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EMPREGADO

(1) CONCEITOS: (a)“Empregado é a pessoa física que com ânimo de emprego trabalha
subordinadamente e de modo não-eventual para outrem, de quem recebe salário” in Amauri
Mascaro do Nascimento; (b) “trabalhador é todo indivíduo que executa trabalho para outra
pessoa, denominada empregador ou patrão, sob sua dependência, em troca de remuneração”
in Dorival Lacerda; (c) “empregado é o trabalhador a serviço de outra pessoa em virtude de
uma relação de emprego” in José Martins Catharino: Ainda, podemos conceituar: Toda
pessoa física que prestar serviços de natureza não eventual (contínuos) ao empregador sob a
dependência (subordinação) deste e mediante (pagamento de) salário. Não haverá distinções
(isonomia) relativas à espécie de emprego e à condição de trabalhador, nem entre o trabalho
intelectual, técnico e manual (artigo 3º e parágrafo único da CLT).

(2) REQUISITOS (CONDIÇÕES DO EMPREGADO) DA FIGURA DO EMPREGADO:


(a) PESSOA FÍSICA: Somente a pessoa física pode contratar trabalho, excluindo-se,
portanto, a pessoa jurídica. O Direito do Trabalho protege o trabalhador como ser humano e
pela energia de trabalho que desenvolve na prestação de serviços (resumidamente: o
empregado só pode ser pessoa física); (b) DEPENDÊNCIA ou SUBORDINAÇÃO:
Significa uma limitação à autonomia do empregado, de tal modo que a execução dos
serviços deve pautar-se por certas normas que não serão por ele traçadas (resumidamente:
aspecto da relação de emprego visto pelo lado do empregado, enquanto o poder de direção é
a mesma acepção vista pelo lado do empregador; (c) TRABALHO NÃO EVENTUAL: É o
trabalho de modo constante e permanente a um empregador de modo a manter uma
constância no desenvolvimento de sua atividade em prol deste; (d) SALÁRIO: Só haverá
contrato de trabalho desde que exista um salário, convencionado ou pago (resumidamente: o
contrato de trabalho é sempre oneroso quer dizer que não existe trabalho gratuito); (e)
PESSOALIDADE DA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS: A prestação do trabalho é
estritamente personalíssima, e o é duplo sentido. Em primeiro lugar, porque pelo seu
trabalho compromete o trabalhador sua própria pessoa, enquanto destina parte das energias
físicas e mentais que dele emanam no cumprimento da obrigação que assumiu
contratualmente. Em segundo lugar, sendo cada pessoa um indivíduo distinto dos demais,
cada trabalhador difere de outro, diferindo também as prestações de serviço
(resumidamente: pessoal é o contrato de trabalho, pois e celebrado em função certa e
específica pessoa que é o empregado).
(3) DIFERENÇA ENTRE EMPREGADO E TRABALHADOR AUTÔNOMO: A diferença
entre trabalhador autônomo e subordinado baseia-se num suporte, o modo como o trabalho é
prestado. (1) Aqueles que detêm o poder de direção da própria atividade são autônomos e
(2) aqueles que alienam o poder de direção sobre o próprio trabalho para terceiros em troca
de remuneração são empregados.
(4) TIPOS DE EMPREGADOS/TRABALHADORES: (a) Rural; (b) Aprendiz; (c)
Temporário; (d) Doméstico – âmbito residencial de pessoa ou família; (e) A domicílio –
artigo 6º da CLT; (f) Religioso – o fim que se destina é de caráter espiritual e não
profissional; (g) Familiar; (h) Desportivo; (i) Penitenciário – não esta agasalhada na esfera
trabalhista, mas no Direito Penal e outros...
Vejamos alguns desses tipos:
EMPREGADO EM DOMICÍLIO = É a pessoa que presta serviços em sua própria
residência ao empregador, que o remunera (artigo 83 da Consolidação das Leis do Trabalho
- CLT).
EMPREGADO DOMÉSTICO = (1) CONCEITO = È o que presta serviços de natureza
contínua e de finalidade não lucrativa a pessoa ou a família, no âmbito residencial destas
(artigo 1º da Lei nº 5.859 de 1972). O empregador doméstico não deve ter atividade
econômica, pois é uma pessoa ou família que recebe a prestação de serviços do trabalhador.
O serviço do doméstico não é prestado apenas dentro da residência do empregador, mas
também pode ser prestado fora de sua residência (ex: como motorista). (2) LEGISLAÇÃO
PERTINENTE: A Lei nº 5859 de 1972; o Decreto nº 71.885 de 1973; a Constituição Federal
no artigo 7º, parágrafo único (aplicação dos incisos IV, VI, VIII, XV, XVII, XVIII, XIX,
XXI e XXIV); a Lei nº 8213 de 1991 no seu artigo 11, inciso II; no Decreto nº 95.247 no
seu artigo 1º (Vale Transporte) e o artigo 7º da Consolidação das Leis do Trabalho. (3)
REQUISITOS NA ADMISSÃO: (a) Apresentação da Carteira de Trabalho; (b) Atestado de
boa conduta; (c) Atestado de saúde; e (d) Cópia dos demais documentos do trabalhador. (4)
DO REGISTRO NA CARTEIRA DE TRATBALO E PREVIDENCIA SOCIAL (CTPS): O
empregador doméstico deverá providenciar as seguintes anotações: (a) Data do marco
inicial do contrato de trabalho (admissão); (b) Salário mensal ajustado e conseqüentes
evoluções no curso do CT, inclusive deduções; (c) Funções exercidas; (d) Dados do
empregador (marido ou mulher); (e) Data de saída (marco final do contrato de trabalho); (f)
Férias concedidas; (g) Na parte de anotações gerais assinalarem os demais ajustes. (5)
OBSERVAÇÕES: DA INSCRIÇÃO JUNTO AO INSS: Incumbe ao empregador doméstico
inscrever o doméstico junto ao Instituto Nacional da Seguridade Social (antigo INPS), caso
o obreiro não tenha sido inserido anteriormente, para tanto deverá dirigir-se às agências dos
Correios, levando os seguintes documentos do doméstico: (a) Carteira de Trabalho e
Previdência Social devidamente registrada; (b) Endereço do doméstico; (c) Cédula de
Identidade (RG); (d) Cartão de Identificação de Contribuinte do Ministério da Fazenda
(CPF); (e) Certidão de Casamento; (f) Título de Eleitor. DO RECOLHIMENTO: Após a
respectiva inscrição, e munido do carnet de recolhimento, o empregador passará a recolher
mensalmente os valores devidos ao INSS. DO SALÁRIO: O Salário do trabalhador
doméstico não poderá ser inferior a um salário mínimo mensal, e deverá ser pago até o 5º
dia útil do mês seguinte. Poderá ser descontado do pagamento do doméstico as seguintes
verbas, nas respectivas proporções: (a) Moradia com até vinte e cinco por cento (25%); (b)
Alimentação com até vinte por cento (20%); (c) Materiais de higiene pessoal com até seis
por cento (6%); (d) Contribuição do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) com
descontos de sete, oitenta e dois (7,82%) a onze por cento (11%), todos até o limite máximo
de setenta por cento (70%) de descontos. O restante, ou seja, trinta por cento (30%) devem
ser pagos em moeda corrente (conforme o artigo 82 do parágrafo único da Consolidação das
Leis do Trabalho). (6) DIREITOS ASSEGURADOS: (a) Salário mínimo, irredutibilidade do
salário, 13º salário, repouso semanal remunerado, férias anuais + 1/3, licença maternidade,
licença paternidade, aviso prévio, aposentadoria, vale transporte e auxílio doença. NÃO
TEM DIREITO: (a) Ao Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), (b) Salário
família, (c) Programa de Integração Social (PIS), (d) Seguro desemprego, (e) Seguro
acidente do trabalho, e (f) Horas extras.

