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Baseado no princípio de que toda violência é resultado de uma necessidade não atendida, o
psicólogo americano Marshall Rosenberg demonstra como podemos criar diálogos
estruturados que identifiquem melhor nossas necessidades não atendidas e os sentimentos
que discorrem disso.
A partir dessa identificação mais clara, podemos então agir para sanar nossas necessidades,
chegando a um denominador comum mais empático, mesmo que esse denominador seja uma
discordância pacífica.
De forma mais ampla, a teoria da CNV (Comunicação Não-Violenta) trabalha em três grandes
dimensões: a CNV falar, ou seja, como expressamos nossas necessidades e sentimentos;
a CNV ouvir, ou seja, a maneira como ouvimos o outro e identificamos suas necessidades e
sentimentos; e a CNV autodialogar, ou seja, a forma como estruturamos e mantemos nossos
diálogos internos.
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Por que é interessante ler esse livro
A partir disso ficamos mais habilidosos nas maneiras de formatar e apresentar essas
informações de forma tranquila para as pessoas que nos rodeiam.
Esse autoconhecimento serve de apoio até mesmo para sanar nossas necessidades de forma
mais certeira e ainda fazer acordos mais benéficos para todos os envolvidos, sem precisar
usar violência como uma ferramenta.
Outro aspecto importante do livro é aprender a ouvir e falar com outras pessoas observando
suas próprias necessidades e sentimentos. Dessa forma ajudamos o outro a se expressar,
facilitamos nossa compreensão de tudo que está envolvido no contexto e ainda tornamos
nossos relacionamentos mais saudáveis e positivos.
Desde que li o livro já venho aplicando a técnica sempre que possível, apesar disso assumo
que é um exercício difícil por fugir da forma como aprendemos a nos relacionar nas nossas
rotinas, contudo ainda me parece ser muito mais saudável do que a alternativa mais
conhecida.
O livro e sua técnica realmente ajudaram a tornar mais claro minhas necessidades e
sentimentos, inclusive ampliando a consciência da minha responsabilidade sobre meus atos a
partir dessa compreensão.
Outro importante aprendizado foi deixar de ver qualquer pessoa que estivesse indo contra
minhas necessidades como um monstro merecedor de um grande castigo.
E isso vai desde o motorista “lerdo” no trânsito até o colega de trabalho ou um possível
fornecedor atrasado.
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Os principais questionamentos que tive sobre o livro
Apesar de recheado de exemplos que comprovam a eficácia da técnica nas mais diferentes
situações, ainda tenho dúvidas quanto ao uso dela em qualquer cenário.
Parte 1
“O processo da CNV: As ações concretas que estamos observando e afetam nosso bem-
estar; Como nos sentimos em relação ao que estamos observando; as necessidades, valores,
desejos, etc. que estão gerando nossos sentimentos; as ações concretas que pedimos para
enriquecer nossa vida” (ROSENBERG, 2006, p. 26)
“Ficamos perigosos quando não temos consciência de nossa responsabilidade por nossos
comportamentos, pensamentos e sentimentos” (ROSENBERG, 2006, p. 45)
“A maioria de nós cresceu usando uma linguagem que, em vez de nos encorajar a perceber o
