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EVOLUT - Escolas Técnicas

Alana Caroline Cardoso RM 109128

Danielle Maria Ferreira RM 109117

Laís de Fatima Proença RM 109147

Segurança dos trabalhadores na estação de tratamento

de efluentes Knorr Bremse.

JUNDIAÍ

2016

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EVOLUT - ESCOLAS TÉCNICAS

ALANA CAROLINE CARDOSO RM 109128

DANIELLE MARIA FERREIRA RM 109117

LAÍS DE FATIMA PROENÇA RM 109147

SEGURANÇA DOS TRABALHADORES DA ESTAÇÃO DE TRATAMENTO

DE EFLUENTES KNORR BREMSE

Trabalho apresentado à disciplina Projeto


Integrador III como requisito de avaliação,
do curso em Técnico em segurança do
trabalho da escola EVOLUT – Escolas
Técnicas.

Orientador: Prof. Aline Davelli

JUNDIAÍ

2016

2
EVOLUT – ESCOLAS TÉCNICAS

Alana Caroline Cardoso RM 109128

Danielle Maria Ferreira RM 109117

Laís de Fatima Proença RM 109147

Segurança dos trabalhadores da estação de tratamento

de efluentes Knorr Bremse.

Trabalho apresentado à disciplina Projeto


Integrador III como requisito de avaliação,
do curso em Técnico em segurança do
trabalho da escola EVOLUT – Escolas
Técnicas.

Orientador: Prof. Aline Davelli

Aprovado em: __/__/__

Banca Examinadora

____________________ ____________________

Profº _______________ Profº _______________

3
DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho aos meus pais, que foram parte integrante na
formação do meu caráter, moral e crença. E, também, de maneira especial, aos
meus amigos e familiares que fazem parte da minha vida.
AGRADECIMENTO

A minha orientadora, Prof. Aline Davelli, pela compreensão, apoio e


orientação no desenvolvimento do curso.

Aos professores pelos quais tive desde o inicio do curso, pela dedicação,
empenho e profissionalismo apresentados na condução das disciplinas do curso.

Aos amigos do técnico, que durante o desenvolvimento do curso ajudaram-


me, incentivaram-me e contribuíram de forma direta e indireta nos momentos de
dificuldades.

A Empresa Knor Bremse, que permitiu a realização do Pré-Projeto.

E, principalmente, com muita humildade, a Deus, nosso Pai e Criador de


todas as coisas, pela oportunidade de ter sucesso nesta etapa de aprendizagem
da minha vida.
"Determinação coragem e autoconfiança são fatores decisivos para o
sucesso. Se estamos possuídos por uma inabalável determinação conseguiremos
superá-los. Independentemente das circunstâncias, devemos ser sempre
humildes, recatados e despidos de orgulho."

(Dalai Lama)
RESUMO

Cardoso, Alana; Ferreira, Danielle; Proença, e Lais; Titulo do Trabalho. Jundiaí,

Curso Técnico em Técnico em segurança do trabalho, EVOLUT Escolas

Técnicas, 3º bimestre de 2016. 40 p. Trabalho de Conclusão de Curso.

Amparar uma destinação correta dos resíduos gerados tem sido um


cuidado frequente por parte das empresas de todos os setores, além de gerar
vantagens como: benefícios sociais e ambientais evitando alterações das
características do solo e da água, além da poluição e da contaminação destes
recursos naturais; fortalecer uma imagem positiva, consolidando o nome e os
valores das empresas; modo simples, confiável e eficiente de tratar resíduos;
questão de lei.

Já faz algum tempo que a empresa Knorr Bremse se preocupa em tratar


seu próprio efluentes em sua Estação de Tratamento de Efluentes (ETE), uma
medida de saneamento básico tendo como objetivo acelerar o processo de
purificação da água antes de ser devolvida ao meio ambiente ou reutilizada.

Ao analisar este procedimento, verificou-se que em uma das etapas de


limpeza o colaborador responsável realiza a função de retirar a prancha do filtro
para a limpeza semanal, tendo o artefato pesado e prejudicando seu manuseio e
seu esqueleto corporal.

O objetivo desse trabalho é otimizar os métodos para serem realizados


com mais conforto preocupando com os colaboradores que são responsáveis pela
área, visando erros ergonômicos, que é estudo de corpo x máquina.

Foi coletado informações com os colaboradores que atuam na área e


realizadas pesquisas de melhoria, onde foi descoberto algumas estratégias para o
bem-estar ergonômico que é preocupação maior desse trabalho, além de
estimular seus colaboradores mostrando seus cuidados que a empresa leva com
a ergonomia.

Por fim será discutido e estudado perspectiva futuras para esse tipo de
aplicação.

Palavras chaves – ETE, Ergonomia, Estratégia.


ABSTRACT

Cardoso, Alana; Ferreira, Danielle; Proença, e Lais; do Trabalho. Jundiaí, Curso

Técnico em segurança do trabalho, EVOLUT Escolas Técnicas, 3º bimestre de

2016. 77 p. Trabalho de Conclusão de Curso.

Supporting a correct destination of waste generated has been a frequent


care by companies in all sectors, as well as generating advantages such as: social
and environmental benefits avoiding changes in soil and water characteristics,
pollution and contamination of these natural resources ; Strengthen a positive
image, consolidating the name and values of companies; Simple, reliable and
efficient way of treating waste; Matter of law.

For some time Knorr Bremse has been concerned with treating its own
effluents at its Effluent Treatment Plant (ETE), a basic sanitation measure aimed
at accelerating the process of water purification before being returned to the
environment or Reused.

In analyzing this procedure, it was verified that in one of the cleaning steps
the responsible employee performs the function of removing the filter board for the
weekly cleaning, having the artifact heavy and impairing its handling and its body
skeleton.

The objective of this work is to optimize the methods to be carried out with
more comfort and concern with the employees who are responsible for the area,
aiming at ergonomic errors, which is a study of body and machine.

Information was collected from employees who work in the area and
improvement research was carried out, where some strategies for ergonomic well-
being were discovered, which is a major concern of this work, as well as
stimulating employees showing their care with ergonomics.
Finally we will discuss and study future perspectives for this type of
application.

