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PRÓLOGO

O uso da ventosaterapia e do sangramento se perde na história, mas é

interessante conhecer a situação social desta época muito particular


da história da medicina.

A sua reaparição atual coincide com os grandes movimentos de


restauração da antiga medicina oriental.

Apesar das muitas vantagens da medicina moderna, claramente


comprovadas pela ciência, por que existe um movimento de restauração
da tradicional medicina folclórica?

Entre várias terap8uticas antigas, estava o método da ventosaterapia e


sangramento. Não sabemos quem as criou, mas em minha opinião ¿o fruto
de

urna época de descobertas e dc trocas de cultura entre os povos.

Desta maneira, creio, que a ventosaterapia e o sangramento, ainda

que baseados em princípios da antiga medicina, firmaram a sua boa


reputação

cm urn mundo moderno, coexistindo coni a medicina convencional e


obtendo

resultados efetivos.

A ventosaterapia não é urn remédio e sim urn método terapêutico

essencialmente preventivo assim como a acupuntura convencional.

Deve ser usada como um suplemento, após determinada a natureza

do problema.

O conhecimento básico da atuação da ventosaterapia deve ser consi

derado como um elemento que emprega apcnas uma técnica particular


corno

terapia, o uso de pressão negativa.

A divulgação desta antiga arte tern a sua devida importância entre as

diversas terapias difundidas.

Guardandq o seu usa caseiro no caso de aplicações de ventosas sem o

uso de sangria que podem ser prejudiciais quando aplicadas sem conheci

mento ou treinaniento.

Quem na sua família näo ouviu “casos” de tratarncno corn vcntosas

dc ilossos avós ou bisavós em alguma antiga casa de saúde da ¿poca?


Desejo que este livro possa divulgar os fundamentos básicos para os

que tin curiosidade sobre este assunto, e que permita esclarecer este
antigo

rntodo na esperança de futuros trabalhos sobre o assunto.

Observação:

A ventosaterapia não se destina a prover um substituto para

a acupuntura ou para a terapia convencional.

A venlosaterapia só deve ser usada como um suplemento.

Para quaisquer condições que exijam um tratamento médico, procure o


seu médico de confiança.

O autor não se responsabiliza pelo mau uso dos ensinamentos aqui


divulgados.

Guardando o uso de ventosas com sangria apenas para pessoal


especializado, por medida de segurança e esterilização necessárias
segundo as normas da Secretaria de Saúde local.

1. A ANTIGA ARTE DA CNTOA

1.2. f{istóilco do uso de ventosas

No século passado, a operação terapêutica de inspirar copos de

ventosas no corpo consistia em colocar sobre a pele uma campânula de

vidro ou outras formas de inspiradores semelhantes aos copos de ven

tosas, após fabricar vácuo pela queima do ar no seu interior. Devendo

aplicá-las de pronto sobre a pele para gerar sucção no local.

Este método chamado de

“ventosa seca” era aplicado na pele

nua, causando trauma subcutâneo e

agindo como contra-irritante.

Outro método também comu


mente aplicado era chamado de “ven

tosa molhada”.

Neste método, a pele era irri

tada por meio de um instrumento cor

tante, provocando uma leve sangria

chamada de “escarificação”, imedia

- - — tamente antes da ventosa ser aplica

da

Este método era considerado especial para se provocar sangria,

sendo também reconhecido pelos antigos médicos como unia medida

contra-irritante.

As medidas contra-irritantes provocam o dcslocamcnto da dor e

o efeito conhecido na medicina oriental como “alívio da superfície do

corpo”, muito itil no combate das dores por espasmo muscular e enri

jecimentos musculares, reflexos causadores de falsas dores nos rins c

pulmões.

Não temos idéia de quem fez uso da ventosa primeìro.Tem-se

informações dc seu uso desde o antigo Egito.

Ela também é mencionada nos escritos de Hipócrates, e pratica

da pelo povo Grego no século IV a.C. Foi provavelmente conhecida e

utilizada também por outras antigas nações.

O antigo instrumento utilizado para fazer ventosa era a cabaça,

conhecida naquela época como “Curcubitula”, que cm latim significa

ventosa.

Nas regiões primiti

vas do mundo a ventosa tem

registros históricos que da

tam de centenas a milhares

de anos. Nas suas formas


mais primitivas, era utiliza

da pelos indios amerîcanos

que cortavam a parte supe

nor do chifre dos búfalo.

cerca de duas e meia polega

_______ das de comprimento, provo

cando o vácuo por sucção oral na ponta do chifre, sendo em seguida

famponado.

Os antigos curandeiros Medicine men, corn poderosos múscu

los faciais e agilidade, conseguiam extrair com a boca, por sucção e

logo cuspindo, o veneno injetado na circulação sangüínea por picada de

cobra, aliviando a dor e as cáimbras no abdômen.

Hipócrates também usava am

bos os métodos de ventosa “seca” e

i “molhada” como principal tratamento

nas desordens menstruais.

Ele prescrevia grandes ventosas

de vidro a serem aplicadas nos selos de

mulheres que sofriam de menorragia.

Assim corno nas “descargas am areia-

1.3. Hipócrates e a ventosatcrapia

das vaginais”, pelo uso de ventosas durante urn longo período de tempo

em diferentes partes das coxas, na virilha e abaixo dos selos.

