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UNIÃO DA VITÓRIA
2011
1
UNIÃO DA VITÓRIA
2011
2
AGRADECIMENTOS
A Profª Ms. Maria Ivete Basniak, pela contribuição com seus conhecimentos e
sugestões na elaboração deste trabalho.
Não há ramo da Matemática, por mais abstrato que seja, que não
possa um dia vir a ser aplicado aos fenômenos do mundo real.
(Lobachevsky)
5
BUASKI, Juliane Waszak. As Geometrias Não Euclidianas. União da vitória, 2011, 56 f. Trabalho de
conclusão de curso (Licenciatura Plena em Matemática). Faculdade Estadual de Filosofia, Ciências e
Letras – FAFIUV, União da Vitória, 2011.
RESUMO
A Geometria teve origem entre os povos gregos e egípcios, a partir da necessidade de dividir suas
terras, sendo o primeiro conceito desenvolvido o de distância. Esses conceitos foram desenvolvidos
cientificamente por alguns matemáticos, entre os quais o que mais se destacou foi Euclides, que em
seu famoso trabalho “Os Elementos” descreve seus cinco postulados e axiomas, que sustentaram a
sua Geometria. No entanto, o seu 5° postulado, “por um ponto P exterior a uma reta m, consideradas
em um mesmo plano, existe uma única reta paralela à reta m”, foi muito estudado por vários
matemáticos, tendo todos tentado demonstrá-lo, sem obter êxito, chegando a conclusão de que este
postulado não era consequência de nenhum outro. Por volta do ano de 1800, os matemáticos Gauss,
Lobachevsky e Bolyai cogitaram a existência de uma Geometria Não Euclidiana. A partir daí, vários
matemáticos dedicaram-se ao estudo dessas novas Geometrias entre eles Riemann, Poncelet e
Mandelbrot. Dentre essas novas Geometrias, nesse trabalho destacamos a Geometria Hiperbólica, a
qual substitui o 5° postulado pelo seguinte: “Por um ponto P fora de uma reta r passa mais de uma
reta paralela à reta r”. A Geometria Elíptica que também substitui o 5° postulado pela hipótese que
não existe nenhuma reta paralela a uma reta dada. Também temos a Geometria Projetiva, que é
caracterizada pelos seus axiomas de incidência e separação e pelos princípios de continuidade e
dualidade, e por fim, a Geometria Fractal, que tem como principais características a auto similaridade,
iteração e dimensão.
BUASKI, Juliane Waszak. The Geometries No Euclideans. União da Vitória, 2011, 56 f. Work of
course conclusion (Full Degree in Mathematics). Faculdade Estadual de Filosofia Ciências e Letras -
FAFIUV, União da Vitória, 2011.
ABSTRACT
The Geometry had origin among the Greek and Egyptian people, starting from the need to divide their
lands, being the first developed concept the one of distance. Those concepts were developed
scientifically by some mathematical, among the ones which the one that more she highlighted was
Euclides, that in her famous work “The Elements” it describes their five postulates and axioms, that
sustained her Geometry. However, her 5° postulate, “for a point external P to a straight line m,
considered in a same plan, a single parallel straight line exists to the straight line m”, it was very
studied for several mathematical, because all tried to demonstrate it, and none of them obtained
success. With that the conclusion was arrived that this postulate was not consequence of any other
one. About the year of 1800 mathematicians Gauss, Lobachevsky and Bolyai cogitated the existence
of a Geometry No Euclidean. Since then, several mathematicians were devoted to the study of those
new Geometries among them Riemann, Poncelet and Mandelbrot. Among those new Geometries in
that work detached the Hyperbolic Geometry, which substitutes the 5° postulated by the following: “For
a point P out of a straight line r passes to the straight line more than a parallel straight line r.” The
Elliptic Geometry that it also substitutes the 5° postulated by the hypothesis that any parallel straight
line doesn't exist to a given straight line. We also have the Projective Geometry, that is characterized
by their incidence axioms and separation and for the continuity beginnings and duality, and finally, the
Fractal Geometry, that has as main characteristics to solemnity similarity, iteration and dimension.
Key words: Euclidean Geometry, Hyperbolic Geometry, Elliptic Geometry, Projective Geometry,
Fractal Geometry.