KEYWORDS: ETE, Ergonomics, Strategy.


LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – Filtro prensa


LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Quantidade de Acidentes de Trabalho, por situação de registro e
motivo, segundo a classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE
)2007-2009.

Tabela 2 – ITTE Biológico Processo I

Tabela 3 – ITTE Biológico Processo II

Tabela 4 – ITTE Biológico Processo III

Tabela 5 – ITTE Biológico Processo IV

Tabela 6 – ITTE Biológico Processo VI

Tabela 7 – ITTE Biológico Processo VII

Tabela 8 – ITTE Biológico Processo VIII

Tabela 9 – ITTE Biológico Processo IX

Tabela 10 – ITTE Processo I

Tabela 11 – ITTE Processo II

Tabela 12 – ITTE Processo III

Tabela 13 – ITTE Processo IV

Tabela 14 – ITTE Processo V

Tabela 15 – ITTE Processo VI


LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
LISTA DE SÍMBOLOS
SUMÁRIO

1 – INTRODUÇÃO ...........................................................................................................16

1.1 KNORR BREMSE ..................................................................................................16

1.1.1 CNAE...............................................................................................................16

1.1.3 CIPA ................................................................................................................16

1.1.4 CERTIFICAÇÃO ..............................................................................................17

1.2 PROBLEMA ...........................................................................................................17

1.3 JUSTIFICATIVA .....................................................................................................18

1.4 OBJETIVO GERAL ................................................................................................18

1.5 OBJETIVO ESPECÍFICO .......................................................................................18

2 – ERGONOMIA ............................................................................................................19

3 - ACIDENTES DE TRABALHO X DOENCAS DO TRABALHO .....................................21

4 – CAT ...........................................................................................................................23

5 – EFLUENTES INDUSTRIAIS ......................................................................................24

6 – ETE............................................................................................................................24

6.1. Estação de Tratamento de Óleo Solúvel ..............................................................24

6.2. Estação de Tratamento Biológico ..........................................................................30

7 – FUNÇÕES .................................................................................................................40

7.1 – Descrições das atividades ...................................................................................40

7.2 –EPI’S ....................................................................................................................40

7.3 Profissionalização ..................................................................................................40

8 – ESTUDO DE CASO ...................................................................................................41

9 – CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................................................41

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................43

METODOLOGIA ..............................................................................................................44

CRONOGRAMA ..............................................................................................................44
1 – INTRODUÇÃO

1.1 KNORR BREMSE

Knorr Bremse é uma empresa multinacional presente em 26 países, sendo um


desses no Brasil, situada na região de Itupeva- SP. A mesma é do ramo
metalúrgico, especializada em fazer sistemas de freios para ônibus, trem e
caminhão. A empresa é dividida em 2 CNPJ , Knorr-Bremse Sistemas para
Veículos Comerciais Brasil Ltda. 00416170000151 e Knorr-Bremse Sistemas para
Veículos Ferroviários Ltda 000264588000190 .

1.1.1 CNAE

A empresa tem no total 515 funcionários, onde são 141 registrados pelo
ferroviário tendo seu CNAE número 3032-6/00 e 374 funcionários pelo rodoviário,
conforme CNAE 2943-3/00 onde ambos tem o seu grau de risco 3, conforme NR
04.

1.1.2 SESMT

Devido sua grande quantidade de colaboradores possui o SESMT, que é


composto pelo técnico de Segurança do Trabalho, Engenheiro de Segurança do
Trabalho, Médica do Trabalho e a Técnica de enfermagem do Trabalho.

1.1.3 CIPA

A CIPA acontece uma vez por ano, no mês de Maio tendo sua posse no
mês de Junho. Ela é composta por 16 colaboradores em diversificadas áreas, na
qual são 9 rodoviários onde são 5 efetivos e 4 suplentes. No ferroviário, são 7

16
onde se tem 4 efetivos e 3 suplentes, além dos representantes empregador. No
qual se enquadra no grupo C-16, conforme o quadro I na NR 05.

1.1.4 CERTIFICAÇÃO

A Knorr Bremse prioriza a qualidade de vida de seus colaboradores, e o


meio ambiente, portanto ela é certificada pela OHSAS 18001(sistema de saúde e
segurança ocupacional) a ISO 9001 (Sistema de qualidade) e a ISO
14001(sistema de gestão ambiental) preocupada com os impactos causada ao
meio ambiente, ela realiza o seu próprio tratamento de efluentes em sua ETE.

1.2 PROBLEMA

Nesta área da empresa há presente um grande risco ergonômico, devido á


uma prancha com comprimento de 5 metros e peso aproximado de 40kg, que é
retirado ao menos uma vez na semana para ser realizado a limpeza da mesma,
onde fica encarregado desta limpeza apenas uma pessoa, no qual o peso acaba
indo diretamente na coluna do colaborador.

Figura 1 – Filtro prensa


17
1.3 JUSTIFICATIVA

O presente trabalho tem como foco a validação de melhorias ergonômicas


para a prevenção de problemas de coluna nos operadores de ETE, da indústria
metalúrgica, buscando assim uma alternativa viável, que possa contribuir de
modo efetivo para a redução de afastamentos e maior conforto aos colaboradores
durante a execução de suas atividades de trabalho; visto que a falta de projetos
ergonômicos eficientes para eliminar ou ao menos minimizar a sobrecarga do
puxamento manual da prancha não tem contribuído para a melhoria deste
cenário.

1.4 OBJETIVO GERAL

Esse trabalho tem como principal objetivo desenvolver uma pesquisa


exploratória que possa auxiliar a empresa a buscar uma solução, para um melhor
conforto para operadores, ao desenvolverem suas atividades no local estudado.

1.5 OBJETIVO ESPECÍFICO

 Auxiliar a empresa quanto as possíveis mudanças para a melhoria do


processo, e maior conforto aos colaboradores.
 Instruir a empresa para uma solução adequada, sem que afete a
segurança dos trabalhadores do local.
 Avaliar a eficácia da implantação da melhoria (corte da prancha)

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2 – ERGONOMIA

A Associação Brasileira de Ergonomia (ABERGO) define ergonomia como o


“estudo das interações das pessoas com a tecnologia, a organização e o
ambiente, objetivando projetos e intervenções que visem melhorar, de forma
integrada e não dissociada, a segurança, o conforto e o bem-estar e a eficácia
das atividades humanas” (CORDEIRO, 2006).