Hipócrates era cuidadoso na prevenção da sepsia após a vento

sa, e advertia corn o seguinte conselho:

Quando em aplicação de ventosa molhada, se o sangue conti

miar afluir após o instrumento inspirador ler sido removido, se afluxo

do sangue ou saro for copioso, os copos de ventosa precisam ser apli

cados novamente aré que da área tratada tenha se retirado o abstrato.


De outra forma. o sangue vai coagular. retendo-se nas mci

sões, e úlceras inflamatórias podem se formar.

Aconselha-se banhar estas partes em vinagre. O local não pode

ficar wnedecido. Nunca permitir que o paciente se deite sobre as esca

rfìcações, e estas devem ser tratadas com medicamentos para feridas

inflamadas “.

O uso de ventosas no Ocidente antigo era um elemento tera

pêutico corriqueiro e de grande valor panacélco. Pois na falta de


outros

elementos da ciência, a ventosate

\ rapia era utilizada praticamente na

cura de todas as doenças. Como

um instrumento curativo mágico em

sua essência, pelo contato íntimo

corn o interior cio coipo através do

sangue. Ela era respeitada também

pela sua atuação no elemento ener

gético gerado pela respiração. Teo

ria que se assemelhava aos concei

tos da medicina Oriental.

Celsus tuirnbém descreve aplicações de ventosas no primeiro sé

culo d.C., citando que o edema subcutâneo produzido pela ventosa

seca consiste parcialmente de “flatus” (gases) derivado da respiração.

Celsus adverte que a aplicação de ventosas é benéfica tanto para

doenças crônicas como pai-a agudas, incluindo ataques de febre, e par

ticularmente nos estressados. Quando há perigo de fazer sangria, o re

curso mais seguro é aplicar nesses pacientes ventosas secas.

Ele adverte sobre a ocorrência de edema nas ventosas, sejam

secas ou molhadas. Descreve ventosas secas em vários lugares para tra

tar paralisia, ventosas nas têmporas e na regiêo occipital em caso de


dores de cabeça prolongadas.

Ventosa molhada para dores no pescoço, ventosas secas aplica

das no queixo para angina facial, ventosas no peito para tosse,


ventosas

secas para dores no peito se o paciente não for bastante forte para o
uso

da sangria.

Estes exemplos de aplicação de ventosas servem para ilustrar o

pensamento médico antigo, guiado pela observação, e em alguns as

pectos místicos da época, atrelado ao raciocínio do desvio intencional

da circulação sangUínea, que era tido como um causador de doenças

quando ocorria o depósito de sangue escurecido estagnado em algumas

áreas do corpo.

No uso de ventosas secas para tratar flatulência, os copos de

ventosas são aplicados no abdômen em dois ou três lugares para tratar


a

indigestão e dor abdominal. Pois acreditavam estar influenciando na

circulação do ar viciado dentro da área abdominal retirando o


“flatus”.

O acúmulo de gases no aparelho digestivo era considerado per

nicioso para o trabalho digestivo e excretor, considerado como a


“raiz”

do corpo.

Ventosas eram

usadas com escarificação

na virilha e até mesmo nos

scios em caso de excessi

va menstruação.

Celsus prescreve

ventosas locais em caso de

abscessos para retirada de

. material tóxico no local, e

indica corno extrair o ve-


neno por mordida de ani

. mais raivosos, macacos,

cães, animais selvagens ou

serpentes. No mesmo sen

tido de retirar o veneno de

positado no local.

‚-;
Outros terapeutas acreditavam que a força de empuxo provoca

do pelas Ventosas exercia no interior do corpo o mesmo efeito que apa

rentava na parte superficial. Ou seja, o vácuo na superficie da pele


acon

tecia também no interior do coi-po.

Como exemplo disso, Aratcus no segundo século usava vento

sas secas e molhadas, mas de forma preferencial.

Ele usava ventosa seca extensvamente na coluna para tratar

prolapso de útero. Arateus entendia que a absorção provocada pelas

ventosas no local, tinha a função de atrair o útero, fazendo com que

subisse. Para facilitar o seu retomo ao local correto, e para este


propó

Sito ele aplicava ventosas na área loinbar, região isquial, virilha,


coluna

e até entre a escápula.

Para tratar o cólera ele colocava ventosa nas costas e no corpo

mudando-as de lugar rapidamente (como que massageando), para que

as defesas orgánicas fossem ativadas, pela dinamização das energias

provocadas por esse estímulo.

Isto ¿ doloroso, quando o copo de ventosa é remanejado de um

lugar para outro sem o USO de um meio lubrificante (vaselina ou óleo);

podem ocorrer bolhas pelo atrito da ventosa na pele.

Arateus aplicava ven

tosas para íleo, epilepsia, e aci

ma dos rins, nas costas, em ca


sos de cálculo renal.

Ele usava ventosa mo

I hada livremente para vários

tratamentos, seguido do uso de

cataplasmas à base de mostar

da para esquentar o local do

ente, e algumas vezes espalha

va sal nas escarificações (uma

prática pungente e dolorosa).

Galeno era grande ad

mirador deste método. Ele

prescreve ventosas de vidro,

chifre e latão, sendo a última a mais comumente empregada, embora

recomendasse ventosas de vidro para que médicos sem prática pudes

sem ver a quantidade de sangue retirado.

