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Secretário de Educação
Frederico da Costa Amancio
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APRESENTAÇÃO
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A seguir propomos um conjunto de atividades e questões comentadas voltadas ao uso
da língua em interações efetivas, nas quais todos possam participar, assumir-se diante dos
demais como autores e, assim, aprender. As questões propostas consideram a matriz do
SAEPE que se organiza em seis eixos:
I. Práticas de leitura: D06, D07, D08, D09, D10, D11.
II. Implicações do suporte, do gênero, e/ou do enunciador na compreensão do texto:
D12, D13.
III. Relações entre textos: D14.
IV. Coesão e coerência: D16, D17, D18, D19, D21, D27.
V. Relações entre recursos expressivos e efeitos de sentido: D22, D23, D24, D25.
VI. Variação linguística: D26.
EXPLICITANDO OS DESCRITORES
A seguir, apresentamos uma atividade didática – adaptada dos Parâmetros na Sala de Aula
de Língua Portuguesa do Ensino Fundamental e Médio – que dialoga com alguns dos
descritores referentes ao eixo I – Práticas de leitura, além de sugestões de questões.
1º momento – motivação
Professor, pergunte a seus estudantes se eles já ouviram falar em Lúpus. Caso haja resposta
afirmativa a essa pergunta, vá explorando alguns detalhes sobre essa doença: como ela se
manifesta, que sintomas ela causa, qual é o tratamento etc. Caso a resposta seja negativa,
esclareça que Lúpus é uma doença.
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Vá orientando os estudantes a olharem toda a moldura, na qual o texto está inserido,
preenchendo o esquema a seguir:
a) nome do jornal: Folha de São Paulo
b) data: 10 de maio de 2013
c) caderno: opinião
d) seção: tendências e debates
e) localização na página: abaixo do texto “O Brasil faz história”.
f) autoria: Morton Scheinberg
g) título do texto: A conquista do Lúpus
A partir do título do texto, oriente também os estudantes a criarem expectativas de leitura,
com novas perguntas como:
Chame a atenção dos estudantes para o perfil do autor, situado ao final da página e do texto:
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MORTON SCHEINBERG, 68, doutor pela Universidade Boston e professor livre
docente da USP, é pesquisador do centro de pesquisas clínicas do Hospital Abreu
Sodré e clínico e reumatologista do Hospital Israelita Albert Einstein.
c) Como um texto, cujo assunto é uma doença, pode estar inserido no caderno de opinião e na
seção intitulada “Tendências e debates”?
Espera-se que os estudantes cheguem à conclusão de que o texto incluiu uma opinião médica sobre a doença,
assunto importante dentre os temas mais debatidos no país.
d) Sendo o autor do texto médico, que tipo de argumentação pode conter o texto para
justificar sua presença nesse caderno e nessa seção?
Os estudantes provavelmente pensarão na discussão de alguma questão médica como um novo tratamento, o
questionamento de algum procedimento, o levantamento de algum problema relacionado à doença, dentre
outros.
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(6) Nem todos os pacientes com lúpus apresentam as mesmas reações. O reumatologista irá
basear seu diagnóstico no conjunto de sintomas. A presença de alterações laboratoriais
presentes no lúpus podem ajudar a compor o diagnóstico, mas sozinhas não bastam para tanto.
(7) O tratamento do lúpus varia conforme a gravidade das manifestações clínicas. Nos casos
mais severos, utiliza-se anti-inflamatórios hormonais (cortisona) e drogas conhecidas como
imunessupressoras (controlam a excessiva produção de autoanticorpos).
(8) Nos últimos anos, o tratamento apresentou grandes avanços. Mas, nos 50 anos anteriores,
não houve introdução de medicamentos.
(9) Uma medicação aprovada para uso em transplantes conhecida como micofenolato mostrou
ser capaz de controlar o acometimento do rim na doença.
(10) Mais recentemente, dois novos grupos de medicamentos dirigidos contra a célula B
produtora de anticorpos mostraram-se eficazes para controlar a progressão da doença. O
primeiro deles passará a ser usado no Brasil a partir de junho. O segundo foi divulgado no
Congresso Mundial de Lúpus, há duas semanas, por investigadores do Hospital Abreu Sodré.
(11) Esse hospital, parte do complexo da AACD (Associação de Assistência à Criança
Deficiente em São Paulo), por meio de pesquisas clínicas, tem sido um dos principais centros
no mundo a colaborar na obtenção de conhecimentos para o alívio dos pacientes portadores da
doença.
(12) Hoje, Dia Internacional de Atenção ao Paciente Portador de Lúpus, há muito para se
comemorar. Não estamos mais diante de uma doença devastadora. O fardo físico, emocional e
financeiro está diminuindo. Estamos próximos da conquista da doença.
MORTON SCHEINBERG, 68, doutor pela Universidade Boston e professor livre docente da USP, é pesquisador do centro de pesquisas
clínicas do Hospital Abreu Sodré e clínico e reumatologista do Hospital Israelita Albert Einstein
c) indiquem quais são o tempo e o modo verbais escolhidos pelo autor, ao fazer a
exposição sobre o Lúpus.
Presente do indicativo.
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Professor, é importante levar os estudantes a perceberam que, como o objetivo de um texto
expositivo é “levar o outro a saber”, geralmente, esses textos seguem uma progressão
temática, o que contribui para torná-los mais coerentes e mais didáticos. Além disso, os
gêneros do expor utilizam recursos linguísticos que os tornam mais objetivos e com maior
credibilidade.
b) encontrem uma pista linguística que mostre a mudança do EXPOR para o RELATAR
O tempo do verbo passou de presente para pretérito.
c) indiquem a qual subtópico da progressão temática está associado o relato feito pelo autor
Ao subtópico “tratamento”.
