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Curso Profissional de Técnico de Auxiliar de Saúde

AS1
GOSCS- UFCD 6574
50 H

CUIDADOS DE HIGIENE, CONFORTO E ELIMINAÇÃO

Novembro-2018
Conteúdo
INTRODUÇÃO .............................................................................................................................. 3

1. NOÇÕES GERAIS SOBRE NECESSIDADES HUMANAS BÁSICAS ..................................... 5

1.1. Necessidades humanas básicas ao longo do ciclo de vida do Indivíduo o


no contínuo saúde/doença ................................................................................................ 6
1.2. . O contributo do/a Técnico/a Auxiliar de Saúde, na equipa
multidisciplinar, para a satisfação das necessidades humanas básicas do utente:
higiene conforto e eliminação ........................................................................................... 6
2. OS CUIDADOS DE HIGIENE, CONFORTO E ELIMINAÇÃO NAS VÁRIAS FASES DA
VIDA .............................................................................................................................................. 8

1.3. Cuidados de higiene e conforto ........................................................................... 8


1.4. A importância da higiene e do conforto para a saúde do utente.................. 8
1.5. Questões relativas à privacidade, intimidade e sexualidade do utente ..... 9
1.6. Eliminar os resíduos corporais ............................................................................. 10
1.7. Vestir-se e despir-se............................................................................................... 10
1.8. Manter o corpo limpo, cuidado e proteger a pele .......................................... 11
1.9. Aspetos a ter em conta na interação ................................................................. 11
2. A IMPORTÂNCIA DA HIGIENE E DO CONFORTO PARA A SAÚDE DO UTENTE ............. 12

3. NORMAS DE CUIDADOS DE HIGIENE E CONFORTO ........................................................ 13

3.1. Etapas dos cuidados de higiene a utentes dependentes ............................... 13


3.1.1. Preparar todo o material necessário: ............................................................ 13
3.2. Vestir-se e despir-se............................................................................................... 14
3.3. Banho ......................................................................................................................... 15
3.3.1. Banho na cama ajuda total ............................................................................... 15
3.3.2. Banho na cama ajuda parcial ........................................................................... 17
3.3.3. Banho no chuveiro/banheira ............................................................................ 19
3.3.3.1. Banho no chuveiro .......................................................................................... 19
3.3.3.2. Banho na banheira .......................................................................................... 24
3.4. Lavagem dos cabelos .............................................................................................. 25
3.5. Cuidados à pele e prevenção de úlceras de pressão ...................................... 28
3.6. Cuidados com Unhas (pés e Mãos) ...................................................................... 28
3.7. Cuidados a Boca ....................................................................................................... 29
3.8. A higiene perineal -limpeza e higiene parcial dos genitais .......................... 31
3.9. Cuidados ao utente algaliado ............................................................................... 33
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Cuidados de Higiene, Conforto e Eliminação formadora Carla Ribeiro
3.9.1. Esvaziamento dos sacos coletores de urina com válvula .......................... 33
3.10. Manipulação de arrastadeiras e urinóis ......................................................... 34
3.11. Colocação e substituição de fralda ................................................................. 35
3.12. Outros dispositivos de apoio à eliminação - noções básicas..................... 36
BIBLIOGRAFIA ........................................................................................................................... 38

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Cuidados de Higiene, Conforto e Eliminação formadora Carla Ribeiro
INTRODUÇÃO

O presente manual foi concebido como instrumento de apoio à unidade de formação


de curta duração nº 6574 – Cuidados na Higiene, Conforto e Eliminação, de acordo
com o Catálogo Nacional de Qualificações.

A higiene “é uma necessidade humana básica, imprescindível para a condição de vida


saudável.” (Nóbrega & Silva, 2009, p. 4), o que para nós tem um sentido particular
nos cuidados ao utente.

Objetivos

 Adquirir noções sobre as necessidades humanas básicas: higiene e


conforto, eliminação.
 Adquirir noções básicas sobre os fatores de promoção e inibição de
conforto e desconforto.
 Identificar os aspetos referentes à privacidade, intimidade, sexualidade do
utente nos cuidados de higiene e eliminação.
 Aplicar técnicas de apoio à higiene e conforto, na cama, ao utente que
necessita de ajuda parcial, segundo orientação do enfermeiro e
mobilizando conhecimentos fundamentais sobre métodos, materiais e
equipamentos.
 Aplicar técnicas de apoio à higiene e conforto, na casa de banho, ao
utente que necessita de ajuda parcial, segundo orientação do enfermeiro
e mobilizando conhecimentos fundamentais sobre métodos, materiais e
equipamentos.
 Aplicar técnicas de apoio à higiene e conforto na cama ao utente que
necessita de ajuda total, auxiliando o Enfermeiro na prestação de
cuidados de higiene e conforto.
 Aplicar técnicas de apoio à eliminação, ao utente que necessita de ajuda
parcial, segundo orientação do enfermeiro e utilizando e manuseando
adequadamente os dispositivos indicados aos diferentes tipos de
eliminação.
 Aplicar técnicas de apoio à eliminação, ao utente que necessita ajuda
total, auxiliando o enfermeiro na colocação dos dispositivos indicados aos
diferentes tipos de eliminação.
 Explicar a importância de demonstrar interesse e disponibilidade na
interação com utentes.

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 Explicar o dever de agir em função das orientações do Enfermeiro.
 Explicar o impacte das suas ações na interação e bem-estar emocional de
terceiros.
 Explicar a importância de demonstrar compreensão, paciência e
sensibilidade na aplicação adequada de técnicas de higiene e conforto e
mobilização do utente.
 Explicar a importância de agir em função da capacidade de autonomia

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1. NOÇÕES GERAIS SOBRE NECESSIDADES HUMANAS BÁSICAS

Nos anos 60 MASLOW identificou várias necessidades humanas que motivam o


comportamento. Defendeu a existência de 5 níveis de necessidades humanas e
hierarquizou-as de acordo com a sua importância:

Figura 1- Pirâmide Necessidades Maslow


1. Necessidades fisiológicas – 1.º nível;
2. Necessidades de segurança e
proteção – 2.º nível;
3. Necessidades de amor e de pertença
– 3.º nível;
4. Necessidades de afeto e autoestima –
4.º nível
5. Necessidades de autorrealização –
5.º nível.

As necessidades fisiológicas são as mais importantes. São aquelas atividades


necessárias à manutenção da vida, tais como respirar e alimentar-se.

Cada nível superior representa algo menos importante à existência humana do que as
anteriores.
Maslow acreditava que só depois das necessidades fisiológicas estarem satisfeitas, é
que os indivíduos procurariam a satisfação das necessidades menos cruciais da vida.

Figura 2 - Exemplos das necessidades hierarquizadas por Maslow

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1.1. Necessidades humanas básicas ao longo do ciclo de vida do Indivíduo o
no contínuo saúde/doença

O conforto está interligado com as necessidades básicas do ser humano que se


manifestam pela necessidade de proteção diante dos perigos físicos, de ameaças
psicológicas e de dor.
Durante a sua hospitalização, o utente deverá receber conforto e segurança.
Os utentes entendem que os cuidados de higienização necessários, bem como, todos
consideraram a higiene importante para a sua saúde, reconhecendo que esta interfere
na qualidade de vida.
Pode-se observar que o significado e a importância da higiene e do banho para os
utentes estão associados com a ideia de saúde e de doença.
Afirmaram que o banho e uma boa higiene corporal auxiliam no alívio de dores e da
própria doença ajudando a recuperar ou manter a saúde.
Objetivos dos cuidados aos utentes:

1. Assegurar limpeza do corpo


2. Assegurar o bem-estar e uma boa autoestima da pessoa cuidada
3. Prevenir a irritação da pele
4. Manter as mãos e unhas limpas e com bom comprimento
5. Favorecer o relaxamento e a comunicação

Os cuidados com a higiene são fundamentais para evitar problemas que podem surgir
durante o tratamento.
Manter a limpeza do ambiente, da cama e do cuidado nas trocas de roupas, pois
devem ser mudadas várias vezes para evitar infeções e complicações.

1.2. . O contributo do/a Técnico/a Auxiliar de Saúde, na equipa


multidisciplinar, para a satisfação das necessidades humanas básicas do
utente: higiene conforto e eliminação

“Para que não haja problemas, as condutas de intervenção e diagnóstico profissional


deve ser sempre realizada por um profissional legalmente habilitado para tal
prática.”

