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SUPRESSÃO DE VISTAS,

CORTES E SEÇÕES

Professor José Gedael Fagundes Júnior


SUMÁRIO

SUPRESSÃO DE VISTAS ...................................................................................................... 4


Representação em duas vistas ......................................................................................... 4
Representação em uma vista (Vista Frontal) ................................................................... 4
Aplicação de símbolo de diâmetro ................................................................................... 4
Aplicação de símbolo de quadrado .................................................................................. 5
Simbologia indicativa de espessura ................................................................................. 6
Sinal indicativo de superfícies planas ............................................................................... 6
Sinais indicativos de perfilados ........................................................................................ 7
APLICAÇÃO DE CORTES ..................................................................................................... 8
Hachuras............................................................................................................................. 9
Corte total ......................................................................................................................... 10
Meio Corte ........................................................................................................................ 11
Corte parcial ..................................................................................................................... 11
Cortes em desvios ........................................................................................................... 12
Omissões de corte ........................................................................................................... 13
Seções .............................................................................................................................. 14
RECURSOS DE VISTAS ...................................................................................................... 16
Vistas Parciais .................................................................................................................. 16
Meia Vista....................................................................................................................... 16
Quarto de vista ............................................................................................................... 17
Vista auxiliar simplificada ............................................................................................... 17
Encurtamento de vistas................................................................................................... 18
Rotação de partes obliquas ............................................................................................ 20
Vistas auxiliares ............................................................................................................... 21
REPRESENTAÇÃO DE PARTES ROSCADAS ................................................................... 22
Definição ........................................................................................................................... 22
Representação ................................................................................................................. 24
CONJUNTOS MECÂNICOS ................................................................................................. 25
Conceito............................................................................................................................ 25
Vista Explodida ................................................................................................................ 25
Desenho de conjunto....................................................................................................... 26
Desenho de detalhes ....................................................................................................... 29
TOLERÂNCIA E AJUSTES .................................................................................................. 31
Campo de Tolerância ....................................................................................................... 32
Qualidade de trabalho ..................................................................................................... 32
Ajuste Mecânico ............................................................................................................... 33
Tipos de Ajustes .............................................................................................................. 33
Ajuste com folga ............................................................................................................. 33
Ajuste com interferência ................................................................................................. 34
Ajuste incerto.................................................................................................................. 34
Sistemas de ajuste ........................................................................................................... 34
Sistema de Ajustes Furo-base ........................................................................................ 35
Sistema de Ajustes Eixo-base ........................................................................................ 35
Indicação de Tolerância nos desenhos ......................................................................... 35
Considerações finais ....................................................................................................... 37
TOLERÂNCIA GEOMÉTRICA .............................................................................................. 40
ESTADOS DE SUPERFÍCIE ................................................................................................. 44
Inserindo Símbolos de Acabamento Superficial ........................................................... 45
Símbolos ........................................................................................................................... 47
EXERCÍCIOS ........................................................................................................................ 50
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................................... 59
DESENHO TÉCNICO SUPRESSÃO DE VISTAS AULA 04
Prof. José Gedael F. Jr.

SUPRESSÃO DE VISTAS

Basicamente, utilizamos das três vistas (projeções ortogonais) para se fazer a


representação de uma peça qualquer. De acordo com a complexidade da peça a ser
desenhada serão necessários utilizar vistas e recursos adicionais. Por outro lado, mesmo a
peça apresentando certa complexidade, sua representação pode se fazer por duas ou até
uma vista somente para a sua completa representação sem a omissão de detalhes.
No desenho tal recurso é denominado supressão de vistas e sua aplicação se faz através
simplesmente pela eliminação de vistas ou ainda pela aplicação de alguns recursos do
desenho técnico onde utiliza-se símbolos nas cotas.

Representação em duas vistas

Geralmente peças de revolução (seção circular) podem ser representadas aplicando-


se a supressão de vistas. No eixo representado pela Figura 1, pode se notar que a vista
frontal e superior são idênticas. Assim na representação do desenho deve-se suprimir a
vista superior.

Figura 1 – Eixo representado a partir das vistas frontal, superior e lateral esquerda.

NOTA: A vista frontal NUNCA poderá ser suprimida do desenho. Conforme


veremos adiante, em representação onde for necessário somente uma vista,
a vista frontal deverá permanecer.

