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RESUMO
O presente artigo tem como centralidade o estudo da aprendizagem lúdica como característica
principal da educação infantil. Parte do momento histórico da era medieval no qual a criança
era vista como mini adultos e não possuía acesso à escola e direito a brincar. A partir do
desenvolvimento da sociedade capitalista, com o surgimento de importantes pensadores como
Froebel, Vygotsky, Maria Montessori e com a evolução na área da educação, viu-se a
necessidade da introdução do lúdico na educação infantil atribuindo valores e significados
importantes na primeira infância. A pesquisa visa resgatar a importância do brincar no processo
de ensino aprendizagem dos alunos da educação infantil enfatizando que a brincadeira pode ser
incluída nos conteúdos a serem aplicados pelos professores, com o intuito de estimular a
aprendizagem de uma maneira divertida e agregadora garantindo assim um ensino de qualidade,
significativo e participativo para as crianças partindo da fase em que se encontram. Este
trabalho é fruto de pesquisas bibliográficas, através de artigos, livros e sites especializados, os
quais reforçam e confirmam que nenhum professor deve deixar de trabalhar a ludicidade em
sala de aula visto que esta torna o aprendizado agradável e essencial a construção do saber. Em
suma, o texto indica que o lúdico utilizado de maneira correta pelo professor que é o principal
mediador e facilitador, e que deve sempre levar em consideração as experiências educativas
que o aluno trás, o que estimula nas crianças a imaginação, criatividade, liberdade de expressão,
reconhecimento e interação com o meio, que proporcionará habilidades para a vida adulta.
Palavras-chaves: Ludicidade; Aprendizagem na Infância; A importância do Brincar.
ABSTRACT
This academic research aims the study of the playful learning as the main feature of the child
education. It begins from the historic period of the medieval era were children were faced as
little adults, with no right of schooling and playing. Up to the development of the capitalist
society, the arising of important thinkers such as Froebel, Vygotsky, Maria Montessori and
with natural evolution on education field, it was seen the need of introducing playful activities
for children assigning values and important meanings upon early childhood. The present study
tries to recover the importance of playing in the process of learnig with students on child
education, remarking that playings must be included in the school content programs by teachers.
The idea is to stimulate learning in a fun and aggregating way ensuring high qualilty and
meaningful learning for kids at the stage they are. The present paper is based on bibliographic
research, articles and specialized internet sites wich confirms that teachers should work on a
playful basis inside the classroom making learning pleasant and essential to acquire knowledge.
At last, our purpose is to point that the teacher is the mediator and facilitator of learning and
must use playful activities properly. Educators also are expected to consider the previous
experiences of the students, stimulating imagination, creativity, freedom of expression and
environment interaction, important skills for a future adult life.
INTRODUÇÃO
A humanidade desde a antiguidade busca descobrir, aprender e imitar, isso tudo ocorre
porque há necessidade de evoluir, de crescer e de conquistar tudo o que for possível para a sua
subsistência.
O primeiro Jardim de infância em 1837, termo criado pelo alemão Friedrich Froebel
(1782-1852) Fez com que as crianças adquirissem seu espaço e então pudessem ser estimuladas
e auxiliadas no processo de aprendizagem da forma lúdica e afetiva trazendo a elas momentos
importantes para o desenvolvimento de habilidades necessárias.
Dessa forma, para que o futuro não fosse um peso e sim um mundo no qual tivessem
prazer em conhecer e conviver com o outro de uma forma totalmente estruturada devido a sua
base ter sido apoiada numa construção de pensamentos e habilidades criadas e recriadas durante
suas brincadeiras e visualizadas através dos brinquedos.
Froebel dizia que as crianças eram pequenas plantinhas e o professor (a) o jardineiro
(a). Foi o primeiro educador a enfatizar o brinquedo a atividade lúdica e aprender o significado
da família gestual, corporal, sonora, verbal, entre outras. Idealizou recursos para as crianças se
expressarem, como blocos de construção que oportunizava atividades criadoras.
