos – crian-
ças podem responder à deficiência energética com a redução do crescimento linear, enquanto adultos
sempre respondem com o emagrecimento. Consideram-se magros os adultos que têm relação peso/
altura (Índice de Massa Corporal) inferior a 18,5 kg/m2. Em populações onde se sabe não existir fome,
adultos magros não ultrapassam 3% a 5% da população, considerando-se proporções acima desses
valores como indicativas de risco de deficiência energética crônica. A OMS classifica proporções de
adultos magros entre 5% e 9% como indicativa de baixa prevalência de déficits energéticos, o que
justificaria a necessidade de monitorar o problema e estar alerta para sua eventual deterioração.
Proporções entre 10% e 19% caracterizariam prevalência moderada da deficiência energética crônica
enquanto proporções entre 20% e 29% e proporções iguais ou superiores a 40% caracterizariam, res-
pectivamente, prevalências altas e muito altas (WHO, 1995).
A Tabela 3 apresenta estimativas sobre a frequência e a distribuição da prevalência da deficiên-
cia energética crônica em adultos no Brasil conforme a Pesquisa sobre Padrões de Vida – PPV, reali-
zada pelo IBGE entre 1996 e 1997. A PPV foi restrita às regiões Nordeste e Sudeste, as quais abrigam
cerca de 70% da população total do país.
 

Dispnível em: fotografiasdahora.blogspot.com. Acesso em Jan 2016

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Higiene e Profilaxia/Nutrição e Dietética
Em 1996-1997, indivíduos magros correspondiam a 4,9% do contingente populacional de adul-
tos das regiões Nordeste e Sudeste, proporção que fica dentro (ainda que próxima do limite superior)
do intervalo admitido para o indicador em populações teoricamente não expostas à deficiência ener-
gética crônica (3% a 5% de indivíduos magros). A estratificação regional do indicador aponta o Sudeste
urbano como área livre da deficiência energética crônica (4,0% de indivíduos magros) e o Sudeste ru-
ral (5,4%), o Nordeste urbano (5,5%) e, sobretudo, o Nordeste rural (7,1%) como áreas marginalmente
atingidas pelo problema, onde o monitoramento da deficiência energética crônica estaria justificado.
Estimativas confiáveis sobre a proporção de indivíduos magros na população adulta são disponí-
veis para alguns poucos países em desenvolvimento (WHO 1995), o que torna limitadas as possibilida-
des de comparação dos dados brasileiros colhidos pela PPV em 1996/97. Com base na média nacional
de 4,9% de adultos magros, o Brasil faria par com a Colômbia. Com 6,1% e 7,1% de indivíduos magros,
respectivamente, o Nordeste e o Nordeste rural brasileiro estariam em melhor posição do que o Mé-
xico (9% de adultos emagrecidos) e muito distantes de países onde a deficiência energética crônica é
reconhecidamente endêmica como Haiti, Etiópia e Índia, onde a proporção de indivíduos emagrecidos
na população adulta se aproxima de 20%, 40% e 50%, respectivamente.
Diferentemente do que se observa com os diferenciais regionais relativos aos indicadores de
desnutrição infantil, os diferenciais relativos à deficiência energética crônica na população adulta bra-
sileira desaparecem totalmente quando se ajustam as comparações, por meio de modelos de regres-
são, para as diferenças regionais quanto ao poder aquisitivo das famílias, nesse caso aferido direta-
mente pela renda familiar per capita.
A Figura 4 retrata a tendência secular da proporção de adultos magros nas regiões Nordeste e
Sudeste conforme estimativas provenientes de três inquéritos realizados pelo IBGE em 1974-1975
(Endef), 1989 (PNSN) e 1996-1997 (PPV). Tendências declinantes do indicador da deficiência energé-
tica crônica são observadas ao longo dos inquéritos em todas as partes do país. No primeiro período
– 1974/75-1989 – observam-se taxas anuais de declínio maiores nas áreas urbanas e rurais do Sudeste
(4,4% e 5,0%) e nas áreas urbanas do Nordeste (4,5%) do que no Nordeste rural (2,8%). A evolução
da proporção de adultos magros nesse período indica que o Sudeste urbano passa de uma situação
de baixa prevalência de deficiência energética crônica para uma situação de virtual ausência de risco,
enquanto o Nordeste urbano e as áreas rurais do Nordeste e do Sudeste passam de prevalências mo-
deradas para prevalências baixas do problema. No período seguinte – 1989-1996/97 – observam-se
declínios adicionais de menor magnitude na proporção de adultos magros nas áreas urbanas das
regiões Nordeste e Sudeste e nas áreas rurais do Sudeste (taxas anuais de 2,9%, 2,6% e 3,8%, respec-
tivamente). Esses declínios mantêm o Sudeste urbano como local virtualmente livre da deficiência
energética crônica e aproximam o Sudeste rural e o Nordeste urbano da mesma condição. Ainda no
segundo período, mantém-se modesta a taxa anual de declínio da proporção de adultos magros no
Nordeste rural (3,5%), insuficiente para aproximar essa região do país da condição de local livre da
deficiência energética crônica. A projeção das taxas anuais de declínio do indicador no período 1989-
1996/97 indicaria que, por volta do ano 2000, toda a região Sudeste e as áreas urbanas do Nordeste
teriam alcançado o virtual controle da deficiência energética crônica (menos de 5% de adultos ma-
gros), enquanto a mesma condição ocorreria no Nordeste rural no ano de 2006. Deve-se notar, entre-
tanto, que essas projeções estão sujeitas a imprecisões dadas as variações cíclicas que podem ocorrer

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Higiene e Profilaxia/Nutrição e Dietética
na freqüência da deficiência energética crônica, sobretudo em áreas rurais, devido a variações no
clima e na produção e disponibilidade de alimentos, não contempladas nas estimativas.

O aumento de renda das famílias brasileiras e o declínio da pobreza observados entre 1970 e
1980 certamente contribuíram para a intensa redução da deficiência energética crônica apontada pe-
los inquéritos realizados entre 1974-1975 e 1989, sendo mais difícil identificar fatores prováveis para
o declínio adicional do problema entre 1989 e 1996-1997.

