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III Simpósio Internacional em História Contemporânea - Conflitos e Revoluções no Século XX: Circulação de Ideias

entre a América e a Europa


ISSN: 2357741X

III Simpósio Internacional em História


Contemporânea - Conflitos e Revoluções no
Século XX: Circulação de Ideias entre a América
e a Europa
Caderno de Resumos

Universidade Estadual do Maranhão


20 a 23 de setembro de 2016

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III Simpósio Internacional em História Contemporânea - Conflitos e Revoluções no Século XX: Circulação de Ideias
entre a América e a Europa
ISSN: 2357741X

ST1 - A DITADURA MILITAR BRASILEIRA EM QUESTÃO:


HISTÓRIA E HISTORIOGRAFIA
Coord. Profª Drª Monica Piccolo (UEMA)

Dia 21/09 - 10:00 às 12:00, Sala 1


10:00 - Historia e Historiografia em tempo de revisionismo: Ditadura Empresarial
Milita em foco - Mariana da Sulidade (PPGHEN/UEMA)
A importância de um debate reside na possibilidade de verificar as variantes
explicativas de um "fato", de um "problema" e localizar as motivações interpretativas
de um dado contexto. Ao denominar o regime de 1964-1989 (essa temporalização
também é passível de debate. Ao localizar a gênese e o desgaste de um fenômeno
político partimos do princípio de escolhas relevantes que determinam a sua
periodização. Óbvio dizer que o conceito de relevância -aqui partindo de parâmetros
políticos - não é imparcial e tampouco, compartilhado de maneira integral por uma
comunidade acadêmica. Portanto esse trabalho objetiva analisar histoirografia da
Ditadura Empresarial Militar em tempos de revisionismo.

10:15 - Milagre Maranhense e Concentração de Terras: análise da Política


Econômica do Maranhão no período de 1966-1970 - Raíssa Caroline Macau
Mendes (UEMA)
O objetivo deste trabalho é analisar a política econômica do Maranhão no período do
governo de José Sarney (1966-1970), sobretudo, no chamado “Milagre Maranhense”,
estabelecendo pontos que contemplem a análise utilizando as fontes impressas dos
jornais O Imparcial e O Dia. Além disso, pensar a dinâmica da questão da Lei de
Terras de 1969, também conhecida como “Lei de Terras Sarney” para uma perspectiva
da relação com o latifúndio e o capital multinacional estrangeiro para investimentos
agrários. Em uma concepção gramsciana, pensar a relação do Estado Restrito nos
investimentos econômicos no Maranhão, entretanto, a utilização dos Aparelhos
Privados de Hegemonia na investigação do objeto será importante no entendimento da
lógica do “Milagre Maranhense” em relação ao desenvolvimentismo no estado.
Contudo, relacionar os investimentos com as agências atuantes no Maranhão é de
suma importância para a compreensão holística do capital financeiro na lógica da
Ditadura Empresarial-Militar no Maranhão.
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10:30 - DITADURA EMPRESARIAL MILITAR SE CONSOLIDANDO: os


projetos econômicos dos antecedentes do “milagre econômico” (1964 – 1968) -
Werbeth Serejo Belo (PPGHEN/UEMA)
A Ditadura Empresarial Militar marca a reorganização do Sistema Financeiro
Nacional ocorrida em 1964 reflexo das disputas entre frações de classe que tem como
resultado a consolidação da hegemonia da fração financeira da classe burguesa.
Portanto, este trabalho tem como objetivo principal perceber a conjuntura econômica
dos dois governos militares (Castelo Branco e Costa e Silva) a fim de que se possa
perceber as bases do chamado “milagre econômico” que marca a consolidação do capital
financeiro no Brasil.

10:45 - SUPEROITISMO NO MARANHÃO: Práticas fílmicas e a invenção do


cinema local como espaço de subversão subterrânea e micro resistências
(1970/80) - Leide Ana Oliveira Caldas
Em várias sociedades, a produção cinematográfica como objeto cultural tem-se
revestido de uma certa complexidade, porque encapsula práticas de produção e
consumo, representações como: lazer, linguagem, obra de arte e espaço de fala política.
Em períodos distintos, o uso de câmeras amadoras, através de sua “maneira de fazer”
um filme, praticaram operações cinematográficas democratizantes em relação à
produção de imagens no cotidiano doméstico. No entanto, essas mesmas operações
produziram também intencionalidades cinematográficas através do consumo,
principalmente, no que se refere às câmeras Super 8 mm. Essas câmeras
popularizaram-se nas décadas de 1970/80, como ferramenta de uso na confecção de
filmes em sua utilização e apropriação por indivíduos ou grupos com objetivos que
saíram às ruas praticando falas políticas/sociais e artísticas com a cidade, exercendo
táticas subterrâneas de micro resistências. São identificados aqui como geração
superoitista, construindo um espaço cinematográfico ocupado estrategicamente por
micro liberdades diante da ordem imposta sob o contexto da ditadura civil-militar no
Brasil.

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11:00 - A História e a Memória do Movimento Estudantil Paraense (1968) -


Paulo Sergio da Costa Soares (UFPA)
O presente estudo tem como escopo investigar aspectos do movimento estudantil
(ME), na Universidade Federal do Pará (UFPA), em 1968. Polemizando uma reflexão
acerca da repercussão das reivindicações políticas dos jovens universitários durante o
governo do presidente militar Costa e Silva. Nesse período, a juventude contestou o
projeto de reforma universitária apresentado pelo Ministério da Educação e Cultura as
Universidades brasileiras. As manifestações dos estudantes eram de cunho político-
social, sendo persistente na reivindicação dos seus ideais. Dessa forma, o movimento
estudantil de Belém do Pará, foi importante sua atuação contra o regime militar. Desse
modo, serão elencadas as reivindicações e passeatas de rua que ocorreram, em 1968, na
UFPA.

11:15 - Maria Aragão e a batalha da memória envolvendo a Ditadura Militar -


Marcelo Fontenelle e Silva
Maria Aragão foi médica, militante do Partido Comunista Brasileiro e, posteriormente,
da chamada “corrente prestista” no Maranhão. A fase final de sua vida e seguinte à
morte foram marcadas por uma série de homenagens e construções de documentos
biográficos e autobiográficos, conferindo à construção de sua memória um lugar
central na construção da memória da Ditadura Militar e da “resistência” maranhenses.
Assim, o presente trabalho parte dos documentos autobiográficos escritos por Maria
Aragão e reunidos em dois livros e uma revista publicada pela ocasião do seu
aniversário em 1988. Tem-se por objetivo avaliar o significado destas produções em
meio aos embates, ocorridos tanto em âmbito nacional quanto estadual, pela
reconstrução do passado recente após o período ditatorial. Percebe-se, assim, a omissão
do apoio/colaboração de agentes políticos e setores significativos da sociedade, além da
construção de uma versão memorialística apaziguadora, onde praticamente todos
encontram um lugar na “luta contra a Ditadura”.

Dia 22/09 - 10:00 às 12:00, Sala 1


10:00 - Imprensa e Golpe: Atuação da imprensa na construção da Ditadura Civil
Militar em 1964 - Sarah Fernanda Moraes Gomes (PPGHIS/UFMA)
O golpe civil- militar ocorrido no ano de 1964 ainda levanta discussões no âmbito da
pesquisa e produção historiográfica. Mesmo com os avanços nas pesquisas acadêmicas
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ainda existem lacunas que necessitam de discussão; com os estudos sobre a cobertura
da imprensa sobre a ditadura não é diferente. Localizada no âmbito da sociedade civil, a
imprensa também sofreu influências da conjuntura em questão. Os jornais dividiram-se
em dois grupos: os que apoiaram o golpe – atuando como aparelhos privados de
hegemonia- e os que se opuseram a este. Assim, através do levantamento dos principais
autores que se dedicaram à pesquisa sobre Imprensa e Ditadura pretendemos analisar a
produção Historiográfica sobre a atuação da Imprensa diante de Golpe Civil- Militar
instaurado no Brasil em 1964. Em seguida, utilizando do aporte teórico de Antônio
Gramsci, analisar posicionamento da grande mídia diante do golpe.

