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Se se quiser tentar explicar todos estes fenômenos citados se entrará no campo da Metafísica
onde existem centenas de teorias, mas se se tentar chegar às causas primeiras cada vez mais
se sentirá a presença pujante do GADU.
Sabe-se de antropogênese que estuda as origens da evolução do ser humano e que este
caminha através do amadurecimento da espécie para a perfeita compreensão e união com a
realidade divina.
Se dirigir-se este estudo ao passado, perceber-se-á que no caso do homem primitivo era muito
diferente. Por razões físicas e psicológicas, o homem ainda novo no planeta, acreditava e
venerava o Sol como um deus. Mesmo após a evolução da humanidade, ainda assim os
ancestrais do homem atual cultuaram o astro-rei por milhares de anos como um ser divino.
O homem primitivo tinha um pavor imenso do entardecer, porque logo a seguir vinha a noite
tenebrosa e fria, repleta de mistérios. No dia seguinte quando o Sol ressurgia ele voltava a ficar
contente e feliz, pois o Sol lhe trazia de volta a luz, calor e também a vida. Nestes sucessivos
desaparecimentos e ressurgimentos intermináveis que caracterizam a marcha do Sol, sempre
nascendo e chegando ao zênite para depois declinar para o poente ou acaso do Sol ou nadir e
depois ressurgir novamente significava em sentido simbólico para os antigos que o Sol sempre
vencido pelas trevas, voltava sempre vitorioso, como se fora um vencedor ressuscitado, um
verdadeiro herói. Para eles O Sol não morreria mesmo descendo aos infernos chegando ao
oceano ou ao lago das aguas inferiores os quais eram atravessados por ele sem que ele
morresse. Já estava aí implícita a ideia da ressureição. Inicio da formação de um mito.
Davam ainda a conotação que tendo em vista o “nascimento” marcha ou curso e a sua “morte”
significavam simbolicamente a eterna porfia entre o Bem e o Mal, sempre vencida pelo Bem.
Sendo assim, o homem primitivo, mais pelo seu temor às revelações da natureza, via no Sol
algo de sobrenatural e não tendo condições intelectuais, que se tem hoje, venerou o Sol, como
um deus, pois não sabia fazer o relacionamento astrológico não tinha condições de diferenciar o
que achava divino com aquilo que é realmente divino.
Isto aconteceu em função da mente limitada do homem primitivo, fazendo com que ele no inicio
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de seu aparecimento na Terra, confundisse o Sol com a divindade principal, para muito tempo
depois talvez milhares de anos com a evolução da humanidade se compreendesse e aceitasse o
astro-rei como apenas mais um dos dons do GADU.
Assim sendo, o Sol foi cultuado em todos os mitos e religiões antigos. Representava para eles a
vida, o calor a fecundidade, o vitalizador essencial. Dai nasceu o culto solar.
Porem, aos poucos e isto pode representar milhares ou milhões de anos, foi se apercebendo,
naturalmente que havia algo de superior, de mais elevado, por trás do astro que adoravam como
divino. Começaram a notar com o tempo certa interdependência, do Sol com a Lua e outros
astros.
Segundo a história dos povos, os egípcios teriam sido os primeiros a buscar o transcendental.
Entre eles haviam os deuses aos quais veneravam como deus-sol. Assim cita-se Ra ou Rê,
Amon Acton ou Amon-Rá e ainda Osiris.
Na Babilônia havia o rei-sol Samasch. Entre os persas havia um culto um pouco mais
transcendente à Ormuz. Mitra também fazia parte deste culto solar.
Entre os judeus são raras as citações bíblicas em que se faça alusão religiosa ao Sol. Ele era
venerado nos cultos astrais do século VII (cf. Exército do Céu) (2 Re 23,5 e Jr 8,2) “Cavalos e
carros consagrados ao Sol estavam no Templo de Iahewh durante aquele período”. Em (2. Rs.2,
3,4) “No tempo de Ezequiel o culto do Sol era praticado com incenso” (Ez. 16).
Como corpo natural o Sol era criatura de Iahewh e foi criado depois da Luz. Os hebreus
evoluíram para um Deus tão transcendental, cujas concepções atuais são juntamente com o
cristianismo, as que mais se aproximam da concepção maçônica do GADU. Todavia, se o GADU
for analisado como divino ele é mais abrangente e mais completo que o Deus dos cristãos e dos
judeus. Ele é mais elevado, mais transcendental. Por estas razões o Deus dos livres pensadores
é o “Deus que fez os homens e não o Deus que os homens fizeram”.
O Sol foi inclusive adorado como divindade pela civilização pré-colombiana destacando-se os
astecas, os incas como principais adoradores. Os gregos e romanos também participaram do
culto solar. Roma ainda sob a religião mitraica celebrava no solstício de verão a volta do Sol
A Maçonaria, pelo acervo de princípios que ela encerra dentro de sua doutrina, os quais são a
essência do pensamento humano de todos os tempos, é uma doutrina filosófica e de moral das
mais elevadas da humanidade. Ela sofreu influências e está profundamente marcada por antigas
civilizações, correntes ocultistas, alquimistas, rosa-cruzes, religiões, por filósofos, livres-
pensadores além da Bíblia, que é a maior fonte de símbolos da Ordem.
