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SINODALIDADE E
CONVERSÃO PASTORAL
104 Páginas
184 Páginas
A PAULUS apresenta com exclusividade o novo material de iniciação à vida cristã para perseverança!
Rotas de navegação é uma proposta para as comunidades que querem trabalhar de forma ousada a evangelização
da juventude, segundo a mentalidade da “Igreja em saída” do Papa Francisco. Indicada para jovens de 11 a 22 anos,
a obra oferece uma catequese mistagógica, comunitária e formadora de verdadeiros discípulos missionários.
Comece já a sua rota na perseverança, rumo ao encontro com o Cristo Jovem!
“Nossa vida nesta realidade é uma travessia para a vida eterna; por isso,
precisamos de orientações para encontrar a rota certa.”
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Prezadas irmãs,
prezados irmãos, graça e paz!
Iniciamos um novo ano. O tempo se abre sinodal (cf. Lumen Gentium) e a necessidade
como possibilidade de reavivarmos o dom de renovação, de modo que a mensagem da
que recebemos de Deus, como bem lem- salvação não seja aprisionada (cf. 2Tm 2,9),
bra o apóstolo são Paulo na carta a Timóteo: mas toque o coração da humanidade hoje.
“reacenda o dom de Deus, que está em você” À luz do Concílio, também as Conferências
(2Tm 1,6). Reacender o dom é deixar que o Episcopais da América Latina e do Caribe
Espírito nos ilumine para que nossas forças intensificaram o dinamismo eclesial, convo-
não sejam empregadas em vão. Há em nós cando os seus membros a viverem no es-
uma centelha divina que nos faz enxergar pírito de comunhão e participação. Merece
para além dos desânimos e fadigas do coti- especial destaque as Conferências de Puebla
diano. É hora de levantar a cabeça, com os (1979) e de Aparecida (2007).
pés firmes na realidade e ver os horizontes de Nessa perspectiva, o Cônego Sérgio Con-
esperança que se apresentam para nós. rado discorre em seu artigo sobre a sinodali-
De fato, é a esperança que move a vida dade como o caminho que Deus espera da
cristã. Somos o povo da espera (Ex 3,7-14) Igreja hoje. Para tanto, adverte sobre a ne-
e, à semelhança dos primeiros discípulos de cessidade de verdadeira conversão pastoral,
Jesus, carregamos em nós a força e a capa- evidenciando, assim, o que Francisco tem
cidade de sempre recomeçar. No evento da insistido desde o início de seu pontificado.
cruz, o grande sinal da revelação plena do Para Faustino Teixeira, a grande riqueza do
amor, quando tudo parecia terminado, foi pensamento do pontífice está em defender o
então que tudo começou (Lc 24,13-35). desafio dialogal, o respeito à consciência e o
Para nós, o passado e o futuro são horizon- direito ao pluralismo religioso, como expres-
tes que apontam para a esperança. sões do anúncio, pontuado pelo testemunho,
É nessa perspectiva que Vida Pastoral pela solidariedade e pela acolhida. Pe. Elcio
inicia o ano de 2020, com o espírito reno- Cordeiro, por sua vez, apresenta uma carac-
vado. Na esteira do dinamismo do apóstolo terística peculiar da missão de Francisco, a
são Paulo e em sintonia com o pensamento sua especial ternura pelos preferidos de Je-
do papa Francisco, o tema de capa desta sus, os pobres. Finalmente, numa perspectiva
edição trata de um assunto fundamental de abertura e acolhida, pe. Erivaldo Dantas
para o anúncio integral do evangelho: sino- alarga a compreensão de uma das expressões
dalidade e conversão pastoral. mais marcantes do pontificado de Francisco,
Sinodalidade provém da palavra sínodo, a “Igreja em saída”, como uma Igreja decidi-
que significa caminho feito juntos. Sabe-se damente missionária, capaz de sair da autor-
que os primeiros seguidores de Jesus eram referencialidade.
identificados pela característica de caminhar Para os roteiros homiléticos, acolhemos
juntos (At 9,2; 22,4). Apesar das persegui- a preciosa colaboração de pe. Francisco
ções, que não eram poucas, os discípulos Cornélio, que irá nos brindar com suas re-
caminhavam unidos, sabendo que a con- flexões durante este ano.
dição humana está destinada para a vida, e Boa leitura!
não para a morte. O Concílio Vaticano II Pe. Antonio Iraildo Alves de Brito, ssp
expressou bem a dimensão de uma Igreja Editor
Jornalista Responsável
PAPA FRANCISCO
Valdir José de Castro, ssp E OS POBRES........................................................................................ 22
Editor Elcio A. Cordeiro
Antonio Iraildo Alves de Brito, ssp
Imagem da Capa
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Sinodalidade
e conversão pastoral
O artigo discorre sobre a realidade
da sinodalidade como o caminho
que Deus espera da Igreja hoje se houver
verdadeira conversão pastoral.
CÓDIGO de Direito Canônico. Cân. 439, 1; 440, 1; 337, 1; 342; 460. Disponível em: <https://
domtotal.com/direito/pagina/detalhe/31867/codigo-de-direito-canonico#ancora-158>.
