NOÇÕES PRELIMINARES
ART. 1º: O dispositivo prescreve que o CTN trata das normas gerais de direito tributário
aplicáveis à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios. Antes de ler qualquer
outro dispositivo desta norma, deve-se ter como premissa o que acaba de ser dito.
Art. 1º Esta Lei regula, com fundamento na Emenda Constitucional nº 18, de 1º de
dezembro de 1965, o sistema tributário nacional e estabelece, com fundamento no artigo
5º, inciso XV, alínea b, da Constituição Federal, as normas gerais de direito tributário
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aplicáveis à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, sem prejuízo da
respectiva legislação complementar, supletiva ou regulamentar.
ART. 2o: Pela redação do CTN, não constam as medidas provisórias (surgidas com o
advento da CF/88), embora tais atos inegavelmente são incluídos no sistema tributário
nacional, por terem força de lei, e por serem utilizados muitas vezes para tratar de matéria
tributária. Lembre-se de que não há qualquer vedação constitucional á utilização de medidas
provisórias para tratar de matéria tributária.
Art. 2º O sistema tributário nacional é regido pelo disposto na Emenda Constitucional nº
18, de 1º de dezembro de 1965, em leis complementares, em resoluções do Senado
Federal e, nos limites das respectivas competências, em leis federais, nas Constituições
e em leis estaduais, e em leis municipais.
Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se
possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada
mediante atividade administrativa plenamente vinculada.
Este talvez seja o dispositivo mais importante de todo o CTN. A razão se deve ao conceito
de tributo. É impossível estudar direito tributário sem se ter a noção exata do que é um tributo.
O art. 146, III, “a”, da CF/88, estabelece que cabe à lei complementar dar a definição de tributo.
Podemos esquematizar o conceito de tributo da seguinte forma:
Conceito: Está definido no art. 3º CTN. Tributo é uma prestação pecuniária compulsória.
Essa prestação pecuniária não é decorrente de um ato de vontade do cidadão, e sim decorre
de um poder de imposição do Estado em face do particular – sujeição, hierarquia. O tributo
resulta numa relação vertical entre Estado e cidadão (por isso, quando Estado x Estado, há
imunidade recíproca). Não deriva da sanção por ato ilícito. Paga-se tributo porque o
contribuinte manifestou uma capacidade econômica, um poder de contribuir. O tributo deverá
ser instituído e cobrado nos termos da lei. O princípio da legalidade permeia todo o Direito
Tributário, seja na criação do tributo ou na forma de cobrança.
# OBS.1: Receita originária é aquela proveniente do patrimônio do Estado. Há a predominância
do Direito Privado. O Estado explora seu próprio patrimônio. Ex. alugueis e receitas de
empresas públicas e sociedades de encomia mista, concessionárias.
# OBS.2: Receita derivada é aquela proveniente do patrimônio do particular. Há a
predominância do Direito Público. O Estado usa seu poder de império e obriga o particular a
contribuir. Ex. tributos, multas, reparações de guerra.
Características:
Em moeda ou cujo valor nela possa se exprimir: o tributo não pode ser em algo que
não seja economicamente apreciável ou que não possa ser transformado em pecúnia.
Não se permite concluir pela existência de tributos in natura ou in labore. Entende-se
que a expressão “cujo valor nela se possa exprimir” possui a utilidade de permitir a
utilização de indexadores (ex. UFIR). A Lei Complementar 104/2001 acrescentou o
inciso XI ao art. 156 do CTN, permitindo a dação em pagamento de bens imóveis como
forma de extinção do crédito tributário. Tal fato não habilita a conclusão de que a
expressão acima referida teria possibilitado a instituição de tributos in natura (bens) ou in
labore (em serviços), uma vez que não se pode tomar a autorização da dação como
regra geral. E a dação em pagamento de bens móveis? É possível que lei local
estabeleça? A jurisprudência do STF oscilava. O último posicionamento é no sentido que
Tributo é prestação:
a) Pecuniária;
b) Compulsória;
c) Diversa de multa;
d) Instituída por meio de lei;
e) Cobrada por lançamento.
Detalhamento:
A) PRESTAÇÃO PECUNIÁRIA
- Pecúnia vem da palavra pecus, que significa moeda – pagar o tributo em dinheiro.
- O tributo pode ser pago com cheque, mas a satisfação do crédito vai ser com a compensação
do título;
- Mas é possível pagar o tributo com algo diverso do dinheiro? Com a dação em pagamento,
por exemplo? Existe essa possibilidade de se pagar com BEM IMÓVEL, a partir de 2001, mas
a sua concretização vai demandar o cumprimento de condições. No Direito Tributário, a dação
em pagamento só existe para os bens imóveis.
- A pecúnia é o modo pelo qual o tributo deve ser carreado ao fisco. Portanto, paga-se o tributo
em dinheiro (Real). Além disso, o tributo poderá ser pago em cheque (ler o art. 162, I, CTN).
- E quanto aos bens móveis e imóveis? NÃO se admite o tributo “in natura”, ou seja, não se
pode pagar o tributo com produtos agrícolas, por exemplo, café, laranja etc. Quanto aos bens
imóveis, a LC n. 104/2001 trouxe para o CTN o inciso XI do art. 156, prevendo a dação em
pagamento, exclusivamente para tais bens. Isso significa que o expediente não era legítimo
antes de 2001 e, após essa data, passou a ter a chancela do CTN (condições: só para bem
imóvel e necessidade de lei ordinária autorizativa).
- Não é só o CTN que permite, o CTN permitiu como uma norma de regra geral, mas deve
haver uma Lei Ordinária específica, autorizando a dação em pagamento.