10:15 - A Transição Brasileira nos Jornais O Estado Do Maranhão e O Imparcial


(1985-1989) - Marcos Paulo Teixeira
Na conjuntura dos acontecimentos relacionados à Ditadura Empresarial-Militar
Brasileira, a Abertura Política insere-se no contexto de mudanças instauradas tanto no
cenário nacional quanto local. O presente artigo ressalta a análise dos editoriais
apresentados nos jornais O Estado do Maranhão e O Imparcial, para assim identificar
seus posicionamentos políticos e discutir a utilização dos Aparelhos Privados de
Hegemonia em determinadas questões referentes ao período da Transição no Brasil.

10:30 - “O importante não é vender, é sair vivo”: a imprensa alternativa na


ditadura empresarial-militar brasileira - Adriano Negreiros da Silva
(PPGHEN/UEMA)
Em virtude do tolhimento da liberdade de expressão por meio de uma censura
avassaladora e o alinhamento aos ditames do novo governo, a maior parte da imprensa
brasileira se calou de 1964 a 1985. Entretanto, ante a truculência progressiva da
ditadura empresarial-militar, gestou-se um sentimento de contraposição e crítica ao
Estado ditatorial por meio de um segmento da imprensa denominado imprensa
alternativa, nanica ou independente. Ela, em contrapartida à complacência da grande
imprensa nacional para com o regime, fazia críticas sistemáticas ao modelo econômico,
social e político do país com escárnio e muito humor. Assim, existiam várias tendências
dessa imprensa paralela, por exemplo, jornais esquerdistas, feministas, anarquistas,
contra-culturais, entre outros. Porém, era o humor da crítica ilustrada, música, poesia e
outras vertentes linguísticas que davam a tônica do enfrentamento àquele governo

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vigente, ou seja, a imprensa alternativa fazia respirar pelas fissuras do regime o sonho
democrático.

10:45 - Discursos dos Jornais sobre a Violência - Raylla Dias Miranda


O objetivo deste artigo é fazer uma análise dos discursos na abordagem francesa, de
diferentes jornais que circularam em São Luís durante a manifestação dos estudantes
no ano de 1979 contra a meia-passagem. Estes discursos serão analisados através de
manchetes de jornais como O imparcial, Jornal O povo, O estado do Maranhão, Jornal
Movimentos, assim como também documentos oficiais da Dops , sempre tendo em
vista que o país vivia uma ditadura repressiva e violenta, que tinha como um de seus
principais “fins” manter a ordem e a paz para assim se instaurar o progresso da nação.

11:00 - Imprensa e Golpe de Estado no Maranhão: hegemonia e contra-


hegemonia - Manoel Afonso Ferreira Cunha (PPGHEN/UEMA)
Tomando por base as formulações teóricas elaboradas pelo filósofo e militante político
italiano Antonio Gramsci, esta pesquisa tem como objetivo analisar o posicionamento
institucional dos jornais O Imparcial e Jornal Pequeno entre os anos de 1961 a 1964.
Este recorte temporal justifica-se pelo período em que o Brasil foi governado pelo
presidente João Goulart, último governo democrático antes da Ditadura Empresarial-
Militar. Atendendo às novas necessidades da historiografia maranhense no que tange
aos estudos relativos à História Contemporânea do Brasil, este trabalho procura
refletir sobre a ressonância dos principais processos históricos ocorridos no governo
João Goulart no Estado do Maranhão, levando em consideração a importância da
imprensa escrita na construção de um consenso em torno de um projeto ideológico da
então classe dominante.

11:15 - A Transição Brasileira através da Imprensa: Recuperando as


especificidades maranhenses através dos Impressos: O Imparcial e Jornal
Pequeno (1979-1985) - Mikaela Costa Tavares (UEMA)
Esse trabalho pretende contribuir para debate sobre a natureza dos regimes políticos
não democráticos do segundo Pós-Guerra, especificamente com a análise do caso
brasileiro. Essa pesquisa pretende promover a inserção do Maranhão nas discussões
que têm ficado mais concentradas no eixo sul e sudeste do país. Novas luzes serão
lançadas sobre as especificidades históricas do Maranhão. Para tal, a pesquisa será

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centrada na investigação das publicações dos impressos “O Imparcial” e “Jornal
Pequeno”, no período entre 1979 e 1985, com o objetivo de mapear e analisar a
cobertura de tais impressos acerca das principais temáticas do processo de transição da
ditadura empresarial-militar brasileira, como a Lei de Anistia, o processo de abertura,
seus apoios e resistências e as relações de tal contexto nacional com a dinâmica política
e econômica do Maranhão.

Dia 23/09 - 10:00 às 12:00, Sala 1


10:00 - Política de Geração de Energia Hidrelétrica e Gestão Ambiental na
Ditadura Empresarial-Militar (1964-1985) no Brasil - Jaciene Pereira
Neste trabalho analisamos a relação entre a política energética e a política ambiental no
Brasil no contexto do projeto de governança imposto pela Ditadura empresarial-
militar a partir da década de 1960. OBJETIVOS: Identificar os eixos centrais das
Políticas energética e ambiental na Ditadura e analisar o Modelo institucional, Gestão
e Planejamento dos dois setores nesse contexto, as conjunturas, as dinâmicas e as
contradições do capital existentes no período. METODOLOGIA: Partimos das
perspectivas teórico-metodológicas e ideológicas marxianas. Para tanto, estudamos os
principais autores e as categorias analíticas pertinentes ao objeto da pesquisa. Os dados
coletados abrangem também os documentos oficiais e relatórios elaborados pelos
órgãos governamentais que nos permitiram examinar o modelo energético brasileiro e
a política ambiental adotada nesse período. RESULTADOS: O modelo energético
brasileiro não apresentou uma relação equilibrada entre composição e expansão da
matriz elétrica, proteção ambiental e a melhoria do perfil socioeconômico da população
porque nessa conjuntura beneficiou e atendeu interesses hegemônicos, representados
por setores ligados ao capital monopolista articulados com os processos de produção e
circulação internacional de mercadorias.

10:15 - O posicionamento da Oposição “Consentida” no processo constituinte


maranhense (1967-1969) - Paulo Leandro da Costa Moraes (UEMA)
A forte oposição política ao governo de João Goulart, caracterizados por uma intensa
movimentação, sobretudo, nos movimentos das Machas da Família com Deus, pela
Liberdade, contrarias entre outras coisas, à suas amplas reformas em diversos setores
sociais, que acabam gerando inúmeras conspirações principalmente no âmbito militar,
se desvela em um golpe de Estado em 1964 em que é iniciado um período muito
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controverso da história recente do Brasil, mas que é fundamental para a compreensão
de singularidades e atores políticos de então: a Ditadura Empresarial-militar (1964-
1984). Atentando para a inevitabilidade de um processo dialético entre Estado e
Oposição que se delineia nos espaços de tomadas de decisão e não podendo está alheio
as diferentes formas de resistência que são criadas, entre elas a atuação do próprio
partido de oposição legal: o Movimento Democrático Brasileiro (MDB), o objetivo da
referida pesquisa é analisar como se construiu o “diálogo” entre os diferentes partidos
do poder político maranhense a partir da introdução do bipartidarismo (1965)
regulamentado em torno da ARENA (Aliança Renovadora Nacional) e MDB. Para
tanto levar-se-á em consideração a representatividade e atuação dos mesmos na
elaboração da Constituição do Estado (1967), e da nova Constituição Nacional (1969).
Nesse período o poder executivo Maranhense é presidido pelo então governador José
Sarney, que pode ser caracterizado por um contato muito estreito com o “poder
central”, sobretudo, com o apoio desde: na pessoa do Presidente Castelo Branco, a
aquele. Esse complexo jogo político que insere elementos diversos na construção das
decisões pode ser muito eficiente para compreensão da dinâmica política estadual. Logo
um dos espaços privilegiados para análises desse tipo é a esfera do poder legislativo, em
que se espera que esse constante “diálogo” seja característica fundamental para a
construção das deliberações públicas.

10:30 - A nacionalização do projeto: Uma análise da inserção do Projeto


Ditadura no Maranhão - Luma Baia (UEMA)
Norteado pelas considerações de Rene Armand Dreifuss, o trabalho que aqui se
apresenta tem por objetivo analisar o desenrolar da Ditadura civil-militar de 1964 no
estado Maranhão. Seguindo a ideia de que o golpe civil-militar de 64, foi um Projeto
classista, pensado para atender as demandas da elite orgânica. O texto que se sucede
buscará expor as ligações entre o complexo IPES/IBAD no estado do Rio de Janeiro ,
ou seja o coração do projeto, e a estrutura política presente no Maranhão.