Fig-3- Equipa multidisciplinar saúde

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No que respeita à satisfação das necessidades básicas dos utentes, compete ao TAS,
entre outras funções as seguintes:

 Colaborar sob supervisão, na prestação de cuidados de higiene e conforto aos


utentes.
 Ajudar nas tarefas de recolha de material para análise.
 Velar pela manutenção do material utilizado nos cuidados prestados aos
utentes;
 Assegurar a manutenção das condições de higiene nos respetivos locais de
trabalho.

As práticas que usualmente têm maior impacto na higiene e no conforto físico dos
utentes são: higiene do ambiente, banho de aspersão (banho de chuveiro), banho na
cama, higiene do couro cabeludo, oral e íntima, adequação da cama e sua
arrumação, troca de fraldas, massagem de conforto, mobilização no leito e
readequação do vestuário.
Cabe ao TAS estabelecer um canal de comunicação com o utente, mantendo um bom
vínculo de confiança, para o estabelecimento de práticas de conforto (medidas reais
e concretas).
O mais importante é não conformar-se com o cuidado básico; é necessário a
reavaliação diária e constante para que o conforto domine.
Um utente nunca é igual ao outro, ainda que a manifestação da doença seja igual
para a maioria. Observar a singularidade de cada um é o que nos guia para o conforto
do utente.
Paralelamente ao bom contacto humano, é necessária uma boa preparação técnica.
Assim, o TAS deve oferecer boa destreza manual, leveza e precisão de movimentos,
limpeza e método de trabalho, associados a uma adequada preparação teórica.
Inserido numa equipa, e em contacto diário com os colegas, os enfermeiros, os
médicos, ou outros técnicos, necessita de ter capacidade de relacionamento, à custa
do respeito mútuo, da consideração, da boa educação e do espírito de colaboração.
Relativamente ao utente, tem de ser compreensivo, amável, simpático, alegre,
capaz de lhe incutir coragem e confiança, que são premissas essenciais para a
obtenção de um elevado nível da qualidade de cuidados.

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2. OS CUIDADOS DE HIGIENE, CONFORTO E ELIMINAÇÃO NAS VÁRIAS
FASES DA VIDA
1.3. Cuidados de higiene e conforto

Em toda e qualquer fase da vida cada pessoa saudável ou não, quer ou prima por
obter a sua independência. Essa independência permite a cada um de nós satisfazer
cada uma das necessidades humanas básicas.

No entanto, em qualquer uma das fases do ciclo da vida necessitamos de um


cuidador que auxilie na satisfação das necessidades, mas a implicação de um
cuidador não quer dizer necessariamente que se está utente, pois com saúde ou sem
ela todos têm direito à independência.

O Ambiente Terapêutico, é o meio físico e social envolvente em ambiente hospitalar


e ou institucional. É neste espaço que se planeia e realiza a tarefa para que os
resultados sejam os esperados. É nele que se avalia as necessidades afetadas do
utente; todo e qualquer cuidado prestado serão individualizados; nele teremos que
demonstrar empatia e compreensão, é importante conseguir privacidade e respeitar
a intimidade do utente e nunca esquecer de promover e estimula-lo a desenvolver
atividades sejam elas de caris ocupacional seja no aspeto do cuidar.

Para qualquer tipo de utente ou são, o TAS deve ter em conta a idade; o nível de
perceção e compreensão; o estado emocional e as limitações físicas e cognitivas.

Perante o utente e de maneira a prestar bons cuidados é fundamental providenciar


um ambiente calmo e seguro; evitar ruídos, respeitar a privacidade, crenças e
valores; explicar os procedimentos a realizar e encorajar o utente a colaborar na
realização dos cuidados.

1.4. A importância da higiene e do conforto para a saúde do utente

A HIGIENE é um conjunto de meios e regras que procuram garantir o bem-estar físico


e mental, promovendo a saúde e prevenindo a doença. Na vida quotidiana,
satisfazemos as nossas próprias necessidades, no entanto durante o envelhecimento e
durante a doença, a capacidade de nos Auto cuidarmos diminui e a carência de
cuidados de higiene aumenta.

 A higiene pessoal é decisiva no que respeita a fatores pessoais e ambientais


que incidem na saúde física e mental dos utentes. Por este motivo, os
cuidados de higiene exigem uma atitude integral e globalizante que valorize
as condições físicas, psicológicas, sociais e funcionais de cada utente.

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 A falta de higiene não é apenas um problema que pode interferir com a
saúde. Contribui também, e de forma decisiva, para uma diminuição da
autoestima e dificulta a integração social. Sublinhemos que alguns residentes
podem já sentir-se diminuídos nestas áreas por negligenciarem habitualmente
a sua própria higiene.

Por higiene do ambiente entende-se a manutenção do espaço físico por onde o


utente circula ou se encontra instalado.

O conjunto de práticas objetivando a redução do número de infeções hospitalares ou


comunitárias não é um fator secundário na execução da assistência ao utente. De
facto, as precauções-padrão devem ser reforçadas pela equipe multiprofissional
junto às equipas de saúde em atenção básica, ambulatórios e aos cuidadores
familiares que realizam os cuidados diariamente.

O espaço físico onde o utente está acomodado deve ser um ambiente que favoreça o
conforto, acolhimento e proteção de riscos externos à sua condição clínica atual.

A equipa que assiste o utente deverá realizar uma análise sistemática e contínua do
plano de cuidados objetivando, sempre, um planeamento assistencial viável.

Esta realidade faz com que os utentes, particularmente os mais dependentes,


tenham uma grande necessidade de ajuda, seja parcial ou total, para a manutenção
da sua higiene corporal, integridade da pele, higiene pessoal e estética necessária
para assegurar a sua dignidade e manutenção de seus papéis sociais frente a si
mesmo.

1.5. Questões relativas à privacidade, intimidade e sexualidade do utente

A consideração pela pessoa implica o respeito pela sua privacidade e intimidade.


Correspondem a necessidades profundas de todas as pessoas e não diminuem com a
idade. Dai que deve haver a maior preocupação e delicadeza em tudo o que se
prende com a privacidade e intimidade do utente.

Merece especial atenção a sua garantia em todas as tarefas que respeitem à higiene
íntima, às relações com os outros, às chamadas telefónicas e a todos os problemas e
questões pessoais e familiares.

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1.6. Eliminar os resíduos corporais

Para se manter saudável, o organismo deve eliminar os produtos resultantes do


metabolismo. Este processo denomina-se eliminação, constituindo uma necessidade
fundamental.

A necessidade de eliminação dos resíduos corporais é particularmente afetada pela


imobilidade e pelo envelhecimento. Assim, os utentes quando apresentam redução
da capacidade de locomoção ou quando imobilizados no leito, têm geralmente
necessidade de ajuda na eliminação intestinal/ vesical. Pode acontecer também que,
por patologias específicas ou inespecíficas, possa ocorrer uma incontinência das fezes
e da urina, que deverão ser objeto de avaliação e de cuidados por parte da equipa de
saúde.

As situações de dificuldade na eliminação dos resíduos corporais, nem sempre são


devidas a transtornos patológicos ou fisiológicos (envelhecimento), pois muitas das
vezes ocorrem por razões psicológicas ou por simples modificação dos hábitos da
pessoa.

Lembremos que muitas vezes, no hospital, o utente não tem o clima de privacidade a
que está habituado, particularmente quando não pode deslocar-se às instalações
sanitárias, para satisfazer as suas necessidades de eliminação.

1.7. Vestir-se e despir-se


Vestir e despir-se, exige muita coordenação, destreza, equilíbrio, uma boa
amplitude de movimentos e força muscular. Estas funções são afetadas por um
grande número de doenças e também pelo envelhecimento do sistema músculo-
esquelético, situações em que é necessário dar ajuda à pessoa afetada.

Manter a temperatura do corpo dentro dos limites normais O ser humano tem de
manter a temperatura corporal dentro dos limites normais, para conservar o seu
estado de saúde e bem-estar. A termorregulação permite manter o equilíbrio entre a
produção e a perda de calor. As temperaturas elevadas podem surgir em qualquer
idade na presença de processos infecciosos. Podem ser de aparecimento súbito ou
gradual, de forma contínua ou intermitente, com grandes ou pequenas variações
durante o dia.