(12) Hoje, Dia Internacional de Atenção ao Paciente Portador de Lúpus, há muito para se
comemorar. Não estamos mais diante de uma doença devastadora. O fardo físico, emocional
e financeiro está diminuindo. Estamos próximos da conquista da doença.
Após reler o último parágrafo, explique aos estudantes que se tem nesse parágrafo uma
ARGUMENTAÇÃO, já que é evidente um posicionamento do autor, ou seja, há uma opinião
sobre um determinado aspecto da doença Lúpus. Peça-lhes, então, que:
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7º momento – entendendo a composição tipológica do texto.
Retome com os estudantes as 3 tipologias textuais presentes no texto: o EXPOR, o
RELATAR e o ARGUMENTAR. Ajude seus estudantes a entenderem a função da cada uma
dessas tipologias para a construção do sentido do texto. Para tanto, questione:
c) Por que o último parágrafo justifica o caderno e a seção do jornal em que o texto foi
inserido?
Porque nesse parágrafo se encontram a tese e os argumentos do autor no que se refere à “conquista” do Lúpus.
Professor, sugerimos que finalize a reflexão até aqui proposta, solicitando ainda que os
estudantes reflitam sobre as estruturais argumentativas e o que as diferenciam das estruturas
factuais, explorando, desse modo, o descritor distinguir fato de opinião.
SUGESTÕES DE QUESTÕES
QUESTÃO 01 (PUC-MG)
ANÚNCIOS: “Se sua sogra é uma joia... temos o melhor estojo (Funerária Sousa)”; “Vndo
máquina d scrvr com falta d uma tcla”; “Dãoce aulas de hortografya”.
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Gabarito: C / D-06 e D07
Para o entendimento dessa questão é necessário que o estudante perceba, no percurso do texto, uma informação
que, explicitamente, consta na sua superfície (as letras incompletas). Mas é preciso que ele perceba, também, a
intencionalidade discursiva produzida pela ausência dessas letras (causadoras do humor), que foram,
intencionalmente, retiradas.
QUESTÃO 02 (UPE-2012)
Fonte: QUINO. Toda Mafalda: da primeira à última tira. São Paulo: Martins Fontes, 2001.
Gabarito: D/ D-07
A questão apresentada exige a leitura dos elementos verbais e também dos não verbais para que a partir da
leitura crítica dos textos o estudante use seus conhecimentos de mundo e chegue à alternativa correta.
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QUESTÃO 03
Escrever exige estudo sério.
A ideia de que algumas indicações e truques rápidos de última hora podem solucionar
problemas de produção de textos tem enganado os apressados e enriquecido muitos donos de
escola e cursinhos.
Muitos professores oferecem uma espécie de formulário do que seria um bom texto para que o
estudante preencha as lacunas, acreditando que prescrever esse procedimento é promover o
ensino da escrita.
Fórmulas pré-fabricadas de textos e “dicas” isoladas apenas contribuem para a montagem de
um texto defeituoso, truncado, artificial, em que a voz do autor se anula para dar lugar a
clichês, chavões, frases feitas e pensamentos alheios.
A autoria vem das escolhas pessoais dentro das possibilidades da língua. Escrever bem é o
resultado de um percurso constituído de muita prática, muita reflexão e muita leitura. É uma
ação em que o sujeito se envolve de forma total, com sua bagagem de conhecimentos e
experiências sobre o mundo e sobre a linguagem. Não existem esquemas prévios ou roteiros
infalíveis que possam substituir tal envolvimento. É a voz do indivíduo que orienta o texto.
Exercícios esporádicos de produção de pequenos trechos não formam um bom redator. É
necessário escrever sempre, escrever sobre assuntos diversos, escrever com diversos
objetivos, escrever em diversas situações.
Associadas a muita prática, as “dicas” fornecidas a partir de dificuldades reais vivenciadas na
produção de textos podem ser úteis, esclarecedoras, iluminadoras. Quando estão isoladas de
uma prática intensa, não ajudam em nada.
(Lucília Garcez. Técnica de Redação – o que é preciso saber para bem escrever. São Paulo:
Martins Fontes, 2002, pp. 5-6. Adaptado.)
02. A autora afirma que: “A autoria [dos textos] vem das escolhas pessoais dentro das
possibilidades da língua.” Nessa afirmação está contida a ideia de que (D-09):
A) quem escreve é totalmente autônomo para tomar suas decisões.
B) não existem limites para as criações pessoais do escritor.
C) existem raras possibilidades linguísticas de escolhas pessoais.
D) a língua constitui um parâmetro que regula seus usos.
E) as possibilidades oferecidas pela língua anulam as escolhas pessoais.
O anúncio publicitário está intimamente ligado ao ideário de consumo quando sua função é
vender um produto. No texto apresentado, utilizam-se elementos linguísticos e
extralingüísticos para divulgar a atração “Noite do Terror”, de um parque de diversões. O
entendimento da propaganda requer do leitor
A) a identificação com o público-alvo a que se destina o anúncio.
B) a avaliação da imagem como uma sátira às atrações de terror.
C) a atenção para a imagem da parte do corpo humano selecionada aleatoriamente
D) o reconhecimento do intertexto entre a publicidade e um dito popular.
E) a percepção do sentido literal da expressão “noites do terror”, equivalente à expressão
noites de terror”.
Gabarito: D/ D-07
Para que o estudante compreenda essa questão é fundamental uma leitura dos elementos verbais e também dos
não verbais para que, a partir da leitura crítica dos textos, ele use seus conhecimentos de mundo e chegue à
alternativa correta. É preciso também compreender a função do adjetivo na composição do gênero textual
(anúncio publicitário).