10:45 - As Consequências da Ditadura no Período de 1964 A 1985 - Eliane


Nogueira de Carvalho
O que a ditadura causou no meio intelectual e entre a população que conhecia o regime
e a população que desconhecia o regime militar

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11:00 - O espetáculo na política: a relação de Fernando Collor de Mello e o


projeto de Reconstrução Nacional - Joyce Cristine Silva Lopes (UEMA)
Essa pesquisa trata da crise política do governo Fernando Collor de Mello e se
propõem a fazer o mapeamento dos escândalos políticos que transformaram a vida
política do país em um folhetim diário acompanhado por milhares de pessoas. Deante
disso, o trabalho também busca uma análise sobre a construção da imprensa sobre a
imagem do então presidente e a participação do movimento Estudantil no
impeachment de Fernando Collor de Mello. Usando como fontes os editoriais dos
jornais O Folha de São Paulo e O Globo. Com o objetivo de mapear a crise de
hegemonia do governo e a participação popular nos processos democráticos do país.
Tendo como marcos cronológicos os anos de 1990 a 1992.

11:15 - O posicionamento dos Jornais Pequeno e O Estado do Maranhão no


desencadeamento das privatizações no Governo Roseana Sarney (1995-1998) -
Josieuder Silva Pereira (UEMA)
Tomando como análise teórica, para melhor entendimento do posicionamento
institucionais desses jornais (O Estado do Maranhão e Jornal Pequeno), e que norteará
esse trabalho. A teoria do Estado Ampliado do Filosofo Italiano Antônio Gramsci. É de
grande relevância entender o posicionamento institucional desses dois grandes jornais
Jornal Pequeno e o Jornal o Estado do Maranhão nesse processo de receituário
neoliberal no estado o que condicionou a sustentabilidade para o movimento de
privatizações do patrimônio publico do Estado do Maranhão. Todavia, o objetivo desse
trabalho é compreender o processo de consolidação do neoliberalismo no Maranhão e
os discursos de privatizações das estatais enfatizadas nos impressos maranhenses.
Sendo assim serão analisados os discursos de privatizações das empresas publica do
Estado do Maranhão nos impressos maranhenses de maior circulação O Estado do
Maranhão e o Jornal Pequeno.

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ST2: A HISTÓRIA DAS AMÉRICAS EM FOCO: TEMAS,


ABORDAGENS E ENSINO
Coord. Dr.ª Carine Dalmás (UEMA)

Dia 23/09, Sala 5


10:00 - Questão “Raça” em Sistemas de Privilégios e Opressões sobre a Cultura
Africana na América Latina: Interpretação Biológica - Jaílson Bonatti
O objetivo do estudo é interpretar a questão da “raça” para definir grupos étnicos
africanos em afrodescendentes na América Latina. A designação de “raças” em
populações humanas é uma expressão coloquial que sempre gerou desconforto e
questionamentos no que se refere a cientificidade evolutiva ou perfil social. O estudo
realizado deteve-se na revisão de material bibliográfico sobre evolução humana e
desmistificação de “raça” biológica do ser humano nas áreas de antropologia e biologia,
entre eles destacam-se artigos e livros Becerra (2015), Pontes (2014), Santos (2010),
Valencia (2015), Ridley (2006). Estudos em paleoantropologia, arqueologia e biologia
evolutiva apontam que há 1,5 e 2 milhões de anos atrás existiam raças biológicas. A
religião cristã, juntamente com ideais de um dos primeiros antropologistas, o Conde de
Buffon, disseminaram a ideia da dominação de “raças” superiores (etnia europeia) sobre
“raças” inferiores (etnia africana) a partir do século XVIII, e considerado marco da
vinda de etnias africanas para América Latina para trabalhos variados como: cultivo da
cana de açúcar, café, algodão, entre outros. Ideologias como a classificação humana em
“raças” (subespécies) utilizando de caracteres morfológicos contribui com a ideia de
racismo na sociedade presente na América Latina. Toda a construção de opressão e
privilégios sob a cultura africana na América Latina ainda propõem debates calorosos.
Os processos históricos que desenvolveram a escravidão carregam o simbolismo do
racismo através das gerações, permitindo apresentar uma visão, compreensão e sentido
com base na transmissão dos valores. Sendo assim, o estudo apresentou, de forma
concisa e clara, a desmistificação do conceito equivocado de “raças” humanas quanto ao
sistema de privilégios e opressões, originados a partir da dominação de culturas
consideradas superiores sobre culturas inferiores presentes na América Latina, e que
também usaram o subsídio da crença religiosa e conhecimento antropológico
insuficiente para comprovar tais ações.

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10:15 - Resistência em tempos sombrios na narrativa vargaslloseana - Alessandra


Ferro Salazar Caro (IFMA)
Esta proposta de comunicação propõe-se a apresentar uma análise sobre a obra
Conversa na Catedral do escritor peruano Mario Vargas Llosa. O autor descreve o
período opressor da ditadura do general Manuel Odría. Época marcada pelas restrições
da liberdade, perseguição política, corrupção, discriminação e preconceitos.
Apresentando diálogos intercalados, o escritor vai apresentando o Peru através da
narrativa. Na América Latina, os escritores da geração de Mario Vargas Llosa
desenvolveram suas narrativas abordando temas do que ocorria no próprio continente.
Para tanto, analisa-se o período da ditadura de Odría representado na narrativa de
Vargas Llosa, Conversa na Catedral, com o objetivo de analisar como a linguagem
literária transversaliza o social e o histórico de uma época, observando os
entrelaçamentos entre Literatura e História. Para respaldar a investigação utilizam-se
as contribuições de Michel Foucault. Na parte da crítica literária abordam-se os
aportes dos críticos: Roland Barthes, Tzvetan Todorov e Angel Rama.

10:30 - A caricatura política no jornal colombiano “El Tiempo”: uma mirada


sobre a representação da Revolução Cubana (1958-1959) - Andrés Felipe
González Bolaños (UFPA)
O trabalho analisa a forma como a Revolução Cubana foi representada na caricatura
política do jornal colombiano El Tiempo, entre 1958 e 1962, identificando os temas,
metáforas, símbolos e figuras mais recorrentes utilizados pelos cartunistas para
influenciar a opinião pública e legitimar o discurso político promovido pelo jornal.
Além de perceber as mudanças sofridas pelas caricaturas ao longo do tempo, que
levaram a uma desconstrução simbólica da imagem de Fidel Castro e da Revolução.

10:45 - Novas ideias para o povoamento humano da América - Arkley Marques


Bandeira
A presente comunicação visa apresentar as perspectivas mais atuais para o povoamento
humano da América. Além da arqueologia, outras áreas do conhecimento, a exemplo da
genética e da linguística vêm colaborando para uma ampliação nas perspectivas sobre
as primeiras levas humanas que chegaram ao Continente Americano, cerca de 30 mil
anos atrás ou mais. Para tanto, serão abordados novos dados advindos da pesquisa

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arqueológica, bem como a contribuição de outras disciplinas, que fazem interfaces para
o conhecimento da história pré-colonial do Novo Mundo.

11:00 - AS MEDIDAS REPRESSIVAS E ECONÔMICAS DA DITADURA


MILITAR ARGENTINA (1976-1983): uma conversa inicial - Andreya Ingryd
Demétrio (PPGHEN/UEMA) e Yuri Alhadef Sampaio Mateus
(PPGHEN/UEMA)
Este artigo se propõe a apresentar de uma maneira sucinta as principais características
das medidas repressivas e econômicas que o regime militar argentino tomou após subir
ao poder neste país em decorrência de um golpe de estado dado pelos militares em
alianças a outros grupos da sociedade contra a então presidente Isabel Perón. A
hipótese aqui brevemente exposta é de que essas medidas se inserem em um quadro
conjuntural maior que o da Doutrina de Segurança Nacional e o do Neoliberalismo.