B) PRESTAÇÃO COMPULSÓRIA
- O tributo é prestação compulsória. Com efeito, a prestação Não é facultativa, contratual ou
voluntária (“constatação trivial”). Além disso, o comando quer significar outra coisa
(“constatação mais sofisticada”):
- A compulsoriedade decorre do fenômeno da incidência tributária, ou seja, da subsunção
tributária (a hipótese de incidência encontrando o fato gerador e vice-versa).
- A compulsoriedade decorre do Fenômeno da Incidência, que é a encenação de um encontro:
do fato da hipótese e da hipótese com o fato. A hipótese é o pressuposto normativo, o fato é o
consequente. A hipótese tem incidência tributária, e o fato é a concretização da hipótese.
Assim, quando a norma previu algo e a realidade ofertou a ocorrência, há um encontro do fato
à norma, um nexo de causalidade. Nesse momento (o momento da incidência ou fenômeno da
incidência), nasce a obrigação tributária.
- Se a norma previu abstratamente o fenômeno, e a hipótese prevista ocorre de fato, há a
compulsoriedade do pagamento do tributo.
- A compulsoriedade decorre da subsunção tributária.
- Ex.: Hipótese de incidência – circular mercadorias (pressuposto normativo); Fato Gerador –
Maria circula mercadorias (consequente).
HI > FG > Nascimento da obrigação tributária (aqui está a compulsoriedade, a
inafastabilidade, a inexorabilidade do dever de pagar o imposto).
# MACETE: conceitue multa a partir do conceito de tributo, com pequena adaptação: Multa é
prestação pecuniária, compulsória, diversa de tributo, instituída por meio de lei – art. 97, CTN, e
cobrada por lançamento – art. 142, caput, CTN.
Na CF:
1) Art. 145 – a indica três modalidades: impostos, taxas e contribuições de melhoria;
2) Art. 148: empréstimos compulsórios (quarta modalidade);
3) Art. 149: contribuições (quinta modalidade).
- Como a definição de tributo, inserta no art. 3º do CTN, não contempla nenhum requisito
relativo à definitividade do ingresso da receita tributária nos cofres públicos, o fato de o
empréstimo compulsório ser restituível não retira a sua qualidade de tributo. Ademais, o STF
considera o empréstimo compulsório como tributo (RE 146.733-9/SP)
- Os dois incisos do art. 148 não hospedam “fatos geradores”, mas simples pressupostos
fáticos – situações deflagrantes – O empréstimo compulsório é usado em caso de:
1) Despesas extraordinárias – em virtude de calamidade pública ou de guerra externa.
OBS.: a situação calamitosa deve ser limítrofe, por exemplo, hecatombes avassaladores. Além
disso, perceba que o contexto de guerra externa (iminente ou eclodida) pode ensejar dois
tributos no Brasil: o empréstimo compulsório (agora estudado) e o Imposto Extraordinário (art.
154, II, CF);
2) Investimento público de caráter urgente e relevante interesse nacional. OBS.: a
exemplificação é difícil, não sendo objeto de questionamento frequente – ex.: falta de energia
em uma cidade, que não tem recursos para cobrir.
# DICAS FINAIS:
1. Princípio da Anterioridade Tributária:
- INCISO I – Calamidade Pública e Guerra Externa: exceção às duas anterioridades
tributárias (exigência imediata);
- INCISO II: regra às DUAS anterioridades (anual e nonagesimal), não obstante a obvia
menção ao art. 150, III, “b”, CF.
2. Parágrafo único do art. 148 da CF:
Primeiro Critério: De acordo com o art. 4o, CTN, a natureza jurídica do tributo é definida
pelo FATO GERADOR. O nome não importa, o fato gerador importa, uma vez que pode haver
fatos geradores vinculados e fatos geradores não vinculados.
Art. 4º A natureza jurídica específica do tributo é determinada pelo fato gerador da
respectiva obrigação, sendo irrelevantes para qualificá-la:
I - a denominação e demais características formais adotadas pela lei;
II - a destinação legal do produto da sua arrecadação.
1o) Tributos com Fato Gerador Vinculado: Esses tributos são reconhecido por vinculados,
pois tributo vinculado é aquele que depende de contraprestação estatal. Só pode ser exigido
se o ente político oferecer algo em troca:
A) TAXAS – depende de serviço público – TRIBUTO VINCULADO
B) CONTRIBUIÇÕES DE MELHORIA – depende de obra pública – TRIBUTO
VINCULADO.
2o) Tributos com Fato Gerador Não Vinculado: não dependem de contraprestação estatal.
A) IMPOSTOS
B) EMPRÉSTIMO COMPULSÓRIO (em regra!)
C) CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS (em regra!)
- Esses três tributos, para serem instituídos, serem cobrados, independem de contraprestação
estatal. O ente federado não precisa fazer nada em troca para que esses impostos possam ser
exigidos.
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3.2. IMPOSTOS
São tributos não vinculados (o Estado não precisa realizar nenhuma atividade para legitimar
a sua cobrança) e de arrecadação não vinculada. Serviços universais, sem referibilidade
(divisibilidade e especificidade).
- O imposto é tributo unilateral (eu ajo, eu pago), o fato gerador está ligado à ação do particular.
A lei ordinária é regra (IGF e Imposto Residual necessitam da edição de lei complementar). Os
impostos são criados pela União, Estados, Municípios e DF.
Art. 16. Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação
independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte.
Art. 17. Os impostos componentes do sistema tributário nacional são exclusivamente os
que constam deste Título, com as competências e limitações nele previstas.
Art. 18. Compete:
I - à União, instituir, nos Territórios Federais, os impostos atribuídos aos Estados e, se
aqueles não forem divididos em Municípios, cumulativamente, os atribuídos a estes;
II - ao Distrito Federal e aos Estados não divididos em Municípios, instituir,
cumulativamente, os impostos atribuídos aos Estados e aos Municípios.