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SIMURRO, S. A. B. Ser gentil é ser saudável. Disponível em: http://www.abqv.org.br. Acesso em: 22 jun. 2006
(adaptado).
Gabarito: E D-07
Para que o estudante compreenda essa questão é fundamental uma leitura dos elementos verbais e também dos
não verbais para que, a partir da leitura crítica dos textos, ele use seus conhecimentos de mundo e chegue à
alternativa correta. É preciso também compreender a função do adjetivo na composição do gênero textual
(anúncio publicitário).
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Gabarito: E/ D-09
O uso desse tipo de questão possibilita identificar do que trata o texto, com base na compreensão do seu sentido
global, estabelecido pelas múltiplas relações entre as partes que o compõem. Isso é feito ao relacionarem-se
diferentes informações para construir o sentido completo do texto.
Gabarito: B/ D-10
Esse tipo de questão possibilita que o aluno identifique uma opinião sobre um fato apresentado. É importante
que ele tenha uma visão global do texto e do que está sendo solicitado no enunciado do item.
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têm uma sobrevida menor”, acredita Claudia Cozer, endocrinologista da Associação
Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica. Mas, se há cinco anos os
estudos projetavam um futuro sombrio para os jovens, no cenário atual as doenças que viriam
na velhice já são parte da rotina deles. “Os adolescentes já estão sofrendo com hipertensão e
diabete”, exemplifica Claudia.
DESGUALDO, P. Revista Saúde. Disponível em: http://saude.abril.com.br. Acesso em: 28 jul. 2012 (adaptado).
Gabarito: A/ D-10
Neste texto, a diferença entre o fato e a opinião relativa a ele está bem marcada, o que facilita a tarefa do aluno.
Assim, é importante que o estudante tenha uma visão global do texto, a fim de pó der estimar a capacidade do
aluno para fazer tal distinção.
EXPLICITANDO OS DESCRITORES
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SUGESTÕES DE QUESTÕES
Gabarito: C / D-12
Esse tipo de questão possibilita a habilidade de o aluno reconhecer, na leitura de gêneros textuais diferenciados,
o tipo e a função social dos textos: informar, convencer, advertir, instruir, explicar, comentar, divertir, solicitar,
recomendar etc.
Gabarito: B / D-13
O entendimento bem sucedido desse tipo de texto depende da identificação das intenções pretendidas pelo autor.
Assim, o reconhecimento dos elementos linguísticos e outros contextuais funcionam como pistas para a
identificação da finalidade pretendida pelo texto (informar, convencer, advertir, instruir, explicar, comentar,
divertir, solicitar, recomendar etc.).
EXPLICITANDO OS DESCRITORES
O eixo III – Relações entre textos – é formado por apenas um descritor, o D14 –
Reconhecer semelhanças e/ou diferenças de ideias e opiniões na comparação entre textos
que tratem da mesma temática. Sabemos que a intertextualidade é um princípio inerente à
comunicação humana. Nenhum texto é construído num vácuo comunicativo, mas todos são
respostas a exigências sociais que se impõem para que haja interação, assim como são
recorrentes, ou seja, baseiam-se em outros gêneros já existentes.
SUGESTÕES DE QUESTÕES
O texto aponta no quadro de Tarsila do Amaral um tema que também se encontra nos
versos transcritos em:
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com seu salário de fome (Fernando Pessoa)
sua vida fechada em arquivos.”
(Ferreira Gullar) (E) “Os inocentes do Leblon
Não viram o navio entrar (...)
(D) “Não sou nada. Os inocentes, definitivamente inocentes
Nunca serei nada. tudo ignoravam,
Não posso querer ser nada. mas a areia é quente, e há um óleo suave
À parte isso, tenho em mim todos os que eles passam pelas costas, e aquecem.”
sonhos do mundo.” (Carlos Drummond de Andrade)
Gabarito: B / D-14
Para a compreensão da questão é necessário que o estudante reconheça a intertextualidade presente entre a
pintura de Tarsila do Amaral e o trecho do poema de João Cabral de Melo Neto; percebendo as semelhanças ou
diferenças de ideias em textos que tratem da mesma temática.
Charge 01 Charge 02
Gabarito: D / D-14
A questão apresentada exige a leitura dos elementos verbais e também dos não verbais para que a partir da
leitura crítica dos textos o estudante use seus conhecimentos de mundo e chegue à alternativa correta.
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EXPLICITANDO OS DESCRITORES
SUGESTÕES DE QUESTÕES
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estudo. "Não havia uma prova de princípio mostrando que essa estratégia iria funcionar. Essa
mutação fornece a prova que faltava", conclui.
(7) Outra descoberta embutida nesse estudo é um mecanismo biológico que liga o mal de
Alzheimer à demência senil generalizada, que provoca falhas de memória em pessoas muito
idosas. Antes, acreditava-se que a doença não tivesse relação com o declínio de capacidades
cognitivas no envelhecimento. Eram duas situações diferentes e desconectadas. No entanto, os
cientistas viram que a mutação do gene que protege contra o Alzheimer também ajuda as
pessoas com problemas de memória em idade avançada.
(8) "Nossos resultados sugerem que a doença de Alzheimer com início tardio seria o lado
extremo do declínio de funções cognitivas ligadas à idade", afirma Stefánsson. Segundo o
cientista, estudar portadores da mutação também pode ajudar na criação de tratamentos.
"Podemos medir o nível de beta-amiloides [as moléculas que podem se acumular nos
neurônios] no sangue dessas pessoas para saber quão longe é preciso ir em um tratamento
antes de se verificar um efeito terapêutico."