11:15 - Temas e prática de ensino da história da América Latina na Unidade


Básica de Ensino Paulo VI - Adriana Santos Silva (UEMA)
Esta pesquisa visa analisar o lugar ocupado pelos conteúdos relacionados com a
História da América Latina no ensino de história na Unidade Básica de Ensino Paulo
VI, localizada em São Luís – MA. Parte-se do pressuposto de que ensinar temas
relacionados com a História da América Latina no ensino básico é uma forma
privilegiada para superar o afastamento político e cultural do Brasil em relação ao
continente e, principalmente, de desconstruir os estereótipos que contribuem para tal
distanciamento. A questão que norteou a pesquisa foi: desvendar os discursos, visões e
representações sobre a América Latina difundidas tanto nos materiais didáticos
disponíveis, quanto nas abordagens dos professores de história e na recepção dos
alunos da Unidade Básica de Ensino Paulo VI. Para tanto, foram eleitas duas vias no
desenvolvimento da investigação: a avaliação dos livros didáticos utilizados na escola
em questão e os testemunhos dos discentes e docentes, obtidas através da metodologia
da história oral.
A análise dos materiais didáticos utilizados e da maneira como os professores abordam
a história da América Latina em sala de aula, permitiu perceber as debilidades desse
ensino e seus desdobramentos na forma de desconhecimento e visões estereotipadas
dos alunos sobre essa temática. Os resultados de nossa investigação nos levam a
sustentar a hipótese de que a pouca visibilidade dada à América Latina no Ensino de

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História tem contribuído para as construções de concepções limitadas e vagas
carregadas pelos alunos, sem perspectivas que demonstrem representações substanciais
sobre o subcontinente em seus complexos processos de construção histórica.

ST3 - ENSINO DE HISTÓRIA: NOVOS RUMOS E PERSPECTIVAS


Coord. Drª Letícia Corrêa (FFP/UERJ)

Dia 21/09, Sala 6


10:00 - EDUCAÇÃO PARA UMA FORMAÇÃO CIDADÃ: as Similaridades entre
a Paidéia Clássica Ateniense e o Projeto Educacional Brasileiro - Marla Rafaela
Lima de Assunção (PPGHEN/UEMA)
Esta pesquisa tem por objetivo refletir a importância da Educação na constituição de
uma cidadania, tendo em vista que a legislação brasileira aponta a ‘formação cidadã’
como uma das premissas da educação contemporânea. Para tal, iremos buscar subsídios
no ideal grego de Educação (Paidéia) legado pela Atenas Clássica do V e IV séculos
a.C., o primeiro a relacionar práticas educacionais ao projeto de cidadania respectivo.

10:15 - A importância do Ensino da História para a Educação Básica - Telma


Maciel Cunha Muniz
Atualmente, parece ser necessário explicar porque os alunos devem estudar História.
Embora as várias possibilidades de ensino estejam mais próximas dos professores; a
aprendizagem dos alunos torna-se um desafio a mais, pois os mesmos não
compreendem a importância do estudo da mesma. Assim, faz-se necessário discutir a
importância da disciplina para a educação básica e para a formação dos alunos. O
conceito de Consciência Histórica será abordado no ensino e na aprendizagem da
História, demostrando-se a importância da disciplina na vida escolar e cotidiana dos
alunos.

10:30 - Representações de Mulheres em Livros Didáticos: Um Olhar Sob Cabo


Verde - Gleiciane Brandão Carvalho (PPGHEN/UEMA)
Cabo Verde constitui um país onde os padrões de gênero detêm um impacto
significativo sobre a população feminina. De acordo com Grassi (2003), as mulheres
representam cerca de 64% dos analfabetos, possuem as menores taxas de instrução e

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possibilidade de frequentar escolas, sobretudo, aquelas que vivem no meio rural. Nesse
sentido, esta pesquisa tem como foco a análise dos discursos e representações de
mulheres em suas múltiplas conexões com outras variáveis, a exemplo de classes
(mulheres pobres e de outros estratos sociais) e do pertencimento étnico-racial
(mulheres negras, mulheres mestiças, mulheres brancas), no universo do Ensino de
História, a partir da realidade cabo-verdiana. Objetiva-se compreender, por meio do
livro didático, como o espaço do Ensino de História, e da história ensinada no cotidiano
escolar, configura-se como lócus privilegiado para produção de identidades que
potencializam determinados tipos de posição social.

10:45 - Minha Quebrada”: Consciência Histórica Em Estudantes De Uma Escola


Pública Do Bairro Vila Embratel - Peterson Passion Birino Miranda
(PPGHEN/UEMA)
O presente trabalho tem por objetivo identificar os níveis de consciência histórica
observados em estudantes da escola C.E. Dayse Galvão de Sousa, localizada no bairro
Vila Embratel. Para tanto, utilizamos a sugestão metodológica proposta pelos
historiador alemão Jörn Rüsen (1992) de modo a perceber de que forma a dimensão
histórica contribui nas interpretações que os estudantes constroem acerca de si e do
espaço social onde estudam e - em muitos casos - moram. Assim sendo, analisamos as
distintas interpretações dos estudantes sobre o bairro Vila Embratel, o qual é tomado
cotidianamente nos jornais locais - impressos e televisivos -, nas redes sociais, nas roda
de conversa, como um bairro “violento”, como se esta fosse uma marca imanente a sua
realidade social. Percebemos que as representações sobre o bairro (CHARTIER, 1990),
via de regra associadas à criminalidade, à violência e à pobreza, são (re) apropriadas de
distintas maneiras nas narrativas dos estudantes, ora aceitando-as, ora negando-as,
criticando-as e desprezando-as.

Dia 22/09, Sala 6


10:00 - O desvio de função docente no Ensino de História - Leonor Viana de
Oliveira Ribeiro (PPGHEN/UEMA)
Este trabalho discute a relação do desvio de função docente com a qualidade do ensino
nas escolas da Educação Básica em São Luís.

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10:15 - PELA “IMORTALIDADE” DOS OBJETOS: uma proposta pedagógica


para os museus de São Luís - Larissa Rachel Ribeiro de Abreu
Os museus compõem parte importante do patrimônio cultural de uma cidade, tendo
reconhecido caráter pedagógico. Entretanto, geralmente são considerados apenas
lugares de passeio e de fuga da rotina escolar, quando possuem um caráter de lugar de
memória, de conhecimento e de experiências subjetivas. Para se entender a importância
dos museus, é preciso criar práticas pedagógicas para que se tornem um mecanismo de
auxílio à educação. Portanto, pretende-se entender e refletir sobre a relação entre os
museus de São Luís e as escolas, estabelecendo-se ações que visem aproximar tais
instituições. São feitas sugestões pedagógicas como possibilidades a serem aproveitadas
pelos museus da cidade como atrativo para o público que pretende conhecer e refletir
sobre a importância do patrimônio. As ações pedagógicas propostas levam em
consideração aspectos físicos, econômicos, políticos, de calendário, dentre outros que
determinam a aplicação das atividades museais, sempre respeitando as particularidades
de cada instituição onde serão aplicadas.

10:30 - História econômica e Ensino de História: reflexão sobre o uso de


conceitos econômicos nos livros didáticos - Werbeth Serejo Belo
(PPGHEN/UEMA)
Os livros didáticos do ensino básico voltado para a disciplina de História são
notadamente marcados pela hegemonia da História Política destinando à História
Econômica parcos parágrafos superficiais e boxes explicativos. Os conceitos
econômicos utilizados nesses materiais geralmente aparecem em recortes temáticos
específicos, ditadura militar (“milagre econômico”), governo Collor (com foco nas
privatizações), por exemplo. Portanto, este trabalho tem como objetivo principal
analisar os conteúdos desses livros didáticos no que tange à utilização de conceitos
econômicos na chamada História Contemporânea. O recorte temporal aqui utilizado se
inicia com o golpe de 1964 e se finda em 1985, portanto concentrando a análise no
período ditatorial brasileiro.

10:45 - Ensino de História: Repensando a questão agrária no Maranhão em sala


de aula - Mariana da Sulidade (PPGHEN/UEMA)
História e Ensino de História são caminhos que nem sempre se cruzam em sala de aula,
a distancia estabelecida entre os conteúdos presentes no livro de história e reflexão e

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ISSN: 2357741X
produção do conhecimento histórico faz parte de uma invenção antiga que estabeleceu
um fosso entre ensino a pesquisa. Mas uma outra questão se coloca de forma
imperativa: o que pensar e refletir em sala de aula sobre o tempo, a humanidade e o
espaço, e que relação essa dinâmica estabelece com a construção do conhecimento
histórico? O objetivo desse trabalho é refletir, a partir do conceito de consciência
história, sobre um ensino de história capaz reconhecer a relevância da Questão Agrária
e dos agentes envolvidos que pese a atuação dos movimentos de luta pela terra, na
construção política e social do Maranhão e do Brasil no período de 1979-1988.

