Álgebra Linear

Aula 7: Cofatores
Prof. André Assumpção

I. Definição
Dada uma matriz quadrada Amxm, para um determinado valor aij dessa matriz,
o seu cofator será dado por:
Aij  (1)i  j .Dij
Sendo Dij o determinante da matriz resultante da retirada da linha i e da
coluna j.
Vejamos alguns exemplos:

3 2
Ex1.: Calcule o cofator A11 da matriz A   .
1 1
Vamos observar, primeiramente, como ficaria a matriz A com a retirada da
linha 1 e da coluna 1.
3 2
A 
1 1
Assim, percebe-se que a matriz resultante terá um único elemento e, portanto,
seu determinante será 1.
O cofator A11 será:
A11  (1)11.1  (1)2 .1  1.

Cabe destacar que o determinante da matriz resultante de A, com a retirada da

primeira linha e da primeira coluna também é denominado por menor
complementar do elemento a11.
 0 0 3
Ex2.: Determine o menor complementar do elemento a12, da matriz C   0 2 0 .
 1 0 0
Teremos que retirar a linha 2 e a coluna 2 da matriz B. Assim, teremos:
 0 0 3
C   0 2 0
 1 0 0
Portanto, o menor complementar do elemento a12, será

 0 0
det    0.
  1 0
O cofator do elemento a12 será A12  (1)1 2 .0  (1)3.0  0.
1 0 1 1
0 2 1 2
Ex3.: Determinar o cofator do elemento a23, da matriz C   .
1 1 0 1
 
1 2 1 2
O menor complementar do elemento a23 será

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1 0 1 1
0 2 1 2
1 0 1
det    det 1 1 1 =1.
1 1 0 1
  1 2 2
1 2 1 2
Portanto, A23  (1)2  3 .1  (1)5 .1  1.

II. Cálculo do determinante pelos cofatores

Os cofatores são uma importante ferramenta para o cálculo do determinante de

uma matriz, em especial, para as matrizes de ordem superior (ordem > 3).
Definimos o determinante pelos cofatores como o somatório do produto de cada
elemento de uma fila (linha ou coluna) pelos seus respectivos cofatores. Ou seja,
n
det A   aij . Aij
i 1

Vejamos o seguinte exemplo.

1 1 3
Ex4.: Calcular o determinante da matriz A   0 2  1 .
 1 2 1 
Vamos escolher a primeira linha para o cálculo do determinante. Veremos em
seguida que é possível escolher qualquer linha ou qualquer coluna para o cálculo do
determinante.
Uma vez escolhida a fila, faremos o cálculo dos cofatores de cada um de seus
elementos. Neste caso, teremos que calcular os cofatores A11, A12 e A13.

2  1
A11  (1)11.det    (1)2 .4  4.
2 1 
 0  1
A12  (1)1 2 .det    (1)3.(1)  1.
 1 1 
 0 2
A13  (1)1 3. det    (1)4 .2  2.
 1 2
Assim, o determinante da matriz A será

n
det A   aij . Aij  a11. A11  a12 . A12  a13. A13  1.4  1.1  3.2  4  1  6  11.
i 1

Vamos fazer o mesmo cálculo, porém, utilizando a coluna 1 da matriz A. Assim,

teremos que calcular os cofatores dos elementos A11, A21 e A31.
2  1
A11  (1)11.det    (1)2 .4  4.
2 1 

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1 3
A21  (1)2 1. det    (1)3.(5)  5.
2 1
1 3 
A31  (1)31. det    (1)4 .(7)  7.
2  1
Assim, o determinante da matriz A será

n
det A   aij . Aij  a11. A11  a21. A21  a31. A31  1.4  0.5  (1).(7)  4  0  7  11.
i 1

Vejamos outro exemplo.

1 1 1 2
0 2 1 2
Ex5.: Calcular o determinante da matriz A   .
2 1 1 0
 
1 1 2 0
Vamos escolher a terceira coluna para o cálculo do determinante. Observe que
será sempre mais vantajoso pegar uma fila que possua a maior quantidade de zeros,
pois assim, independente dos valores dos cofatores de elementos nulos, o produto
do cofator pelo ser respectivo elementos (sendo este zero) será nulo. Assim, bastará
calcular os cofatores dos elementos não nulos. Neste caso, teremos que calcular os
cofatores A13 e A23.