Segundo (Couto, 2002) a Ergonomia pode ser definida como o trabalho


interprofissional que, baseado num conjunto de ciências e tecnologias, procura o
ajuste mútuo entre o ser humano e seu ambiente de trabalho de forma confortável
e produtiva, basicamente procurando adaptar o trabalho às pessoas.

Segundo (Iida, 2005) uma definição concisa da Ergonomia é a seguinte:


“Ergonomia é o estudo do relacionamento entre o homem e o seu trabalho,
equipamento e ambiente, e particularmente a aplicação dos conhecimentos de
anatomia, fisiologia e psicologia na solução dos problemas desse relacionamento”
(Ergonomics Research Society, Inglaterra)

Para realizar o seu objetivo, a ergonomia estuda diversos aspectos do


comportamento humano no trabalho e outros fatores importantes para o projeto
de sistemas de trabalho, que são:

 O homem – características físicas, fisiológicas, psicológicas e sociais do


trabalhador, influência do sexo, idade, treinamento e motivação.
 Máquina – entende-se por máquina todas as ajudas materiais que o
homem utiliza no seu trabalho, englobando os equipamentos, ferramentas,
mobiliário e instalações.
 Ambiente – estuda as características do ambiente físico que envolve o
homem durante o trabalho, como a temperatura, ruídos, vibrações, luz,
cores, gases e outros.
 Informação – refere-se às comunicações existentes entre os elementos de
um sistema, a transmissão de informações, o processamento e a tomada
de decisões.

19
 Organização – é a conjugação dos elementos acima citados no sistema
produtivo, estudando aspectos como horários, turnos de trabalho e
formação de equipes.
 Consequências do trabalho – aqui entram mais as questões de controle
como tarefas de inspeções, estudos de erros e acidentes, além dos
estudos sobre gastos energéticos, fadiga e “stress”

Os objetivos práticos da ergonomia são a segurança, satisfação e o bem-estar


dos trabalhadores no seu relacionamento com sistemas produtivos. (IIDA, 2005)

O grande motivo do rápido desenvolvimento da Ergonomia no mundo foram às


lesões do sistema osteomuscular. Elas costumam ser muito dolorosas e
incapacitantes, geram absenteísmo e, quando o trabalhador sai da empresa,
costumam originar processos de indenização pelo dano. De forma que, um dos
motivos da alta difusão da Ergonomia foi o custo da não ergonomia. Costuma ser
mais barato adotar a solução ergonômica do que contrapor-se ao custo da
condição não ergonômica.

20
3 - ACIDENTES DE TRABALHO X DOENCAS DO TRABALHO

De acordo com informações do Anuário Estatístico de Acidentes da


Previdência Social, em 2009 foram registrados 723.452 acidentes e doenças do
trabalho entre os trabalhadores assegurados na Previdência Social; sendo 17.693
por doenças relacionadas ao trabalho. Parte destes acidentes e doenças teve
como conseqüência o afastamento das atividades de 623.026 trabalhadores
devido à incapacidade temporária (302.648 até 15 dias e 320.378 com tempo de
afastamento superior a 15 dias).

Para termos uma noção do impacto financeiro desses dados, considerando


exclusivamente o pagamento pelo INSS dos benefícios devido a acidentes e
doenças do trabalho somado ao pagamento das aposentadorias especiais
decorrentes das condições ambientais do trabalho em 2009, encontraremos um
valor da ordem de R$ 14,20 bilhões/ano.

Se adicionarmos despesas como o custo operacional do INSS mais as


despesas na área da saúde e afins o custo Brasil atinge valor da ordem de R$
56,80 bilhões (Fonte: Previsão MPS)

A dimensão dessas cifras apresenta a premência na adoção de políticas


públicas voltadas à prevenção e proteção contra os riscos relativos às atividades
laborais. Muito além 2 dos valores pagos, a quantidade de casos, assim como a
gravidade geralmente apresentada como consequência dos acidentes do trabalho
e doenças profissionais, ratificam a necessidade emergencial de construção de
políticas públicas e ações das organizações para alterar esse cenário.

Do total de acidentes e doenças do trabalho registrados em 2009, 528.579


tiveram abertura de CAT (Comunicação de Acidente do Trabalho) e 195.173
foram revertidas de Auxílio Doença código B31 para B91 (Auxílio Acidente)
através do NTEP – Nexo Técnico Epidemiológico.

O NTEP é caracterizado a partir do cruzamento das informações do código


da Classificação Internacional de Doenças – CID-10 e do código da Classificação
Nacional de Atividade Econômica – CNAE que aponta a existência de uma
relação entre a lesão ou agravo e a atividade desenvolvida pelo trabalhador. A

21
indicação de NTEP está embasada em estudos científicos alinhados com os
fundamentos da estatística e epidemiologia. Segundo (Gadelha, 2006) no setor de
Metalurgia foi identificada uma alta prevalência de dores na coluna decorrente
principalmente de flexão, rotação de tronco, agachamentos e insatisfação com o
trabalho existente em trabalhadores desse ramo.

Analisando os dados do Quadro 1, verificamos registros de 54.938


acidentes (com e sem CAT registrada) com os três principais CID que tem relação
direta ao CNAE do setor de Metalurgia; sendo que os 39.071 sem CAT registrada
representaram 20% do total das 3 reversões de benefícios através do NTEP.

Considerando especificamente dentro do ramo da Metalurgia o CNAE


2943-3/00 – fabricação de peças e acessórios para o sistema de freios de
veículos automotores, que é o objeto do estudo de caso do presente trabalho,
podemos observar com base no Quadro 2, que do total de 693 acidentes, sendo
579 acidentes com CAT registrada e 114 acidentes sem CAT registrada, ou seja,
19,68% de sub-notificações, relacionadas às reversões de benefícios.