Reais: impostos que, em sua incidência, não levam em consideração aspectos subjetivos.
Ex: IPTU, IPVA, ITR, IPI, ICMS.
Pessoais: incidem de forma subjetiva. EX: IR.
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Acerca da exigência ou não de vinculação do produto da arrecadação tributária ao serviço público que justificou a
instituição e cobrança de determinada taxa, transcrevo os comentários de Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino, tecidos no
excelente livro “Direito Tributário na Constituição e no STF”:
“(...) quanto ao destino do produto da arrecadação das taxas, cabe notar que não existe vinculação constitucional expressa
entre a receita e a despesa, vale dizer, não é obrigatório que a arrecadação da taxa seja legalmente destinada a um fundo ou
órgão específico incumbido de custear ou desempenhar a atividade estatal que constitui o fato gerador do tributo. Mas a lei
pode estabelecer vinculação da arrecadação de taxas, porque não se lhes aplica o art. 167, inciso IV, da Constituição,
dispositivo específico para impostos. (...) Mesmo quanto à vinculação legal da arrecadação de taxa ao custeio de
determinado serviço público, ou atividade de polícia, desempenhado por pessoa de direito público, o STF parece inclinar-se a
entender que a atividade estatal custeada deve ser o próprio fato gerador da taxa, ou, pelo menos, guardar alguma relação
com esse fato gerador. (...) Quanto à total ilegitimidade de vinculação legal do produto de arrecadação de taxas a
entidades privadas, ou com personalidade jurídica de direito privado, a jurisprudência do STF é abundante.”
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Tributos privativos: a CF defere a determinado ente político competência exclusiva para
a sua instituição, não sendo possível delegação. Ex: Impostos, empréstimos
compulsórios, contribuições especiais e contribuição de iluminação pública.
Tributos comuns: cuja instituição é deferida a todos os entes políticos. Ex: taxas e
contribuições de melhoria
Tributos residuais: novos impostos (CfF, art. 154, I) e as novas contribuições sociais
para a seguridade social (CF, art. 195, § 4º)
Características
I) São tributos não vinculados – art. 16, CTN: não dependem de contraprestação estatal;
- Ex.: IPTU, IPVA, IR – não há nenhuma contraprestação do Estado para que seja obrigado a
pagar. Não precisa fazer nada em troca para que seja obrigado a pagar o imposto.
- Os impostos são obrigados a serem pagos simplesmente por terem sido praticados os fatos
geradores.
- Basta que seja praticado o fato gerador para gerar a sua obrigatoriedade.
II) São tributos não destinados: a arrecadação de um imposto não pode ter destinação
específica. Ou seja, a receita decorrente de um imposto não pode estar destinada a nenhum
fundo, órgão ou despesa específica.
- Ex.: não pode a prefeitura vincular a arrecadação do IPTU, através de lei, para a construção
de casas populares. A lei não pode amarrar a receita de um imposto a uma despesa específica.
- O Governo do Estado não poderia vincular a receita do IPVA a construção de estradas.
- É uma vedação constitucional, e está previsto no Art. 167, IV, CF.
Art. 167, IV - a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa,
ressalvadas a repartição do produto da arrecadação dos impostos a que se referem os
arts. 158 e 159, a destinação de recursos para as ações e serviços públicos de saúde,
para manutenção e desenvolvimento do ensino e para realização de atividades da
administração tributária, como determinado, respectivamente, pelos arts. 198, § 2º,
212 e 37, XXII, e a prestação de garantias às operações de crédito por antecipação de
receita, previstas no art. 165, § 8º, bem como o disposto no § 4º deste artigo;
# ATENÇÃO: Art. 167, IV, CF – a regra desse artigo traz uma exceção:
Regra: a arrecadação não pode ter destinação específica.
Exceção: a arrecadação não pode ter destinação específica, SALVO SEA: se
encaminhada à Saúde, à Educação, à Administração Tributária.
3.3. TAXAS
São instituídas pela União, Estados, DF e Municípios por lei ordinária (art. 145, II, CF e Arts.
77 a 79, CTN). São classificadas como tributo vinculado de arrecadação não vinculada
(Geraldo Ataliba), cujo fato gerador relaciona-se com uma atuação estatal. A taxa é paga como
uma contraprestação a atuação estatal. O Estado pode cobrar taxa em vista da prestação de
um serviço público ou em virtude do exercício do poder de polícia.
# OBS.: A CF atribui indiretamente a competência residual ou remanescente aos Estados para
criar taxas e contribuições de melhoria. Indiretamente ao atribuir ao Estado a competência
material residual, podendo prestar serviços públicos não determinados para União e Município.
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O poder de polícia é aquele que a administração pública dispõe para restringir alguns
direitos individuais de cada particular, tendo em vista os interesses coletivos. Há diversas
atividades fiscalizadoras que podem ensejar a cobrança da taxa de polícia. Como exemplo,
temos a Taxa de Controle e Fiscalização Ambiental (TCFA), instituída pela Lei 10.165/2000,
tendo como fato gerador o exercício regular do poder de polícia conferido ao Instituto Brasileiro
do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – Ibama para controle e fiscalização
das atividades potencialmente poluidoras e utilizadoras de recursos naturais.
É necessário ter atenção, pois tanto os serviços efetivamente utilizados pelo contribuinte
como aqueles potencialmente utilizados ensejam a cobrança de taxas. Neste ponto, cabe
B) Características:
I) Tributo vinculado: depende de contraprestação estatal – depende de um serviço público
em troca.
II) A arrecadação das taxas pode ter destinação específica. A regra do art. 167, IV não
restringe as taxas – só serve para os impostos. Geralmente a arrecadação de uma taxa custeia
o serviço público que está sendo prestado.
# OBS.1: A arrecadação da taxa pode ter destinação. É diferente de se falar que a
arrecadação da taxa deve ter destinação.