Conclusões e implicações
A pobreza, medida pela insuficiência de renda, alcança mais de um quarto da população brasi-
leira e dissemina-se por todas as regiões e áreas do país, afligindo, entretanto, em particular, as po-
pulações do Norte e Nordeste e, ainda mais particularmente, a população rural dessa última região. A
desnutrição, medida pelo retardo do crescimento infantil, alcança cerca de 10% das crianças do país e
se distribui no território nacional de forma semelhante à pobreza, ainda que com diferenças regionais
mais intensas. Na região em situação mais favorável – as áreas urbanas do Centro-Sul – a ocorrência
de crianças de baixa estatura é rara e sua freqüência é apenas pouco superior à observada em países
desenvolvidos,enquanto na região em situação menos favorável – o Nordeste rural – o problema al-
cança uma em cada quatro crianças, condição que aproxima essa região dos países mais pobres de
mundo.
Diferenças regionais quanto ao poder aquisitivo das famílias não explicam inteiramente o ex-
cesso relativo de desnutrição infantil no Norte e Nordeste e nas áreas rurais dessa última região. A
fome ou a deficiência energética crônica, medida pela depleção de reservas energéticas na população
adulta, alcança freqüências limitadas no país, compatíveis com virtual ausência de risco do problema.
A distribuição regional do indicador de deficiência energética crônica aponta ausência do problema
nas áreas urbanas da região Sudeste e virtual ausência do problema nas áreas urbanas do Nordeste e
nas áreas rurais do Sudeste. Risco baixo de deficiência energética crônica (muito distante da situação
documentada em países que convivem endemicamente com a fome) é encontrado nas áreas rurais
da região Nordeste.
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Higiene e Profilaxia/Nutrição e Dietética
Séries históricas de indicadores da pobreza indicam declínio intenso do problema nos anos de
1970, acompanhando o crescimento exuberante da economia nacional, e declínios muito modestos,
ou mesmo estagnação, nos anos de 1980 e 1990, acompanhando o crescimento econômico medíocre
do país. Indicadores da desnutrição apontam declínio substancial do problema nos anos de 1970 e
1980 e evolução ainda mais favorável nos anos de 1990, a qual pode ser atribuída quase que inteira-
mente à ampliação de serviços básicos de saúde, rede pública de água potável e aumento da escolari-
dade das mães. Indicadores da fome ou da deficiência energética crônica apontam declínio intenso do
problema nos anos de 1970 e 1980 e declínios de menor magnitude nos anos de 1990. Projeções das
tendências mais recentes quanto à desnutrição infantil indicam que o problema poderá ser controla-
do no Centro-Sul urbano em alguns poucos anos, mas que, se nada de diferente for feito, o problema
persistirá no restante do país por muito tempo: por mais dez anos no Nordeste urbano, 28 anos no
Norte urbano, 32 anos no Centro-Sul rural e por mais 62 anos no Nordeste rural. Projeções análogas
para a deficiência energética crônica indicam que o problema já teria sido virtualmente controlado em
todo o Sudeste e nas áreas urbanas da região Nordeste, sendo o Nordeste rural o único território que
ainda poderia ser considerado vulnerável ao problema.
As diferenças identificadas na magnitude, distribuição e evolução da pobreza, da desnutrição e
da fome confirmam a natureza distinta desses problemas, tal como sustentado na introdução deste
trabalho, ao mesmo tempo em que determinam implicações importantes na definição de prioridades,
conteúdos, escalas e alvos para políticas públicas.
Ações governamentais específicas de combate à pobreza deveriam ter máxima prioridade no
país e devem perseguir essencialmente o aumento da renda dos mais pobres. Ações que resultem
em maior crescimento econômico com melhor distribuição de renda e que levem à reativação da
economia, à criação de empregos e ao aprofundamento da reforma agrária são vistas como soluções
consensuais para o aumento da renda dos mais pobres no Brasil.
Mais recentemente, o mesmo acordo parece existir quanto a programas governamentais de
transferência direta de renda acoplados a contrapartidas das famílias beneficiárias, seja com relação
à manutenção de crianças nas escolas (“bolsa-escola”), seja com relação a controles preventivos de
saúde (“bolsa-alimentação”).
Ações que combatam eficientemente a pobreza serão obviamente de enorme valia para a luta
contra a desnutrição. Entretanto, a experiência brasileira e a de outros países em desenvolvimento
indicam que a intensificação de investimentos e educação, saneamento do meio e cuidados básicos
de saúde, incluindo o monitoramento do estado nutricional infantil e a detecção e correção precoces
da desnutrição, será essencial para se alcançar a definitiva erradicação do problema (Gillesppie et al.,
1996; Smith e Haddad, 2000 e Monteiro et al., 2000).
A luta contra a fome, ou ao que resta desse problema no país, igualmente se beneficiará do
combate à pobreza. Contudo, as evidências reunidas neste trabalho indicam que ações específicas de
combate à fome, em particular ações de distribuição de alimentos (diretamente ou através de crédi-
tos ou cupons), deveriam ser empregadas no Brasil de modo focalizado, com atenção especial para
segmentos da população rural da região Nordeste. A expansão desmedida de ações de distribuição de
alimentos, ao contrário do que talvez indiquem o senso comum e a indignação justificada diante de

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Higiene e Profilaxia/Nutrição e Dietética
uma sociedade tão injusta e plena de problemas como a brasileira, implicaria consumir recursos que
poderiam faltar para ações sociais mais bem justificadas e mais eficientes.

15. CONSTITUIÇÃO DOS ALIMENTOS


O nosso organismo é constituído por milhões de células que necessitam de energia para cres-
cerem e desempenharem as suas funções; As substâncias contidas nos alimentos são utilizadas para
reparar as células ou formar novas, mas também ajudam a fortalecer certos órgãos (dentes, ossos) e
a prevenir contra certas doenças (vitaminas).

Disponível em: malaalimenticion.blogspot.com. Acesso em Jan 2016

Cada país possui vários pratos e hábitos alimentares; Diferentes países possuem diferentes há-
bitos alimentares; Muitos hábitos alimentares estão relacionados com aspectos culturais e religiosos.
Constituídos por diferentes substâncias – Nutrientes: Proteínas (carne, peixe e ovos) Glicídios
(arroz, massa, pão, batatas, grãos) Lípidos (óleos, frutos secos, manteiga) Sais minerais (vegetais, fru-
ta, peixe, lacticínios) Vitaminas (fruta e vegetais) Fibras (fruta, cereais, vegetais) Água.

