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A obsessão no Centro Espírita

Quando se fala em Obsessão, sempre nos lembramos dos assistidos numa casa espírita. Numa primeira análise, pode parecer
que os trabalhadores da casa estejam livres dessa problemática espiritual.
O problema da obsessão é muito mais profundo, porque vem de encontro à psique humana, aos nossos sentimentos,
comportamentos, e tudo isso nos afeta muito além do corpo físico, atingindo nosso perispírito e, portanto, chegando ao
nosso Espírito.
Dona Mercedes procurou uma casa espírita para encontrar uma solução para seus desequilíbrios, conflitos internos, através
do conselho de uma amiga. Provavelmente Dona Mercedes estivesse com um problema de obsessão, o que iria provocar
algumas mudanças em sua vida.
Ela foi em busca dessa salvação e, através dos tratamentos espirituais, junto com o tratamento médico, procurou assistir às
palestras, realizar cursos e tudo o que uma casa espírita bem dirigida tem a oferecer. Por fim, Dona Mercedes conseguiu a
pretendida cura.
Estava muito feliz, pois encontrara o caminho que tanto procurara: uma doutrina de paz, amor, muito trabalho, com um
ensino lógico e profundo sobre os problemas que se lhe apresentaram. Ela, agora, trabalhando na seara espírita há alguns
anos, se sentia muito bem e, por que não dizer, realizada nesse quesito de sua vida.
Um bom período se passou…
Tudo estava perfeito até o momento em que começaram a chegar os testes que a espiritualidade procura realizar nas nossas
vidas para avaliar se estamos realmente vivendo os ensinamentos recebidos.
Num determinado trabalho do qual participava, o Sr. Osvaldo, dirigente do trabalho, chamou-lhe a atenção para que
corrigisse um comportamento inadequado durante uma atividade executada e sugeriu a ela que fizesse um tratamento
espiritual para se equilibrar, pois realmente estava precisando deste tratamento. Dona Mercedes se sentiu “ofendida” com a
colocação do companheiro de trabalho: “onde já se viu isso, eu, uma trabalhadora da doutrina, precisar de tratamento? Isso é
coisa para assistido e não para mim”. A falta de polidez do companheiro de trabalho, aliada à suscetibilidade ferida de
trabalhadora da casa, acabaram por levá-la a um sentimento de revolta.
Começou nesse momento um desiquilíbrio que, se não interrompido pela humildade em reconhecer a necessidade de
ocasionais tratamentos e entender ela o seu colega trabalhador, perdoando-o pela forma não muito elegante com que lhe foi
colocada a situação, esse desequilíbrio, passo a passo, poderia causar uma perturbação espiritual que, se não tratada,
evoluiria para uma obsessão. Não foi o caso de Dona Mercedes, mas, em alguns casos, chega-se à Fascinação, e o
trabalhador pode perder o total controle sobre si mesmo, vivendo uma realidade à parte.
No momento, o trabalhador não é capaz de perceber o envolvimento perturbatório dos irmãos inferiores e isso pode
transformar-se numa perturbação muito grave. A Fascinação, como nos ensina Kardec, é um estágio muito perigoso para o
trabalhador da Doutrina espírita.
O trabalho espiritual fica comprometido, os resultados esperados ficam aquém do que se espera, tanto no mundo físico
como no espiritual.
O resultado foi a Dona Mercedes se afastar do trabalho, e, sem perceber, acabou voltando ao ponto de partida, quando se
iniciou na casa espírita.
Jesus nos ensina que devemos Orar e Vigiar, e esse ensinamento se aplica a todos nós, trabalhadores e assistidos numa casa
espírita. Caridade no falar e caridade no ouvir.
Depois dos desequilíbrios e de alguns sofrimentos, Dona Mercedes foi realizar novamente o tratamento, seguindo toda a
caminhada inicial para, então, poder voltar ao trabalho, reconhecendo a necessidade de vencer o orgulho, a vaidade e
desenvolver sempre a humildade e a paciência, com muito amor.
Seu Osvaldo também aprendeu a lição da caridade no falar.
Assim, na casa espírita, dia após dia vamos aprendendo as lições de Jesus no fundo do nosso ser, no encontro do trabalho
que se nos apresenta como mola propulsora para o desenvolvimento espiritual e, por fim, para a nossa tão almejada
evolução.
Estudar sempre é uma lei, mas viver esse estudo, dia após dia, nos ensina o Grande Mestre de Lion, Allan Kardec.

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