A figura 1 está representando uma sala de aula, na qual os brinquedos devem estar ao
alcance dos alunos, organizados em prateleiras para facilitar o acesso para os mesmos. Cabe
considerar que deve haver brinquedos diferenciados que os estimulem na aprendizagem. Pintar,
mexer com a terra, escalar brinquedos, se movimentar deve ser práticas comuns no cotidiano
escolar.
Para Huizinga (1999), o jogo, o brincar, deve ter caráter de liberdade para as crianças
irem muito além das suas fantasias, deve ser uma atividade voluntária e quando imposta deixa
de ser uma brincadeira ou um jogo, ou do faz de conta.
Todos os autores citados neste trabalho são referências importantes para os profissionais
da educação, suas metodologias e pesquisam contribuem e facilitam a mediação entre professor
aluno e o brincar.
METODOLOGIA
O método utilizado nesse trabalho foi o da revisão bibliográfica para análise das práticas
do brincar para o desenvolvimento pedagógico na educação infantil, foram identificados artigos
e livros relevantes sobre o tema.
O tema foi abordado por vários ângulos: Foi feito uma busca sobre o histórico do lúdico
na educação infantil, foram avaliados artigos e um estudo clássico sobre a infância como
construção social.
De acordo com Philippe Ariés, em sua clássica obra: (A história social da infância e
da família), muito antes de serem disseminadas as teorias de Froebel, existia um ambiente
totalmente inadequado para a criança, que não se relacionava com os adultos de forma inocente
e eram usadas em atos ilícitos e todo o tipo de trabalho escravo como se fosse adulta em
miniaturas.
A preocupação pelo seu bem estar social, educacional não existia, os adultos da época
entendiam que não era necessário se preocuparem com a formação educacional, não se
respeitava as transições de uma fase para outra, misturavam-se todas as idades e lhes ofereciam
quase nada para construírem seu próprio intelecto. Ariés afirma:
A realidade de que trata a situação é que as crianças dessa época medieval eram
projetadas para se tornarem adultos aos 14 anos sem ao menos ter a chance de se sentir uma
criança, os aprendizados construídos pelos reis e rainhas não procuravam ensiná-los ou ajuda-
los a desenvolverem suas habilidades cognitivas ou motoras, mas o interesse verdadeiro era em
jogá-los na vida adulta com ensinamentos sobre uma vida social e sexual sem que realmente
compreendessem o que significava tal comportamento apenas se desprendiam da obrigação de
orientá-los.
Entre os sec. XVIII e XIX a infância começou a ser valorizada, de maneira que
começaram a inquietar-se para buscar soluções que transformassem a infância num momento
que fosse cheio de oportunidades para se desenvolverem de uma forma lúdica, boa e divina
longe das más influências da sociedade que estava deteriorada e carregada de homens e
mulheres adultos que não se sentiam realizados por não terem vivido sua infância com um
cuidado diferente, no qual pudessem aprender, e expressar seus saberes.
Nessa época tenebrosa não se conseguia obter sucesso na educação nem tão pouco
progresso para a atual sociedade. O índice de crianças mortas, em trabalhos escravo, guerras,
era assustador, em suma os adultos não sabiam como deveriam criar seus filhos, ou ensiná-los.
Felizmente em meio a essa barbárie surgem pensadores com real interesse em buscar
meios de reverter esse quadro de irresponsabilidades totalmente desumano.
O educador que se propôs a buscar respostas teve em sua própria vida experiências
que o tornaram um autodidata, capaz de compreender novas maneiras de aprendizagem. Após
perder sua mãe e ser criado pelo tio buscou formas de aprender durante o trabalho como guarda
florestal, amante da natureza, inteligente iniciou seus pensamentos teóricos baseando-se no
cultivo integral da essência divina e na apropriação de novos saberes de cada ser humano.
Defendia a teoria de que as crianças eram pequenas plantinhas que precisavam ser
regadas pelas jardineiras. “A criança é como uma planta em sua fase de formação, exigindo
cuidados periódicos para que cresça de maneira saudável.” (FROEBEL, 1826)
A sua explicação para essa analogia era de que apesar do jardineiro saber cultivar, se
manter atento e procurar suprir todas as necessidades da planta durante seu processo de
crescimento, existem algumas ocorrências durante esse desenvolver que acabam por serem
desconhecidas do jardineiro o que reforça a sua teoria de que a criança através do domínio pela
brincadeira e do brinquedo consegue colocar para fora seu potencial e absorver tudo o que
envolve esse momento do brincar.