A sangria na área abdominal era considerada muito importante

para que o paciente pudesse ter seus intestinos livres de depósitos de

toxinas nas alças do inteStinO. Na pletora era contra-indicada.

Ele usava ventosas para extrair o que ele chamava de “matéria”.

“No alívio da dor, diminuir inflamações, dispersar inchaços,

induzir ao apetite, restabelecer as energias em caso de fraqueza do

estômago, delírio após pequenos cortes, deter a hemorragia e benefi

ciar a menstruaçãO”.

As aplicações não eram feitas sempre sobre a área afetada.

“Para promover o enjôo no peito e na barriga a aplicação é

feita nas mãos e nas partes baixas para forçar o vômito “.

Ele prescrevia indicações de aplicação de ventosas na letargia,

frenesi e doenças oculares.

Por último, ele recomendava aplicar ventosas nas costas e no

pescoço após a cscarìficação, e a observar se foi removida uma boa


quantidade de sangue para que possa ser alcançada a melhora.

Aetius, no século Vt, desaprovava o uso de ventosas nos seios,

pois não seriam fáceis de se desprenderem do local, sendo necessário

algumas vezes fazer orificios nas ventosas para que pudessem ser reti

radas.

Rhazes, no século X, aplicava ventosas em crianças expostas a

varíola se estas tivessem menos de quatorze anos, mas não naquelas

corn menos d seis meses de idade. Sobre este mesmo período Serapião

descreve:

“Se a saúde do paciente em questão está muito abalada como

no caso de varíola, a sangria poderá causar desmaio. Mas em caso

contrário, é permitido usar ventosas”.

1.4. 0 uso dos princípios astrológicos

Avicena preferia ventosas molhadas, reservando o uso de ven

tosas secas para inchaços frios, e nunca colocava ventosas se estas


não

pudessem ser movidas para vários lugares.

Avicena se recusava a usar ventosas durante o primeiro ano de

Ele preferia não aplicá-las em crianças enquanto não alcanças

sem três anos de idade.

Ventosas eram contra-indicadas após dezesseis anos de idade.

Teriam melhores resultados se aplicadas no meio do mês, quando os

humores vitais estariam em estado de agitação, e durante este tempo,

quando a lua estivesse crescente, os humores vitais também estariam

em crescimento.

A crcnça mágica alquímica e astrológica ditava importantes fa

tores nos tratamentos daquela época.

1.5. As receitas de Avicena

Avicena prescrevia ventosas seguidas na nuca e pescoço no caso

de cabeça pesada causada por cansaço dc leitura, mau hálito, tremor da


cabeça e lesões dos dentes, olhos, nariz, garganta e face.. *

— Lšmbaixo do queixo para dor de dente, garganta inchada, per

da de coordenação da mandíbula...

— Entre as omoplatas para dores nos braços e garganta e tam

bém para relaxar o orificio cárdia do estômago...

— Sobre as lombares para escaras, pústulas, gota hemorróidas,

bexiga, rins e lesões urinárias por massas inflamatórias na parte supe

rior da coxa...

— Na parte frontal da coxa para orquite, hérnias e úlceras da

perna...

— No espaço poplíteo para abscessos ou úlcera séptica da perna

— Sobre o maléolo para menstruação retida, ciática e gota.

— Sobre os glúteos perto do ânus para dirigir os humores vin

dos do corpo e da cabeça, em benefício dos intestinos, na decomposi

cão das regras e no alívio do corpo.

1.6. 0 uso das ventosas por antigos cirurgiões

Maitre Henri de Mondeville, cirurgião geral do rei Phillipe dc

França, escreveu um livro dc cirurgia entre 1306 e 1320, incluindo uma

longa e importante seção sobre ventosas, detalhando os pontos que nóS

temos mencionado anteriormente, e acrescentando algumas intcressan

tes observações: “Nunca aplicar ventosas no nevoeiro ou quando os

vCntos do sul soprarem “.

Os humores so abundantes na lua cheia, portanto podemos apli

car ventosas. Não aplicar ventosas após o paciente tomar banho. A pes

soa que recebeu ventosa só poderá comer urna hora depois. Nunca usar

ventosas corn escarificação sem ter aplicado ventosa seca antes para

puxar o sangue estagnado para a superfície da pele.

Entre as indicações, ele lista o uso de ventosas com escarificação

nos seguintes casos:

“Perto do umbigo para prolapso de útero.


Sobre o umbigo reduz a hérnia ouJiîz parar a menstruaçåo r

ce.ssiva em meninas.

Sobre ofigado em caso de sangramenlo na narina direita; so

bre o baço no caso de sangramenro da narinc? esquerda; em ambos,

figado e baço, se ambas as narinas sangram.

No caminho de uma pedra nos rins, aplicar ventosas na área

lombar faz a pedra descer até a bexiga

A pele deve estar sempre preparada corn aqueci merito Produzi

do por massagem corn aplicação de meio lubrificante. Rapidamente re

boque e deslize a ventosa. No momento da queima, o copo deve ser

‘espalmado na área preparada. deixá-lo até que seja a hora de retirá-


lo,

ou seja, até que o local esteja vermelho.

Gravuras de

ventosas foram en

contradas em ma

nuscritos do sécu

lo IV, no Museu

Britânico. Os dese

nhos demonstram

ventosas secas apli

cavalheiro por urna

mulher de RSCCLO

SinistrO.