Também as temperaturas baixas ou muito baixas revelam situações patológicas,


algumas delas podendo estar relacionadas com a insatisfação da necessidade de e
beber comer adequadamente.

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1.8. Manter o corpo limpo, cuidado e proteger a pele
A independência na satisfação da necessidade de estar limpo e cuidado, permite ao
ser humano manter a saúde física e emocional. O significado da necessidade de
limpeza e os meios utilizados para a satisfação dessa necessidade, variam em função
da pessoa.

Tal como em relação ao vestuário, é necessária muita coordenação, destreza e


equilíbrio, assim como uma boa amplitude dos movimentos e força muscular para
efetuar os cuidados de higiene corporal.

Os cuidados relacionados com a higiene corporal são muito importantes para a


manutenção ou restabelecimento da independência do utente. Fazem parte da
higiene corporal o banho, o escovar os dentes, o corte e limpeza das unhas, a barba,
lavagem do cabelo e o pentear.

Uma pele limpa e íntegra ajuda a prevenir infeções e outras complicações, e


promove a autoestima.

1.9. Aspetos a ter em conta na interação

O TAS deve assegurar o cumprimento de boas práticas na prestação de cuidados de


higiene, no que respeita à promoção da sua manutenção e autonomia. Na prestação
dos cuidados de higiene, cada utente tem de ser tratado com respeito pelos seus
direitos e deveres, pela sua identidade, hábitos e modos de vida e ser-lhe assegurada
privacidade, autonomia, dignidade e confidencialidade, sob pena de se estar a violar
os direitos dos indivíduos e, consequentemente, não se garantir a qualidade dos
serviços.

A sexualidade integra os aspetos biológicos, físicos, psicossociais e comportamentais,


expressos em necessidades e impulsos de masculinidade ou feminilidade em
interação com outros.

O respeito pela intimidade e sexualidade do utente deve ser preservado durante os


cuidados de higiene, as visitas médicas, os tratamentos pré e pós operatórios,
radiografias, o transporte em maca e em todos os momentos do seu internamento.

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2. A IMPORTÂNCIA DA HIGIENE E DO CONFORTO PARA A SAÚDE DO UTENTE

A higiene é um ramo da medicina que visa a prevenção da doença.

A descoberta de que vários micróbios causam doenças, fez com que a higiene se
tornasse fundamental.

A limpeza do corpo, das roupas, dos utensílios e das habitações, diminuiu


sensivelmente o risco de infeção por fungos, bactérias e vírus.

A higiene pessoal, cuidado básico para a saúde e bem-estar do ser humano, é uma
atividade incorporada na rotina diária e difere entre culturas e épocas. Entende-se
por higiene pessoal a corporal e íntima, a oral e a do couro cabeludo.

A higiene pode ser:

 Parcial: É aquela que tem em conta os cuidados específicos de cada parte do


corpo, frequentemente as regiões com secreção abundante e maior carência
de higiene (cara e boca, mãos, axilas, pés e genitais).

OU

 Total: consiste no banho total, completo, desde a higiene ao corpo até ao


cortar das unhas e cuidados com o cabelo.

Na cama OU no chuveiro, consoante as características da pessoa de quem se cuida.

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3. NORMAS DE CUIDADOS DE HIGIENE E CONFORTO

Esta parte dos conteúdos, irá incidir sobre os diversos tipo de cuidados de higiene e
conforto que qualquer utente deve satisfazer como necessidade básica. A satisfação
desta necessidade humana básica além de contribuir para a independência do
individuo, contribui para manter o seu corpo limpo, ter uma aparência cuidada e
manter a pele saudável.

Como benefícios de um boa higiene, apresentam-se os seguintes:

 Pele saudável – isenta de infeções;


 Melhora a circulação sanguínea;
 Induz o sono e repouso;
 Autoestima;

 Bem-estar físico e psíquico – conforto.

Para uma melhor compreensão, dos vários tipos de higiene e após uma avaliação
inicial do utente pode perceber-se que tipo de ajuda o utente em questão necessita.
Neste caso fala-se em higiene sem ajuda; com ajuda total ou com ajuda parcial.
Derivando do tipo de dependência que o utente apresenta.

Entende-se por Ajuda total, lavar o corpo, trocar de roupa e arranjar o individuo e
estimulá-lo a fazê-lo; Ajuda Parcial, consiste em lavar até 54% do corpo e assisti-lo a
trocar de roupa e a arranjar-se.

3.1. Etapas dos cuidados de higiene a utentes dependentes

3.1.1. Preparar todo o material necessário:

 Luvas e aventais descartáveis


 Esponja
 Sabão líquido neutro
 Uma bacia com água tépida (se banho na cama)
 Toalhas limpas
 Creme hidratante e anti alergénico
 Escova ou pente para o cabelo
 Escova de dentes e pasta dentífrica ou elixir
 Fraldas descartáveis, se necessário
 Saco de plástico para o lixo e para a roupa suja

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 Roupa limpa para o idoso e/ou para a cama

3.2. Vestir-se e despir-se

O vestuário desempenha um papel primordial no bem-estar psicológico da pessoa.


Estar bem arranjado e bem vestido, proporciona segurança e autoconfiança.

O vestuário deve ser adequado ao utente, tendo em conta o seu conforto,


apresentação e ser prático.

Norma nº 1 Vestir/Despir o Doente/Utente


Fazer com que a boca fique limpa com água ou outro líquido e um agente de limpeza
NORMA
Orientações de execução Considerações
Explicar ao utente a ação e o objetivo da Respeitar os princípios éticos na obtenção do
tarefa consentimento do utente para a realização da
tarefa, diminui a ansiedade e promove a
colaboração do utente
 Começar por retirar a roupa da parte superior do corpo.
 Camisola/camisa de dormir/casaco
a) Camisola/camisa de dormir: Retirar uma das mangas, de seguida retirar o
corpo da camisola e por fim a outra manga.
b) Casaco: Abrir/desapertar o fecho/botões (de preferência com a
colaboração do doente) de seguida retirar uma das mangas, retirar o
corpo do casaco e por fim a outra manga.
De seguida, retirar a roupa da parte inferior
Se o doente/utente conseguir equilibrar-se de pé, deverá apoiar-se, desapertar as calças e
puxa-las para baixo. Se não conseguir equilibrar-se, terá de ser o TAS a desapertar as calças,
depois ajudar o doente a dobrar os joelhos (empurrando os pés contra a cama e levantando as
ancas) e puxar as calças (da cinta para baixo).
Retirar chinelos
VESTIR:
Começar por vestir a parte superior do corpo.
Uma camisa de dormir, camisola ou casaco é vestido da mesma maneira. A pessoa, sentada,
deve desdobrar a camisa, desabotoá-la, no colo, com a parte da frente voltada para baixo e o
colarinho afastado de si. Meter a mão na manga correspondente e ajustar a manga pelo braça
acima. “Atirar” o resto da camisa para traz de si e puxar a manga para cima, até que fique
encaixada no ombro. Fazendo o mesmo na outra manga
De seguida é vestida a roupa inferior: A pessoa deve sentar-se, cruzar a perna e com a ajuda
da mão, enfia-la nas calças (a perna).De seguida, introduz a outra perna na perna das calças
e puxa para cima as calças. Se conseguir estar de pé, deve encostar-se à cama e puxar as
calças com a mão. Caso contrario, terá que se deitar, dobrar os joelhos e apoiar-se sobre os
pés, para levantar as ancas e puxar as calças até á cintura e abotoa-las.
Calçar chinelos.
Observações: Os fatos de treino podem ser uma boa opção: são quentes, confortáveis e são
elásticos. As roupas para o tronco normalmente são abotoadas á frente, e as casas dos botões
devem de ser alargadas. (os botões pequenos devem de ser substituídos por botões
maiores).Num doente acamado com mobilidade muito reduzida ou nula, as roupas do tronco
são abertas atrás (sem botões, nem fechos). Para calçar será mais fácil os chinelos.

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3.3. Banho

O Banho este pode ser realizado na cama, no chuveiro, ou na banheira sendo este
último utilizado para fins terapêuticos.