Ao longo do Texto, são usadas palavras e expressões que conectam diferentes partes
dele, ajudando a promover a sua coesão e a construir os efeitos de sentido pretendidos
pelo autor. Em relação ao uso desses conectivos, assinale a alternativa CORRETA.
A) A expressão “Em outras palavras” (3º parágrafo), a qual poderia ser substituída por “isto é”
ou “ou seja”, anuncia uma paráfrase do que foi dito anteriormente e ajuda o leitor a
sintetizar as ideias apresentadas no parágrafo.
B) No trecho “Essas moléculas, quando se unem em grandes quantidades, formam fibras...”
(3º parágrafo), o conectivo destacado introduz segmento de valor condicional.
C) O conectivo “E” (5º parágrafo) funciona no texto conectando ideias opostas, adversas: a
presença da mutação protetora em algumas pessoas versus sua ausência na indústria
farmacêutica.
D) A expressão “No entanto” (7º parágrafo), a qual equivale, no contexto em que se insere, a
“portanto”, tem caráter conclusivo: anuncia mais um resultado da pesquisa dos cientistas
sobre o mal de Alzheimer.
E) O conectivo “Segundo” (8º parágrafo), que indica conformidade, pode ser substituído, sem
prejuízos semânticos, pela expressão “Em relação a”.
EXPLICITANDO OS DESCRITORES
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Diferenciar as partes principais das secundárias em um texto. O D19 apresentou um
índice de acerto nas avaliações do SAEPE 2014 de 42,5%, classificado na categoria
intermediária. Assim consideramos que deve ser intensificado o trabalho com gêneros da
ordem do argumentar, como apontam as atividades sugeridas:
A seguir, apresentamos uma atividade didática – adaptada dos Parâmetros na Sala de Aula
de Língua Portuguesa do Ensino Fundamental e Médio – que dialoga com alguns dos
descritores referentes ao eixo IV – Coesão e Coerência.
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1º momento– Relacionando sinalizações verbais e não verbais
Professor, proponha inicialmente a leitura da imagem central da propaganda, o homem
dinossauro sentado a uma mesa de trabalho. Os estudantes devem construir suas hipóteses de
leitura, atentando para algumas pistas como seu gesto de mão e sua cabeça de dinossauro. Em
seguida, devem buscar relacionar essa imagem às sinalizações verbais postas acima da
imagem – “Xiiiii!!!! Acabei de enviar o email pra todo mundo. E agora?”e “Essa era já era”.
Ou seja, o homem apresenta-se como um dinossauro, alguém que pertence a uma “era pré-
histórica”, pois está desatualizado no que diz respeito ao uso de uma tecnologia. Seu gestual,
sua fala indicam que ele foi surpreendido por uma operação feita de forma equivocada. O
equívoco poderia ser evitado se ele tivesse um programa de controle da informação mais
avançado. O texto na caixa à direita detalha as vantagens do novo produto à venda.
PAIXÃO E TRANSGÊNICOS
A ideia de travar um debate racional e sereno acerca da utilização de organismos
geneticamente modificados (OGMs), os populares transgênicos, tornou-se uma
impossibilidade prática. Contendores de ambos os lados argumentam de forma tão apaixonada
que acabam contaminando a própria racionalidade. Nessa confusão, é o consumidor que fica
sem saber para que lado ir.
Há dois tipos de riscos associados aos OGMs. Poderiam afetar tanto a saúde humana como o
ambiente.
No primeiro tópico, uma das maiores preocupações dos pesquisadores é com as alergias.
Imagine-se um novo tipo de milho que utilize um gene tirado do amendoim. Pouca gente é
alérgica a milho, mas número não desprezível o é ao amendoim. Existe a possibilidade de que
a pessoa alérgica ao amendoim consuma o milho transgênico e sofra então um choque
anafilático. Os cientistas estão atentos ao problema das alergias, e não surgiram indícios de
que elas ocorram em níveis significativos.
Um outro risco teórico ao consumo de OGMs é que ele leve a complicações desconhecidas
por conta do que os cientistas chamam de efeito pliotrópico. Mais uma vez, no mundo real
não há evidências de que isso ocorra. Os transgênicos estão nas mesas dos norte-americanos
já há 5 anos sem que tenham sido constatadas anormalidades.
Sobre o ambiente, as razões para o temor são mais sólidas. Há estudos ainda inconclusos que
demonstraram que a introdução de um OGM pode afetar outras espécies. Aqui, lida-se com
uma cadeia longa e desconhecida de interações entre espécies. A possibilidade de ocorrerem
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surpresas é considerável. Para agir com propriedade, seria preciso avaliar OGMs caso a caso,
e sempre no ecossistema em que serão introduzidos.
Do mesmo modo que os adversários dos transgênicos não foram capazes de demonstrar de
modo irrefutável seus malefícios, os defensores da utilização desses produtos ainda não
demonstraram de modo cabal a sua vantagem. As perspectivas teóricas são de fato
interessantes. Incluem a diminuição ou até eliminação do uso de agrotóxicos e, para os
chamados transgênicos de segunda geração, o aprimoramento do valor nutricional dos
alimentos, como no caso do Arroz Dourado, enriquecido com betacaroteno, um precursor da
vitamina A. No limite, poderiam até ser criadas vacinas ingeríveis.
Na prática, porém, os ganhos de produtividade foram bem mais modestos. A crer nos
fabricantes, não foram suficientes nem para compensar o custo da rotulagem obrigatória, que
muitos, inclusive esta Folha, defendem. Por menores que sejam os riscos de consumir OGMs,
eles em teoria existem. Isso basta para que se garanta a cada consumidor o direito de decidir
se quer ou não comer a “comida frankenstein”, como foram apelidados os transgênicos.