Outra gravura apurece em

um calendário germânico publica

do em 1438; unia cópia pode ser

vista na Biblioteca Weilcome, cm

Lond res.
O paciente aparece rece

bendo ventosas no banho, o aten-

dente aparece utilizando urna

lamparina de óleo que está na sua

mo esquerda.

Os anos foram se passan

do e as ventosas secas e molha- ..

sos aqui mencionados e mostra

dos com urna variedade de co

pos e dois tipos de escarifi

cadores.

Paré trouxe sua maior contribuiçito coni

a introdução do escarificador mecânico. Ele alir

maya que não servia apenas para ventosas mas

também no tratamento da gangrena.

O instrumento de Paré consistia cm uma

caixa contendo um mecanismo possuidor de

rodas afiadas em Iåminas, com urn manete fixa

da no lado da caixa, o que fazia mover o instru

mento fazendo-o produzir muitas escarificações

ao mesmo tempo e em igual profundidade.

Scultetus desenhou esta máquina em um desenho similar.

1-leister provavelmente foi o primeiro a usar o escarificador

mecânico em ventosa molhada.

Sua máquina con

sistia de dezesseis peque

nas lâminas fixadas em

urna caixa cúbica corn

molas de aço. A base do

instrumento era aplicada


na pele e as molas faziam

o trabalho, bastava aper

tar um botão.

Após as molas terem parado, existiam dezesseis pontos regula

res feitos pelas dezesseis lâminas, e logo após, o copo da ventosa era

emborcado.

Ele usava esta máquina corn beneficio para tratar várias doen

ças. Corn urna firme crença no princípio da “revolução” (efeito


reflexo

das ventosas à distância), ele aplicava ventosas a alguma distância do

local doente.

Por exemplo: em caso de severa hemorragia vinda do nariz ou

dos pulmões, Heister escarificava e emborcava a ventosa nas pernas e

pés. Particularmente sobre os tornozelos e joelhos. Mas admitia que

médicos e cirurgiões julgavam o seu método perigoso.

Ventosas de vidro eram muito populares naquela época. Para

expelir o ar, peças de papel aceso eram colocadas dentro dos copos e

logo emborcados. Este método tinha a desvantagem de ferir o paciente,

assim corno o copo com material aceso no seu interior até extinguir o

ar, poderia queimar a pele.

Se o aplicador não possui experiência, pode corn a introdução

da chama no copo por lamparina, esquentar em demasia o vidro e quei

mar a pele do paciente.

O terceiro método era o de utilizar urna bomba exaustora corn

um sistema de válvulas para retîrar o ar do seu interior.

A vcntosatcrapia foi lar

gamente usada pelos médicos.

Boerhaave fazia vento

sa seca para tratar pneumonia.


Richard Mead tratava apoplexia

aplicando ventosas no pescoço

corn profunda escarificação.

Ele emborcava a ventosa corn

escarificação profunda na área

occipital para tratar doenças dos

olhos.

“Dirigindo o sangue para as ventosas colocadas sobre os om

bras, que podem ser feitas com segurança e freqüentemente, dá bons

resultados em pneumonia e doenças dos selos, assim como da cabeça,

servindo tatnbém para acalmar a asma “.

Wiliam Heberden usava ventosas nos ombros em casos de per

sistente dor de cabeça, removendo “seis onças” de sangue!

Ele a aplicava também no caso de desordens menstruais.

A ventosaterapia persistiu até o século XIX, mas era apenas

delegado apto o seu uso em balneários terapéuticos com atendentes es

pecialmente treinados.

Dr. Marshall Hull, do Hospital St. Thomas, descreveu corn retì

narnento a ventosa molhada em 1845:

Eu tenho encontrado utili

dade na minha clínica diária na

aplicaçåo de instrumentos de ven

tosa, assim como nas incisões cru

zadas em ângulos retas, aplican

do ventosas de vidro e retirando

um pouco de sangue.

O objetivo é induzir urna

efetiva contra-irriróção. As inci

sões cruzadas se tornam inflama

das ou podem vir a ser excitadas a


se inflamar por aplicações apro

priadas.

1.8. 0 Baunscheiditismo

A original idéia de Karl Baunscheidt demonstrou a propriedade

curativa e vivificante das defesas do organismo pelo estímulo


irritativo

na pele.

Karl Baunscheidt, nobre Alemão nascido em 1809 na cidade dc

Preufsen, viveu em Dusseldorf e depois em Bonn nos seus últimos anos.

Karl sofria de reumatismo nas mãos. Mas um dia, trabalhava em

seu escritório absorto, quando recebeu várias picadas de mosquito em

suas mãos.

Pouco depois do desconforto produzido pelas picadas, a dor de

suas mãos devida ao reumatismo foi aliviada.

Os insetos acabavam de ensinar um segredo para as suas dores.

Então Karl projetou um aparelho coni muitas

agulhas passando a aplicá-lo no local dolorido como

se imitasse as picadas dos mosquitos.

Ele nomeou o seu sistema de tratamento de

Baunscheiclitîsrno. O seu aparelho recebeu o nome de

“restaurador da vicia”, não sendo outra coisa mais que

uma reunião de finas agulhas, formando uma escova

destinada a produzir picadas na pele.