7
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 11
2 GEOMETRIA EUCLIDIANA................................................................................... 12
2.1 EUCLIDES ....................................................................................................... 13
2.2 ARQUIMEDES ................................................................................................. 14
2.3 APOLÔNIO ...................................................................................................... 15
3 O SURGIMENTO DAS GEOMETRIAS NÃO EUCLIDIANAS ............................... 16
3.1 MATEMÁTICOS NOTÁVEIS ............................................................................ 16
3.1.1 Johann Carl Friedrich Gauss .................................................................... 17
3.1.2 Nicolai Ivanovich Lobachevsky ................................................................. 17
3.1.3 Janos Bolyai .............................................................................................. 17
3.1.4 Georg Friedrich Bernhard Riemann ........................................................... 18
4 GEOMETRIA HIPERBÓLICA ................................................................................ 20
4.1 POSTULADO DE LOBACHEVSKY ................................................................. 20
4.2 MODELOS DA GEOMETRIA HIPERBÓLICA .................................................. 21
4.2.1 Modelo de Beltrami .................................................................................... 21
4.2.2 Modelo de Klein ......................................................................................... 22
4.2.3 Modelo de Poincaré .................................................................................. 23
4.3 TRIÂNGULO ÔMEGA ...................................................................................... 24
4.4 QUADRILÁTEROS .......................................................................................... 25
4.5 CURVAS .......................................................................................................... 26
4.5.1Curva limitante ............................................................................................ 26
4.5.2 Curva equidistante ..................................................................................... 27
5 GEOMETRIA ELÍPTICA ........................................................................................ 29
5.1 POSTULADO DE RIEMANN............................................................................ 29
5.2 TRIÂNGULOS E QUADRILÁTEROS ............................................................... 30
5.2 ÂNGULO E TRIÂNGULO ESFÉRICO.............................................................. 31
6 GEOMETRIA PROJETIVA .................................................................................... 33
6.1 AXIOMAS DA GEOMETRIA PROJETIVA........................................................ 34
6.1.1 Axiomas de incidência ............................................................................... 35
6.1.2 Axiomas de separação .............................................................................. 36
6.2 PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE ..................................................................... 36
10
1 INTRODUÇÃO
2 GEOMETRIA EUCLIDIANA
Eles diziam que este rei [Sesóstris] dividia a terra entre os egípcios de modo
a dar a cada um deles um lote quadrado de igual tamanho e impondo-lhes o
pagamento de um tributo anual. Mas qualquer homem despojado de uma
parte de sua terra teria de ir a Sesóstris e notificar-lhe o ocorrido. Ele então
mandava homens seus observarem e medirem quanto a terra se tornara
menor, para que o proprietário pudesse pagar sobre o que restara,
proporcionalmente ao tributo total. Dessa maneira, parece-me que a
geometria teve origem, sendo mais tarde levada até a Hélade.
Foram os gregos, porém, que por volta de sete séculos antes de Cristo
motivados pela curiosidade científica deram origem a geometria como ciência
dedutiva. Deve-se isso aos esforços de muitos notáveis predecessores de Euclides,
como Tales de Mileto (640 - 546 a.C.) que foi um digno fundador da geometria
demonstrativa, considerado um dos “sete sábios” da antiguidade. Pitágoras (580 -
500 a.C.), foi o continuador da sistematização da geometria iniciada por Tales, e
Eudoxo (408 - 355 a.C.). Estes desenvolveram não só o material que acabou sendo
organizado por Euclides, mas também noções relativas a infinitésimos, limites e
processos somatórios. Também desenvolveram a geometria superior ou geometria
de curvas. Contudo, os três geômetras mais importantes da antiguidade foram
13
Euclides (325 - 265 a.C.), Arquimedes (287 - 212 a.C.) e Apolônio (225 a.C.). A
seguir farei uma breve explanação sobre esses geômetras.
2.1 EUCLIDES
2.2 ARQUIMEDES
2.3 APOLÔNIO
Apolônio nasceu em Perga, (atual Turquia) na Ásia Menor por volta de 262
a.C. quando jovem foi para Alexandria estudar com os sucessores de Euclides. Foi
unanimemente considerado como um dos mais originais e profundos matemáticos.
Desafortunadamente, boa parte de seus escritos desapareceram. O que sabemos
dessas obras perdidas devemos a Pappus de Alexandria (século IV d.C.), que fez
uma breve descrição de sua grande produção matemática. Infere-se que os tratados
de Apolônio continham uma matemática bastante avançada e inclusive muito do que
conhecemos hoje como Geometria Analítica.
Embora Arquimedes fosse um astrônomo notável, sua principal obra foi sobre
as secções cônicas, que era um estudo profundo sobre essas curvas. Foi Apolônio
quem introduziu os nomes parábola, elipse e hipérbole, ele mostrou que de um único
cone podem ser obtidas essas três curvas, simplesmente variando a inclinação do
plano de seção.
