APOSTILA
PRINCÍPIOS E MÉTODOS DA
ORIENTAÇÃO, INSPEÇÃO, SUPERVISÃO E
GESTÃO ESCOLAR
ESPÍRITO SANTO
ORIENTADOR EDUCACIONAL
Orientação.
Da vida humana.
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Segundo Grinspun (2006, p. 55) “O orientador educacional dialetiza as relações
e vê o aluno como um ser real, concreto e histórico”. Dessa forma, ele assume uma
Como ele se forma? O que é preciso para se educar para o futuro, neste novo século
em que vivemos?
ela o sujeito/aluno, “é um sujeito permeado por um mundo que têm por base a
combustíveis essenciais para uma vivência cidadã”. Daí percebe o sujeito/aluno que
temos em nossas escolas, sendo preciso lançar novas perspectivas sobre o sentido
para o reconhecimento das diferenças entre vários grupos sociais, para a diversidade
Esse mesmo aluno segundo Alaíse, se forma “nas relações de troca com o
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dentro e fora da sala de aula”. Esse olhar diante o cotidiano do aluno ‘como ele se
forma’, é importante porque o sujeito que está na escola tem direta ou indiretamente
Educar, hoje, exige mais do que nunca olhar o sujeito/aluno de forma ampla,
um ser que é que constituído de história, crenças e valores, e por isso a escola deve
meios necessários para que a escola cumpra seu papel de educar, mediante ao seu
projeto político-pedagógico.
ATRIBUIÇÕES DO ORIENTADOR
EDUCACIONAL
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especificamente, em âmbito nacional, as atribuições do Orientador Educacional dada
a formação de parcerias.
escola; As ações do SOE não devem ser vistas na escola de forma reducionista,
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ao currículo pleno da escola. Todo o projeto político da escola em especial, tem
que estar com seus objetivos entrosados. Precisamos nos juntar aos demais
desenvolvimento e aprendizado.
e emocionais. Esse processo pode ser realizado de forma individual, grupal, por
organizados por série, turno e ano, de cada aluno. Ao passar de um ano para
outro é importante que todos esses dados sejam tabulados para arquivo uma
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fragmentada e sim continua. A tabulação da coleta de dados é fator
realidade escolar.
deve ter muito cuidado, de que sua prática seja vista de forma isolada da
ressaltar que o acompanhamento deverá ser realizado durante todo o ano letivo,
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j. Emitir pareceres sobre matéria concernente à Orientação Educacional: No conselho
define atribuições que devem ser partilhadas com outros profissionais. Assim temos
sócio- econômico afetivo e sociais dos alunos que poderá ser feito através de
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É preciso que a comunidade escolar compreenda que as atividades
sistemático e continuo.
d. Participar na composição e
caracterização e acompanhamento
de turmas e grupos;
e. Participar do processo de
cada aluno.
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parceria escola x família, sem antes preparará o currículo da escola, assim como
O INSPETOR ESCOLAR
A Inspeção Escolar está ligada a vários fatores que contribuem com o processo
expressão linguística nos remete à história, desde o Brasil colonial, de que o ato de
proporciona uma estreita ligação entre os outros órgãos do Sistema Educacional, quer
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sejam Secretárias quer sejam Regionais e Unidades Escolares, para garantir a
aplicação legal do regime democrático. Por isso, o Inspetor tem uma grande
futuro, próximo e até cem anos, esteja resguardada para servir de acervo de
aposentadoria.
não se sabe quando alguém que conhece e trabalha na instituição Escolar ainda
Escrituração dos fatos, ato na Organização escolar muito bem definida para
e entre outros).
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regularidade funcional dos corpos docente e discente, a existência de satisfatórios
estratégias nas decisões dos órgãos do sistema para promover uma implementação
organizacional mais ampla e democrática para garantir acesso de toda sociedade nas
nas reformulações das leis, fazendo o legislador legislar sob o ponto de vista do ato
ensino em diretrizes capazes de orientar a ação dos agentes do Sistema. Por isso, é
um agente Político.
Legislativo “in loco”, nas Instituições de Ensino. Inclusive, por causa da aplicação das
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normas que podem ser verificada a sua adequação na práxis operativa do Sistema
Educacional.
prática: são desafios que colocam o Inspetor Escolar para a observância da legislação
regionais de educação.
observador.
ensino;
do sistema;
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V - informação aos órgãos decisórios do sistema sobre a impropriedade ou
o caso.
Escolar:
da Escola;
. Participar das discussões dos usuários e profissionais da escola sob seu Plano de
cumprimento;
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Orientar a escola na elaboração e revisão de normas regimental consoante as
. Encaminhar à escola os
mesmos;
. Subsidiar a escola na
pedagógica;
pedagógicas.
de recursos humanos:
efetivem.
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E – Orientar a direção da escola na aplicação das normas referentes à Assembleia
deve:
pessoal.
