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Copyright 2009 por Editora Central Gospel

GERENCIA EDITORIAL E DE PRODUÇÃO


Jefferson Magno Costa
PESQUISA, ESTRUTURAÇÃO E REVISÃO
Patrícia Scott Patrícia Nunan
REVISÃO FINAL
Patrícia Scott Patrícia Nunan
CAPA E DIAGRAMAÇÃO
Luiz Felipe Rolim
IMPRESSÃO E ACABAMENTO
Sráfica Del Rey

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)


Crescimento ideal da vida cristã /
Silas Malafaia
Rio de Janeiro: 2009
64 páginas
ISBN: 978-85-7689-110-9
1. Bíblia - Vida Cristã I. Título II.
As citações bíblicas utilizadas neste livro foram extraídas da Versão Almeida Revista e
Corrigida (ARC), salvo indicação específica, e visam incentivar a leitura das Sagradas Escrituras.
É proibida a reprodução total ou parcial do texto deste livro por quaisquer meios (mecânicos,
eletrônicos, xerográficos, fotográficos etc), a não ser em citações breves, com indicação da fonte
bibliográfica
Este livro está de acordo com as mudanças propostas pelo novo Acordo Ortográfico, que entra
em vigor a partir de janeiro de 2009.
1a edição: Janeiro/2009
Editora Central Gospel Ltda
Estrada do Guerenguê, 1851 - Taquara Cep: 22.713-001 Rio de Janeiro - RJ TEL:
(21)2187-7000 www.editoracentralgospel.com
Sumário
Apresentação....................................................5
Capítulo 1 - O crescimento cristão....................7
Precisamos crescer espiritualmente...................9
Fé, uma base para o crescimento espiritual .....11
Conhecendo o Senhor......................................13
Capítulo 2 - Os efeitos de conhecermos
o Senhor..........................................................19
Temos fé e intrepidez......................................20
Somos imunizados contra
as mentiras e heresias......................................22
Ficamos cheios da graça de Deus.....................25
Temos mais intimidade com o Senhor..............26
Somos santificados..........................................28
Conquistamos poder e autoridade...................30
Capítulo 3 - Os vários tipos de cristão........ ....35
Os meninos na fé.............................................36
Os fracos na fé ................................................39
Os carnais........................................................41
Os fortes na fé ................................................44
Capítulo 4 - Fatores que contribuem para
o nosso crescimento espiritual.........................47
Ter o desejo de amadurecer espiritualmente....47
Ter disposição para aprender...........................49
Buscar conhecimento na Palavra.......................51
Colocar em prática os ensinamentos
da Palavra........................................................52
Ter comunhão e experiências com Deus..........54
Ser assíduo na igreja........................................56
Ter amizade com cristãos................................57
Trabalhar na obra de Deus...............................58
Apresentação
Crescimento está ligado a desenvolvimento. Na
vida cristã, se não crescermos espiritualmente,
tornamo-nos medíocres, nossa fé fica fragilizada, não
temos ânimo diante das adversidades nem disposição
para estudar a Palavra, orarmos e jejuarmos.
Tempo de igreja não é sinônimo de ser um cristão
forte. Prova disso é que vemos cristãos que aceitaram
Jesus como Salvador há muitos anos, mas permanecem
meninos na fé, fracos ou carnais. Por qualquer vento
doutrinário são levados, facilmente se escandalizam,
priorizam sempre a si mesmos, e não o Reino de Deus.
Isto é lamentável!
Crescer na fé é algo contínuo, permanente. Não
significa converter-se hoje, e amanhã já saber tudo
sobre Deus e vida cristã. É um processo que leva
tempo, é gradual e requer a ajuda do Espírito Santo e
de outras pessoas.
Por outro lado, é fundamental fazermos a nossa
parte. Mas como? Primeiro, precisamos ter fé e
buscarmos conhecer o Senhor por meio da oração e da
leitura das Sagradas Escrituras. Conforme o nosso
conhecimento sobre Deus e Sua Palavra vai
aumentando, passamos a ter mais comunhão com Ele.
Isto nos imuniza contra as heresias e permite que
fiquemos cheios da graça, sejamos santificados e
recebamos mais poder e autoridade.
Para que sejamos cristãos fortes, precisamos não
apenas crescer, mas também amadurecer na fé, ter
disposição para aprender, buscar conhecimento na
Palavra e em bons livros, ter um relacionamento
pessoal com Deus, além de colocar em prática os
ensinamentos do Mestre, buscando experiências
espirituais com o Senhor, trabalhando na obra, tendo
amizade com cristãos e sendo assíduos na igreja.
Espero que este livro fale diretamente ao seu
coração, para que você possa ser conscientizado do
quanto é importante crescer na graça e no co-
nhecimento e ser forte espiritualmente. Que esta obra
o ajude a buscar no Senhor forças, sabedoria e fé para
continuar a caminhada rumo à eternidade e ser
vitorioso.
Capítulo 1- O crescimento cristão
Ao analisarmos o desenvolvimento humano,
percebemos que existe um processo lento e gradual de
crescimento e amadurecimento em todos os sentidos:
físico, emocional, intelectual. O homem nasce, cresce,
amadurece, reproduz-se e morre.
O próprio Senhor Jesus passou por estágios de
desenvolvimento. Ele passou nove meses no ventre de
Maria, até atingir a maturidade para nascer. Depois,
cresceu e desenvolveu-se como uma criança normal
até atingir os 12 anos, quando o menino judeu é
considerado responsável por seus atos; daí José e Maria
terem levado Jesus ao templo segundo o costume do
dia da festa (Lucas 2.42).
Sobre o desenvolvimento crescente e gradual de
Jesus como ser humano, Lucas observou: E o menino
crescia e se fortalecia em espírito, cheio de
sabedoria; e a graça de Deus estava sobre ele. E
crescia Jesus em sabedoria, e em estatura, e em
graça para com Deus e os homens (Lucas 2.40,52).
Note que Jesus cresceu física (em estatura),
espiritual (em espírito), cognitiva (em sabedoria) e
emocionalmente (em graça para com Deus e os
homens). Na vida psico-bio-social como na cristã,
para atingirmos um crescimento saudável e satis-
fatório, também precisamos passar por algumas
etapas.
Crescer significa desenvolver-se em todos os
aspectos, amadurecer e usar todo o seu potencial.
Então, não pense que, assim que alguém se converte,
aceitando Jesus como Salvador e Senhor, irá tornar-se
um cristão maduro, grande conhecedor da Bíblia e
exímio praticante dos ensinamentos do Mestre. Para
tornar-se um cristão forte, que não se deixa influenciar
pelo mal e pelas heresias nem escandalizar-se, é
preciso amadurecer na fé, percorrer o caminho
proposto por Deus. Para alguns, esta caminhada é
longa. Para outros, mais curta.
Os apóstolos Pedro e Paulo compararam os cristãos
recém-convertidos aos bebês, que precisam
alimentar-se com o leite, os rudimentos da
Palavra, antes de poderem "digerir" coisas mais
sólidas, ensinamentos mais complexos (1Coríntios 3.2;
1 Pedro 2.2). E sobre o crescimento espiritual dos
cristãos, o apóstolo Paulo observou que:
1) é Deus quem dá o crescimento (1 Coríntios 3.6);
2) que o crescimento ocorre quando fazemos parte
da Igreja e estamos ligados à Cabeça desse corpo
espiritual, que é Cristo (Colossenses 2.19);
3) que o Senhor promove o crescimento de cada
membro dando-lhes poder, sabedoria e discernimento
sobre Sua Palavra, bem como dons a serem usados por
cada um para a edificação uns dos outros e em prol da
expansão do Reino de Deus na terra (Romanos 14.19; 1
Coríntios 12; 14.12; 2 Coríntios 10.8; Efésios 4.12,16).
Mas por que devemos crescer espiritual-mente? E o
que veremos a seguir.