Disponível em: www.pinterest.com.Acesso em jan 2016

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Higiene e Profilaxia/Nutrição e Dietética
Cada alimento é formado por vários nutrientes, em quantidades variáveis; Para uma alimenta-
ção equilibrada é necessário ingerir vários alimentos de modo a recebermos todos os nutrientes.
De acordo com a sua função no organismo, os nutrientes podem ser: Plásticos (proteínas, lipí-
deos, minerais e água) Energéticos (glicídios e lipídeos) Reguladores/protetores (vitaminas, minerais,
fibras e água).
Macronutrientes (proteínas, glicídios e lipídeos) Micronutrientes (fibras, minerais, vitaminas e
água).
Necessidades nutricionais Dependem de: Sexo, Idade, Saúde, Atividade física, Local, Gravidez…

Roda dos Alimentos


Os consumidores devem ter a garantia de que os alimentos disponíveis no mercado são seguros,
ou seja, que o seu consumo não representa risco para a saúde. A Roda dos Alimentos informa sobre
as regras necessárias para uma alimentação equilibrada.

Disponível em: inesmendes99.wix.com. Acesso em jan 2016.

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Roda dos Alimentos Criada em 1977 por profissionais portugueses ligados à saúde; 5 grupos de
alimentos “Saber comer é saber viver”.

Antiga Roda
Diferenças Nº de grupos de alimentos; 5 na antiga, 7 na atual Água no centro (atual); Conceito
de porção diária (atual). A roda dos alimentos é uma imagem em forma de círculo (prato) que nos
ajuda a escolher e a combinar os alimentos que deverão fazer parte da nossa alimentação diária. Está
dividida em grupos que reúnem alimentos com propriedades nutricionais semelhantes.
Ingerir em maior quantidade os alimentos pertencentes aos grupos maiores; Variar, dentro de
cada grupo, o consumo dos vários alimentos; Ingerir alimentos de todos os grupos; Evitar a ingestão
de certas bebidas e de produtos açucarados e salgados.
Porções Cereais, derivados e tubérculos – 4 a 11hortícolas – 3 a 5 Frutas – 3 a 5 Lacticínios – 2 a
3 Carne, peixe e ovos – 1,5 a 4,5Leguminosas – 1 a 2 Gorduras e óleos – 1 a 3.
Carne ou Peixe? O peixe tem excelentes qualidades nutricionais pelo que é considerado um ali-
mento fundamental para uma dieta saudável e equilibrada; Recomendado para todas as pessoas de

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Higiene e Profilaxia/Nutrição e Dietética
qualquer idade (crianças, adolescentes, adultos, grávidas, idosos, etc.); O consumo de pescado pode
contribuir para a prevenção de certas doenças como as cardiovasculares e melhorar os sintomas de
outras enfermidades.
Importância do leite - O leite é um alimento muito próximo da perfeição. Rico em proteínas,
cálcio, fósforo, vitaminas A, B1 e B2; Baixo nível de colesterol; Fonte de hidratos de carbono; Bem to-
lerado por diabéticos.
Importância do exercício físico- Fundamental para a saúde e é um complemento essencial para
uma alimentação equilibrada. O melhor exercício é aquele no qual participem grandes massas mus-
culares, de modo que os músculos utilizem principalmente as reservas de gordura. Praticar exercício
físico 30 a 40 minutos, diariamente ou 3 a 5 vezes por semana! Exercício físico 30 a 40 minutos, diaria-
mente ou 3 a 5 vezes por semana! Nota: Para perder gordura os exercícios mais aconselhados são os
de baixa densidade. Ex.: Caminhadas, Natação, Ciclismo, Aeróbica, Saltar à corda…
Cuidados com a alimentação - Ingerir um pouco de cada tipo de alimento; Preferir carne branca
(frango, peru, coelho) a carne vermelha (bovino); Preferir peixe a carne; Consumir alimentos frescos;
Preferir gorduras vegetais às animais (doenças cardiovasculares); Adequar a ingestão de glicídios à
prática de exercício físico; Reduzir consumo de sal (hipertensão) e açúcar (diabetes e obesidade);
Beber água, sumos de fruta e leite; Evitar produtos com aditivos químicos; 3 horas entre re-
feições; 5 refeições diárias; Lavar bem os legumes e frutas; Prestar atenção aos rótulos alimentares;
Verificar prazo de validade dos alimentos.

Composição química dos Alimentos

16. EDUCAÇÃO ALIMENTAR


A  educação alimentar  compreende algo mais complexo, é um processo, ou seja, além da
mudança de hábitos alimentares, existe o aprendizado do que é saudável, mantendo aspectos do
indivíduo, é a construção do conhecimento, a vivência.
Para que cada um entenda e adquira bons hábitos alimentares e os transmita é necessário que
a pessoa participe realmente do processo. Ela deve querer conhecer os alimentos, suas funções no
corpo, sua importância, para entender o porquê desses alimentos serem recomendados.
A alimentação não deve ser imposta como algo fixo, restrito, que gere sacrifícios. Deve ser algo
planejado conforme as preferências da pessoa e principalmente levando em conta, hábitos e costu-

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Higiene e Profilaxia/Nutrição e Dietética
mes, respeitando aspectos culturais, tudo com muito bom senso, e claro com o equilíbrio nutricional
necessário.
É muito importante que o educador respeite a individualidade da pessoa e conheça seus hábitos
atuais, para que aos poucos introduza o que é necessário melhorar e incentive para que continue
mantendo o que é bom, garantido assim uma boa nutrição.
Mudar hábitos não é tarefa fácil, mas é possível. É um processo de educação e deve ser encara-
do dessa maneira, com erros, acertos, deslizes, recaídas, etapas vencidas e tudo mais que será neces-
sário nesse processo. Tudo em busca da saúde do corpo e da mente, e lembre-se tudo ao seu tempo!

10 passos para uma alimentação saudável

PASSO 1 AUMENTE E VARIE O CONSUMO DE FRUTAS, LEGUMES E VERDURAS -


Escolha vegetais frescos para arrumar seu prato. Coma, pelo menos, 4 colheres de sopa de ve-
getais (verduras e legumes) duas vezes no dia. Coloque os vegetais no prato do almoço e no jantar.
As frutas, assim como as verduras, são ricas em vitaminas, minerais e fibras. Estes alimentos
melhoram o funcionamento do intestino, melhoram o humor e ajudam a evitar doenças. Comece com
uma fruta ou 1 fatia de fruta no café da manhã e acrescente mais uma nos lanches da manhã e da
tarde.