11:00 - DISCURSOS RELIGIOSOS EM SALA DE AULA: Uma Questão para o


Ensino de História - Ingrid Luane Campêlo de Oliveira (PPGHEN/UEMA)
Desde o dado momento da escolarização da História enquanto disciplina, a relação com
a questão religiosa é verificável como uma problemática, visto que a própria História
foi incluída juntamente com outros saberes, dividindo o mesmo espaço com a História
Sagrada, recebendo, assim, o mesmo objetivo: formação moral do aluno. Partindo deste
problema que muito provocou lacunas preenchidas pelo proselitismo via educação, a
proposta do seguinte trabalho é trazer o debate para o âmbito da História,
aprofundando assim discussões sobre esta relação entre o ensino de História e o
“discurso religioso” em sala de aula à luz da teoria e método da História das Religiões.
Para tanto, utilizaremos também dois documentos, o Parâmetro Curricular do Ensino
de História e o Parâmetro Curricular do Ensino Religioso, como uma via de análise
para a seguinte questão proposta.

Dia 23/09, Sala 6


10:00 - Imprensa e golpe de 1964: os jornais em sala de aula - Manoel Afonso
Ferreira Cunha (PPGHEN/UEMA)
Este trabalho apresenta como objetivo principal contribuir para a reelaboração do
ensino sobre o Governo João Goulart nas escolas da Rede Básica do Maranhão através
do desenvolvimento e publicização de um material paradidático que tenha como foco a
proposição de novas estratégias pedagógicas para o ensino de História do Brasil
Contemporâneo. Paralelamente ao propósito geral da pesquisa, temos também
intenções específicas como auxiliar no ensino de história através da utilização dos

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ISSN: 2357741X
jornais impressos como importante ferramenta pedagógica e, ainda, refletir sobre as
especificidades políticas do Maranhão no contexto do Governo João Goulart.

10:15 - Reflexões Sobre o Ensino na Obra Doutrina para Crianças de Ramon


Llull - Natasha Nickolly Alhadef Sampaio Mateus (PPGHEN/UEMA)
A educação é para Ramon Llull, percebida como uma auxiliadora na constituição moral
do sujeito. Em sua obra “Doutrina para Crianças”, o filósofo expõe uma proposta de
modelos educativos. Religiosidade e educação como marco na construção das relações
humanas. A Doutrina foi escrita por volta de 1274, é considerado como um dos
primeiros manuais pedagógicos que visava apresentar as normas importantes de
condutas. Apresenta os principais elementos para uma boa educação destinada à
educação de seu filho Domingos. Desse modo, tendo como referência central o escrito
Luliano, o presente trabalho tem como objetivo analisar como Llull compreendia a
educação e religião, na formação do individuo moralmente, o valor pedagógico
religioso, devido a forte carga da religião que fazia parte da interpretação da época. O
comportamento terreno era inquestionável para conseguir a vida eterna. Diante disso,
a relação entre educação e religiosidade, na idade média, encontrou terreno fértil, visto
que educação foi influenciada por aquele meio.

10:30 - ENSINO DE HISTÓRIA E EDUCAÇÃO DO CAMPO: reflexões e


perspectivas - Iara Sousa Silva (PPGHEN/UEMA)
Este trabalho busca refletir como a História e o Ensino de História podem ser
pensados como possibilidade para a construção de uma Educação do Campo, a partir
dos debates acerca da consciência histórica. O objetivo desse estudo é contribuir para a
produção de uma nova concepção historiográfica no que diz respeito ao ensino de
história como possibilidade para a construção de uma Educação do Campo que toma
como víeis a “consciência histórica”. Metodologicamente esta pesquisa será realizada a
partir das abordagens sustentadas pela História Oral e pelo trabalho de campo
histórico/antropológico. Desde modo, essas reflexões são essenciais para problematizar
e esclarecer a produção do conhecimento. Partem de duas ideias norteadoras, a saber: a
História é uma ciência e, possui uma lógica própria. Segundo, pensar Didática da
História significa refletir sobre Teoria da História e seu impacto na Educação, nesse
caso na Educação do Campo.

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10:45 - HISTÓRIA DO MARANHÃO NA SALA DE AULA: a construção da


ordem política imperial na província do Maranhão (1823-1832) - Yuri Givago
Alhadef Sampaio Mateus (PPGHEN/UEMA)
Este trabalho apresenta uma proposta de abordagem de ensino de História Regional do
Maranhão, no contexto histórico da Independência e Setembrada, na preocupação de
trazer a memória histórica, as identidades políticas, com destaque para consciência
política das camadas populares envolvidas nesses movimentos. O tema está vinculado à
preocupação de analisar a participação das camadas populares nos movimentos
políticos na conjuntura da construção do Estado Nacional brasileiro, apresentando as
lutas políticas no contexto da adesão da independência no Maranhão (1823) até
culminar no movimento da Setembrada (1831). Essa abordagem da história política
imperial no ensino de educação básica pretende desconstruir alguns mitos presentes na
historiografia maranhense e nos livros didáticos relativos a esse processo,
especialmente aqueles relacionados à participação dos setores populares como simples
massa de manobra, agindo sem propósitos e sem consciência política.

11:00 - A Lei da Anistia e as novas ferramentas para o Ensino da História -


Leonardo Leal Chaves (PPGHEN/UEMA)
O presente trabalho justifica-se pela necessidade premente de mostrar que é possível
desenvolver uma prática de ensino adequada aos novos tempos: rica em conteúdo,
socialmente responsável e sem ingenuidade ou nostalgia. A proposta da construção de
um blog está em consonância com as reflexões acima apresentadas. Não se advoga aqui
que a utilização de um recurso poderoso, de livre e direto acesso e em consonância ao
cotidiano conectado de alunos e professores venha a significar o abandono da
investigação bibliográfica ou da importância das fontes documentais.
Contribui-se, deste modo, para a renovação e crítica do conhecimento científico
relacionando-o à produção do saber escolar. Assim a transmissão e assimilação dos
saberes selecionados compõem uma cultura escolar diferenciada que transcende os
limites da própria escola no que tange à reorganização, reestruturação e transposição
didática desses saberes. Deste modo, a construção de uma ferramenta atual, dinâmica e
interativa se insere na perspectiva de instrumentalizar a transformação das práticas
pedagógicas do profissional docente em sua atuação diária, tornando-o crítico. Em
função da longa duração do período ditatorial, será realizado um corte cronológico e
temático para que essa proposta se torne viável de realização no período de duração do

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III Simpósio Internacional em História Contemporânea - Conflitos e Revoluções no Século XX: Circulação de Ideias
entre a América e a Europa
ISSN: 2357741X
mestrado. Assim, o blog terá como tema central o processo de transição política da
Ditadura rumo à democracia, sendo, portanto, privilegiadas questões como: a) o projeto
de abertura durante o governo Geisel marcado por avanços e retrocessos; b) o fim do
AI5 no governo Figueiredo e seus desdobramentos políticos e institucionais; c) a
aprovação da Lei da Anistia; d) o renascimento dos movimentos sociais, cujo ápice foi a
campanha pelas Diretas Já; e) as eleições estaduais de 1982; f) o retorno dos exilados; g)
a eleição indireta da chapa Tancredo-Sarney, seguida pela morte do primeiro e pela
posse do segundo.

11:15 - Histórias sobre África, histórias sobre africanos: contribuições dos


Estudos Africanos para o Ensino de História no Brasil - Aldina da Silva Melo
(PPGHEN/UEMA)
Este trabalho reflete sobre as contribuições dos Estudos Africanos para o Ensino de
História na educação brasileira. Problematiza-se o lugar que a África ocupou, durante
muito tempo, no campo do Ensino de História no Brasil. Essa pesquisa foi empreendida
a partir de levantamento bibliográfico, dialogando com autores que tratam da temática,
matéria que se configurou importante após a aprovação da Lei 10.639/03, que institui a
obrigatoriedade do Ensino de História e Cultura Africanas e Afro-Brasileiras no Brasil
(reforçada pela lei 11.645/08), e das reflexões mais contemporâneas a respeito do
Ensino de História e do ofício do historiador.