Precisamos crescer espiritualmente
Por que precisamos crescer na vida cristã? Para que
não fiquemos estagnados, presos à nossa própria
ignorância espiritual; para que não sejamos enganados
por falsos profetas nem levados por ventos
doutrinários, desviando-nos da vontade de Deus para
nossa vida e perdendo a salvação e a nossa herança em
Cristo.
Atente para as palavras do apóstolo Pedro: Antes,
crescei na graça e conhecimento de nosso Senhor
e Salvador Jesus Cristo (2 Pedro 3.18). Por que o
apóstolo disse que, antes de qualquer coisa, devemos
crescer na graça e no conhecimento? Porque a graça e o
conhecimento constituem o princípio para uma vida
espiritualmente saudável na presença de Deus.
O que Pedro queria dizer é que, se não crescermos
na graça e no conhecimento de nosso Senhor Jesus
Cristo, seremos facilmente enganados pelas mentiras,
falácias, sofismas dessa sociedade sem Deus e/ou
pelas heresias ensinadas por falsos mestres e falsos
profetas, sendo levados, mesmo que
involuntariamente, ou a ignorar a verdade bíblica ou a
interpretá-la de maneira incorreta, podendo perder
nossa salvação e vida eterna.
Você deseja crescer e amadurecer espiritualmente?
Então, prepare-se. Todo crescimento segue um curso
natural e está sujeito a certas leis e alguns princípios.
Caso contrário, aparecem anomalias, defeitos,
deformidades.
Você precisa estar ciente disso e estar disposto a
passar por esse processo que o levará ao crescimento.
Caso contrário, será um cristão medíocre. Então, qual é
o primeiro passo para o crescimento espiritual? Ter fé.
Fé, uma base para o crescimento espiritual
Nenhum cristão é capaz de crescer espiritualmente
se não tiver fé. Qual é o real significado de fé? A Palavra
de Deus tem a melhor definição: A fé é o firme
fundamento das coisas que se esperam e a prova
das coisas que se não vêem (Hebreus 11.1). Quem
possui fé espera e acredita que algo acontecerá mesmo
sem conseguir ver o menor sinal de que tal coisa será
concretizada.
Não pense que a fé nasce no coração de alguém da
noite para o dia. Ela brota aos poucos, gradativamente.
É preciso que cada cristão deixe que Deus trabalhe em
sua mente, a fim de ficar cheio de fé. Por outro lado,
também é necessário ao cristão fazer a sua parte.
Em Romanos 10.17(NTLH), O apóstolo Paulo
esclareceu: A fé vem por ouvir a mensagem, e a
mensagem vem por meio da pregação a respeito
de Cristo. Em outras palavras, a fé é gerada pela
Palavra de Deus, lida ou ouvida. Logo, é importante
estarmos dispostos a estudar as Sagradas Escrituras,
ouvir pregações e participar dos cultos com o coração
aberto para ouvir o Senhor.
Na Bíblia, encontramos vários exemplos de homens
e mulheres de fé. Jó não se deixou levar pelas lutas
nem pelas palavras de seus amigos e de sua esposa. Ele
permaneceu firme na presença do Senhor mesmo
enfrentando as piores adversidades. Ana, mulher de
Elcana, não podia ter filhos, foi muito insultada por
isso, mas clamou ao Deus vivo insistentemente até
conseguir a sua bênção, Samuel. E o que dizer do
profeta Elias, que apenas avistando uma nuvem do
tamanho da mão de um homem creu que cairia
abundante chuva?
Você deseja crescimento espiritual? Espelhe-se nos
exemplos desses homens e dessas mulheres. Cultive a
fé. Ore, jejue, leia a Palavra, participe dos cultos em sua
igreja, consagre-se ao Senhor, pois sem fé é impossível
agradar a Deus (Hebreus 11.6). Isto significa que sem
ela não conseguimos sequer aproximar-nos do Seu
altar.
A fé é o que o cristão necessita para continuar em
harmonia e comunhão com Deus. Ela funciona como
um escudo, uma proteção contra os dardos inflamados
do diabo, em todas as nossas batalhas espirituais
(Efésios 6.16), sustentando e ensinando-nos a esperar
em todas as promessas divinas
Em Romanos 1.17 (ARA), Paulo ressaltou: Visto que
a justiça de Deus se revela no evangelho, de fé em
fé, como está escrito: O justo viverá por fé. No
entanto, para que nossa fé seja alicerçada e consi-
gamos crescer na vida cristã, precisamos conhecer o
Senhor, pois não adianta ter fé em alguém ou em outra
coisa; ter uma "fé ilógica", sem base bíblica; esta não
funcionará.
Conhecendo o Senhor
Para realmente conhecermos uma pessoa é
necessário conviver com ela, ter intimidade, conversar,
saber dos gostos, o que pensa, como age. Com Deus,
acontece o mesmo. Só passamos a conhecê-lo a partir
do momento em que nos empenhamos em fazê-lo.
É possível perceber a sabedoria, a onisciência e a
onipotência de Deus observando a criação (Romanos
1.20), mas, para conhecer melhor nosso Criador,
precisamos estudar Sua Palavra, onde Ele revela quem
é, o que criou, as leis que estabeleceu, corno pensa,
age, o que planejou para o ser humano, como
achegar-se a Ele. Também é importante orar
diariamente, estabelecendo um diálogo e uma
comunhão mais profunda com Deus, observar a
manifestação e intervenção dele durante as adver-
sidades e em nosso dia-a-dia.
Paulo disse: Porquanto o que de Deus se pode
conhecer neles se manifesta, porque Deus lho
manifestou (Romanos 1.19). Só podemos conhecer
alguma coisa sobre o Senhor por meio daquilo que
Ele vai revelando-nos gradualmente. E, é claro, que
nem tudo sobre Ele nos será revelado aqui na terra; só
o suficiente para compreendermos quem Ele é, para o
que nos criou, o que deseja de nós e o que planejou
para nosso futuro.
Mesmo que desejássemos conhecer tudo de Deus,
não conseguiríamos porque a nossa mente é limitada,
e a dele é infinita. Assim como os céus são mais
altos do que a terra, os caminhos do Senhor e os
pensamentos dele são mais altos do que os nossos
(Isaías 55.9).
A despeito de não podermos saber tudo a respeito
de Deus, como o amamos, queremos relacionar-nos
pessoalmente com o Senhor, conhecê-lo melhor e
aprender os princípios que Ele estabeleceu para termos
uma vida abundante, bem como saber os planos
gloriosos que Ele tem para cada um de nós e para Seu
Reino.
Atente para o conselho do profeta Oséias (6.3):
Conheçamos e prossigamos em conhecer o
SENHOR: como a alva, será a sua saída; e ele a nós
virá como a chuva, como chuva serôdia que rega a
terra.
O cristão que deseja atingir a maturidade precisa
crescer em graça e sabedoria, buscar a comunhão com
o Pai e ter novas experiências espirituais com o Senhor.
Isso contribuirá para o seu crescimento em todos os
aspectos.
Se você deseja aprofundar seus conhecimentos
sobre Deus, estude a Bíblia e medite sobre as histórias
e os princípios que são ressaltados. Meditar significa
pensar cuidadosamente sobre algo, analisar,
comparar, tirar conclusões sobre cada ponto
ressaltado. Logo, não adianta fazer leitura dinâmica. E
necessário aprofundar-se no estudo do texto sagrado,
pesquisando o contexto bíblico e histórico e os
costumes dos povos citados.
Paulo, por exemplo, constantemente estudava as
Escrituras e fazia anotações a respeito. Assim, em sua
segunda carta a Timóteo, o apóstolo recomendou:
Quando vieres, traze a capa que deixei em Trôade,
em casa de Carpo, e os livros, principalmente os
pergaminhos (2 Timóteo 4.13). Paulo era um doutor
da lei, mas não se cansava de ler e meditar sobre a
Palavra de Deus. Por isso, ele se tornou um cristão forte
e maduro na fé.
Além de aprofundar-se na Palavra de Deus, você
deve orar, falar com Deus. Assim, Ele lhe responderá,
revelando a vontade dele para a sua vida.