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2º momento– Avaliando escolhas lexicais
O texto lido possibilita outro importante exercício analítico: o de avaliar escolhas lexicais
relevantes e seus efeitos de sentido (EA13 – L). Diante de um tema complexo e que divide
opiniões, o editorialista da Folha, como vimos, preferiu apresentar os dois lados da polêmica,
posicionando-se subliminarmente em alguns trechos, como, por exemplo, ao utilizar, em
referência aos transgênicos, o termo “comida Frankenstein”. Observe que a simples seleção
de uma palavra pode nos permitir construir hipóteses sobre o posicionamento assumido em
um texto. Outras escolhas linguísticas são reveladoras desse posicionamento como a
recorrência do adjetivo “teórico” (“riscos teóricos”; “perspectivas teóricas”; ou ainda “os
riscos, em teoria, existem”), que reforça a ideia, antecipada no título e no primeiro parágrafo
do texto, de que o debate em torno do tema é, ainda, inicial, devendo-se evitar
posicionamentos “apaixonados”, em defesa dos OGMs, ou contra eles.
Outra escolha relevante é a da palavra “contendores” (de contenda= disputa), que constrói
uma representação metafórica das argumentações, dos debates de ideias como “uma guerra”,
uma disputa na qual os argumentos são as armas. É uma escolha significativa no texto, pois
reafirma a tese de que a discussão “apaixonada” de posicionamentos em torno do tema é
prejudicial ao consumidor, que deve estar bem esclarecido para tomar sua decisão. Outra
escolha lexical relevante é a do substantivo “paixão”, no título. Ao final da leitura do texto,
seria importante que os aprendizes soubessem inferir o sentido desse título, relacionando-o ao
conteúdo do texto.
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SUGESTÕES DE QUESTÕES
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2. Marcus Bastos em 15/08/2012 às 14h40
D. Pedro II nunca censurou as noticias que o criticavam e nem as charges que o
ridicularizavam, pq entendia que ele, apesar de imperador, era uma pessoa
pública e não podia impedir a opinião que dele tinham o povo.
....................................................................................................................
O comentário não representa a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da
mensagem.
Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/opiniao/1137375-editorial-censura-privada.shtml.
(Adaptado)
Gabarito: A / D-19
Esse tipo de questão possibilita a habilidade de o aluno reconhecer o ponto de vista ou a ideia central defendida
pelo autor. A tese é uma proposição teórica de intenção persuasiva que deve ser apoiada em argumentos
construídos sobre o assunto abordado.
QUESTÃO 15
Animais no espaço
Vários animais viajaram pelo espaço como astronautas. Os russos já usaram cachorros em
suas experiências. Eles têm o sistema cardíaco parecido com o dos seres humanos. Estudando
o que acontece com eles, os cientistas descobrem quais problemas podem acontecer com as
pessoas.
A cadela Laika, tripulante da Sputnik-2, foi o primeiro ser vivo a ir ao espaço, em novembro
de 1957, quatro anos antes do primeiro homem, o astronauta Gagarin.
Os norte-americanos gostam de fazer experiências científicas espaciais com macacos, pois o
corpo deles se parece com o humano. O chimpanzé é o preferido porque é inteligente e
convive melhor com o homem do que as outras espécies de macacos. Ele aprende a comer
alimentos sintéticos e não se incomoda com a roupa espacial. Além disso, os macacos são
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treinados e podem fazer tarefas a bordo, como acionar os comandos das naves, quando as
luzes coloridas acendem no painel, por exemplo.
Enos foi o mais famoso macaco a viajar para o espaço, em novembro de 1961, a bordo da
nave Mercury/Atlas 5. A nave de Enos teve problemas, mas ele voltou são e salvo, depois de
ter trabalhado direitinho. Seu único erro foi ter comido muito depressa as pastilhas de banana
durante as refeições.
(Folha de São Paulo, 26 de janeiro de 1996)
Gabarito: C / D-19
Para a compreensão dessa questão é necessário o uso de um texto dissertativo-argumentativo, no qual uma
determinada posição ou ponto de vista são defendidos e propostos como válidos para o leitor. Ela também
possibilita o reconhecimento de tipos de argumentos necessários para a construção de uma proposição teórica
(tese) bem fundamentada.
O teatro de etiqueta
No século XV, quando se instalavam os Estados nacionais e a monarquia absoluta na Europa,
não havia sequer garfos e colheres nas mesas de refeição: cada comensal trazia sua faca para
cortar um naco da carne – e, em caso de briga, para cortar o vizinho. Nessa Europa bárbara,
que começava a sair da Idade Média, em que nem os nobres sabiam escrever, o poder do rei
devia se afirmar de todas as maneiras aos olhos de seus súditos como uma espécie de teatro.
Nesse contexto surge a etiqueta, marcando momento a momento o espetáculo da realeza: só
para servir o vinho ao monarca havia um ritual que durava até dez minutos. Quando Luís XV,
que reinou na França de 1715 a 1774, passou a usar lenço não como simples peça de
vestuário, mas para limpar o nariz, ninguém mais na corte de Versalhes usou assoar-se com os
dedos, como era costume. Mas todas essas regras, embora servissem para diferenciar a
nobreza dos demais, não tinham a petulância que a etiqueta adquiriu depois. Os nobres
usavam as boas maneiras com naturalidade, para marcar uma diferença política que já existia.
E representavam esse teatro da mesma forma para todos. Depois da Revolução Francesa, as
pessoas começaram a aprender etiqueta para ascender socialmente. Daí por que ela passou a
ser usada de forma desigual – só na hora de lidar com os poderosos.