Escolar:
financeiros da escola:
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. Orientar a direção da escola sobre a organização e funcionamento de caixas
escolares;
e na prestação de contas;
ministrado na escola:
convênios;
celebração de convênios.
Quanto ao processo de
organização do atendimento
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. Articular a integração entre as escolas, órgãos municipais de educação e a
escolar.
escolar do município:
processo;
Além das atribuições constantes da Lei nº. 7.109/77 (art. 13, inciso IV), da
Inspetor Escolar:
Especial (Resolução SEE nº. 7.149/95 – art. 2º, § 2º, artigo 6º e Orientação SEE nº.
02/95).
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2 - Visar comprovantes de conclusão da 4ª série do ensino fundamental de candidatos
reeditadas, a saber:
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O TRABALHO DO INSPETOR ESCOLAR
DE ENSINO
educacionais.
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Escolares. A organização dos Setores de Inspeção Escolar e a distribuição entre os
Inspetores são feitas pelo Diretor S.R. E, levando em conta a compatibilidade das
Para que esse profissional possa ter sua sede na Superintendência ele necessita
atender profissionalmente pelo menos uma escola na rede estadual de Pouso Alegre
mesmo.
sempre a escola estadual e as visitas nestas deverão ocorrer pelo menos uma vez
por semana. As viagens feitas pelo Inspetor Escolar até as cidades sob sua
pertinente. Mediante essa ajuda de custo e por uma questão de ética o Inspetor
Escolar não poderá exigir nenhum tipo de alimentação especial nas escolas e nenhum
de Visita” deve ser claro, objetivo, informativo e conter sugestões, análise e quando
não se deve colocar opinião pessoal e atenção especial quanto aos elogios. O termo
deverá ser lido com o Gestor da Escola antes de ser assinado por este. Há outros
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registros que podem ser efetuados como, por exemplo, a Ata Técnica, que não deixa
Escolar.
todos esses registros e de suas atribuições acima já citados, esse profissional deverá
estar sempre bem instruído sobre a legislação educacional que tem como objetivo
SUPERVISÃO
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Um dos assuntos mais polêmicos da atualidade e que vem sendo amplamente
escolar, o qual deve opinar, expor seu modo de pensar e procurar direcionar o trabalho
se direciona para uma ação mais científica e mais humanística no processo educativo,
reflexão, principalmente pelo fato de que a área educacional possui muitos problemas
e que diretamente vinculam-se as demais atividades sociais visto que são tais
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Existe uma preocupação com a formação humana e com a forma com que o
construir uma sociedade onde o homem tenha consciência do seu papel e da sua
conteúdos”, o que não nos causa estranhamento, uma vez que somos frutos
educação.
uma meta a ser atingida por todos. Nessa busca incessante por uma nova postura de
trabalho, o professor possui um papel fundamental, por isso, deve recuperar o ânimo,
a sede e a vontade de educar e fazer do ensino uma ação construtiva. Deve agir como
compromisso social.
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Diante das perspectivas de inovação o supervisor escolar representa uma
seu objeto próprio de trabalho: o primeiro, o que o aluno produz; e o segundo, o que
encaminhá-las, considerando
classe dominante. De certa forma, tem-se a impressão de ser esta uma postura
radical. No entanto, busca-se uma escola cidadã, onde haja comprometimento com o
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realidade denota que a função do supervisor educacional assume um parecer
conceitos que orientam uma nova sociedade baseada nos princípios de liberdade, de
libertadora, sendo que estes se tornam suporte desta nova concepção do supervisor
educacional:
aula e os conceitos trazidos pela criança para refletir os métodos e modo como
exponha seu modo de pensar mesmo que este não seja coerente com a sua
visão. Todavia para administrar os conflitos que podem ser gerados o professor
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entre o velho e o novo. A partir destas o supervisor pode encaminhar estratégica
esses que serão desenvolvidos lentamente para que possa se efetivar a condição
de mudanças sociais.
amplo, não somente com a comunidade na qual se está trabalhando, mas consigo
Todavia, a tarefa do supervisor é muito difícil de ser realizada, exige participação para
Assim, descreve Ganhem (1983:89), esta ação não é fácil, por que:
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Requer globalidade (não é participação em alguns momentos isolados, mas é
constante);
Distribuição de autoridade;
Democratização do saber.
No entanto, diante do exposto até aqui se conclui que a escola, como parte
sociais que os trabalhadores vivem nas relações de produção, nas relações sociais e
nas lutas de classe. É também fruto das lutas sociais pela escola como lugar para
maior renda. Não se pode negar este direito aos trabalhadores, e, por isso, a escola
espera, de dentro, ou
transformar sujeitos e
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imagens que se tem de uns e outros.