Acesso em: 16 ago. 2019.
CONCÍLIO ECUMÊNICO VATICANO II. Constituição Dogmática Dei Verbum sobre a revelação
divina. Disponível em: <http://www.vatican.va/archive/hist_councils/ii_vatican_council/
documents/vat-ii_const_19651118_dei-verbum_po.html>. Acesso em: 16 ago. 2019.
______. Constituição Sacrosanctum Concilium sobre a sagrada liturgia. Disponível em: <http://www.
vatican.va/archive/hist_councils/ii_vatican_council/documents/vat-ii_const_19631204_sa-
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CONGREGAÇÃO PARA A DOUTRINA DA FÉ. Carta aos bispos da Igreja católica sobre alguns
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CONSELHO EPISCOPAL LATINO-AMERICANO (CELAM). Documento de Aparecida: texto
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JOÃO PAULO II, São. Carta apostólica Novo Millennio Ineunte, 2001. Disponível em: <http://w2.
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SCHERER, Dom Odilo Pedro. Quantos vão à missa? O São Paulo, São Paulo, edição 3.253,
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Acesso em: 16 ago. 2019.
SÍNODO ARQUIDIOCESANO DE SÃO PAULO, 2018-2020. Pesquisas sobre a vida e a ação
pastoral da Arquidiocese de São Paulo. São Paulo: Educ, 2019.
VALADEZ FUENTES, Salvador. Espiritualidade pastoral: como superar uma pastoral “sem alma”?
São Paulo: Paulinas, 2008.
cultivo e agora “volta com júbilo de alegria”, trazendo nos braços os frutos
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da colheita e se dispondo a partilhá-los. É “tempo de colher”, “tempo de partilhar”,
0800-164011 e de ver realizado o que canta o poeta: “Renova-se a esperança. Nova aurora
paulus.com.br a cada dia. E há que se cuidar do broto, para que a vida dê flor e fruto”.
Francisco e o
pluralismo religioso
*Faustino Teixeira é professor convidado do Programa de Pós-Graduação em Ciência da Religião da Universidade Federal de Juiz de Fora (MG).
É pesquisador do CNPq. Dentre suas linhas de pesquisa, destacam-se: teologia das religiões, diálogo inter-religioso e mística comparada das
religiões. É autor de vários livros, entre os quais Buscadores cristãos no diálogo com o islã, publicado pela Paulus. E-mail: flcteixeira@icloud.com
INTRODUÇÃO
O pluralismo religioso emerge hoje to peculiar de lidar com o outro e com as
como uma das questões mais essenciais do espécies companheiras. A teologia se deu
século XXI. Não há como pensar nosso conta da importância desse tema, situan-
tempo fora desse desafio fundamental, que do-o como o novo horizonte da reflexão
insere as pessoas num novo campo de re- e entendendo-o como algo que “corres-
lação, envolvendo a consciência num jei- ponde a uma vontade misteriosa de Deus”
pontificado. Francisco tem plena cons- O novo logotipo dessa busca de paz é o
ciência de que o pluralismo não é um ramo de oliveira, como indicou Francisco
mal, mas algo de profundo e bonito, que em seu discurso no importante encontro
advém do querer mais sagrado de Deus. inter-religioso de Abu Dhabi, em feverei-
O pluralismo é, sobretudo, um valor sa- ro de 2019 (FRANCISCO, 2019a). Ele
grado. No recente documento sobre a explica essa simbologia:
fraternidade humana, assinado por Fran-
cisco e o grão-imã de Al-Azhar, Ahmad Segundo a narração bíblica, para preser-
Al-Tayyeb, assinala-se que var a humanidade da destruição, Deus
pede a Noé para entrar na arca com sua
a liberdade é um direito de toda pes- família. Hoje também nós, em nome
soa: cada um goza da liberdade de de Deus, para salvaguardar a paz, pre-
credo, de pensamento, de expressão e cisamos entrar juntos, como uma única
ação. O pluralismo e as diversidades família, numa arca que possa sulcar os
de religião, de cor, de sexo, de raça e mares tempestuosos do mundo: a arca
de língua fazem parte daquele sábio da fraternidade (FRANCISCO, 2019a).
desígnio divino com que Deus criou
os seres humanos (FRANCISCO; Nesse mesmo encontro, Francisco fala
AL-TAYYEB, 2019). da importância atual de uma “coragem da
alteridade”, para além dos fundamentalis-
Em um exemplo bonito, expresso no mos e afirmações identitárias. Este é o de-
diálogo com os judeus e em sintonia com safio maior: um “diálogo diário e efetivo”
João Paulo II, o papa Francisco recorda que que, sem desconhecer o essencial valor
“a Aliança com Deus nunca foi revogada” das convicções, possa igualmente aconte-
(FRANCISCO, 2013b, p. 138 – EG 247). cer na abertura plural e no “pleno reco-
Algo semelhante tinha dito João Paulo II nhecimento do outro” e da sua liberdade
aos representantes da comunidade judaica (FRANCISCO, 2019a). O caminho que
de Roma, em abril de 1986, quando as- se apresenta é o da abertura à pluralidade
sinalou que os judeus são portadores de religiosa, que convoca à “coragem da al-
uma “vocação irrevogável” (PCDI, 1994, p. teridade”, e não se confunde nem com a
395). Era o passo que preparava a consciên- “uniformidade forçada” nem com o “sin-
cia de abertura da Igreja católica ao plura- cretismo conciliador”.