Tomou tudo emprestado, adaptou, burilou para si o que de melhor existia em todas estas
influências citadas, sem alterar o seu valor moral. Transformou todo este potencial em seus
rituais, símbolos, ensinamentos procedimentos além de outras influências, em sua própria
doutrina. Todavia, dando a sua própria interpretação a estes símbolos.
Assim sendo entre os inúmeros símbolos que ela tomou emprestados das antigas civilizações,
ela adotou o Sol como um dos seus.
Os ocultistas, através da alquimia aceitam que o Sol corresponde ao elemento Fogo. Ele é ativo,
e quase sempre benéfico, podendo ser maléfico O Sol que chama à vida os vermes, poderá
também destruí-los.
O Sol ainda se relaciona, segundo os alquimistas com o Ouro juntamente com a Lua, com o
Enxofre e com o Mercúrio. Uma das obras pretendidas pelos alquimistas era a Arvore Solar,
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também chamada a grande obra ou do Sol, Magnus Opus ou ainda Crisopéia, cuja pedra
filosofal transforma os metais em ouro. Ainda era evocada a ambivalência do Sol resplandecente
de um lado, e negro e invisível do outro lado. Esta imagem a alquimia tomou para representar a
primeira matéria inconsciente e não elaborada. O nascer do Sol é então simbolizado pela
transmutação em Ouro, da matéria que como o Sol em seu percurso passa do branco para o
vermelho.
Dos alquimistas, segundo alguns autores a Maçonaria teria tomado emprestado o termo “Arte
Real”.
Os Rosacruzes teriam deixado através da Rosa e a Cruz onde a Terra simbolizada pela Rosa
seria o ser feminino e o Sol, elemento masculino com sua força criadora fecunda a Terra seria
simbolizado pela Cruz. Existem outros significados para a Rosa a Cruz, dependendo dos
autores.
O SOL NA MAÇONARIA
O Sol que aparece no teto da Loja, altaneiro, radiante lembra o homem primitivo e sua adoração
pelo astro-rei, mas também lembra a evolução da humanidade, o seu despertar para o
conhecimento, através do qual se sabe hoje tratar-se o Sol apenas com uma das dádivas de
Deus, ou uma das manifestações da grandeza material e espiritual do GADU.
Quanto à decoração do teto da Loja, o Sol deverá estar pintado, desenhado ou esculpido
sempre no Oriente, pois é de lá que vem a Luz, sendo que a pintura neste local, ou o fundo
deverá sempre estar mais claro que no Ocidente, pois este representa o dia. Já no Ocidente
deverão estar a Lua, planetas e demais astros deverão ter o fundo mais escuro, pois
representam a noite.
Sol e a Lua devem estar no Retábulo ou Painel do Oriente que é um painel situado atrás do
trono do Venerável. Entre estes dois astros, deverá ter um triângulo dourado tendo no seu centro
o Olho Onividente. Estre triângulo também é conhecido como Delta Luminoso sendo
considerado o maior símbolo do grau de Aprendiz.
É importante frisar que o Orador é representante do Sol em escala cósmica, por conseguinte
também o é em Loja. O Orador deverá sempre ter seu lugar em Loja no mesmo lado que o Sol
do Painel do Oriente. Sabemos que o Orador deve emanar Luz, como guarda da Lei Maçônica.
Ele também é responsável pelas peças de oratória. Ele deve desfazer as confusões, as dúvidas
muito comuns nas discussões e proposições. Ele deve também tentar fechar o triângulo entre os
reclamantes nas discussões, disciplinando de acordo com as leis, mas nunca sob sua opinião.
Existem muitos Oradores que se arvoram em donos da Lei e da Loja e alguns ainda gostam de
palrear, de matraquear, mostrar sua retórica, eloquentes às vezes costumam fazer palestras
paralelas aos trabalhos da Loja e dão a sua própria opinião ao invés de ser uma opinião neutra
segundo a lei. Isto é inconcebível, mas acontece em muitas Lojas ainda. Ainda o Orador
representa Febos ou Apolo deus-Sol dos gregos e romanos, criador da poesia, música do canto
da lira, das profecias e das artes. Costuma-se dizer que o Orador ilumina e o Secretário registra.
Tanto no Painel Simbólico como Alegórico do grau de Aprendiz vemos o Sol a Lua e as estrelas
de interesse maçônico (Aldebarã, Arcturus, Régulos, Antares e Fomalhaut. São consideradas
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estrelas reais, também chamadas as cinco estrelas maçônicas), além de outros astros que estão
pintados no painel.
Ainda os rituais mencionam que os obreiros devem circular como a Terra em torno do Sol.
Nos antigos rituais havia uma pergunta que o Venerável fazia para o recém-recebido maçom: O
que viste ao receber a Luz? Este respondia: O Sol a Lua e o Venerável da Loja. O sol para
governar o dia, a Lua, a noite e O Venerável para governar a Loja. Atualmente este diálogo foi
abandonado.