Para que a escola possa cumprir com este papel, será necessário investir na
que favoreçam este elo, tendo como objetivo a valorização e a cultura do aluno e
nova abordagem pedagógica (...) e avaliação contínua do aluno, tudo isto exige um
Medina (1997) aduz que o supervisor, tomando como objeto de seu trabalho a
espaço escolar.
e longo prazo. A LDB no seu art. 22 afirma: “a educação básica tem por finalidade
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de forma intencional, sistemática, planejada e contínua para os alunos que a
frequentam. Esta educação deve ser diferente da forma como fazem as outras
alunos dentro dos princípios democráticos. Ela precisa ser um espaço de práticas
sociais em que os alunos não só entrem em contato com valores determinados, mas
se em situações de conflito.
traz para o seu seio os mais variados valores expressos na diversidade de atitudes e
questão de como enfrentar o conflito entre suas normas e regras e aqueles valores
que cada um de seus membros traz consigo. Tal conflito traduz-se frequentemente
em problemas que, se não são novos, têm se tornado cada vez mais relevantes no
uma nova era educacional, onde haja mais coletividade e o ensino seja buscado com
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AS ATRIBUIÇÕES DO SUPERVISOR
EDUCACIONAL
na lei 132/1978.
legalmente;
ensino;
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V – assegurar processo de avaliação da aprendizagem escolar e a recuperação dos
de ensino;
GESTOR
pelo seu caráter intersubjetivo, num mundo que se engendra parceiro com o
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Competência necessária
escolar. Para tanto, a integração não é suficiente, pois ela poderia levar à diluição da
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Poderíamos dizer que o gestor, como educador-investigador, está em estado
mas sorrimos porque estamos felizes. Assim, também, não nos tornamos
competentes por rupturas ou saltos qualitativos, mas estes são sintomas de nossa
morfogênese cognitiva.
na própria ação. Somos tratores que nós construímos no próprio ato da lavração. O
das habilidades, que o qualificam como coordenador. Para tanto, na sua formação,
escolar
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O processo de construção das aptidões cognitivas e atitudinais necessárias ao
a comunicação e a historicidade.
que, no processo educativo escolar, a participação seja efetiva pela inclusão das
fundamental para o seu impacto e o sentido da prática educativa e para sua qualidade.
e profissional.
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PAPEL DO GESTOR
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os aspectos do processo do trabalho, considerados adversários da qualidade do
desempenho.
estabelecimento com objetivos claros, propiciar a visão do que é uma boa escola e
eficazes, que são: enfoque pedagógico do diretor, ênfase nas relações humanas,
atividades escolares.
Nas escolas, onde há integração entre professores, tendem a ser mais eficazes
escola, os professores, tudo flui e tudo “rende” e a comunidade percebe que naquele
em sala de aula.
formas de facilitar sua introdução no sistema escolar, o que exigirá uma cultura em
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análise de novos processos e, ao mesmo tempo, a consolidação via resolução
potencial pleno e a tornar-se uma instituição que traga orgulho profissional a seus
sentido de atendimento às
tal.
exerce forte influência sobre todos os setores e pessoas da escola. Lück (1990), relata
ainda, que o gestor deve ter a habilidade de influenciar o ambiente que depende, em
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qualidade do processo ensino-aprendizagem. A vivência de uma metodologia
mesmo que lentamente, a concretização de uma nova ordem social, iniciando pela
vivência de uma nova dimensão da vida social, na qual não participe só da execução,
nela atuam. São eles que determinam as relações internas, através do acolhimento,
envolver ativamente no trabalho, com reflexos nos resultados alcançados pelo grupo.
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Sabe-se que o grupo de professores pode transformar ou manter a dinâmica
de uma instituição. A força transformadora de uma escola está em seu corpo docente
FUNÇÕES DO GESTOR
identidade como sujeita do conhecimento. Para que isso aconteça, são funções do
gestor:
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• Coordenar a elaboração e implementação da proposta pedagógica e sua
diretrizes da Secretaria.
evidenciadas.
Escolar.
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• Monitorar a rotina da sala de aula através da atuação do Coordenador
Pedagógico.
• Suprir a escola com materiais adequados, que permitam aos professores e alunos
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A gestão participativa de processos está concebida como um gerenciamento
Gestor Escolar:
• Coordenar a elaboração e
implementação do
Regimento Escolar.
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• Administrar a utilização dos espaços físicos da unidade escolar e o uso dos
necessárias.
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produtivo, onde todos unem esforços para atingir os objetivos propostos para a
unidade escolar.
qualidade do trabalho.
pais e a comunidade.
e dificuldades da escola.
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de participação com representações de organizações associativas de pais, alunos e
Escolar:
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• Viabilizar a integração entre a escola e a comunidade, criando e monitorando
Escolar:
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• Oportunizar e facilitar o acesso a programas de aperfeiçoamento profissional para
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BIBLIOGRAFIA
BARBOSA, Maria Rita Leal da Silveira. Inspeção Escolar: um olhar crítico. Ed.
FARIA FILHO, Luciano Mendes de. Dos pardieiros aos palácios: cultura escolar e
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GRINSPUN, Mirian. A Orientação educacional - Conflito de paradigmas e
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Educação. 2009.
DP&A , 1998.
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Associados, 2000.
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