- A taxa deve ser cobrada de acordo com o serviço. O seu valor deve corresponder ao serviço
público prestado. Entretanto, o dinheiro arrecadado não necessariamente será utilizado para
custear esse serviço, um serviço específico. Por isso, como regra geral, ela pode ter
destinação específica, mas não é uma obrigatoriedade.
- Entretanto, existem duas taxas que DEVEM ter arrecadação específica – é uma
determinação jurisprudencial do STF:
# O STF determinou que as Custas Processuais e os Emolumentos Públicos são TAXAS,
cuja arrecadação DEVE ter destinação específica. E todo o dinheiro arrecadado deve
necessariamente se destinar à JUSTIÇA. Não só ao reaparelhamento da Justiça, mas também
para a sua manutenção – para custear a atividade jurisdicional.
- Assim, para o STF, a arrecadação das taxas pode ter arrecadação específica, mas há duas
(custas e emolumentos) devem ter arrecadação específica para a Justiça.
É possível a cobrança de taxa em virtude da prestação de um serviço público ou do
exercício do poder de polícia.
2) Taxas de Serviço
- Tem por objetivo custear a utilização efetiva ou potencial de um serviço público
específico e divisível prestado ao contribuinte OU então colocado a sua disposição.
# Utilização: deve ser efetiva – de um serviço prestado; ou potencial – de um serviço
colocado à disposição.
- Ex.: Pessoa que não produz lixo nenhum, pois o imóvel está fechado. Mas mesmo assim a
pessoa está obrigado à pagar a taxa, pois há uma utilização em potencial, uma vez que o
serviço foi colado à disposição para o contribuinte.
- Pouco importa se utilizou ou não o serviço, se este tiver sido colocado à disposição.
- O simples fato de existir o serviço já obriga o pagamento da taxa, se estiver à disposição.
a) Específico: também intitulado serviço público “singular” (ou ut singuli), é aquele destacável
em unidades autônomas de utilização, permitindo-se identificar o sujeito passivo ou
discriminar o usuário. Direciona-se, assim, a um número determinado de pessoas;
(...) Específicos são aqueles que podem ser destacados em unidades autônomas de
intervenção, de utilidade ou de necessidade pública. Divisíveis são os serviços suscetíveis
de utilização, separadamente, por parte de cada um de seus usuários. (...).
# OBS.: Taxa de serviço. O fato gerador é a utilização, efetiva (uso real do serviço) ou potencial
(serviço à disposição), de serviço público específico (possibilidade de identificar o beneficiário)
e divisível (possibilidade de mensurar a utilização do serviço). Utilização potencial – quando a
utilização é compulsória. Se o contribuinte deixar de usufruir prejudica a coletividade. Ex. taxa
de serviço de coleta de lixo domiciliar. Não há que se falar em utilização potencial quando o
contribuinte pode optar por não usar o serviço ex. passaporte.
# RESUMO:
- Características da Utilização: efetiva OU potencial.
- Características do Serviço: específico E divisível.
# OBS.3: Há taxa quando o serviço público é assim: eu me vejo e tu me vês. Eu vejo o Estado
prestando o serviço e ele me vê, identificando-me como usuário.
# OBS.4: Específico – o contribuinte sabe por qual serviço está pagando.
SÚMULA Nº 670 do STF: O serviço de iluminação pública não pode ser remunerado
mediante taxa.
SÚMULA Nº 595 do STF: É inconstitucional a taxa municipal de conservação de
estradas de rodagem cuja base de cálculo seja idêntica à do Imposto Territorial Rural.
SÚMULA Nº 667 do STF: Viola a garantia constitucional de acesso à jurisdição a taxa
judiciária calculada sem limite sobre o valor da causa.
* #POLÊMICA #SELIGANADIVERGÊNCIA:
Vale destacar o posicionamento da doutrina e dos Tribunais no que tange à cobrança dos
serviços de distribuição da água.
Posicionamento doutrinário:
2
Há controvérsia.
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Manual de Direito Tributário, Eduardo Sabbag, pg. 338 (citando posicionamento do Hely Lopes
Meireles):
“Presta-se a ‘tarifa’ a remunerar os serviços pró-cidadãos, isto é, aqueles que visam a dar
comodidade aos usuários ou a satisfazê-los em suas necessidades pessoais (telefone, energia
elétrica, transportes etc.), ao passo que a ‘taxa’ é adequada para o custeio dos serviços pró -
comunidade, ou seja, aqueles que se destinam a atender as exigências específicas da
coletividade (água potável, esgoto, segurança pública, etc.) e, por isso mesmo, devem ser
prestados em caráter compulsório e independentemente de solicitação do contribuinte”.
Posicionamento da jurisprudência:
Em decisão monocrática de 02/02/2012, o Ministro Luiz Fux concluiu que: “A remuneração dos
serviços de água e esgoto, prestados por concessionária de serviço público, é de tarifa ou
preço público, consubstanciando, assim, contraprestação de caráter não-tributário, razão pela
qual não se subsume ao regime jurídico tributário estabelecido para as taxas.” Pelo que deu
provimento ao RE 518256.
#OLHAOGANCHO #SELIGANASÚMULA:
Súmula 407-STJ: É legítima a cobrança da tarifa de água fixada de acordo com as categorias
de usuários e as faixas de consumo.
- O Estado age e se vê ressarcido da taxa. O fato gerador se liga a ação do Estado. O tributo é
bilateral, contraprestacional e sinalagmático. Depende de lei ordinária, é um tributo que pode
ser federal, estadual ou municipal. Invoca a aplicação dos princípios constitucionais.