16
4 GEOMETRIA HIPERBÓLICA
a
P
Entre as retas a e b existem várias outras retas que não interceptam a reta r,
porém somente a e b são paralelas, as outras são chamadas de retas não secantes
a reta r. Essas afirmações do Postulado de Lobachevsky ele obteve na superfície da
pseudo esfera (Figuras 2 e 3).
21
D C
A B
A B
R S
Antes de falar sobre o triângulo ômega vejamos uma definição: ”Na Geometria
Hiperbólica duas retas paralelas não têm um ponto em comum, porém se diz que se
encontram num ponto ideal. Portanto, chama-se de ponto ideal o ponto de encontro
de duas retas paralelas”. (COUTINHO, 2001, p. 47).
O triângulo ômega é aquele com um dos vértices em um ponto ideal (Figura
8). Também são chamados de triângulos hiperbólicos.
O Ω
4.4 QUADRILÁTEROS
4.5 CURVAS
Por fim, com relação às curvas, sabe-se que toda a teoria dos círculos que
depende do quinto postulado de Euclides não é mais válida. Assim, surgem dois
tipos de lugares geométricos na geometria de Lobachevsky: curva limitante e curva
equidistante.
5 GEOMETRIA ELÍPTICA
Figura 14: Círculo máximo e círculo menor Figura 15: Distância entre dois pontos
Fonte: COUTINHO, Lázaro. Convite às Geometrias Não Euclidianas. 2 ed. Rio de Janeiro:
Interciência, 2001.
Nesta Geometria não existem retas paralelas e nem retas não secantes, pois
para quaisquer duas “retas” dessa Geometria elas sempre se encontram.
O que define o ângulo esférico são os círculos máximos, sendo que este
ângulo é formado pela intersecção de dois círculos máximos (Figura 21).
O triângulo esférico é formado por três pontos distintos A, B e C não
pertencentes ao mesmo círculo máximo, os arcos que unem esses pontos dois a
dois formam o triângulo esférico. Os lados do triângulo esférico são denotados por a,
b e c e medidos pelos ângulos subentendido por eles no centro da esfera, e podem
ser medidos em graus ou radianos (Figura 22). Os ângulos do triângulo ABC, são os
ângulos esféricos.
32
A soma dos ângulos de um triângulo esférico varia entre 180° e 540° e pode
ter um valor fixo dependendo do triângulo considerado. Em relação à soma dos
lados a, b e c estes podem variar de 180° a 360°, sendo que nenhum dos lados
pode ser maior que 180°. Os triângulos esféricos são classificados em:
Relação aos ângulos:
- Retângulo: um ângulo reto;
- Birretângulo: dois ângulos retos;
- Trirretângulo: os três ângulos retos;
Relação aos lados:
- Retilátero: um lado medindo 90°;
- Birretilátero: dois lados medindo 90° cada um;
- Trirretilátero: cada um dos lados medindo 90°.
Vale aqui notar que, se um triângulo esférico é trirretângulo e trirretilátero,
este triângulo cobre exatamente a oitava parte da superfície esférica.
33
6 GEOMETRIA PROJETIVA
R
P
D
B C
Q
Figura 23: Quadrângulo Completo
Fonte: A autora
S1 S2
Assim temos que, as coordenadas (x, y, z) dos pontos sobre a reta são
homogêneas as coordenadas baricêntricas (t1, t2, t3). Somente os pontos que estão
38
T1
A1
T2
T3
Assim para definir um plano projetivo além dos três pontos não colineares A1,
A2 e A3, cujas coordenadas baricêntricas são (1, 0, 0), (0, 1, 0) e (0, 0, 1), também
necessitamos de um quarto ponto não colinear aos três pontos, este para indicar a
posição do plano em relação ao centro da projeção. Podemos observar também que
os quatro pontos A1, A2, A3 e (t1, t2, t3) formam um quadrângulo, assim, podemos
dizer que as coordenadas (x, y, z) da Geometria Projetiva Plana são sempre
referentes a um quadrângulo.
6.4.2 Retas
Nesta Geometria a reta (x, y, z) que passa por dois pontos (p1x ,p1y, p1z) e
(p2x ,p2y, p2z) deve estar no mesmo plano dos pontos (p1 x ,p1y, p1z) e (p2x ,p2y, p2z)
e com isso temos:
x y z
p1x p1y p1z =(p1y. p2z - p1z. p2y)x+(p1x. p2z - p1z .p2x)y+(p1x .p2z - p1y. p2x)z= 0
p2x p2y p2z
6.5 PROJETIVIDADE
B’
A’
B
A
R1
R2
O
A’’ O’
B’ B’’
A’
B
A
R1
R2
A reta AB contém as intersecções das retas dos dois feixes que passam por
O e O’. Temos que O = O’, então o produto de A’B’ com A’’B’’ é equivalente à A’B’
correspondências de A’’B’’( em símbolos A’B’ ∧ A’’B’’ ≡ A’B’ ∧ A’’B’’).