Daniel tinha o hábito de orar três vezes ao dia e de
estudar a Lei e os escritos dos profetas de Israel. E o
Senhor recompensou o esforço de Seu servo, revelando
segredos do rei Nabucodonosor, sobre a sucessão dos
reinos terrenos e sobre os planos do
Criador para restaurar Israel e manifestar o
Messias. Daniel teve visões e um anjo enviado por Deus
revelou o significado delas, em resposta à oração do
profeta.
Se você buscar constantemente o Altíssimo em
oração, se estudar a Sua Palavra e esforçar-se por viver
de acordo com os estatutos dele, esteja certo de que o
Senhor revelará mistérios grandiosos a você e o fará
triunfar sobre as adversidades que se abatem sobre a
sua vida. Ele o fará crescer mais e mais, para atingir a
estatura de varão perfeito, como Cristo. Afinal, como
lembrou Paulo, apenas quando formos adultos
espiritualmente herdaremos tudo o que o Senhor tem
para Seus filhos. É isso que o apóstolo afirmou em
Gálatas 4.1-5(NTLH):
Enquanto é menor de idade, o filho que vai herdar a
propriedade do pai é tratado como escravo, mesmo
sendo, de fato, o dono de tudo. Enquanto é menor, há
pessoas que tomam conta dele e cuidam dos seus
negócios até o tempo marcado pelo pai. Assim também
nós, antes de ficarmos adultos espiritualmente, fomos
escravos dos poderes espirituais que dominam o
mundo. Mas, quando chegou o tempo certo, Deus
enviou o seu próprio
Filho, que veio como filho de mãe humana e viveu
debaixo da lei para libertar os que estavam debaixo da
lei, a fim de que nós pudéssemos nos tornar filhos de
Deus.
No capítulo seguinte, vamos ver as principais
consequências de termos o conhecimento necessário
sobre Deus e Sua Palavra.
Capítulo 2- Os efeitos de conhecermos o Senhor
De acordo com o que é revelado em Oséias 4.6,
somente uma coisa pode destruir o povo de Deus: a
falta de conhecimento.
Como ser fiel até a morte a quem não se ama, não
conhece o caráter, as intenções nem os obje-tivos?
Precisamos conhecer o Senhor a quem servimos. Só
assim, seremos realmente fiéis a Ele e cumpriremos
bem o Seu propósito para nós.
Muitos cristãos têm adquirido conhecimento
superficial com relação ao Senhor. Por isso, são Ievados
por doutrinas estranhas ao cristianismo bíblico. São
enganados por ensinamentos errados de falsos
mestres e falsos profetas. No entanto, quando se
aprofundam no estudo da Palavra, passam a ter uma fé
sólida, consistente, e nada os pode deter.
Conhecer o Senhor gera pelo menos três coisas na
vida do cristão: coragem, luz e graça.
Como disse o salmista, a Palavra de Deus é
lâmpada para os nossos pés, e luz para o nosso
caminho (Salmo 119.105). Ela impede que andemos no
escuro, por lugares perigosos, que nos levem à queda.
E a verdade que nos liberta, cura, salva, transforma. Ela
nos proporciona sabedoria e discernimento, bem como
também gera amor e fé. Assim, à medida que nos
aprofundamos no conhecimento sobre Deus e sobre
Sua Palavra, temos a certeza de que o Senhor está
conosco, e adquirimos coragem para enfrentar as
adversidades da vida, lutando com as armas e as
estratégias certas; então somos vitoriosos.
Temos fé e intrepidez
Aqueles que buscam a face do Criador, que
meditam na Sua Palavra diariamente, seguem o
exemplo de Estêvão. Ele era cheio de fé e de poder,
fazia prodígios e grandes sinais entre o povo (Atos
6.8).
Em Atos 6.9-15 e 7.1-60, vemos a intrepidez e a
sabedoria de Estêvão quando ele relembra a origem e a
trajetória da religião judaica até Cristo, confrontando a
incredulidade e a negligência dos líderes judeus que
rejeitaram o Messias.
Estêvão obviamente era um profundo conhecedor
das Escrituras. Por isso, mesmo diante das falsas
acusações e das ameaças de morte, ele continuou
dando testemunho de Jesus Cristo. No momento em
que era apedrejado, Estêvão se pôs de joelhos e rogou
o mesmo que seu Mestre: Senhor, não lhes imputes
este pecado (Atos 7.60).
Esta atitude de Estêvão foi o reflexo do seu
conhecimento sobre o Deus a quem servia. Ele foi
corajoso, fiel e misericordioso até os últimos mo-
mentos de sua vida, apesar de sofrer perseguição e
injustiças pela causa do evangelho. Estêvão teste-
munhou sobre Cristo com poder, autoridade, graça e
sabedoria diante dos doutores da Lei. Somente aqueles
que conhecem o Senhor conseguem ter essas atitudes!
Já a falta de conhecimento sobre quem é Deus e
como Ele age a favor de Seu povo gera medo e timidez,
e isso impede a pessoa de avançar rumo a seus
objetivos, pois faz escolhas cegamente e lemendo as
consequências e o fracasso.
E isso é até normal, pois as pessoas que não
conhecem Deus e não têm uma aliança com Ele
caminham na direção contrária à vontade dele. Não se
preocupam em buscá-lo e andar segundo a orientação
de seu Criador, e em algum momento de sua vida
sucumbem diante de crises existenciais, familiares
e/ou econômicas. Já os verdadeiros cristãos, aqueles
que sabem em quem tem crido, saem fortalecidos das
tribulações e conhecendo mais ao Senhor, como Jó.
Somos imunizados contra as mentiras e heresias
Além de não termos luz, direção, fé e coragem para
seguirmos em frente, rumo aquilo que o Senhor tem
para nós, se não conhecermos Deus e Sua Lei,
corremos o risco de sermos enganados pelas mentiras,
falácias e vãs filosofias propagadas pelos incrédulos e
pelas heresias disseminadas em nosso meio por falsos
mestres e falsos profetas.
Heresia (do vocábulo grego hairesis) é uma
deturpação de uma premissa ou doutrina original,
convencionalmente aceita por um grupo religioso, de
acordo com critérios textuais (exegéticos, her-
menêuticos), culturais e/ou eclesiásticos. A heresia
geralmente é causada por má interpretação intencional
ou não-intencional de uma premissa; é uma afirmativa
contrária ao que foi definido pela Igreja em matéria de
fé; o que a torna ofensiva àquela religião.
O termo heresia foi citado no Novo Testamento
especialmente para designar as doutrinas falsas em
relação aos ensinamentos de Cristo que estavam sendo
disseminadas dentro da Igreja por falsos mestres (ver 1
Coríntios 11.18,19; 2 Coríntios 11.13; 1 Timóteo 4.1;
Hebreus 13.9; 2 Pedro 2.1; 1 João 4.1). Os hereges
devem ser corrigidos, admoestados e disciplinados. E,
se nem assim derem ouvidos, rejeitados (Tito 3.10).
O próprio Salvador alertou que nos últimos dias
surgiriam muitos falsos mestres e falsos profetas, que
enganariam muitos (Mateus 7.15; 24.11,24). Mesmo
assim, vários cristãos não se previnem contra isso
estudando a Bíblia, frequentando a Escola Dominical e
os cultos de doutrina. Por isso, não conseguem se
firmar no evangelho nem aprofundar-se no
conhecimento genuíno da Palavra de Deus. Resultado:
estão sempre mudando de igreja e de doutrina, e
acabam dando ouvidos a ensinamentos sem
fundamento bíblico, heréticos e até anticristãos.
Entretanto, o cristão que se preocupa em crescer no
conhecimento e na graça de Deus jamais será
enganado. Ele amadurece espiritualmente e não dá
ouvidos a bobagens filosóficas nem teológicas que
comumente são difundidas por aí; não é levado por
ventos de doutrinas nem destruído como aqueles que
edificaram a sua vida sobre a areia. Ele tem convicção
sobre sua fé, que está firmada e arraigada em Cristo e
em Seus ensinamentos.