ST4 - POLÍTICA CULTURAL BRASILEIRA: UMA REVOLUÇÃO


SILENCIOSA
Coord. Dr. Leandro Mendonça (UFF)
Coord. Drª Bia Cerbino (UFF)

Dia 22/09, Sala 2


10:00 - EVENTOS CULTURAIS INDEPENDENTES E SUA PARTICIPAÇÃO
NA ECONOMIA DE ESTADO: ousadia e sucesso na cena maranhense -
Leurimar Souza Monteiro
A presente pesquisa busca analisar o cenário cultural do estado do Maranhão nas
últimas décadas. Para isso, foram eleitos os seguintes eventos culturais, a saber:
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Conexão Dança (2009 e atual), Lençóis Blues & Jazz Festival (2008 a atual), Maranhão
na Tela (2008 a atual), BR 135 (2014 a atual). A escolha dos eventos supracitados se
fundamenta na sua contribuição no desenvolvimento da economia da cultura,
colaborando na geração de renda e sustentabilidade da própria cultura. Outro ponto a
ser destacado consiste no uso da Lei de Incentivo à cultura como uma alternativa de
financiamento e distribuição da arte.

10:20 - (Des)encontros entre cultura e educação: considerações a respeito da


Base Nacional Comum Curricular - Danielle de Jesus de Souza Fonsêca
O presente resumo intenciona discutir questões relacionadas à construção de uma Base
Nacional Comum Curricular, que tem como finalidade a elaboração de uma matriz
curricular para as escolas de educação básica de todo o país. Neste caso, as questões
culturais tratadas no citado documento são objetos de análise, sobretudo por apontar
como a política educacional, a partir da reformulação curricular, concebe e entende a
cultura como prática educativa a partir do componente curricular de Arte. Palavras-
chave: Base Nacional Comum Curricular; Cultura; Arte

10:40 - Os vinte anos de Patrimônio Cultural pela UNESCO em São Luís - Andre
Rodrigues de Freitas
O trabalho mostra a evolução de políticas para a conservação cultural e artística após o
titulo de patrimônio cultural da humanidade pela UNESCO em 1997.

ST5 - O SÉCULO DA MALDADE: GUERRAS E GENOCÍDIOS NA


EUROPA CONTEMPORÂNEA
Coord. Dr. Fábio Monteiro (UEMA)

Dia 23/09 - Sala 2


10:00 - O Nazismo através da literatura: Um novo olhar em construção - Priscilla
Piccolo (PPGHEN/UEMA)
Em função da modernização tecnológica e dos avanços no campo das pesquisas
pedagógicas, surge a necessidade de se repensar as formas de ensino. Usando como
principio a constatação de Vesna Gidiva e Valentina Hlebec (1999) de que é mais do
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III Simpósio Internacional em História Contemporânea - Conflitos e Revoluções no Século XX: Circulação de Ideias
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ISSN: 2357741X
que evidente que ensinar História é antes de tudo um trabalho ideológico e político e
não uma questão de normas profissionais, o trabalho em desenvolvimento propõe a
utilização de obras literárias em aulas de história, no ensino básico regular tendo como
foco principal o Nazismo. A importância deste estudo remete ao fato de se sublinhar e
tentar comprovar teorias pedagógicas de utilização de outras ferramentas para além do
livro didático. As obras literárias são apenas mais um desses recursos. Sua utilização
deve ser sinalizada, pois permite a quebra das barreiras disciplinares nas escolas. As
obras escolhidas para enfatizar e desenvolver esta ideia são: A Lista de Schindler; O
Diário de Anne Frank; A Menina que Roubava Livros; O Menino do Pijama Listrado;
Depois de Auschwitz; Sob o Fantasma do Holocausto; Èramos Jovens na Guerra.

10:20 - POVO ELEITO? - A Desconstrução Teológica após Auschwitz - Malthus


Gonçalves Medeiros Pereira (Mestrado em Letras/UEMA)
A existência de uma linguagem de aliança/eleição sempre transmite dúvidas: seremos
realmente eleitos? Esse aliançamento não seria apenas uma construção histórica, de
caráter ilusório e com fins de manipulação? Essas perguntas são essenciais na medida
em que a ocorrência de eventos para além do aspecto de resiliência, do suportar, ao
acontecerem àqueles que se vêem debaixo desta ideologia ou de ideologia correlata
trazem reações fascinantes. Que Deus é esse que permite o sofrimento de seu povo?
Por que o Shoah aconteceu? Por que Yahweh permitiu que acontecesse? O espírito
dessas questões pungentes norteará nosso trabalho. Dessa forma, estabelecemos como
propósito central uma análise do aspecto teológico de escritores judeus após o evento
da existência ou da descoberta de Auschwitz. Para tanto primeiramente alistaremos as
principais discussões e dificuldades vivenciadas pelo povo judaico nos últimos 100 anos
de história europeia e que culminam com o evento Auschwitz. Logo após também
observaremos textos de autores representativos nos sentidos: autobiográfico (Primo
Levi); narrativo (Isaac Bashevis Singer) e filosófico (Adorno e Hanna Arendt). Para o
debate, além dos supracitados iremos utilizar Renée Girard, Paul Tillich, o próprio
Adorno, Marx, Freud, Bonhoeffer entre outros que abrilhantarão nossa discussão

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ST6 - O ESTADO DE EXCEÇÃO COMO NORMA NAS


SOCIEDADES DEMOCRÁTICAS
Coord. Dr. José Henrique de Paula Borralho (UEMA)

Dia 21/09 - Sala 4


10:00 - O Jornal Pequeno e a "Operação Limpeza" e suas práticas na Ditadura
Empresarial Militar - Jefferson Maciel Lira
As praticas de cassações políticas durante o regime empresarial militar no Maranhão e
seus desdobramentos para consolidação do regime. Práticas de um Estado de Exceção
como manobras normativas de estruturação

10:20 - A Gestão Ambiental em Tempos de Ditadura - Maíra Cunha Marques


Esse trabalho propõe-se a analisar algumas das (des)orientações da política ambiental
brasileira durante o período da Ditadura Militar brasileira

10:40 - Denúncia da restrição às liberdades em V for Vendetta e AARGH!! -


Márcio dos Santos Rodrigues
Avalio o modo como duas produções quadrinísticas da década de 1980, resultadas de
um descontentamento com as medidas adotadas pelo governo tido como conservador
da britânica Margareth Thatcher (1979- 1990), constroem e veiculam ideias sobre a
naturalização do estado de exceção em sociedades democráticas. A saber, V for
Vendetta (em português, V de Vingança) e AARGH!, antologia de HQs lançada em
1988. Ambas, idealizadas pelo roteirista britânico Alan Moore, problematizam sobre o
intervencionismo do Estado em praticamente todas as esferas da sociedade. V for
Vendetta, através da ficção especulativa, apresentava uma visão pessimista não apenas
do contexto em que foi elaborada, mas também das perspectivas futuras do contexto de
então. Já AARGH!, acrônimo de Artists Against Rampant Government Homophobia,
remetia a uma sensação de repugnância partilhada por Moore com relação à um
dispositivo legal do governo Thatcher que institucionalizava práticas discriminatórias
contra homossexuais em diferentes esferas da sociedade britânica

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11:00 - “DECIFRANDO COM AS FERIDAS”: conflitos ambientais, zonas de


sacrifício e desenvolvimento na São Luís contemporânea - Tayanná Santos de
Jesus Sbrana
Este trabalho objetiva analisar situações de conflitos ambientais contemporâneos na
Zona Rural II de São Luís – MA, derivados da possibilidade de construção de um
terminal portuário em Parnauaçu, parte da comunidade Cajueiro, cujos moradores têm
sofrido constantes ameaças de deslocamento compulsório desde 2014. Nesse processo,
um dos discursos evocado por empreendedores e gestores governamentais é o da
possibilidade de geração de empregos a partir da instalação do terminal portuário,
anunciado como “bem geral” para os ludovicenses. Buscaremos apontar como o
discurso da empregabilidade, aliado a uma noção de desenvolvimento, é acionado por
empreendedores e gestores governamentais, possibilitando a criação de espaços de
exceção, notadamente zonas de sacrifício, como é o caso da área estudada, considerada
“vazio demográfico” com “vocação industrial”. As fontes utilizadas são relatos de
moradores, gestores governamentais e empreendedores, coletados em trabalho de
campo em 2014 e 2015, relatórios de pesquisa e bibliografia especializada.