Representação em uma vista (Vista Frontal)

Aplicação de símbolo de diâmetro

Símbolos utilizados nas cotas do desenho deverão ser utilizados para aplicar o recurso de
supressão de vistas. No exemplo anterior, Figura 1, foi possível fazer a supressão da vista
superior. Agora com a aplicação de símbolos indicativos de seção nas cotas do desenho,
veremos que tal peça poderá ser representada a partir de uma única vista, no caso, a vista
frontal, Figura 2.
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Figura 2 – Representação de peças em uma vista.

Aplicação de símbolo de quadrado

Além do símbolo de diâmetro (), pode se também aplicar o símbolo  para a


representação de seções quadradas, podendo assim utilizar-se como recurso de supressão
de vista, Figura 3. A Figura 4 apresenta outras aplicações do símbolo de quadrado utilizado
para supressão de vista. O desenho representado pelas duas vistas na Figura 4(a) pode ser
representado apenas pela vista frontal conforme indicado na Figura 4(b).

Figura 3 – Símbolo de quadrado para supressão de vistas.

Figura 4 – Demais aplicações do símbolo indicativo de seção quadrada.


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Simbologia indicativa de espessura

Em peças que apresentam dimensão uniforme em pelo menos uma de suas medidas
(largura ou comprimento), poderão se aplicar supressão de vistas a partir da simbologia ESP.
Preferencialmente tal indicação deverá ser representada no canto inferior esquerdo da vista,
Figura 5.

Figura 5 – Sinal indicativo de espessura.

Sinal indicativo de superfícies planas

Algumas peças podem apresentar diversos perfis de seção ao longo de seu comprimento.
Quando se tem uma combinação de seções circulares e quadradas, esta última por sua vez
poderá ser representada através de duas diagonais cruzadas (linha fina e contínua). Como
exemplos temos eixos com entalhes ou conhecidos também como espiga.

Figura 6 – Sinal indicativo de superfícies planas.

Figura 7 – Sinal indicativo de superfícies planas – “espiga”.


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NOTA: Sinais indicativos de seções planas são representados por linhas


finas e contínuas.

ATENÇÃO: Ter cuidado para não fazer confusão com o símbolo indicativo
de seção plana e vista superior de peças na forma de pirâmide, Figura 4(a).

Sinais indicativos de perfilados

Componentes que apresentam um certo perfil predominante podem ser representados por
símbolos individuas de acordo com a geometria da seção, Figura 8.

Figura 8 – Simbologia de perfilados.


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APLICAÇÃO DE CORTES

Quando os detalhes internos presentes em uma determinada peça não são


representados claramente com os recursos do desenho técnico visto até agora, deparamos
com a necessidade de aplicar técnicas que chamamos de desenhos e/ou vistas em cortes.
Os cortes podem ser do tipo corte total, meio-corte e corte parcial, Figura 9.

Figura 9 – Tipos de cortes utilizados no Desenho Técnico. (a) Corte total. (b) Meio-Corte. (c) Corte parcial.
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NOTA: Cortes são recursos feitos de forma imaginária para facilitar a


representação da peça, com o objetivo de representar com clareza os seus
detalhes internos.

Hachuras

As hachuras são utilizadas no desenho para representar a região de superfícies sempre


que houver algum recurso de corte aplicado. São traçadas com linhas finas e contínuas e
geralmente inclinadas em 45° em relação as linhas de contorno e/ou simetria da seção
indicada, Figura 10(a) e Figura 10(b).
Quando se tratar de uma peça individual, as hachuras são dispostas no mesmo sentido e
espaçamento idêntico em toda a sua extensão, mesmo quando o plano de corte de uma peça
é executado por vários planos de corte paralelo, Figura 10(c).

Figura 10 – Perfil de hachuras em seções de corte.

As hachuras, nos desenhos de conjunto, em peças adjacentes, devem ser feitas em


direções opostas ou espaçamentos diferentes, Figura 11.

Figura 11 – Hachuras em conjuntos mecânicos.


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NOTA: Quando houver cotas na região em corte, as hachuras serão omitidas


no contorno das cotas, Figura 9.

As hachuras também podem ser utilizadas para a indicação do material da peça em


representação, Figura 12, NBR 12.298/1991.

Figura 12 – Hachuras utilizadas para indicação do material da peça.