3.3.1. Banho na cama ajuda total

O banho na cama providencia-se quando o utente é totalmente dependente ou


quando há uma restrição do exercício.
Norma nº2 Dar banho ao utente na cama com ajuda Total
Lavar o corpo, trocar de roupa e arranjar o utente ou assistir continuamente o utente a faze-
lo
Respeitar os gostos pessoais, expressos pelo próprio. No caso de o utente conseguir
desempenhar algumas atividades, deve ser encorajado a faze-lo e a participar no banho.
Devemos ajudar o utente até que seja capaz de assumir ele a higiene, encorajando a
independência, mas intervindo quando este tiver dificuldade no desempenho.
NORMA
Orientações de execução Justificação
Explicar ao utente a ação e o objetivo da Respeitar os princípios éticos na obtenção do
tarefa consentimento do utente para a realização da
tarefa, diminui a ansiedade e promove a
colaboração do utente
Organizar material: Garante que o TAS terá acesso a tudo o que
 Roupa de cama necessita no momento da execução, evitando
 Roupa utente deslocações desnecessárias.
 Tolhas de banho
 Toalhetes/ esponjas de banho
 Material de higiene oral (segundo Ter em conta as preferências do utente
norma__) quanto à:
 Sabão  Temperatura da água;
 Escova cabelo e/ou pente  Utilização de produtos pessoais.
 Luvas
 Desodorizante
 Creme hidratante
 Fralda descartável
 Saco de sujos
 Saco roupa suja
 Tesoura/corta unhas
 Avental plástico
Gerir o ambiente (fechar portas, janelas e Evita a exposição do utente a temperatura e
cortinas) ventilação indesejadas e mantem privacidade
do utente.
Ajustar a altura da cama Diminui o trabalho muscular no movimento,
diminui a fadiga e reduz o risco de lesões
musculares.
Lavar as mãos Diminuir a transmissão de organismos
Calçar luvas Medida de proteção individual
Soltar a roupa da cama e remover coberta e Facilita a tarefa
cobertores (deixar cobertor dobrado sobre Evita que a roupa suje ou molhe
lençol se o utente o desejar)
Lavar cabelo (Ver Norma ___)
Lavar a boca (Ver Norma ___)
Manter toalha sobre o tórax

Lavar os olhos com água: O sabão irrita os olhos

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Cuidados de Higiene, Conforto e Eliminação formadora Carla Ribeiro
 Lavar do canto interno para o externo
 Lavar cada um dos olhos com a face
limpa da esponja /toalhete
 Colocar, sobre a região palpebral, Facilita o procedimento
compressas humedecidas em soro
fisiológico (se necessário)
Secar os olhos
Remover as luvas
Lavar as narinas com uma compressa ou Previne a transmissão de micoorganismos
cotonete humedecidos em água ou soro
fisiológico
Usar um cotonete para cada narina
Lavar a cara com água
Sacar a cara
Lavar os pavilhões auriculares com esponja O uso de cotonete pode impactar o cerúmen
no canal auditivo ou lesar o mesmo

Retrair os lóbulos das orelhas Facilita a exteriorização do cerúmen


Secar pavilhão auricular
Despir o utente por partes, no sentido de Promove o conforto do utente
cima para baixo
Posicionar o membro superior sobre a toalha Garante que a base da cama se mantenha
dobrada em harmonia no sentido da largura seca.
Lavar os membros superiores com água e Facilita a remoção da sujidade
sabão
Executar a atividade com movimentos longos
e firmes, da extremidade distal para a Estimula a circulação de retorno
proximal.
Lavar a axila
Secar os membros superiores. Dar especial
atenção a axila
Mover a toalha, em simultâneo com o lençol, Evita a exposição desnecessária, proporciona
até à região suprapubica calor e mantem o lençol seco
Lavar o pescoço, tórax e abdómen, Permite a visualização da área, mantendo a
levantando ligeiramente a toalha, dando privacidade
especial atenção às pregas cutâneas, umbigo
e na mulher, a zona infra mamaria.
Secar bem no mesmo sentido, levantando A humidade promove a maceração da pele.
ligeiramente a toalha
Posicionar o membro inferior sobre a toalha Garante que a base da cama se mantenha
dobrada em harmónio no sentido da largura seca
Lavar os membros inferiores com água e Facilita a remoção de sujidade
sabão Estimula a circulação
Executar a atividade com movimentos longos
e firmes, da extremidade distal para a
proximal
Secar os membros inferiores A humidade promove a maceração da pele
Lavar os genitais (ver procedimento)
Virar o utente de dorsal para lateral Facilita o procedimento
Colocar a toalha sobre a cama, dobrada em
harmónio no sentido do comprimento
Lavar, no sentido da cabeça para a região Previne a contaminação por microrganismos
nadegueira
Secar, no mesmo sentido A humidade promove a maceração da pele
Aplicar creme hidratante na região dorsal Previne a pele seca
Trocar lençol da base da cama (ver
norma___)
Colocar fralda se necessário (ver norma___)

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Trocar lençol de cima
Aplicar creme hidratante no corpo Previne a pele seca
Vestir o utente
Arranjar o utente
 Pentear o cabelo
 Aplicar desodorizante
 Executar cuidados ungueais
 Cortar as unhas das mãos e pés
(conforme norma__)
Colocar cobertor e colcha (Ver norma___)
Ajustar a altura da cama Promove a segurança
Arrumar material
Remover as luvas e avental
Lavar as mãos Diminui a transmissão de microrganismos e
previne a contaminação

3.3.2. Banho na cama ajuda parcial

Se o utente for semi-dependente e seja necessário o banho no leito, deve-se


providenciar o material e auxilia-lo na higiene:
Norma nº3 Dar banho ao utente na cama com Ajuda Parcial
Consiste em lavar até 54% do corpo do utente e ajudar a trocar de roupa e arranjar-se
Respeitar os gostos pessoais, expressos pelo próprio. No caso de o utente conseguir
desempenhar algumas atividades, deve ser encorajado a faze-lo e a participar no banho.
Devemos ajudar o utente até que seja capaz de assumir ele a higiene, encorajando a
independência, mas intervindo quando este tiver dificuldade no desempenho.
NORMA
Orientações de execução Justificação
Explicar ao utente a ação e o objetivo da Respeitar os princípios éticos na obtenção do
tarefa consentimento do utente para a realização da
tarefa, diminui a ansiedade e promove a
colaboração do utente
Organizar material: Garante que o TAS terá acesso a tudo o que
 Roupa de cama necessita no momento da execução, evitando
 Roupa utente deslocações desnecessárias.
 Tolhas de banho
 Toalhetes/ esponjas de banho
 Material de higiene oral (segundo
norma__) Ter em conta as preferências do utente
 Sabão quanto à:
 Escova cabelo e/ou pente  Temperatura da água;
 Luvas  Utilização de produtos pessoais.
 Desodorizante
 Creme hidratante
 Fralda descartável
 Saco de sujos
 Saco roupa suja
 Tesoura/corta unhas
 Avental plástico
Gerir o ambiente (fechar portas, janelas e Evita a exposição do utente a temperatura e
cortinas) ventilação indesejadas e mantem privacidade
do utente.
Ajustar a altura da cama Diminui o trabalho muscular no movimento,
diminui a fadiga e reduz o risco de lesões
musculares.
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Cuidados de Higiene, Conforto e Eliminação formadora Carla Ribeiro
Lavar as mãos Diminuir a transmissão de organismos
Calçar luvas Medida de proteção individual
Ajudar o utente a posicionar-se Facilitar a execução da tarefa
Soltar a roupa da cama e remover coberta e Facilita a tarefa
cobertores (deixar cobertor dobrado sobre Evita que a roupa suje ou molhe
lençol se o utente o desejar)
Ajudar o utente a lavar cabelo (Ver Norma
___)
Ajudar o utente a lavar a boca (Ver Norma Prevenir as caries dentarias
___)
Manter toalha sobre o tórax

Ajudar o utente a despir-se, se necessário

Ajudar o utente a lavar-se


Ajudar o utente a arranjar as unhas, se
necessário
Remover as luvas
Massajar as zonas de proeminência óssea com Promover conforto
creme hidratante de acordo com o estado e Manter a integridade da pele
tipo de pele do utente

Ajudar o utente a Vestir-se


Ajudar o utente
 Pentear o cabelo
 Aplicar desodorizante
 Executar cuidados ungueais
 Cortar as unhas das mãos e pés
(conforme norma__)
Preparar a cama (ver norma___)
Ajustar a altura da cama Promove a segurança
Arrumar material
Lavar as mãos Diminui a transmissão de microrganismos.

