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XXIX EXAME DA ORDEM

2ª FASE DIREITO PENAL

EXERCICIO Nº 23
Bloco 04 - GABARITO
Bloco 01 Cronograma do Exercício

Data do pedido pelo Professor 26/07/2019

Entrega pelo aluno 29/07/2019

Prazo de Correção 02/08/2019

Questão 01

Edson, condenado à pena de 3 anos de reclusão pela prática do crime de furto qualificado, e seu defensor foram
intimados da sentença em 11/3/2016, sexta-feira. Inconformada com a sentença, a defesa interpôs recurso de
apelação em 18/3/2016, antes do final do expediente forense. O juiz, contudo, alegando intempestividade do
apelo, não recebeu o recurso, tendo sido essa decisão publicada em 28/3/2016, segunda-feira, data em que Edson
e seu advogado compareceram em juízo e tomaram ciência da denegação.

Considerando a situação hipotética apresentada, esclareça, de forma fundamentada, com a indicação dos
dispositivos legais pertinentes, se o juiz agiu corretamente ao denegar a apelação e se o Código de Processo Penal
prevê algum recurso contra a decisão proferida. Em caso afirmativo, indique o recurso cabível e o último dia do
prazo para sua interposição.

Resposta: O juiz não agiu corretamente (0,15), pois o recurso era tempestivo (0,10). Conforme art. 593 do CPP, o
recurso de apelação tem prazo de 5 dias (0,25) e, nos termos do art. 798, caput e §1º, do CPP, o prazo, no caso,
só teve início na segunda-feira (0,25). O recurso cabível para atacar a decisão do juiz é o recurso em sentido
estrito, previsto no art. 581, XV, do CPP (0,30), com último dia para interposição em 4/4/2016 (0,20).

Questão 02

Pedrosa foi condenado, definitivamente, perante a 1.ª, a 3.ª, a 5.ª e a 2.ª Vara Criminal da Comarca A,
respectivamente, por ter subtraído, em cada um dos dias 11/1/2007, 12/1/2007, 13/1/2007 e 14/1/2007,
aparelho de som automotivo do interior de veículo estacionado, mediante arrombamento do vidro traseiro.

Nessa situação hipotética, havendo o início da execução de todas as penas privativas de liberdade e tendo o juiz
da execução negado a unificação das penas, responda, fundamentadamente:

A) Que medida judicial privativa de advogado é cabível para beneficiar o condenado?

B) Sob que fundamentos jurídicos de direito material e processual?

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C) A que órgão compete o julgamento?

Resposta: a) Agravo em execução (0,25). Artigo 197 da LEP (0,10). b) Unificação das penas (0,25), pela
continuidade delitiva (0,20). Artigos 66, III, a, da LEP e 71 do CP (0,20). c) Tribunal de Justiça. (0,25)

Questão 03

Suponha que Ismael seja secretário de segurança do estado de Minas Gerais e, nessa condição, tenha cometido
delito de homicídio doloso contra Ricardo, no exercício da função e em razão dela. Nessa situação hipotética,
responda:

A) Dado que a Constituição mineira assegura prerrogativa de foro aos secretários estaduais, de quem é a
competência para processar e julgar Ismael?

B) A situação seria diferente se ele fosse acusado da prática de roubo, em vez de homicídio, mas também no
exercício da função e em razão dela?

Justifique.

Resposta: a) A competência será do tribunal do júri (0,35), pois esta prevalece sobre o foro por prerrogativa de
função previsto em Constituição Estadual. Súmula Vinculante 45 OU Súmula 721 do STF (0,40). b) Sim (0,20), nesse
caso prevaleceria o foro previsto na Constituição Estadual (0,30).

Questão 04

No dia 18/10/2005, Eratóstenes praticou um crime de corrupção ativa em transação comercial internacional (Art.
337-B do CP), cuja pena é de 1 a 8 anos e multa. Devidamente investigado, Eratóstenes foi denunciado e, em
20/1/2006, a inicial acusatória foi recebida. O processo teve regular seguimento e, ao final, o magistrado
sentenciou Eratóstenes, condenando-o à pena de 1 ano de reclusão e ao pagamento de dez dias-multa. A
sentença foi publicada em 7/4/2007. O Ministério Público não interpôs recurso, tendo, tal sentença, transitado
em julgado para a acusação. A defesa de Eratóstenes, por sua vez, que objetivava sua absolvição, interpôs
sucessivos recursos. Até o dia 15/5/2011, o processo ainda não havia tido seu definitivo julgamento, ou seja, não
houve trânsito em julgado final.

Com base nas informações constantes do enunciado, responda, fundamentadamente, o que a defesa pode
requerer e qual a sua consequência para o processo em curso.

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Resposta: A defesa pode requerer o reconhecimento da ocorrência da prescrição da pretensão punitiva
superveniente (0,30), tendo em vista que entre a data da publicação da sentença condenatória e o dia 15 de maio
de 2011 passaram-se mais de 4 anos (0,20), prazo prescricional incidente no caso, já que a pena foi de 1 ano e
ocorreu o trânsito em julgado para a acusação (0,15). Fundamentos: artigos 109, V (0,10), 110, §1º (0,10) e 117,
IV, todos do CP (0,10). A consequência é a extinção da punibilidade (0,20), conforme art. 107, IV, do CP (0,10)

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