Teorema Fundamental da Geometria Projetiva: Uma projetividade é determinada
quando três pontos colineares e também os seus três pontos colineares
correspondentes são conhecidos.
As projetividades podem ser classificadas em:
- Elíptica, se não tiver pontos fixos;
- Parabólica, se tiver apenas um ponto fixo;
- Hiperbólica, se tiver dois pontos fixos.
6.6 CÔNICAS
A
i a
e
I E
b
i
7
6
5
4 U
3
T
2
1 S
R
0 Q
1 P
2
3
4
5 6
7
Figura 30: Definição de cônica segundo Steiner
Fonte: A autora
43
7 GEOMETRIA FRACTAL
7.1 DEFINIÇÃO
7.1.2 Iteração
É através desta propriedade que se representa a complexidade de um fractal,
sendo que este consiste em repetir um determinado princípio um número infinito de
vezes. As iterações dentro desta geometria classificam-se em algébrica e
geométrica.
A iteração algébrica se dá como uma equação algébrica. Dado um valor inicial
xn, encontra-se um xn+1, e a partir do xn+1 encontra-se o xn+2 e assim sucessivamente
(Figura 32). Já a iteração geométrica é uma regra que pode ser aplicada a uma
figura ou em partes de uma figura. Geralmente essa regra causa uma certa
fragmentação na figura, pois esta regra é aplicada infinitas vezes. Um exemplo de
iteração geométrica é o floco de neve de Koch (Figura 33).
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Figura 32: Exemplo de iteração algébrica Figura 33: Construção do Floco de neve de Koch
Fonte: CARVALHO, Hamilton Cunha. Geometria Fractal: Perspectivas e possibilidades no ensino de
Matemática. 2005, 108f. Dissertação (Mestrado em Educação em Ciências e Matemática).
Universidade Federal do Pará, Belém, 2005. Disponível em
<http://www.ufpa.br/ppgecm/media/dissertacao_hamilton_cunha_de_carvalho.pdf> Acesso
em 03 de setembro de 2011.
7.1.3 Dimensão
Sabemos que um ponto não tem dimensão, uma linha tem dimensão um, uma
superfície tem duas dimensões e um sólido três dimensões. Os factais possuem
dimensão topológica que relaciona a dimensão com o espaço que ocupa, portanto
admite dimensão fracionária. Para determinar esta dimensão Mandelbrot usou a
definição de Hausdorff que trata da situação da seguinte maneira:
Divide-se uma linha em n partes iguais onde n = n1, assim, é sabido que o
tamanho dos fragmentos de reta são 1/n. Ao se dividir os lados de um quadrado em
n partes iguais, dividimos o quadrado em n2 partes iguais. Analogamente, ao se
dividir as arestas de um cubo em n partes iguais, dividimos o cubo em n3 partes
iguais. Generalizando, se tivermos um hipercubo de d dimensões, este poderá ser
dividido em nd partes iguais ao se dividir a aresta em n partes iguais. Assim, fica
claro percebermos que na geometria convencional a dimensão é igual ao valor do
expoente de n. Assim temos, N=(L/n)-d onde o segmento L pode ser afirmado
comprimento da linha, e n é definido como o número das partes em que a linha pode
ser dividida numa iteração p da construção do fractal. N será o comprimento do
46
Passo 0 Passo 1
Passo 2 Passo 3
Foi esta curva que deu origem ao fractal conhecido como Floco de Neve ou
Ilha de Koch, já citado e representado na Figura 32.
Hiperbólico
Espaço Plano Esférico
(pseudo esfera)
Determinada por Determinada Determinada por
Retas dois pontos e é por dois pontos dois pontos e é
infinita e é infinita limitada
Retas paralelas que
passam por um ponto Apenas uma Mais de uma Não existem
dado fora da reta
Ângulos internos de Somam menos Somam mais
Somam 180°
um triângulo que 180° que 180°
Ângulos internos de Somam menos Somam mais
Somam 360°
um quadrilátero que 360° que 360°
Quadro 1: Comparação entre a Geometria Euclidiana, Geometria Hiperbólica e Geometria Elíptica
Fonte: A autora (2011)
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9 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS