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FACULDADE DAMÁSIO

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU EM PROCESSO PENAL

ANA CLÁUDIA DE SOUSA FERREIRA

PROJETO DE TCC

PRISÃO PREVENTIVA EM TEMPOS DE CÓLERA

UMA ABORDAGEM CRÍTICA SOBRE A GARANTIA DA ORDEM PÚBLICA COMO


FUNDAMENTO PARA O DECRETO DE PRISÃO PREVENTIVA

MONTES CLAROS/MG -2019


1. IDENTIFICAÇÃO DO PROJETO

Título/substítulo: Prisão preventiva em tempos de cólera: Uma abordagem crítica sobre a


garantia da ordem pública como fundamento para o decreto de prisões preventivas.

Autor: Ana Cláudia de Sousa Ferreira

Área de Concentração: Direito Processual Penal

Linha de Pesquisa: Direito Processual Penal

Duração: 120 dias

Início: 22/07/2019

Término: 31/10/2019

2. TEMA

Prisão Preventiva

3. DELIMITAÇÃO DO TEMA

A garantia da ordem pública como fundamento para o decreto de prisões preventivas.


4. PROBLEMA

As interpretações dadas pelos Tribunais ao conceito de garantia da ordem pública são


idôneas para fundamentar e legitimar o decreto de prisões preventivas.?

5. HIPÓTESES

5.1 – A imprecisão do termo ordem pública ocasiona a subversão das finalidades das
prisões preventivas e a antecipação da prisão pena?

5.2 As interpretações dadas pelos Tribunais Superiores ao conceito de garantia da


ordem pública são idôneos para legitimar a privação da liberdade antes de uma sentença
penal condenatória?

5.3 A garantia da ordem pública como fundamento das prisões preventivas é


constitucional?

6. OBJETIVOS

6.1 Objetivo Geral

6.1.1 Verificar a legitimidade da decretação de prisões preventivas que tenham como


fundamento a garantia a ordem pública,

6.2 Objetivos Específicos

6.2.1 Tecer uma visão panorâmica sobre as medidas cautelares de natureza pessoal no
ordenamento jurídico brasileiro;
6.2.2 Analisar de forma sistemática a prisão preventiva, suas hipóteses de cabimento e
fundamentos;

6.2.3 Analisar a interpretação que é dada pelos Tribunais Superiores ao conceito de


garantia da ordem pública.

7. JUSTIFICATIVA

A liberdade, que é um dos direitos e garantias fundamentais mais caros aos


seres humanos, em regra, em decorrência da prática de uma infração penal só pode ser
cerceada após um devido processo legal qualificado por garantias míninas. Em algumas
situações, no entanto, é consabido que o ordenamento jurídico permite e autoriza a
segregação cautelar tendo em vista a colisão do direito a liberdade com outros direitos
de semelhante envergadura.

Por implicar restrições a um direito inerente e instrumental a todo e


qualquer ser humano, as segregações cautelares devem observância aos critérios da
necessidade, da proporcionalidade e da excepcionalidade, sob pena de se transformarem
em medidas de caráter exclusivamente punitivo, além de observância estrita ao princípio
da presunção de inocência.

De todas as garantias judiciais próprias do âmbito penal, a mais elementar é


talvez a presunção de inocência, expressamente reconhecida sem ressalvas e sem
exceção alguma pela Constituição Federal e por diversos instrumentos internacionais de
direitos humanos,

Apesar de o sistema processual penal brasileiro ser orientado pelo princípio


da presunção da inocência e da excepcionalidade da segregação cautelar, a prisão
preventiva é empregada em larga escala na prática forense. Sua utilização arbitrária e
despida de parâmetros objetivos representa uma das maiores disfuncionalidades do
sistema de justiça penal, e é causa de problemas como a superpopulação carcerária, uma
vez que dados do CNJ apontam que o número de presos provisórios chega a representar
40% da população penitenciária.
A decretação excessiva de prisões preventivas contraria a própria essência
do Estado Democrático de Direito, tendo em vista que sua instrumentalização fática
como uma forma de justiça célere, resulta em uma espécie de pena antecipada, e é
abertamente contrária ao regime estabelecido pelos princípios que inspiram a
Constituição Federal e a Convenção Americana de Direitos Humanos.

A utilização desmedida da prisão preventiva muito se deve em decorrência


da manipulação que é feita pelos juízes e Tribunais do conceito de garantia da ordem
pública. A garantia da ordem pública é um dos fundamentos que autorizam o decreto de
uma prisão preventiva e que por sua imprecisão semântica resulta nas mais diversas
interpretações. Cumpre destacar que são muitas as vozes que questionam a
constitucionalidade da aludida modalidade de medida cautelar pessoal, pois, ao
contrário das demais espécies de prisão preventiva, que buscam resguardar a eficácia do
processo penal, o bem tutelado pela prisão preventiva decretada como garantia da
ordem pública em muito se distancia do caráter instrumental e de referibilidade das
medidas cautelares.

Assim, necessária a análise da legitimidade e legalidade das interpretações


que vêm sendo dadas ao conceito de garantia da ordem pública, uma vez que a
deturpação da prisão preventiva acarreta violação a princípios e garantias
intransponíveis em um Estado que se autoafirma Democrático de Direito.

8. METODOLOGIA

O método de abordagem utilizado por esta pesquisa é o método dedutivo,


uma vez que tem por base uma análise inicial sobre a teoria geral das medidas
cautelares, perpassando pelo estudo sistêmico das prisões preventivas, para só então ser
abordada a prisão preventiva decretada como garantia da ordem pública.

9. ESTRUTURA FINAL DO TRABALHO

a) Introdução
b)Capítulo I: Teoria Geral das Prisões Cautelares

C)Capítulo II: A Prisão Preventiva como instrumento do instrumento.

d) Capítulo III – A Garantia da Ordem Pública a Serviço do Fetiche Punitivista

e) Conclusão

10. CRONOGRAMA

a) Levantamento de dados: junho/2019

b) Análise e fichamento das obras consultadas: julho/2019

c) Redação do artigo: agosto/2019

d) Revisão (TCC 1ª versão): setembro/2019

e) Entrega TCC Versão Final: outubro/2019

9. REFERÊNCIAS PRELIMINARES

DEZEM, Guilherme Madeira. Curso de Processo Penal. 2. ed. São Paulo (SP): Revista
dos Tribunais, 2016.

FERNANDES, Antônio Scarance. Processo Penal Constitucional. 4. Ed. São Paulo


(SP): Revista dos Tribunais, 2005.

LOPES JR, Aury. Fundamentos do Processo Penal: Introdução Critica. 2. ed. São
Paulo (SP): Saraiva, 2016.

LOPES JR., Aury. Direito processual penal. 13. ed. São Paulo (SP): Saraiva, 2016.

LIMA, Renato Brasileiro de Lima. Manual de Processo Penal. 4. ed. Salvador (BA):
Jus Podvim, 2016.

OLIVEIRA, Eugênio Pacelli de. Curso de processo penal. 19. ed. Rio de Janeiro (RJ):
ATLAS, 2015.

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