A saliva do mosquito foi reconhecida salutar

pelo inventor do Bunscheiditismo, por causar irritação

que contribuiria para expulsar os “humores mórbidos”

(na época costumava-se atribuir aos “humores mórbi

dos” a causa de várias doenças).

Portanto Karl criou o “Óleo Baunscheidt”, um

óleo irritante para ser aplicado sobre as picadas feitas


pelo aparelho.

Após a aplicação do óleo, formavam-se na pele erupções

cutáneas. Segundo ele, esta erupção era importante para efetuar a


cura,

acreditando que através dela a doença se projetava para fora do corpo.

Esta técnica foi usada na Alemanha, Inglaterra, França, Holanda,

Rússia, América dó Norte e até na África.

1.9. 0 uso das sanguessugas

Na Europa assim como na Ásia existiam vários métodos modi

ficados de sangria e escarificação.

Na Europa a “venesecçio” ou sangria das veias era urna prática

popular, enquanto na Asia o sangramento das dilataç8es capilares

(telangiectasias) na periferia da pele junto com ventosas era o método

mais utilizado.

Entretanto, a escarificaçao e o sangi-amento por meio de “san

guessugas” ou através de emplastros feitos de pastas abrasivas com

batata, gengibre ec. erain usados no Orienie.

O emprego das sanguessu

gas teve a sua origem na Grécia

antiga.

A sanguessuga (Hiruthis

medicina/is) é um yerme aquúti

co que foi usado durante séculos ‘•‘ZD

na medicina. A idéia corrente era

que este yerme extraía o sangue

corn “humores mórbidos” e, con

seqilentemnente, levava o paciente

à cura. O nome deste yerme é

Hirudo (em latim) e há várias es

pécies na zoología.
Os “humores mórbidos” seriam as toxinas e ou elementos dete

riorados que se acumulam nos vasos sangUíneos e nos músculos

enrijecidos, causando doenças.

O uso das sanguessugas como LerapéLitica foi comum na idade

média no ocidente.

Em Portugal na antig(i idade, os “barbel ros-sangradores” eram,

geralmente, os técnicos encarregados de aplicar sanguessugas, por con

cessão de urna licença para praticar cedida pelo cirurgião-mor.

Naquela época, em Lisboa, l’orarn publicados vários livros so

bre o assunto, e os salòes de barbear eram o loca) de venda de


sangues-

su gas .

As sanguessugas próprias para uso terapêutico eram as de água

corrente criadas em fazendas especializadas. As sanguessugas de água

parada não eram usadas por serem consideradas tóxicas.

Devemos fazer referência ao grande e polêmico médico francês

François Boussais, que foi chamado de Paracelso do século XIX por

Benedicenti. Foi aluno de Bichat, cirurgião do exército francês e pro

fessor de Patologia Geral em Paris.

Ele tinha uma visão especial do uso das sanguessugas que cura

vam quase todos os doentes.

Este médico tem atualmente seu nome na Enciclopédia Delta

Larousse e um hospital com seu nome na França.

Ele não aceitava a idéia dos “humores mórbidos”, e propagava

a idéia de que a irritação seria o principal fator da manutenção da


vida e

saúde.

Ele dizia que o organismo, ao reagir contra os agentes irritantes

provocados, adiquiria novas forças.


Os fenômenos vitais dependem de estímulos externos que, quan

do são moderados, mantêm o organismo com saúde e quando se tornam

fracos ou fortes, sobrevém a doença.

Portanto, podemos compreender como as sanguessugas ativa

ram o sistema homeostálico por um duplo mecanismo:

a) Exemplo das ventosas causando sua reação nociceptiva na

pele.

b) Pela sangria que desperta o sistema homeostático.

Mas na antigUidade, poucos conseguiam entender, e por isso o

seu uso se tornou abusivo. Em 1833, a França, além de consumir a sua

própria produção de sanguessugas, teve que importar 40.000.000

(quarenta milhões) de sanguessugas do Império Russo, Turquia e Pérsia.

O seu uso foi indiscriminado e irresponsável, ocasionando com

plicações graves, até a supressão da classe dos barbeiros-cirurgiões,


e

com o desenvolvimento da química farmacéutica, teve o seu esqueci

meilto total.

A título de explicação, há pouco falávamos de venosecção, que

é o método de cortar ou puncionar a veia cubital para evacuar dc 200 a

300cc de sangue, corn o objetivo dc reduzir a circulação sangümnea,

aliviando portanto a atividade cardíaca e baixando a pressão. Isto faz

com que haja um estímulo na circulação geral do corpo, sendo indicado

nos casos de edema pulmonar, ataque cardíaco, hipertensão arterial e

intoxicação por CO (monóxido de carbono).

1.10. 0 uso da sangria de capilares

A punção das dilatações capilares se tomou o método essencial

na acupuntura asiática. Consiste no sangramento provocado por pun

ção das finas dilatações capilares que se encontram em zonas superfici

ais na pele, provavelmente no sinus venoso.

As dilatações capilares são supostarnente causadas por estagna


ção da circulação sanguínea. Existem vários tipos de dilatações capila

res. Elas podem ser solitárias ou múltiplas, reticuladas, radiantes,


li

neares ou esporádicas em suas formas.

Quanto à coloração, podem se apresentar avermelhadas, yerme

Iho escuro, púrpura ou cianóticas.