PASSO 2 CONSUMA FEIJÃO PELO MENOS 1 VEZ AO DIA - NO MÍNIMO 4 VEZES POR SEMA-
NA
O feijão é um alimento importante no prato do brasileiro, isso é ótimo ... ele é um alimento rico
em ferro e fibras e deve estar presente nas refeições, pelo menos, 4 vezes por semana. Na hora das
refeições coloque 1 concha de feijão no seu prato, assim você estará evitando a anemia. Redescubra
as antigas receitas da família e coloque feijão na sopa, virado, tutu, salada etc.

PASSO 3 REDUZA O CONSUMO DE ALIMENTOS GORDUROSOS COMO CARNES COM GOR-


DURA APARENTE, SALSICHA, MORTADELA E OUTROS EMBUTIDOS, FRITURAS E SALGADI-
NHOS – MÁXIMO DE 2 VEZES POR SEMANA
Prefira as carnes brancas sem pele. As carnes de frango e peixe tem menos gordura saturada e
colesterol, por isso ajudam a prevenir as doenças do coração. Sempre que for preparar algum tipo de
carne retire antes do cozimento a gordura aparente, a pele do frango ou o couro do peixe.
Apesar de o óleo vegetal ser um tipo de gordura mais saudável, tudo em excesso faz mal! O ide-
al é não usar mais que 1 lata de óleo por mês para uma família de 4 pessoas. Se você estiver usando
mais que isso pode estar cozinhando com mais óleo que o necessário ou estar fazendo muitas frituras.
Diminua! Prefira os alimentos cozidos ou assados e evite cozinhar com margarina, gordura vegetal ou
manteiga.

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Higiene e Profilaxia/Nutrição e Dietética
PASSO 4 REDUZA O CONSUMO DE SAL - TIRE O SALEIRO DA MESA
O sal de cozinha é a maior fonte de sódio da nossa alimentação. O sódio é essencial para o
funcionamento do nosso corpo, mas o excesso pode levar ao aumento da pressão do sangue, que
chamamos de hipertensão.
As crianças e os adultos não precisam de mais que uma pontinha de colher de sal por dia. Por
isso, cuidado com o excesso de sal quando preparar as refeições. Siga estas dicas: não coloque o salei-
ro na mesa, assim você evita adicionar o sal na comida pronta.
Evite temperos prontos, alimentos enlatados, carnes salgadas e embutidos como mortadela,
presunto, linguiça etc. Todos eles têm muito sal. Comece a experimentar outros tipos de temperos
para seus pratos como ervas frescas ou secas.

PASSO 5 FAÇA PELO MENOS 3 REFEIÇÕES E 1 LANCHE POR DIA. NÃO PULE AS REFEIÇÕES.
PARA O LANCHE PREFIRA FRUTAS.
Este passo é fundamental para se manter saudável. Tendo todas as refeições você evita que o
estômago fique vazio por muito tempo, diminuindo o risco de ter gastrite e de comer muito quando
for se alimentar.
Comendo nas horas certas você também “belisca” menos, o que vai ajudar você a controlar o
peso. Nos lanches e sobremesas prefira comer frutas no lugar de doces. As frutas têm bastante vita-
minas e fibras que melhoram a saúde.

PASSO 6 REDUZA O CONSUMO DE DOCES, BOLOS, BISCOITOS E OUTROS ALIMENTOS RICOS


EM AÇÚCAR PARA NO MÁXIMO 3 VEZES POR SEMANA.
Cada vez que você come alimentos ricos em açúcar, como balas, bolachas, bolos, chocolates,
sorvetes e até mesmo os biscoitos vitaminados, você está perdendo a chance de comer frutas e ver-
duras e outros alimentos mais saudáveis.
Em excesso eles prejudicam a saúde, favorecendo o ganho de peso, o aparecimento de cáries
nos dentes e enfraquecimento dos ossos

PASSO 7 REDUZA O CONSUMO DE ÁLCOOL E REFRIGERANTES. EVITE O CONSUMO DIÁRIO.


A MELHOR BEBIDA É A ÁGUA!
Refrigerantes são alimentos ricos em açúcar e não possuem vitaminas. Por este motivo são
chamados de “calorias vazias” - possuem calorias do açúcar e são vazias porque não têm nada de
nutritivo.
O álcool também contém calorias que podem contribuir para o excesso de peso e não contém
nada nutritivo. Além do mais, o excesso de álcool pode levar a dependência e contribuir para o apa-
recimento de doenças como cirrose e hepatite que podem ser fatais. Por isso, evite consumir bebidas
alcoólicas todos os dias e quando beber não ultrapasse uma dose.Tome pelo menos 8 copos de água
por dia, todo o funcionamento do seu corpo irá melhorar!

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Higiene e Profilaxia/Nutrição e Dietética
PASSO 8 APRECIE A SUA REFEIÇÃO - COMA DEVAGAR. FAÇA DAS REFEIÇÕES UM PONTO DE
ENCONTRO DA FAMÍLIA. NÃO SE ALIMENTE ASSISTINDO TV.
Sempre que possível reúna a família para comer junto. Esta pode ser uma oportunidade para
vocês conversarem e dividirem o que cada um esta vivendo. As crianças, principalmente, estarão
aprendendo com os mais velhos. Aproveite e faça deste momento o mais agradável possível, preste
atenção no que está comendo, alimente-se com calma, mastigue bem.

PASSO 9 MANTENHA O SEU PESO DENTRO DE LIMITES SAUDÁVEIS – VEJA NO SERVIÇO DE


SAÚDE SE O SEU PESO ESTÁ ADEQUADO PARA A SUA ALTURA.
É muito importante que o nosso peso fique nesta faixa de normalidade pois as pessoas com
sobrepeso ou obesidade tem muito mais chance de terem outras doenças como diabetes, problemas
do coração, pressão alta etc.
O IMC (Índice de Massa Corporal) mostra se o seu peso está adequado para sua altura. É calcu-
lado dividindo-se o peso, em quilogramas, pela altura, em metros, elevada ao quadrado.