que estamos sentindo e do que precisamos, nos estimula a rotular, comparar, exigir e proferir
julgamentos” (ROSENBERG, 2006, p. 47)
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“Uma forma de comunicação alienante da vida é o uso de julgamentos moralizadores que
implicam que aqueles que não agem em consonância com nossos valores estão errados ou
são maus” (ROSENBERG, 2006, p. 48)
“Quatro opções de como receber mensagens negativas: 1. Culpar a nós mesmos. 2. Culpar os
outros. 3. Escutar nossos próprios sentimentos e necessidades. 4. Escutar os sentimentos e
necessidades dos outros” (ROSENBERG, 2006, p. 80)
“Estamos acostumados a pensar que há algo de errado com as outras pessoas sempre que
nossas necessidades não são satisfeitas” (ROSENBERG, 2006, p. 84)
“Como frequentemente acontece, os dois grupos tinham mais habilidade para analisar o erro
que percebiam nos outros do que para expressar claramente suas necessidades”
(ROSENBERG, 2006, p. 85)
“Segundo estágio – “ranzinza”: sentimentos raiva; não queremos mais ser responsáveis pelos
sentimentos dos outros” (ROSENBERG, 2006, p. 92)
“O que os outros dizem e fazem pode ser o estímulo, mas nunca a causa de nossos
sentimentos” (ROSENBERG, 2006, p. 95)
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“Julgamentos, críticas, diagnósticos e interpretações dos outros são todas expressões
alienadas de nossas próprias necessidades e valores” (ROSENBERG, 2006, p. 95)
“Além de utilizarmos uma linguagem positiva, devemos evitar frases abstratas ou ambíguas e
formular nossas solicitações na forma de ações concretas que os outros possam realizar”
(ROSENBERG, 2006, p. 106)
“Formular pedidos em uma linguagem clara, positiva e de ações concretas revela o que
realmente queremos” (ROSENBERG, 2006, p. 107)
“Pode não ficar claro para o ouvinte o que queremos que ele faça quando simplesmente
expressamos nossos sentimentos” (ROSENBERG, 2006, p. 110)
“Quanto mais claros formos a respeito do que queremos obter, mais provável será que o
consigamos” (ROSENBERG, 2006, p. 112)
“Depois de nos expressarmos de forma vulnerável, é comum que queiramos saber: a) o que o
ouvinte está sentindo; b) o que o ouvinte está pensando; ou c) se o ouvinte está disposto a
tomar determinada atitude” (ROSENBERG, 2006, p. 115)
“Num grupo, perde-se muito tempo quando as pessoas não estão certas de que tipo de
reposta desejam em retorno as suas palavras” (ROSENBERG, 2006, p. 118)
“Pedidos são recebidos como exigências quando o outros acreditam que serão culpados ou
punidos se não os atenderem” (ROSENBERG, 2006, p. 119)
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“Quando a outra pessoa ouve de nós uma exigência, ela vê duas opções: submeter-se ou
rebelar-se” (ROSENBERG, 2006, p. 119)
“É uma exigência se quem fez a solicitação critica ou julga a outra pessoa em seguida”
(ROSENBERG, 2006, p. 119)
“Também é uma exigência se quem fez a solicitação tenta fazer a outra pessoa sentir-se
culpada” (ROSENBERG, 2006, p. 120)
“Podemos ajudar os outros a confiar em que estamos fazendo um pedido, e não uma
exigência, se indicarmos nosso desejo de que eles atendam somente se puderem fazê-lo de
livre vontade” (ROSENBERG, 2006, p. 127)
Parte 2
“As duas partes da CNV: Expressar-se com honestidade. Receber com empatia.”