Após pun

cionar as dilata

ções capilares e

aplicarmos vento-

sas, podemos es

perar a melhora

imed lata da estag

nação do sangue, -

assim como o es

tímulo da circula

ção geral e o ali

vio da atividade

cardíaca. O con

trole da pressão e

o desvio proposi

tal da circulação

que traz benefí

cios na anormal

alta temperatura.

Basta para isso retirarmos apenas poucas gotas de sangue em

torno de 10 a 20cc no máximo. Podemos fazer uso desta técnica de urna

a duas vezes por semana ou mensalmente.

Indicações do seu uso no tratamento em comum corn a Acu

puntura ou nao, nos casos de:


a) Pressão arterial anormal, alta ou baixa.

b) Ataque cardíaco.

c) Gripes e resfriados, tonsilites.

d) Asma, especialmente em crianças.

e) No caso de várias queixas ginecológicas, especialmente no

estado do climatério.

f, Nevralgias, paresias, dores nos ombros, dor de cabeça,

lombalgia.

g) Distúrbios digestivos, hemorróidas, doenças da pele.

h) Intoxicação por CO (monóxido de carbono).

i) Traumatismos e entorses.

Sendo contra-indicado na gravidez, doenças cardíacas e desnu

trição.

Q. CONPOENDEJ’IDO

A BAE FIIOLÓGICAÇ

O corpo humano possui uma eficiência incomparável no de

scinpenho do seu organismo com seus sistemas e funções. O coraçåo,

sendo um órgão de proporções de 10 por 15 cm, bombeia o nosso san

gue por urna rede de 90.000 quilômetros de vasos sangüíneos durante

24 horas por dia em urna vida média de 80 anos de idade, mantendo o

corpo em boas condições.

Portanto, a circulação sangüínea e o sangue desempenham uma

importantíssima função no coipo humano. Se alguma coisa afeta o san

gue ou a sua circulação de modo terapêutico ou maléfico, irá conse

qüentemente gerar um efeito curativo ou destrutivo na nossa saúde.

O sangue humano é

composto na maior parte de

fluido, mais conhecido como

plasma, onde glóbulos ver

meihos e brancos e plaquetas


estão em seu meio. O plas

ma sangUíneo é composto de

90% de água, os outros 10%

são constituídos por gases

corno oxigênio, gás carbô

nico e nitrogênio; alimentos,

proteínas e sais; substâncias protetoras Como anticorpos; hormônios,

matérias tóxicas como uréia, ácido úrico, e outras.

Nos humores, ou seja, nos fluidos do coipo, é onde se cfetua o

metabolismo. O homem quando adulto tem vina quantidade de água no

corpo no valor de cerca de 70% do seu peso.

Esta água está situada entre o interior e o cxtcrior das células, e

em ambos os ambientes ela dissolve um grande número de substâncias.

Há uma expressão comum no Japão que diz “O homem saudá

vel parece respingar água”, Realmente tanto o homem quanto a mulher

que possuem a pele bonita, viçosa, têm ambos uma pele hidratada e

elástica muito atraente.

Mas conforme a idade avança, as células do organismo vão per

dendo água e a pele vai se tornando ressecada e rugosa. Se a


jovialidade

corresponde ao frescor, comparamos a velhice ou senilidade à desidra

tação do organismo.

O organismo de um bebê tem 80% do seu peso constituido de

água em comparação com o adulto que tem 70% em média, o idoso

possui menos de 50% de água no seu organismo.

Com o envelhecimento, gradativaniente os 60 trilhões de célu

las orgánicas perdem água. A perda da umidade da pele é a demonstra

ção do envelhecimento. Como as células perdem água, o tecido subcu

táneo começa a murchar e a pele perde a elasticidade criando rugas.

Mas os vasos sanguíneos também envelhecem, e a prevenção


deste envelhecimento consiste em conservai e manter a umidade das

células orgânicas.

A atrofia também ocorre

com os vasos sangüíneos. Os

vasos dos jovens são elásticos e

possuem um certo calibre, mas na

velhice, estes vasos sangUíneos se

tornam finos e rígidos devido à

arteriosclerose. 13m conseqüen

cia, o sangue não consegue fluir

livremente e pode entupir os va

sos sanguíneos com facilidade.

O uso cia ventosa promo

ve a vasodilatação momentânea

ao ser aplicada, e ao ser retirada,

o vaso sanguíneo retorna ao seu

calibre normal, fazendo uma es

pécie de ginástica circulatória.

Semelhante à vasodilatação e vasoconstuição provocadas pelo

uso da Sauna Finlandesa.

Os acidentes vasculares cerebrais são classificados:

(a) Como hemorragia cerebral quando ocorre o rompimento do

vaso sangUíneo cerebral.

(b) E em caso de infarto cerebral, quando ocorre entupimento

dos vasos.

Ultimamente no mundo todo, o número de infartos e a sua ocor

r8ncia em pessoas jovens tem aumentado. Devido ao uso das “junk

foods”, corno hamburguers, batatas fritas, pizzas, e alimentos à base


de

carne somado ao estresse.

Os jovens dc hoje cntopem os vasos sanguíneos com maior fa


cilidade do que antigamente, o que um sinal precoce de envelheci

mento.

Precisarnos portanto tomar cuidado com a nossa alimentação, e

aumentar o consumo de água diário.