Revista Superinteressante, Junho 1988, nº 6 ano 2
Nesse texto, o autor defende a tese de que:
a) a etiqueta sempre foi um teatro apresentado pela realeza.
b) a etiqueta tinha uma finalidade democrática antigamente.
c) as classes sociais se utilizam da etiqueta desde o século XV.
d) as pessoas evoluíram a etiqueta para descomplicá-la.
e) a etiqueta mudou, mas continua associada aos interesses do poder.
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Gabarito: E / D-19
Para a compreensão desse tipo de questão é necessário que o aluno entenda que a exposição da tese constitui
uma estratégia discursiva do autor para mostrar a relevância ou consistência de sua posição e, assim, ganhar a
adesão do leitor.
EXPLICITANDO OS DESCRITORES
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apontam para o talento do artista em elaborar imagens e representações metafóricas a partir do
uso criativo e sensível da linguagem. As atividades abaixo estão voltadas para o trabalho de
apreciação desses recursos no texto.
Sugerimos que você, professor, num primeiro momento desta atividade, motive os estudantes
a se manifestarem sobre como interpretaram o poema. A partir das contribuições deles,
promova uma mediação “facilitadora” da leitura. É possível que seja necessário situar o texto
no tempo, indicando que, ao escrevê-lo, o poeta remete a uma das maiores tragédias do século
XX: o ataque nuclear a Hiroshima e Nagasaki, duas importantes cidades japonesas,
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acontecido em agosto de 1945, no fim da Segunda Guerra Mundial. Em algum momento da
atividade, seria interessante apresentar a imagem acima, que deve ser relacionada à metáfora
imagética que o poema constrói. Para uma mediação que auxilie recuperar, sobretudo, as
imagens poéticas do texto, propomos as perguntas abaixo:
3. Nos primeiros versos do poema, o poeta pede que pensemos nas crianças, meninas,
mulheres, vítimas da bomba. Que expressões caracterizam as vítimas da guerra? Explique o
sentido dessas expressões.
Os adjetivos podem ser lidos como referência aos terríveis traumas psicológicos (“mudas / telepáticas”) ou
físicos (“cegas / inexatas”), deixados pela guerra. A qualificação das mulheres como “rotas alteradas” faz
referência às alterações genéticas que se verificaram, tempos depois, nos filhos das mulheres que sofreram a
guerra atômica.
4. Nos últimos versos do poema, o poeta qualifica a Rosa de Hiroshima como uma antirrosa.
Que adjetivos são utilizados no texto para qualificar a rosa? Como você compreende esses
adjetivos?
A rosa hereditária, radioativa – os adjetivos fazem referência ao poder destrutivo da bomba, às deformações
genéticas que deixou em muitas gerações. A rosa estúpida e inválida – com essa adjetivação o poeta condena a
bomba, a guerra. A bomba é a rosa “sem cor, sem perfume, sem rosa, sem nada” – a bomba é a rosa que não é
rosa.
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A canção de Luis Gonzaga fala do retirante da seca, que tendo que abandonar sua terra, leva-a
consigo, dentro de si. A metáfora do ser humano como um “recipiente” – dentro do qual se
encontram valores (como a coragem) lembranças e, sobretudo, uma cultura, toda a tradição da
sua gente, está colocada na expressão metafórica (“Xote, maracatu e baião/ Tudo isso eu
trouxe no meu matolão). O verso entre parênteses é também uma construção metonímia, na
medida em que estabelece relação entre a música e os instrumentos que a executam.
Cordel do Fogo Encantado– Grupo surgido no final dos anos 90 em Arcoverde (PE), cujo trabalho
mescla música, teatro, poesia. O grupo lançou, com banda de mesmo nome, seu primeiro CD, em
2001 e se desfez em 2010.
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“aventura”; as traições do amor como “dois corações bandidos”; as histórias de amor vividas
como “episódios de um filme” etc. Vários elementos do universo do cinema são trabalhados
nessa bela composição musical para representar a experiência amorosa: tipos de personagens
(bandido), gêneros de filme (comédia, drama, aventura); técnicas (luz e sombra, Zoom);
reações provocadas no expectador (o suspense, a alegria/felicidade, dor de barriga, dúvida);
certos ritos (comer pipoca, chupar bala no cinema). Ao propor a leitura desse texto com foco
nas construções metafóricas, lembre-se, professor, de que os textos, particularmente os
literários, podem receber diferentes interpretações. Portanto, motive os estudantes a interagir
com os textos.
SUGESTÕES DE QUESTÕES
O livro da solidão
Os senhores todos conhecem a pergunta famosa universalmente repetida: "Que livro
escolheria para levar consigo, se tivesse de partir para uma ilha deserta...?". Vêm os que
acreditam em exemplos célebres e dizem naturalmente: "Uma história de Napoleão." Mas
uma ilha deserta nem sempre é um exílio... Pode ser um passatempo...
Os que nunca tiveram tempo para fazer leituras grandes, pensam em obras de muitos
volumes. É certo que numa ilha deserta é preciso encher o tempo... E lembram-se das Vidas
de Plutarco, dos Ensaios de Montaigne, ou, se são mais cientistas que filósofos, da obra
completa de Pasteur. Se são uma boa mescla de vida e sonho, pensam em toda a produção de
Goethe, de Dostoievski, de Ibsen. Ou na Bíblia. Ou nas Mil e uma noites.
Pois eu creio que todos esses livros, embora esplêndidos, acabariam fatigando; e, se
Deus me concedesse a mercê de morar numa ilha deserta (deserta, mas com relativo conforto,
está claro — poltronas, chá, luz elétrica, ar condicionado) o que levava comigo era um
Dicionário. Dicionário de qualquer língua, até com algumas folhas soltas; mas um Dicionário.