0 1 2
A13  (1) . det 2
1 3
1 1  (1) 4 .5  5.
1 2 1
1 1 1
A23  (1) . det 2
23
1 1  (1)5 .(1)  1.
1 2 1

Assim, o determinante da matriz A será

n
det A   aij . Aij  a13. A13  a23. A23  a33. A33  a43. A43  2.5  2.(1)  0. A33  0. A43  10  2  8.
i 1

III. Matriz Cofatora

Denominamos por Matriz Cofatora de uma matriz quadrada A mxm, uma outra
matriz quadrada cujos elementos são os cofatores dos elementos correspondentes da
matriz A. Ou seja,

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1 3 0
Dada a matriz A  1 2 1 , a matriz cofatora de A será dada por
0 1 1

 2 1 1 1 1 2
   
 1 1 0 1 0 1
 1 1 1 
 3 3 
  3 1  1.
0 1 0 1
Co A =     
 1 1 0 1 0 1
 3  1  1
 3 0 1 0 1 3 
 2  
2 
 1 1 1 1
Para justificar o resultado acima, vamos observar o seguinte. Sabemos que o
cofator de um determinado elemento aij da matriz é Aij  (1)i  j .Dij . Assim, para uma
matriz quadrada de ordem 3, teremos
 a11 a12 a13 
A  a 21 a 22 a 23 
a31 a32 a33 
Observe a variação de sinal do fator (-1)i+j. Porém se tratar de uma potência de
base -1, este valor será +1 sempre que a soma i + j for par. Da mesma forma, o
resultado será -1 sempre que a soma i + j for ímpar. Portanto, teremos:
 Para o elemento a11, o resultado será +1, pois (-1)1+1 = 1.
 Para o elemento a12, o resultado será -1, pois (-1)1+2 = -1.
Considerando apenas os valores do fator (-1)i+j, poderemos montar uma matriz
que terá os valores:

 1 1 1 
 1 1  1
 
 1  1 1 
Assim, os cofatores dos elementos da Matriz A serão
a a 23 a a 23 a a 22
A11  1. det 22 A12  1. det 21 A13  1. det 21
a32 a33 a31 a33 a31 a32
a12 a13 a11 a13 a11 a12
A21  1. det A22  1. det A23  1. det
a32 a33 a31 a33 a31 a32
a12 a13 a11 a13 a11 a12
A31  1. det A32  1. det A11  1. det
a 22 a 23 a 21 a 23 a 21 a 22
Os resultados obtidos formarão a matriz dos cofatores
 A11 A12 A13 
CoA   A21 A22 A23 
 A31 A32 A33 

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Matriz Adjunta

Dada uma matriz quadrada Amxm, definimos por adjunta de A à matriz

transposta da matriz dos cofatores de A. Assim, teremos

 A11 A21 A31 

Aadj   A12 A22 A32 
 A13 A23 A33 
Para a matriz A descrita acima, sua adjunta será
1 3 0  1 3 3 
A  1 2 1  Aadj   1 1  1.
 
0 1 1  1  1  1

Inversão de Matrizes pela Matriz Adjunta

Uma importante aplicação da matriz adjunta é a possibilidade de determinação

da matriz inversa de uma matriz quadrada A, considerando que det A ≠ 0 (condição
de existência da inversa).
Assim, dada uma matriz A (det A ≠ 0), sua inversa A-1 poderá ser determinada
com o auxílio da matriz adjunta de A e o determinante da matriz A, que
simbolizaremos por D. Portanto, teremos:

 A11 A21 A31 

D D D 
A A22 A32 
A   12
1

D D D 
 A13 A23 A33 
D D 
 D

Vejamos, como exemplo, o funcionamento deste mecanismo para a determinação

1 3 0
da inversa da matriz A  1 2 1 .
0 1 1
Calculando o determinante de A, encontraremos D = -2. Portanto, a inversa de A
será a matriz
 A11 A21 A31   1  3 3    1 3  3
D D D    2  2  2  2 2 2 
A A22 A32   1 1 1   1 1 1 
A 1   12   .
D D D   2  2  2  2 2 2 
 A13 A23 A33   1 1 1 1 1 1 
D   
D   2  2  2  2  2 
 D 2

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Exercícios:
1 0 2 
1) Dada a matriz A  2  1 3 , calcule os seguintes cofatores:
0 2 3
a) A21 (b) A22 (c) A23
1 0 2 
2) Considerando a matriz A  2  1 3 , calcule o determinante de A.
0 2 3
1 0 2 
3) Considerando a matriz A  2  1 3 , determine a matriz dos cofatores de A.
 
0 2 3
1 0 2 
4) Considerando a matriz A  2  1 3 , determine a matriz adjunta de A.
0 2 3
1 0 2 
5) Considerando a matriz A  2  1 3 , determine a inversa de A.
0 2 3
1 1 0 1
2 1 0 3
6) Calcule o determinante da matriz B   :
1 1 1 2
 
2 3 2 1
Gabarito:
1) A21 = 4; A22 = 3; A23 = -2;
2) detA = -1;
 9  6 4 
3) CoA   4 3  2 ;
 2 1  1
 9 4 2
4) Aadj   6 3 1 . ;
 4  2  1
9  4  2
5) A   6
1
 3  1 ;
 4 2 1 
6) det B = 2.

Até breve....

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