Para calcular o IMC


IMC = peso em gramas / altura em metros.
EXEMPLO: imagine uma pessoa com 82 quilos e que tem a altura de 1,67 m. Para calcular o IMC
precisamos:
Multiplicar a altura por ela mesma: 1,67 x 1,67 = 2,788
Dividir o peso pelo resultado da conta acima: 82/ 2,788 = 29,41 kg/m2
Para saber se o peso está adequado para a altura precisamos usar a tabela de classificação abai-
xo:

Valor do IMC Classificação


• Menor que 18,5 Baixo Peso
• 18,5 a 24,99 Normal
• 25 a 29,99 Sobrepeso
• Maior que 30 Obesidade
Pelo resultado - 29,41 kg/m2 esta pessoa está no limite da faixa de sobrepeso.
Para adultos se considera que o peso saudável corresponde ao IMC entre 18,5 e 25 Kg/m. Para
valores menores ou maiores que esta faixa devemos procurar o serviço de saúde para orientação.

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Higiene e Profilaxia/Nutrição e Dietética
PASSO 10 SEJA ATIVO. ACUMULE 30 MINUTOS DE ATIVIDADE FÍSICA TODOS OS DIAS. CAMI-
NHE PELO SEU BAIRRO. SUBA ESCADAS. NÃO PASSE MUITAS HORAS ASSISTINDO TV.
30 minutos de atividade física por dia já ajudam a manter a saúde, diminuir o estresse e a de-
pressão, aumentar a autoestima e o bem-estar. Além disso, é sempre uma chance de conhecer outras
pessoas. Você não precisa estar em uma academia para aumentar a sua atividade física, veja algumas
dicas:
Mesmo quando voltar do trabalho e se sentir cansado, tente caminhar ou andar de bicicleta.
Você ficará surpreso: quanto mais ativo você for mais energia e disposição você terá;
Brinque com seus filhos, jogue bola, dance com alguém ou até mesmo sozinho. Aproveite para
fazer das atividades de casa uma oportunidade de aumentar sua atividade física: se você tem carro,
lave-o você mesmo, caminhe em lugar de usar o carro para ir ao banco,à padaria, ao correio, ao sho-
pping, à feira, ao supermercado.

17. DIETOTERAPIA
É o tratamento através de uma alimentação adequada para determinadas patologias ou na pre-
venção destas. A finalidade básica da dietoterapia é oferecer ao organismo debilitado os nutrientes
adequados da forma que melhor se adapte ao tipo de condição patológica e características físicas,
nutricionais, psicológicas e sociais do indivíduo, recuperando-o.
Indivíduo Sadio: Dieta adequada e preparada de forma correta.
Indivíduo Doente: Dieta específica para a cura da(s) patologia(s) + preparo da forma correta +
necessidades individuais. Critérios mais rígidos para evitar retrocesso no estado nutricional, por ex-
cesso ou por falta de um ou mais nutrientes.

Tipos de dietas oferecidas nos hospitais


Dieta normal - balanceada em nutrientes, fornece aos organismos elementos necessários ao
crescimento, reparação dos tecidos e funcionamento normal dos órgãos. Adequada para pessoas cuja
patologia não exige nenhuma modificação alimentar;
Dieta especial - apesar de possuir os nutrientes adequados, tem suas características físicas e
químicas modificadas: sabor, temperatura, consistência, via de administração e quantidade de resídu-
os e nutrientes.
Dieta hiperprotéica - dieta com maior quantidade proteica. Geralmente, é enriquecida com
alimentos ricos em proteína de alto valor biológico (leite, carnes magras, ovos) ou complementos
industrializados com composição química definida(clara de ovo em pó). Indicada para pacientes sub-
metidos a grandes traumas ou com algum grau de desnutrição;
Dieta hipoprotéica – dieta com menor quantidade proteica. Normalmente, apresenta baixa
aceitação em vista do hábito alimentar de se consumir grande quantidade de proteína além do fato

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Higiene e Profilaxia/Nutrição e Dietética
de, geralmente, estar associada à restrição de sal. Indicada para pacientes com insuficiência renal ou
encefalopatia hepática;
Dieta hipocalórica - dieta com menor quantidade calórica. A redução calórica é obtida com a
diminuição dos alimentos ricos em carboidratos (principalmente os simples) e ricos em gorduras (es-
sencialmente as de origem animal, ricas em gorduras saturadas). Indicada para o controle e perda de
peso corporal e para pacientes diabéticos que necessitam perder peso;
Dieta hipossódica - dieta com pouca quantidade de sódio (sal). Nela, reduz-se ou retira-se não
apenas o sal de adição mas também os alimentos que possuem grande quantidade de sódio em sua
composição ou preparo e conservação, como as carnes vermelhas, embutidos e enlatados, por exem-
plo. Indicada para pacientes com hipertensão arterial, insuficiência cardíaca, cirrose com ascite, dia-
betes e insuficiência renal;
Dieta hipolipídica - dieta pobre em lipídios (gordura). A redução de gordura é obtida pela dimi-
nuição ou restrição de alimentos gordurosos (principalmente os de origem animal) e gorduras satu-
radas, principalmente as provenientes de frituras. Indicada no tratamento das dislipidemias, doenças
hepáticas, diabetes e doenças de má-absorção; bem como para o controle de peso;
Dieta hipoglicídica - dieta pobre em carboidratos. Normalmente, apresentam valor calórico
mais baixo que o normal pois, conforme estudado anteriormente, a melhor fonte calórica provém
dos carboidratos. A restrição deve relacionar-se principalmente à ingestão de carboidratos simples.
Indicada no controle de peso, tratamento do diabetes e da hipoglicemia;
Dieta com controle de potássio - o potássio é largamente distribuído nos alimentos, mas sua
maior fonte são as frutas e vegetais. Portanto, nas dietas de restrição ou de suplementação de potás-
sio, o consumo do grupo de alimentos que contém este nutriente deve ser, respectivamente, reduzido
ou aumentado. Indicada no tratamento da hipopotassemia decorrente do uso de diuréticos e nos
casos de insuficiência cardíaca e ou renal.
Dieta para controle da diarréia - além de consistência branda, essa dieta deve conter alimentos
constipantes (batata, arroz, cenoura, chuchu, frango cozido sem gordura, mandioca, maçã, banana
prata, goiaba, entre outros) e que não acelerem o trânsito intestinal, como vegetais crus e frutas com
casca. Especial atenção deve ser dada ao consumo de líquidos, visando evitar a desidratação;
Dieta para controle da constipação - dieta rica em alimentos laxantes, como os vegetais crus
(alface, almeirão, couve, repolho, agrião, tomate) e cozidos (espinafre, abóbora, beterraba, inhame,
taioba, brócolis), algumas frutas (laranja com bagaço, mamão, manga, abacate, mexerica) e alimentos
ricos em fibras, como pães e cereais integrais, farelo de trigo e aveia. É também importante um maior
consumo de água;
Modificações quanto à via de administração - as dietas podem ser administradas por via oral,
nasogástrica, enteral e ou parenteral. As por via nasogástrica e enteral são comumente denominadas
dietas de nutrição enteral; as por via parenteral, dietas de nutrição parenteral.
Dieta de nutrição enteral– esse tipo de alimentação é utilizado quando o paciente, apesar de
apresentar funções gastrintestinais normais, não tem condições de receber por via oral os nutrientes
adequados às suas necessidades. É administrada por sonda, de forma lenta e contínua (gota a gota),