Ajudas técnicas
Para a pessoa acamada. Pode ser dado banho com o chuveiro, e esvaziar a água,
através da mangueira.-

Dispositivos para banho na cama:

Fig 4-Dispositivos para banho na cama

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3.3.3. Banho no chuveiro/banheira

O banho no chuveiro pode ser realizado pela pessoa semi-dependente e


independente. O utente pode deambular até ao WC ou em cadeira de rodas.

3.3.3.1. Banho no chuveiro

Durante o banho pode permanecer sentado em cadeira (ou outro apoio semelhante)
ou apoiado em barras laterais de segurança (na posição vertical).

Os princípios básicos consistem em respeitar os aspetos já descritos, somando mais


alguns:

 Não deixar o utente sozinho no WC;


 Não deixar que ele tranque a porta, levar todo o material necessário para o
WC;
 Auxiliar o utente a lavar-se e secar-se;
 Auxiliar o utente a vestir-se no WC ou colocar um roupão e vestir
posteriormente no quarto.

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Norma nº4 Banho no Chuveiro com Ajuda Total
Consiste em lavar o corpo do utente, no chuveiro, a trocar de roupa e arranjar o utente ou
ajudar continuamente o utente a faze-lo
NORMA
Orientações de execução Justificação
Explicar ao utente a ação e o objetivo da Respeitar os princípios éticos na obtenção do
tarefa consentimento do utente para a realização da
tarefa, diminui a ansiedade e promove a
colaboração do utente
Organizar material: Garante que o TAS terá acesso a tudo o que
 Cadeira de banho, com orifício para necessita no momento da execução, evitando
arrastadeira, se necessario deslocações desnecessárias.
 Roupa utente
 Tolhas de banho
 Toalhetes/ esponjas de banho Ter em conta as preferências do utente
 Material de higiene oral (segundo quanto à:
norma__)  Temperatura da água;
 Sabão  Utilização de produtos pessoais.
 Escova cabelo e/ou pente
 Luvas
 Desodorizante
 Creme hidratante
 Fralda descartável
 Saco de sujos
 Saco roupa suja
 Tesoura/corta unhas
 Avental plástico
Gerir o ambiente (fechar portas, janelas e Evita a exposição do utente a temperatura e
cortinas) ventilação indesejadas e mantem privacidade
do utente.
Lavar as mãos Diminuir a transmissão de organismos
transferir o utente da cama para a casa de
banho
Calçar luvas Medida de proteção individual
Lavar a cavidade oral do utente (ver
norma___)
Despir o utente, e colocar no Saco roupa suja

Controlar o fluxo e a temperatura da agua, se Prevenir queimaduras


necessário
Lavar o cabelo do utente se necessário (ver
norma___)
Lavar e secar o corpo Promover conforto
Observar todo o corpo Identificar alterações cutâneas e outras
Manter a integredida da pele
Aplicar creme hidratante
Vestir ou ajudar o utente a vestir-se
Ajudar o utente Promove a segurança
 Pentear o cabelo
 Aplicar desodorizante
 Executar cuidados ungueais
 Cortar as unhas das mãos e pés
(conforme norma__)
Transferir o utente para a unidade
Ajudar o utente a posicionar-se no cadeirão Promover conforto
ou na cama (ver norma___)
Arrumar material
Lavar as mãos Diminui a transmissão de microrganismos
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Obs: - Sentar na cadeira por baixo do chuveiro e muito mais seguro para os utentes
idosos ou para os utentes que ainda estão muito fracos, facilitando para que lavem as
pernas e pés, com menor probabilidade de escorregarem.

Norma nº5 Banho no Chuveiro com Ajuda Parcial


Consiste em lavar até 54% do corpo do utente, no chuveiro, e ajudar a trocar de roupa e
arranjar-se
NORMA
Orientações de execução Justificação
Explicar ao utente a ação e o objetivo da Respeitar os princípios éticos na obtenção do
tarefa consentimento do utente para a realização da
tarefa, diminui a ansiedade e promove a
colaboração do utente
Organizar material: Garante que o TAS terá acesso a tudo o que
 Cadeira de banho, com orifício para necessita no momento da execução, evitando
arrastadeira, se necessario deslocações desnecessárias.
 Roupa utente
 Tolhas de banho
 Toalhetes/ esponjas de banho Ter em conta as preferências do utente
 Material de higiene oral (segundo quanto à:
norma__)  Temperatura da água;
 Sabão  Utilização de produtos pessoais.
 Escova cabelo e/ou pente
 Luvas
 Desodorizante
 Creme hidratante
 Fralda descartável
 Saco de sujos
 Saco roupa suja
 Tesoura/corta unhas
 Avental plástico
Gerir o ambiente (fechar portas, janelas e Evita a exposição do utente a temperatura e
cortinas) ventilação indesejadas e mantem privacidade
do utente.
Lavar as mãos Diminuir a transmissão de organismos
Ajudar o utente na transferência da cama
para a casa de banho
Calçar luvas Medida de proteção individual
Ajudar o utente a lavar a cavidade oral (ver
norma___)
Ajudar o utente a despir-se, se necessário

Controlar o fluxo e a temperatura da agua, se Prevenir queimaduras


necessário
Ajudar o utente a lavar o cabelo se
necessário (ver norma___)
Ajudar o utente a lavar-se Promover conforto
Observar todo o corpo Identificar alterações cutâneas e outras
Manter a integredida da pele
Ajudar o utente a secar-se
Aplicar creme hidratante
Ajudar o utente a Vestir-se
Ajudar o utente Promove a segurança
 Pentear o cabelo
 Aplicar desodorizante
 Executar cuidados ungueais
 Cortar as unhas das mãos e pés
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(conforme norma__)
Ajudar o utente a posicionar-se no cadeirão Promover conforto
ou na cama (ver norma___)
Arrumar material
Lavar as mãos Diminui a transmissão de microrganismos.

Durante o banho deve-se assegurar a privacidade ao utente, mas pedir-lhe para não
trancar a porta e chamar se precisar de assistência. Manter-se perto do local.

Ajudas técnicas

Assento para duche

Na escolha é importante considerar:

 Equilíbrio sentado
 Movimentos involuntários

Transportáveis: banco sem braços


Fixos à parede

Banco com braços (reguláveis em


Cadeira sem braços
altura)

Cadeira com braços

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Cadeiras de rodas de banho

Facilitam as deslocações

 Diminuem a necessidade de transferências


 Podem ser adaptadas às sanitas
 De fácil limpeza

Sem pedais Com Pedais

Com rodas grandes permitindo a condução pelo próprio

Com suporte de tronco e encosto alto Sem suporte de tronco e encosto alto

Com braços móveis

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3.3.3.2. Banho na banheira

O princípio básico é promover a higiene, de acordo com todos os aspetos que já


falamos, sendo que neste caso, a questão de segurança deverá ser reforçada, pois é
no banho que ocorrem frequentemente as quedas. Talvez por esse motivo seja
preferido o banho no chuveiro, com auxílio de barras de proteção e com cadeira.

Ajudas técnicas

Assentos e pranchas para banheira

Podem melhorar consideravelmente a segurança, autonomia e acessibilidade.

Dentro dos tipos de assentos para banheira que a seguir se exemplifica, podem-se
encontrar no mercado em vários materiais e de diversas formas.

Assentos aplicados sobre os bordos da banheira

Sem encosto
Com encosto
Assentos aplicados sobre o fundo da banheira

Sem Encosto Com encosto

Cadeira rotativa

Permite uma transferência muito mais fácil. Existe no mercado em diferentes


materiais

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Para utentes em que não é possível a posição sentada. A prancha adapta-se à
banheira e permite o escoamento da água.

Maca Banheira

Útil para o banho de imersão, facilitando a ação do prestador de cuidados.