Dia 22/09 - Sala 4

10:00 - A ANALISE JURÍDICA COMO MEDIDA DE (RE)AFIRMAÇÃO DOS


SABERES E CONHECIMENTOS TRADICIONAIS: dilemas e desafios -
Thuanny Rapahaelly do Nascimento Sousa
Esse estudo tem como fundamento compreender como os ordenamentos jurídicos,
principalmente aqueles estabelecidos pela Convenção sobre Diversidade Biológica,
geraram modificações na forma de se compreender os conhecimentos e saberes
tradicionais. Propõem-se entender conceitos como: Juridismo, conhecimentos
tradicionais e cultura, para tentar identificar as normas, convenções e leis que
caracterizam e conceituam esses conhecimentos e saberes, analisando assim se essas
ações de ordens jurídicas modificou ou não, a forma como esses saberes e os sujeitos de
direito são vistos pela dita nação brasileira.

10:20 - RELEMBRANDO O ESQUECIMENTO: Os meandros da Lei da Anistia e


as disputas pela memória no Estado de exceção - Leonardo Leal Chaves

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O presente trabalho tem como objetivo central apresentar as conexões entre a
bibliografia discutida na disciplina Historiografia e Linguagens e o núcleo central de
investigação de minha dissertação, ou seja, o conjunto de questões presentes no
processo de aprovação e de implementação da Lei da Anistia, em 28 de agosto de 1979,
como parte do processo de abertura que se desdobrou no retorno dos militares aos
quartéis e na eleição, ainda que indireta, do primeiro Presidente da República civil
desde João Goulart.
Das inúmeras questões discutidas, duas assumem papel de destaque e comporão o
núcleo de discussão das linhas que se seguem: os embates em torno do esquecimento,
elemento central no processo de aprovação da Lei da Anistia, e as particularidades do
Estado de Exceção, marca indelével do modelo estatal que passou a vigorar no Brasil a
partir da vitória do movimento que destituiu João Goulart, em março de 1964, e que,
embora esmaecido, ainda comandava o cenário nacional no final dos anos 1970,
momento de aprovação da Lei da Anistia. Para tal, duas serão as obras que conduzirão
a análise aqui construída: A memória, a história e o esquecimento e Estado de exceção, dos
autores Paul Ricoeur e Giorgio Agamben, respectivamente.

10:40 - Figueiredo : um novo governo - Lia Raquel Sousa Silva (UEMA)


O Brasil tem uma considerável tradição no campo da anistia política. Ao longo da
nossa história foram vários anistiados acusados de tentar contra ilegalidade. Apesar
dos problemas econômicos, uma das mais importantes decisões do presidente foi
político. A anistia foi para que o Brasil abandonasse o regime autoritário e reintegrasse
na sociedade e na política os milhares de exilados que tinham fugido do país, ou que
tinham sigo perseguidos no exterior. A lei da Anistia foi aprovada no Congresso em
agosto de 1979, foram beneficiados com a medida todos os presos ou exilados por
crimes políticos. Ficaram excluídos os culpados por atos de território e de resistência
armada ao governo, a Anistia também reestabelecia os direitos políticos daqueles que
os haviam perdido nos termos dos atos constitucionais.

11:00 - Cenas da Transição no Maranhão: a atuação da sociedade civil - Ana


Raquel Alves de Araújo (PPHEN/UEMA)
Neste trabalho abordarei discussões da literatura sobre o comportamento da sociedade
civil maranhense, que tiveram como foco as suas manifestações nas ruas e praças e
também as entidades organizadas, que tiveram caráter não hegemônico, ou seja, não

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assumiram os interesses da classe dominante no Maranhão. O interesse é mapear as
ações coletivas dos grupos sociais, suas estratégias e articulações políticas. Procurei
apontar as lutas mais significativas quanto às produções acadêmicas para constituir um
cenário social do Maranhão na Transição.

11:15- A Transição Brasileira através da Imprensa: Recuperando As


Especificidades Maranhenses Através do Impresso O Estado do Maranhão
(1979-1985) - Kalynne Sued Santos Trindade (UEMA)
A pesquisa analisa o processo de transição política no estado do Maranhão, levando em
consideração suas especificidades em relação ao resto do país. Para tal, tomou como
fonte fundamental de pesquisa o jornal “O Estado do Maranhão” no período entre 1979
e 1985. O primeiro registro de circulação do jornal foi em 8 de março de 1953, tendo
como diretor Arimatheia Athayde, que esteve a frente do jornal ate 12 de Agosto de
1953, quando o deputado Emersom Bacelar, também diretor da rádio Timbira compra
o periódico. Em 1955 o jornal passa a ser chamado de Jornal do Dia – alma e
pensamento da cidade. Esse primeiro ciclo termina em 1958 , quando o jornal passa
para as mãos de Alberto Abold e reabre em 1 de Outubro de 1959, constituído pela
impressa Jaguar LTDA, já filiada ao grupo Mirante. Por isso esse é considerado por
muitos o verdadeiro marco de criação do jornal. Em 01 de maio de 1973, é comprado
por José Sarney e Bandeira Tribuzi, e passa a ser chamado como "O Estado do
Maranhão". Este trabalho utiliza os aparatos teóricos de Antonio Gramsci,
principalmente a concepção ampliada de Estado que comporta duas esferas principais: a
Sociedade Política ou Estado-Coerção (formada pelo conjunto dos mecanismos através
dos quais a classe dominante detém o monopólio legal da repressão), e a Sociedade
Civil (formada pelo conjunto das organizações responsáveis pela elaboração e/ou
difusão das ideologias)

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ST7: MULHERES E RESISTÊNCIA POLÍTICA E CULTURAL:


HISTÓRIA E HISTORIOGRAFIA
Coord. Drª. Viviane de Oliveira Barbosa (UEMA)

Dia 21/09 - Sala 3

10:00 - Do quartel ao bordel: quando a ordem e a desordem se cruzam (São Luís


1905-1945) - Ricardo Silva (PPGHEN/UEMA)
Analisa-se o período compreendido entre 1905 e 1945, concentrando as atenções no
centro da cidade de São Luís, precisamente no bairro do Desterro, no qual o Quartel-
Geral do Corpo de Polícia do Maranhão foi remanejado em 1905 para as dependências
do antigo Convento das Mercês, além das ruas que o circunscrevia, assim como os
espaços de sociabilidade e transitoriedade de distintas formas de prazer, em especial, os
botequins, pensões e cabarés. Relata-se experiências vivenciadas e compartilhadas por
militares e meretrizes, nos diferentes ambientes de convívio e interação social, e de que
forma essas relações tornaram-se possíveis, tendo em vista que esses lugares estavam
submetidos a mecanismo de vigilância e controle instituídos pelas autoridades policiais
e civis. Contribui-se com um olhar direcionado para o passado a partir da análise de
múltiplas experiências que nos possibilitam vislumbrar esse policial militar através das
relações de gênero e da abordagem do masculino, e assim, compreender diferentes
concepções de realidade, estilo de vida e visão de mundo característico de uma
sociedade historicamente definida.

10:20 - A participação feminina invisível nas lutas camponesas no Brasil: a


História passada a limpo - Silvane Magali Vale Nascimento
Este trabalho identifica e analisa a participação política das mulheres nas lutas
camponesas no Brasil no contexto de 1960 a 1988 (período da denominada construção
da esfera pública no país). Busca apreender e compreender a dinâmica da participação
feminina em um cenário político adverso às conquistas sociais a exemplo das décadas
de 1960 e 1970 (Ditadura Militar), onde as desigualdades para com as mulheres
somavam-se de forma naturalizada a tantas outras formas de dominação. Esse período
foi marcado pela resistência popular expressa em várias frentes de luta: partidos
políticos, movimentos sindicais e operários e com forte presença das lutas pelas

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"questões cotidianas" que correspondem à capacidade de reprodução dos sujeitos em
sociedade (luta pela habitação, saneamento, terra etc.). As mulheres estiveram
presentes em todas essas frentes de forma quase sempre sub-reptícias; contudo, tais
lutas foram demandatárias de outras cuja repercussão se deu em escalar transnacional,
a exemplo da luta pela biodiversidade, luta pelo que hoje se convencionou denominar
de "economia sustentável". E nesse contexto, as mulheres camponesas tiveram papel
importante. Buscamos analisar a dinâmica das participações femininas aí presentes,
suas limitações e contradições, desafios e consequenciais para a construção da esfera
pública no período Pós-ditadura Militar e para o redesenho da resistência e
participação política das mulheres no Brasil contemporâneo.