(ROSENBERG, 2006, p. 133)
“Ao nos relacionarmos com os outros, a empatia ocorre somente quando conseguimos nos
livrar de todas as ideias preconcebidas e julgamentos” (ROSENBERG, 2006, p. 134)
“[…] comportamentos comuns que nos impedem de estar presentes o bastante para nos
conectarmos aos outros com empatia […] aconselhar; competir pelo sofrimento, educar,
consolar, contar uma história, encerrar o assunto; solidarizar-se; interrogar; explicar-se e
corrigir” (ROSENBERG, 2006, p. 135)
“Preste atenção às necessidades dos outros, e não ao que eles estão pensando de você”
(ROSENBERG, 2006, p. 139)
“Quando verbalizamos o que ouvimos do outro, o tom de voz que utilizamos é muito
importante. Quando as pessoas nos ouvem repetir o que disseram, é provável que estejam
sensíveis ao menor indício de crítica ou sarcasmo. Da mesma forma, elas são negativamente
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afetadas por um tom declarativo, que implique que estamos lhes dizendo o que está
acontecendo dentro delas.” (ROSENBERG, 2006, p. 144)
“Sabemos que a pessoa que fala recebeu empatia quando: (a) há um alivio de tensão ou (b) o
fluxo de suas palavras chega ao fim” (ROSENBERG, 2006, p.148)
“Embora possamos facilmente ter empatia com nossos colegas e com aqueles em posição de
menor poder, podemos nos perceber sendo defensivos ou nos justificando, em vez de termos
empatia, na presença daqueles que identificamos como nossos superiores.” (ROSENBERG,
2006, p. 162)
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Parte 3
“Nós não fomos feitos para sucumbir às ordens do “dever” e do “tenho de”, venham elas de
fora ou de dentro de nós mesmos. E, se viermos a ceder e nos submeter a essas ordens,
nossas ações se originarão de uma energia destituída da alegria de viver” (ROSENBERG,
2006, p. 182)
“Uma premissa básica da CNV é que ao julgarmos que alguém está errado ou agindo mal, o
que estamos realmente dizendo é que essa pessoa não está agindo em harmonia com
nossas necessidades. Se por acaso julgamos a nós mesmos, o que estamos dizendo é: ‘Eu
mesmo não estou agindo em harmonia com minhas próprias necessidades’” (ROSENBERG,
2006, p. 183)
“A cada escolha que você fizer, esteja consciente de que necessidade ela atende”
(ROSENBERG, 2006, p. 190)
“[Motivações extrínsecas que podem ser negativas:] 1. Por dinheiro; 2. Por aprovação; 3. Para
evitar uma punição; 4. Para evitar a vergonha; 5. Para evitar a culpa; e 6. Por dever”
(ROSENBERG, 2006, p. 191)
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Parte 4
“Quando a culpa é uma tática de manipulação e coerção, é útil confundir estímulo e causa”
(ROSENBERG, 2006, p. 199)
“[…] não é o que a outra pessoa faz, mas as imagens e as interpretações em minha própria
cabeça que provocam minha raiva” (ROSENBERG, 2006, p. 203)
“A violência vem da crença de que as outras pessoas nos causam sofrimento e, portanto,
merecem ser punidas” (ROSENBERG, 2006, p. 205)
“Temos quatro opções quando escutamos uma mensagem difícil: 1. Culpar a nós mesmos; 2.
Culpar os outros; 3. Perceber nossos próprios sentimentos e necessidades; 4. Perceber os
sentimentos e necessidades dos outros.” (ROSENBERG, 2006, p. 206)
“O julgamento dos outros contribuem para criar profecias que acarretam a própria
concretização” (ROSENBERG, 2006, p. 206)
“As pessoas não escutam nossa dor quando acham que têm culpa de algo” (ROSENBERG,
2006, p. 212)
“[…] nossa raiva vem de julgamentos, rótulos e acusações a respeito do que as pessoas
‘deveriam’ fazer e do que elas ‘merecem’” (ROSENBERG, 2006, p. 214)
“A intenção por trás do uso protetor da força é evitar danos ou injustiças. A intenção por trás
do uso punitivo da força é fazer que as pessoas sofram por seus atos percebidos como
inadequados” (ROSENBERG, 2006, p. 224)
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“Pergunta 1: O que eu quero que essa pessoa faça? Pergunta 2: Que motivos desejo que
essa pessoa tenha para fazê-lo?” (ROSENBERG, 2006, p. 229)
“Concentre-se no que deseja, não no que deu errado” (ROSENBERG, 2006, p. 239)
“Agradecer na CNV: Isso é o que você fez; isso é o que sinto; essa é minha necessidade que
foi atendida” (ROSENBERG, 2006, p. 255)
“Receba apreciação sem se sentir superior e sem falsa modéstia” (ROSENBERG, 2006, p.
257)
“Tendemos a registrar o que está dando errado, não o que está dando certo” (ROSENBERG,
2006, p. 260)
Referências
Fonte:
Heller de Paula - https://www.hellerdepaula.cnm.br/cnv-marshall-rosenberg/ - Todos os créditos ao autor
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