EMPREGADO RURAL = É a pessoa física que, em propriedade rural ou prédio rústico,


presta serviços com continuidade o empregador rural, mediante dependência e salário (Lei
nº 5.889 de 1973 – artigo 2º – regulamentada pelo Decreto nº 73.626 de 1974).

DISTINÇÃO RURAL DO URBANO = Trabalhadores rurais e urbanos têm os mesmos


direitos (artigo 7º da Constituição Federal).
TRABALHADOR TEMPORÁRIO = É a pessoa física contratada por empresa de trabalho
temporário, para prestação de serviço destinado a atender à necessidade transitória de
substituição de pessoal regular e permanente ou a acréscimo extraordinário de tarefas de
outras empresas (artigo 16 do Decreto nº 73.841 de 1974).

TRABALHADOR TEMPORÁRIO – DIREITOS = São direitos (artigo 12 da Lei nº 6.019


de 1974): (a) Remuneração equivalente à percebida pelos empregados da categoria da
empresa tomadora, calculada à base horária, garantindo o pagamento do salário mínimo; (b)
Jornada de oito horas; (c) Adicional de horas extraordinárias não excedentes de duas, com
acréscimo de cinqüenta por cento; (d) Férias proporcionais, de 1/12 por mês de serviço ou
fração igual ou superior a 15 dias, exceto em caso de justa causa e pedido de demissão; (e)
Repouso semanal remunerado; (f) Adicional por trabalho noturno; (g) Seguro contra
acidentes do trabalho e (h) Previdência social. Ainda, tem o trabalhador temporário direito
ao Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (artigo 15 e 20 da Lei nº 8.036 de 1990). Na
falência também tem direito (artigo 16 da Lei nº 6.019 de 1974).

TRABALHO TEMPORÁRIO - CONTRATO = É uma espécie de contrato por tempo


determinado, porém com disposições especiais. O prazo do contrato não poderá ser superior
a três meses (90 dias). Este contrato difere do contrato de experiência que não pode ser
superior a 90 dias e é previsto na Consolidação das Leis do Trabalho. Previsão legal = Lei nº
6.019 de 1974.