Tabela 1 - Quantidade de Acidentes de Trabalho, por situação de registro e


motivo, segundo a classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE)
2007-2009.
QUANTIDADE ACIDENTE DE TRABALHO 2009

COM CAT REGISTRADA

CNAE MOTIVO SEM CAT


TOTAL
REGISTRADA
DOENCA DO
TIPICO TRAJETO
TRABALHO

29.43 693 492 49 38 114

Fonte: Anuário Estatístico de Acidentes da Previdência Social 2009, Capítulo


30.4.

22
Acidentes com CAT Registrada – correspondem ao número de acidentes
cuja comunicação de Acidentes do Trabalho – CAT foi cadastrada no INSS. Não
são contabilizados o reinício de tratamento ou afastamento por agravamento de
lesão de acidente do trabalho ou doença do trabalho, já comunicados
anteriormente ao INSS.

Acidentes sem CAT Registrada – correspondem ao número de acidentes


cuja comunicação de Acidentes Trabalho – CAT não foi cadastrada no INSS. O
acidente é identificado por meio de um dos possíveis nexos: Nexo Técnico
Profissional/Trabalho, Nexo Técnico Epidemiológico Previdenciário – NTEP ou
Nexo Técnico por Doença Equiparada a Acidente do Trabalho. Esta identificação
é feita pela nova forma de concessão de benefícios acidentários

A legislação brasileira, por meio da Norma Regulamentadora nº. 17 –


Ergonomia, obriga as organizações a atuar na prevenção dessas doenças e a
cada dia busca alternativas para aumentar os custos daquelas que mais
adoecem, e de acordo com o item 17.2.4 com vistas a limitar ou facilitar o
transporte manual de cargas, a legislação evidencia a obrigatoriedade de serem
ser utilizados meios técnicos apropriados (Lei 6.514 de 22/12/1977,título II, cap. V
seção XIII, regulamentada pela Portaria 3214, por meio de Normas
Regulamentadoras).

4 – CAT

O termo CAT refere-se a Comunicado de Acidente de Trabalho no qual é


um documento informativo que indica a ocorrência de um acidente de trabalho ou
doença ocupacional ao Instituto Nacional de Serviço Social – INSS.

Conforme o artigo 22 da lei nº 8213/1991. “A empresa ou o empregador


doméstico deverão comunicar o acidente de trabalho á Previdência Social até o
primeiro dia útil seguinte ao da ocorrência e, em caso de morte, de imediato, as
autoridade competente, sob pena de multa variável, entre o limite mínimo máximo
do salário de contribuição, sucessivamente aumentada nas reincidências,
aplicada e cobrada pela Previdência Social.”

23
5 – EFLUENTES INDUSTRIAIS

Os efluente industriais são os líquidos provenientes das industrias e são


em muitas das vezes descartados na natureza. Sua composição varia de acordo
com cada ramo de atividade exercida e pode resultar em efluentes reutilizáveis ou
em substancias carregadas de produtos químicos, poluentes que devem ser
tratadas.

6 – ETE

A estação de tratamento de efluentes, tem como objetivo o tratamento da


água, que tenha contato com resíduos biológicos e óleo solúvel, fazendo com que
seja possível a sua reutilização em diversas formas dentro da empresa. Contudo,
diminui o consumo de água dentro da mesma.

6.1. Estação de Tratamento de Óleo Solúvel

Gerado pelo maquinário da empresa, os resíduos de óleo solúvel são


coletados inicialmente segundo procedimento de descarte de resíduos TSC-40-
20-05-00-02 (Antigo PI 7.2.1-51), onde o efluente é retido em tambores e então
despejados em qualquer canaleta do Bloco C da fábrica, seguindo diretamente via
tubulação ao tanque de óleo TO-50, localizado no espaço da ETE.

Ora na ETE, o óleo solúvel deverá ser segregado da água através de


processos químicos, visando facilitar o descarte posterior. A água restante será
reaproveitada como água de reuso, passando também por tratamentos neste
segmento.

Dando início ao tratamento, os efluentes são remanejados, via tubulação e


válvula, do tanque TO-50 ao tanque TQE-6-A, responsável pela quebra de
emulsão dos resíduos recebidos. A quebra de emulsão visa segregar o óleo,
material de importância crítica no processo, da água e demais materiais.

24
O gabinete de controle eletrônico G-02, embutido no tanque TQE-6,
automaticamente mensura o nível de pH dos efluentes contidos e dosa os
reagentes ácido clorídrico e hidróxido de sódio nos mesmos, regulando tal nível
de pH até que se mantenha entre 2 e 2,5. O operador é responsável por
abastecer os tanques de reagentes localizados ao lado do TQE-6-A (Para toda e
qualquer etapa de tratamento dentro da ETE). A dosagem é feita via bombas para
cada tanque de reagente ou manualmente, ligando-se as bombas, em caso de
manutenções.

Após o tanque TQE-6-A, o processo é então repetido em outro tanque, o TQE-


3-B. Os efluentes são remanejados e ocorre nova quebra de emulsão via
dosagem de reagentes, realizada automaticamente pelo gabinete G-01. Repetir o
processo garante o sucesso do tratamento. O óleo é então contido nos dois
tanques de separação de óleo, TSO-3-A e TSO-3-B¸ onde posteriormente será
coletado por caminhão terceiro via mangueira de sucção e descartado
apropriadamente.

A água restante destes processos, oriunda do tanque TQE-3-B, é então


remanejada e contida em outros dois tanques próximos, TA-6-A e TA-6-B. Esta
etapa visa ‘acalmar’ o permeável ácido para que não provoquem danos a
tubulações seguintes.

Com o pH baixo, a solução ácida de efluentes é remanejada a dois tanques de


neutralização, localizados ao lado dos descritos anteriormente. São os tanques
TN-3-A e TN-3-B¸ cada um possuindo um gabinete de controle, G-03 e G-04
respectivamente. Esta etapa visa neutralizar o pH dos efluentes para posterior
tratamento via dosagem de hidróxido de sódio ou ácido clorídrico, regulando tal
nível até que se mantenha entre 7 e 9.