lismo religioso. Assim como o judaísmo, as
religiões são igualmente portadoras de um 4. O CAMINHO DO DIÁLOGO
patrimônio irrevogável. Sábia é a percep- E DA ACOLHIDA DA ALTERIDADE
ção do Talmude, em sua vocação herme- Em seu encontro com os núcleos in-
nêutica e sua explosiva leitura da palavra telectuais e dirigentes do Brasil no Tea-
do Senhor: “Palavra de uns e de outros, pa- tro Municipal do Rio de Janeiro, em
lavras do Deus vivo” (QUAKNIN, 2001, p. julho de 2013, o papa Francisco falou
64; OZ, 2017, p. 66). com vivacidade acerca de sua convicção
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ARIAS, Juan. Radiografia do fanático “que só sabe contar até um”. El País – Brasil, São Pau-
lo, 28 jun. 2019. Disponível em: <https://brasil.elpais.com/brasil/2019/06/28/opi-
nion/1561729358_471944.html>. Acesso em: 30 jun. 2019.
BAUMAN, Zygmunt. Comunidade: a busca de segurança no mundo atual. Rio de Janeiro: Jorge Zahar,
2003.
BERGER, Peter L. Os múltiplos altares da modernidade: rumo a um paradigma da religião numa
época pluralista. Petrópolis: Vozes, 2017.
FRANCISCO, Papa. Palavras do papa Francisco no Brasil. São Paulo: Paulinas, 2013a.
______. Exortação apostólica Evangelii Gaudium sobre o anúncio do evangelho no mundo atual. São
Paulo: Paulus; Loyola, 2013b.
Papa Francisco, um nome nunca visto Discreto, mas assíduo na missão, o padre, o
na história dos papas. Identificado com a bispo, o arcebispo jamais deixou de estar en-
rua, com os pobres, com os sapatos pretos... tre os mais pobres. O primeiro papa latino-a-
uma vida simples. Sua família, de migran- mericano, o primeiro papa a escolher para si
tes italianos, instalou-se em Buenos Aires e o nome de Francisco, o 266º papa na história
dali jamais saiu. Na escola, Jorge compor- da Igreja católica, continuou ao lado dos mais
tou-se como “suficiente” – era o conceito pobres, como sempre fizera em sua vida.
que se dava na época. Entre o gosto pela li- Desde o início de seu pontificado, Fran-
teratura, pela química e pela medicina, de- cisco tem destacado a ideia de que a Igreja
cidiu entrar para o seminário para estudar necessita abrir-se às realidades sofridas, ir
“medicina da alma” (HIMITIAN, 2013). em busca dos mais pobres. Existe grande
Sempre se mostrou de fácil amizade, esforço para resgatar qualidades e caracte-
simples, não se destacava entre os demais, rísticas da Igreja primitiva, bem como va-
era mediano. A primeira grande decisão de lores, pensamentos, atitudes e ações ineren-
sua vida foi o ingresso no seminário: “Na- tes ao bem comum e à busca de vida digna
quela tarde de 1957 a vida de Jorge Ber- para todos. Entre vários conselhos, o papa
goglio mudou para sempre.Tinha decidido Francisco incita os cristãos a estarem aten-
se tornar sacerdote e comunicou isso aos tos a uma fé segura em Jesus Cristo:
amigos em um velho casarão do bairro de
Flores, entre a Carabobo e a Alberdi” (HI- A convicção de uma fé que faz grande
MITIAN, 2013, p. 26). e plena a vida, centrada em Cristo e
já não se ouve a voz de Deus, já não se mismo missionário que leve a dignidade
goza da doce alegria do seu amor, nem aos mais pobres.
fervilha o entusiasmo de fazer o bem.
Este é um risco, certo e permanente, que Não devem subsistir dúvidas nem expli-
correm também os crentes (FRANCIS- cações que debilitem esta mensagem cla-
CO, 2013b, p. 4). ríssima. Hoje e sempre, os pobres são os
destinatários privilegiados do evangelho, e
Os cristãos são instigados a viver na par- a evangelização dirigida gratuitamente a
tilha, sem excluir ninguém, sendo atrativos eles é sinal do reino que Jesus veio trazer.
pelo testemunho: “Com obras e gestos, a Há que afirmar sem rodeios que existe
comunidade missionária entra na vida dos um vínculo indissolúvel entre a nossa fé
outros, encurta as distâncias, abaixa-se – se e os pobres. Não os deixemos jamais sozi-
for necessário – até a humilhação e assu- nhos (FRANCISCO, 2013b, p. 42)!
