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Plantago Major
RESUMO
INTRODUÇÃO
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falta de troca de informações entre o médico e o paciente, informação esta que desempenha
papel fundamental na eficácia do tratamento como um todo (FIGUEIREDO et al., 2003).
Cerca de 119 ativos químicos puros extraídos de plantas superiores são utilizadas na
medicina em todo o mundo, considerando que a experiência que propícia tais descobertas
esta diretamente ligado ao conhecimento do uso extratos brutos utilizados para o tratamento
de uma ou mais doenças em humanos (FARNSWORTH et al., 1988). Considerados
aspectos históricos da evolução da relação entre plantas e a humanidade tomaremos como
objeto central de nosso estudo o Plantago major, planta herbácea da família
Plantaginaceae, atinge entre 15 a 25 cm de altura, vivaz, caule aparente; folhas dispostas
em forma de ramalhetes, radicais, pecíolos longos, bordos levemente recortados,
ondulados, forma ovular, percorridos por nervuras curvilíneas, pronunciadas na face superior
e ainda mais na basal, cor verde-cana pálida; flores pequenas, cor branco-amareladas,
reunidas em espigas, com ráquis atingindo até 0,40 m; raiz fasciculada e frutos tipo
cápsula. Prefere solos arenosos, ricos em matéria orgãnica e com boa umidade (BIESKI,
2005). O infuso das folhas é usado como gargarejo no combate às inflamações
da boca, garganta, gengivas sangrentas e parótides (FREITAS, 2002).
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analgésica, anti-oxidante, antibiótico, imuno modulação e atividade anti-ulcerosa
sendo parte desses efeitos aproveitados na medicina popular (SAMUELSEN, 2000).
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enzimas intestinais agindo no local promovendo ação revulsiva sobre as células da
musculatura lisa do intestino aumentando o peristaltismo e diminuindo a absorção de
água, sais de sódio e potássio propiciando a constituição de fezes amolecidas.
O compostos polifenólicos encontrados nas folhas como a acido clorogênico tem
reconhecida capacidade de reduzir os riscos de desenvolvimento de diabetes mellitus, uma
hipótese para tal relação consiste que o acido clorôgenico exerceria ação reguladora no
gradiente eletroquímico de sódio nas vilosidades intestinais, que é responsável pelo
transporte ativo de glicose, assim um provável efeito de determinados fenóis possa
postergar a absorção da glicose deslocando seu sítio de absorção para segmentos mais
distais do intestino (GARAMBONE e ROSA, 2007). Os flavonóides presentes como a
flavona vicenina (apigenina-6,8-C-diglicosídeo) podem estar relacionados com o potencial
de reduzir os riscos de doenças cardiovasculares e neurodegenerativas relacionadas ao
estresse oxidativo, uma hipótese para tal propriedade terapêutica seria a capacidade de
estabilizar radicais livres e espécies reativas de oxigênio tornando a vicenina um
antioxidante natural. O triterpenóide acido ursólico alem de apresentar ação
antiinflamatória possui ação diurética justificando o uso do P.major na cistite e
nefrite e ação hepatoprotetora por intermédio da diminuição da necrose de células
parenquimatosas do fígado, redução da fibrose e prevenção da cirrose crônica
através de intensa regeneração celular.
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hidroalcoólico (etanol/agua), por se aproximar dos métodos remanescentes das
pesquisas etnobotânicas e etnofarmacologicas, no entanto os solventes usados
podem variar de acordo com a polaridade do composto a ser extraído,
posteriormente a extração pode ser por maceração ou percolação, as soluções
extrativas são filtradas e, em seguida, o solvente é evaporado em evaporador
rotativo, para posterior análise fitoquímica qualitativa. Dentro da diversificada
composição química das partes do P. major destacam-se o ácido ursólico, um
triterpenóide presente nas folhas cerosas da planta (SAMUELSEN, 2000). O ácido
ursólico obtido a partir de um extrato hexano do P. major demonstrou efeito
significativo de inibição da cicloxigenase diretamente sobre a atividade enzimática
em um teste de fracionamento direcionado de bioatividade, ressalta-se que também
foi observado seletividade pela COX-2, propiciando assim a possibilidade de seu uso
como um anti-inflamatório seletivo (RIMGBOM et al., 1998). Navarro et al., (1998)
comprovaram clinicamente o efeito anti-inflamatório e antibacteriano do colutório a
base de uma tintura de P. major sobre microrganismos da placa dental e gengivite,
sugerindo a utilização do P. major como suplemento efetivo para o controle da
gengivite e da placa bacteriana supra gengival. LEZAMA et al., (2006) demostrou
que um extrato hexano foi capaz de inibir o crescimento da Escherichia coli,
enquanto esse mesmo tipo de extrato hexano foi capaz de aumentar a concentração
em cultura de células da medula óssea e do baço de ratos, caracterizando o efeito
hematopoiético. A espécie P. major é utilizada popularmente para o tratamento
caseiro de queimaduras, disenteria, diarréias, e infecções da boca e garganta.
Estas propriedades terapêuticas justificam a sua atividade antimicrobiana frente
ao Staphylococcus aureus, microrganismo associado a graves infecções como:
septicemia, bacteremia, endocartite e pneumonia (MADIGAN, 1997).
A sensibilidade apresentada pelos inoculos de Staphylococcus aureus frente
ao extrato hidro-alcoólico do P. major foi bastante significativa, quando comparada a
uma solução padrão de ciprofloxacina. Os resultados obtidos vieram confirmar a
ação bactericida da planta, que deve ser melhor estudada para disponibilizar o seu
uso como uma alternativa terapêutica (FREITAS et al., 2002). De acordo com um
artigo de revisão sobre imuno-estimulantes de plantas medicinais superiores, o P.
major foi previamente investigado quanto a modulação da resposta imune por um
polissacarídeo ativo. O polissacarídeo isolado aumentou a fagocitose em cerca de
15 a 50% em dois modelos de teste IN VITRO e a maior taxa de estimulação foi
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alcançada com uma solução aquosa a 0,1mg/ml. Os tipos de polissacarídeos
investigados não foram declarados (WAGNER, 1987). De forma contextual a
fitoterapia é a área da medicina mais promissora nos últimos anos e continuara
sendo nos próximos anos tendo em vista a evolução dos estudos científicos
baseados em pesquisas etnofarmacologicas que direciona os estudos químicos e
farmacológicos, que por sua vez comprovam de forma conclusiva e eficácia das
plantas medicinais usadas na medicina popular com finalidade de curar
enfermidades (CECHINEL e YUNES, 1998).
METODOLOGIA
CONSIDERAÇÕES FINAIS
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nacional. O P. major é um claro exemplo de deste tipo de possibilidade, pois suas
propriedades químico-medicinais possibilitam a criação de medicamentos
inovadores com “know-how” nacional contrariando a retórica brasileira de ser um
pais com amplos recursos minerais e vegetais exportador de matéria-prima bruta
como drogas vegetais de baixo valor agregado e importador de “commodities”
industrializadas como fármacos ou medicamentos de síntese com alto valor de
mercado. No que tange ao uso do P. major como medicamento fitoterápico tal qual
medicamentos análogos no mercado como Pelargonium sidoides (Umckan®,
Kaloba®) é necessário o preparo de monografia oficial embasando estudos
agronômicos, botânicos, farmacológicos e toxicológicos para que então se possa
avançar para ensaios clínicos conclusivos que possam validar sua eficácia e
segurança para uso clinico.
ABSTRACT
REFERÊNCIAS
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