O apóstolo Paulo exortou:
Rogo-vos, pois, eu, o prisioneiro no Senhor, que
andeis de modo digno da vocação a que fostes
chamados, com toda a humildade e mansidão, com
longanimidade, suportando-vos uns aos outros em
amor, esforçando-vos diligentemente por preservar a
unidade do Espírito no vínculo da paz.
Até que todos cheguemos à unidade da fé e do
pleno conhecimento do Filho de Deus, à perfeita
varonilidade, à medida da estatura da plenitude de
Cristo, para que não mais sejamos como meninos,
agitados de um lado para outro e levados ao redor por
todo vento de doutrina, pela artimanha dos homens,
pela astúcia com que induzem ao erro. Mas, seguindo a
verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a
cabeça, Cristo, de quem todo o corpo, bem ajustado e
consolidado pelo auxílio de toda junta, segundo a justa
cooperação de cada parte, efetua o seu próprio
aumento para a edificação de si mesmo em amor.
Efésios 4.1 -3;13-16
Atentemos para isso!
Ficamos cheios da graça de Deus
Outra consequência de buscarmos o conhecimento
de Deus é ficarmos cheios da graça do Pai. O que é
graça? E o favor imerecido do Todo-poderoso; é o amor
do Senhor revelado em nossa vida por intermédio de
Jesus Cristo.
O termo graça, no grego karis, do qual deriva
caridade, designa o amor espontâneo, benevolente,
imerecido do Criador para com os homens. E a ex-
pressão máxima da bondade de Deus; a revelação do
evangelho por intermédio da pessoa bendita do nosso
Senhor Jesus Cristo.
Conhecer de fato o Altíssimo é a porta que nos
permite ter acesso à graça divina, que foi manifestada
por e em Jesus.
Atente para as palavras de João (1.1 7): Porque a lei
foi dada por Moisés; a graça e a verdade vieram por
Jesus Cristo.
E pela graça de Deus que temos a promessa da
salvação, porque pela graça [somos] salvos, por meio
da fé; e isso não vem de [nós]; é dom de Deus. Não
vem das obras, para que ninguém se glorie.
Com a graça do Senhor em nossa vida, temos amor,
somos mais flexíveis com as pessoas, liberamos o
perdão com mais facilidade, enxergamos com mais
clareza as situações e conseguimos ser mais
perseverantes em nossa caminhada cristã.
No episódio narrado por Paulo em 2 Coríntios 12,
ele conta que, por três vezes clamou a Deus, pedindo
que retirasse um espinho de sua carne; um mensageiro
de Satanás enviado para esbofeteá-lo, a fim de que o
apóstolo não se gloriasse pelas visões e revelações que
recebera de Deus. E sabe qual foi a resposta do Senhor?
A minha graça te basta (2 Coríntios 12.9a).
Com a graça do Criador, somos capazes de
suportar as adversidades crendo que Ele está no
controle e não nos desamparará. Enviará o socorro no
tempo oportuno e nos fará triunfar sobre as
adversidades. Isso porque a graça do Senhor, o Seu
favor, basta, é suficiente, para resolver qualquer
problema.
Temos mais intimidade com o Senhor
Uma vez que nos percebemos dependentes da
graça de Deus, automaticamente buscamos o Senhor,
passamos a ter mais comunhão com Ele e novas
experiências espirituais, que nos permitem conhecer
mais o Todo-poderoso e confiar nele. Logo, ter mais
intimidade com Deus é outro efeito de conhecê-lo, seja
pelo estudo da Palavra, seja pelas experiências com a
graça do Senhor.
Vejamos novamente o exemplo do apóstolo Paulo.
Antes de partir em suas viagens missionárias, o Espírito
Santo revelou que o apóstolo seria preso e passaria por
muitas tribulações (Atos 20.23). No entanto, mesmo
assim, Paulo resolveu ir, pois sabia que aquele em
quem cria era poderoso para guardá-lo e abrir a porta
da Palavra, a fim de que o evangelho fosse pregado e
vidas fossem salvas por Cristo.
Paulo teve experiências tremendas com o Senhor e
pôde animar outros irmãos que passavam por
adversidades, lembrando que: Em tudo somos atri-
bulados, mas não angustiados; perplexos, mas não
desanimados; perseguidos, mas não desamparados;
abatidos, mas não destruídos (2 Coríntios 4.8,9).
À medida que aprofundamos nossa comunhão com
o Senhor, crescemos espiritualmente e vencemos os
desafios ao longo dessa caminhada que nos faz subir
degrau por degrau, de fé em fé, de glória em glória,
levando-nos a patamares espirituais mais elevados, a
fim de que reflitamos a glória do Senhor, pela ação do
Espírito Santo em nós (2 Coríntios 3.18).
Assim, quanto mais crescemos espiritualmente,
mais nos aproximamos de Deus e afastamo-nos do
pecado, obtendo mais poder, autoridade espiritual e
graça, para vencer a nossa natureza pecaminosa, o
mundo e o diabo.
Somos santificados
Outra consequência de conhecermos o Senhor e de
aproximarmo-nos dele é a santificação.
As Sagradas Escrituras revelam a santidade de Deus
e o Seu desejo de que Seus filhos se santifiquem (veja
Êxodo 19.6; Levítico 11.44,45; 1 Pedro 1.15). E o
escritor da Carta aos Hebreus (12.14) destacou: Segui
a paz com todos e a santificação, sem a qual
ninguém verá o Senhor.
Santificação significa separação, consagração.
Aquele que opta por um viver santo, pautado nos
padrões e princípios divinos, sempre escolhe fazer a
vontade de Deus, estar no centro da Sua vontade.
Como se santificar? Os seguidores de Cristo são
exortados a não se conformarem com os antigos
padrões de comportamento, modos de pensar, sentir,
desejar e agir que tinham antes de conhecerem o
Senhor:
Quanto ao trato passado, vos despojeis do velho
homem, que se corrompe pelas concupiscências do
engano, e vos renoveis no espírito do vosso sentido, e
vos revistais do novo homem, que, segundo Deus, é
criado em verdadeira justiça e santidade. Pelo que
deixai a mentira e falai a verdade cada um com o seu
próximo; porque somos membros uns dos outros.
Irai-vos e não pequeis; não se ponha o sol sobre a
vossa ira. Não deis lugar ao diabo. Aquele que furtava
não furte mais; antes, trabalhe, fazendo com as mãos o
que é bom, para que tenha o que repartir com o que
tiver necessidade. Não saia da vossa boca nenhuma
palavra torpe, mas só a que for boa para promover a
edificação, para que dê graça aos que a ouvem. E não
entristeçais o Espírito Santo de Deus, no qual estais
selados para o Dia da redenção. Toda amargura, e ira, e
cólera, e gritaria, e blasfêmias, e toda malícia seja
tirada de entre vós. Antes, sede uns para com os outros
benignos, misericordiosos, perdoando-vos uns aos
outros, como também Deus vos perdoou em Cristo.
Efésios 4.22-32
Buscar a santificação implica mudança de vida. No
entanto, para isto não basta o desejo da pessoa em
mudar. É preciso a atuação do Espírito Santo para que,
de fato, ocorra a transformação.
Não podemos tornar a nós mesmos santos, mas se
desejamos a santidade e colocamos a nossa vontade
direcionada aos propósitos do Criador, Ele nos fará
santos.
Medite nas palavras do apóstolo Paulo em 1
Tessalonicenses 4.7,8: Porque não nos chamou Deus
para a imundícia, mas para a santificação. Portanto,
quem despreza isto não despreza ao homem, mas,
sim, a Deus, que nos deu também o seu Espírito
Santo.
Ao buscarmos a santidade e convidarmos o Espírito
Santo para fazer Sua obra regeneradora em nós, Deus
purifica-nos, guia-nos em Seus caminhos de justiça e
de santidade, fortalecendo-nos para enfrentarmos e
vencermos a tentação de voltarmos às antigas práticas.