- A taxa de serviço deverá ser cobrada em razão de um serviço público específico e divisível,
efetivamente prestado ao contribuinte ou posto à disposição. O serviço público pode ser
usufruindo concretamente ou mesmo não sendo usufruindo concretamente, mas
potencialmente, pode ser cobrada a taxa. Acontece quando o serviço é de utilização
compulsória. No próprio CTN há essa indicação n art. 79, I, “a” e “d”. Não é qualquer tipo de
serviço público. Há dois atributos: especificidade e divisibilidade. Específico (possibilidade de
identificar o beneficiário – uti singuli) e divisível (possibilidade de mensurar a utilização do
serviço). Se ele é prestado a todos (universais ou gerais. Uti universi) não pode ensejar taxa.
Ex1. Segurança pública – serviço público geral prestado indistintamente à coletividade. Não
pode cobrar taxa. A receita dos impostos serve para custear os serviços públicos gerais.
Ex2. Iluminação pública (postes). Súmula 670 STF O serviço de iluminação pública não pode
ser remunerado mediante taxa.
Obs.: Taxa de polícia ou taxa de fiscalização. Tal tributo será exigido em razão de um regular
poder de polícia. Ação estatal de fiscalização que limita o exercício de direitos e liberdades
individuais em prol da coletividade (art. 78, CTN). Exemplos: taxas de fiscalização ambiental,
taxa de fiscalização de títulos e valores mobiliários, taxa de alvará (a depender do Município é
chamada de taxa de localização ou funcionamento). Macete: taxa de fiscalização de... é poder
de polícia.
- A base de cálculo da taxa não se confunde com a base de cálculo do imposto. A base é o
substrato sobre o qual incide uma alíquota e vai se chegar ao quantum debeatur - deve existir
uma correlação razoável entre os valores. A base de cálculo da taxa tem relação com o custo
do serviço estatal e a base de cálculo do imposto tem relação com o valor do bem, por isso
jamais a base de cálculo do imposto vai coincidir com o da taxa. Não pode existir a
coincidência total entre os dois tributos, mas pode haver a coincidência parcial de um ou mais
elementos da base de cálculo – Súmula Vinculante nº 29. É CONSTITUCIONAL A ADOÇÃO,
NO CÁLCULO DO VALOR DE TAXA, DE UM OU MAIS ELEMENTOS DA BASE DE CÁLCULO
PRÓPRIA DE DETERMINADO IMPOSTO, DESDE QUE NÃO HAJA INTEGRAL IDENTIDADE
ENTRE UMA BASE E OUTRA. Taxa de lixo – diziam que era inconstitucional por ter por base
de cálculo o metro quadrado do imóvel.
#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA
Não viola a legalidade tributária a lei que, prescrevendo o teto, possibilita o ato normativo
infralegal fixar o valor de taxa em proporção razoável com os custos da atuação estatal, valor
esse que não pode ser atualizado por ato do próprio conselho de fiscalização em percentual
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superior aos índices de correção monetária legalmente previstos. STF. Plenário. RE
838284/SC, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 19/10/2016 (repercussão geral) (Info 844).
* As taxas municipais de fiscalização e funcionamento não podem ter como base de cálculo o
número de empregados ou ramo de atividade exercida pelo contribuinte. STF. 2ª Turma. ARE
990914/SP, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 20/6/2017 (Info 870). A taxa de fiscalização e
funcionamento pode ter como base de cálculo a área de fiscalização, na medida em que traduz
o custo da atividade estatal de fiscalização. STF. 1ª Turma. RE 856185 AgR, Rel. Min. Roberto
Barroso, julgado em 04/08/2015.
A) Base Legal: Art. 145, III, CF e Artigos 81 e 82, CTN. É a terceira espécie tributária
conflagrada na CF e destacada no CTN.
Art. 145, CF. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os
seguintes tributos:
III - contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas.
Art. 81, CTN. A contribuição de melhoria cobrada pela União, pelos Estados, pelo
Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, é
instituída para fazer face ao custo de obras públicas de que decorra valorização
imobiliária, tendo como limite total a despesa realizada e como limite individual o
acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado.
Art. 82, CTN. A lei relativa à contribuição de melhoria observará os seguintes requisitos
mínimos:
I - publicação prévia dos seguintes elementos:
a) memorial descritivo do projeto;
b) orçamento do custo da obra;
c) determinação da parcela do custo da obra a ser financiada pela contribuição;
d) delimitação da zona beneficiada;
e) determinação do fator de absorção do benefício da valorização para toda a zona ou
para cada uma das áreas diferenciadas, nela contidas;
II - fixação de prazo não inferior a 30 (trinta) dias, para impugnação pelos interessados,
de qualquer dos elementos referidos no inciso anterior;
Art. 145, III CF e art. 81 e 82 do CTN. Há vários pontos em comum entre contribuição de
melhoria e taxa. São eles: lei ordinária; União, Estados, Municípios e DF podem criar (tributo
federal, estadual ou municipal); princípios constitucionais tributários; tributo bilateral,
contraprestracional ou sinalagmático.
- Não é legítima a sua cobrança antes da realização da obra pública. Excepcionalmente,
poderá ser cobrada em face de realização de parte da obra, se inequívoca a valorização.
- A contribuição de melhoria é um tributo vinculado, cobrado em razão de obras públicas das
quais decorra valorização imobiliária. É um tributo de competência comum, isto é, tanto a
União, como os Estados, o Distrito Federal e os Municípios podem instituí-la.
- É interessante destacar que a contribuição de melhoria possui dois limites para sua cobrança:
Limite Total Despesa realizada;
Limite Individual Acréscimo de valor que da obra resultar
para cada imóvel beneficiado.