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Higiene e Profilaxia/Nutrição e Dietética
ou intermitentemente, por porções ao longo do dia. Por serem diretamente administradas no trato
gastrintestinal, as dietas enterais estão propícias a uma contaminação maior do que a oferecida por
via oral. Considerando-se tal informação, faz-se necessário adotar os seguintes cuidados:
• Sua manipulação e preparo deve ser realizado em áreas específicas;
• A dieta enteral não-industrializada deve ser administrada imediatamente após sua manipu-
lação; com relação à industrializada, observar as recomendações do fabricante;
• Seu transporte deve ser efetuado em recipientes térmicos exclusivos por, no máximo, duas
horas;
• Quando necessária sua conservação na unidade de enfermagem, mantê-la sob refrigeração
em geladeira exclusiva para medicamentos; realizar a correta lavagem das mãos tanto ao
receber a dieta como antes de administrá-la;
• Antes de iniciar a administração, confirmar a localização da sonda e sua permeabilidade,
bem como o nome do paciente, horário e dose;
• Devem ser observadas as possíveis complicações decorrentes de sua administração (diar-
réias, vômitos, distensão abdominal e outras);
• Na administração de sua forma intermitente (porções ao longo do dia), realizar aspiração
gástrica antes de cada “refeição”, visando avaliar seu aproveitamento.
Nutrição parenteral - dieta administrada por via subcutânea (menos utilizada em virtude das
limitações relacionadas aos líquidos que podem ser utilizados) ou endovenosa (os nutrientes já estão
prontos para utilização pelo organismo). Visando melhor atender às necessidades do paciente, algu-
mas modificações podem ser efetuadas na dieta fornecida ao mesmo:
Modificações quanto ao sabor - a dieta pode ser doce, salgada, mista ou, ainda, de sabor suave
ou moderado, intenso ou excitante. Deve-se sempre evitar altas concentrações de açúcares, sal, áci-
dos e condimentos. Aplicabilidade: nos casos em que o paciente apresente um quadro de anorexia e
sua doença não requeira nenhuma restrição alimentar, pode lhe ser oferecida uma dieta com sabor
mais intenso, utilizando-se vários tipos de ervas naturais no tempero, de modo a estimular seu apetite;
Modificações quanto à temperatura - dependendo do tipo, a dieta pode ser oferecida em tem-
peratura ambiente, quente, fria ou mesmo gelada. Ressalte-se que os alimentos quentes produzem
maior saciedade que os frios. Aplicabilidade: pacientes que realizaram cirurgias orofaringeanas devem
receber dietas geladas; já a dieta por sonda deve ser administrada em temperatura ambiente.
Modificações quanto ao volume - o volume alimentar deve ser oferecido de acordo com a capa-
cidade gástrica do paciente e as necessidades ou restrições correlatas à sua patologia. Aplicabilidade:
em pacientes submetidos a uma intervenção cirúrgica no estômago, como a gastrectomia subtotal,
por exemplo, a dieta deve ser iniciada com volume reduzido, gradativamente aumentado com o de-
correr dos dias;
Modificações quanto à consistência - a dieta pode ter consistência normal, branda, pastosa,
semilíquida (líquido-pas-tosa) e líquida, das quais falaremos a seguir em ordem progressiva, da mais
consistente e completa a menos consistente e mais restrita:

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Higiene e Profilaxia/Nutrição e Dietética
Normal - destina-se ao paciente cuja patologia não determina nenhuma alteração alimentar.
Visa fornecer calorias e nutrientes em quantidades diárias recomendadas para a manutenção de sua
saúde. Preparações indicadas: saladas cruas e cozidas; carnes cozidas, grelhadas, assadas e fritas;
vegetais crus ou cozidos, refogados ou fritos; frutas cruas, em compotas, assadas; purês; pastelaria;
sopas; bolos e doces em geral; óleos, margarinas;
Branda - possui menor quantidade de resíduo e todos os alimentos são modificados por co-
zimento ou mecanicamente (picados, ralados, moídos), para abrandar as fibras, dando-lhes consis-
tência menos sólida. Facilita a digestão, diminuindo o tempo de sua realização, motivo pelo qual é
também indicada para pacientes com restrição de mastigação. Preparações indicadas: saladas cozidas
(vegetais cozidos e temperados com molho simples); carnes cozidas, assadas e grelhadas; vegetais
cozidos e refogados; ovo quente, pochê ou cozido; frutas em forma de sucos, cozidas, assadas, com-
potas, bem maduras sem casca; torradas, biscoitos e pães não-integrais; pastelaria de forno; sopas;
óleos vegetais, margarinas (não utilizar frituras);
Pastosa - objetiva proporcionar certo repouso digestivo e facilitar a digestão. Indicada para pa-
cientes com falta de dentes, dificuldade de deglutição e àqueles em fase crítica de doenças crônicas
como insuficiência cardíaca e respiratória. As fibras são diminuídas ou modificadas pelo cozimento.
Preparações indicadas: leite e derivados (queijos cremosos, naturais ou coagulados); carnes moídas,
desfiadas ou souflês; ovo quente, pochê ou cozido; frutas (cozidas, em purês, em sucos); sopas (mas-
sas, legumes liquidificados, farinhas e canjas); arroz papa; pão e similares (torradas, biscoitos tipo
maizena); óleos vegetais, margarinas; creme de leite; sobremesas (sorvetes, geléia, gelatinas, doces
em pasta, cremes, frutas);
Semilíquida (líquido-pastosa) - objetiva manter o repouso digestivo ou atender às necessidades
do paciente quando de sua intolerância a alimentos sólidos. O valor calórico desse tipo de dieta é me-
nor do que o das anteriores, em vista da maior limitação dos alimentos permitidos e tipo de prepara-
ção. Preparações indicadas: água e infusos (café, chá, mate); sucos coados (de carnes, verduras e fru-
tas); purê de vegetais; caldos de carne e vegetais desengordurados; sopas espessadas, liquidificadas;
leite, coalhada, creme, queijos cremosos, margarinas; frutas em papa ou liquidificadas; sobremesas
(sorvetes, gelatinas e pudins);
Líquida completa - visa fornecer nutrientes que não exijam esforço nos processos de digestão
e absorção. Indicada quando se deseja um repouso gastrintestinal maior do que nos casos relatados
(pós-operatórios, transtornos gastrintestinais). Preparações indicadas: leite, iogurte, leite geleificado,
creme de leite; gelatinas, geléia de mocotó, sorvetes; bebidas (café, chá, chocolate, gemadas, suco de
frutas e vegetais coados); papas de cereais; sopas de vegetais liquidificados e coados; caldos (de car-
ne, de feijão); ovo quente; óleos vegetais, margarinas; creme de leite; alimentos espessantes (farinhas
pré-cozidas, isolados protéicos e clara de ovo);
Líquida restrita ou cristalina – esta é uma dieta muito restrita, geralmente utilizada no pré-ope-
ratório, pós-operatório ou em preparo de exames. Visando proporcionar o máximo repouso gastrin-
testinal, fornece um mínimo de resíduos. Por ter baixo valor nutritivo e calórico, não deve ser utilizada
por período superior a três dias. Preparações indicadas: água e infusos adocicados (chá, café e mate);
sucos de frutas coados; caldo de carnes e legumes coados; geléia de mocotó, picolés de suco de frutas
coadas, gelatina;

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Higiene e Profilaxia/Nutrição e Dietética
Modificações quanto à quantidade de resíduos - de acordo com a quantidade de resíduos que
oferecem, as dietas podem ser:
• Isentas de resíduos – quando se deseja obter um repouso gastrintestinal; Aplicabilidade:
pacientes com gastroenterites;
• Com pouco resíduo - quando se deseja obter um repouso gastrintestinal moderado; Aplica-
bilidade: pacientes em tratamento de diarreias moderadas;
• Ricas em resíduos - quando se deseja estimular o trânsito gastrintestinal. Aplicabilidade:
indicadas no tratamento de constipações intestinais.
Modificações quanto ao teor de nutrientes – independentemente de sua consistência, a dieta
pode apresentar diminuição, restrição ou aumento

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Higiene e Profilaxia/Nutrição e Dietética

18 – EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO

História Causal, higiene e profilaxia, terminologias, história natural das doenças e


epidemiologia.
1- Defina saúde e doença.
2- Faça um breve comentário sobre o que foi a história causal.
3- Defina história natural das doenças.
4- Qual a diferença entre período patogênico para o período pré–pategênico.
5- Conceitue prevenção e cite 4 exemplos de prevenção primária, secundária e terciária.
6- Diferencia doença transmissível de não transmissível e cite exemplos de ambas.
7- Comente sobre as 5 etapas da vigilância epidemiológica.
8- Enumere a primeira coluna com a segunda:
A-Dispneia
B-Epistaxe
C-Diurese Escoriações
D-Hidrocefalia
E-Adução
F-Afagia
G-Afasia
H-Afebril
I-Alopecia
J-Abdução
( ) Impossibilidade de falar ou entender a palavra falada.
( ) Dificuldade respiratória.
( ) Abrasão, erosão, perda superficial dos tecidos.
( ) Afastamento de um membro do eixo do corpo.
( ) Sem febre
( ) Secreção urinária.
( ) É a queda total ou parcial dos cabelos.
( ) Sangramento nasal.

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Higiene e Profilaxia/Nutrição e Dietética
( ) Aumento anormal da quantidade de líquidos na cavidade craniana.
( ) Impossibilidade de deglutir.
( ) Mover para o centro ou para a linha mediana.

9- Abaixo você encontra conceitos de terminologias estudadas, use-as corretamente.


Coleção de pus externa ou internamente-
Estado de inconsciência-
Visão dupla-
Ausência da eliminação urinária-
Falta de apetite, inapetência-
Inflamação da bexiga-
Desigualdade de diâmetro das pupilas-
Falta de menstruação-

10- O que significa estas terminologias?


Cianótico -
Anasarca -
Anemia -
Cistite -
Colecistite –
Analgesia -
Disseminado –
Anisocoria -
Coma -
Anúria -
Diplopia -
Ascite

Saneamentos de alimentos, artrópodes e roedores, RSS.


1- Quais são os perigos no saneamento de alimentos? Quem são eles?
2- Quais os fatores que favorecem o desenvolvimento de bactérias?

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Higiene e Profilaxia/Nutrição e Dietética
3- Quais as doenças causadas pelos artrópodes?
4- Quais as doenças causadas pelos roedores?
5- Quais as origens dos resíduos sólidos? E sua classificação?
6- Sobre a classificação dos RSS dos 5 grupos, fale sobre o grupo A, e suas subdivisões.
7- Fale sobre o grupo B, C, D e E.
8- Fale sobre o a segregação, acondicionamento e identificação dos RSS.

Equipamento de Proteção Individual e Coletiva


1- O que é EPI, e quais são os EPIs da cabeça, membros superiores e inferiores, tronco?
2- Quais são os EPCs?
3- O que é CIPA e quais são suas atribuições?

Atividades de grupos de nutrientes


Questão 1: A principal substância INORGÂNICA que encontramos nas células dos seres vivos é (são):
a) a água.
b) gorduras.
c) proteínas.
d) sais.
e) vitaminas.