Entregue sua vida nas mãos do Senhor, que Ele o
fortalecerá para trilhar o caminho da santificação!
Conquistamos poder e autoridade
Quais as consequências de conhecermos o Senhor,
termos mais intimidade com Ele, experimentarmos Sua
graça e santificar-nos? Crescemos espiritualmente e
recebemos mais poder e autoridade para triunfar sobre
o mal e cumprir o propósito de Deus para nossa vida,
porque o Espírito Santo passa a ter domínio sobre nós,
dirigir-nos.
A palavra autoridade, em grego exousia, significa
direito irrestrito à liberdade de ação. O Senhor delega
autoridade aos cristãos genuínos para falar e agir em
Seu nome, assim como revestiu também de poder os
Seus profetas veterotestamentários, para que
instruíssem os israelitas na Sua Lei e advertissem-nos
quanto aos perigos de infringi-la.
Em Atos 4.33, lemos: E os apóstolos davam, com
grande poder, testemunho da ressurreição do
Senhor Jesus, e em todos eles havia abundante
graça.
A expressão grande poder em grego significa
mega dunamis. E a palavra dunamis, da qual deriva
dinamite, denota excepcional, grandiosa capacidade,
habilidade; um mega poder para completar ou concluir
uma missão.
Espiritualmente, também devemos estar revestidos
dessa dunamis para combater o bom combate com o
poder do Espírito Santo e guardar a fé em nosso Senhor
Jesus Cristo.
Paulo era um homem cheio da autoridade, da graça
e da revelação do Senhor.
E Deus, pelas mãos do apóstolo Paulo, fazia
maravilhas extraordinárias, de sorte que até os lenços
e aventais se levavam do seu corpo aos enfermos, e as
enfermidades eram curadas, e os espíritos malignos
saíam.
E alguns dos exorcistas judeus, ambulantes,
tentavam invocar o nome do Senhor Jesus sobre os que
tinham espíritos malignos, dizendo: Esconjuro-vos por
Jesus, a quem Paulo prega. Os que faziam isto eram
sete filhos de Ceva, judeu, principal dos sacerdotes.
Respondendo, porém, o espírito maligno, disse:
conheço a Jesus e bem sei quem é Paulo; mas vós,
quem sois?
Atos 19.11-15
Milagres extraordinários eram operados por Deus
pelas mãos do apóstolo Paulo. Os filhos do sacerdote
Ceva presenciaram estes fatos e ficaram
impressionados. Eles pensaram que poderiam realizar
os mesmos milagres, usando o nome do Senhor. No
entanto, foram envergonhados publicamente pelo
endemoninhado que os agrediu e arrancou as roupas
deles. Os demônios conhecem aqueles que têm e os
que não têm a autoridade de Deus.
Assim como não somos salvos por nossos méritos,
mas pela graça, o poder espiritual e a autoridade para
falar e pregar em nome do Senhor é delegada por Ele a
quem se submete inteiramente ao Seu comando.
Seja obediente a Deus, e será revestido de poder e
de autoridade para pregar o evangelho, testemunhar
com a própria vida sobre a obra de Cristo e levar muitas
pessoas a buscarem o Senhor, conhecê-lo e serem
salvas por Ele.
No próximo capítulo, vamos falar sobre os tipos de
cristão que existem na igreja, de acordo com o grau de
desenvolvimento espiritual que cada um apresenta.
Capítulo 3 - Os vários tipos de cristão
Na igreja, não é difícil perceber que há vários tipos
de cristão. Há aqueles que possuem sede de Deus,
buscam a graça e o conhecimento do Senhor, além de
discernimento espiritual. Outros ficam em cima do
muro, mudando de postura conforme a situação. E tem
ainda os que são uns bebês na fé.
Como dissemos, tempo de igreja infelizmente não
garante maturidade espiritual a ninguém. A
maturidade depende das experiências que cada cristão
tem com o Senhor, do conhecimento que possui sobre
Deus e Sua vontade; e isto exige dedicação,
consagração e obediência ao Senhor e à Sua Palavra.
E exatamente por isso que vemos muitas pessoas
na igreja sem nenhum conhecimento profundo da
Palavra e sem uma real transformação de vida. Elas
simplesmente estão ali cumprindo rituais, tradições
religiosas, sem um envolvimento real com Cristo. Isto é
lamentável!
É por isso que, na Bíblia, são mencionados quatro
tipos de cristão: os meninos, os fracos, os carnais e os
fortes. Conhecendo algumas características de cada
tipo, podemos identificar-nos e perceber que
mudanças são necessárias para que nos tornemos
cristãos fortes, maduros e cheios do Espírito Santo.
Os meninos na fé
Existem cristãos que crescem na graça, porém
negligenciam o seu conhecimento na Palavra. E o
resultado é que se tornam medrosos, supersticiosos e
inconstantes. Estes são os cristãos meninos.
Se, por exemplo, a janela da casa deles é fechada
violentamente por causa da força do vento, isto é
suficiente para pensarem que foi o demônio; então
gritam: "Tá amarrado!"
Aqueles que ainda são meninos na fé valorizam
mais as experiências espirituais do que o
conhecimento. Embora tenham muitos anos na igreja,
continuam agindo como novos convertidos. Não sabem
discernir o que é fantasia e o que é realidade, o que é
voz de Deus e o que é voz do homem, o que é poder do
Altíssimo e o que é emoção, podendo ser enganados
pela falta de conhecimento sobre o Senhor.
Para evitar isso, em Efésios 4.14, o apóstolo Paulo
exortou: [Aperfeiçoemo-nos na fé e no conhecimento
de Cristo] Para que não sejamos mais meninos
inconstantes, levados em roda por todo vento de
doutrina, pelo engano dos homens que, com astúcia,
enganam fraudulosamente.
Além de medrosos e supersticiosos, os cristãos
meninos normalmente são inconstantes, instáveis. Ora
estão cheios de poder, ora estão fracos na fé. Ora estão
aquecidos com o fogo do Espírito Santo, ora estão
frios. Há momentos em que eles, no auge da
espiritualidade, falam em línguas, profetizam a vitória.
No entanto, em outras ocasiões estão deprimidos,
desanimados. Por isso, têm dificuldade para progredir
na fé e ficam estagnados.
Os meninos na fé necessitam de ajuda para crescer.
Precisam alimentar-se com o leite da Palavra, ou seja,
com os ensinamentos elementares, para edificarem
uma base sólida para sua fé; então, conseguirão
assimilar outras revelações mais complexas. Foi
exatamente isso que o escritor da Carta aos Hebreus
constatou:

...Vos fizestes negligentes para ouvir. Porque,


devendo já ser mestres pelo tempo, ainda necessitais
de que se vos torne a ensinar quais sejam os primeiros
rudimentos das palavras de Deus; e vos haveis feito tais
que necessitais de leite e não de sólido mantimento.
Porque qualquer que ainda se alimenta de leite não
está experimentado na palavra da justiça, porque é
menino.
Hebreus 5.11 -13
Note que o autor se dirigiu a pessoas que tinham
um bom tempo na fé. Elas deveriam ser mestras se
verdadeiramente ouvissem os ensinamentos de Cristo
e os colocassem em prática. No entanto, ainda
precisavam de leite, ou seja, careciam de compreender
o básico da doutrina.
Há quanto tempo você está na igreja? Faz quantos
anos que aceitou Jesus como Senhor e Salvador? Como
tem se comportado diante das frustrações e
adversidades? Seu conhecimento sobre o Senhor e Sua
Palavra tem aumentado gradativamente ou está
estagnado? Você tem tido experiências com Deus ou
tem seguido Cristo com base nas experiências de
outros? Tem participado ativamente na obra de Deus?
Você não quer ser um cristão menino? Estude a
Palavra de Deus. Procure compreender e assimilar as
doutrinas elementares. Frequente a escola bíblica
dominical. Leia a Bíblia. Tenha amizade com cristãos
maduros que podem orientá-lo e instruí-lo. Cultive a
fé e obedeça ao Senhor. Assim, você crescerá de fé em
fé e de glória em glória, amadurecerá e dará bons
frutos, abençoando o Reino de Deus.