3.4. Lavagem dos cabelos

Norma nº6 Lavar o Cabelo na cama


Fazer com que o cabelo fique limpo, com água ou outro liquido e um agente de limpeza
NORMA
Orientações de execução Justificação
Explicar ao utente a ação e o objetivo da Respeitar os princípios éticos na obtenção do
tarefa consentimento do utente para a realização da
tarefa, diminui a ansiedade e promove a
colaboração do utente
Providenciar os recursos para junto do Gerir o tempo
utente:
 Dispositivo em calha, se necessário; Ter em conta as preferências do utente
 2 Tolhas de banho quanto à:
 Champô ou sabão liquido/ amaciador  Temperatura da água;
 Jarro com agua à temperatura  Utilização de produtos pessoais.
aconselhável ou a gosto do utente, se
necessário;
 Balde se necessário
 Escova cabelo e/ou pente
 Secador
 Saco de sujos
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Gerir ambiente Evita a exposição da pessoa a temperatura e
ventilação indesejadas e mantem a sua
privacidade
Lavar as mãos Prevenir contaminação
Calçar as luvas e colocar avental Serve de medida de proteção individual
Posicionar a pessoa em dorsal Facilita a tarefa
Remover almofada. Substituindo-a por uma Garante que a base da cama se mantenha
toalha sob o pescoço e sobre os ombros do seca
utente
Colocar o dispositivo em calha direcionando – Facilitar o procedimento
o para dentro do balde Providenciar conforto

Fig. Instalação do dispositivo


Cobrir o tórax com uma toalha
Verter lentamente a agua sobre o cabelo ate
que esteja completamente molhado
segurando o jarro de água com a mão
dominante
Aplicar champô ou sabão liquida Remove a sujidade células mortas e
oleosidade
Massajar o couro cabeludo em movimentos Estimular a circulação periférica no couro
circulares. Executar tantas vezes quantas as cabeludo
necessárias.

Retirar o excesso de água do cabelo


Elevar a cabeça do utente e remover o
dispositivo em calha.
Cobrir a cabeça com a toalha e secar. Facilita secagem do cabelo
Posicionar a cabeça sobre a almofada Providenciar conforto

Secar o cabelo, de preferência com o secador Evitar enfraquecimento da raiz


Pentear o cabelo Promover o arranjo pessoal
Remover a toalha
Remover as luvas Diminui a transmissão de microrganismos
Assegurar a recolha e lavagem do material
Lavar as mãos Prevenir a transmissão cruzada de
microrganismos

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Norma nº7 Lavar o Cabelo na casa de Banho
NORMA
Orientações de execução Justificação
Explicar ao utente a ação e o objetivo da Respeitar os princípios éticos na obtenção do
tarefa consentimento do utente para a realização da
tarefa, diminui a ansiedade e promove a
colaboração do utente
Providenciar os recursos para a casa de Gerir o tempo
banho:
 Dispositivo em calha, se necessário; Ter em conta as preferências do utente
 Tolhas de banho quanto à:
 Champô ou sabão liquido  Temperatura da água;
 Jarro com agua à temperatura  Utilização de produtos pessoais.
aconselhável ou a gosto do utente, se
necessário;
 Balde se necessário
 Escova cabelo e/ou pente
 Secador
 Saco de sujos
Lavar as mãos Prevenir contaminação
Ajudar o utente na transferência para a casa Encorajar o utente a ser independente
de banho, junto ao lavatorio
Assistir o utente a posicionar a cabeça em Facilitar o procedimento
híper extensão, aconselhar a manter olhos Providenciar conforto
fechados
Cobrir o tórax com uma toalha
Calçar luvas

Pentear o cabelo e observar se existe alguma Prevenir queimaduras


alteração
Aplicar água sobre a cabeça, evitando molhar
a cara
Aplicar champô ou sabão liquida Promover conforto
Massajar o couro cabeludo em movimentos Remover a sujidade
circulares. Executar tantas vezes quantas as Estimular a circulação periférica
necessárias.
Retirar o excesso de água do cabelo
Solicitar ao utente que eleve a cabeça e
cobrir a cabeça com a toalha e secar.
Pentear o cabelo Promover conforto

Remover a toalha
Secar o cabelo, de preferência com o secador
Remover a toalha
Remover as luvas Diminui a transmissão de microrganismos
Assistir o utente na transferência para a
unidade
Assistir o utente a posicionar-se no cadeirão Promover conforto
ou na cama
Assegurar a recolha e lavagem do material
Lavar as mãos Prevenir a transmissão cruzada de
microrganismos

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Ajudas técnicas
Lava Cabeças Insuflável

3.5. Cuidados à pele e prevenção de úlceras de pressão

Norma nº 8 Cuidados à pele e prevenção de úlceras de pressão


Fazer com que a boca fique limpa com água ou outro líquido e um agente de limpeza
NORMA
Orientações de execução Considerações
Explicar ao utente a ação e o objetivo da Respeitar os princípios éticos na obtenção do
tarefa consentimento do utente para a realização da
tarefa, diminui a ansiedade e promove a
colaboração do utente
Recursos necessários
 Hidratantes
 Sabões
 Fraldas
 Toalhas
 Equipamentos de transferência
 Dieta equilibrada
Observar a pele diariamente prestando especial atenção às proeminências ósseas, zonas
expostas à humidade, lesões cutâneas e temperatura.
Tomar/dar banho diário e/ou em SOS;
Usar um sabão de gel neutro;
Evitar água quente e a fricção excessiva;
Manter a pele limpa, seca e hidratada com hidratante e massajar até absorver totalmente.
Manter a roupa da cama seca e esticada;
Quando há incontinência, urinária e intestinal, limpar a pele no momento em que sujar, usar
uma barreira tópica para a humidade e selecionar absorventes higiénicos que forneçam de
forma rápida uma superfície seca para a pele;
Usar um posicionamento apropriado, técnicas corretas de movimentação e transferência, de
forma a minimizar a lesão da pele devido à fricção.
Na alimentação não comprometer a ingestão calórica e de proteínas, considerando a
utilização de suporte nutricional para pessoas que necessitem;

3.6. Cuidados com Unhas (pés e Mãos)

Os objetivos principais da higiene das unhas são: prevenir a infeção ou inflamação,


evitar traumatismo devido a unhas encravadas, longas ou ásperas, evitar acumulação
de sujidade, etc.

A vigilância dos pés é particularmente importante nas pessoas com diabetes.

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Norma nº 9 Cuidadas ás Unhas (pés e mãos)
Fazer com que a boca fique limpa com água ou outro líquido e um agente de limpeza
NORMA
Orientações de execução Considerações
Explicar ao utente a ação e o objetivo da Respeitar os princípios éticos na obtenção do
tarefa consentimento do utente para a realização da
tarefa, diminui a ansiedade e promove a
colaboração do utente
Molhe as unhas em água morna durante uns minutos antes de as cortar

Seca-as muito bem, assim com os dedos e entre os dedos;


Observe as unhas/dedos (cor, temperatura e edema)
Corte em linha reta (partindo de uma das pontas), até retirar toda a parte clara que fica para
fora dos dedos. O corte deve ser feito rente, para que suas unhas voltem a crescer fortes e de
maneira saudável;
Não tire demais as cutículas, pois são uma proteção muito importante para as unhas, alem
disso pode provocar infeção. Nos pés nunca se deve tirar as cutículas;
Unhas encravadas
As unhas podem encravar quando parte/ou a totalidade da unha empurra o canto do dedo do
pé/mão. Geralmente a causa pode ser sapatos muito apertados. Quando uma unha encrava, o
dedo torna-se sensível ao tato, vermelho e inchado.
Neste caso
1) Coloque o pé/mão de molho durante 20 minutos duas vezes por dia em água morna com
um pouco de sabão bactericida. Enquanto o pé estiver de molho faça uma massagem sobre a
parte inflamada da cutícula.
2) Aplique a pomada antibiótica cinco ou seis vezes ao dia (segundo prescrição médica).
3) Corte o canto da unha. A dor é causada pela fricção da unha contra a cutícula exposta. O
médico se encarregará de cortar este canto o que será preciso fazer apenas uma vez para
facilitar o crescimento da unha sobre a cutícula ao invés de crescer enterrada nela. Ao
colocar o pé de molho, procure dobrar o canto da unha para cima.
4) Não calçar sapatos. Calcar chinelos ou ficar descalço o máximo possível para evitar a
pressão sobre a unha, mas quando for necessário usar sapatos fechados, proteger a unha
encravada da seguinte maneira: Se o lado interno estiver magoado, coloque uma esponja
presa com fita adesiva entre o dedo grande e o outro dedo a fim de evitar que fiquem
encostados.

3.7. Cuidados a Boca

Os objetivos da higiene oral centram-se na necessidade de manter a boca limpa e


húmida, ajudar a conservar os dentes e mucosa oral, remover restos alimentares,
massajar as gengivas, estimular a circulação e prevenir complicações. Se o utente for
capaz de se Auto cuidar, deverá ser realizada supervisão.