Além de visar o pH neutro ou próximo ao neutro, a dosagem de outro reagente


é necessária: cloreto férrico (Fe3Cl2). Tal substância é responsável pela formação
de flocos de boa qualidade na solução, gerando o lodo a ser posteriormente
segregado e descartado.

25
Tubulações

Todos os resíduos de origem Os despejos passarão pelo


fabril que contém óleo solúvel processo de quebra de emulsão,
são encaminhados via sendo transferidos do TO-50 para o
tubulações para o reservatório tanque TQE-6-A.
TO-50.
Tabela 2 – ITTE Biológico Processo I

Para a quebra de emulsão, o Pelo padrão, a dosagem é feita


nível de pH dos despejos deve pelo gabinete eletrônico de controle
ser reduzido para a faixa de 2 a G-02, que mede o pH e aplica o
2,5. Os reagentes são contidos Ácido HCL automaticamente.
em tanques próximos.
Tabela 3 – ITTE Biológico Processo II

26
O tanque TQE-3-B, repete o Com o pH baixo e a emulsão
processo de quebra de emulsão quebrada, o material é conduzido
do material remanejado, até os tanques de separação de
garantido maior eficiência no óleo, TSO-3-A e TSO-3-B.
processo.
Tabela 4 – ITTE Biológico Processo III

Os tanques TA-3-A e TA-3-B Os efluentes são encaminhados


conterão o material ácido até que aos dois próximos tanques de
ele 'se acalme', protegendo o neutralização, TN-3-A e TN-3-B.
sistema de corrosões danosas.
Tabela 5 – ITTE Biológico Processo IV

27
O pH dos efluentes deve voltar à Os seguintes reagentes são
faixa normal (de 7 a 9). Para dosados no volume de lodo:
cada tanque há um respectivo Hidróxido de Sódio (NaOH) e
gabinete eletrônico de controle Cloreto Férrico (Fe3Cl2).
(G-03 e G-04).
Tabela 6 – ITTE Biológico Processo VI

Exemplo de
permeável
contendo
flocos de
lodo

O Hidróxido de Sódio equilibrará O lodo sedimentado é


o nível de pH e o Cloreto de encaminhado ao filtro-prensa,
Ferro induzirá a formação de onde o mesmo passa pelo
flocos de boa qualidade, gerando processo de adensação, formando
o lodo. a 'torta de lodo'.
Tabela 7 – ITTE Biológico Processo VII

28
As tortas de lodo separadas são O lodo encaminhado ainda possui
enviadas aos bags (sacos) água misturada. Ela retorna às
próprios, e então alocadas à etapas iniciais desta operação,
Central de Resíduos, visando sendo tratada juntamente com o
posterior descarte. óleo.
Tabela 8 – ITTE Biológico Processo VIII

A água tratada não misturada é O óleo separado no meio do


remanejada dos decantadores às processo é retirado via caminhão e
membranas de ultrafiltração, encaminhado à central de resíduos,
iniciando-se o tratamento sendo descartado de forma
biológico. adequada.
Tabela 9 – ITTE Biológico Processo IX

29
6.2. Estação de Tratamento Biológico

Este segmento visa tratar os efluentes biológicos oriundos de banheiros e


cozinhas, nos quais contém a maior parte da água possibilitada ao reuso. É a
única estação onde características técnicas operacionais, referentes aos efluentes
e às bactérias, são registradas e controladas. A estação possui dois objetivos
principais:

 Tratar os efluentes biológicos, disponibilizando água para reuso fabril e


sanitário.
 Manter o suporte de vida das bactérias atuadoras no processo.

Inicialmente, todos os resíduos são coletados via tubulação e contidos em


uma unidade de gradeamento (caixa de areia) na área externa da ETE. A caixa
ajuda a segregar resíduos sólidos grosseiros dos resíduos líquidos

Após passarem pela caixa, os efluentes são redirecionados à elevatória A, um


tanque de armazenamento do esgoto bruto. Quatro boias medem o volume de
efluentes armazenados e definem a vazão necessária para o bom funcionamento
dos processos posteriores.

Via tubulação e um rol de válvulas, o esgoto é então remanejado às duas


peneiras localizadas na plataforma externa: a peneira rotativa refaz a segregação
de sólidos grosseiros, redirecionando o esgoto à caixa de areia via tubulação, que
então passa pela peneira estática, segregando sólidos a 1 capilar de
sensibilidade.

Com os sólidos grosseiros retirados e restando apenas resíduos líquidos, os


efluentes são remanejados à elevatória B, que mede o volume captado e o
redireciona, via outro rol de válvulas e tubulação, aos dois reatores de aeração,
lugar no qual as bactérias atuam no processo.

As bactérias se alimentam primordialmente do esgoto, consumindo todo o


material paralelo à água, mas podem ser induzidas a consumirem nutrientes para
se fortalecerem/aclimatizarem quanto ao antro em que vivem. As bactérias
exigem esgoto e nutrientes com níveis de pH próximos ao neutro (7 a 9), caso
contrário poderão morrer.

30
Os nutrientes são comprados e chegam à ETE contidos em tambores cúbicos,
situados próximo aos tanques de reagentes. Quando necessário, o nutriente é
encaminhado aos reatores de aeração via tubulação e bomba própria.

Para saber se a massa bacteriana precisa de nutrientes mede-se o IVL de


uma amostra de entrada, uma amostra coletada pela saída/by-pass do ‘tubulão’,
que liga os reatores de aeração ao sistema de ultrafiltração, e que é contida no
recipiente apropriado, o cone graduado IMHOFF de 1 litro de capacidade. Os
efluentes coletados possuem certo volume de lodo e ainda não passaram pela
ultrafiltração.

O IVL, Índice Volumétrico de Lodo, indica a capacidade de sedimentação do


lodo na solução aquosa. Este índice aponta a eficiência do lodo no processo de
filtração, ou seja, quão bem as bactérias consomem as substâncias indesejáveis
no esgoto, tanto ao se sedimentarem quanto ao percorrerem pelos canais do
sistema. Uma vez coletada a amostra, deve-se obter o nível de SST (Sólidos
Suspensos Totais) e o nível de SSD (Sólidos Suspensos Sedimentáveis).