me a vida humana, tocando a carne sofre-
dora de Cristo no povo” (FRANCISCO, O papa Francisco insiste no olhar e
2013b, p. 22). prontidão do discípulo missionário para
Constantemente, o papa do povo cha- agir, estar com aqueles com quem Jesus
ma a Igreja para tomar para si o desejo de Cristo esteve; naquela atenção amigável,
ir ao encontro dos mais pobres, falando em que percebe o outro não com indiferen-
uma linguagem simples de “Igreja em saí- ça, mas como pessoa humana em todas as
da” diante da realidade contemporânea:1 situações: injustiças, falta de moradia e de
terra, sede, fome...:
A Igreja “em saída” é uma Igreja com as
portas abertas. Sair em direção aos ou- Não se pode tolerar mais o fato de se
tros para chegar às periferias humanas lançar comida no lixo, quando há pes-
não significa correr pelo mundo sem soas que passam fome. Isso é desigual-
direção nem sentido. Muitas vezes é dade social. Hoje, tudo entra no jogo da
melhor diminuir o ritmo, pôr à parte a competitividade e da lei do mais forte,
ansiedade para olhar nos olhos e escutar, onde o poderoso engole o mais fraco.
ou renunciar às urgências para acompa- Em consequência dessa situação, gran-
nhar quem ficou caído à beira do cami- des massas da população veem-se ex-
nho (FRANCISCO, 2013b, p. 40). cluídas e marginalizadas: sem trabalho,
sem perspectivas, num beco sem saída
A Igreja deve ser como uma casa de to- (FRANCISCO, 2013b, p. 48).
dos, da qual participa, de uma forma ou
de outra, a totalidade dos seres humanos. Ninguém pode sobrar: há no mundo
Todos são convocados a assumir um dina- lugar para todos viverem com dignida-
de. Existe, no fundo, grande crise de hu-
1
“Sobretudo num mundo onde frequentemente se eleva a riqueza manidade, na qual se nega o ser humano,
ao nível de primeiro objetivo, o que faz com que as pessoas se
fechem em si mesmas” (FRANCISCO, 2018b, p. 1). o que é altamente reprovável no mundo
água, incluindo as causadas por micro- somos instigados a ser familiares3 das causas
-organismos e substâncias químicas. A natural-humanas.
diarreia e a cólera, devidas a serviços Trabalhar em favor dos pobres é traba-
de higiene e reservas de água inade- lhar pelo evangelho. O papa Francisco, em
quadas, constituem um fator signifi- 2017, instituiu o Dia Mundial dos Pobres,
cativo de sofrimento e mortalidade celebrado no domingo antecedente à so-
infantil (FRANCISCO, 2015, p. 26). lenidade de Cristo Rei (no mês de no-
vembro), para relembrar o compromisso
Esse problema acarreta grande degra- evangélico que os cristãos possuem com os
dação social e, por consequência, constitui mais necessitados.
uma ruptura com os mais pobres. Se não
se cuida do meio ambiente, indiretamente [...] quis oferecer à Igreja o Dia Mun-
não se cuida do ser humano,2 pois este é dial dos Pobres, para que as comunida-
afetado diretamente pelos impactos negati- des cristãs se tornem, em todo o mundo,
vos causados àquele. cada vez mais e melhor sinal concreto
da caridade de Cristo pelos últimos e
Gostaria de assinalar que muitas vezes os mais carentes. Quero que, aos outros
falta uma consciência clara dos pro- Dias Mundiais instituídos pelos meus
blemas que afetam particularmente os predecessores e sendo já tradição na
excluídos. Estes são a maioria do pla- vida das nossas comunidades, se acres-
neta, vários bilhões de pessoas. Hoje cente este, que completa o conjunto de
são mencionados nos debates políticos tais dias com um elemento requintada-
e econômicos internacionais, mas com mente evangélico, isto é, a predileção
frequência parece que os seus proble- de Jesus pelos pobres (FRANCISCO,
mas são colocados como um apêndice, 2017, p. 4).
como uma questão que se acrescenta
quase por obrigação ou periferica- A ideia é construir uma cultura do en-
mente, quando não são considerados contro, perceber Jesus Cristo no rosto do
meros danos colaterais (FRANCISCO, outro que se apresenta necessitado. O con-
2015, p. 39). vite é para todos,4 para que partilhem fra-
ternalmente com momentos de encontro,
O universo, a terra, o ar, as plantas, a diálogo, ajuda mútua...
água... constituem uma herança comum,
da qual todos precisamos cuidar; não há 3
A grande família do mundo, que são todos e, também, a família do
espaço para relativizações. Com o trabalho lar: “[...] as famílias magnânimas e solidárias abrem espaço aos pobres,
são capazes de tecer uma amizade com aqueles que estão vivendo
de nossas mãos e a reflexão de nossa mente, pior do que elas” (FRANCISCO, 2016, n. 183).