TRABALHADOR AUTÔNOMO = É a pessoa física que presta serviços habitualmente por


conta própria a uma ou mais de uma pessoa, assumindo os riscos de sua atividade
econômica. Não é subordinado, pois exerce sua atividade por cota própria e não do
empregador. Trabalhador que atende os requisitos da Lei nº 4.886 de 1965 (trata do
representante comercial) é autônomo e não empregado, por estar ausente o requisito
subordinação. São profissionais liberais, no exercício da atividade por conta própria.
Exemplos: médicos, advogados, engenheiros, economistas, dentistas, fisioterapeutas,
psicólogos, etc... A Justiça do Trabalho é incompetente para apreciar ações sobre contrato de
prestação de serviços autônomos, por falta de lei que o determine, sendo que esses conflitos
serão resolvidos pela Justiça Comum, já que se enquadram na locação de serviços regidos
pelo Código Civil. O autônomo deverá recolher a contribuição devida, no 15º dia útil do
mês seguinte. Não importa para o salário base de contribuição, qual tenha sido o valor do
rendimento mensal, o que importa é o enquadramento na tabela. O trabalhador autônomo
não está contemplado com os direitos trabalhistas constantes da CLT. DISPOSIÇÃO
LEGAL = Lei 8213 de 1991 – artigo 11, inciso IV, letras “a” e “b”, inciso V, “a” a “d”; Lei
8212 de 1991, artigos 21 a 29; Lei 4886 de 1965 com nova redação pela Lei 8.420 de 1992
(representante comercial).

TRABALHADOR AUTÔNOMO – DISTINÇÃO = É a seguinte a distinção: (1) Autônomo


= presta serviços com habitualidade; (2) Eventual = presta serviço ocasional e ou o
esporádico ao tomador dos serviços.

TRABALHADOR EVENTUAL = É a pessoa física contratada para prestar serviços em


certo evento, ou seja, a de reparar “serviços” de uma empresa. Trabalho ocasional, fortuito
ou esporádico para o tomador de serviços. Não tem esse trabalho continuidade do serviço
para o tomador desses serviços. O trabalhador eventual, possui as seguintes características
do empregado: pessoalidade, onerosidade, subordinação, pessoa física. Não está presente a
continuidade na execução dos serviços. DISPOSIÇÃO LEGAL = Artigo 12 inciso VI da Lei
8.212 de 1991. TRABALHADOR EVENTUAL = É o vendedor de ingressos em portas de
teatros, clubes; músico de clubes dois dias por semana; chapa.

TRABALHADOR AVULSO = É a pessoa física que presta serviços sem vínculo


empregatício, de natureza urbana ou rural, a diversas empresas, sendo sindicalizado ou não,
com intermediação obrigatória do sindicato da categoria profissional ou do Órgão Gestor de
Mão-de-obra (Sigla = OGMO). Não é subordinado nem ao tomador dos serviços, muito
menos ao sindicato, que apenas arregimenta a mão-de-obra e paga os prestadores de serviço,
de acordo com o valor recebido das empresas. DISPOSIÇÃO LEGAL = Artigo 12 inciso VI
da Lei nº 8.212 e artigo 7º inciso XXXIV da Constituição Federal. CARACTERÍSTICAS
DO TRABALHADOR AVULSO = (a) Intermediação do sindicato do trabalhador na
colocação de mão-de-obra; (b) Curta duração dos serviços prestados a um beneficiário; (c)
Remuneração paga basicamente em forma de rateio procedido pelo sindicato. DIREITOS
ASSEGURADOS = (a) 13º Salário, (b) Férias acrescidas com mais 1/3 sobre o salário, (c)
Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), (d) Salário família, (e) Salário mínimo,
(f) Horas extra, (g) Benefícios da previdência social – direitos concedidos através do
sindicato.

TRABALHADOR (SERVIDOR – EMPREGADO) PÚBLICO = É o trabalhador contratado


pela Administração Pública regido pela Consolidação das Leis do Trabalho. Após a
Constituição Federal de 1988, a contratação de servidor público, sem prévia aprovação em
concurso público, encontra óbice em seu artigo 37 inciso II e § 2º da Constituição Federal
somente conferindo-lhe o direito ao pagamento dos dias efetivamente trabalhados segundo a
contraprestação pactuada (Ver enunciado número 363 do Tribunal Superior do Trabalho).
Neste tipo de contrato de trabalho (prazo indeterminado) somente será rescindido por ato
unilateral da Administração Pública nas seguintes hipóteses: (a) Prática de falta grave –
artigo 482 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT); (b)Acumulação ilegal de cargos,
empregos ou funções públicas; (c) Necessidade de redução de cargo de pessoal por excesso
de despesa; (d) Insuficiência de desempenho apurada em procedimento no qual se
assegurem pelo menos um recurso hierárquico dotado de efeito suspensivo, que será
apreciado em trinta dias.

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