Não sei se muita gente haverá reparado nisso — mas o Dicionário é um dos livros
mais poéticos, se não mesmo o mais poético dos livros. O Dicionário tem dentro de si o
Universo completo. Logo que uma noção humana toma forma de palavra — que é o que dá
existência às noções — vai habitar o Dicionário. As noções velhas vão ficando, com seus
sestros de gente antiga, suas rugas, seus vestidos fora de moda; as noções novas vão
chegando, com suas petulâncias, seus arrebiques, às vezes, sua rusticidade, sua grosseria. E
tudo se vai arrumando direitinho, não pela ordem de chegada, como os candidatos a lugares
nos ônibus, mas pela ordem alfabética, como nas listas de pessoas importantes quando não se
quer magoar ninguém...
O Dicionário é o mais democrático dos livros. Muito recomendável, portanto, na
atualidade. Ali, o que governa é a disciplina das letras. Barão vem antes de conde, conde antes
de duque, duque antes de rei. Sem falar que antes do rei também está o presidente. O
Dicionário responde a todas as curiosidades, e tem caminhos para todas as filosofias. Vemos
as famílias de palavras, longas, acomodadas na sua semelhança, — e de repente os vizinhos
tão diversos! Nem sempre elegantes, nem sempre decentes, — mas obedecendo à lei das
letras, cabalística como a dos números...
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O Dicionário explica a alma dos vocábulos: a sua hereditariedade e as suas mutações.
E as surpresas de palavras que nunca se tinham visto nem ouvido! Raridades, horrores,
maravilhas... Tudo isto num dicionário barato — porque os outros têm exemplos, frases que
se podem decorar, para empregar nos artigos ou nas conversas eruditas, e assombrar os
ouvintes e os leitores...
A minha pena é que não ensinem as crianças a amar o Dicionário. Ele contém todos os
gêneros literários, pois cada palavra tem seu halo e seu destino — umas vão para aventuras,
outras para viagens, outras para novelas, outras para poesia, umas para a história, outras para
o teatro. E como o bom uso das palavras e o bom uso do pensamento são uma coisa só e a
mesma coisa, conhecer o sentido de cada uma é conduzir-se entre claridades, é construir
mundos tendo como laboratório o Dicionário, onde jazem, catalogados, todos os necessários
elementos.
Eu levaria o Dicionário para a ilha deserta. O tempo passaria docemente, enquanto eu
passeasse por entre nomes conhecidos e desconhecidos, nomes, sementes e pensamentos e
sementes das flores de retórica. Poderia louvar melhor os amigos, e melhor perdoar os
inimigos, porque o mecanismo da minha linguagem estaria mais ajustado nas suas molas
complicadíssimas. E, sobretudo, sabendo que germes podem conter uma palavra, cultivaria o
silêncio, privilégio dos deuses, e ventura suprema dos homens.
(Cecília Meireles. Texto disponível em:http://www.releituras.com/cmeireles_olivro.asp. Acesso em 25/11/2010.
Adaptado.)
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QUESTÃO 18 (PUC-PR 2009)
Considere o seguinte poema de Manuel Bandeira, observando os comentários que se seguem
a ele:
IRENE NO CÉU
Irene preta
Irene boa
Irene sempre de bom humor.
Imagino Irene entrando no céu:
- Licença, meu branco!
E São Pedro bonachão:
- Entra, Irene. Você não precisa pedir licença.
Fonte: BANDEIRA, Manuel: Meus Poemas Preferidos. Rio de Janeiro, Ediouro, 2007, p. 87.
I. O poema é uma declaração de respeito a uma senhora negra, com destaque para os traços do
seu caráter – bondade, alegria, simpatia, fidelidade. Porém, a referência ao “céu” como um
espaço onde (apenas depois da morte) não há discriminação (“Entra, Irene. Você não precisa
pedir licença”), deixa entrever as possíveis dificuldades da personagem em sua vida, o que dá
a esse poema, doce e terno, também uma tonalidade de certa crítica social.
II. “Irene no céu” é um poema de uma só estrofe de sete versos rigidamente metrificados. Há
grande riqueza metafórica presente, por exemplo, na descrição de São Pedro como
representação figurada do típico senhor de escravos e sua forma peculiar de se dirigir a seus
comandados. Além disso, do ponto de vista formal, chama a atenção, no que diz respeito ao
léxico, o uso de expressões eruditas e típicas da alta cultura letrada.
(PUC-PR2009) Assinale:
A) Se todas estiverem corretas. D) Se apenas I e III estiverem corretas.
B) Se apenas II e III estiverem corretas. E) Se apenas II estiver correta.
C) Se apenas I e II estiverem corretas.
Gabarito: D / D-24
Esse tipo de questão possibilita a habilidade do aluno em identificar o efeito de sentido decorrente das variações
relativas aos padrões gramaticais da língua e como esses efeitos discursivos são produzidos para alcançar certos
efeitos intencionais.
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QUESTÃO 19 (ENEM 2013)
Querô
DELEGADO — Então desce ele. Vê o que arrancam desse sacana.
SARARÁ — Só que tem um porém. Ele é menor.
DELEGADO — Então vai com jeito. Depois a gente entrega pro juiz. (Luz apaga no delegado
e acende no repórter, que se dirige ao público.)
REPÓRTER — E o Querô foi espremido, empilhado, esmagado de corpo e alma num
cubículo imundo, com outros meninos. Meninos todos espremidos, empilhados, esmagados de
corpo e alma, alucinados pelos seus desesperos, cegados por muitas aflições. Muitos meninos,
com seus desesperos e seus ódios, empilhados, espremidos, esmagados de corpo e alma no
imundo cubículo do reformatório. E foi lá que o Querô cresceu.