4
“Que este novo Dia Mundial se torne, pois, um forte apelo à nossa
consciência crente, para ficarmos cada vez mais convictos de que
partilhar com os pobres permite-nos compreender o evangelho na
2
“Além disso, sabemos que se desperdiça aproximadamente um terço sua verdade mais profunda. Os pobres não são um problema: são
dos alimentos produzidos, e a comida que se desperdiça é como se um recurso de que lançar mão para acolher e viver a essência do
fosse roubada da mesa do pobre” (FRANCISCO, 2015, p. 40). evangelho” (FRANCISCO, 2017, p. 6).
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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______. Exortação apostólica Evangelii Gaudium sobre o anúncio do evangelho no mundo atual. São
Paulo: Paulinas, 2013b.
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co_esortazione-ap_20160319_amoris-laetitia.html>. Acesso em: 19 ago. 2019.
______. Mensagem para o I Dia Mundial dos Pobres, 19 nov. 2017. Disponível em: <http://w2.vati-
can.va/content/francesco/pt/messages/poveri/documents/papa-francesco_20170613_mes-
saggio-i-giornatamondiale-poveri-2017.html>. Acesso em: 25 jun. 2019.
______. Exortação apostólica Gaudete et Exsultate sobre o chamado à santidade no mundo atual. Bra-
sília, DF: CNBB, 2018a.
______. Mensagem para o II Dia Mundial dos Pobres, 18 nov. 2018b. Disponível em: <http://w2.
vatican.va/content/francesco/pt/messages/poveri/documents/papa-francesco_20180613_
messaggio-ii-giornatamondiale-poveri-2018.html>. Acesso em: 25 jun. 2019.
______. Exortação apostólica pós-sinodal Christus Vivit aos jovens e a todo o povo de Deus. Brasília, DF:
CNBB, 2019a.
______. Mensagem para o III Dia Mundial dos Pobres, 17. nov. 2019b. Disponível em: <http://w2.
vatican.va/content/francesco/pt/messages/poveri/documents/papa-francesco_20190613_
messaggio-iii-giornatamondiale-poveri-2019.html>. Acesso em: 25 jun. 2019.
HIMITIAN, Evangelina. O papa do povo. Tradução de Maria Alzira Brum Lemos; Michel Teixeira.
Rio de Janeiro: Objetiva, 2013.
cristianismo, evangelizar era despertar para sem olhar nossas imperfeições, nos oferece
a liberdade e passar a pensar livremente, sua proximidade, sua Palavra, sua força, e dá
com o decorrer do tempo, paradoxalmen- sentido à nossa vida” (EG 121). Ou seja, é
te, evangelizar significou impor um sistema “ter a disposição de levar aos outros o amor
de pensamento feito, isto é, doutrinalmente de Jesus; e isso sucede espontaneamente em
sistematizado (COMBLIN, 2011, p. 222). qualquer lugar: na rua, na praça, no traba-
Contudo, para Francisco, assumir um es- lho, num caminho” (EG 127). Diante dos
tilo missionário é fazer que a mensagem desafios da missão, o papa convida a Igreja
do evangelho “chegue realmente a todos, a uma “saída” missionária. Isso se traduz em
sem exceções nem exclusões” (EG 35), de sair da própria comodidade e ter a coragem
modo que a mensagem evangélica se torne de alcançar todas as periferias que precisam
mais convincente e radiosa. Porque, “quan- da luz do evangelho (cf. EG 20).
do a pregação é fiel ao evangelho, manifes- Contudo, Francisco ressalta que “sair em
ta-se com clareza a centralidade de algumas direção aos outros para chegar às periferias
verdades e fica claro que a pregação moral humanas não significa sair pelo mundo sem
cristã não é uma ética estoica [...] não é direção nem sentido” (EG 46). “Igreja em
uma mera filosofia prática, nem um catálo- saída” é, antes, na visão do papa Francisco,
go de pecados e erros” (EG 39). uma Igreja que sai da comodidade dos seus
Francisco deseja, portanto, que a Igreja, templos para ir ao encontro dos menos
seguindo o modelo de uma relação ecle- favorecidos da sociedade, mas é também
sial “aberta”, leve a todos “a consolação e uma Igreja capaz de abrir suas portas para
o estímulo do amor salvífico de Deus, que acolher todos aqueles que queiram entrar,
opera misericordiosamente em cada pes- sem a necessidade de uma “vistoria alfan-
soa, para além dos seus defeitos e das suas degária” ou de bater à porta e perguntar se
quedas” (EG 43). Entretanto, isso só será é permitido entrar ou não. Porque, muitas
possível se a Igreja reconhecer que jamais vezes, a Igreja age como controladora da
poderá optar pela rigidez autodefensiva ou graça, e não como facilitadora. A respeito
refugiar-se nas próprias seguranças (cf. EG disso, Francisco não deixa dúvidas: “a Igre-
45). Com efeito, infelizmente, “há estrutu- ja não é uma alfândega, mas a casa paterna,
ras eclesiais que podem chegar a condicio- onde há lugar para todos com a sua vida
nar o dinamismo evangelizador” (EG 26) fatigosa” (EG 47).