Informações específicas:
- O fato gerador da contribuição de melhoria não pode se confundir com o da taxa, o fator da
contribuição de melhoria é a valorização imobiliária - não é qualquer benefício. Tem de haver a
valorização imobiliária (se ocorrer desvalorização não haverá o tributo), decorrente de uma
obra pública (Art. 2º do Dec-Lei nº 195/67 trata do rol de obras que podem ensejar a
B) Características:
I) Diz respeito à obra pública. Mas não basta a obra pública para se exigir a contribuição de
melhoria.
II) Em razão da obra pública deve haver a valorização imobiliária.
- A obra pública é importante, mas fundamental para a existência desse tributo, é a valorização
imobiliária decorrente dessa obra. Por isso, melhor seria dizer que a contribuição de melhoria é
um tributo indiretamente vinculado, porque na realidade o que ela depende mesmo é da
valorização decorrente da obra, e não apenas da obra. Só a obra pública não é bastante para a
exigência da contribuição de melhoria.
Fato Gerador: é a valorização imobiliária.
- Pouco importa a obra, pois pode ter melhoria, e não ter a valorização.
Quem pode exigir a contribuição de melhoria? Art. 145, III, CF:
- A Contribuição de Melhoria faz parte da chamada competência tributária comum – é o tipo
de tributo que é comum a todos os entes federados – pode ser exigida pela União, Estados,
Municípios, DF – qualquer um deles pode realizar obra pública.
- Ex.: Obra Pública realizada na divisa de dois Estados, alcançando municípios do Estado A e
do Estado B. O ente competente para exigir a contribuição é o ente realizador da obra.
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- A definição do ente político competente depende da localização da obra? É irrelevante a
região onde a obra foi realizada. Pouco importa se alcançou um, dois estados ou vários
municípios. Deve-se levar em consideração o ente federado realizador da obra. Se a obra foi
federal, quem pode cobrar é a União, se for estadual, dividida entre os dois estados, ambos
podem cobrar na proporção que lhe foi outorgada.
Como poderá ser exigida a contribuição de melhoria? Art. 82, CTN:
- A contribuição de melhoria depende de Lei Ordinária (federal, municipal ou estadual), mas
essa lei deve apresentar 3 requisitos mínimos: 1. Publicação prévia dos elementos
condizentes à obra; 2. Estabelecer prazo mínimo (não inferior a 30 dias) caso se deseje
impugnar qualquer dos elementos da obra; e a lei deve regular o processo administrativo
relativo à cobrança.
Art. 82. A lei relativa à contribuição de melhoria observará os seguintes requisitos: (...).
# Um ente federado pode publicar uma lei geral sobre contribuição de melhoria? Ou o ente é
obrigado a publicar uma lei por obra pública?
- De acordo com a jurisprudência do STJ, é preciso haver uma lei por obra. Se existirem
10 obras, devem ser publicadas 10 leis, porque cada obra tem suas especificidades.
Quando pode se cobrar a título de contribuição de melhoria? Art. 81, CTN:
- Para cobrar a contribuição de melhoria, é preciso observar dois limites – que devem ser
observados concomitantemente:
a) Limite Individual: a contribuição de melhoria não pode ser superior ao montante da
valorização do imóvel.
b) Limite Total ou Global: o resultado da somatória das contribuições de melhoria não
pode ultrapassar ao custo total da obra.
#OBS.: Decreto-Lei 195/1967
# OBS.1: Contribuições criadas por lei complementar (exemplo: COFINS) podem ser alteradas
por lei ordinária? O COFINS foi criado por lei complementar, após foi modificado pela Lei nº
9.718/98 que aumentou a alíquota para 3%. Depois, a Lei nº 9.430/96 revogou uma isenção. A
tese formal privilegia a hierarquia das leis, sustentando que algo que foi instituído por lei
complementar, só pode ser alterado por lei complementar. Segundo a tese material, o que
interessa é o conteúdo e não a forma. Pode existir uma lei complementar que trate de tema ou
assunto de lei ordinária, sendo por isso uma lei complementar materialmente ordinária. Nesse
caso, essa lei complementar pode ser alterada por lei ordinária. O STF adotou a tese material.
O valor suportado (pago) pelo beneficiário do serviço, nele incluindo a quantia referente ao
ISSQN, compõe o conceito de receita ou faturamento para fins de adequação à hipótese de
incidência da Contribuição para o PIS e COFINS. Assim, o valor do ISSQN integra o conceito
de receita bruta, assim entendida como a totalidade das receitas auferidas com o exercício da
atividade econômica, de modo que não pode ser dedutível da base de cálculo do PIS e da
COFINS. STJ. 1ª Seção. REsp 1.330.737-SP, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 10/6/2015
(recurso repetitivo) (Info 581).
*#ATENÇÃO: O Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) não compõe a base de cálculo
para a incidência da contribuição para o PIS e a COFINS. STF. Plenário. RE 574706/PR, Rel. Min. Cármen Lúcia,
julgado em 15/3/2017 (repercussão geral) (Info 857). STJ. 1ª Turma. REsp 1100739-DF, Rel. Min. Sérgio Kukina,
julgado em 27/02/2018 (Info 621).
*Incide a contribuição ao PIS e COFINS sobre o valor do percentual repassado pelas empresas
de transporte de passageiros às empresas rodoviárias. Ex: a “Viação Segura Ltda.” é uma
empresa que realiza transporte intermunicipal de passageiros. Ela vende suas passagens por
meio da uma empresa rodoviária. Em troca, a empresa rodoviária retém 10% do valor das
passagens para si. Esse valor que a empresa rodoviária retém continua sendo considerado
C) Classificação:
1a) CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS
- Segundo Ricardo Alexandre, é terminologicamente incorreto utilizar a expressão
“contribuições sociais” como gênero. Consoante entendimento do STF (RE 138.284-8/CE), esta
subespécie está sujeita a mais uma divisão: a) contribuições de seguridade social (art. 194,
CF); b) outras contribuições sociais (as residuais, previstas no art. 195, § 4º, CF); c)
contribuições sociais gerais - são elas: c.1) salário-educação – art. 212, § 5º -; c.2)
contribuições para os serviços sociais autônomos – art. 240, CF – consoante entendimento do
STF – RE 138.284/CE, estas últimas não são contribuições corporativas.