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Norma nº 10 Lavar a Boca Com Ajuda Parcial
Fazer com que a boca fique limpa com água ou outro líquido e um agente de limpeza
NORMA
Orientações de execução Considerações
Explicar ao utente a ação e o objetivo da Respeitar os princípios éticos na obtenção do
tarefa consentimento do utente para a realização da
tarefa, diminui a ansiedade e promove a
colaboração do utente
Organizar material: Ter em conta as preferências do utente
 Pasta dentífrica
 Esponja dentária ou espátula ou
escova dos dentes;
 Toalha de rosto
 Cuvete riniforme
 Copo com água
 Luvas
 Lubrificante para os lábios
 Solução de bochecho
 Material limpeza próteses
Lavar as mãos Diminuir a transmissão de organismos
Calçar luvas Medida de proteção individual
Ajudar o utente a posicionar-se em semi Ajuda a drenar as secreções da boca, em vez
fowler ou posição lateral com a cabeça bem de as acumular na parte posterior da laringe,
voltada de lado (de acordo com o estado de minimizando o risco de aspiração
saúde e juízo clínico)
Cobrir o tórax ou a cama com a toalha Evita sujar o utente e a roupa da cama
Preparar a tina riniforme sob o queixo do
utente
Ajudar o utente a irrigar a escova com agua e Para ter acesso à cavidade oral, evitar
a aplicar a pasta ao longo da mesma ou acidentes
ensopar a espátula com agua e elixir
Providenciar agua para o utente bochechar
Solicitar que o utente lave a boca pela Remover os residuos alimentares da cavidade
seguinte ordem: oral
 Gengivas; Lavar 2 dentes de cada vez, fazendo
 Dentes (da raiz para a coroa e vice- movimentos +/- 10 movimentos
versa em movimentos circulares) Começar a escovar o ultimo dente maxilar
 Parte interna das bochechas superior, continuar escovar até atingir o
 Língua ultimo dente lado oposto.
 Ensopar a espátula em água e elixir,
limpa a língua, limpar/ massajar as
gengivas e face interna da boca
Solicitar ao utenrte para bochechar de novo e Determinar eficácia da limpeza e identificar
secar a cara com a toalha ou ajuda-lo se lesões
necessario
Ajudar o utente a Posicionar-se
Lavar as mãos Diminui a transmissão de organismos
A higienização da prótese dentária é realizada com a mesma frequência dos dentes naturais
No caso de dificuldade do utente em remover as próteses dentárias, o TAS procede à sua
remoção, utilizando luvas, exercendo leve pressão no sentido ascendente e descendente, com
o auxilio dos dedos polegar e indicador.

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Cuidados de Higiene, Conforto e Eliminação formadora Carla Ribeiro
Norma nº 11 Lavar a Boca Com Ajuda Total
Fazer com que a boca fique limpa com água ou outro líquido e um agente de limpeza
NORMA
Orientações de execução Considerações
Explicar ao utente a ação e o objetivo da Respeitar os princípios éticos na obtenção do
tarefa consentimento do utente para a realização da
tarefa, diminui a ansiedade e promove a
colaboração do utente
Organizar material: Ter em conta as preferências do utente
 Pasta dentífrica
 Esponja dentária ou espátula ou
escova dos dentes;
 Toalha de rosto
 Cuvete riniforme
 Copo com água
 Luvas
 Lubrificante para os lábios
 Solução de bochecho
 Material limpeza próteses
Lavar as mãos Diminuir a transmissão de organismos
Calçar luvas Medida de proteção individual
Posicionar o utente em semi fowler ou Ajuda a drenar as secreções da boca, em vez
posição lateral com a cabeça bem voltada de de as acumular na parte posterior da laringe,
lado (de acordo com o estado de saúde e minimizando o risco de aspiração
juízo clínico)
Cobrir o tórax ou a cama com a toalha Evita sujar o utente e a roupa da cama
Pedir ao utente para abrir a boca ou retrair o Para ter acesso à cavidade oral, evitar
maxilar inferior do utente e introduzir a acidentes
escova
Lavar a boca pela seguinte ordem: Remover as partículas alimentares entre os
 Gengivas; dentes, ao longo das superficies de
 Dentes (da raiz para a coroa e vice- mastigação, remover as secreções e as
versa em movimentos circulares) petrificações da mucosa
 Parte interna das bochechas Lavar 2 dentes de cada vez, fazendo
 Língua movimentos +/- 10 movimentos
 Ensopar a espátula em água e elixir, Começar a escovar o ultimo dente maxilar
limpa a língua, limpar/ massajar as superior, continuar escovar até atingir o
gengivas e face interna da boca ultimo dente lado oposto.
Observar a cavidade oral Determinar eficácia da limpeza e identificar
lesões
Secar a face
Remover as luvas
Lavar as mãos Diminui a transmissão de organismos
Posicionar o utente Promove o conforto
Iniciar a escovagem dos dentes pelo maxilar superior
A higienização da prótese dentária é realizada com a mesma frequência dos dentes naturais
No caso de dificuldade do utente em remover as próteses dentárias, o TAS procede à sua
remoção, utilizando luvas, exercendo leve pressão no sentido ascendente e descendente, com
o auxilio dos dedos polegar e indicador.

3.8. A higiene perineal -limpeza e higiene parcial dos genitais

A higiene perineal refere-se à limpeza dos genitais externos e região circundante,


que normalmente é realizada durante o banho. No entanto, em utentes dependentes,
há necessidade de realizar os cuidados perineais várias vezes ao dia. Este facto deve-
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se a situações como: infeções geniturinárias, incontinência fecal e urinária,
secreções excessivas, irritações ou escoriações, presença de algália, cirurgia
perineal, etc.

O períneo está localizado entre as coxas e estende-se desde o topo dos ossos pélvicos
até ao ânus, contendo as estruturas anatómicas sensíveis, relacionadas com a
sexualidade, eliminação e reprodução.

Os cuidados perineais são providenciados com a finalidade de prevenir a infeção,


promover a saúde e conforto. Devido a existência de vários orifícios no períneo, esta
é uma área vulnerável a entrada de microrganismos patogénicos.

Para a realização dos cuidados perineais dever-se-á:

 Reunir material necessário: luvas, bacia, aparadeira, urinol, dispositivo


urinário, saco coletor, esponjas, toalhas, resguardos, cremes, sabão,
fralda, pomadas, etc.;
 Questionar o Idoso se pretende urinar ou evacuar antes de proceder a
higiene perineal. Colocar urinol ou aparadeira, se necessário.

Colocar o utente em decúbito dorsal (barriga para cima), se possível com pernas
fletidas, lavar a região de eliminação urinária e posteriormente, colocar o utente de
decúbito lateral (de lado) para proceder a higiene da região de eliminação intestinal.

No Homem:
Figura – Técnica colocação Urinol

Começar a lavar com movimentos circulares pela ponta do pénis, puxando o prepúcio
para baixo e lavando a glande, posteriormente o pénis e o escroto (não esquecer de
voltar a colocar o prepúcio na sua posição normal.

Na Mulher:

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Fig _ Lavagem Perineal Mulher

 Lavar da frente para trás (do meato urinário para orifício vaginal e
posteriormente para a região anal), prestando atenção à sujidade acumulada
entre os lábios, utilizando uma mão para afastar os lábios e outra para lavar.
 Mudar a água da bacia após a higiene dos genitais.

3.9. Cuidados ao utente algaliado

Apresenta um risco de infeção aumentado, pelo que devem ser tomadas as devidas
precauções, tais como:

a) Algaliação deverá ser realizada por Enfermeiro;


b) Manter o saco coletor abaixo do nível da bexiga (para a urina não refluir
novamente);
c) Não desadaptar saco da algália, exceto se o saco se romper e for necessário
substituir;
d) Despejar a urina do saco coletor várias vezes ao dia (2 a 3 vezes e sempre que
necessário);
e) Observar as características da urina e a quantidade (urina concentrada, urina
com sangue ou coágulos, etc.);
f) Verificar se a algália ou tubo do saco coletor não fica dobrada ou a
traumatizar alguma parte do corpo do Idoso;
g) Considerar perdas extra-algália e pacientes que não usam saco coletor;
h) Ponderar, com o enfermeiro a colocação de dispositivo urinário: que é uma
película fina de borracha, que se encaixa no pénis, semelhante a um
preservativo, mas com orifício na extremidade, para ser conectado ao saco
coletor.