10:40 - "As pedras no Reviver": discussões em torno de preconceito e


segregação em uma casa de reggae na Praia Grande (1991) - Felipe Soheiro
O reggae chega a São Luís por volta dos anos de 1970 instalando-se nas periferias da
cidade. Durante as primeiras décadas, por estar associado a uma população negra e
pobre foi constantemente marginalizado. As casas de reggae por serem localizadas nas
zonas suburbanas eram entendidas como reduto de marginais e desordeiros sendo
evitadas pelas classes médias. Entretanto, a partir da década de 1990 o reggae foi
ganhando popularidade e se expandindo para novos espaços, essa consolidação do
ritmo fez com que a ilha ficasse conhecida como Jamaica Brasileira. Tal título, ao
mesmo tempo em que dava um caráter positivo ao circuito regueiro da cidade, era visto
de forma negativa por outra parcela da população, a qual defendia os ares intelectuais
arraigados no mito da Atenas Brasileira. As disputas se acirram na medida em que o
reggae adentra a Praia Grande, que neste momento passava por um processo de
revitalização. O Governo do Estado juntamente com os empresários, diante de um
momento de crise, tinham como objetivo alavancar a economia por meio do turismo,
onde o cartão postal seria o Centro Histórico. As polêmicas que giram em torno da
criação da Cooperativa Reggae legitimam-se a partir do enobrecimento do espaço em
questão pelas elites, que escolhem manifestações culturais visando atingir um público
seleto e especifico.

11:00 - As "Ariris" contam sua história: participação feminina no reggae de São


Luís - Elaine Lisboa (PPGHEN/UEMA) - - Thalisse Ramos (PPGHEN/UEMA)
A presente pesquisa analisa a participação feminina no reggae de São Luís. A análise se
pauta teoricamente nos conceitos de gênero e de memória, considerando múltiplos
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aspectos da atuação e papéis desempenhados pelas mulheres regueiras, como
maternidade, lazer, casamento, participação nas festas, violência física, violência
simbólica e atuação na cadeia produtiva do reggae local. Para tanto, foram utilizadas
fontes orais e escritas. Os dados aqui expostos foram coletados através de entrevistas
de longa duração, semiestruturadas, com mulheres e homens que participam das
atividades do movimento desde o final da década de 70/ início dos anos 80 ou atuam na
cadeia produtiva do reggae ludovicense. Em relação a fontes escritas, utilizou-se
exemplares do jornal O Estado do Maranhão referentes ao período de 1975 à 2015.
Buscou-se compreender a construção das diversas representações da mulher no
movimento e a dinâmica das relações de poder estabelecidas entre seus partícipes,
homens e mulheres.

Dia 22/09 - Sala 3


10:00 - “ROSA-BALA: A IMPORTÂNCIA DA MULHER CAMPONESA NA
CONSOLIDAÇÃO DOS BANDEIRAS VERDES. ” - Andressa Cruz
A questão agrária no Maranhão perpassa por um movimento histórico caracterizado
pela luta de terras e intensos fluxos migratórios, que foram fundamentais para o
povoamento e construção de diversas cidades na região do Médio Mearim, a partir da
vinda de nordestinos e também do trânsito de lavradores maranhenses, com intuito de
ocupar as chamadas “terras livres” no interior do Estado. Deste modo, o presente
artigo destaca essa totalidade histórica que caracteriza a classe camponesa, com base
em uma análise do documentário Bandeiras Verdes, de Murilo Santos, traçando a
partir do perfil da personagem Rosa-Bala a importância da mulher camponesa na
construção destas cidades, como também do trabalho desempenhado por essas
mulheres no espaço

10:20 - Memória e Resistência na Literatura Sorjuanista Barroca


Hispanoamericana - Giselle Vieira Pacheco (Mestrado em Letras/UEMA)
O presente trabalho é um recorte do meu projeto de dissertação de mestrado, que
oferece a tentativa de descrição e a análise da obra “Carta Atenagórica” de Juana Inés
de la Cruz, escrita em 1690. Tomando como base os fatores que permearam a história
do México durante o século XVII, de uma sociedade extremamente masculinizada;
levanta-se a possibilidade de questionar-se: Como e por que surge a representação
simbólica feminina de Juana Inés de la Cruz, nesse contexto de grande repressão moral,
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que ultrapassa os limites impostos pela vida reclusa no convento, pelos preceitos
ideológicos da igreja e da sociedade do tempo, assumindo abertamente seu perfil de
estudiosa objetivará descrever narrativa em prosa é o exercício de reflexão polêmica e
crítica elaborada como resposta a leitura do “Sermón del Mandato” do Padre Antonio
Vieira. A partir de uma força argumentativa sobre retórica Juana constrói um ataque à
estrutura da argumentação de Vieira.
A pesquisa objetivará analisar a construção de tal narrativa em prosa como exercício de
reflexão polêmica e crítica elaborada como resposta a leitura do “Sermón del Mandato”
do Padre Antonio Vieira e será fundamentada pelos preceitos teóricos de Dario
Puccini, Fredo Arias de la Canal, Maurice Halbwachs, Eclea Bosi.

10:40 - SER NEGRA NA AMÉRICA BRANCA: Literatura e Resistência - Sarah


Silva Fróes
A literatura negra intenciona dar voz aos excluídos e romper com os paradigmas
culturalmente construídos em torno dos negros. Esses escritos são responsáveis pela
construção de discursos, acerca da emancipação humana, ou seja, ver as relações sociais
através de três categorias: gênero, raça e classe. A história das mulheres negras insere-
se nesse campo literário, permitindo-lhes lugar de visibilidade. Nessa conjuntura, este
trabalho intenta analisar o papel da mulher negra na América, no romance A cor
purpura da escritora afro-americana Alice Walker (1982) e entender de que forma a
voz feminina toma a literatura como um espaço de resistência contra as visíveis e
invisíveis correntes que lhes aprisionavam e delimitava lhes um lugar. A pesquisa é
fundamentada na visão de Raquel Veronesi (2015), Bell Hooks (1995) e Gilroy (2001)
Através dos seus trabalhos as escritoras afro-americanas visam desconstruir a
ideologia patriarcal e racista que impede as mulheres negras de se assumirem como
sujeitos da história.

11:00 - Mulheres e resistências: narrativas de quebradeiras de coco babaçu de


São José dos Mouras, Lima Campos - MA - Aldina da Silva Melo
(PPGHEN/UEMA)
Abordar histórias de vida de quebradeiras de coco babaçu no Maranhão é tratar de
direitos historicamente negados e de desigualdades de gênero, sem desconsiderar as
lutas sociais empreendidas e as conquistas obtidas. Nessa perspectiva, analisa-se
narrativas de mulheres quebradeiras de coco babaçu de São José dos Mouras, em Lima

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Campos – MA, acerca das situações de violência por elas enfrentadas e das estratégias
de resistências por elas acionadas. Assim, neste trabalho, mapeia-se histórias de vida de
diferentes mulheres, a partir da análise de suas narrativas e sob um enfoque de gênero.
O recorte temporal da análise recai sobre os anos de 1960 a 1990, período em que os
conflitos agrários são acirrados no Maranhão, sobretudo após a aprovação da lei
Sarney de Terras. Metodologicamente, este trabalho foi desenvolvido a partir da
História Oral, sendo realizado ainda levantamento bibliográfico.

11:15 - MOVIMENTO ASSOCIATIVO NO MARANHÃO: uma análise a partir


das experiências de luta de quebradeiras de coco babaçu - Iara Souza Silva
(PPGHEN/UEMA)
Este trabalho problematiza as dinâmicas de organização e mobilização de mulheres do
(Movimento Interestadual de Quebradeiras de Coco Babaçu no Brasil), envolvidas no
processo de luta pela terra e do acesso livre aos babaçuais na região do Médio Mearim
Maranhense, especificamente em Pau Santo. O objetivo é analisar o engajamento das
mulheres ligadas ao MIQCB, no que tange a sua articulação, mecanismos e estratégias
desenvolvidos para o reconhecimento de sua identidade e legitimação de seus direitos e
de sua cidadania. Metodologicamente esta pesquisa foi realizada a partir das
abordagens sustentadas pela História Oral e pelo trabalho de campo
histórico/antropológico. O MIQCB, criado em 1990, foi importante no que diz respeito
a articular estratégias de mobilização e lutas. A partir de ações do MIQCB, as
cooperativas de produção foram alcançadas. Desse modo, o papel dessas mulheres
frente à luta pela certidão da terra e acesso livre aos babaçuais é significativo.

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