- Art. 149, CF – são de competência federal, fazem parte da União.
# OBS.: Art. 149, parágrafo 1o: Estados, DF e Municípios também poderão instituir e criar
contribuições sociais, porém só poderão fazer essa cobrança sobre os seus servidores
públicos, para custear o regime previdenciário desses mesmos servidores públicos. Só
podem cobrar do seu funcionário público, e o dinheiro arrecadado será usado para custear o
regime previdenciário próprio desse funcionário público.
- As Contribuições Sociais tem por objetivo custear a ordem social (art. 193 e seguintes da CF
– faz parte da ordem social a saúde, a assistência social, a previdência social, o desporto, a
educação, entre outros.
# OBS.: Serviços sociais autônomos: controvérsia sobre natureza jurídica. STJ se inclina a
considerar como corporativas, salvo as do SEBRAE que seria contribuição geral. STF – RE
138.284/CE, não são contribuições corporativas. Há ainda decisão do STF afirmando que seria
CIDE.
# OBS.: Imunidade prevista no art. 149, I, §2º § 2º As contribuições sociais e de intervenção no
domínio econômico de que trata o caput deste artigo: (Incluído pela Emenda Constitucional nº
33, de 2001) I - não incidirão sobre as receitas decorrentes de exportação. ATENÇÃO – não há
imunidade de receitas de exportação em relação às contribuições de interesse em categorias
profissionais e econômicas. Não alcança as contribuições sobre o lucro líquido CSLL, haja vista
a distinção entre receita e lucro. Não alcança a CPMF, pois o tributo não se vincula diretamente
à operação de exportação. STF. Não alcança importações.
# CONCURSO:
Desnecessidade de o contribuinte auferir benefícios com a atuação do SEBRAE para
contribuir.
Caso a atividade não se enquadre em nenhum serviço social, irá contribuir para SESC e
SENAC, que são as mais abrangentes. Só não pode ficar sem contribuir.
# RESUMO:
- Contribuições Sociais:
- Regra: instituídas por Lei Ordinária;
- Exceção: Contribuições Sociais Residuais – instituídas por Lei Complementar.
- Súmula n. 508, STJ.
*#ATENÇÃO #REFORMATRABALHISTA:
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O imposto ou contribuição sindical, antes da reforma trabalhista, era obrigatório e cobrado o
valor equivalente a um dia de trabalho, uma vez por ano, dos colaboradores da empresa,
autônomos e profissionais liberais. O Débito era efetuado nos meses de abril. Após a Reforma
Trabalhista, entretanto, tornou-se optativo a partir de 2018. Se o contribuinte optar por pagar,
será necessário autorizar a cobrança na folha de pagamento.
Foram alteradas as redações dos arts. 578 e 579, da CLT, os quais passaram a exigir prévia e
expressa autorização para o seu desconto:
Art. 578. As contribuições devidas aos sindicatos pelos participantes das categorias
econômicas ou profissionais ou das profissões liberais representadas pelas referidas entidades
serão, sob a denominação de contribuição sindical, pagas, recolhidas e aplicadas na forma
estabelecida neste Capítulo, desde que prévia e expressamente autorizadas. (Redação
dada pela Lei nº 13.467, de 2017)
Art. 579. O desconto da contribuição sindical está condicionado à autorização prévia e
expressa dos que participarem de uma determinada categoria econômica ou profissional, ou
de uma profissão liberal, em favor do sindicato representativo da mesma categoria ou profissão
ou, inexistindo este, na conformidade do disposto no art. 591 desta Consolidação. (Redação
dada pela Lei nº 13.467, de 2017)
QUESTÕES
SENADO – fixa alíquotas máximas do ITCMD – causa mortis (máximo que se consegue
chegar na vida).
SENADO – fixa alíquotas mínimas e máximas do ICMS.
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SENADO – fixa alíquotas mínimas de IPVA.
É legítima a cobrança pelo município de taxa de renovação de licença. Cancelamento da
súmula 157 do STJ que dizia ser ilegítimo.
Art. 163. Existindo simultaneamente dois ou mais débitos vencidos do mesmo sujeito
passivo para com a mesma pessoa jurídica de direito público, relativos ao mesmo ou a
diferentes tributos ou provenientes de penalidade pecuniária ou juros de mora, a autoridade
administrativa competente para receber o pagamento determinará a respectiva imputação,
obedecidas as seguintes regras, na ordem em que enumeradas:
I - em primeiro lugar, aos débitos por obrigação própria, e em segundo lugar aos
decorrentes de responsabilidade tributária.
II - primeiramente, às contribuições de melhoria, depois às taxas e por fim aos impostos;
III - na ordem crescente dos prazos de prescrição;
IV - na ordem decrescente dos montantes.
Apesar da literalidade do art. 4ª CTN, o empréstimo compulsório e as contribuições
especiais têm a natureza definida pelo destino de sua arrecadação, que é vinculado.
§ 1º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão contribuição, cobrada de
seus servidores, para o custeio, em benefício destes, do regime previdenciário de que trata
o art. 40, cuja alíquota não será inferior à da contribuição dos servidores titulares de cargos
efetivos da União. Hoje é de 11% o da União. O dos estados e municípios tem que se igual
ou acima disso. 11% é o piso.
A regularidade do poder de polícia é imprescindível para a cobrança de taxa? Sim.
“exercício REGULAR do poder de polícia”.
STF afasta a possibilidade de cobrança de taxa de segurança pública, mesmo que
requisitada por particular para evento aberto ao público.