Para ele, nos joelhos da mãe deveria começar a educação da criança, além dos
brinquedos introduziu a música, a sua intenção era provar e resguardar o direito de liberdade da
criança, pois defendia sua importância.
Conhecido como psicólogo da infância, propõe explicações a respeito das formas dos
brinquedos, para ele a esfera representava a unidade, o cubo aparece como uma representação
do corpo mostrando a variedade, segundo ele essas formas proporcionam experiências de
movimento, direção, posição.
Para cada dom citado nesse trabalho dispõe de explicações que correspondem o
processo de aquisição de conhecimento através do brincar, que eram inseridos um de cada vez
na vida da criança.
Esse processo de incluir aos poucos era pelo fato de que em cada fase a criança poderia
adquirir um novo ponto de desenvolvimento que viesse a relacionar com o que pudesse ser
futuramente, por exemplo, as atividades desenvolvidas com relação aos exercícios
arquitetônicos possíveis no 5º e 6º dons são postos na brincadeira com o intuito de realizar uma
ligação entre a atividade e a profissão de arquiteto, ou pintor e então em uma brincadeira tornar
possível uma melhor relação da criança com o produto que qualifica esse aprender.
Desenvolver a educação é o caminho que conduz à vida, o único que guia com
segurança à realização das aspirações internas da natureza humana e à realização
também de suas aspirações externas; o único que, mediante uma vida fiel à sua
vocação pura, santa, leva à bem-aventurança eterna. Portanto, o divino no homem, sua
essência, deve ser, mediante a educação, desenvolvido, exteriorizado e elevado à sua
plena consciência. O homem há de alcançar a livre-manifestação desse elemento
divino que nele atua expressá-la numa vida consciente e livre. Também a educação, o
ensino deve dar ao homem a intuição e o conhecimento do divino, do espiritual e do
eterno que existem na natureza exterior, os quais constituem a essência dessa natureza
e nela se expressam de um modo permanente (FROEBEL, 2001, p. 23-24 apud
KENDZIERSKE, 2012)
2.3 Montessori
Brinquedos Montessorianos:
Pote da calma;
Bloquinhos multissensoriais;
Tabela de cores;
Formas geométricas;
Jogo da velha;
Canos e bolinhas;
Pais, sociedade e o sistema educacional ainda não aceitam, nem apoiam a liberdade do
brincar da criança na escola, processo esse que é muito importante no desenvolvimento lúdico
dos alunos, para que eles se descubram e aperfeiçoem suas habilidades. Professores estão mais
centrados em ensiná-los a ler e a escrever o mais rápido possível para conseguirem os inserir
na sociedade e conquistarem um trabalho que evite permanecerem em extrema pobreza.
Atualmente a era virtual está cada vez mais presente na rotina da população e até
mesmo das crianças, reforçando essa problemática.
Quando o aluno chega na escola ele traz experiências de casa, traz o conhecimento de
jogos, de brincadeiras, pois já viveu sete anos produtivos e criativos. Aprendeu a falar,
andar, brincar. Isso não é aproveitado pelo sistema escolar. O professor parece que
pede: ‘esqueça tudo que você fez e aprenda números e coisas mais intelectualizadas’.
(D’AMBRÓSIO apud HUBNERet al.,2003)
As leis que temos hoje foram criadas para evitar que isso aconteça, porém, ainda não
é o suficiente. Futuros professores devem rever essa metodologia tradicional e buscar novos
meios para aprimorar o trabalho com a inclusão dos brinquedos pedagógicos no dia a dia dos
alunos, contribuindo com novas ideias e estudando qual melhor método a ser utilizado para
auxiliar no desenvolvimento da criança em todos os aspectos possíveis.
Considerações finais
REFERÊNCIAS
ARIÈS, P. Historia social da criança e da família. 2ª ed. Rio de Janeiro: Zahar, 1976