Os Maçons que fundaram a Grande Loja de Londres em 1717 quando acendiam os três círios
(velas de cera pura, de abelhas) os chamavam de as Três Grandes Luzes, que representavam
as três posições do Sol. Também afirmavam que os três círios simbolizavam o Sol, a Lua e o
Venerável da Loja.
A Maçonaria não pratica o culto solar, mas é muito influenciada por ele e ainda faz lembrar a
lenda Hirâmica em nossos rituais. O Sol desempenha como símbolo um papel importante. O
curso e o esplendor do Sol quer no dia a dia quer nos solstício de inverno e verão são descritos.
Está bem frisado em todos os ritos, o especialmente nos diálogos entre Venerável e Vigilantes
executando o ritual mostra o trajeto do Sol. De qualquer forma os trabalhos sempre são abertos
simbolicamente ao meio dia e encerrados à meia noite, estando aí implícita a ideia da
representação do percurso realizado pelo astro-rei.
A representação da marcha do Sol em nossos rituais é bastante obvia quando se menciona que
o Sol nascente é representado pelo Venerável o Sol no zênite pelo Segundo Vigilante e o sol no
poente ou acaso do Sol pelo Primeiro Vigilante. Quando o Sol nasce ele está no Oriente de onde
vem a Luz, a direção da Loja através do Venerável. Quando ele está no zênite, ao meio dia sua
passagem pelo meridiano é verificada pelo Segundo Vigilante. Isto significa que o maçom
começa a trabalhar numa hora em que não projetará sombra a ninguém. No final dos trabalhos
será o mesmo Segundo Vigilante que anunciará que é meia noite que é hora de descanso,
portanto o Sol está no nadir, e o Primeiro Vigilante refere que o Sol se esconde no Ocidente,
sendo, portanto hora de fechar a Loja por ordem do Venerável.
Quanto aos solstícios de verão e inverno estão representados no Painel Alegórico onde aparece
um móvel com um altar quadrado, em cuja face anterior está desenhado um circulo com um
ponto central que simboliza o Sol ladeado por duas paralelas, sendo que no caso são as
próprias linhas limites dos lados do móvel quadrado. Trata-se da representação do Círculo com
um ponto central, com as Paralelas tangenciais. As paralelas simbolizam para os maçon., São
João Batista e São João Evangelista. Ainda simbolizavam para uma corrente de maçons antigos
as famosas figuras bíblicas Moisés e Salomão.
As datas comemorativas pelos maçons destes dois santos são: São João Batista dia 24/06 no
hemisfério sul e São João Evangelista no dia 27/12 no hemisfério norte. Datas muito próximas
das datas que os antigos comemoravam.
As religiões antigas que praticavam o culto solar na Europa comemoravam estas festas
especialmente no dia 22/12, ou seja, o dia da volta do Sol ou seu renascimento (natalis invictis
solis) e realizavam festas com grandes pompas, com sacrifícios enfim uma série de
comemorações ritualísticas.
Acresça-se que o cristianismo aproveitou estas datas, colocando-as como comemorativas aos
seus santos, mas não bem as mesmas datas, mas sim, próximas dos solstícios de verão e
inverno. Assim aproveitou também o dia 25/12 como sendo o nascimento de Cristo, data esta
que os antigos tinham como nascimento de Mitra em 2700 anos A.C. E também com o
desaparecimento da adoração do Sol, quando o cristianismo substituiu o mitraismo no século II,
D.C. Cristo passou a ser a Luz que ilumina a humanidade, substituindo o Sol.
Como se poderá perceber o Sol é um símbolo maçônico tão presente na Maçonaria, nas
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pinturas, na abobada celeste, nos painéis nos rituais e, no entanto, a maioria dos maçons não o
notam. Mas não é só Sol que não é notado, pois os Irmãos de um modo geral, com algumas
exceções enxergam, mas não sentem o poder e profundidade que estes símbolos encerram, e
que eles representam. Isto acontece também com outros símbolos poderosos que existem no
interior de uma Loja. Não são notados simplesmente pela maioria dos Irmãos. É uma realidade o
que está se afirmando.
Referências
BOUCHER, Joules - Simbólica Maçônica
CASTELLANI, José - Liturgia e Ritualística do Grau de Aprendiz ( em todos os Ritos)
CASTELLANI, José - Origens do Misticismo na Maçonaria
TRONDIAU, Juliem - O Ocultismo
JONES, Bernard E - Freemasons’Guide and Compendium
MACKENZIE, Jonh. L. S.J - Dicionário Biblico.
NICOLA, Aslan - Comentários ao Ritual de Aprendiz – Vademecum iniciático
NICOLA, Aslan - Grande Dicionário Enciclopédico da Maçonaria Simbólica
VAROLI, Teobaldo Fº - Curso de Maçonária Simbólica – 1° Grau
Inúmeros Rituais do primeiro grau consultados
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