3. A INPOTANC1A DO

TEr1A CICULATÓIO

O sistema circulatório dos homens difere cio das mulheres. Tal

vez esta seja a explicação para a maior longevidade cias mulheres em

comparação com os homens. Elas possuem um comprimento menor

dos seus vasos sang(íneos, em relação aos homens. Em conseqüência,

os seus vasos sangümneos são também mais curtos e portanto sobrecar

regam menos o coração. Mesmo entre os homens, aqueles que vivem

mais, geralmente são os que têm menor estatura e nilo são obesos.

Para melhor explicar este fato, imaginemos as mangueiras do

coipo de bombeiros. Quando há apenas uma mangueira, a água flui

livremente, mas basta conectarmos 3 ou 5 mangueiras, e percebemos

de imediato que o fluxo ou jato de água perdeu a força, isto se não

aumcntarmos a potência da bomba e a pressão da água.

Este fato demonstra o que ocorre com o coração e os vasos

sangtiíneos.

A vida média dos

lutadores de Sumó no Ja

pão está, segundo as esta

tísticas, em torno de 54 a

55 anos. Este fato é atri

buklo à grande sobrecar

ga do coração pelo esfor

ço de enviar o sangue para

todo o organismo.

Nos Estados Uni


dos, a diferença de vida

média entre horn eris e mu-

-
iheres ¿ de mais dc 10 anos, sendo a principal causa atribuida à
grande

estatura do povo americano e à obesidade.

A segunda causa da rnaioi- longevidade das mulheres é a capaci

dade hematopoiética superior à dos homens.

Uma vez que perdem sangue com freqüência por causa da mens

truação e do parto, elas dispõem da capacidade de repor prontamente

essas perdas. Portanto, os componentes sangüíneos das mulheres são

sempre mais frescos e saudáveis se compararmos corn os homens.

Segundo os antigos livros de Medicina Oriental, o sangue trans

porta a energia. Eles esavarn corretos, estima-se o volume sanguíneo

total do homem corno correspondente a 1/3 do seu peso.

Para calcular de modo prático o

seu VOlU!fle sangUíneo, faça a seguinte pro

porção: o sangue corresponde a cerca de

80 mi por quilo de peso nos homens e cer

ca de 60 ini por quilo na mulher, resta ago

ra multiplicar estes números pelo seu peso

para obter o valor correto.

Este volume de sangue é o que cir

cula por todo o seu organismo no tempo

de urn a dois minutos.

Neste tempo, o sangue é respon

sável pelo seu papel importante na respi

ração, ele é que leva o oxigênio para o te

cido dos órgãos, o sangue remove o gás carbônico do sistema e o elimi

na através dos pulmões.

Mas precisamos, para manutenção de nossa vida, de nutrientes


vindos de fora. Fisiologicamente, as células necessitam de nutrientes

(alimentos energéticos, reguladores e plásticos) para que possa haver

equilíbrio, restaurador, e o sangue leva estes nutrientes para os


tecidos

dos órgâos, absorvidos pelo intestino delgado.

Ele elimina as matérias tóxicas através dos órgãos excretores, e

regula a atividade dos fluidos naturais das várias partes do corpo,


trans

portando os vários hormônios que estimulam ou inibem o trabalho dos

órgãos internos.

Além disso, o sangue tern urna ação protetora, possuindo subs

tâncias chamadas anticorpos, que tem a capacidade de destruir as toxi

nas e outros agentes nocivos. Distribui calor para o organismo, manten

do uma temperatura constante, modera os excessos térmicos do ambi

ente externo, e fica armazenado cm pequenos depósitos, principalmen

te no baço e fígado, além de outros tecidos, no caso de emergências.

Qual a função das ventosas na saúde?

O uso freqüente de ventosas controla a corrente sanguínea, que

já vimos ser de grande importância para a manutenção da vida e da

energia do corpo.

O uso das ventosas provoca também fortalecimento dos vasos

sanguíneos, pois os vasos capilares e linfáticos reagem à pressão nega

tiva no corpo produzida pelas ventosas, expandindo-se e contraindo-se.

Neste processo os vasos se fortalecem, tornando mais eficiente

a corrente sanguínea, evitando infartos, derrames, etc.

No caso dos cortes e ferimentos provocados pela punção da

microssangria e escarificação terapêutica, em geral ocorre uma melhor

reação do organismo já preparado por receber este estímulo, evitando

infecções e propiciando um rápido restabelecimento.

4. A TCORIA DO

DR. PETRAG1’1AN
O professor e doutor G. Petragnani, diretor do Instituto de Higi

ene da Universidade da Catânia, defendeu em comunicação à Acade

mia M6dico-Física em 1953, a teoria de que o envelhecimento podia

ser retardado e as doenças poderiam ser evitadas se o organismo adulto

fosse submetido pcriodicamente a estímulos como escarificações e pe

quenos cortes provocadores de sangria, assim corno injeção subcutânea

de colóides, e estímulos como os da ventosa, e massagem por percussão

em todo o corpo, alem do uso de perfurações por agulhas ou pregui

nhos em um aparelho montado para este fim.

Esta constatação se deu pelo fato de os camponeses terem o

hábito de se ferirem para adquirir saúde conforme a sria tradição.