O SST indica a quantidade, mensurada em miligramas por litro (mg/l), do lodo


suspenso que percorre o sistema (não sedimentado). O teste é realizado no
laboratório, utilizando um aparelho medidor de sólidos suspensos logo após a
coleta da amostra. Já o SSD indica o volume total de lodo na solução aquosa,
após sedimentação de 30 minutos, mensurado visualmente pelas razões
volumétricas da proveta. O cálculo do IVL é realizado através da divisão do SSD
pelo SST, dado em miligramas por litro. Um lodo de boa qualidade apresenta o
IVL dentro da faixa de 0,875 a 0,1142mg/l, onde o nível de SSD situa-se na faixa
de 350 a 400ml e o SST entre 3500 e 4000mg/l.

Níveis de SSD acima da tolerância descrita indicam desenvolvimento


excessivo da massa bacteriana e requerem como medida de reação a interrupção
do fornecimento de nutrientes aos reatores de aeração. Resultados abaixo da
tolerância requerem exatamente o inverso, menos nutrientes fornecidos.

Além do fator nutriente, níveis de SST fora da tolerância podem também


indicar que o lodo está bem desenvolvido, porém está sendo retido (acumulado,
se muito acima da faixa) ou não utilizado (descartado, se muito abaixo da faixa)
31
em alguma parte da estação. Próximo às membranas de ultrafiltração há duas
expurgas instaladas responsáveis pela vazão ou retenção de lodo após o
processo de ultrafiltração. Abrir a expurga (geralmente apenas uma é operada)
ocasiona a saída do lodo acumulado, enquanto fechá-la ocasiona a retenção de
mais lodo. Essas medidas regularão o nível de SST, mediante coleta e testes em
novas amostras a cada 40 minutos.

Considerando estas duas possibilidades, a falta/excesso de nutrientes ou a


retenção/vazão excessiva no sistema, o operador deve assegurar a boa relação
entre a estação e o lodo, dada pelo nível de IVL dentro da faixa estabelecida,
regulando igualmente os níveis de SSD e SST.

O IVL, o SSD e o SST são características técnicas a serem registradas e


controladas nas cartilhas de controle operacional (COOPs). O preenchimento das
mesmas se dá pela programação estabelecida: horários específicos no qual o
operador repete todos os testes descritos e registra os resultados (vide Apêndice).

Outro fator essencial à vida das bactérias é o fornecimento constante de


oxigênio. Três sopradores são responsáveis por tal fornecimento e visam
funcionar em proporção ao suprimento exigido pelas bactérias, dado pelo volume
de efluentes contido nos reatores. A capacidade de cada reator é de 50.000 litros,
totalizando 100.000 litros. Os sopradores sempre trabalham considerando um
volume preenchido de 80% da capacidade total, como um poka-yoke evitando
sobrecarregar o sistema.

Realiza-se um teste por amostragem para verificar a quantidade oxigênio


dissolvido (OD) na solução de efluentes e lodo. Conforme descrito acima, uma
amostra de entrada é coletada e contida no cone IMHOFF. Na área do
laboratório, o operador utilizará o oxímetro para o teste. A faixa de OD ideal é de
2 a 3 mg/l. Resultados abaixo da tolerância indicam um suporte de vida deficiente
às bactérias, podendo ocasioná-las a morte. Resultados acima da tolerância
indicam que pode haver um crescimento excessivo da população, resultando na
falta de alimento e indícios de canibalismo pelas mesmas, bem como consumo
exagerado de energia pelos sopradores.

32
Como medida de reação, o operador deve aumentar ou diminuir, pelo CLP, o
tempo desligado ou o ‘tempo ligado’ dos sopradores. Aumentar o tempo desligado
ocasionará menos oxigênio fornecido, bem como diminuir o tempo ligado. Em
casos extremos, deve-se desligar um ou dois sopradores ou então deixar todos os
três ligados. Vale citar que as bactérias sempre devem possuir um fornecimento
constante de oxigênio, havendo no mínimo um soprador ligado. O operador deve
realizar novos testes em uma nova amostra após 40 minutos e repetir as medidas
de reação se necessário, além de registrar o nível de OD na cartilha operacional
conforme programação.

Observação: este teste deve ser aplicado mutualmente a amostras de saída,


nas quais são coletadas pelo by-pass do reservatório final de água tratada e
contidas num beaker padrão. Considera-se o mesmo procedimento descrito
acima, bem como as mesmas reações. O objetivo do teste é verificar se há algum
ganho ou perda no nível de OD uma vez que os efluentes já passaram pelos
reatores de aeração.

Partindo dos reatores de aeração via tubulão subterrâneo e duas bombas, os


efluentes passam pelas unidades (membranas) de ultrafiltração, que retém
substâncias indesejáveis ao reuso da água. Os efluentes só passam para a
próxima etapa uma vez que terminaram seu trajeto nas membranas.

Todo o resíduo rejeitado pela membrana é encaminhado para o tanque de


rejeito na área externa, REJ, onde posteriormente é descartado via caminhão. A
limpeza das membranas é essencial para o funcionamento da ETE, onde os
operadores abastecem dois grandes tanques brancos ao lado da unidade de
ultrafiltração com produtos químicos de limpeza próprios e jorram o material por
dentro de todas as membranas.

Após a ultrafiltração, o permeado se encontra livre de lodo e ainda possuindo


vestígios de alguns metais mais pesados. O permeado é encaminhado à
elevatória da ultrafiltração, ELEV-1,3-UFBIO, que mensura o volume do
permeável tratado para os processos seguintes. Há um reservatório intermediário
ao lado da elevatória utilizado somente para armazenar efluentes a serem
descartados (reenviados à caixa de areia), caso ocorra o desligamento do sistema

33
(superaquecimento das bombas) ou algum erro no processo de tratamento
anterior; válvulas auxiliares se encontram próximas a tal reservatório para o caso.

Da elevatória, o permeável é remanejado ao reservatório ao lado do


laboratório¸ servindo apenas como intermediário entre a ultrafiltração e os três
filtros de carvão e areia. Os filtros tratarão de impurezas, principalmente odores,
contidas no permeável. Após o processamento, a água de reuso é enviada via
tubulação e bomba ao reservatório final na área externa da ETE.