MARCOS, P. Melhor teatro. São Paulo: Global, 2003 (fragmento).
Gabarito: A / D-24
Para a compreensão dessa questão é necessário que o estudante perceba que as escolhas que fazemos para a
elaboração de um texto respondem a intenções discursivas específicas, sejam escolhas de palavras, sejam
escolhas de estruturas morfológicas ou sintáticas.
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Ao criar a palavra “embromatologia” (l 6.), o autor pretende ser:
Gabarito: E / D-25
Para a compreensão dessa questão é necessário que o aluno perceba que a alteração de significado ou a criação
de um determinado termo ou vocábulo é uma estratégia do autor para que o leitor depreenda seus propósitos.
EXPLICITANDO OS DESCRITORES
SUGESTÕES DE QUESTÕES
SOUZA, Maurício de. [Chico Bento]. O Globo, Rio de Janeiro, Segundo Caderno, 19 dez. 2008, p.7.
O personagem Chico Bento pode ser considerado um típico habitante da zona rural,
comumente chamado de “roceiro” ou “caipira”. Considerando a sua fala, essa tipicidade é
confirmada primordialmente pela
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Gabarito: A / D-26
Esse tipo de questão possibilita a habilidade do aluno em identificar as variações linguísticas resultantes da
influência de diversos fatores, como o grupo social a que o falante pertence, o lugar e a época em que ele nasceu
e vive, bem como verificar quem fala no texto e a quem este se destina.
GABARITO: D / D-26
Para a compreensão dessa questão é necessário que o aluno perceba que as variações linguísticas manifestam-se
por formas, marcas, estruturas que revelam características (regionais ou sociais) dos interlocutores. Essas
variações são, portanto, resultado do empenho dos interlocutores para se ajustarem às condições de produção e
de circulação do discurso.
Gabarito: C / D-26
Para a compreensão dessa questão é necessário que o estudante entenda o reconhecimento das variações
(gramaticais ou lexicais) que, mais especificamente, revelam as características dos locutores e dos interlocutores.
TEXTO 1
Chip na barriga controla apetite e combate obesidade
29 de março 2013 - 05:23 (Brasília)
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O chip e os eletrodos foram desenvolvidos para ler e processar estímulos elétricos e
químicos do nervo que regulam o apetite.
Com base nos dados coletados, o chip poderá enviar estímulos elétricos ao cérebro,
reduzindo o apetite.
FONTE:http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2013/03/130329_chip_apetite_obesidade_mm.shtml
TEXTO 2
TEXTO 3
Página 40
Vale lembrar-se de que antes de vai elaborar um plano alimentar
começar qualquer dieta, é de acordo com seus objetivos e
fundamental procurar um necessidades (4). Além de saber
profissional especializado, pois ele esclarecer todas as suas dúvidas.
FONTE:http://mundoverde.com.br/blog/2013/01/11/o-perigo-das-dietas-milagrosas/
TEXTO 4
FONTE:http://camilagaio.blogspot.com.br/2010/01
VOCABULÁRIO:
1- SPFW: Semana de Moda de São Paulo.
2- Book (inglês): Livro, álbum de fotos.
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REFERÊNCIAS
ANTUNES, I. Língua, texto e ensino: outra escola possível. São Paulo: Parábola Editorial,
2009.
______. Análise de textos: fundamentos e práticas. São Paulo: Parábola Editorial, 2010.
BRASÍLIA. Ministério da Educação. ENEM 2010. Brasília: MEC, 2010.
______. Ministério da Educação. ENEM 2011. Brasília: MEC, 2011.
COSSON, Rildo. Letramento literário: teoria e prática. São Paulo: Contexto, 2006.
EAGLETON, Terry. Teoria da literatura: uma introdução. Trad. Waltensir Dultra. 5ª ed.
São Paulo: Martins Fontes, 2003.
INEP. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. Matriz de
Referência ENEM. Disponível em http://enem.inep.gov.br/pdf/Enem2009_matriz.pdf acesso
em 17 jan. 2011.
KOCH, I. V. Ler e compreender os sentidos do texto. São Paulo: Contexto, 2009.
MARCUSCHI, L. A. Produção textual: análise de gêneros e compreensão. São Paulo:
Parábola Editorial, 2008.
MEIRA, A.C.G.A. A importância da intergenericidade no ensino de língua materna.
Disponível em: http://www.ileel.ufu.br/anaisdosielp/pt/arquivos/sielp2012/996.pdf. Acesso
em: 03 fev. 2013.
PERNAMBUCO. Secretaria de Educação. Parâmetros na Sala de Aula de Língua
Portuguesa do Ensino Fundamental e Médio. Recife: SE, 2013.
PERNAMBUCO. Secretaria de Educação. Orientações Teórico-Metodológicas do Ensino
Médio. Recife: SE, 2008.
______. Secretaria de Educação. Cadernos do Projeto Aprender Mais – Língua
Portuguesa – Edição 2011 . Recife: SE, 2011.
______. Secretaria de Educação. Caderno de Atividades Suplementares do Projeto
Aprender Mais – Língua Portuguesa – Edição 2010 . Recife: SE, 2010.
______. Secretaria de Educação. Parâmetros para a Educação Básica do Estado de
Pernambuco: Parâmetros Curriculares de Língua Portuguesa para o Ensino Fundamental e
Médio. Recife, PE, 2012.
SOUZA, A.L.S.; CORTI, A.P.; MENDONÇA, M. Letramentos no Ensino Médio. São Paulo:
Parábola, 2012.
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