3.9.1. Esvaziamento dos sacos coletores de urina com válvula

Cuidados ao doente com cateter vesical:

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 Descontaminar as mãos e usar luvas limpas antes da manipulação do
cateter e/ou sistema de drenagem e lavar as mãos após a remoção das
luvas;
 A higiene do meato deve ser efetuada com soro fisiológico diariamente ou
em intervalos apropriados de modo a mantê-lo livre de incrustações e
contaminação, após uma cuidada higiene com água e sabão;
 Os sacos de drenagem devem obedecer a requisitos mínimos:
encerramento seguro e fácil de posicionar, com válvula antirreflexo, com
torneira de despejo, com tubagem resistente, com sistema de medição
fiável da urina; posição e integridade do sistema devem ser mantidas de
modo a serem compatíveis com o conforto e mobilidade do doente;
 O saco coletor deve ser mantido sempre abaixo do nível da bexiga para
manter o fluxo urinário e colocado num suporte que previna o contacto
com o chão e a contaminação da válvula de despejo;
 Incentivar o utente a uma ingestão hídrica (dependente do utente);
 Evitar a tração do cateter
 O circuito de drenagem vesical deve ser fechado para evitar infeções;
 Os fabricantes recomendam habitualmente que os sacos de drenagem
sejam substituídos com intervalos de 5-7 dias. A sua substituição precoce
deve ser baseada na acumulação de sedimento, presença de coágulos,
cheiro ou fugas de conteúdo ou desconexão acidental do saco, caso
contrário só se substitui aquando a substituição do cateter;
 Os sacos devem ser despejados e não substituídos;
 Sempre que ocorrer quebra de técnica asséptica ou desconexão acidental
do sistema de drenagem, o mesmo deve ser substituído, usando técnica
asséptica após desinfeção da junção cateter-saco com álcool.

Materiais e técnicas de apoio à eliminação

Colocação e remoção do urinol e aparadeira com a colaboração do utente e


auxiliando o enfermeiro

3.10. Manipulação de arrastadeiras e urinóis

 Urinóis e aparadeiras deveriam ser preferencialmente em inox por permitir


uma melhor desinfeção do dado material. A manipulação destes utensílios
deve ser o mais cuidadosa possível no sentido de evitar focos de infeção, quer
para quem a utiliza (utente) quer para quem a manipula (TAS).
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 O TAS deve utilizar material de proteção, nomeadamente luvas, aquando da
sua manipulação e lavar frequentemente as mãos, antes e após, da
manipulação do referido material já que as luvas não substituem a lavagem.

3.11. Colocação e substituição de fralda

Procedimento:

1. Limpar a pele do utente:


2. Limpar a zona entre as pernas com papel higiénico;
3. Limpar com um toalhete molhado em água morna e sabonete neutro;
4. Secar muito bem sem friccionar;
5. Inspecionar a pele e ver se esta apresenta quaisquer lesões;
6. Aplicar pomada com vitamina A para proteger a pele;
7. Calçar as luvas descartáveis;
8. Colocar um resguardo à prova de água debaixo do utente;
9. Descolar a fita em ambos os lados da fralda.
10. Virar o utente de lado, fletindo-lhe o joelho em direção ao peito
11. Embrulhar a fralda usada de modo a cobrir a parte suja.
12. Colocar os seguintes objetos num local de fácil alcance:
13. Papel higiénico.
14. Água morna.
15. Sabonete com PH neutro.
16. Toalha e toalhetes o Luvas descartáveis.
17. Fralda limpa
18. Pomada com vitamina A
19. Abrir completamente a fralda nova;
20. Colocar metade da fralda limpa debaixo do utente;
21. Rodar o utente na sua direção;
22. Retirar a outra metade da fralda limpa de debaixo do utente; Deitar o utente
de costas e colar as fitas adesivas em ambos os lados da fralda.

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3.12. Outros dispositivos de apoio à eliminação - noções básicas

Tubo de consistência variável com, no


mínimo, duas pontas, uma das quais é
introduzida na bexiga e a outra, na
extremidade oposta, fica ligado a um
saco, no qual se vai depositar a urina e
que está marcado com uma escala de
modo a facilitar a medição da diurese.
Pode ser utilizada de modo transitório em
utentes que sofrem de incontinência não
tratável por outros meios, que têm
úlceras de pressão, dermatites
importantes, ou em utentes em estado
Algália terminal. Não é um método recomendável
para o controle da incontinência, já que
tem inconvenientes importantes, como o
risco de infeções urinárias ou o
desaparecimento da vontade de urinar.

A sonda rectal é indicada para aliviar a


tensão provocada por gases e líquidos no
intestino grosso. Utilizável também para
retirada de conteúdo fecal através do reto

Sonda rectal

Existem vários tipos de sacos adaptados às


diversas necessidades e tamanhos dos estomas.

Uma peça – Dispositivo constituído por saco e

peças – Dispositivos em que a placa pode


permanecer vários dias (dispositivo que irá fazer
a aderência à pele), sendo só substituído o saco, Sacos de urostomia
ou seja, o saco e a placa encontram-se
separados. A substituição do saco deverá ser
realizada preferencialmente à hora do banho,
sendo mais fácil descolar o adesivo da placa que
se encontra aderente a pele da pessoa.

O catéter de nefrostomia é um tubo flexível Sacos de nefrostomia


colocado dentro do rim para drenar urina retida
por causa de uma obstrução nos ureteres. O
cateter será ligado a uma bolsa de drenagem, e
a urina será drenada do organismo para dentro
da bolsa. Uma complicação que pode ocorrer
com um catéter de nefrostomia é a infeção da
pele ao redor do local do cateter ou do rim. É
importante manter a área limpa e o curativo
intacto.

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Sacos de colostomia Regra geral, as colostomias utilizam saco
fechado e com filtro. No entanto, as
colostomias com fezes líquidas ou
semilíquidas poderão utilizar saco aberto
com ou sem filtro. Torna-se necessário
que o saco adira perfeitamente à pele,
evitando qualquer fuga de fezes. A
remoção do saco faz-se de cima par
abaixo, com suavidade. Enquanto uma
mão puxa o saco para descolar, em
sentido descendente, a outra ajuda,
segurando a pele repuxada e
acompanhando a descolagem até ao fim.
Todo o tipo de saco deve ser mudado
diariamente, quando se encontre a meio
da sua capacidade e sempre que se
verifique infiltração de fezes entre a
superfície de colagem e a pele.

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BIBLIOGRAFIA

Nórbrega, S. S. da & SILVA, L. W. S. (2009). Banho no Leito, Complexidade ou


Simplicidade: A ótica do olhar científico. Trabalho 2918 apresentado no 61º
Congresso Brasileiro de Enfermagem intitulado: Transformação Social e
Sustentabilidade Ambiental. Fortaleza: Centro de Convenções do Ceará. pp. 1-18.

AA VV: Manual de normas de enfermagem: procedimentos técnicos, Ministério da


saúde, 2008 AA VV: Manual de processos-chave: Lar residencial, Programa de
cooperação para o desenvolvimento da qualidade e segurança das respostas sociais,
Instituto da Segurança Social, 2005

Aleixo, Fernando, Manual de Enfermagem, Ed. Centro Hospitalar do Barlavento


Algarvio., EPE, 2007

Aleixo, Fernando, Manual do Assistente Operacional, Ed. Centro Hospitalar do


Barlavento Algarvio., EPE, 2008

Sites Consultados

Ordem dos Enfermeiros http://www.ordemenfermeiros.pt/

Portal da saúde http://www.portaldasaude.pt/

http://www.arsalgarve.min-saude.pt/wp-
content/uploads/2016/12/Manual_de_Procedimentos_de_Higienizacao_e_Limpeza_p
ara_controlo_de_infecao_nos_Servicos_de_Radiologia_da_ARS_Algarve.pdf

file:///E:/UFCD%206574/Manual-Ufcd-6574-Cuidados-Na-Higiene-Conforto-e-
Eliminacao.pdf

http://www.catalogo.anqep.gov.pt/Ufcd/Detalhe/6586

http://tecnicos-auxiliares-de-saude2.blogspot.com/2013/01/urinolarrastadeira.html

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