Questão 2: (Pucrs 2004) Recentes descobertas sobre Marte, feitas pela NASA, sugerem que o Planeta
Vermelho pode ter tido vida no passado. Esta hipótese está baseada em indícios:
a) da existência de esporos no subsolo marciano.
b) da presença de uma grande quantidade de oxigênio em sua atmosfera.
c) de marcas deixadas na areia por seres vivos.
d) da existência de água líquida no passado.
e) de sinais de rádio oriundos do planeta.

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Higiene e Profilaxia/Nutrição e Dietética
Questão 3: A energia que usamos para realizar os movimentos provém da degradação dos alimentos
que ingerimos. Entre os nutrientes que ingerimos, indique o mais utilizado na produção desta
energia:
a) proteína;
b) carboidrato;
c) lipídio;
d) sais minerais;
e) água.

Questão 4: (Unesp 99) Os açúcares complexos, resultantes da união de muitos monossacarídeos, são
denominados polissacarídeos.
a) Cite dois polissacarídeos de reserva energética, sendo um de origem animal e outro de origem
vegetal.

Questão 5: (Cesgranrio 99) “A margarina finlandesa que reduz o COLESTEROL chega ao mercado ame-
ricano ano que vem.” (JORNAL DO BRASIL, 23/07/98)
“O uso de ALBUMINA está sob suspeita” (O GLOBO, 27/07/98)
“LACTOSE não degradada gera dificuldades digestivas” (IMPRENSA BRASILEIRA, agosto/98)

As substâncias em destaque nos artigos são, respectivamente, de natureza:


a) lipídica, protéica e glicídica.
b) lipídica, glicídica e protéica.
c) glicídica, orgânica e lipídica.
d) glicerídica, inorgânica e protéica.
e) glicerídica, protéica e inorgânica.

Questão 6: (Ufc 96) Na questão a seguir escreva no espaço apropriado a soma dos itens corretos.
Sobre as substâncias que compõem os seres vivos, é correto afirmar que:
01. os carboidratos, os lipídios e as vitaminas são fontes de energia para os seres vivos;
02. a água é a substância encontrada em maior quantidade nos seres vivos;
04. além de sua função energética, os carboidratos estão presentes na formação de algumas estrutu-
ras do seres vivos;
08. as gorduras constituem o principal componente estrutural dos seres vivos;

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Higiene e Profilaxia/Nutrição e Dietética
16. os seres vivos apresentam uma composição química mais complexa do que a matéria bruta, sendo
formados por substâncias orgânicas, como as proteínas, os lipídios, os carboidratos, as vitaminas
e os ácidos nucléicos.
Soma ( )

Questão 7: (Mackenzie 2002) São substâncias usadas preferencialmente como fonte de energia:
a) fosfolipídios e esteróides.
b) glicerídeos e polissacarídeos, como o amido.
c) proteínas e glicerídeos.
d) cerídeos e esteróides.
e) carotenóides e polissacarídeos, como a celulose.

Questão 8: (Ufc 2002) O colesterol tem sido considerado um vilão nos últimos tempos, uma vez que as
doenças cardiovasculares estão associadas a altos níveis desse composto no sangue. No entanto,
o colesterol desempenha importantes papéis no organismo.
Analise os itens a seguir.
I. O colesterol é importante para a integridade da membrana celular.
II. O colesterol participa da síntese dos hormônios esteróides.
III. O colesterol participa da síntese dos sais biliares.

Da análise dos itens, é correto afirmar que:


a) somente I é verdadeiro.
b) somente II é verdadeiro.
c) somente III é verdadeiro.
d) somente I e II são verdadeiros.
e) I, II e III são verdadeiros.

Questão 9: Complete a frase abaixo marcando em seguida a opção que contém as palavras corretas.
Os carboidratos, também chamados de _________________ ou hidratos de carbono, são mo-
léculas orgânicas que constituem a principal fonte de energia para os seres vivos. Com exceção
do __________, todos os carboidratos são de origem vegetal, e eles podem ser classificados em
monossacarídeos, dissacarídeos e ________________. Os ___________ apresentam átomos de
carbono em sua molécula e seus principais representantes são a glicose, frutose e ___________.

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Higiene e Profilaxia/Nutrição e Dietética
a)      Energéticos, carne, polissacarídeos, dissacarídeos, lactose.
b)      Açúcares, mel, polissacarídeos, monossacarídeos, galactose.
c)       Hidratos, ovos, oligossacarídeos, polissacarídeos, ácidos nucleicos.
d)      Substâncias estruturais, peixes, polissacarídeos, monossacarídeos, galactose.
e)      Polímeros, ovos, polissacarídeos, monossacarídeos, lactose.

Questão 10: Quanto aos carboidratos, assinale a alternativa incorreta.


a) Os glicídios são classificados de acordo com o tamanho e a organização de sua molécula em três
grupos: monossacarídeos, dissacarídeos e polissacarídeos.
b) Os polissacarídeos compõem um grupo de glicídios cujas moléculas não apresentam sabor adoci-
cado, embora sejam formadas pela união de centenas ou mesmo milhares de monossacarídeos.
c) Os dissacarídeos são constituídos pela união de dois monossacarídeos, e seus representantes
mais conhecidos são a celulose, a quitina e o glicogênio.
d) Os glicídios, além de terem função energética, ainda participam da estrutura dos ácidos nucleicos,
tanto RNA quanto DNA.
e) A função do glicogênio para os animais é equivalente à do amido para as plantas.

Questão 11: (UFR-RJ) As plantas e animais utilizam diversos componentes químicos na formação de
partes importantes de seus organismos ou na construção de estruturas importantes em sua so-
brevivência. A seguir estão citados alguns:
I – O esqueleto externo dos insetos é composto de um polissacarídeo.
II – As células vegetais possuem uma parede formada por polipeptídeos.
III – Os favos das colmeias são constituídos por lipídios.
IV – As unhas são impregnadas de polissacarídeos que as deixam rígidas e impermeabilizadas.
Estão corretas as afirmativas
a)      I e II.
b)      I e III.
c)       I e IV.
d)      II e III.
e)      II e IV.

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Higiene e Profilaxia/Nutrição e Dietética
Questão 12: (Uerj) O papel comum é formado, basicamente, pelo polissacarídeo mais abundante no
planeta. Este carboidrato, nas células vegetais, tem a seguinte função:
a)      Revestir as organelas.
b)      Formar a membrana plasmática.
c)       Compor a estrutura da parede celular.
d)      Acumular r