Como a etapa final, a água contida é clorada por uma bomba de um tanque de
reagentes, visando eliminar vestígios de bactérias, e então é enviada
constantemente à caixa d’água da fábrica, próxima à entrada principal. A água de
reuso é então enviada aos sanitários e usada também no processo fabril em
maquinário capaz de recebê-la.

Além das características técnicas citadas acima, como o IVL, o SSD, o SST e
o OD, controla-se também o nível de pH do esgoto inicial, contido na elevatória B
e da água de reuso tratada, contida no reservatório EC-37. A faixa ideal para
ambos é de 7 a 9. A medição do pH do esgoto inicial pode ser realizada através
do uso da cartilha de cores de pH em contato com os efluentes passantes em
uma das peneiras. Caso abaixo da faixa, o operador deverá dosar hidróxido de
sódio no esgoto contido na elevatória e caso acima da faixa, deverá dosar ácido
cítrico.

O reagente pode ser contido em um balde e o operador deve estar utilizando


todos os EPIs (Equipamento de Proteção Individual) necessários. A medição na
amostra de saída também pode ser feita pela cartilha de cores, porém para
resultados acima da faixa ideal deve-se dosar o ácido cítrico na elevatória pós-
ultrafiltração ELEV-1,3-UFBIO, enquanto para resultados abaixo da faixa ideal,
deve-se assegurar que a bomba de cloro do tanque de reagentes, conforme
citada acima, está operando normalmente.

Em resumo, o operador deve assegurar o nível de pH do esgoto fornecido às


bactérias e o nível de pH da água de reuso fornecida à faixa. Outras
características de controle menos essenciais incluem Turbidez, Vazão do
Permeado tratado, Condutividade, Cloro e Temperatura e Pressão dos efluentes.
34
O nível de turbidez da água (em NTU) pode determinar se há alguma falha no
sistema de ultrafiltração, especificamente se alguma membrana recebeu dano
severo, ocasionando contaminações por outros materiais ou ineficácia na
filtração. O teste é feito no aparelho turbidímetro em amostras recém-saídas da
unidade de ultrafiltração biológica (permeável contido na respectiva elevatória).
Os testes podem ser feitos em intervalos de uma semana.

A vazão do permeado é uma característica simples que indica a quantidade de


efluentes que são processados pela unidade de ultrafiltração. O resultado é obtido
pelo medidor acoplado na tubulação ao fim da unidade de ultrafiltração. É dada
em metros cúbicos por hora.

Índices de condutividade devem ser testados em amostras de saída via


condutivímetro. Tolera-se níveis de até 1000 µS (microSiemens). O teste visa
identificar se a água tratada pode ocasionar riscos de segurança devido a níveis
elevados de condutividade na mesma.

O nível de cloro estabelecido para as operações de tratamento de água para


reuso é de até 2 ppm (partes por milhares) ou 0,2 mg/litro. O operador deve se
certificar que após todo o processo de tratamento, dos reatores biológicos até a
ultrafiltração, o permeável (contido então no reservatório final de água tratada)
seja clorado, eliminando vestígios de bactérias. A cloração deve ser feita de forma
automática, via bomba acoplada no tanque de reagente alcalino (cal hidratado)
próximo ao laboratório. Os testes são feitos, de forma padrão, via aparelho
medidor de cloro, coletando-se a amostra de saída, preenchendo uma cubeta
com o permeável e inserindo-a no aparelho.

A temperatura dos efluentes passantes determina se o sistema (tubulações,


bombas, válvulas) não está superaquecido. É dada em graus Celsius (°C) e
obtida pelo relógio medidor acoplado no tubulão conectado a duas bombas
próximas à unidade de ultrafiltração. O efluente passante acaba de sair dos
reatores de aeração e ainda não se adentrou a tal unidade. Resultados ideais
giram em torno de 42°C. Se o sistema estiver superaquecendo, deve-se desligar
ambas as bombas pelo CLP, abrir as válvulas de limpeza, nas quais ocasionam o

35
remanejamento dos efluentes pré-tratados ao início de todo o processo. Após isso
as válvulas são fechadas e, uma vez resfriadas, as bombas são religadas.

A pressão dos efluentes passantes é medida por um relógio similar ao de


temperatura, acoplado ao lado do mesmo no tubulão. Essa característica
determina se não há uma ou despressurização (ou excesso de pressão) do
sistema, cujo valor ideal gira em torno de 6,2 bar. A regulagem da pressão pode
ser feita através de uma das duas válvulas reguladoras acopladas nas tubulações
que ligam as duas bombas descritas acima e o tubulão.

Por fim, os operadores responsáveis devem garantir a limpeza das


membranas da unidade de ultrafiltração, por meio de produtos químicos de
limpeza controlados inseridos em tanques específicos próximos à unidade.
Devem também assegurar que as instalações da ETE (tubulações, válvulas,
plataformas, tanques, etc) não estão comprometidas, ou seja, sofrendo danos
como oxidações severas, quebra de material ocasionando vazamentos e demais
deficiências funcionais.

Para casos como estes descritos, pode-se acionar imediatamente o setor de


Manutenção medidas de contenção e comunicar o HSE para trabalhar na solução
definitiva de tais implicações. Os operadores devem assegurar, sobretudo, o
tratamento do esgoto efluente a fim de gerar água para reuso interno.

Em relação às COOPs descritas no item 2, os operadores devem registrar o


resultado dos testes (dados pela letra T e o número do mesmo) de todas as
características técnicas abrangidas pela ETE Biológica, que inclui-se: Sólidos
Suspensos Totais (SDD – T1), Sólidos Suspensos Sedimentáveis e (SSD – T2),
Índice Volumétrico de Lodo (IVL – T2), Oxigênio Dissolvido (OD – T3), ph (T4),
Turbidez (T5), Condutividade (T6), Cloro (T7) e Temperatura/Pressão (T8).