Corte total

Quando o corte imaginário é aplicado em toda a extensão da peça. Pode se supor que a
peça esteja sendo cortada por uma lâmina de serra. A superfície gerada pelo trajeto da lâmina
se denomina plano de corte ou plano secante.
Quando se aplicar o corte total para a representação de uma peça, segue se a seguinte
sequência, Figura 13:

i. Corta-se o objeto por um plano secante imaginário, mostrando na vista ortográfica a


sua trajetória, por meio de uma linha traço-ponto larga nas extremidades e na
mudança de direção (corte em desvio, veremos adiante), acompanhada de duas
letras e setas, que determinam a posição do observador;
ii. Remove-se a parte do objeto situada entre o observador e o plano secante;
iii. A superfície selecionada, chamada seção, será hachurada, e demais linhas serão
mostradas, com exceção das invisíveis.

NOTA: As linhas indicativas de corte são representadas por traço e ponto


(perfil de linhas de centro), porém as extremidades das linhas são largas (10
a 20 mm).
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Figura 13 – Representação de corte total.

Meio Corte

Emprega-se no desenho de peças simétricas onde a parte equivalente à metade da vista


é representada coo se não houvesse o corte e a outra metade aplica-se o corte, Figura 14.
Neste caso a região em corte é representada apenas em hachuras e não há necessidade de
se identificar o corte, conforme visto em corte total. Outro detalhe importante é que em vistas
em meio corte, não se representa contornos não visíveis.

Figura 14 – Representação de vista em meio corte.


Corte parcial

Os cortes parciais são recursos do desenho técnico que se resume em uma remoção
imaginaria de uma região muito próxima em torno do detalhe interno que se deseja representar.
Sua característica principal está na utilização de uma linha fina e sinuosa para representar
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a região do corte, Figura 15. Neste caso, as regiões da peça que não foram interceptadas pelo
corte continuam na representação real, como se não houvesse corte, onde as linhas de
contornos ocultos permanecerão no desenho.

Figura 15 – Representação de corte parcial.

Cortes em desvios

Em alguns casos a peça a ser representada é composta de diversos detalhes que


apresenta planos de cortes diferentes. Quando isso acontecer aplica-se os cortes em desvios.
A representação dos cortes em desvios se resume na identificação do plano de corte a
partir da linha indicativa de corte (traço e ponto) em uma determinada vista. Conforme já visto,
a extremidades da linha indicativa da seção de corte são largas e contínuas. Adicionalmente
nos cortes em desvios, SEMPRE que houver mudança de direção, a linha utilizada também
será larga e contínua. Na vista representada em corte, a sua representação se fará como se
o plano de corte fosse exatamente o mesmo, Figura 16.

Figura 16 – Corte em desvio.


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Omissões de corte

Determinados elementos das peças, mesmo interceptados pelo plano de corte, serão
representados com omissões de corte, ou seja, seria o mesmo que se o corte não projetasse
sobre tais elementos, logo, as regiões abrangidas por tais elementos não serão hachuradas.
Os elementos mais comuns são: nervuras, braços de engrenagens, orelhas, dentes de
engrenagem, etc., Figura 17 e Figura 18.

Figura 17 – Exemplos de elementos de omissões de corte.

Figura 18 – Aplicação de omissões de corte (a) Dentes e braços de engrenagem. (b) e (c) Braço de polia.
(d) Exemplo de polia maciça – aplicação de corte.
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Seções

Um outro recurso utilizado no desenho é a representação de vistas através de seções (ou


secções), NBR 10067. Este recurso é bastante semelhante ao corte total, visto anteriormente.
A diferença fundamental está no fato de que na seção, a representação do desenho se faz
apenas do plano de corte, ou seja, por onde a linha de projeção do corte é representada,
Figura 19.

Figura 19 – Diferenças na representação de corte e seção.

As seções poderão ser representadas na forma de seções fora da vista, Figura 20 e


seções dentro da vista, Figura 21.
Note que quando a representação da seção é feita dentro da vista e sem interrupção da
vista, os contornos da seção deverão ser representados em linha fina. Nos demais casos,
fora da vista e quando há interrupção da seção, utiliza-se linhas de contornos visíveis.
Quando a área da seção apresentar dimensões muito reduzidas, ao invés de aplicar
hachuras na área seccionada deverá ser preenchida (enegrecida).
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Figura 20- Tipos de representações de seção fora da vista.

Figura 21 – Tipos de representações de seção dentro da vista. (a) Sem interrupção da vista. (b) Com
interrupção da vista.

ATENÇÃO: Entre os recursos utilizados no desenho, é papel


fundamental do desenhista determinar aquele que melhor se aplica ao
desenho em execução.

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