Os fracos na fé
Assim como os cristãos meninos, os fracos na fé
não têm um conhecimento profundo sobre Deus e Sua
Palavra. Têm pouca consciência sobre a vontade do
Senhor. Assim, sua fé é instável, eles ficam suscetíveis
de serem enganados por ventos de doutrinas estranhas
ao evangelho e são emocional e psicologicamente
frágeis; por qualquer besteira ficam escandalizados.
Em 1 Coríntios 8.7-10, Paulo mencionou algumas
dessas características dos fracos na fé: Nem em todos
há conhecimento; porque alguns até agora comem,
no seu costume para com o ídolo, coisas sacrificadas
ao ídolo; e a sua consciência, sendo fraca, fica
contaminada.
O cristão espiritualmente fraco é muito vulnerável
às investidas satânicas, devido à sua falta de
conhecimento sobre Deus e Sua Palavra e à sua
consciência fraca, que se escandaliza facilmente e pode
induzi-lo ao erro e ao pecado. Logo, o fraco na fé não
costuma praticar a Palavra de Deus, e a sua casa não
resiste aos ventos, à tempestade e à chuva porque está
edificada sobre a areia (ver Mateus 7.26-27).
Uma das causas de a pessoa enfraquecer e adoecer
na fé é ela continuar no pecado depois de ter tido um
encontro com Cristo ou aprender Seus ensinamentos,
mas não os praticar. Paulo fala sobre isso em 1
Coríntios 11.28-30, quando ensina sobre a Ceia do
Senhor:
Examine-se, pois, o homem a si mesmo, e assim
coma deste pão, e beba deste cálice. Porque o que
come e bebe indignamente come e bebe para sua
própria condenação, não discernindo o corpo do
Senhor. Por causa disso, há entre vós muitos fracos e
doentes e muitos que dormem.
Apesar de toda dificuldade que os fracos na fé
apresentam, Paulo recomendou:
Vede que essa liberdade [em Cristo] não seja de
alguma maneira escândalo para os fracos.
1 Coríntios 8.9
Ora, quanto ao que está enfermo na fé, recebei-o,
não em contendas sobre dúvidas. Quem és tu que
julgas o servo alheio? Para seu próprio senhor ele está
em pé ou cai; mas estará firme, porque poderoso é
Deus para o firmar.
Romanos 14.1,3
Nós que somos fortes devemos suportar as
fraquezas dos fracos e não agradar a nós mesmos.
Romanos 1 5.1
Se você é fraco na fé, peça ao Senhor para
fortalecê-lo com Seu Espírito e na Palavra.
Aprofunde-se no conhecimento bíblico, tenha uma
vida de oração e jejum, busque discernimento
espiritual e sabedoria que somente o Pai pode
proporcionar-lhe.
Se você é forte, ajude os fracos, orando por eles,
ajudando-os a caminhar e a fortalecer-se,
suportando-os em amor e não lhes dando nenhum
motivo de escândalo.
Os carnais
Paulo advertiu a Igreja em Corinto:
E eu, irmãos, não vos pude falar como a espirituais,
mas como a carnais, como a meninos em Cristo. Com
leite vos criei e não com manjar, porque ainda não
podíeis, nem tampouco ainda agora podeis; porque
ainda sois carnais, pois, havendo entre vós inveja,
contendas e dissensões, não sois, porventura, carnais e
não andais segundo os homens?
1 Coríntios 3.1-3
O apóstolo chamou a atenção para a falta de
crescimento espiritual daqueles irmãos em Cristo que
ainda nutriam inveja, contendas e dissensões entre
eles; que revelavam não ter um profundo
conhecimento sobre o Senhor; que ainda estavam
sendo guiados pela carne, e não pelo Espírito.
Paulo assinalou a diferença entre os cristãos
carnais e os espirituais:
Porque os que são segundo a carne inclinam-se
para as coisas da carne; mas os que são segundo o
Espírito, para as coisas do Espírito. Porque a inclinação
da carne é morte; mas a inclinação do Espírito é vida e
paz. Porquanto a inclinação da carne é inimizade
contra Deus, pois não é sujeita à lei de Deus, nem, em
verdade, o pode ser. Portanto, os que estão na carne
não podem agradar a Deus.
Romanos 8.5-8
Os cristãos carnais costumam racionalizar todas as
coisas. Dificilmente crêem nas experiências espirituais.
Eles não conseguem discernir, por exemplo, o
emocional do espiritual. Para eles, qualquer
manifestação espiritual [uma profecia, uma revelação,
um milagre] é "crendice". Eles costumam deixar-se
dirigir apenas pelo seu próprio intelecto e fazer tudo
para satisfazer sua carna-lidade. Estão habituados aos
conceitos humanos e ao estilo de vida mundano,
porque ainda não passaram por uma profunda
mudança espiritual. Logo, representam um perigo para
os cristãos meninos e os fracos na fé, podendo
influenciá-los e doutriná-los de acordo com suas
concepções distorcidas do evangelho.
Exatamente por isso, Paulo advertiu os cristãos em
Colossos:
Ninguém vos domine a seu bel-prazer, com
pretexto de humildade e culto dos anjos, metendo-se
em coisas que não viu; estando debalde inchado na sua
carnal compreensão, [...] as quais têm, na verdade,
alguma aparência de sabedoria, em devoção
voluntária, humildade e em disciplina do corpo, mas
não são de valor algum, senão para a satisfação da
carne.
Colossenses 2.18,23
Os cristãos carnais precisam reconhecer que
confiam mais em si e em seu próprio intelecto do que
no Senhor, dispondo-se a mudar de atitude. Precisam
encher-se do conhecimento sobre Deus e a Palavra da
verdade. Necessitam submeter-se ao Espírito Santo, a
fim de serem regenerados e guiados por Deus. Só
assim, serão cristãos genuínos e maduros
espiritualmente.
Os fortes na fé
O cristão forte na fé está bem alicerçado na Palavra
do Senhor. Ele possui uma vida de comunhão com
Deus, pautada na oração e na Lei do Altíssimo. Por isso,
dificilmente é influenciado pelo mal, deixa-se enganar
por falsos ensinamentos ou fica escandalizados pelas
fraquezas alheias. Ele é sal e luz em sua casa, em seu
trabalho, em seu local de estudo.
Os cristãos fortes não se deixam abater nem
esmorecer diante das adversidades. Eles conseguem
glorificar o Senhor em meio às tribulações, pois
conhecem de fato o Deus a quem servem. Sabem que o
Criador está no controle de todas as coisas, que as
tribulações são necessárias para o crescimento
espiritual, que o Todo-poderoso não desampara os
Seus nem permite adversidades que não sejamos
capazes de suportar.
Eles sabem que o choro pode durar uma noite, mas
a alegria vem ao amanhecer (Salmo 30.5). Têm certeza
de que o Senhor proverá o escape e a saída de que
necessitam. Eles têm consciência de que coisas ruins
acontecem na vida de qualquer pessoa, seja cristão ou
não. Mas que o Senhor sustenta os justos.
E, independente das circunstâncias, os fortes na fé
servem a Deus de coração. Eles, como Paulo, são
capazes de dizer: Sei estar abatido e sei também ter
abundância; em toda a maneira e em todas as coisas,
estou instruído, tanto a ter fartura como a ter fome,
tanto a ter abundância como a padecer necessidade
(Filipenses 4.12).
Outra característica dos fortes na fé é não bus-
carem os seus próprios interesses. Pelo contrário, eles
são altruístas e promovem o bem-estar dos outros. Seu
foco está em Jesus Cristo, o Autor e Consumador da
nossa fé (Hebreus 12.2). Não buscam agradar a si
mesmos (1 Coríntios 10.24). Antes, estão dispostos a
servir e a contribuir com amor para o engrandecimento
do Reino de Deus neste mundo. Logo, não brigam por
cargos na igreja.