e, desse modo, impedir o processo de reno- A Igreja deve tornar-se uma casa aberta
vação da Igreja, conduzindo-a a um estado a todos, de modo especial aos mais fragi-
permanente de relação social “fechada” e lizados, promovendo sempre uma relação
separando-a das pessoas, como se a Igreja “aberta” e não “fechada”, porque, quando
fosse “um grupo de eleitos que olham para se fecha em si mesma, ela limita ou sujeita
si mesmos” (EG 28). a participação das pessoas na vida eclesial,
O pontífice afirma que “todos somos criando uma separação entre os que são
chamados a dar aos outros o testemunho fiéis à ortodoxia e os que são julgados pela
explícito do amor salvífico do Senhor, que, ortodoxia. “Igreja em saída” é missão, e
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e à noite (Completas).Um auxílio para rezar a oração comunitária oficial da Igreja.
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o domingo
Folhetos Litúrgico-Catequéticos – Subsídios para comunidades de Fé
Os folhetos litúrgico-catequéticos da PAULUS visam ajudar as comunidades na experiência de fé, quando se reúnem em
torno da Palavra e da Eucaristia para celebrar o memorial da paixão, morte e ressurreição do Senhor.
O Domingo • Semanário Litúrgico-Catequético
Missão: Animar as comunidades que se reúnem para celebrar a Eucaristia. Traz os textos oficiais do Missal e do Lecionário,
cantos específicos e dois artigos: um bíblico, sobre o Evangelho do dia, e outro catequético.
O Domingo • Celebração da Palavra de Deus
Missão: Celebrar a presença de Deus na caminhada do povo, mediante a Liturgia da Palavra dominical. Específico para as
celebrações litúrgicas das comunidades sem padre. Além das partes fixas da celebração e das leituras, oferece artigo com
reflexão do Evangelho do dia.
O Domingo • Celebração da Missa com Crianças
Missão: Dinamizar a celebração eucarística com as crianças. As orações, músicas, ilustrações e a linguagem são próprias
para as crianças celebrarem a Missa com alegria e boa compreensão.
50 a 90 R$ 13,16
Ficai preparados, pois o Senhor virá que fazeis de nós uma só família, /
tercedendo por nós ao Pai!
coração, fonte de reconciliação e comunhão com Deus “Eis aqui a serva do Senhor” tende piedade de nós.
Vamos começar a missa! e com nossos irmãos e irmãs (pausa). Min: Deus tenha compaixão de Kyrie, Kyrie, / Kyrie eleison! (bis)
Padre: Senhor, que viestes ao mundo para nos salvar, defender, vitorioso tu serás. / nós, perdoe os nossos pecados e PR: Deus todo-poderoso tenha com-
Sugestões: 1) Colocar a coroa do Advento tende piedade de nós. Lutas com armas e poder, / o nos conduza à vida eterna. paixão de nós, perdoe os nossos pe-
250 a 490
acende a vela, enquanto todos cantam o refrão: “Deixa a luz e paz na terra aos homens por
R$ 11,41
Padre: Senhor, que vireis um dia para julgar as nossas
Espontânea do/a ministro/a.
do céu entrar, deixa a luz do céu entrar. Abre bem as portas
do teu coração e deixa a luz do céu entrar”.
obras, tende piedade de nós. ele amados. Senhor Deus, rei
MARIA, MÃE DE DEUS 4 1. Glória a Deus nos altos céus,
/ paz na terra a seus amados; /
Crianças: Senhor, tende piedade de nós. Min (ou Anim): Celebremos a dos céus, Deus Pai todo-pode- a vós louvam, rei celeste, / os que fo-
CD: AS CRIANÇAS CANTAM ADVENTO E NATAL - Missa: ADVENTO
Padre: Deus todo-poderoso tenha compaixão de nós, solenidade da Imaculada Con- roso: nós vos louvamos, nós vos ram libertados.
(Paulus) Sugestões e lembretes: 1) Antes do início 5. Povos da terra, louvai a Maria! /
perdoe os nossos pecados e nos conduza à vida eterna. ceição, na qual, como Igreja, bendizemos, nós vos adoramos, da celebração, pode-se cantar um refrão Ave, Maria! / Eternamente aclamai o 2. Deus e Pai, nós vos louvamos, /
1500 a 1990
escutar João. tíssimo, o Senhor; / com o Espírito
R$ 9,31
saudação (e a motivação), o presidente po-
que estais à direita do Pai, ten- Reunidos pela Eucaristia para ini-
Palavra de Deus DEUS Embora hoje a celebração esteja centralizada
de piedade de nós. Só vós sois
de convidar para os cumprimentos de feliz
ano-novo com muita paz. 5) No final da ciar o novo ano civil, somos acolhi-
divino, / de Deus Pai no esplendor. /
2. SaUdação iniCial na solenidade da Imaculada Conceição, Amém! (10x)
Animador(a): A Palavra nos convida
Nos Reúne pode-se acender a segunda vela da coroa do o santo, só vós, o Senhor, só celebração, pode-se distribuir uma flor ou
uma fita branca, como sinal da paz rece-
dos por Maria com carinho e amor
Padre: Queridas crianças, irmãos e irmãs, sede todos Advento, dizendo: BENDITO SEJAIS, DEUS
vós, o Altíssimo, Jesus Cristo, materno nesta solenidade em que ORAÇÃO DO DIA
a nos aproximarmos de Deus e nos DO AMOR, PELA LUZ DE CRISTO, SOL DE bida e do compromisso com ela ao longo
bem-vindos a esta celebração eucarística. Iniciemos em a invocamos como Mãe de Deus
deixarmos guiar por sua luz, para 1 Canto NOSSA VIDA, A QUEM ESPERAMOS COM com o Espírito Santo, na glória do ano.