A CF veda vinculação de receita dos impostos, nada falando em relação às taxas. Por isso
os estados podem destinar um percentual dos emolumentos de cartório ao Fundo Estadual
de Reaparelhamento e Modernização do Poder Judiciário.
STF vedou a vinculação de percentual de taxa judiciária a instituições privadas, como a
Caixa de Assistência dos Advogados.
Serviços notariais –taxas.
- Ao final do supracitado dispositivo, menciona-se que deve ser observado o disposto “nesta
Lei”, ou seja, no CTN. Isso significa que a competência legislativa dos entes deve obedecer às
normas gerais em matéria tributária.
- Acrescente-se, ainda, que o par. único, do art. 6o, esclarece que a repartição das receitas
tributárias de um ente com outros não interfere na competência tributária daquele.
Uma das características mais importantes da competência tributária é que ela é indelegável.
Isso significa que se a CF/88 determina que cabe à União instituir imposto sobre a renda, a
União não pode delegar tal competência a outro ente.
- Nada impede, contudo, que seja delegada as funções de arrecadar ou fiscalizar tributos, ou,
como define o CTN, também as funções de executar leis, serviços, atos ou decisões
administrativas em matéria tributária. Essa delegação por ocorre a outra pessoa jurídica de
direito público e denomina-se capacidade tributária ativa.
O art. 9o, caput, e seus incisos I, II e III, retratam, respectivamente, os seguintes princípios
tributários: legalidade, anterioridade tributária e liberdade de tráfego, todos eles previstos na
atual Constituição Federal.
- Quanto ao princípio da legalidade (inciso I), deve-se observar que as citadas exceções ao
princípio da legalidade, dispostas no art. 21, 26 e 65 não estão em total conformidade com a
CF/88, haja vista permitirem a majoração das bases de cálculo do II, IE e IOF, por meio de ato
do Poder Executivo, o que não foi permitido no art. 153, §1o, da CF/88. O referido dispositivo
constitucional admitiu apenas a alteração das respectivas alíquotas atendidas as condições e
os limites estabelecidos em lei.
- Quanto ao princípio da anterioridade tributária, não cabe seu estudo por meio deste
dispositivo do CTN, pois atualmente a CF/88 ampliou significativamente a extensão do aludido
princípio (CF/88, art. 150, III, “b”), prevendo sua aplicação aos tributos em geral, salvo algumas
exceções. Ademais, por força da EC 42/03 (incluindo o art. 150, III, “c”), interpreta-se o
princípio da anterioridade cumulativamente com o denominado princípio da anterioridade
nonagesimal, ou noventena, o qual guarda também determinadas exceções.
- Observa-se, ainda, que, em relação às imunidades tributárias, a imunidade cultural alcançou o
“papel destinado exclusivamente à impressão de jornais, periódicos e livros”, mas não os
próprios livros, jornais e periódicos, tal como consta atualmente no art. 150, VI, “d”, da CF/88.
Não foi previsto, ainda, a imunidade tributária da música nacional, surgida com a EC 75/2013,
que incluiu a alínea “e” ao art. 150, VI, da CF/88.
Art. 10. É vedado à União instituir tributo que não seja uniforme em todo o território
nacional, ou que importe distinção ou preferência em favor de determinado Estado ou
Município.
Art. 11. É vedado aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios estabelecer
diferença tributária entre bens de qualquer natureza, em razão da sua procedência ou do
seu destino.
O art. 10 do CTN foi reproduzido no art. 151, I, da CF/88, sendo que neste foi admitida a
concessão de incentivos fiscais destinados a promover o equilíbrio do desenvolvimento
socioeconômico entre as diferentes regiões do País.
- Relativamente ao art. 11, sua redação consta quase que literalmente no art. 152, da CF/88,
sendo que neste foi vedada também o estabelecimento de diferença tributária entre “serviços
de qualquer natureza”, em razão de sua procedência ou destino.
Art. 12. O disposto na alínea a do inciso IV do artigo 9º, observado o disposto nos seus
§§ 1º e 2º, é extensivo às autarquias criadas pela União, pelos Estados, pelo Distrito
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Federal ou pelos Municípios, tão-somente no que se refere ao patrimônio, à renda ou
aos serviços vinculados às suas finalidades essenciais, ou delas decorrentes.
Art. 13. O disposto na alínea a do inciso IV do artigo 9º não se aplica aos serviços
públicos concedidos, cujo tratamento tributário é estabelecido pelo poder concedente, no
que se refere aos tributos de sua competência, ressalvado o que dispõe o parágrafo
único.
Parágrafo único. Mediante lei especial e tendo em vista o interesse comum, a União
pode instituir isenção de tributos federais, estaduais e municipais para os serviços
públicos que conceder, observado o disposto no § 1º do artigo 9º.
II - calamidade pública que exija auxílio federal impossível de atender com os recursos
orçamentários disponíveis;
Chamamos atenção do aluno para o que consta no parágrafo único do art. 13. Trata-se de
inconstitucional permissão para instituição de isenção heterônoma, encontrando óbice no art.
151, III, da CF/88.
- Ademais, o art. 15, ao estabelecer a competência da União para instituir empréstimos
compulsórios, traz um pressuposto autorizativo em desacordo com a atual CF: conjuntura que
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exija a absorção temporária de poder aquisitivo. Atualmente, a União pode instituir
empréstimos compulsórios nas seguintes situações (CF/88, art. 148):
I - para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra
externa ou sua iminência;
II - no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional.
i
Este material foi produzido pelos coaches com base em anotações pessoais de aulas,
referências e trechos de doutrina, informativos de jurisprudência, enunciados de súmulas,
artigos de lei, anotações oriundas de questões, entre outros, além de estar em constante
processo de atualização legislativa e jurisprudencial pela equipe do Ciclos R3.