Além disso, os fortes na fé são maduros; então,
mesmo quando são ofendidos, mal interpretados ou
injustiçados, mesmo estando com a razão, costumam
sofrer o dano, pedir perdão ao irmão que os ofendeu e
buscar a reconciliação. Eles se humilham para não
perder o irmão que é fraco na fé e para promover o
amor e a justiça, que são as bases do Reino de Deus.
Os fortes na fé têm consciência de que abso-
lutamente nada os separa do amor de Deus que está
em Cristo Jesus, como observou Paulo em Romanos 8.
Vejamos, pois, no capítulo seguinte, como
tornar-se um cristão forte e maduro; quais são os
fatores que contribuem para o nosso crescimento
espiritual.
Capítulo 4
Fatores que contribuem para o nosso
crescimento espiritual
Já destacamos que o crescimento espiritual é
gradual e que precisamos fazer a nossa parte para
amadurecer na fé. Também afirmamos que é o Espírito
Santo quem nos ajuda e guia no decorrer do processo,
desde que estejamos dispostos a realizar a parte que
nos cabe. Então, agora, veremos quais são os fatores
que contribuem para esse processo contínuo e
gradativo de crescimento e ao amadurecimento
espiritual.
Ter o desejo de amadurecer espiritualmente
Ninguém pode desejar amadurecer espiritualmente
por você, nem mesmo o Senhor. Você deve optar por
ser maduro e buscar isso, sabendo que normalmente
quem deseja algo, busca e trabalha para alcançá-lo,
priorizando suas metas e fazendo os ajustes
necessários para alcançar seus objetivos.
Aquele que tem o desejo de amadurecer normal-
mente pensa: "Quero crescer, não quero ser um cristão
medíocre, menino, carnal nem fraco na fé. Desejo ser
um cristão maduro, forte, que dá bons frutos".
Pensar é o primeiro passo para conquistar o que se
almeja, pois o pensamento é a semente da ação. Tudo
começa no processo mental. Antes de fazermos algo,
pensamos a respeito, visualizamos o que desejamos,
estabelecemos prioridades e metas, analisamos os
métodos e os recursos que utilizaremos.
Atente para o que Paulo recomendou acerca do
modo de pensar do cristão:
Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro,
tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é
puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama,
se há alguma virtude, e se há algum louvor, nisso
pensai.
Filipenses 4.8
Portanto, se já ressuscitastes com Cristo, buscai as
coisas que são de cima, onde Cristo está assentado à
destra de Deus. Pensai nas coisas que são de cima e
não nas que são da terra.
Colossenses 3.1,2
Os assuntos deste mundo são passageiros. Eles
não contribuem para o nosso crescimento e amadu-
recimento espiritual, que é o que precisamos priorizar
na vida cristã. Sendo assim, devemos buscar os
interesses do Reino de Deus em primeiro lugar. Dessa
forma, teremos comunhão com o Senhor,
conhecimento dos princípios que regem a vida, fé e
maturidade para enfrentar e vencer as adversidades,
porque sabemos que a vitória vem por Cristo Jesus.
Ter disposição para aprender
Além de ter o desejo de crescer, precisamos
dispor-nos a aprender o que é necessário para o nosso
crescimento e amadurecimento.
Aprender significa tomar conhecimento de algo
pelo estudo, pela observação ou pela experiência,
assimilando e retendo as informações que nos tornarão
aptos para realizar um feito ou completar um processo.
Sendo assim, tem de haver uma pré-disposição na
pessoa para o aprendizado, sabendo que este é um
processo gradual, que se dá dos níveis mais simples
para os mais complexos. Logo, não adianta uma
pessoa querer aprender sobre questões mais
complexas se ainda não domina o básico. É preciso
subir um degrau de cada vez.
Lamento quando consagram a pastor um neófito
[um recém-convertido ao cristianismo]. Isso é loucura!
Como pode um novo convertido, que acabou de aceitar
Jesus e precisa aprender a base doutrinária, subir no
púlpito para pregar e ensinar o evangelho?
Da mesma forma, é loucura um novo convertido
entrar para um seminário teológico. Primeiro deve
frequentar a igreja, participar assiduamente dos cultos
e da escola dominical. Depois de um tempo, quando já
conhecer bem a Bíblia e Deus, quando tiver certa
maturidade espiritual, aí sim, deve ir para o seminário.
Se o novo convertido inverter a ordem, se for direto
para um seminário estudar teologia, não suportará os
debates por causa da sua imaturidade espiritual.
Seminário não é para alicerçar a fé de ninguém. É onde
se debate questões mais complexas, confrontando o
cristianismo a outras filosofias e religiões; onde se
ensina técnicas de investigação textual (hermenêutica,
exegese), de pregação (homilética) e de trato pastoral
(aconselhamento) etc.
A igreja é o melhor lugar para aprendermos os
ensinamentos da Palavra, o plano da salvação, as
doutrinas básicas do cristianismo, para ter experiên-
cias no Corpo de Cristo, comunhão com os irmãos e
firmar-nos caminhos do Senhor. A escola dominical é a
maior escola teológica. Ela lança a base para o estudo
da teologia.
Em suma, quem deseja crescer na fé precisa ter
disposição para aprender.
Você pode entender de filosofia, arte, literatura,
mas esses conhecimentos não o ajudarão a conhecer e
entender o mundo espiritual. Precisa estudar a Palavra
de Deus, entender os princípios espirituais. Se não, ou
será um cristão carnal, cheio de filosofias mundanas,
ou será um cristão menino, que baseia sua fé apenas
nas experiências místicas; que vive de "mistério",
"fogo", "poder", "movimento", mas não consegue
desenvolver-se espiritualmente e fica refém de
heresias e meninices.
Buscar conhecimento na Palavra
Ler a Palavra de Deus diariamente e refletir sobre os
ensinamentos bíblicos é fundamental para o
crescimento do cristão.
Também é importante ler livros e consultar
dicionários, enciclopédias e compêndios teológicos
que o ajudem a entender as histórias, as doutrinas e os
princípios bíblicos, bem como a cultura e o contexto
histórico dos textos do Antigo e do Novo Testamento.
Paulo estudava as Escrituras, mas não deixava de
aprofundar seus conhecimentos em outros escritos
teológicos [targum, midrash] (ver 2 Timóteo 4.13). O
apóstolo pesquisava a Palavra. Não fazia uma simples
leitura. Ele meditava, pensava, refletia e analisava.
Assim como Paulo, devemos ter prazer na Lei do
Senhor e na Sua Lei meditar de dia e de noite (Salmo
1.2).
Busque conhecimento na Palavra e em bons livros
para o seu crescimento espiritual. Peça ao Senhor que
abra sua mente para que possa realmente entender a
mensagem bíblica e colocar em prática os
ensinamentos do Altíssimo. Como resultado, você terá
maturidade espiritual e desfrutará de uma vida de
bênçãos.
Colocar em prática os ensinamentos da Palavra
Estudar a Palavra de Deus e meditar sobre ela é
importante. Mas não adianta aprender e não colocar
em prática o que aprendeu. De nada valerá.
Reflitamos nas palavras de Tiago:
E sede cumpridores da palavra e não somente
ouvintes, enganando-vos com falsos discursos.
Porque, se alguém é ouvinte da palavra e não
cumpridor, é semelhante ao varão que contempla ao
espelho o seu rosto natural; porque se contempla a si
mesmo, e foi-se, e logo se esqueceu de como era.
Aquele, porém, que atenta bem para a lei perfeita da
liberdade e nisso persevera, não sendo ouvinte
esquecido, mas fazedor da obra, este tal será
bem-aventurado no seu feito.