36
Todo material efluente gerado Após a caixa de areia, os efluentes
pela empresa é captado e são contidos na elevatória A.
desmembrado (quebrado) pela
unidade de gradeamento (caixa
de areia).
Tabela 10 - ITTE – Processo I

Os resíduos são então movidos Após passarem pelo filtro das


para a peneira rotatória ou a peneiras, o material restante é
peneira estática, que separam contido então na elevatória B.
material não-líquido.
Tabela 11 – ITTE Processo II

37
Seguindo a elevatória B, os Os efluentes entram pelo tubulão,
efluentes são contidos e passando subterraneamente para
separados entre dois a parte interna da estação.
reservatórios, passando pelo
processo de aeração.
Tabela 12 – ITTE Processo III

Voltando ao solo, o tubulão Ambas bombas redirencionam todo


desemboca os efluentes na parte o líquido para a unidade de
principal do processo, movido ultrafiltração dos efluentes.
por duas bombas.
Tabela 13 – ITTE Processo IV

38
Após o tratamento, o material é Através da bomba do reservatório
então retido pela elevatória EC01, os efluentes passam
ELEV-1,3-UFBIO o e finalmente pelos 3 filtros de areia e
armazenado no reservatório carvão.
EC01.
Tabela 14 – ITTE Processo V

Após filtrados, a água tratada é Através da bomba do EC37, toda a


armazenada no água tratada é então redirecionada
reservatório de água de reuso e armazenada pela caixa d'água
EC37, possuindo uma bomba. principal da planta.
Tabela 15 – ITTE Processo VI

39
7 – FUNÇÕES

Na ETE, existe apenas 2 colaboradores, no qual são registrados em CLT,


como operador de estação de tratamento de efluentes, onde se revezam em
turnos, o primeiro cujo nome Ademir de Lima trabalha no horário administrativo da
empresa, e o segundo, Elias Junior, no segundo turno empresarial, das 14:00 ás
22:00.

7.1 – Descrições das atividades

Os dois operadores são designados a fazer as atividades de tratar e monitorar


os efluentes gerados durante o processo produtivo e devolver o produto tratado
inerte ao Meio Ambiente.

7.2 –EPI’S

Os equipamentos de proteção individual necessário para a realização da função


descrita são :

 Óculos de segurança;
 Sapato de Segurança;
 Protetor auricular plug/concha
 Mascara respiratória com filtro;
 Luva de PVC;
 Creme Protetor;
 Macacão TWERK;
 Protetor facial.

7.3 Profissionalização

A formação dos trabalhadores que tem o cargo: operador de estação de


tratamento de efluentes, precisa ter alguns requisitos como, ter concluído o ensino
médio, e ser formado em técnico químico pois atuam no manuseamento de

40
produtos químicos, verificação de Ph entre outras atividades relacionada às
áreas.

8 – ESTUDO DE CASO

Durante a realização do projeto, identificamos um grande problema


ergonômico, os trabalhadores precisam limpar o filtro prensa que tem sua função
de filtrar os elementos durante o processo de tratamento de óleo solúvel, e pelo
menos 1 vez da semana é preciso retirar essa prancha para realizar a limpeza,
essa manobra pesa cerca de 40 Kg e a prancha tem uma medida de 5 metros, é
necessário ser realizado a limpeza no período da manhã onde só se encontra um
trabalhador operando a estação de tratamento de efluentes, assim é necessário
retirar a prancha, como no momento só encontra-se um operador fica muito difícil
a limpeza acontecer pelos meios que estão expostos, por ser uma medida
extremamente grande, e com um peso muito elevado para apenas um pessoa
conseguir retirar a prancha, no qual acaba o peso indo diretamente para a coluna
do colaborador.

O grupo realizou um estudo e identificando um grande problema


ergonômico, e analisamos uma alternativa para amenizar a situação , que seria
fazer um corte na prancha dividindo ela em quatro partes, assim conseguiríamos
dividir o peso e a medida, facilitando a retirada para a limpeza acontecer com
mais conforto e segurança aos funcionários envolvidos.

9 – CONSIDERAÇÕES FINAIS

Conforme realizado o projeto, foi identificado uma situação de risco


ergonômico, no qual durante o processo de tratamento de óleo solúvel, é gerado
um grande número de resíduos sólidos, os mesmo ficam concentrados no filtro
prensa, os trabalhadores utilizam o filtro prensa pois durante o tratamento de
efluentes gera resíduos sólidos que não podem ser descartados no meio
ambiente, portanto devem ser desidratados e acondicionados, obedecendo o

41
critério de caracterização e classificação da NBR 10.004. Os resíduos que ficam
no fundo do tanque de aeração ( Óleo solúvel) e dos tanques de reação devem
ser transferidos para o filtro prensa onde serão desidratados.

Comunicamos a empresa sobre esse impasse, e relatamos a mesma 2


possibilidades:

 Ser realizado 4 cortes iguais na prancha, para facilitar a sua higienização, a


fim amenizar o risco ergonômico presente.
 Contratar uma empresa especifica de higienização de empresarial, no qual
disponibilizasse acima de 2 funcionários para a limpeza da mesma.

Obtivemos uma resposta positiva, de que seria estudado as 2 possibilidades de


melhoria, deixando aberta a possibilidade de uma terceira ou mais opções, no
qual será analisado a melhor forma de para neutralizar ou amenizar o risco
presente. Nos deixando um prazo para tal execução, de até 30.03.2017.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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METODOLOGIA

Foi desenvolvido uma pesquisa de campo com os colaboradores da


estação de tratamento de efluentes, no mês de maio. A abordagem foi realizada
através de perguntas abertas, onde os mesmos explicavam detalhadamente os
procedimentos realizados no local, e alguns relatórios anuais disponibilizados pela
organização.

CRONOGRAMA

Período 2016

Mês Maio Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Escolha do tema 5 3

Estudos de caso na 19 9 23 10
empresa

Elaboração da Introdução 22 16

Auxilio com orientação 22 21 3,10,24 7

Elaboração dos objetivos 21

Gravação do vídeo 22

Apresentação do vídeo 23

Elaboração do conteúdo 30 13,20 17,24 9,16,23

Pré apresentação 21

Apresentação final 05

44

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