Estas auto-agressões são capazes de solicitar uma reação salutar

do organismo trazendo periodicamente as funções do corpo ao máximo

de atividade funcional, excitando pelo estado de “alarme” as defesas

orgânicas e fortalecendo a sua reação aos estímulos exógenos e às do

enças.

5. 0 PPIICÍPIO DA

DCcINTO?’cICAÇi0 DO ANGUC

PElA 4SI€MT0ÇA

Desde a antiguidade no Oriente é conhecida a propriedade da

ventosa de limpar o sangue das toxinas acumuladas causadas pela su

jeira da água e dos alimentos, pois a estagnação do sangue coagulado,

escuro, sujo, nos músculos das costas ou nas articulações é


considerado

pela medicina oriental como um dos clcmcntos causadores de doenças,

sendo necessário retirá-lo para que o paciente possa se restabelecer.

A aplicação da ventosa produz uma reação no corpo que se

manifesta por uma marca na pele. Segundo o estado de saúde do paci

ente, pode ser vermelha, roxa, marrom e até preta. Em certos casos po
dem até se formar bolhas de água no local onde a ventosa foi aplicada,

devendo essa água ser retirada por perfuiação destas bolhas com agulha

esterilizada.

Esta constatação —feita

pelo povo oriental durante milê

nios — de diferentes cores entre

as marcas, elucidou a importân

cia da qualidade do sangue.

Quando so aplicavam ventosas no

local doente, na pele ficavam

marcas roxas e até pretas, enquan

to cm áreas normais apareciam

marcas avermelhadas.

Esta base prática demonstra a importância da troca gasosa, vi

sando limpar o sangue de impurezas, naturalmente modificando a cor

escura para a avermelhada, quando o local se recobrou da doença.

A limpeza das toxinas no sangue pela respiração pulmonar é o

método mais comum de se manter saudável, quando o corpo está em

seu estado normal.

Porém, quando o corpo está doente, o ritmo da respiração se

torna difcrcnte, pouco profundo. conforme a medicina oriental, este 6

um sinal de que existe doença no corpo, enfraquecendo as trocas gaso

sas pela respiração.

Para haver saúde, é necessário que a alcalinidade do sangue,

com o seu pH de 7,2 a 7,4, não seja aumentada ou diminuída em extre

mos, pois pode trazer doenças e até a mortc.

O sangue bioquirnicamentc equilibrado torna o pH das células

homogeneamcnte estável. Este processo de controle é geralmente feito

pelos rins e pulmões.

Falamos há pouco em sangue sujo, escuro. Este sangue está vol


tado para a acidez, enquanto o sangue limpo está para o pH neutro, ou

seja, nem ácido nem alcalino.

O sangue venoso possui pH 7,2 a 73, enquanto o sangue arte

ìial tem pH em torno de 7,3 a 7,5. Se há equilíbrio neste valor de p1-


I a

vida se mantém.

A diferença do pFl de 0,2 a 0,3 é que mantém a saúde. Embora o

valor seja pouco, basta o seu desequilíbrio para caírmos enfermos.

Sc este mecanismo compensatório não existisse, o corpo não

seria capaz de curar as doenças por si mesmo, até mesmo a cirurgia não

teria efeito.

O ato de respirar se realiza instintivamente dcsde o nascimento.

É considerado importante para a manutenção da saúde pelos povos on

entais desde a antiguidade.

Se por algum motivo a respiração parar, a falta de oxigênio no

sangue fará com que o valor do p1-I arterial caia, causando


falecimento.

Este princípio lógico fez com que se prolifcrassem os sistemas

de respiração para saúde usados no Oriente, assim como a Yoga, o Qi

Gong, e o Shin Kokyu hô que, unidos à captação da energia vital Ki do

universo, possibilitam a limpeza do sangue traduzindo-se num excelen

te método de cura espontânea.

O volume de ar trocado na respiração é de 20% de oxigênio na

inspiração e 16% na expiração, demonstrando que 4% do volume de

oxigênio respirado é absorvido pelo organismo.

A quantidade de gás carbônico na inspiração é de 0,03% e na

expiração o seu valor sobe para 4%. Demonstra portanto que o meca

msmo respiratório expuLsa o gás carbônico e distribui através do san

gue o oxigênio no organismo, elevando o pH.

Para que essa troca de gases possa ocorrer no mecanismo respi

ratório, o corpo necessita da diferença de pressão gasosa nos alvéolos


pulmonares.

O ar atmosférico, segundo as leis da física, possui a característi

ca de se locomover naturalmente quando há desnível de pressão no seu

ambiente. Ou seja, ele se move do local de pressão mais alta, migrando

para onde há o valor de pressão mais baixa.

Este mecanismo da natureza é que produz o vento. Se esta dife

rença de pressão é baixa, mas seu valor é muito alto o vento se


transfor

ma em destruidores tufões.

As trocas gasosas nos alvéolos pulmonares também obedecem

à mesma lei. É por diferença de pressão que o oxigênio passa dos al

véolos para o sangue dos capilares e o gás carbônico do sangue venoso

para os alvéolos.

A aplicação de ventosas na pele baseia-se, desde os tempos an

tigos, no mesmo princípio: na lei de trocas gasosas através da pele,

eliminando os gases estagnados no corpo e promovendo a limpeza do

sangue, pelo uso da pressão negativa produzida pelo vácuo.

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