Tiago 1.22-25
Atentemos para o que Jesus ensinou em Mateus
7.24-27:
Todo aquele, pois, que escuta estas minhas
palavras e as pratica, assemelhá-lo-ei ao homem
prudente, que edificou a sua casa sobre a rocha. E
desceu a chuva, e correram rios, e assopraram ventos,
e combateram aquela casa, e não caiu, porque estava
edificada sobre a rocha. E aquele que ouve estas
minhas palavras e as não cumpre, compará-lo-ei ao
homem insensato, que edificou a sua casa sobre a
areia. E desceu a chuva, e correram rios, e assopraram
ventos, e combateram aquela casa, e caiu, e foi grande
a sua queda.
A Palavra precisa ser praticada. Não aja como o
homem insensato. Coloque em prática os
ensinamentos bíblicos. Ame e perdoe todas as pes-
soas, diga não ao pecado, evite até a aparência do mal,
congregue em uma igreja séria, dê o dízimo de tudo o
que recebe, oferte com amor, alegria e liberalidade,
não seja rebelde nem insensato, obedeça a Deus e ande
nos Seus caminhos. Então, você crescerá e verá a
diferença entre quem serve e quem não serve a Deus.
Ter comunhão e experiências com Deus
Além de conhecimento bíblico, é de extrema
importância que o cristão tenha comunhão e
experiências pessoais com Deus. A vivência dos outros
é gratificante, edificante. Entretanto, a nossa é
fundamental e marcante, pois permite que renovemos
diariamente o nosso compromisso pessoal com o
Senhor.
Ninguém pode ter uma vida cristã madura com
base apenas na vivência de terceiros! Deus é o Deus do
universo, de toda a terra, de Abraão, de Isaque, de Jacó,
da Igreja, dos nossos irmãos, da nossa família. Mas Ele
precisa ser o nosso Deus. Precisamos, individualmente,
conhecê-lo; ter intimidade com Ele. Experiências
pessoais nos aproximam do Senhor, e
consequentemente trazem bênçãos e vitórias!
Daniel, por exemplo, foi posto a prova várias vezes
durante seu exílio na Babilônia. Ele estava longe de
casa e de sua cultura. Não havia sinagogas, templo
nem reuniões de oração. Mas seu conhecimento das
Escrituras e suas experiências pessoais com o Senhor
permitiram que ele não hesitasse em clamar a Deus,
mesmo quando foi proibido de fazer qualquer petição
que não fosse ao rei (Daniel 6). Daniel sabia em quem
cria! Conhecia o caráter do Senhor!
Abraão também conhecia o seu Deus; por isto,
diante da grande prova de oferecer seu filho Isaque em
sacrifício, o patriarca de Israel não vacilou em obedecer
à ordem do Senhor, pois conhecia-o intimamente e
confiava em Seu amor, Sua fidelidade e em Seu poder,
crendo que Ele proveria o cordeiro para si (Gênesis
22.8) ou, se preciso fosse, ressuscitaria o filho da
promessa (Hebreus 11.17-19).
Aqueles que possuem experiências com o Criador,
não ficam parados. Eles têm sede de Deus, fé,
discernimento espiritual; são cheios do conhecimento
e da graça do Senhor.
Ser assíduo na igreja
Estar com frequência na casa de Deus faz parte do
processo do crescimento espiritual, porque aqueles
que estão sempre na igreja ouvem a Palavra do Senhor,
que é a fonte principal geradora da fé.
Paulo ensinou aos romanos: De sorte que a fé é
pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Deus (Rm 10.1
7). Os que não gostam de ouvir e meditar na Palavra
não podem ser cheios de fé. E quem não tem fé é
dominado pela incredulidade. Logo, estar na casa de
Deus é fundamental para o processo de crescimento
cristão, para gerar fé e firmar-se nos caminhos do
Todo-poderoso.
Então, atente para as palavras do salmista: Uma
coisa pedi ao SENHOR e a buscarei: que possa
morar na Casa do SENHOR todos os dias da minha
vida, para contemplar a formosura do SENHOR e
aprender no seu templo (Salmo 27.4). Seja assíduo
na igreja!
Ter amizade com cristãos
Não existe cristão eremita [pessoas que vivem
isoladas]. Fazemos parte do Corpo de Cristo. Assim
como os órgãos do corpo humano são vitais e
separados do organismo não conseguem viver nem
desempenhar as suas funções, nossa vida espiritual
também fica comprometida se estivermos separados
do Corpo de Cristo, a Igreja (1 Coríntios 12.12,26).
Um órgão fora do corpo humano apodrece. Da
mesma forma, um cristão sem amizades no Corpo de
Cristo adoece espiritualmente. Fica fraco na fé,
desanima e naufraga diante das tempestades.
Não se isole. Procure em sua igreja pessoas que
tenham afinidades com você, que sejam da sua faixa
etária, que morem próximo a sua casa. Procure
aproximar-se delas, conhecê-las e cultivar uma
amizade sincera.
Os amigos são muito importantes em nossa vida.
Eles nos alegram e consolam. São nossos conselheiros
e ajudadores. Como é dito em Provérbios 1 7.1 7: Em
todo o tempo ama o amigo; e na angústia nasce o
irmão.
Tenha amizades saudáveis com seus irmãos em
Cristo!
Trabalhar na obra de Deus
O trabalho na obra de Deus também proporciona
crescimento na vida do cristão. Por quê? Porque quem
trabalha na seara do Mestre, busca mais o Senhor, o
que contribui para que ele tenha mais comunhão com o
Todo-poderoso, mais fé e a oportunidade de ter
experiências profundas com o Altíssimo e testemunhar
milagres.
Além disso, o serviço nos permite exercer a
mordomia cristã. Ao usarmos nossos dons, talentos e
os recursos que Deus nos deu, passamos a ter mais
consciência do nosso papel como servos do Altíssimo e
de nossa função no Corpo de Cristo.
Temos visto muitos cristãos teóricos. Eles não têm
vivência do evangelho. Não trabalham em nenhum
setor da igreja. Desejam apenas ser servidos na casa de
Deus, mas não querem servir. Muitos proclamam o
evangelho, mas não o vivenciam. Usam o Senhor, mas
não o servem. Como crescer espiritualmente desse
jeito? É impossível!
Nada substitui o trabalho humano. Exatamente por
isso, somos o principal instrumento na obra do Senhor.
Trabalhe para Ele. Dedique parte do seu tempo, com
amor e zelo, em algum projeto de sua igreja. Pense em
como você pode contribuir para o crescimento do
Reino de Deus nesta terra.
Se ainda não se identifica com nenhum ministério,
peça o Senhor que lhe mostre onde Ele deseja que você
o sirva. Deus deseja usar todos os Seus filhos em Sua
obra. Mas é preciso dispor-se para o serviço cristão.
Siga o conselho do apóstolo Paulo: Portanto, meus
amados irmãos, sede firmes e constantes, sempre
abundantes na obra do Senhor, sabendo que o
vosso trabalho não é vão no Senhor (1 Coríntios
15.58).
O Senhor tem um chamado para cada pessoa no
Corpo de Cristo.
E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para
profetas, e outros para evangelistas, e outros para
pastores e doutores, querendo o aperfeiçoamento dos
santos, para a obra do ministério, para edificação do
corpo de Cristo, até que todos cheguemos à unidade
da fé e ao conhecimento do Filho de Deus, a varão
perfeito, à medida da estatura completa de Cristo.
Efésios 4.11-13 No mais, continue ouvindo e
estudando a Palavra de Deus. Realize cultos
domésticos, ore, jejue, congregue, trabalhe na obra do
Senhor.
Coopere com Deus para o seu crescimento e ama-
durecimento espiritual e o de outros irmãos. Agora, ore
ao Senhor:
"Pai, desejo estar firme em Teus caminhos para que
eu possa cumprir os propósitos que Tu tens para a
minha vida. Gera em meu coração a vontade de ler a
Tua Palavra e meditar nela dia e noite. Dá-me fé,
discernimento, disposição para estar em Tua casa e
trabalhar em Tua obra. Ensina-me a ouvir a Tua voz e
molda-me conforme o Teu querer. Perdoa os meus
pecados e ajuda-me a prosseguir rumo à eternidade
quando nos veremos face a face. Em nome de Jesus,
amém."

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