5 PR: Ó Deus, que pela virgin-
2000 a 2990
e nossa. Neste DIA MUNDIAL DA
R$ 8,61
nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo.
que, vigilantes, nos preparemos com CD Festas Litúrgicas III, faixa 1 TODA A TERNURA DO CORAÇÃO. de Deus Pai. Amém. PAZ, peçamos à Virgem, nossa dade fecunda de Maria destes
Crianças: Amém.
esperança para a vinda de Jesus,
De alegria vibrei no Senhor, / 3 Ato Penitencial
Ritos Mãe, que nos acompanhe ao longo à humanidade a salvação eterna,
Padre: O Deus da esperança, que nos cumula de toda 5 Oração dai-nos contar sempre com a sua
alegria e paz em nossa fé, pela ação do Espírito Santo,
nosso salvador. Ouçamos.
pois vestiu-me com sua justiça,
Min: Irmãos e irmãs, arrependidos
Iniciais do ano e nos ajude a ser promoto-
res da paz. intercessão, pois ela nos trouxe o
esteja convosco. 4. leitURa (Is 2,1-5) / adornou-me com joias bonitas, Min: Ó Deus, fizestes a Virgem autor da vida. Por nosso Senhor
3000 a 3990
dos nossos pecados, roguemos CANTO DE ABERTURA
R$ 8,34
Crianças: Bendito seja Deus, que nos reuniu no amor / como esposa do rei me elevou. Maria ser concebida sem pecado ATO PENITENCIAL (cantado)
Jesus Cristo, vosso Filho, na uni-
Leitura do Livro do Profeta Isaías. – 1Visão de Isaías, filho (CD: FESTAS LITÚRGICAS I, faixa 1 – Paulus)
de Cristo. ao Pai por misericórdia (pausa). para que da Imaculada nascesse
(CD: N. SRA. DA CONCEIÇÃO APARECIDA E CAN-
dade do Espírito Santo.
de Amós, sobre Judá e Jerusalém. 2Acontecerá, nos últi últi- 1. Transborda o meu coração / em TAR A LITURGIA, melodia da faixa 10 – Paulus)
mos tempos, que o monte da casa do Senhor estará fir- fir belos versos ao rei, / um poema,
Cantemos. Jesus, vosso Filho. Pelos méritos 1 1. Tu és a glória de Jerusalém! /
Ave, Maria! / És a alegria do po- PR: Irmãos e irmãs, reconheça- AS: Amém!
Padre (ou animador/a): Com esta liturgia, iniciamos
memente estabelecido no ponto mais alto das montanhas uma canção / com a língua escre
(CD Festas Litúrgicas II, faixa 16 – Paulus)
previstos da vida e morte de Cristo, vo de Deus! / Ave, Maria! 3 mos as nossas culpas para cele-
novo ano litúrgico. O tempo do Advento nos ajuda a
e dominará as colinas. A ele acorrerão todas as nações, verei. / De todos és o mais belo, 1. Senhor, tende piedade / dos sua mãe jamais pecou. Dai a nós, 2. Tu és a honra da humanidade! / brarmos dignamente os santos mis- Liturgia
Acima de 5000
(rezado)
R$ 7,46
numerosos povos; estes transformarão suas espadas verdade a lutar, / a justiça a pecadores, tão humilhados! Cristo, nosso Senhor. As: Amém.
4. O que fizeste agradou ao Senhor! / 2. Cristo, Filho do homem, que co- de Maria, sua mãe. A exemplo dos
Padre: Irmãos e irmãs, queridas crianças, no início em arados e suas lanças em foices: não pegarão em Página 1
Ave, Maria! / Bendita sejas por Deus nheceis e compreendeis nossa fra- pastores, abramos o coração para
desta celebração eucarística, peçamos a conversão do armas uns contra os outros e não mais travarão combate. poderoso! / Ave, Maria! queza, / tende piedade de nós. acolher o Senhor, que vai nos falar.
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Esta revista bimestral traz artigos com temas pastorais, como teologia, espiritualidade,
ética cristã, Patrística, ministério presbiterial, catequese e muitos outros. O periódico
apresenta também roteiros homiléticos em sintonia com o magistério da Igreja, visando
contribuir para a formação dos agentes de pastoral.
como assinar?
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• O vencimento das parcelas acontece no dia 10 de cada mês.
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a missão está sempre relacionada com
o mundo. Não existe nenhuma missão
no abstrato, no vácuo, fora do tempo,
Cultura urbana:
do espaço e das culturas. Missão é o porta para o Evangelho
encontro de Deus com o mundo, do A conversão pastoral como chave
divino com o humano. Missão é um para a evangelização nas cidades
processo de integração, de relação, de
Leomar A. Brustolin e Leandro Luis B.
comunhão, de urgência, e não se reali- Fontana (orgs.)
za sem tensões e lutas (PANAZZOLO,
2006, p. 101).
novo de ver a Igreja, que deve levar a um aparelho de santificação cujos elementos
novo modelo eclesial” (KASPER, 2015, ativos seriam os membros da hierarquia
p. 56). Para lograr esse fim, é necessário (COMBLIN, 2011, p. 26).
romper com padrões e regras fortemente O propósito do papa Francisco com o
petrificadas que, em vez de unir o Povo processo de retomada do conceito de Povo
de Deus, separam, de modo que grande de Deus, à luz de uma “Igreja em saída”, é
parte do “povo batizado não sente sua atualizar com sabedoria um conceito que
pertença à Igreja, [e] isso se deve tam- tem suas raízes na Bíblia e foi consciente-
bém à existência de estruturas com clima mente discutido e assumido pelo Vaticano
pouco acolhedor em nossas paróquias e II, mas, infelizmente, foi mal interpretado
comunidades” (EG 63). Em virtude disso, por Roma durante a recepção do Con-
é preciso deixar claro que cílio, principalmente com o modelo de
teologia desenvolvido na América Latina.
a Igreja é para ele [Francisco] muito O papa Francisco tem presente que
mais do que uma instituição orgânica e “não podemos pretender que todos os
hierárquica, é sobretudo Povo de Deus povos dos vários continentes, ao exprimir
a caminho para Deus, povo peregrino e a fé cristã, imitem as modalidades adotadas
evangelizador que transcende também pelos povos europeus num determinado
toda a necessária expressão institucional tempo da história” (EG 118). Isso signifi-
[...]. Com base na sua teologia do Povo ca dizer que “não faria justiça à lógica da
de Deus, o papa Francisco opõe-se a encarnação pensar num cristianismo mo-
todo clericalismo [...]. O papa quer nocultural e monocórdico” (EG 117), ou
que todo o Povo de Deus participe da seja, pautado apenas numa única realidade
vida da Igreja: homens, mulheres, leigos cultural, como se esta tivesse a total au-
e clérigos, jovens e velhos (KASPER, toridade de se impor às demais. Na pers-
2015, p. 57). pectiva do papa Francisco, “o cristianismo
não dispõe de um único modelo cultural,
Isso significa dizer que “a Igreja deve mas ‘permanecendo o que é, na fidelidade
ser lugar da misericórdia gratuita, onde total ao anúncio evangélico e à Tradição
todos possam sentir-se acolhidos, amados, da Igreja, o cristianismo assumirá também
perdoados e animados a viver segundo o rosto das diversas culturas e dos vários
a vida boa do evangelho” (EG 114), de povos onde for acolhido e se radicar’”
modo que se possa suscitar na Igreja nova (EG 116). Desse modo, Francisco renova a
expressão da fé e da vida cristã que envol- esperança da doutrina conciliar, a mesma
va a totalidade do ser humano, o seu cor- que João XXIII havia orientado pensando
po inteiro, e não somente a razão abstrata longe, olhando para longe, olhando para o
ou científica (COMBLIN, 2000, p. 27). A mundo inteiro, e não mais simplesmente
Igreja é feita de pessoas humanas comple- para a Europa (COMBLIN, 2011, p. 14).
tas, com todo o seu ser e todo o seu agir. Francisco é o papa que leva a Roma
A Igreja não é composta somente de um a marcante experiência pastoral de uma
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
*Pe. Francisco Cornélio Freire Rodrigues é presbítero da Diocese de Mossoró-RN. Possui mestrado em Teologia Bíblica pela Pontificia Università
San Tommaso D’Aquino – Angelicum (Roma). É licenciado em Filosofia pelo Instituto Salesiano de Filosofia – Insaf (Recife) e bacharel em
Teologia pelo Ateneo Pontificio Regina Apostolorum (Roma). É professor de Antigo e Novo Testamentos na Faculdade Católica do Rio Grande
do Norte (Mossoró-RN). E-mail: francornelio@gmail.com
2. II leitura: At 10,34-38
A segunda leitura é um trecho do dis-
curso de Pedro na casa de Cornélio, o pri-
meiro pagão aceito oficialmente no cris-
tianismo sem passar pelo rito judaico da
Jesus é luz
e salvação do mundo
I. INTRODUÇÃO GERAL
Quarenta dias após o Natal, a Igreja ce-
lebra a festa da Apresentação de Jesus no
Templo. Essa festa surgiu no século IV, no
Oriente, sendo chamada de “festa do En-
contro”. Foi introduzida no Ocidente no
século VI, e no século X passou a ser uma
festa mariana, com o título de “festa da Pu-
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